1 2 3 Uma publicação da Igreja Batista da Lagoinha Gerência de Comunicação Edição Abril/2008. Transcrição: Else Albuquerque Copidesque: Jussara Fonseca Revisão: Adriana Santos Capa e Diagramação: Luciano Buchacra 4 Parte 1 O lugar do homem é nos céus, mas como alcançá-lo? “E ntão, o Rei dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos.” (Mateus 25.41). Freqüentemente, celebro casamentos e velórios. Durante a ministração da Palavra, em velórios, sempre levo as pessoas à reflexão sobre o lugar onde aquela pessoa, agora 5 morta, estaria naquele momento, para onde ela teria ido depois de sua morte. Céu ou inferno? Um dos dois, pois não existe meio termo. Inferno não é um assunto agradável de abordar, mas é uma questão séria, terrível e de substancial importância para entendermos o amor do Senhor para conosco. Às vezes, ouvimos uma pessoa dizer para outra: “Vá para o inferno!” Mas não significa que alguém tenha poder para aprisionar uma pessoa no inferno. O inferno é tão ou mais real que qualquer coisa que você possa estar vendo agora. Nós não gostamos muito de ouvir sobre realidades que nos incomodam, e o inferno é uma dessas realidades que nos incomodam muito. Está escrito, nas Escrituras, que o inferno não foi feito para o homem, mas existem milhões de pessoas que estão indo para o inferno (João 3.16; Romanos 3.23; Apocalipse 20.15). O inferno foi preparado antes da criação do homem. Quando Deus criou o homem não era plano de ele jogar a sua criação no inferno. Deus preparou um jardim para a sua criação. Imagino o Jardim como algo indescritível de tão belo! Dizem as Escrituras que “nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam.” (1 Coríntios 2.9). Homem nenhum, por mais inteligente e perspicaz que seja, consegue fazer idéia do que Deus preparou para ele. Ao lermos o livro de Gênesis, vemos ali o carinho de Deus, 6 como Ele pensou em detalhes quase imperceptíveis. Deus preparou um lugar chamado Éden, plantou ali um jardim e nele colocou o homem. Se quando estivermos tristes e chateados, sairmos a andar por um jardim, olhando as flores e sentindo seu perfume, certamente nos sentiremos mais aliviados, mais leves. Quando saímos do reboliço da cidade e vamos para um parque, como é diferente! Ficamos mais alegres, mais soltos! A proposta de Deus era que o homem vivesse no jardim do Éden com alegria e paz eternas. O verso 41 diz que o “fogo eterno [foi] preparado para o diabo e seus anjos.” (Mt 25.41). O inferno foi preparado para o diabo e seus anjos e não para o homem, Deus preparou outra coisa para o homem, Ele preparou a vida, Ele preparou o céu! A condenação do homem é algo que “quebra” o coração de Deus, pois Ele não deseja que nenhum só se perca. “Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento.” (2 Pedro 3.9). Quando os pais levam seus filhos ao templo para apresentá-los a Deus, eles têm planos, sonhos, ideais para cada um deles. Nenhum pai deseja que seu filho se ingresse no caminho da destruição, ele sempre almeja o melhor para os filhos. Deus deseja o melhor para o homem, mas o homem 7 pode escolher a Deus ou, usando a sua própria vontade, usando o seu livre arbítrio, negá-lo e rejeitá-lo. Deus não manda as pessoas para o inferno, elas vão por sua livre escolha, vão porque querem ir. Quando olhamos para o Calvário, percebemos como o coração de Jesus, o Filho de Deus, foi esmagado. Percebemos, também, todo o seu sofrimento, toda a sua agonia, e toda aquela situação dramática à qual Ele foi submetido. A única razão para todo aquele sofrimento era a restauração do homem. A Bíblia diz que: “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação.” (2 Coríntios 5.19). O inferno significa que o homem estará separado de Deus por toda a eternidade. “Ora, havia certo homem rico que se vestia de púrpura e de linho finíssimo e que, todos os dias, se regalava esplendidamente. Havia também certo mendigo, chamado Lázaro, coberto de chagas, que jazia à porta daquele; e desejava alimentar-se das migalhas que caíam da mesa do rico; e até os cães vinham lamber-lhe as úlceras. Aconteceu morrer o mendigo e ser levado pelos anjos para o seio de Abraão; morreu também o rico e foi sepultado. No inferno, estando em tormentos, levantou os olhos e viu ao longe a Abraão e Lázaro no seu seio. Então, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim! 8 E manda a Lázaro que molhe em água a ponta do dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama. Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro igualmente, os males; agora, porém, aqui, ele está consolado; tu, em tormentos. E, além de tudo, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que querem passar daqui para vós outros não podem, nem os de lá passar para nós. Então, replicou: Pai, eu te imploro que o mandes à minha casa paterna, porque cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de não virem também para este lugar de tormento. Respondeu Abraão: Eles têm Moisés e os Profetas; ouçam-nos. Mas ele insistiu: Não, pai Abraão; se alguém dentre os mortos for ter com eles, arrepender-se-ão. Abraão, porém, lhe respondeu: Se não ouvem a Moisés e aos Profetas, tampouco se deixarão persuadir, ainda que ressuscite alguém dentre os mortos.” (Lucas 16.19-31). Deus é amor e é justiça, mas algumas pessoas têm dificuldade em compreender essa justiça e esse amor divinos. Amor sem justiça é pieguice, e Deus não é piegas. O amor de Deus tem a mesma profundidade da sua justiça, ou seja, tem o mesmo peso. Muitos têm dificuldade em entender Deus como um Deus de amor e de justiça também; querem desfrutar apenas o amor de Deus, mas não entendem a questão do inferno, do lago de fogo e enxofre (Mateus 25.30). É muito bom lermos os textos que falam de amor, de carinho, 9 de cuidado, mas muitos evitam as passagens que falam de sofrimento, de dor, de agonia e do inferno. Muitas vezes, é preciso que o Espírito Santo nos toque para compreendermos a realidade do amor e da justiça de Deus. Muitos anos atrás, antes de existirem os automóveis, o meio de locomoção eram as carruagens e, na cidade de Londres, havia leis como se fossem leis de trânsito. Uma delas ditava que o cocheiro não poderia conduzir a carruagem com os cavalos em disparada pela cidade. Os cavalos deveriam trafegar com um trote bem lento. O castigo pela desobediência a essa lei não era feito por multas, mas pela execução do cocheiro. Isto fazia com que os cocheiros tivessem temor e por causa disso obedecessem. Assim, as leis eram cumpridas e, conseqüentemente, havia ordem. Houve, porém, um cocheiro displicente que permitiu que seus cavalos saíssem em disparada pela cidade. E enquanto os cavalos corriam, um homem muito bem vestido correu e ficou lado a lado com os cavalos e os puxou, parando-os. O cocheiro olhou para o homem, agradeceu muito e disse: “O senhor salvou a minha vida!” O homem não falou nada e foi embora. Passado algum tempo, aquele mesmo cocheiro deixou os cavalos saírem em disparada novamente. Desta vez, porém, não houve ninguém que parasse os cavalos a não ser os soldados. Aquele cocheiro foi preso e o levaram a uma grande sala, onde seria julgado e ouviria a sentença. Quando o juiz 10 entrou, vestindo uma toga e com uma peruca branca, qual não foi a sua surpresa ao reconhecê-lo como o homem que o havia salvado parando os cavalos, Logo acendeu-lhe uma esperança. Ele olhou para o juiz e perguntou: “O senhor se lembra de ter parado os cavalos e ter me salvado?” O juiz respondeu que sim. O cocheiro então sentiu um alívio muito grande e inquiriu: “O senhor vai me salvar de novo?” Ao que ele respondeu: “Naquele dia eu era o seu salvador, porém, hoje, eu sou o seu juiz e, como juiz, eu o condeno”. Hoje, todas as pessoas encontram Jesus como Salvador e todos podem conhecê-lo como tal. As pessoas aceitam ou rejeitam o Salvador, mas um dia todos nós estaremos diante dele como nosso juiz. A Palavra diz: “Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus.” (João 3.36). No capítulo 5.24 do mesmo livro, lemos: “Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida.” (João 5.24). O tempo do Senhor ainda não acabou, mas buscai o Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto (Isaías 55.6). Existem duas realidades: 1) a realidade do amor de Deus, do seu propósito e da vida eterna que Ele nos dá; 2) a realidade do inferno que é o lugar reservado para aqueles que não recebem o amor do Senhor, na pessoa de seu Filho, Jesus Cristo. 11 Somente conhecendo o inferno é que podemos valorizar a nossa Salvação. Quanto mais conhecemos a realidade do inferno, mais o nosso coração se apega ao amor e à graça de Deus, nosso Pai. Nada se compara à realidade do amor de Deus. O inferno não é aqui, apesar de muitas pessoas pensarem assim. Muitos até dizem que sua casa é um inferno, que a sua vida é um inferno. O inferno é para depois da morte. Mas, neste momento, o céu pode começar aqui, quando Jesus for colocado em primeiro lugar em nossa vida. Deus enviou Jesus à Terra para ser nosso Salvador. Se o aceitarmos, teremos a vida eterna, mas se o rejeitarmos teremos a condenação eterna (João 3.16). Deus quer nos salvar, mas, para isso, é preciso que você receba ao Senhor Jesus. “Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.” (Romanos 10.9). O Espírito de Deus diz que o tempo é hoje, é agora. Se você ainda não tem certeza da sua salvação, se o seu coração ainda não está sendo consumido por esta dúvida, este é o momento de você tomar esta decisão; reconhecer e declarar Jesus como o seu Salvador e Senhor. Por isso te convido a fazer esta oração: “Senhor, diante desta realidade tão forte, percebo o quanto o Senhor tem me amado, percebo o porquê da cruz; 12 percebo que todo o seu sofrimento foi para que hoje eu pudesse ter a vida plena e abundante. Senhor, quero que me abençoe, que me fortaleça na fé. Aquiete o meu coração e me transforme, de cidadão que caminhava para o inferno em filho da luz, herdeiro do céu. Em nome de Jesus. Amém”. MANASSÉS Cerca de quatro mil anos atrás, existiu um rei, em Jerusalém, que reinou durante cinqüenta e cinco anos. Certamente era bem diferente de você. Suas roupas, sua maneira de falar, seus costumes, mas o coração dele era igual ao seu. Nós podemos ser bem diferentes uns dos outros do lado de fora, porém dentro de nós, existem os mesmos sentimentos; as mesmas dúvidas, as mesmas angústias, as mesmas frustrações, os mesmos medos, e até mesmo os pecados são iguais. Esse homem nasceu como fruto de um milagre, e seu pai chamava-se Ezequias. Ele adoeceu e sua morte era certa. Vamos conhecer um pouco a história do pai de Manasses: “Naqueles dias, Ezequias adoeceu de uma enfermidade mortal; veio ter com ele o profeta Isaías, filho de Amoz, e lhe disse: Assim diz o Senhor: Põe em ordem a tua casa, porque morrerás e não viverás. Então, virou Ezequias o rosto para a parede e orou ao Senhor. E disse: Lembra-te, Senhor, peço-te, de que andei diante de ti com fidelidade, com inteireza de co- 13 ração e fiz o que era reto aos teus olhos; e chorou muitíssimo. Então, veio a palavra do Senhor a Isaías, dizendo: Vai e dize a Ezequias: Assim diz o Senhor, o Deus de Davi, teu pai: Ouvi a tua oração e vi as tuas lágrimas; acrescentarei, pois, aos teus dias quinze anos. Livrar-te-ei das mãos do rei da Assíria, a ti e a esta cidade, e defenderei esta cidade. Ser-te-á isto da parte do Senhor como sinal de que o Senhor cumprirá esta palavra que falou: eis que farei retroceder dez graus a sombra lançada pelo sol declinante no relógio de Acaz. Assim, retrocedeu o sol os dez graus que já havia declinado.” (Isaías 38.1-8). Decorridos três anos desse milagre, nasce-lhe um filho, que recebeu o nome de Manassés, que significa “Aquele que faz esquecer”. Ezequias queria olhar para aquele bebê e esquecer-se de toda dor que a enfermidade lhe trouxera. Aquela criança veio como um presente de Deus, como a confirmação do milagre do Senhor em sua vida. E, passados mais doze anos, Ezequias morreu, completando assim, os quinze anos que o Senhor havia lhe acrescentado. Manasses, então com apenas doze anos, assume o lugar do pai no trono de Jerusalém. E os atos desse rei foram registrados no livro de 2 Crônicas: “Tinha Manassés doze anos de idade quando começou a reinar e cinqüenta e cinco anos reinou em Jerusalém. Fez o que era mau perante o Senhor, segundo as abominações dos gentios que o Senhor expulsara de suas possessões, de diante 14 dos filhos de Israel. Pois tornou a edificar os altos que Ezequias, seu pai, havia derribado, levantou altares aos baalins, e fez postes-ídolos, e se prostrou diante de todo o exército dos céus, e o serviu. Edificou altares na Casa do Senhor, da qual o Senhor tinha dito: Em Jerusalém, porei o meu nome para sempre. Também edificou altares a todo o exército dos céus nos dois átrios da Casa do Senhor, queimou seus filhos como oferta no vale do filho de Hinom, adivinhava pelas nuvens, era agoureiro, praticava feitiçarias, tratava com necromantes e feiticeiros e prosseguiu em fazer o que era mau perante o Senhor, para o provocar à ira. Também pôs a imagem de escultura do ídolo que tinha feito na Casa de Deus, de que Deus dissera a Davi e a Salomão, seu filho: Nesta casa e em Jerusalém, que escolhi de todas as tribos de Israel, porei o meu nome para sempre e não removerei mais o pé de Israel da terra que destinei a seus pais, contanto que tenham cuidado de fazer tudo o que lhes tenho mandado, toda a lei, os estatutos e os juízos dados por intermédio de Moisés. Manassés fez errar a Judá e os moradores de Jerusalém, de maneira que fizeram pior do que as nações que o Senhor tinha destruído de diante dos filhos de Israel. Falou o Senhor a Manassés e ao seu povo, porém não lhe deram ouvidos. Pelo que o Senhor trouxe sobre eles os príncipes do exército do rei da Assíria, os quais prenderam Manassés com ganchos, amarraram-no com cadeias e o levaram à Babilônia. Ele, angustiado, suplicou deveras ao Senhor, seu Deus, e muito 15 se humilhou perante o Deus de seus pais; fez-lhe oração, e Deus se tornou favorável para com ele, atendeu-lhe a súplica e o fez voltar para Jerusalém, ao seu reino; então, reconheceu Manassés que o Senhor era Deus. Depois disto, edificou o muro de fora da Cidade de Davi, ao ocidente de Giom, no vale, e à entrada da Porta do Peixe, abrangendo Ofel, e o levantou mui alto; também pôs chefes militares em todas as cidades fortificadas de Judá. Tirou da Casa do Senhor os deuses estranhos e o ídolo, como também todos os altares que edificara no monte da Casa do Senhor e em Jerusalém, e os lançou fora da cidade. Restaurou o altar do Senhor, sacrificou sobre ele ofertas pacíficas e de ações de graças e ordenou a Judá que servisse ao Senhor, Deus de Israel.” (2 Crônicas 33.1-16). “É como se termina é que se conta.” Manassés, tinha um pai que era um homem piedoso, porém ele não seguiu o caminho do pai. A Bíblia nos diz que ele “fez o que era mau diante do Senhor” (v.2). Há um ditado que diz: “Filho de peixe peixinho é.” Contudo, esse ditado não se aplica a nós, espiritualmente falando. Filho de “crente” não é “crentinho”. Nós precisamos passar essa verdade aos nossos filhos. Há muitos pais que vão para a igreja e deixam seus filhos em casa. Esperam até que eles tenham doze anos ou mais para levá-los a Deus, isso é errado. Nós temos, não só o dever, mas o privilégio de ensinar nossos filhos no caminho do Senhor. E isso deve começar a 16 ser ministrado, antes que eles nasçam, ali mesmo, dentro do ventre da mãe. Ezequias deu este nome ao seu filho: “Aquele que faz esquecer”, e ele se esqueceu de levá-lo a ser aquilo que ele deveria ser. É verdade que nós temos o livre arbítrio, mas também é verdade que devemos semear aquilo que desejamos colher. Há alguns que pensam que dentro do ventre é muito cedo. No entanto, a Bíblia nos conta que Maria, grávida de Jesus, foi visitar Isabel, que também esperava um bebê, João Batista. Quando ela a saudou, o bebê pulou de alegria, em seu ventre e Isabel foi cheia do Espírito Santo. A Palavra de Deus nos orienta: “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele.” (Provérbios 22.6). Semeie! Semeie aquilo que você quer colher na vida de seus filhos. Ministre ao coração deles! Um filho não se torna piedoso porque seu pai foi um homem piedoso. Esse processo não é automático. Esse texto nos relata toda a maldade de Manassés. Tudo o que o seu pai havia feito para restaurar o culto ao Deus vivo em Israel, Manassés destruiu. Não adianta nada a geração atual fazer grandes coisas para o Senhor se não instruir aos seus filhos para que permaneçam no temor de Deus. E, hoje, temos visto muitas afrontas e as zombarias. Manassés se prostrou diante dos exércitos do céu. Hoje, equivale ao envolvimento com a astrologia. Há alguns cren- 17 tes que se deixam envolver pela astrologia, chegam até a reconhecer que têm signo e que são regidos pelos mapas astrais. Nós não temos signos, nós temos é Jesus em nossa vida. Não permita que o diabo tenha legalidade sobre você e o envolva com a astrologia. Manassés queimou seus filhos como oferta no vale de Hinom. Que covardia! Quantos pais, hoje, estão “queimando seus filhos no vale de Hinom”. O vale de Hinom era o vale do lixo. Ali, ardia um fogo contínuo para queimar o lixo. Quantos filhos estão sendo queimados no altar da televisão. São inúmeros desenhos declaradamente diabólicos como “O aprendiz de feiticeiro”, que muitas crianças assistem ao lado dos pais que dizem: “que bonitinho!” Isso é o vale de Hinom. Cuidado com o que entra no coração e na mente dos seus filhos! A falta de orientação é tão negativa quanto o ensino pernicioso. Manassés adivinhava pelas nuvens, era um agoureiro. Olhava para o céu tentando se orientar pela formação das nuvens. Ele trocava a orientação de Deus por uma suposta figura produzida pelas nuvens, que tolice! Você pode até pensar: “Esse homem era mesmo filho de Ezequias?” Ele não nasceu sob a bênção? Sim, mas há uma diferença entre nascer sob a bênção e ser abençoado. Moisés orienta o povo de Deus, no livro de Deuteronômio, sobre isso: “Prostrado estive perante o Senhor, como dantes, quarenta dias e quarenta noites; não comi pão e não bebi água, por 18 causa de todo o vosso pecado que havíeis cometido, fazendo mal aos olhos do Senhor, para o provocar à ira.” (Deuteronômio 9.18). “Porque sei que, depois da minha morte, por certo, procedereis corruptamente e vos desviareis do caminho que vos tenho ordenado; então, este mal vos alcançará nos últimos dias, porque fareis mal perante o Senhor, provocando-o à ira com as obras das vossas mãos.” (Deuteronômio 31.29). “Com deuses estranhos o provocaram a zelos, com abominações o irritaram. Sacrifícios ofereceram aos demônios, não a Deus; a deuses que não conheceram, novos deuses que vieram há pouco, dos quais não se estremeceram seus pais. Olvidaste a Rocha que te gerou; e te esqueceste do Deus que te deu o ser. Viu isto o Senhor e os desprezou, por causa da provocação de seus filhos e suas filhas; e disse: Esconderei deles o rosto, verei qual será o seu fim; porque são raça de perversidade, filhos em quem não há lealdade. A zelos me provocaram com aquilo que não é Deus; com seus ídolos me provocaram à ira; portanto, eu os provocarei a zelos com aquele que não é povo; com louca nação os despertarei à ira.” (Deuteronômio 32.16-21). Manassés conseguiu provocar a ira de Deus, praticando todas essas abominações. Ele fez tudo para ser lembrado como afronta a Deus. Talvez você esteja pensando: Por que Deus não mandou um raio e o destruiu imediatamente? Porque Deus é longânimo. 19 “Falou o Senhor a Manassés e ao seu povo, porém não lhe deram ouvidos.” (2 Crônicas 33.10). Há um momento em que todos ouvem a Deus. Até mesmo um Manassés. Nosso Deus é o Deus que fala conosco pessoalmente. Todavia, somente aqueles que conhecem a Deus podem discernir sua voz. Certa vez, alguns gregos que estavam em Jerusalém, na época das festas, queriam ver Jesus. Eles procuraram Filipe que, juntamente com André, foi comunicar o fato a Jesus. Jesus estava angustiado e orando em meio à multidão e disse: “Pai, glorifica o teu nome. Então, veio uma voz do céu: Eu já o glorifiquei e ainda o glorificarei.” (João 12.28). A multidão, pois, que ali estava, tendo ouvido a voz, dizia ter havido um trovão. Outros diziam: foi um anjo que lhe falou. “Ora, entre os que subiram para adorar durante a festa, havia alguns gregos; estes, pois, se dirigiram a Filipe, que era de Betsaida da Galiléia, e lhe rogaram: Senhor, queremos ver Jesus. Filipe foi dizê-lo a André, e André e Filipe o comunicaram a Jesus. Respondeu-lhes Jesus: É chegada a hora de ser glorificado o Filho do Homem. Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, produz muito fruto. Quem ama a sua vida perde-a; mas aquele que odeia a sua vida neste mundo preservá-la-á para a vida eterna. Se alguém me serve, siga-me, e, onde eu estou, ali estará também o meu servo. E, se alguém me servir, o Pai o honrará. Agora, está angustiada a minha alma, e que direi eu? Pai, salva- 20 me desta hora? Mas precisamente com este propósito vim para esta hora. Pai, glorifica o teu nome. Então, veio uma voz do céu: Eu já o glorifiquei e ainda o glorificarei. A multidão, pois, que ali estava, tendo ouvido a voz, dizia ter havido um trovão. Outros diziam: Foi um anjo que lhe falou.” (João 12.20-29.) Essas pessoas que ali estavam não conseguiram discernir a voz do Senhor. Em outra ocasião, Jesus disse: “As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem.” (João 10.27.) Muitas vezes, Deus tem falado a você, e você não tem discernido. Deus falou não só a Manassés, mas também a todo o povo. “O Senhor, Deus de seus pais, começando de madrugada, falou-lhes por intermédio dos seus mensageiros, porque se compadecera do seu povo e da sua própria morada. Eles, porém, zombavam dos mensageiros, desprezavam as palavras de Deus e mofavam dos seus profetas, até que subiu a ira do Senhor contra o seu povo, e não houve remédio algum.” (2 Crônicas 36.15-16). Chegará um tempo em que ou você terá de ouvir a voz de Deus ou não haverá mais remédio. Nesse texto, vemos uma nação inteira que não queria ouvir Deus. O Senhor dizia: “Manassés, pare de pecar! Manassés, volte ao princípio, volte ao Deus de seu pai, é tempo de arrependimento.” Mas ele continuava com o coração duro. Não, eu sou livre e posso continuar afrontando a Deus. Até que a ira do Senhor subiu contra aquele povo: 21 “Por isso, o Senhor fez subir contra ele o rei dos caldeus, o qual matou os seus jovens à espada, na casa do seu santuário; e não teve piedade nem dos jovens nem das donzelas, nem dos velhos nem dos mais avançados em idade; a todos os deu nas suas mãos. Todos os utensílios da Casa de Deus, grandes e pequenos, os tesouros da Casa do Senhor e os tesouros do rei e dos seus príncipes, tudo levou ele para a Babilônia. Queimaram a Casa de Deus e derribaram os muros de Jerusalém; todos os seus palácios queimaram, destruindo também todos os seus preciosos objetos. Os que escaparam da espada, a esses levou ele para a Babilônia, onde se tornaram seus servos e de seus filhos, até ao tempo do reino da Pérsia [...]” (2 Crônicas 36.17-20). Deus trouxe essas coisas, sobre o povo, por causa da legalidade na vida deles e de Manassés. Parafraseando o texto em que Deus procurava lembrar a Manasses: “você está em Jerusalém e Jerusalém é um lugar Santo, é lugar de pessoas que temem a Deus, é a cidade do Messias, mas você quer viver em Jerusalém como se estivesse na Babilônia, então, eu vou levar você pra lá.” E como ele foi? Preso com ganchos e amarrado em cadeias. Babilônia não serve para aqueles que já viveram em Jerusalém. Babilônia não serve para nós. Até filhos de crentes, que não são crentes sabem disso. Manassés angustiou-se muito. Na Babilônia tudo era livre: sexo, feitiçaria, idolatria e todo tipo de abominação ao Senhor era praticado nessa nação. Mas Manassés estava preso e tudo 22 que nos prende traz canseira. A bebida, a droga, a prostituição, tudo isso, cansa e traz angústia na alma. Manassés queria voltar, mas não existe caminho de volta que não passe pela humilhação. Olhe o que diz Tiago: “Humilhai-vos na presença do Senhor, e ele vos exaltará.” (Tiago 4.10). E também Jesus, no evangelho de Lucas: “Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque todo o que se exalta será humilhado; mas o que se humilha será exaltado.” (Lucas 18.14). E ainda Pedro, em sua primeira epístola: “Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que ele, em tempo oportuno, vos exalte [...]” (1 Pedro 5.6). E Manassés muito se humilhou. O nosso caminho é o caminho da humilhação diante de Deus de quebrantamento e arrependimento. Ele era rei, mas teve que se humilhar. O texto nos diz que ele se humilhou diante do Deus de seus pais e lhe fez oração, e Deus se tornou favorável para com ele e o fez voltar para Jerusalém e, então, reconheceu Manassés que o Senhor era Deus. No livro de Provérbios, há uma expressão que diz assim: “Sendo o caminho dos homens agradável ao Senhor, este reconcilia com eles os seus inimigos.” (Provérbios 16.7). Manassés estava preso nessa situação tão terrível e o Senhor inclinou o seu coração como ribeiros de água. Manassés voltou para Jerusalém e edificou os muros que estavam derrubados, levantando-os ainda mais altos. Levantar muros bastante altos nos remete à comunhão com 23 o Senhor. Como estão os muros espirituais à nossa volta? Existem muralhas à nossa volta? A Palavra nos diz que os anjos do Senhor estão ao nosso redor e que Satanás está ao nosso derredor tentando nos tragar. Nossos muros têm de estar mais altos. Uma das armas que precisamos usar é o arrependimento, porque ele nos leva a agir. Manassés tirou os altares dos deuses estranhos e restaurou o altar do Senhor. Vamos proclamar essa verdade em nossa vida. Clame ao Senhor. Se você se encontra como Manassés, amarrado em cadeias, humilhe-se diante do Senhor e Ele lhe exaltará. Arrependa-se com atitudes. Levante muros altos ao seu redor! Manassés, “aquele que faz esquecer” é para nós, hoje, “aquele que nos faz lembrar”. Que nos faz lembrar que, longe do Senhor a vida deixa de ser vida. Ele se levanta como testemunho de que o pecado nos traz alegrias em um momento, mas nos cobra um preço muito alto! Quando Manassés saiu de Babilônia, ele não ficou em Belém, que era bem pertinho de Jerusalém. Ele voltou para Jerusalém, lugar que tipifica o centro da vontade de Deus. Você que foi escravo em Babilônia, ou você que saiu de Jerusalém e foi para Babilônia, não deixe seu coração sossegar enquanto não estiver vivendo no centro da vontade de Deus. A única maneira de você permanecer no centro da vontade de Deus é estar crucificado com Cristo, assentado nas regiões celestiais. 24 Você deve ser capaz de dizer como Paulo: “Porque eu, mediante a própria lei, morri para a lei, a fim de viver para Deus. Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim.” (Gálatas 2.19-20). Você não foi criado para viver em Babilônia! O Senhor é bondoso! Mas, sua longanimidade tem limites, e quando você extrapola esses limites não há mais remédio. Hoje, você está sendo desafiado a não ser um religioso. A não viver em Jerusalém como se estivesse em Babilônia. Declare ao Senhor que a vida que você quer é a vida que Ele pode lhe dar. Arrependa-se, humilhese e clame: “Levanta-me, Senhor.” 25 26 Parte 2 Como ser levado para o céu É muito interessante que Deus tenha usado um elemento natural tão violento para levar Elias para o céu. Ele foi levado em um redemoinho. O redemoinho é uma composição de forças. São ventos contrários que se chocam num ponto de tensão. Elias subiu aos céus exatamente nesse ponto de tensão. Se Elias, que era homem semelhante a qualquer um de nós, foi levado ao céu num momento de tensão, Deus pode usar as tensões desta vida para levar você também ao céu. Quero que você guarde isto no seu coração. 27 Hoje, graças aos satélites e à tecnologia, é muito fácil saber se vai chover, se haverá furacões, terremotos, etc. A meteorologia pode prever esses fenômenos quase que com cem por cento de acerto. Na vida também é assim, você pode estar caminhando tranqüilamente e, de repente, um vento contrário começa a soprar e você não tem domínio sobre o vento. Você pode fechar as portas, as janelas, você pode correr, procurar um abrigo, mas você não consegue parar o vento. Você não tem domínio sobre o vento, apenas Deus o tem. Quando o vento contrário sopra, ele vai encontrar um ponto, chamado ponto de tensão, que é uma força antagônica, e então o vento começa a girar formando um redemoinho. No Velho Testamento, Elias não é apenas um símbolo profético, tanto assim que quando Jesus se transfigurou no alto do monte, estavam ao seu lado Moisés e Elias. Até desejamos ver como é subir ao céu por um redemoinho. Você pode amaldiçoar o redemoinho, mas a Bíblia nos diz que Deus também nos fala através do redemoinho. “Depois disto, o Senhor, do meio de um redemoinho, respondeu a Jó: Quem é este que escurece os meus desígnios com palavras sem conhecimento?” (Jó 38.1-2). Deus falou com Jó no meio de um redemoinho. Não que Jó estivesse no meio de um redemoinho de ventos, mas no meio de um redemoi- 28 nho de problemas, de tensões que a própria vida lhe provocara. No meio das dificuldades, sejam elas as mais difíceis, você declara: “Quero ouvir Deus.” Muitas pessoas até se esquecem do Senhor quando as coisas vão bem. Tenho percebido que as pessoas que mais ofertam são aquelas que mais amam ou aquelas que estão vivendo os maiores problemas. A Palavra diz que o Senhor respondeu Jó no meio de um redemoinho. Quando observamos o livro de Jó, podemos ver que ele estava atravessando um período de grande tensão. Deus usa a tensão para falar com Jó. Tanto assim que ele diz para o Senhor: “Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te vêem.” (Jó 42.5). Durante muito tempo na vida de Jó, ele conhecia a Deus só de ouvir falar, mas agora, quando ele começou a conhecer e a ouvir Deus no meio de redemoinho, no meio da tensão que ele estava passando. Ele conseguiu discernir a voz de Deus e pôde dizer: “Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te vêem”. O texto diz que a tensão permitiu que os olhos de Jó vissem o Senhor. Muitas vezes, a tensão não nos permite ouvir a voz de Deus. Talvez você esteja até querendo ouvi-lo, e Deus também esteja querendo falar com você através do redemoinho que está ocorrendo em sua vida. Há vários tipos de tensão na nossa vida: tensão pela falta de dinheiro para pagar uma dívida, talvez um título que esteja no cartório, o aluguel que 29 você não está conseguindo pagar. A tensão provocada pela perda do emprego. A tensão do solteiro, ou solteira, que ainda não encontrou o companheiro, ou a companheira para a sua vida. A tensão da violência urbana. A tensão familiar criada pela desarmonia e conflitos conjugais. Na realidade, tensão é o que não falta para a nossa vida. Num momento, parece que tudo está bem, mas de repente algo acontece. Uma situação imprevista como o relacionamento conjugal que entrou em conflito, ou um filho que enveredou pelos caminhos das drogas, ou uma doença grave. Pode ser algo no seio da família, algo que está acontecendo e que está trazendo a tensão familiar, fruto da desavença e da desarmonia. Eu não sei quais são os ventos contrários que estão fazendo da sua vida um redemoinho, mas uma coisa eu sei, a Bíblia diz que Deus não apenas pode, mas quer falar com você no redemoinho. Ele quer quebrantar o seu coração e lhe ensinar para que esse ponto de tensão possa realmente amadurecê-lo, tornando-o mais forte a fim de poder encarar com maturidade os momentos de tensão e de dificuldades que existem na vida. Eu li, recentemente, a história de um moço que alguns anos atrás eu havia visitado no hospital. Chamava-se Esdras. Ele era o tipo de moço que toda mãe gostaria que se casasse com sua filha. Ele veio para o Senhor depois de um momento difícil em sua vida, quando estava envolvido em drogas, 30 mas a graça do Senhor o alcançou. Ele era apaixonado por Jesus, a vida dele era para Jesus. Ele transpirava a graça e a beleza de Jesus. Na escola, contagiava a todos, e por onde passava irradiava a beleza do Evangelho. Certo dia, a tensão veio, uma terrível dor na perna, e os exames constataram que era câncer. Orações e clamores foram elevados a Deus. O livro conta a sua história. Durante os quase dois anos que passou no Hospital Evangélico, o testemunho daquele moço e da graça de Deus enchiam aquele ambiente. O ponto de tensão era sensível, mas uma paz dominava aquele lugar. As pessoas, ao chegarem ao seu leito, não encontravam um moribundo, mas ouviam a Palavra do amor de Deus e se convertiam. Aquele quarto parecia uma romaria, não para se ver o Esdras, mas para se ouvir de Jesus, e foi assim até o momento de sua partida. Ali estava a tensão, mas Deus estava falando. É, como dizia Paulo: “Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. Quer, pois, vivamos ou morramos, somos do Senhor.” (Romanos 14.8). Temos de viver com nosso coração no coração do Senhor. Deus nos fala no redemoinho. Quantas vezes, quando o vento contrário alcança aquele ponto de tensão e o redemoinho surge, é exatamente ali que Deus começa a nos falar. Jó podia dizer: “Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te vêem.” (Jó 42.5). Deus nos fala e se manifesta 31 no redemoinho. No meio do redemoinho, podemos ouvir voz do Senhor e também a manifestação da sua presença. “O Senhor será visto sobre os filhos de Sião, e as suas flechas sairão como o relâmpago; o Senhor Deus fará soar a trombeta e irá com os redemoinhos do Sul.” (Zacarias 9.14). Nesse texto vemos a manifestação do Senhor no meio do redemoinho. “Voltai à fortaleza, ó presos de esperança; também, hoje, vos anuncio que tudo vos restituirei em dobro.” (Zacarias 9.12). No meio do redemoinho, você precisa voltar à fortaleza. Nunca permita que seu coração esteja preso pela desesperança e pela incredulidade. Deixe-se ficar aprisionado pela esperança porque somente os presos pela esperança recebem do Senhor essa promessa. Você não apenas reaverá o que perdeu, mas receberá tudo em dobro, porque Deus se manifesta no meio do redemoinho. Deus pode se manifestar como Rei e como Libertador no meio do redemoinho. Nessa tensão, Ele glorifica o nome dele, mostrando-se presente. Somente Deus pode transformar a tragédia em bênção. Certo homem, cristão, tinha uma vida muito tranqüila. Era um empresário bem-sucedido e morava em uma casa muito boa; possuía carros e tudo corria muito tranqüilo. Entretanto, ele tinha um sócio desonesto que o levou à falência. Esse homem perdeu tudo o que tinha. A sua vida virou um grande redemoinho. Ele não conseguia encarar 32 a sua família, nem os amigos, nem a ele mesmo. Ele orou e pediu a Deus que se manifestasse no meio do redemoinho. Para sobreviver, a esposa começou a fazer salgadinhos, e aquele homem saía para vendê-los. Ele logo percebeu que a sua habilidade para vender era muito grande. Daí a pouco, ele deixou de vender salgadinhos e passou a vender material de construção e começou a prosperar. Logo abriu o primeiro depósito de material para construção, depois abriu outro e depois outro e, em pouco tempo, a prosperidade daquele homem era muito maior do que a que possuía antes. Por quê? Porque Deus se manifesta no meio do redemoinho. Às vezes é necessário um redemoinho para que a vida se ajuste. Quantos casamentos passam por um redemoinho porque não estão indo bem. Em outros, o redemoinho é em um negócio ilícito que precisa ser destruído. É uma situação que precisa ser mudada. Quando alguém vem para Jesus, pode até pensar que tudo será maravilhoso e tranqüilo, mas não é bem assim. Deus permite o redemoinho sobre a sua vida para destruir tudo o que não está de acordo com a vontade dele na sua vida. Você chega até a dizer: “Puxa, eu vim para a igreja e parece que tudo desabou, meu namorado terminou comigo, perdi meu emprego, tudo piorou.” Mas o namoro, era um namoro impuro, um namoro errado. No emprego não havia como o nome do Senhor ser glorificado. 33 No final do capítulo 24, versículo 51 do seu livro, Lucas diz que Jesus subiu aos céus e que todos viram a ascensão do Senhor. Ele estendeu as mãos e, enquanto os abençoava, subia aos céus. Jesus não subiu aos céus num redemoinho porque Ele não precisava de redemoinhos em sua vida. Na vida de Jesus não era necessário tirar nada, não precisava melhorar nada. Na vida do Senhor não havia nada que precisasse ser transformado. A sua vida já era plena. Jesus viveu o céu aqui. Ele era tentado, como todos nós somos tentados. Ele sofria perseguições, experimentou traições, fome e situações incrivelmente difíceis, mas Ele viveu o céu aqui na Terra. Por isso, não precisou de um redemoinho, ou seja, um momento de tensão para torna-lo apto para ir para o céu. Mas nós vamos encontrar o céu, o descanso depois do redemoinho em nossa vida, ou seja, depois desse ponto de tensão. O redemoinho nos traz quebrantamento. “Por isso, me abomino e me arrependo no pó e na cinza.” (Jó 42.6). Nessa passagem, podemos perceber que é na tensão que descobrimos as nossas fraquezas e incapacidades, é na tensão que aprendemos a confiar em Deus e saber que, sem Ele, nós não podemos fazer nada: “Por isso, me abomino e me arrependo no pó e na cinza.” Você talvez esteja vivendo esse momento de tensão, mas eu quero que você comece a entender: Deus nos fala 34 no redemoinho, Deus se manifesta no redemoinho, Deus nos quebranta no redemoinho. Em meio a essas situações, procure ouvir Deus. Acerte-se com Ele e procure, como lemos em Zacarias, voltar à fortaleza: “Voltai à fortaleza, ó presos de esperança; também, hoje, vos anuncio que tudo vos restituirei em dobro.” (Zacarias 9.12). Você que precisa do dobro de felicidade no seu casamento; precisa do dobro de saúde para o seu corpo, do dobro de paz para a sua alma, voltai à fortaleza. A Palavra diz que Deus é a nossa Rocha e a nossa Fortaleza, que Ele é o nosso socorro presente bem no meio da angústia (Salmo 46). No meio das tensões, Deus fala conosco. Jesus não precisou ir ao céu num redemoinho porque Ele vivia o céu aqui. Você que tem pensado que o mundo vai desabar na sua cabeça e ser engolido por esse poço tão profundo em função dos muitos problemas que angustiam a sua alma, voltai à fortaleza. Refugie-se no Senhor. Querido, Deus pode usar esses momentos de tensão para fazer uma grande obra espiritual na sua vida, do mesmo modo como Ele fez com Elias que foi levado ao céu num redemoinho. O redemoinho não vai levá-lo ao inferno. O que leva uma pessoa ao inferno é a incredulidade. Por isso, voltai à fortaleza, ó presos de esperança. Fique preso na esperança da intervenção de Deus na sua história, fique preso na esperança de que o Senhor Deus é bom e a sua misericórdia dura para sempre (Salmos 100.5). 35 Talvez você pense que Deus está demorando muito, mas continue firme, creia, Ele virá. Voltai à fortaleza, voltai aos caminhos do Senhor, voltai com arrependimento sincero, voltai com disposição de alma, voltai com o coração inteiro para o Senhor. Voltai para ouvir Deus e experimentar o seu poder. Nas tensões, o Senhor promete: “O Senhor será visto sobre os filhos de Sião, e as suas flechas sairão como o relâmpago; o Senhor Deus fará soar a trombeta e irá com os redemoinhos do Sul.” (Zacarias 9.14). ORAÇÃO: “Torre forte é o nome do Senhor. Tu és a minha fortaleza. Ó Deus, que eu esteja preso à sua esperança. Senhor, que o meu coração esteja cheio de esperança, porque o Senhor é o Deus da esperança. Que a tua Palavra se cumpra: “Eu vos anuncio que tudo vos restituirei em dobro”. Senhor, eu apresento ao seu coração minhas lágrimas e intercessões. Ó Espírito Santo de Deus, que neste momento, meu coração seja mudado; que eu não seja destruído pelos redemoinhos ou pelas tensões da vida, mas que o Senhor possa usar essas circunstâncias para levar-me para mais perto do Senhor. E, arrependido, me prostrar diante do Senhor e tomar posse de tudo o que o Senhor tem. No nome de Jesus, o seu Filho, amém.” 36 Deus abençoe, Pr. Márcio Valadão 37 Uma publicação da Igreja Batista da Lagoinha Gerência de Comunicação Rua Manoel Macedo, 360 - São Cristóvão CEP 31110-440 - Belo Horizonte - MG www.lagoinha.com