PRESS RELEASE SECTOR TÊXTIL INDIGNADO COM AUMENTOS DE 20% DO GÁS NATURAL O gás natural vai aumentar até 20% para as empresas, na sequência de recente legislação governamental, o que, para alguns grandes consumidores da Indústria Têxtil e Vestuário, poderá significar um acréscimo de custos de 100 a 150 mil euros por ano. A recente publicação do Decreto-Lei 66/2010, de 11 de Junho, em conjugação com o despacho 07/2010, de 5 de Julho, do regulador energético ERSE, determina a extinção das tarifas reguladas, após um período transitório que terminará em 31 de Março de 2011. Mas, ao contrário do que seria natural, e de esperar, determina um aumento do custo para as empresas que oscila entre os 10 e 20%, de acordo com o perfil de consumo e da instalação. Tendo em consideração que o preço do gás natural segue, normalmente, os preços do petróleo, e que estes, recentemente, se têm mantido estáveis e até em depreciação, a razão dos aumentos resulta, nesta fase, essencialmente da alteração das tarifas de acesso à rede, que, consoante se trate de alta, média ou baixa pressão, aumentam 83, 85 e 70%, respectivamente. Estes aumentos, considerados exorbitantes e iníquos pela Indústria, num momento de crise grave como o que se vive, irão agravar ainda mais as dificuldades das empresas e a sua competitividade, podendo gerar situações de estrangulamento e até de ruptura. As empresas não têm, actualmente, face à situação de aguerrida concorrência que se vive no mercado internacional, qualquer possibilidade de repercutir tal aumento de custos nos preços dos seus produtos, e, para algumas delas, um acréscimo de custos desta grandeza é incomportável. O que significará mais dificuldades, mais situações de insolvência e, consequentemente, mais desemprego em regiões, como as do Vale do Ave e Vale do Cávado, já fortemente castigadas. Não deixa de ser surpreendente que estes aumentos surjam em contradição com o actual discurso do Governo, no sentido de dar prioridade às actividades industriais produtoras de bens transaccionáveis e de exportação, como é o caso da Indústria Têxtil e Vestuário, indispensáveis para o equilíbrio das contas externas e para a recuperação económica do país. A ATP – Associação Têxtil e Vestuário de Portugal, organização patronal representativa da fileira têxtil e Vestuário, já fez chegar este alerta e protesto ao Ministério da Economia, Inovação e Desenvolvimento, exigindo uma rápida intervenção, bem como aos grupos parlamentares, através do Grupo de Trabalho Têxtil, em recente audição na Assembleia da República. O Presidente da Direcção da ATP, João Costa www.atp.pt 13 de Julho de 2010