Dinâmicas Culturais em Sociedades Complexas

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
SETOR DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES – SCHLA
DEPARTAMENTO DE ANTROPOLOGIA
EMENTA DE DISCIPLINA
Código
Disciplina
Ementa
Professor(a)
HS 143
Dinâmicas culturais em sociedades complexas
Estudos das mudanças e dinâmicas culturais. Noção
de "comunidade" e 'sociedade". Trabalho de
campo em sociedades complexas.
DOCENTE(S)
LORENZO GUSTAVO MACAGNO
Carga Horária
Teóricas
60
Pré-Req.
Curso
Práticas
-
Estágio
-
Total
60
Ciências Sociais (/ Outros)
Assist/Monitor
VALIDADE
Validade
Horário
2º semestre / 2015
Quarta-feira
18h30-22h30
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
OBJETIVOS
Esta disciplina discorre sobre um fragmento da história contemporânea da
antropologia. Trata-se de indagar sobre os desdobramentos teóricos e etnográficos
que, a partir da década de 1950, tiveram lugar na antropologia norte-americana, na
antropologia britânica e na antropologia brasileira. O “pretexto” e o ponto de partida
são os debates em torno da mudança sociocultural e do chamado “continuum folk
urbano” na antropologia norte-americana (Robert Redfield, George M. Foster, dentre
outros). Em um segundo momento, indagaremos sobre as repercussões locais – no
Brasil – desse debate. Essas repercussões derivarão em uma série de contribuições
empíricas e etnográficas a partir, sobretudo, dos chamados “estudos de comunidade”.
Ainda nessa década, a partir da Grã-Bretanha, Evans-Pritchard começa a estimular
seus alunos para que aplicassem em sociedades do “sul” da Europa os métodos que,
tradicionalmente, a antropologia aplicara nas suas pesquisas entre sociedades da
África e da Melanésia. Julian Pitt-Rivers será um dos mais notáveis herdeiros desse
esforço. É o momento, portanto, em que os antropólogos começam a se interessar
pelo estudo das pequenas aldeias dos países do “Mediterrâneo” (Portugal, Espanha,
Itália, Grécia etc.). Nos Estados Unidos, os estudos sobre o Mediterrâneo também
terão um grande impulso a partir dos "area studies". Para além das críticas que têm
sido feitas aos estudos de "comunidade", bem como ao conceito de "área cultural",
qual a atualidade desse legado teórico e metodológico?
O programa está dividido em três módulos temáticos, porém relacionados.
PROGRAMA E
BIBLIOGRAFIA
MÓDULO 1: O debate sobre o continuum folk urbano. A questão dos enfoques
"regionais" na antropologia e o conceito de área cultural.
Bibliografia:
FOSTER, George M. 1953. “What is Folk Culture?”. American Anthropologist, vol. 55,
n°2, pp. 159-173.
MINTZ, Sidney. 1954. “On Redfield and Foster”. American Anthropologist, vol. 56, n°1,
pp. 87-92.
REDFIELD, Robert. 1949. Civilização e cultura folk. São Paulo: Editora Martins.
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DEPARTAMENTO DE ANTROPOLOGIA
RIBEIRO, Gustavo Lins e BIANCO, Bela Feldman. 2003. "Antropologia e poder.
Contribuições de Eric Wolf". Etnográfica, vol. 7, nº 2, 245-281.
MÓDULO 2: Os estudos de comunidade no Brasil. Um momento interdisciplinar? O
dialogo incipiente com a antropologia portuguesa.
Bibliografia:
CANDIDO, António 2010 [1964]. Os parceiros do Rio Bonito. Estudo sobre o caipira
paulista e a transformação dos seus modos de vida. Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul.
DIAS, Jorge. 1990 [1958]. “Problemas de método em estudos de comunidade”. In:
Jorge Dias, Estudos de Antropologia, vol. 1, Lisboa: Imprensa Nacional – Casa da
Moeda, pp. 99-117.
GOLDWASSER, Maria Júlia. 1974. “ ‘Estudos de comunidade’: teoria e/ou método?”.
Revista de Ciências Sociais, Vol. V, n° 1, pp. 69-81.
MELATTI, Julio Cesar. 1984. “A Antropologia no Brasil: um Roteiro”. BIB. Boletim
Informativo e Bibliográfico de Ciências Sociais, n° 17, pp. 3-52.
MUSSOLINI, Gioconda. 2009 [1955]. “Persistência e mudança em sociedades de “folk”
no Brasil”, Cadernos de Campo, nº 18, pp. 287-300.
NOGUEIRA, Oracy. 1998. Preconceito de Marca. As relações raciais em Itapetininga.
São Paulo: EDUSP.
OLIVEIRA, Nemuel da Silva & MAIO, Marcos Chor. 2011. “Estudos de Comunidade e
ciências sociais no Brasil” Revista Sociedade e Estado, vol. 26, n° 3, pp. 521-550.
MÓDULO 3: Os estudos de comunidade no sul da Europa. Temas e problemas da
antropologia “mediterranista” (honra, patronagem, hospitalidade, vergonha). O
“mediterranismo” e seus críticos: uma antropologia “neocolonial”?
Bibliografia:
ALMEIDA, Sónia Vespeira de. 2007. “ ‘A caminhada até às aldeias’: A ruralidade na
transição para a democracia em Portugal”, Etnográfica, Vol. 11, n°1, pp. 115-139.
BOISSEVAIN, Jeremy. 1979. “Towards a Social Anthropology of the Mediterranean”.
Current Anthropology, Vol. 20, n° 1, pp. 81-93.
BRANCO, Jorge Freitas. 2014. “Sentidos da antropologia em Portugal na década de
1970”, Etnográfica, vol. 18, n° 2, pp. 365-378.
DAVIS, John. 1983. Antropología de las sociedades mediterráneas. Barcelona:
Anagrama. P. 254.
GODINHO, Paula. 2007. “Antropologia e questões de escala: os lugares no mundo”
Arquivos da Memória, nº 2, pp. 66-83.
HERZFELD, Michael. 2001 [1987]. A antropologia do outro lado do espelho. Etnografia
crítica nas margens da Europa. Lisboa: Difel, p. 339.
LLOBERA, Josep R. 1999. “El Mediterráneo. Área cultural o espejismo antropológico?”.
In: Josep Llobera. La identidade de la antropologia, Barcelona: Anagrama, pp. 63-87.
MARQUES, Ana Claudia. 1999. “Algumas faces de outros eus. Honra e patronagem na
antropologia do Mediterrâneo”. Mana. Estudos de Antropologia Social, vol. 5, nº 1,
pp. 131-147.
PERISTIANY, J. G. (org.) 1988. Honra e vergonha. Valores das sociedades
mediterrânicas. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.
PINA-CABRAL, João de. 1991. Os contextos da antropologia. Lisboa: Difel.
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SETOR DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES – SCHLA
DEPARTAMENTO DE ANTROPOLOGIA
PITT-RIVERS, Julian. 1954. The People of the Sierra. New York: Criterion Books.
RIBEIRO, Orlando. 1987. Mediterrâneo. Ambiente e tradição. Lisboa: Fundação
Calouste Gulbenkian.
ROHDEN, Fabióla. 2006. “Para que serve o conceito de honra, ainda hoje?”. Campos.
Revista de Antropologia Social, vol. 7, nº 2, pp. 101-120.
WOLF, Eric R. 2003 [1966]. “Parentesco, amizade e relações patrono-cliente em
sociedades complexas” in: Bela Feldman-Bianco e Gustavo Lins Ribeiro (orgs.).
Antropologia e Poder. Contribuições de Eric R. Wolf, Brasília: Editora Universidade de
Brasília/São Paulo: Editora Unicamp, pp. 93-114.
WOLF, Eric R. 2003 [1974]. “Nacionalismo camponês em um vale dos Alpes”. In: Bela
Feldman-Bianco e Gustavo Lins Ribeiro (orgs.) Antropologia e Poder. Contribuições de
Eric R. Wolf... op. cit, pp. 227-25
Procedimentos didáticos
O curso consistirá em aulas expositivas e apresentação de seminários por parte dos
alunos.
Formas de Avaliação
1. Uma avaliação escrita de caráter dissertativo a ser realizada em sala de aula; 2. Um
trabalho final escrito, cujas modalidades serão definidas, com mais detalhes, ao longo
do semestre; 3. Apresentação de seminários.
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(Nome)
Professor responsável
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(Nome)
Chefe de Departamento
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