Apostila História 08 – Alta Idade Média 1.0 Império Bizantino (Império Romano do Oriente) Capital-Fortaleza: Constantinopla; Porque não caiu junto com o Império Romano do Ocidente: Amplo comércio (o Estreito de Bósforos era um entreposto comercial); Rica agricultura; Lucro em relações comerciais com o Ocidente; Menos atingido na crise do escravismo; Estado centralizado. 1.1 Política Imperador; Chefe do exército; Igreja; Vasta burocracia (Elemento central para estruturas imperiais); Principal Imperador: Justiniano (527-565). 1.2 Economia Estado controlava quase todas as atividades econômicas; Fixação de salários e preços; Associações comerciais eram controladas pelo governo; Grande sistema de fiscalizações; O Estado possuía o controlava o setor industrial (pescas, produção têxtil, fabricação de armamentos e mineração); Imensos latifúndios, compostos por servos e rendeiros e controlados pela Igreja, em sua maioria. 1.3 Sociedade Sociedade urbana (Só Constantinopla possuía 1.000.000 de habitantes); Aristocracia enriquecida: Banqueiros; Mercadores; Industriais; Grandes proprietários de terras. Camada social intermediária: Trabalhadores das indústrias e comércio. Camada social baixa: Servos – O poder de exploração dos nobres era regulamentado por leis; eles eram proibidos de sair das terras de nascença, e a servidão era hereditária; Escravos – A maioria era posto em trabalhos domésticos. 1.4 Império de Justiniano Temporária reconquista de grande parte do Império Romano do Ocidente e até de Roma; Compilação das leis romanas: Codex Justinianus, renomeado para Corpus Juris Civillis (Corpo de Direito Civil). Essas leis romanas são as bases para os códigos civis de várias nações da atualidade; Construção da catedral de Santa Sofia (Estilo Bizantino). 1.5 Religião Heresias Doutrina oficial do Cristianismo Movimento Monofisita: Jesus possuía uma natureza divina. Cesaropapismo: Imperador Bizantino era o chefe da Igreja do Oriente. Iconoclastia: Movimento de destruição de ícones e proibição delas nos templos, e expropriação dos mosteiros, aprovados pelo imperador e sustentado pelo exército. Jesus possuía uma dupla natureza: humana e divina. O Papa era o chefe da Igreja. O Papa e populações balcânicas (cleros e marinheiros que eram gregos em sua maioria) defendiam os monges. *O imperador implementou um imposto sobre a Igreja; a Igreja relaciona o tamanho dos ícones com o tamanho da fé; Monges trocavam imagens pequenas dos cristãos mais um acréscimo em dinheiro por uma imagem maior feita por eles. Assim, a população não tinha condições de pagar as taxas tributárias do governo, causando uma diminuição na arrecadação tributária. O imperador então resolve a situação com a Iconoclastia. O Papa Leão IX e o imperador bizantino Miguel Cerulário entram em desavença sobre o controle sobre os dioceses da Itália Meridional. O resultado é a Cisma do Oriente (1054), a divisão do cristianismo do Ocidente (Igreja Católica Apostólica Romana), controlada pelo Papa, e a do Oriente (Igreja Cristã Ortodoxa Grega), controlada pelo Imperador. Igreja Cristã Ortodoxa Grega Igreja Católica Apostólica Romana Língua dos rituais: Grego Língua dos rituais: Latim O Estado bizantino controla a Igreja. O Papa controla a Igreja. Era rejeitado a existência do purgatório e a decoração dos templos com ícones. Existia o purgatório e a decoração dos templos com ícones era permitida. 1.6 Queda do Império Bizantino 1.6.1 Séculos VI ao VIII Pressões nas fronteiras orientais e ocidentais; Gastos com as guerras levavam a uma rigorosa política fiscal, que desencadeou a Revolta Nika; Dificuldades econômicas e administrativas; Progressivo encolhimento do território. 1.6.2 Séculos X ao XV Retomada expansionista ocidental – Cruzadas (a Quarta Cruzada, em especial); Predomínio econômico das cidades italianas; Constantes golpes palacianos; Expansão dos turco-otomanos, tomando os Balcãs e a Ásia Menor, reduzindo o Império Bizantino a sua capital; Falta de administração, exército regular e finanças estáveis. 1.6.3 Queda em 1453 Turco-otomanos invadiram Constantinopla e a transformaram em sua capital, Istambul. 1.7 Cultura Bizantina Tradições político-administrativas romanas e islâmicas (teocracia); Grego como idioma oficial; Ascetismo: Negação da glória humana, resultando a falta de esculturas; Arquitetura bizantina – Cúpulas; Contato constante com os povos asiáticos; Mosaicos e ícones (mosaicos religiosos) feitos por monges; Cesaropapismo – Imperador era o principal chefe da Igreja. 2.0 Os Árabes e o Islamismo Península Arábica era dividia em duas regiões: a Arábia Desértica, árida e montanhosa, forçando os sarracenos (povo de origem árabe que, mais tarde, seria considerado qualquer muçulmano) a viver em tribos de nômades do deserto (os beduínos, guerreiros que usavam camelos para o deslocamento e os animais ovinos e caprinos para alimentação e vestuário; eram infanticidas, animistas, politeístas, poligâmicos e travavam guerras (chamadas de Razzias) pelos oásis); e a Arábia Feliz (Hedjaz), faixa costeira fértil do Mar Vermelho, onde viviam clãs urbanos, os coraixitas, comerciantes sedentários. A cidade de Meca possuía um valor comercial e religioso (lá estava o Caaba, símbolo do politeísmo, controlado pelos Coraixitas). 2.1 Maomé Maomé, descendente de uma tribo pobre dos coraixitas, nasceu doente; teve uma filha com uma viúva rica: Fátima. Ele criou uma nova fé, juntando o judaísmo, o cristianismo e o zoroastrismo persa, criando o Corão, ou Alcorão, que pregava um único Deus, Alá. Essa fé torna-se a terceira maior religião monoteísta que surgiu no planeta. Sua religião baseava-se em cinco pilares: Oração diária 5 vezes ao dia; Jejum; Dar esmolas (dízimo); Peregrinação a Meca; Guerra Santa. Monoteísmo X Politeísmo lucrativo: Condenação da Caaba – Coraixitas negaram a religião e expulsaram Maomé para Iatreb (Yathrib); Maomé torna-se o governador de Iatreb, muda o nome da cidade para Medina e alia-se aos beduínos e comerciantes locais, matando 600 judeus (eles rejeitavam sua liderança) e atacando e conquistando Meca; Com o tempo, os povos árabes se converteram no Islamismo, unificando-os; Morte de Maomé – Expansão religiosa – Djihad, a Guerra Santa, que convertia os infiéis; O poder foi passado para os califas (herdeiros de Maomé). 2.2 Império Islâmico Estado Teocrático, exército dos crentes e força ideológica (Islã); Ao contrário a Igreja Católica medieval, o islamismo não era fundamentalista, ou seja, ele não obrigava os povos conquistados a obedecer a sua crença, porém se eles aceitassem-na, pagariam menos impostos; Poligamia resulta numa explosão demográfica e na expansão territorial; Avanço no Império Bizantino e Persa; Dinastia Omíada (661-750) – Avanço no Norte da África, Índia, parte da China e na Península Ibérica, intensificando a decadência comercial e a ruralização; Transferência da capital para Damasco; Interrupção da expansão do Império Islâmico por serem contidos na Índia e na China, barrados em Constantinopla e pela derrota da Batalha de Pitiers. Dinastia Abássida – Perda de unidade política (falta de experiência política), territorial e religiosa, que se dividiu em duas: Sunitas, que criaram o livro Suna (baseado em ditos e feitos de Maomé) e acreditavam na livre escolha dos chefes políticos pelas comunidades crentes, e os Xiitas, que defendiam o poder político e religioso concentrado em uma pessoa só, que era o descendente de Maomé; Conquista de Bagdá; Guerra da Reconquista: recuperação da península Ibéria por parte dos europeus; Cruzadas, a contra-ofensiva cristã; Reconquista mongol de Bagdá. Turco-otomanos conquistaram o resto do Império Islâmico. 2.3 Cultura Islâmica O islamismo gerou o maior desenvolvimento científico na Idade Média, que só foi possível porque a religião não monopolizava o conhecimento. Astronomia: Tradução da obra de Ptolomeu; Fundação de observatórios; Elaboração de um calendário quase perfeito; Identificação de várias estrelas; Disseminação da bússola, pólvora e do astrolábio, que foram levados para a Europa pelos Árabes. Matemática: Desenvolvimento da álgebra e trigonometria; Propagação do sistema numérico arábico, de origem hindu. Alquimia (Química): Descoberta de várias substâncias e aparatos de laboratórios de química, como o álcool, o enxofre e o fósforo; Descoberta de processos químicos (destilação, filtração e sublimação). Medicina: Descoberta do contágio de doenças pelo solo e água; Diagnóstico de doenças; A obra de Avicena, Canon. Literatura: Influência persa; Influenciaram a língua portuguesa; “As mil e uma noites”. Física: Ótica; Arquitetura: estilo bizantino mais o persa; Sem pinturas e esculturas, pois o desenhos de formas humanas era proibido pelo Corão; Sistema de irrigação na agricultura, tornando terras estéreis em terras férteis. 3.0 Os Reinos Bárbaros 3.1 Após a queda de Roma Continuação das invasões de vikings (pelo norte), árabes (pelo sul e sudoeste) e outros povos (pelo leste); Diversidade cultural – Surgimento de outras línguas e reinos bárbaros; Comércio em decadência (a moeda também) e a falta de escravos, motivando trabalhadores no campo, intensificaram a ruralização (a maioria de subsistência); Medo de invasão – Residências fortificadas (castelos); Avanço do cristianismo – Conversão de povos bárbaros, em especial os francos. 4.0 Reino Cristão dos Francos Francos se estabelecem na região de Gália (atual França) graças a conversão ao cristianismo de Clóvis, que cria a dinastia merovíngia; A idéia de rei ficou frágil – surgimento de “reis indolentes” – Carlos Martel (principal rei indolente) vence a Batalha de Poitiers, derrotando os árabes e interrompendo seu avanço pela Europa. 4.1 Filho de Carlos Martel – Pepino, O Breve Pepino e o Papa criaram a dinastia carolíngia; Recompensa para o Papa – Uma grande extensão de terra onde hoje é o Vaticano. 4.2 Filho de Pepino – Carlos Magno Fundou o Império Carolíngio; Dividiu o território em condados e marcos; os administradores destas regiões eram nomeados pelo imperador, que fiscalizava-os com o “emissários do senhor”; Leis capitulares – Primeiras leis escritas do Ocidente Medieval; Igreja via no reino franco uma expansão do cristianismo; Desenvolvimento cultural – A linguagem escrita estava em decadência – Renascimento Carolíngio – Criação de escolas e preservação de obras grecoromanas (esta última teve uma grande atuação da Igreja, que logo teria um monopólio de conhecimento). 4.3 Pós-morte de Carlos Magno (814) Incursões bárbaras e árabes mais disputas sucessórias geraram o fim da unidade territorial. 4.4 Filho de Carlos Magno – Luís, O Piedoso (841) Sues filhos criaram o tratado de Verdun (843), que partilhava o império, acelerando o fim do Império Carolíngio; Aumento do poder da Nobreza – descentralização do poder – FEUDALISMO.