27 a 30 de Agosto de 2014. A UTILIZAÇÃO DE JOGOS COMO METODOLOGIA NO ENSINO DE MATEMÁTICA MACHADO, Diana dos Santos1 Ifes - Campus Cachoeiro de Itapemirim [email protected] BOENO, Raphael Stafanato 1 Ifes - Campus Cachoeiro de Itapemirim [email protected] ANDRADE, Ronaldo de 1 Ifes - Campus Cachoeiro de Itapemirim [email protected] DELESPOSTE, Tatiana2 [email protected] Resumo: O artigo em questão tem por objetivo enfatiza a importância da utilização de jogos como metodologia de ensino nas aulas de matemática. Enfatiza que os mesmos quando convenientemente preparados são um recurso pedagógico eficaz para a construção do conhecimento matemático. Palavras-chave: jogos; atividades lúdicas; PIBID; metodologia. 1. Introdução O ensino da matemática sempre foi visto com muito temor e dificuldade de assimilação por parte dos alunos. A deficiência no aprendizado e algumas vezes a metodologia utilizada não despertam o interesse do aluno para o estudo da matemática. Ao longo de nossas experiências, seja como estagiários, participação no PIBID3 e como alunos de licenciatura em matemática, foi possível observar a grande dificuldade apresentada pelos alunos ao se depararem com a matemática, pois apesar do grande número de professores 1 Graduando em Licenciatura em Matemática Professora Supervisora do PIBID 3 Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência 2 VI SEMAT – Seminário da Licenciatura em Matemática Ifes - Instituto Federal do Espírito Santo, Campus Cachoeiro de Itapemirim/ES – 27 a 30 de Agosto de 2014.. qualificados, a educação brasileira ainda não conseguiu atrair grande parte dos seus jovens para o mundo da matemática. Assim, tomando por embasamento as dificuldades trazidas pelos alunos, o PIBID (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência) criado pelo governo brasileiro em 2007, com o intuito de inserir os licenciandos no cotidiano de escolas da rede pública de educação, proporciona aos bolsistas oportunidades de criação e participação em experiências metodológicas, tecnológicas e práticas docentes de caráter inovador e interdisciplinar que busquem a superação de problemas identificados no processo de ensino-aprendizagem. Nessa perspectiva os jogos matemáticos são utilizados pelos bolsistas como intervenção nas aulas de matemática, onde tem mostrado grande eficiência, pois despertam o interesse do aluno pelo assunto que esta sendo estudado, tornando a matemática algo mais atrativo. Além de desenvolver habilidades que compõe o raciocínio lógico, a utilização de jogos matemáticos em sala de aula possibilita momentos de interação entre professor e aluno, discussões e trocas de experiência. Ao relacionar a matemática com a realidade dos alunos, o ambiente escolar se torna mais prazeroso ao aprendizado e os alunos interagem de uma forma mais significativa. A utilização de jogos nas aulas de matemática proporciona ao professor a oportunidade de mostrar ao educando que a matemática não é uma ciência isolada e sim parte integrante do seu cotidiano, utilizando uma linguagem clara e objetiva favorecendo no aprendizado do aluno. 2. Jogos como recurso didático A matemática esta presente em todos os momentos do nosso cotidiano, diretamente ou indiretamente. Apesar de ser muito utilizada em praticamente todas as áreas do conhecimento, nem sempre é fácil mostrar aos alunos suas aplicações e despertar o interesse nessa disciplina que é tão temida. Vale dar ênfase a teoria de Piaget sobre o desenvolvimento do conhecimento, onde deixa claro que o indivíduo é ativo na construção de seu conhecimento através da interação com o meio e na relação que estabelece com objetos e pessoas à sua volta. “O conhecimento, então se dá de dentro para fora e não o contrário” (ARANÃO, 1996, p. 11). VI SEMAT – Seminário da Licenciatura em Matemática Ifes - Instituto Federal do Espírito Santo, Campus Cachoeiro de Itapemirim/ES – 27 a 30 de Agosto de 2014.. Ao utilizar atividades lúdicas em sala de aula, o professor de matemática está estimulando o pensamento independente, a criatividade e o raciocínio lógico do aluno. O professor deve buscar alternativas para motivar o aluno a aprender, tornando os conteúdos significativos e aplicáveis em sua prática social. O educador deve buscar por temas de interesse dos alunos e, com base nessas informações, criar atividades que prendam a sua atenção e sejam capazes de motivá-los a estudar matemática, deixando um pouco de lado essa metodologia tradicional de utilizar apenas o livro didático. Segundo Smole (2008, p. 9): "Em se tratando de aulas de matemática, o uso de jogos implica uma mudança significativa nos processos de ensino e aprendizagem que permite alterar o modelo tradicional de ensino, que muitas vezes tem no livro e em exercícios padronizados seu principal recurso didático.” Para Starepravo (1999) os desafios dos jogos vão além do âmbito cognitivo, pois, ao trabalhar com jogos, os alunos se deparam com regras e envolvem-se em conflitos, uma vez que não estão sozinhos, mas em um grupo ou equipe de jogadores, tais conflitos se tornam excelentes oportunidades para se desenvolver a autonomia. O uso de atividades lúdicas no ensino da matemática tem por objetivo fazer com que os alunos gostem e se interessem em aprender o conteúdo estudado, fugindo um pouco da rotina em que a classe está habituada. O ensino através de atividades lúdicas como jogos permite que o aluno faça da aprendizagem um processo atraente e divertido, desmistificando essa ideia de que a matemática é algo abstrato e difícil de ser vinculado com o cotidiano. Trabalhar com jogos favorece diferentes métodos de raciocínio e interação entre alunos, o que possibilita que cada aluno durante o desenvolvimento do jogo possa acompanhar o trabalho dos demais colegas, defendendo seu ponto de vista, fazendo levantamento de hipóteses, observações e reflexões. Assim, os jogos devem ser utilizados para introduzir ou fixar conteúdos e não como um “instrumento recreativo”, fazendo com que o discente possa se aprofundar no que já foi estudado. VI SEMAT – Seminário da Licenciatura em Matemática Ifes - Instituto Federal do Espírito Santo, Campus Cachoeiro de Itapemirim/ES – 27 a 30 de Agosto de 2014.. 3. Conclusão Para uma melhoria no ensino da matemática é necessário muitas vezes procurar um ponto de convergência cultural dos alunos, onde o docente possa aproveitá-lo e desenvolver novas metodologias que estimulem o aluno ao aprendizado da matemática, e a utilização de jogos em sala de aula acaba se tornando um instrumento didático-pedagógico que pode muito bem ser aproveitado pelo professor com o intuito de obter respostas mais interessantes e incentivar o aluno a participar ativamente na construção do seu conhecimento. Além disso, o professor não deve ficar "preso" a somente uma forma de abordar um determinado conteúdo, ou seja, em uma sala de aula o professor irá se deparar com alunos que possuem características diferentes, contextos culturais diferentes, pensamentos diferentes e por isso deve utilizar metodologias diversificadas para tentar atender todos os tipos de alunos. Para Alves (2001), a educação através de atividades lúdicas estimula significativamente as relações cognitivas, afetivas e sociais, além de proporcionar atitudes de critica e criação nos educandos que se envolvem nesse processo. O grande desafio enfrentado pelo professor é fazer com que os conteúdos se tornem significativos a ponto de o aluno ser capaz de estabelecer relações dentro da matemática e com outras áreas do conhecimento. Nessa perspectiva, o professor deve estar em constante reflexão sobre a sua prática, para que a partir disso crie metodologias diversificadas para superar as dificuldades enfrentadas. 5. Referências Bibliográficas ALVES. Eva Maria Siqueira. A ludicidade e o ensino da matemática: Uma prática possível. Campinas, SP: Papirus, 2001. ARANÃO, Ivana Valéria Denófrio. A Matemática Através de Brincadeiras e Jogos, 5 Ed. Campinas, SP: Papirus, 1996. SMOLE, K.S.: DINIZ, M.I.; MILANI, E. Caderno do Mathema. Porto Alegre: Artmed 2007. VI SEMAT – Seminário da Licenciatura em Matemática Ifes - Instituto Federal do Espírito Santo, Campus Cachoeiro de Itapemirim/ES – 27 a 30 de Agosto de 2014.. STAREPRAVO, A.R. Jogos, desafios e descobertas: o jogo e a matemática no ensino fundamental – séries iniciais. Curitiba: Renascer, 1999. BRASIL. Decreto nº 7.219, de junho de 2010. Dispõe sobre o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência - PIBID e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 24 de junho de 2010. SMOLE, K.S.; DINIZ, M.I.; MILANI, E. Jogos de matemática do 6° ao 9° ano. Cadernos do Mathema. Porto Alegre: Artmed 2007.