Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Rio de Janeiro - RJ – 4 a 7/9/2015 Marketing político: Uma análise das vitórias presidenciais do PT entre 2002 e 20101 Elias Bruno de Souza SILVA2 Guilherme CARVALHIDO3 Universidade Veiga de Almeida, Cabo Frio, RJ Resumo: Este trabalho aborda a importância do marketing político e eleitoral para a promoção e a permanência do Partido dos Trabalhadores na presidência do Brasil entre 2002 e 2010. Será analisada como essa ferramenta, comumente empregada no mercado de consumo de bens e serviços, foi empregada pelo partido para que atingisse seus objetivos. Outrossim, será observado como ocorreu o reposicionamento do PT para as eleições de 2002, bem como a reformulação na figura de Lula; a campanha de 2006 e o uso de mensagens de apelo à emoções; e a evolução na imagem de Dilma Rousseff para a disputa de 2010. Explorar-se-á os motivos os quais levaram Lula à atingir altos níveis de popularidade. Logo, espera-se esclarecer o quanto o marketing foi relevante para o partido, especialmente durante as campanhas, para mantê-lo no poder durante os oito anos estudados nesta pesquisa. Palavras-chave: Marketing político e eleitoral; comunicação governamental e partidária; Produção de sentido e discurso; PT. Introdução O presente artigo tem como tema o marketing político e eleitoral. O estudo se delimita a discorrer sobre a aplicação dessas ferramentas nas campanhas do Partido dos Trabalhadores à presidência em 2002, 2006 e 2010. O problema desta pesquisa é mensurar a importância da aplicação do marketing político e eleitoral na promoção e manutenção do PT, no governo brasileiro, entre as duas vitórias de Lula e a conquista de Dilma Rousseff. A partir do problema traçado, espera-se comprovar, ao final do texto, ao menos uma das duas hipóteses. A primeira delas propõe que os conceitos do marketing político e eleitoral aplicados as campanhas petistas tiveram fundamental importância. O emprego de suas técnicas foi essencial, principalmente, para manter o partido no poder, mesmo com seu nome ligado a um caso de corrupção que afetou negativamente a popularidade do governo na época; Trabalho apresentado na Divisão Temática Publicidade e Propaganda, da Intercom Júnior – XI Jornada de Iniciação Científica em Comunicação, evento componente do XXXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação 1 2 Estudante de Graduação 7º. semestre do Curso de Comunicação Social / Publicidade e Propaganda da Universidade Veiga de Almeida - Campus Cabo Frio, email: [email protected] 3 Orientador do trabalho. Professor do Curso de Comunicação Social / Publicidade e Propaganda da Universidade Veiga de Almeida - Campus Cabo Frio, email: [email protected] 1 Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Rio de Janeiro - RJ – 4 a 7/9/2015 e para se aproveitar de políticas e da popularidade construída pelo governo como temática de campanha. Já a segunda hipótese oferece que as ferramentas de marketing político e eleitoral empregados nas campanhas presidenciais do PT nesse período tiveram apenas parcial importância. Nesse caso, há de se analisar que o marketing teve maior presença e foi decisivo na campanha de 2002 – quando o partido alcançou a presidência do Brasil; no entanto, nas campanhas de 2006 e 2010; seu poder de influência teria diminuído ou percebido em menor escala, em função de uma consolidação dos votos do eleitor beneficiado pelos programas sociais e de distribuição de renda do governo, considerando que representam, ao menos, uma parcela significativa do eleitorado. Objetiva-se analisar a importância da aplicação dos conceitos e técnicas do marketing político e eleitoral na promoção dos candidatos e manutenção do PT na presidência do Brasil entre 2002 e 2010. Para isso será preciso pesquisar sobre como se podem aplicar as variáveis do marketing na política, bem como os conceitos de marketing político e eleitoral. O segundo objetivo específico é identificar como o marketing trabalhou na reformulação da imagem do então candidato Lula, em 2002; deu continuidade na reeleição do petista, em 2006; e na campanha e criação da imagem da candidata Dilma Rousseff, em 2010. O terceiro objetivo é verificar qual a relação entre a alta popularidade de Lula, o crescimento econômico da parcela mais pobre financeiramente do eleitorado e o Bolsa Família, a fim de se entender sua efetividade na aplicação como temática de campanha e no bom desempenho de um governo. O trabalho objetiva-se em aprofundar os estudos em relação ao marketing político, envolvendo outras áreas, como o comportamento eleitoral, opinião pública e pesquisa política. A pesquisa adquire importância por se tratar não somente de uma análise de campanhas presidenciais no Brasil, é relevante por expandir o estudo da aplicação do marketing e suas variáveis na política, como planejamento e estratégias de comunicação, tanto para promover quanto para manter um partido no poder. Este estudo abordará, da mesma forma, os elementos que podem impulsionar a popularidade de um governo como temática de campanha. Para tratar da importância do marketing político aplicado as campanhas petistas, tanto para promovê-lo ao poder quanto para sustentá-lo, serão abordados diversos autores que embasarão essa pesquisa. Entre eles estão Júnior (2012), Mendonça (2001), Lima (2002) Almeida (2006), Panke (2011) e Lavareda (2009), que discorrerão sobre a concepção teórica do marketing político, planejamento e as estratégias de comunicação eleitoral, e as campanhas do PT. Dados e números de pesquisas do Datafolha estão distribuídos pelo texto para corroborar as teorias apontadas pelos autores. 2 Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Rio de Janeiro - RJ – 4 a 7/9/2015 A partir de uma abordagem dedutiva, são utilizadas três técnicas de pesquisa para este trabalho. A primeira é a pesquisa bibliográfica. O segundo método, o estudo de caso, tratará diretamente das campanhas eleitorais petistas para a presidência da república, referenciando o papel do marketing e da comunicação do PT em todas essas passagens. O terceiro é a pesquisa de opinião, a qual se alicerçará na análise qualitativa dos números de pesquisas quantitativas, em especial os números de avaliação do governo Lula durante seu mandato. Por fim, o que se propõe são reflexões acerca do papel do marketing na política. Sobre uma maior similaridade entre as disputas eleitorais e o mercado de consumo tradicional, em que ambos são passíveis de interferência do marketing. Por último, uma proposição de um debate a respeito da sua influência direta em campanhas, principalmente as de níveis nacionais, como é analisado neste estudo. O marketing aplicado ao meio político Torquato (2014, págs. 17 e 18) delineia o início do marketing político na pré-história: “Quinto Túlio Cícero enviava ao irmão [...] Cícero, [...] o primeiro manual organizado de marketing eleitoral da história”. Nessa carta haviam orientações sobre “comportamentos, atitudes, ações e programa de governo para o consulado [...]”. Na época, os líderes já voltavam seu foco para as necessidades da cidade, destacando pontos que poderiam ser bem aproveitados pelos governantes. De início, recorrer-se-á a definição de Júnior (2012, pág. 30) de marketing político. O autor vê essa ferramenta atuando em longo prazo, auxiliando no processo de gerenciamento da marca do partido [especialmente seus candidatos] antes, durante e após as eleições. Logo, ele define seu conceito como: [...] o conjunto de técnicas e métodos de que uma organização política dispõe para conhecer o seu público e sobre ele exercer alguma influência. Ou, mais precisamente, é o processo de beneficiar um candidato (na sua apresentação aos eleitores), criando condições meritórias, as quais o diferenciam dos seus concorrentes, isso com o uso do mínimo de recursos: antes, durante e após os períodos eleitorais. Quanto ao marketing eleitoral, o mesmo autor4 cita-o como uma subárea do marketing político, atuando em um prazo mais enxuto, voltando suas ações e estratégias no período de campanha eleitoral, objetivando exclusivamente a conquista de votos por parte do eleitorado. 4 Ibid., pág. 30 3 Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Rio de Janeiro - RJ – 4 a 7/9/2015 Para efeitos de aplicação, na prática, de como o marketing político é pensado, é necessário diferenciar a relevância do planejamento de uma campanha e como as estratégias eleitorais são concebidas a partir dos interesses dos partidos, visando atingir o eleitorado em busca do seu apoio. O planejamento, em uma campanha eleitoral, possui suma importância dentro da estrutura de um partido ou comitê eleitoral, conforme destaca Júnior (2012), ao parafrasear Torquato (2002) no seguinte trecho: O planejamento abriga todos os aspectos de uma campanha política, como a inclusão de metas, objetivos, estratégias, táticas, meios e recurso, equipes e estrutura de operação, sistema de marketing [sic], estudo dos adversários, entre outras abordagens [...] (2012, pág. 71) Enquanto que Lima (2002, págs. 21 e 22) vê o planejamento em uma posição central na estrutura do marketing eleitoral. Para ele, esse processo tem o papel de guiar a campanha pelos melhores caminhos, avaliando riscos e oportunidades. Nesse cenário, segundo o autor, planejar é importante pois nem sempre os candidatos tem a capacidade de lidar com situações difíceis que podem surgir durante uma disputa, e que o planejamento pode definir, friamente, o que deve ser priorizado ou não. Almeida e Sette (2010, pág. 12) apontam que as pesquisas podem fornecer diagnósticos sobre o pensamento do eleitor, nas mais diversas camadas e segmentos, sob vários aspectos, como suas expectativas, desejos e necessidades. Os dados coletados podem orientar a equipe de marketing do candidato a definir com mais precisão a linha de ação a ser seguida. O modo como a campanha seguirá sendo abordada é definida por meios dessas pesquisas iniciais, que podem moldar a maneira como o candidato irá se comportar, se comunicar e transmitir sua imagem. Sobre as estratégias de comunicação eleitoral, Torquato (2014, págs. 21 e 22) resgata um breve histórico da comunicação política no mundo. Ele destaca os elementos que grandes líderes governamentais e postulantes a presidente usaram ao longo da história. Entre os principais, o autor destaca o uso de jingles, slogans, aproximação com as massas, os modos de difundir as mensagens, os símbolos, e uma série de outros artifícios que visam criar uma marca para políticos e partidos. Métodos do tradicional marketing que, para ele, só tornam a política mais artificial. Durante uma disputa eleitoral, para Mendonça (2001, pág. 58), “o objetivo da propaganda política, é dar ao eleitor condições para desqualificar, de imediato, aquelas 4 Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Rio de Janeiro - RJ – 4 a 7/9/2015 críticas e aqueles comentários desfavoráveis”. Mais à frente, ele5 ressalta que, diferente da publicidade tradicional, a propaganda política tem o papel de convencer o eleitor; o objetivo é conquistar a confiança do público por meio de um argumento transmitido. Para Lavareda (2009, pág. 163) são diversos os meios que as mensagens eleitorais podem usar de plataforma para chegar até o público. Logo, ele diz que elas são transmitidas: Em primeiro lugar, pelo próprio candidato. Sua linguagem verbal e não verbal será o epicentro das atenções do público e da mídia nas concentrações e comícios, nas entrevistas, declarações e nos debates. Em segundo, mas não menos importante, pelos veículos de propaganda: televisão, rádio, internet, jornais, mala direta, panfletos, cartazes, visitas porta a porta, carros de som, telemarketing, e [...] a telefonia celular. [...]. Mendonça (2001, pág. 110) enfatiza o quanto a televisão é importante numa campanha política e qual a dimensão que as mensagens difundidas podem tomar. Ele logo compara o poder de penetração do conteúdo transmitido em um comício e em um programa eleitoral no horário gratuito6, reforçando como em um único programa se pode atingir diversas capitais e milhões de pessoas ao mesmo tempo. Lavareda (2009) destaca as principais qualidades que um comercial político deve conter. Para ele, a produção deve buscar entreter o público, já que a exibição ocorre em meio a programação normal das emissoras. Afinal, o comercial estará dividindo espaço com novelas, telejornais e até mesmo outros anúncios do comércio comum muito mais criativos e atraentes. A chegada do PT à presidência Nessa divisão serão analisados os principais pontos de destaque do trabalho de marketing nessas disputas eleitorais. Aprofundar-se-á nas propostas e estratégias dos candidatos Lula, em 2002 e 2006, e Dilma Rousseff, em 2010. Logo, espera-se corroborar o quanto a comunicação do partido foi eficiente para que ele pudesse chegar e se manter no poder durante esse período. Almeida (2006) ressalta o posicionamento de Lula durante a campanha. O petista, junto com sua equipe de marketing, teve de esforçar ao máximo para mudar sua imagem frente ao eleitorado. Para o autor, o candidato, principalmente no primeiro turno, evitou entrar 5 6 Ibid., pág. 59 Conforme disposto na lei eleitoral nº 9.504, de 30 de Setembro de 1997. 5 Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Rio de Janeiro - RJ – 4 a 7/9/2015 em polêmicas levantadas pelos concorrentes e adotou uma estratégia mais ligada ao centro. Lula assumiu um tom mais moderado, o qual foi importante para não desgastar sua imagem e leva-lo ao segundo turno com 46,4% do votos, de acordo com o TSE7. A campanha vitoriosa de Lula pode ser explicada por três eixos que caracterizaram o posicionamento do petista, os quais Lavareda (2009, pág. 217) destaca: O primeiro era claramente sedativo: [...] tranquilizar os empresários e segmentos de renda mais alta. [...] [...] No segundo eixo, procuravam estimular a sua base eleitores, ampliada pela defecção do campo adversário dos descontentes de 1998. No terceiro, o objetivo era inocular, com regularidade, doses de reforço no sentimento dominante: a aversão em relação ao governo e à continuidade. [...]. O ano de 2002 para o Partido dos Trabalhadores ficou marcado pela alteração de postura da legenda diante da opinião pública. Mais do que isso, uma mudança de hábitos políticos no âmbito interno, principalmente no que se refere a forma de se comunicar perante a sociedade. Sobre isso, Júnior (2012) ressalta que o PT de 1989 era mais incisivo em imprimir sua ideologia na campanha, deixando o marketing de lado. O contrário aconteceu em 2002. O autor reforça que “o Partido dos Trabalhadores [...] nas eleições de 2002, rendeu-se ao marketing político e apresentou Lula vestido de terno, com a barba impecavelmente aparada e com um discurso de ‘paz e amor’.” (2012, pág. 132) Panke (2011, pág. 41) apresenta sua visão sobre a forma com que Lula se apresentou nos programas eleitorais gratuitos na TV, destacando, assim como Júnior (2012), a mudança ocorrida: A campanha apresentou um Lula diferente onde se excluíam os jargões de esquerda e o tom agressivo, antes explorados em closes. [...]. Em diversas exibições, o candidato aparecia sentado a uma mesa de trabalho, tendo ao fundo um cenário de um grande escritório em atividade. Cada edição trazia um assunto diferente e se destacaram especialistas que falaram sobre diversos temas, como emprego, inclusão social, segurança, saúde e habitação. Entretanto, observou-se que as mini novelas apresentadas apelaram mais à emoção do que à razão. A eminência em relação a vitória de Lula àquela eleição, fez a economia do país se deteriorar no meio de 2002, especialmente com as subidas do dólar e do Risco-Brasil – pontos convergidos tanto por Almeida (2006) quanto por Lavareda (2009). Os dois autores 7 TSE, Tribunal Superior Eleitoral. Resultado da eleição 2002. Disponível em: <http://www.tse.gov.br/internet/eleicoes/2002/result_blank.htm>. Acesso em: 18 abr. 2015. 6 Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Rio de Janeiro - RJ – 4 a 7/9/2015 evidenciaram um fator determinante para acalmar os ânimos desconfiados do empresariado brasileiro e do mercado estrangeiro: “A Carta ao Povo Brasileiro”. Nesse comunicado, Lula se responsabilizou a manter as metas de inflação e da política macroeconômica adotadas anteriormente por Fernando Henrique, além de honrar o pagamento da dívida externa com o FMI. Almeida (2006) e Lavareda (2009) divergem em relação à quão moderada e amena foi a campanha do petista. Almeida (2006) defende que Lula, durante toda sua campanha, manteve a coerência com o aspecto profissional que adotou, mesmo quando os adversários criticavam ele por ser ambíguo em suas ideias (linha mais esquerdista ao prometer o fim do desemprego e os pactos sociais para atender as classes mais baixas, por exemplo; e política de direita quando se comprometeu com as bases das políticas econômicas de FHC). Lavareda (2009) tem um pensamento parecido, mas afirma que nos comerciais e programas televisivos, a comunicação transmitia um tom mais negativo, ao tentar despertar a raiva na população sobre o governo. Conteúdo da campanha de 2006 e a reeleição de Lula Sobre as eleições de 2006, analisando o que Lavareda (2009) e Carreirão (2007) viram sobre a campanha de Lula, é possível perceber duas linhas temáticas centrais. A primeira era sobre as obras, conquistas e realizações do governo ao longo dos quatro anos no poder, como o Bolsa Família, crescimento do PIB, queda da taxa de juros, inflação e do valor do dólar frente ao real etc. No segundo segmento, coube a equipe de comunicação do petista montar um esquema que fizesse Luís Inácio se defender, questionar e diminuir os efeitos de denúncias lançadas pelos concorrentes. Entre essas acusações estavam a tentativa de associar o então presidente ao “mensalão” e ao “escândalo do dossiê”. Para Lavareda (2009, pág. 229), tais fatos teriam favorecido a Alckmin, já que acabou “despertando a ansiedade em uma fatia significativa de eleitores, antes predispostos a votar nele, mas que foram levados a adiar a decisão.” Panke (2011) atribui vantagem as mensagens em que o petista associava o desenvolvimento na área social com a ênfase em um jingle insistentemente empregado nas peças midiáticas da campanha: “É Lula de novo, com a força do povo”. O slogan, para a autora, reforçava os laços de união entre governo e a população, especialmente as classes mais pobres – as mais beneficiadas pelos programas assistencialistas e populares de Luís Inácio. A pesquisadora destaca, ao longo de sua análise, a importâncias de outros aspectos nas 7 Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Rio de Janeiro - RJ – 4 a 7/9/2015 mensagens eleitorais da campanha. Para ela, o uso predominante das cores da bandeira brasileira, a propagação das aparições do candidato junto ao povo em eventos e comícios e a manutenção do posicionamento de um político estadista e centrado foram pontos favoráveis. Figura 1. Cartaz de campanha de Lula à presidência em 2006 8. O segundo turno de 2006, assim como foi em 2002, marcou uma mudança na postura da comunicação do PT. Um elemento convergente levantado por Carreirão (2007), Lavareda (2009) e Panke (2011) foi o uso de mensagens comparativas – especialmente entre o que foi feito no primeiro governo do PT e o antigo do PSDB. Nesses conteúdos, os programas eleitorais de Lula tentavam associar a imagem de Alckmin às privatizações, em uma clara alusão a política de abertura econômica de FHC. Em 2006, Lavareda (2009) identifica um Lula que destacou mais em suas mensagens as suas realizações após quatro anos de governo. O discurso já não era mais voltado para mudanças, e sim para a continuidade. A manutenção no poder proposta pelo PT era percebida em sua comunicação, especialmente quando o partido colocava como tema de seus programas os desenvolvimentos sociais conquistados ao longo do mandato. O autor atribui muito desse sucesso a criação do Bolsa Família. Há de se levar em conta, da mesma forma, os pontos em comum na comunicação do partido em relação a essas duas eleições. Panke (2011) atribui dois elementos: o tom moderado do primeiro turno, a agressividade proposta no segundo turno [o que Lavareda 8 Imagem retirada de: <http://goo.gl/5Z1O3eG> [link encurtado]. Disponível em: <http://canleira.blogspot.com.br/2010/10/experiencia-da-esquerda-brasileira.html>. Acesso em: 16 mai. 2015. 8 Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Rio de Janeiro - RJ – 4 a 7/9/2015 (2009) vê como mensagens negativas, aliás, o autor reconhece esse sentimento proposto nas peças de campanha também no primeiro turno das duas eleições] e a implementação da imagem de estadista. Características na comunicação do PT nas campanhas de 2002 e 2006 Pontos em comum Elementos que se alteraram Tom ameno no primeiro turno; Postura mais crítica, agressiva e negativa no expectativa de mudança gerada pela opinião segundo turno; pública; Imagem de estadista. 2002: Mensagens eleitorais focadas na 2006: Comunicação voltada na intenção de promover o continuísmo. Tabela 1. Características na comunicação do PT nas campanhas de 2002 e 2006. Lavareda (2009) acredita que o campo das emoções pode explicar mais um sucesso petista. Ele atribui mais uma vitória a ansiedade, ao medo e a raiva despertada na população. A ansiedade na faixa mais pobre, beneficiada pelos programas sociais do governo. O medo da volta de um período que, anteriormente, terminou mal sucedido aos olhares da opinião pública. E a aversão estimulada nas críticas ao adversário “tucano”. O que resta saber é se, na eleição seguinte, todos os fatores listados a respeito dessa eleição de 2006 explicarão a conquista de Dilma Rousseff – visto que novos elementos caracterizaram essa eleição. O marketing na campanha de Dilma em 2010 Lula se manteve à frente do governo durante oito anos, e no seu segundo mandato o país seguia apresentando melhoras em seu quadro socioeconômico. O governo gozava de uma popularidade recorde durante todo o seu período. Segundo informações levantadas pelo Datafolha (2010), há dois meses da eleição, em agosto, os que consideravam o mandato petista ótimo ou bom eram 79%. Ao final de 2010, com o resultado das eleições já definido, a aprovação de Lula era de 83% ante 4% dos que declaravam que seu governo era ruim ou péssimo. Para Panke (2011) e Silva e Leal (2011), 2010 foi o ano que teve, em uma eleição presidencial, o marketing com papel fundamental. Eles creditam a ascensão de Dilma Rousseff ao trabalho que sua equipe de comunicação teve para alavancar sua imagem ao eleitorado. Os autores, sobre isso, convergem em um elemento comum nessa estratégia: ancorar a imagem da candidata com a do ex-presidente Lula. 9 Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Rio de Janeiro - RJ – 4 a 7/9/2015 Panke (2011, pág. 43) acredita na eficácia da força que Lula propiciou à campanha de Dilma. Em sua análise, pesquisadora aponta que de 40 programas veiculados no horário gratuito de propaganda eleitoral de Dilma, o ex-presidente esteve presente em 24 deles. Dados que representam 60% de participação dos dois políticos no mesmo programa. Peixoto e Rennó (2011) atribuem a vitória de Dilma Rousseff a um conjunto de fatores. Entre eles a avaliação positiva do governo e a ascensão econômica de uma parcela significativa da população, conhecida como “a nova classe média”. Silva e Leal (2011) acreditam que o eleitorado a aceitou como a substituta de Lula no governo e que o fato dela ser desconhecida foi limitado até que começasse o trabalho da equipe de marketing para torna-la popular. Na campanha de Dilma à presidência da república em 2010, pôde-se notar o eficiente trabalho de marketing. Foi assim com Lula nas duas disputas anteriores, em 2002 e 2006. Essa atuação ocorreu especialmente na imagem da candidata, mais especificamente na linguagem e na estética, conforme destaca Panke (2011). O primeiro ponto, já destacado no parágrafo anterior, segundo a visão de Panke (2011), ocorreu no aspecto visual da candidata. Para Silva e Leal (2011, pág. 6) a imagem “ríspida e sisuda” de Dilma precisou ser desvencilhada dela. A intenção, segundo os autores, era de aproximá-la ao público, transmitindo uma personificação mais acolhedora e amigável com os eleitores. Figura 2. Evolução do visual de Dilma Rousseff durante 5 anos até as eleições de 2010. MMdaMODA (2010) A imagem acima reforça a importância do visual do candidato nas campanhas. Tal afirmativa vai de encontro ao que pensa Almeida (2006) em relação à mudança que ocorreu na imagem de Lula em 2002. Logo, nota-se uma semelhança nesse aspecto entre as duas candidaturas, ambas do mesmo partido. Ao longo de sua análise sobre a comunicação e a 10 Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Rio de Janeiro - RJ – 4 a 7/9/2015 evolução na imagem de Dilma, Panke (2011) mostra que o objetivo era de “humanizar” e popularizar a candidata aos olhos do povo. Outro item inerente a imagem da candidata é a linguagem usada. Panke (2011, pág. 42) analisa a alteração na temática das falas de Dilma. Se antes, quando ela ainda era ministra de Minas e Energia, e após passou a se tornar ministra da Casa Civil, o discurso era marcado pelo tecnicismo, para a autora, isso não se repetiu a partir de 2009. A partir daí o que se viu foi uma lapidação do seu discurso, então “mais generalista e eloquente”. Análise da popularidade de Lula e a influência das políticas sociais Evolução da aprovação (avaliações como ótimo ou bom) do governo Lula entre 2003 e 2010 100 64 50,5 35 43 72 83 48 80 60 28 40 20 0 Jun.2003 Ago.2004 Dez.2005 Out.2006 Ago.2007 Set.2008 Dez.2009 Nov.2010 Aprovação (ótimo ou bom) Gráfico 1. Popularidade do Governo Lula entre 2003 e 2010. Adaptado. (DATAFOLHA, 2010).9 Para entender a popularidade conquistada por Lula ao longo dos seus oito anos de governo, primeiro é preciso que se entendam os números. Após suceder FHC, que terminou o mandato com 26%10, o novo presidente, com seis meses no poder, subiu em 17% a avaliação positiva deixada pelo peessedebista. A primeira significativa queda na avaliação positiva se deu em 2005, justamente o ano que estourou o “escândalo do mensalão”. Luís Inácio logo se recuperou no ano seguinte, quando foi reeleito e, apesar de uma leve queda em 2007, voltou a subir até atingir o patamar de 83%, o maior entre os presidentes avaliados pelo Datafolha desde Collor. Figueiredo (2008) acreditava que Lula não era um presidente normal. O autor afirma que o eleitor se comportava como um “torcedor” e que o petista era um “presidente-ídolo”. Para Figueiredo, o fato de Luís Inácio falar a linguagem do povo, ter origens pobres e ter 9 O valor referente ao mês de Outubro de 2006 é um média dos resultados de 4 pesquisas realizada pelo Datafolha nesse mês: 1ª Pesquisa: 6 out.; 2ª Pesquisa: 10 out.; 3ª Pesquisa: 16 e 17 out.; 4ª Pesquisa: 23 e 24 out. 10 Datafolha (2002). 11 Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Rio de Janeiro - RJ – 4 a 7/9/2015 propiciado o avanço econômico justamente dessa faixa da sociedade, são elementos que justificariam Lula passar quase ileso diante de problemas que atingiram seu governo. Entre os tais avanços econômicos que Figueiredo destaca, está o proporcionado pelo Bolsa Família. O programa de distribuição de renda direta para famílias com renda per capita menor que 77 reais mensais teve início em 200411. O número de famílias beneficiadas saltou de 6.571.839, em 2004, para 12.778.220, em 2010, segundo o IPEA12. O autor considera que o apoio dessa parcela da população foi importante para manter Lula no poder. Em seu livro, Figueiredo (2008, pág. 29) destaca que somando-se as pessoas que estariam entre as Classes C, D e E chega-se a uma cota de 71% do eleitorado, que para o autor “é capaz de decidir qualquer pleito.” Sobre o Bolsa Família, Lavareda (2009) defende, assim como Figueiredo, que o programa teve um papel importante na boa avaliação de Lula. O autor pensa que a possibilidade de municiar financeiramente as classes mais pobres veio em função do crescimento econômico vivido pelo país. Não só isso, o autor destaca os valores do Bolsa Família que aumentaram ao longo do tempo, bem como o número de pessoas contempladas com o benefício. Nesse trecho do texto foi possível analisar brevemente como se desenvolveu a boa avaliação do mandato de Lula. A popularidade foi conquistada com os avanços econômicos, especialmente para os mais pobres. Aliás, Lavareda (2009) é um dos defensores de que a boa percepção da economia por parte da população é uma impulsionadora das avaliações positivas de um governo. Conclusão O presente trabalho articulou como o marketing pode atuar na esfera das campanhas políticas. O objeto estudado, mais especificamente, foi a promoção e a manutenção do Partido dos Trabalhadores entre 2002 e 2010. Foram tratadas, com detalhes, as estratégias de marketing e comunicação eleitoral atreladas às eleições de 2002, 2006 e 2010, entre elas duas disputadas encabeçadas por Lula e a última por Dilma Rousseff. Com os dados analisados nessa pesquisa, confirma-se a validade da primeira hipótese. Ela certifica que o trabalho do marketing ao longo dos anos de disputas eleitorais e de 11 Informações retiradas de: <http://www.mds.gov.br/bolsafamilia>. Acesso em: 09 mai. 2015 Os dados completos estão disponíveis no site do IPEA (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas): <http://www.ipeadata.gov.br/>. Acesso em 15 mar. 2015. 12 12 Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Rio de Janeiro - RJ – 4 a 7/9/2015 manutenção do governo foi fundamental para promover e manter o PT na presidência da república. Foi possível fundamentar tal possibilidade a partir de cinco pontos conclusivos. O primeiro ponto está na atuação do marketing para reformular a imagem do partido e de Lula para as eleições de 2002. Elaborou, no programa de governo, a Carta ao Povo Brasileiro em um momento de desconfiança do mercado internacional e com empresários brasileiros a respeito de uma possível instabilidade econômica, até então especulada caso se concretizasse a vitória de Luís Inácio. A estratégia adotada atraiu investidores e transformou a campanha como a maior recebedora de recursos financeiros por meio de doações legais. O segundo ponto está nas eleições de 2006 e uma nova vitória de Lula. A comunicação eleitoral da campanha petista apostou nas realizações feitas pelo governo nos quatro anos de mandato, além de apelar para o uso mais denso de mensagens que estimulassem sentimentos negativos após o primeiro turno. O PT, em um tom mais crítico no segundo turno, se utilizou de conteúdos cognitivos que incitava o medo na população, medo esse de um possível retorno do PSDB ao poder, e, com isso, uma possível extinção dos benefícios iniciados a população mais pobre, como o Bolsa Família, por exemplo. O Bolsa Família, aliás, é um outro ponto que contribui com a validação da primeira hipótese. Não só pelo fato de ser um programa de distribuição de renda direta e ajudar milhões de famílias necessitadas desse dinheiro, o que há de se destacar é como o governo se aproveitou desse auxílio como temática em suas eleições. Especialmente nas eleições de 2006, foi usado para estimular sentimentos como o orgulho e o medo, mais precisamente no público beneficiado pelo programa. O avanço econômico, especialmente da chamada “nova classe média” brasileira, é o quarto ponto conclusivo desta pesquisa. Sua importância está em sustentar e alavancar a popularidade de Lula ao longo dos seus oito anos de governo. Como se viu ao longo do texto, uma boa avaliação de um presidente está diretamente ligada a situação econômica do país, e, neste caso, da população mais pobre, que, por conseguinte, era a que mais votava em Luís Inácio em suas disputas. O quinto ponto é a vitória de Dilma Rousseff nas eleições de 2010. Mas o que há de se ressaltar foi o trabalho de reconfiguração da imagem da candidata ao longo do tempo, sobretudo no ano eleitoral. Vale destacar a mudança visual de Dilma juntamente com a passagem dos anos. A reformulação ocorreu não só no campo estético, mas, também, no discurso da petista. Por fim, o que se propõe, a profissionais e pesquisadores na área de comunicação governamental e partidária, especialmente os que estejam envolvidos diretamente em uma 13 Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Rio de Janeiro - RJ – 4 a 7/9/2015 disputa eleitoral, é uma discussão acerca do quanto o setor de marketing pode ser influente em uma estrutura de campanha. Ao trazer essa proposição para o cenário nacional, abordado neste estudo, sua relevância é ainda maior, pois se trata de organizar, em uma posição central, uma candidatura que poderá modificar os rumos de um país. Logo, o que se espera é alimentar o debate sobre até que ponto o profissional de publicidade ou marketing, que gerencia uma campanha política, pode ter relevância suficiente para que suas medidas sejam percebidas durante e após uma eleição. REFERÊNCIAS ALMEIDA, Alberto C. Por que Lula? O contexto e as estratégias políticas que explicam a eleição e a crise. Rio de Janeiro-RJ: Record, 2006; FIGUEIREDO, Rubens. Marketing político em tempos modernos. Rio de Janeiro: KonradAdenauer-Stiftung, 2008. caps. 2 e 3; JÚNIOR, Achiles B. F. Marketing Político e Eleitoral: uma analogia entre o mundo corporativo e a política. Curitiba-PR: Editora Intersaberes, 2012; LAVAREDA, Antônio. Emoções Ocultas e Estratégias Eleitorais. Rio de Janeiro-RJ: Editora Objetiva, 2009; MENDONÇA, Duda. Casos e Coisas. São Paulo-SP: GLOBO, 2001; TORQUATO, Gaudêncio. Novo manual de marketing político. São Paulo-SP: Sammus Editorial, 2014. p. 1-26; ALMEIDA, Ivana C.; SETTE, Ricardo de S. Marketing político: a arte e a ciência. Artigo – XXXIV Encontro da EnANPAD. Disponível em: <http://www.anpad.org.br/admin/pdf/apb2534.pdf>. Acesso em: 01 fev. 2015; CARREIRÃO, Yan de Souza. A eleição presidencial brasileira de 2006: uma análise preliminar. Dossiê – Periódico – Política & Sociedade, Curitiba, nº: 10. p. 91-116, 2007. Disponível em: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/politica/article/viewFile/1686/1430>. Acesso em: 25 fev. 2015; LIMA, Marcelo O. Coutinho de. Marketing Eleitoral. E-book - Ridendo Castigat Mores, 2002. Disponível em <http://www.ebooksbrasil.org/adobeebook/mktpol.pdf>. Acesso em: 01 fev. 2015; PANKE, Luciana. Análise Comparativa entre as Campanhas Eleitorais dos Brasileiros Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva. Artigo – Universidade Federal do Paraná. ComHumanitas, Volume 3. p. 39-47. Disponível em: <http://www.revistacomhumanitas.org/index.php/comHumanitas/article/download/30/pdf>. Acesso em: 18 out. 2014; PEIXOTO, Vítor; RENNÓ, Lúcio. Mobilidade social ascendente e voto: as eleições presidenciais de 2010 no Brasil. Periódico - Opinião Pública, Campinas, vol. 17, n2, Novembro, 2011, p. 304-332. Disponível em <http://www.scielo.br/pdf/op/v17n2/a02v17n2>. Acesso em: 23 abr. 2014; 14 Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Rio de Janeiro - RJ – 4 a 7/9/2015 SILVA, Emilly C. de S.; LEAL, Paulo R. F. Estratégias de comunicação da campanha eleitoral da candidata Dilma Rousseff: do anonimato à presidência. Artigo – Intercom. XXXIV Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Recife, PE. Universidade Federal de Juiz de Fora, 2011. Disponível em: <http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2011/resumos/R6-0984-1.pdf >. Acesso em: 23 abr. 2015; MMdaMODA. Moda x Política: Gestão de Imagem. Disponível em: <http://www.mmdamoda.com.br/2010/11/moda-x-politica-gestao-de-imagem.html>. Acesso em: 15 mai. 2015; DATAFOLHA. Avaliação Lula. Avaliação governo Lula dezembro 2010. Gerência de Pesquisas de Opinião do Datafolha, de 17-19 nov. 2010. Disponível em: <http://media.folha.uol.com.br/datafolha/2013/05/02/aval_pres_20122010.pdf>. Acesso em: 05 out. 2014; ____________. Intenção de voto para presidente da República. Gerência de Pesquisas de Opinião do Datafolha, 08-09 set. 2014. Pesquisa - PO813760. Disponível em: <http://media.folha.uol.com.br/datafolha/2014/09/11/intencao_de_voto_e_avaliacao_presidente.pdf>. Acesso em: 17 set. 2014; TSE, Tribunal Superior Eleitoral. Resultado da eleição 2002. Disponível em: <http://www.tse.gov.br/internet/eleicoes/2002/result_blank.htm>. Acesso em: 18 abr. 2015; 15