A QUESTÃO REGIONAL EM DEBATE: breve resgate histórico da gênese e transformação da chamada “questão regional brasileira” 1 Selma Maria Silva de Oliveira Brandão 2 Marli Alcântara Ferreira Morais Resumo: O artigo aborda o debate sobre a temática da “questão regional” brasileira, resgatando sua gênese e transformação ao longo do tempo. A partir de aportes teóricos, evidencia a inserção do tema na agenda pública e bases das diferenças que ocorrem no desenvolvimento regional, principalmente do Nordeste em relação a São Paulo. Palavras-chave: Questão regional, Unidade Nacional Planejamento Abstract: The article approaches the debate on the thematic “Brazilian regional question”, rescuing its genese and transformation throughout the time. From its arrival in port theoretical, it evidences the insertion of the subject in the public agenda and bases of the differences that occur in the regional development, mainly Nordestet in relation to São Paulo. Key words: Regional ruestion. National Unit. Planning 1 2 Mestre. Universidade Federal do Maranhão. E-mail: [email protected] Doutora. Universidade Federal do Maranhão. E-mail: [email protected] 1 INTRODUÇÃO A introdução da questão regional na agenda pública brasileira somente ocorreu a partir dos anos 1950, quando efetivamente tornou-se uma questão de Estado. No entanto é notório que o fato de uma questão entrar na agenda pública, em uma determinada conjuntura, não significa necessariamente que a mesma tenha ali se originado. Mas foi no final dessa década que o debate sobre a questão regional brasileira, assim considerada, sobretudo, como “atraso” do Nordeste comparado ao Sudeste, tornou-se mais aguda, colocando na agenda pública brasileira a discussão macro-regional, que culminou nos planejamentos regionais pelo Estado3. O presente artigo tem o propósito de abordar tais questões tomando como referência a análise de autores como Cano (1977), Bacelar (1985), Oliveira (1993, 1999) e Natal (2002, 2006) Para Natal (2002), isso é o resultado de um deslocamento do centro de gravidade da relação Estado-mercado em direção a este último, direcionando as perspectivas de planejamento para a idéia dos micro-espaços, do planejamento estratégico, do planejamento das cidades, dos centros históricos. Nesse sentido, Aparentemente, como nos afirma Natal (2003), falar de planejamento e de desenvolvimento regional nessa conjuntura conflita com a satanização do Estado e com as virtudes do mercado postas pelo neoliberalismo. Entretanto, trata-se de um debate contemporâneo e necessário, considerando as inúmeras e irresolutas questões que permanecem quando se aborda a temática. 2 GÊNESE E TRANSFORMAÇÃO DA QUESTÃO REGIONAL NO BRASIL: Alguns indicadores. 3 Nesse sentido, a criação de diversas instituições, a partir de 1959 indicam uma ação permanente de planejamento regional no Brasil, com destaque para a criação de vários órgãos ditos de “desenvolvimento”: SUFRAMA, SUDAM, SUDENE, CODEVASF, SUDEVASP, SUDESUL e SUDECO. No século XX, o Nordeste passou a ser reconhecido como uma “região problema” para o Brasil; área decadente que necessitava de um planejamento governamental para se desenvolver. Por outro lado, é sabido que o Nordeste foi a primeira região do país a desenvolver uma certa atividade econômica, fornecendo os primeiros produtos vegetais extraídos da colônia e que eram vendidos na Europa. Além desse aspecto, a exploração da cana- de- açúcar colocou a região como a mais explorada nos primeiros dois séculos da colonização. No Brasil, portanto, o problema das disparidades regionais de desenvolvimento é evidenciado somente a partir da década de 1950, pela imprensa e nos debates políticos, no momento em que, supostamente se completou o processo de integração das diversas economias regionais de desenvolvimento, numa perspectiva de economia nacional unificada. Para Oliveira (1993, p. 45), a Questão Regional no Brasil data do final do século XIX, representando “[...] antes de tudo, e, sobretudo, o caso de uma unidade nacional mal resolvida”. Esta unidade resulta do “[...] processo de competição entre burguesias nascentes, de um lado, e, de outro, das alianças que elas conseguem estabelecer com uma burocracia imperial propriamente dita” (p.46), desconsiderando inclusive o caráter revolucionário dos movimentos populares (Cabanada, Farroupilha, Praiera, dentre outros) De acordo com o autor, a resolução satisfatória da unidade nacional evidencia ser esse “[...] um dos mitos brasileiros mais bem construídos” (OLIVEIRA, 1993, p.45). Nesse sentido, destacam-se como elementos confirmadores dessa unidade nacional: a preservação do nosso imenso território e a garantia dessa unidade nacional pela Coroa nascente ou pelo imediato reconhecimento de nação pelas grandes potências européias. Assim, para Oliveira (1993, p.62) ”[...] a Questão Regional no Brasil classicamente refere-se ao Nordeste”, e foi constituída no final do século XIX, como resultado da forma de resolução do mercado de trabalho e da terra, pela economia em expansão, no caso a cafeicultura do Sudeste, notadamente a economia paulista. Conclui que a ‘[...] unidade nacional mal resolvida é simultaneamente a resolução da questão do Estado Nacional, a qual somente é assegurada na medida em que as questões do mercado de trabalho e da terra são enquadradas pelas novas classes dominantes (OLIVEIRA, 1993, p.47). Mas, ao solucionar seus problemas de mercado e terra, a economia paulista “[...] congela quase que simetricamente os mesmos problemas de mão de obra e de terras nas demais regiões”, causando uma segmentação sem precedentes do mercado de trabalho, cujo componente étnico se apresenta fortemente arraigado”. Assim para o autor, a Questão Regional “[...] é basicamente, a história da resolução da questão do mercado de trabalho, a qual vai ter conseqüências sobre a irresolução da questão agrária. Ela é essa summa”.. Portanto, a questão da mão de obra - um clássico componente da Questão Regional, que data do século XIX - e a questão agrária (irresoluta) - têm segundo o referido autor, suas gêneses praticamente simultâneas em forma e fundo. A questão agrária e o mercado de trabalho constituem-se em entraves ao processo de acumulação, impedindo, portanto, a circulação ampliada de capitais, que segundo Oliveira (1993, p.52) é “[...] travada pela própria fratura na unidade nacional, ou pelas formas inacabadas ou imperfeitas de sua resolução”. Essa unidade nacional foi composta por uma ordem capitalista e uma ordem política oligárquica, muitas vezes, numa surda luta entre capitais agrários e industrias e agro-industriais, cuja unificação se deu pela política e não pelo mercado. Para Cano (1985, p. 63), aproximadamente em 1870 a dinâmica comandada pelo café articulada a partir de São Paulo, possibilitou a construção de uma divisão territorial do trabalho e construção das regiões. Entretanto, no geral, esses “[...] complexos regionais eram pouco integrados, tendo cada região sua própria economia”. Embora a lógica de acumulação não se diferencie no imenso território brasileiro, a indústria nacional se concentra em São Paulo, exprimindo um processo de integração do mercado brasileiro, comandado a partir dessa região (CANO, 1977; BACELAR,1985). Muito embora a economia brasileira do período colonial tenha sido fortemente marcada pelos ciclos do açúcar e do ouro, no período que vai da independência até 1930, esta economia, e por que não dizer, toda a sociedade brasileira sofreu a influência decisiva do café, tão logo os capitais gerados direta ou indiretamente pela cafeicultura propiciaram as condições necessárias para o desenvolvimento industrial no país, firmando as bases para o efetivo processo de industrialização no contexto do modo capitalista de produção. Logo, é no Sudeste que a atividade industrial encontrou, sob todos os aspectos, as melhores condições para esse desenvolvimento, principalmente na cidade de São Paulo. Cano (1977) entende que se o que se evidenciou no espaço geográfico brasileiro, até o final do século XIX, pode ser assimilado a um verdadeiro mosaico econômico, resultado das diferentes experiências exportadoras, a produção cafeeira teve dinâmica própria. O seu deslocamento para São Paulo conjugou terras férteis e mudanças nas relações de trabalho, o que contribuiu para que o referido estado se transformasse no maior produtor nacional já nas primeiras décadas do século XX, conduzindo a um processo de concentração. Processo este, cujo início data da segunda metade do século XIX, inicialmente com a produção agrícola e, posteriormente, com a produção industrial, seguindo de forma sustentada durante o século XX, até aproximadamente 1970. Diferentemente das regiões produtoras mais antigas, em São Paulo o café desenvolveuse articulado com a produção mercantil de alimentos, com o transporte ferroviário, com serviços urbanos complementares. O estado de São Paulo assumiu, assim, gradativamente a posição de região mais desenvolvida do Brasil, em todos os sentidos, atraindo população de outras regiões do país e do exterior (CANO,1977). Entre 1907 e 1919, a indústria paulista dá um salto qualitativo de 8,5 vezes, alterando sua participação na indústria brasileira de 15,9% para 31,5% (CANO,1977). Ainda segundo o mesmo autor, essa tendência à concentração efetivamente lançou as bases de uma divisão internacional do trabalho no Brasil, marcada pelo predomínio da economia paulista. A dinâmica comandada pelo café, fortemente concentrada em São Paulo, congregou todos os elementos indispensáveis para o processo de industrialização do país, quais foram, o café, o imigrante, o mercado consumidor e os capitais disponíveis, os quais foram se articulando concentradamente nesta localidade desde o início do século XX. Portanto, para Cano (1977), enquanto algumas áreas perderam posição na disputa pela industrialização, no conjunto do país (notadamente o Nordeste), São Paulo soube se destacar, evidenciando, um determinado tipo de concentração, que se define como exportadora de produtos industriais para o restante do país, e este, por sua vez, fornece à economia paulista tanto os gêneros alimentícios, quanto matérias primas. Entre 1907 e 1919, São Paulo torna-se líder na produção industrial, cujo crescimento é superior aos demais estados da federação. Assim, reforça o nosso autor, de maneira geral, durante esse período, a periferia nacional perdeu posição relativa, com exceção de alguns estados próximos a São Paulo (Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina). Analisa ainda que esse deslocamento cada vez mais intenso dos antigos e tradicionais supridores do mercado de São Paulo, tendo em vista o processo de concentração iniciado entre 1907 e 1919, coloca em evidência o grande dinamismo da economia paulista, explorando “[...] crescentemente toda e qualquer oportunidade diversificadora em sua própria região” (CANO, 1977, p.252). Nessa escalada depressiva, o Nordeste parece ter sofrido o maior impacto, considerando duplo condicionamento exterior na sua base produtiva, de algodão e de açúcar, destacados pelo já citado autor: condições adversas do mercado internacional, condicionada à economia paulista- seu principal mercado; débeis relações capitalistas de produção na base de sua economia; estrutura de propriedade e de renda concentradas; vulnerabilidade de sua inserção internacional através do açúcar e do algodão. Esse duplo condicionamento, segundo Cano (1977) acaba atingindo as demais regiões, com exceção de Minas Gerais, possibilitando um maior crescimento apenas para os segmentos industriais que atendessem as demandas da economia paulista. Ao fazer um balanço das economias regionais, o autor destaca as principais dificuldades enfrentadas para tais economias alcançarem uma maior dinâmica: a) Amazônia - dificuldade em reter o excedente gerado pela expansão da extração da borracha, cujo capital comercial não se metamorfoseia em capital produtivo; b) Extremo Sul – economia pulverizada; c) Guanabara – drenagem do excedente da cafeicultura fluminense, capixaba e parte da mineira; d) Centro-Oeste - pouco ocupado economicamente; Já concluindo sua análise, Oliveira (1993) destaca que a “perda” das demais regiões não foi decorrente somente da produção industrial paulista – cujas plantas das principais indústrias foram implantadas para operar em escala nacional -, mas também pelo desempenho satisfatório de sua agricultura, que supriu as necessidades alimentícias de sua força de trabalho e de abastecimento da indústria nascente. Como analisa Cano (1977), se há uma intensa restrição dos mercados exteriores para as demais economias regionais, não se pode considerar que foi pela apropriação de recursos oriundos da “periferia nacional”, que São Paulo alcança o seu dinamismo. Ao concluir, portanto, ressalta que: [...] a ‘periferia’ perdeu o ‘Jogo’, tanto pela sua débil integração ao comércio internacional quanto, e principalmente, por não ter desenvolvido relações capitalistas de produção mais avançadas e, por isso, não ter diversificado suficientemente sua estrutura econômica (CANO, 1977, p.259). É nestes termos que, para Natal (2006), a exteriorização da problemática regional no Brasil, nos anos 1950, não deve levar-nos a perder de vista que a centralidade de São Paulo, datada do final do século XIX, é também a chave analítica para a compreensão da gênese da chamada questão regional. Nesse sentido, para Oliveira (1993), o ocorrido em São Paulo não foi obra e graça apenas das forças civilizadoras do capital como, de alguma maneira resulta da leitura de Cano (1977). O autor conclui que a transferência do motor da divisão social do trabalho da agricultura para a indústria que se evidencia nos primeiros anos do século XX, traz São Paulo no topo, com a possibilidade concreta de resolver a Questão Regional, e, portanto, da unidade nacional. Por todo o seu dinamismo, São Paulo teve possibilidades concretas de fazer ou refazer essa unidade nacional, forjada pela hegemonia paulista, sobretudo na passagem dos anos quarenta para os anos cinqüenta do século XX, quando estava representada no imaginário popular a idéia de que havia um futuro no Brasil. Hegemonia no sentido gramsciano, da construção de um “[...] mito, de uma visão de mundo, de uma forma de conceber, de uma unidade que, de alto a baixo, repete a mesma ladainha” (OLIVEIRA,1993, P.53). Ainda segundo o mesmo autor: Gradualmente, com a própria expansão da circulação de mercadorias, São Paulo vence , domina, mas não hegemoniza. Porque seu mecanismo de dominação é o mercado, e este é insuficiente para forjar a hegemonia. Derrubadas as fronteiras estaduais, a industrialização avança celeremente. Durante uma década, que para todo mundo desenvolvido foi de profunda depressão, a economia nacional iniciou um movimento ascensional, transferindo o motor da divisão social do trabalho da agricultura para a indústria, cujo fôlego final somente expira rigorosamente nos anos 80 (OLIVEIRA,1993, p.52). Para Oliveira (1993), foram muitos os motivos que colaboraram para o fracasso da construção dessa hegemonia por parte de São Paulo: de ordem política, burocráticas e culturais. Somadas ainda, às difíceis relações com a diversidade nacional, no campo da burocracia, da formação da cultura brasileira, dentre outros. Nesse sentido o autor destaca que: a burguesia paulista virou as costas para o Estado brasileiro do ponto de vista dos interesses mais gerais que cabia ao Estado atender – não fecundando o Estado do ponto de vista da burocracia; estabeleceu uma relação problemática com a cultura brasileira, não conseguindo se tornar nacional. Uma das principais conseqüências dessa “hegemonia inacabada” para as fraturas da sociedade é a “[...] aliança de interesses entre a burguesia industrial e oligarquias agrárias retrógradas, que deixou intacta a questão agrária, irresoluta a questão do mercado de trabalho no campo” (OLIVEIRA, 1993, p.59). Em outra importante análise, Oliveira (1999) acrescenta que a burguesia nacional ascendeu ao poder sem qualquer ruptura com as estruturas de dominação antes existentes no Brasil, ao contrário por exemplo do que significou a Revolução Francesa. Mais que isso, as transformações que o capitalismo introduz na estrutura de relações sociais, acirraram o sistema de dominação de classe, com o que a burguesia reage sempre sob a forma de ditadura. “Todo o esforço de democratização, de criação de uma esfera pública, de fazer política no Brasil decorreu quase que por inteiro da ação das classes dominadas” ressalta o autor (OLIVEIRA, 1999, p.60). Nos anos 1930, é destaque a tentativa de construção dos partidos de classes. Na década de 1950, a pressão política da classe trabalhadora leva a uma abertura do varguismo. Assim, continua o autor, a luta por reformas de base, reforma agrária, unificou trabalhadores e efervesceram os movimentos populares Em resposta, as burguesias nacional e internacional, aliadas com o velho latifúndio, decretaram, em 1964 a mais danosa de todas as Ditaduras à sociedade brasileira. O golpe significou, segundo OIiveira (p.60), o esforço desesperado de anular a construção política que as classes dominadas haviam realizado no país desde os anos 1930. Morte, silêncio e mais uma vez a destituição da fala, restando como porta-voz apenas o Partido Comunista Brasileiro. Porém, se o [...] Nordeste parece ser o centro da revolução: ele é apenas a demonstração de sua impossibilidade, de um lado, e do fracasso definitivo da burguesia brasileira, de outro. A reivindicação de reforma agrária no Nordeste não se destinava a viabilizar o capitalismo no campo no Brasil, mas a solucionar a questão agrária e a questão do mercado de trabalho, e sua summa, a questão regional. O ponto de fuga da resolução é dado no Sudeste, mas o estrondo, no Nordeste. (OLIVEIRA,1993, p.60) CONCLUSÃO Sinteticamente, a questão regional que explode na agenda pública e governamental nos anos 1950 seria a expressão da unidade nacional mal resolvida, sendo expulsa da discussão nacional pela força do regime político-militar ditatorial de 1964 no Brasil ( NATAL, 2006). A década de 70, do século passado, foi atravessada por uma intensa crise, com repercussões em todo o mundo. A partir do retorno do ideário neoliberal, cuja tônica é a de satanização do Estado e de endeusamento do mercado, como elemento primordial para regular as relações sociais, a ideologia burguesa propaga para os países periféricos um receituário bem conservador, cuja tônica para o desenvolvimento vigora entre nós desde o final dos anos 1980, com o título de Consenso de Washington. O passaporte brasileiro para o admirável mundo “globalizado” se consolidou na década de 1990. Nesse contexto, segundo Araújo (2000), muitos estudos chamam a atenção para a forma como vem se dando a inserção do país no mercado globalizado, pois ao contrário do que se poderia imaginar, a Globalização reforça as estratégias de especialização regional. Para a autora, A nova organização dos espaços nacionais tende a resultar, de um lado, da dinâmica da produção regionalizadas das grandes empresas (atores globais) e, da resposta dos Estados Nacionais para enfrentar os impactos regionais seletivos da globalização. No Brasil dos anos recentes, essa resposta governamental não é marcada pela proatividade, e isso impacta na nova dinâmica regional. [...] Nos anos recentes, as decisões dominantes tendem a ser as do setor privado, dada a crise do Estado e as novas orientações governamentais, ao lado da evidente indefinição e atomização que têm marcado a política de desenvolvimento regional no Brasil. (ARAÚJO,2000, p.328 e 329). Assim, é que, sob a ideologia neoliberal, altera-se profundamente o debate e mesmo os rumos acerca da questão regional brasileira, que compreendida em seus traços mais tradicionais seria coisa do passado - para alguns autores - diante das profundas mudanças sócio-espaciais verificadas no território brasileiro nas décadas de 1980 e 1990, em decorrência da falta de um projeto nacional de desenvolvimento. Mas, como podemos evidenciar, a questão permanece aberta. REFERÊNCIAS . ARAÚJO, Tânia Bacelar de. Ensaios sobre o desenvolvimento brasileiro: heranças e urgências. Rio de Janeiro: Revan: Fase, 2000. CANO, Wilson. Raízes da concentração industrial em São Paulo. 3ª edição. São Paulo: Hucitec, 1990. _______. Desequilíbrios Regionais e concentração industrial no Brasil. 1930-1970. Campinas/SP: Editora da Unicamp, 1985. NATAL, Jorge. A retomada da hegemonia norte-americana e mudanças espaciais no Brasil dos oitenta e noventa. In: Planejamento e Território – ensaios sobre a desigualdade, Rio de Janeiro, 2002. ______ Apontamentos das aulas ministradas no Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas. UFMA, São Luís, 2006 OLIVEIRA, Francisco de. A questão regional: a hegemonia inacabada. Estudos avançados n. 18, 1993 ________.Francisco de. Os sentidos da democracia: políticas do dissenso e a hegemonia global. Petrópolis, 1999.