COMUNICAÇÃO TÉCNICA _____________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________ Nº 171031 Espectroscopia de reflectância de minerais de pegmatitos e suas encaixantes: primeiros dados do distrito pegmatítico Solonópole-Banabuiú Ana Paula Justo Monica Mazzini Perrotta Carlos Roberto de Souza Filho Juliana Alves de Senna Eduardo Brandau Quitete Trabalho apresentado no Congresso Brasileiro de Geologia, 46., Congresso de Geologia dos Países de Língua Portuguesa, 1., 2012, Santos. Resumo. A série “Comunicação Técnica” compreende trabalhos elaborados por técnicos do IPT, apresentados em eventos, publicados em revistas especializadas ou quando seu conteúdo apresentar relevância pública. ___________________________________________________________________________________________________ Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo S/A - IPT Av. Prof. Almeida Prado, 532 | Cidade Universitária ou Caixa Postal 0141 | CEP 01064-970 São Paulo | SP | Brasil | CEP 05508-901 Tel 11 3767 4374/4000 | Fax 11 3767-4099 www.ipt.br ESPECTROSCOPIA DE REFLECTÂNCIA DE MINERAIS DE PEGMATITOS E SUAS ENCAIXANTES: PRIMEIROS DADOS DO DISTRITO PEGMATÍTICO SOLONÓPOLE-BANABUIÚ. Ana Paula Justo1; Mônica Mazzini Perrotta1; Carlos Roberto de Souza Filho2; Juliano Alves de Senna2, Eduardo Brandau Quitete3 1 CPRM - Serviço Geológico do Brasil; 2 UNICAMP; 3 IPT RESUMO: O Distrito Pegmatítico de Solonópole-Banabuiú (DPSB) está localizado na região centroleste do Estado do Ceará, em um segmento da Faixa Trans-Sahara-Borborema que registra a colisão neoproterozóica entre os crátons São Francisco-Congo e São Luís-Oeste Africano, durante assembléia do Gondwana Ocidental. Este distrito apresenta significativa expressividade econômica ao longo dos seus 2.375 km2 de extensão, envolvendo partes dos municípios de Solonópole, Quixeramobim, Senador Pompeu, Milhã e Banabuiú. No limite entre o Domínio Ceará Central e o Sistema Orós-Jaguaribe, os corpos pegmatíticos do DPSB estão alojados ao longo de uma faixa NS composta por xistos, quartzitos, paragnaisses, gnaisses-migmatíticos paraderivados, paranfibolitos e rochas cálcio-silicáticas do Complexo Acopiara. Ao longo desta faixa é notável a presença de corpos de meta-leucogranitos peraluminosos (tipo-S), e de intrusões de monzonitos porfiríticos, respectivamente denominados Granito Banabuiú e Monzonito Quixadá, ambos neoproterozóicos. Os pegmatitos, mineralizados a elementos raros, possuem quartzo, feldspato potássico, albita, muscovita e schorlita como minerais essenciais, e ambligonita, berilo (localmente água-marinha), cassiterita, clevelandita, columbita/tantalita, turmalinas coradas (elbaítas), espodumênio e lepidolita, como minerais acessórios de interesse econômico. A diversidade mineralógica e as dimensões centimétricas a decimétricas dos cristais constituintes dos pegmatitos motivaram a coleta de amostras na região, com o intuito de integrar o acervo da Biblioteca Espectral do Serviço Geológico do Brasil. Análises de espectroscopia de reflectância, por meio de sonda de contato do espectrorradiômetro FieldSpec 3 Hi-Res© - ASD, de resolução espectral no intervalo de comprimentos de onda entre 350 e 2500 nm, foram realizadas em amostras brutas, coletando-se em média três assinaturas espectrais por amostra. Como forma de validação dos resultados, análises semiquantitativas de difratometria de raios-X de rocha total foram realizadas em algumas amostras. As assinaturas espectrais obtidas, de minerais típicos de pegmatitos, de suas rochas encaixantes, suas alterações hidrotermais e supergênicas, se mostraram uma ferramenta de grande utilidade na consolidação de uma metodologia capaz de conferir maior segurança na definição de rochas e seus minerais constituintes, por meio de análises rápidas e de baixo custo. Os espectros conseguidos complementam os dados disponíveis em bibliotecas espectrais já existentes (IGCP, JPL, JHU, USGS), as quais apresentam algumas limitações relativas a variedades minerais, regionais e intempéricas. A depender da relação entre a dimensão dos alvos e as resoluções espaciais e espectrais dos sensores orbitais e aeroportados disponíveis, os dados levantados pelo presente trabalho poderão ser de grande relevância para a prospecção de corpos pegmatíticos, especialmente aqueles mineralizados a elementos raros. PALAVRAS CHAVE: ESPECTROSCOPIA DE REFLECTÂNCIA, ASSINATURA ESPECTRAL, PEGMATITOS