Clipping de Notícias Especial G20

Clipping de Notícias
Especial G20
Volúme 1, Nº 1 — Júlho/Ágosto
BRICS e G20
Tendo em vista a perspectiva de realizaçao da cúpúla do G20 nos dias 5 e 6 de setembro de 2013, úma serie
de encontros preparatorios para a definiçao da paúta da referida reúniao tem tido lúgar. Nos dias 19 e 20 de
júlho, ocorreú a Cúpúla dos Ministros de Finanças em Moscoú, a qual serviu como plataforma de discussao
das alternativas para o enfrentamento dos desafios economicos vivenciados pelos países do grúpo. Segúndo
calcúlos do FMI, o crescimento global previsto para o ano de 2013 e 2014, qúe era de 3.3% e 4.0%, respectivamente, devera cair para 3.1% e 3.8%. Essa reduçao e um dos pontos que devem ser discutidos na cupula.
Os países BRICS tem sido diretamente impactados pela redúçao da atividade economica global. Diante dessa
conjúntúra, qúestiona-se em qúe medida Brasil, India, Rússia, China e África do Súl – os qúais sao tambem
membros do G20 – serao capazes de coordenar seú posicionamento no ambito da proxima cúpúla do G20.
Nesse sentido, a relaçao entre o crescimento economico dos países emergentes e a perspectiva de múdança
da política monetaria dos EUÁ sera assúnto da agenda de discússao dos líderes do G20. O anúncio de qúe a
política monetaria expansionista dos EUÁ, adotada em 2010, sera em breve revertida tem gerado úma fúga
de dolares de múitos países emergentes e a valorizaçao dessa moeda em face das moedas locais. Uma das
dúvidas sobre a atúaçao dos BRICS na reúniao relaciona-se a capacidade desse grúpo de prodúzir solúçoes
concertadas para a alta do dolar. Na tentativa de promover essa coordenaçao, os ministros das Finanças dos
países BRICS reúniram-se em paralelo ao encontro de ministros do G20 em júlho de 2013.
De acordo com algúns analistas, os países BRICS falharam na estrútúraçao de reformas necessarias para súperar o modelo de crescimento paútado em credito abúndante (facilitado pela política monetaria expansionista dos EUÁ), grandes somas de investimento externo e preços de commodities altos. Á manútençao desse
modelo tornoú-se, todavia, motivo de preocúpaçao, em face da diminúiçao do flúxo de investimentos externos para os países BRICS.
No mais, úma reúniao conjúnta entre os ministros do Trabalho e da Economia do G20 teve como resúltado
úm comúnicado ressaltando a importancia da criaçao de empregos e a redúçao da informalidade do mercado
de trabalho dentro dos países do G20. O comunicado afirma que e necessario criar empregos de qualidade,
investir em programas trabalhistas e edúcacionais para impúlsionar as taxas de crescimento. Dessa forma,
aúmentando a prodúçao e redúzindo desemprego, seria possível acabar com algúns dos problemas enfrentados pelas economias como úm todo¹.
Volúme 1, Nº 1 — Júlho/Ágosto
Brasil
O ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, representante do Brasil no encontro qúe reúniú os ministros
do trabalho dos países do G-20 em 18 de julho, afirmou que discutir as políticas de geraçao de emprego no
ambito do G20 e úm importante passo para a consideraçao do emprego como úm elemento central no processo de elaboraçao e implementaçao das políticas macroeconomicas dos países do grúpo. Esse pronúnciamento
sinalizoú qúe essa sera úma das prioridades brasileiras na proxima cúpúla do G20².
Por oútro lado, nao obstante a importancia do G20 para o Brasil, teve grande repercússao internacional o fato
de qúe o ministro Gúido Mantega nao esteve presente na reúniao do G20 que reuniu os ministros da area economica em júlho. Mantega canceloú súa participaçao em face da coincidencia da reúniao com o prazo estabelecido para a definiçao dos cortes orçamentarios qúe garantirao o alcance da meta de súperavit nas contas públicas brasileiras³.
Rússia
Á Rússia, responsavel pela atúal presidencia do G20 e sede da proxima cúpúla, tem participado ativamente
das reúnioes preparatorias para a reúniao de setembro. Ápos o encontro dos ministros das Finanças e chefes
de Bancos Centrais dos países-membro do G20, o ministro das finanças da Rússia, Ánton Silúanov, participoú
de úma conferencia de imprensa na qual declarou que as prioridades da cupula serao o desenvolvimento da
economia global, a continúidade das políticas de consolidaçao orçamental e o financiamento para investimento. O ministro das finanças tambem afirmoú qúe foi obtido úm progresso no dialogo com seús homologos no
qúe diz respeito a qúestao da tribútaçao⁴.
Áinda no ambito da reúniao dos ministros das Finanças e dos presidentes de Bancos Centrais, foram aprovados tres planos de açao para a promoçao e o aúmento dos investimentos: o primeiro visa a estudar as possibilidades de aúmento do investimento em longo prazo, úm segúndo qúe objetiva o combate contra a evasao fiscal e o terceiro, qúe tem como enfoqúe a promoçao de úm crescimento eqúilibrado da economia múndial a
partir da geraçao de empregos.
Por fim, ao final da Reúniao dos Sherpas do G20, a representante rússa, Ksenia Yúdaevao, em entrevista ao
canal de televisao, Rossiya 24, discorreú acerca da agenda final dos líderes dos G20, seus principais temas e
aprofúndamentos, o nao-alinhamento de posicionamento dos membros acerca de diversos temas da paúta e a
dificúldade de se chegar a úm consenso. Á representante rússa ainda discorreú acerca das súas expectativas
para a cimeira do grúpo e destacoú o plano de açao a ser discútido na proxima cúpúla⁵.
Volúme 1, Nº 1 — Júlho/Ágosto
India
No qúe concerne a India, o país vem enfrentando problemas financeiros, principalmente a desestabilizaçao da
moeda. A rupia se desvalorizou algumas vezes de forma notavel, forçando o Banco Central a tomar uma posiçao para evitar perdas maiores⁶.
Dúrante o encontro de Ministros de Finanças – ocorrido nos dias 19 e 20 de júlho – o destaqúe dado foi para o
crescimento dos países para, dessa forma, reverter a sitúaçao corrente e impúlsionar o crescimento. O encontro ministerial do G20, recebeú a presença do ministro das finanças da India (P. Chidambaram), o diretor do
Banco Central (D. Súbbarao) e o vice-diretor (Urjit Patel). Á maior preocúpaçao da India no encontro era o tratamento qúe seria dado a atúal economia global – qúe vem passando por úma desaceleraçao, como apontado
pelas expectativas de crescimento do FMI. Esse posicionamento e largamente defendido pelo país, qúe enxerga úma possibilidade mais eficiente de crescimento paútada na promoçao do credito, e nao no aúmento da
aústeridade financeira, como ressaltado em varios pronúnciamentos do ministro Chidambaram. Este ressaltoú, tambem, qúe a sitúaçao corrente nao apresentoú melhoras na Eúropa, enqúanto as expectativas para o
Japao ainda sao altas. No entanto, o ministro chamoú a atençao para os efeitos das políticas financeiras dos
países desenvolvidos e os impactos qúe essas podem ter sobre os países em desenvolvimento, caso sejam condúzidas de forma arbitraria.
Áinda paútado nas qúestoes economicas, o país útilizara o encontro de setembro para intensificar a cooperaçao economica e financeira com os membros do G20, mais notadamente a Alemanha – como foi decidido em
úm encontro no começo do ano. Álem dessa iniciativa, o Governo da India tem a intençao de promover o desenvolvimento e crescimento no país, o qúe poderia ser atingido atraves da intensificaçao dos laços economicos com oútros parceiros do bloco eúropeú⁷.
No tocante das preparaçoes da cúpúla de setembro, a India sedioú, no começo do ano, em Nova Delhi, o primeiro Framework Working Group meeting. O encontro serviu como plataforma inicial para as propostas e topicos, qúe serao discútidos na cúpúla, em setembro. Especialistas e analistas se reúniram para debater sobre a
possível conjúntúra de 2013. Á India e o Canada desempenharam úm papel de destaqúe nessa cúpúla, pois
aúxiliaram, hospedando encontros e promúlgando temas para as possíveis agendas a serem discútidas, alem
de promover revisoes sobre os compromissos adotados em Los Cabos – cúpúla do G20, em 2012⁸.
China
Em entrevista, o ministro chines Loú Jiwei declaroú qúe a desaceleraçao da economia chinesa nao estaria entre os topicos a serem debatidos dúrante o encontro de ministros do G20. Para embasar seú discúrso, o ministro chines reconheceú o menor crescimento do PIB do país neste ano, mas acrescentoú qúe a China esta gerando mais empregos e úm número maior de investimentos estao sendo direcionados para o setor de serviços. Loú tambem declaroú qúe considera importante qúe os EUÁ estejam atentos as preocúpaçoes das demais
naçoes e qúe e importante procúrar tirar o melhor proveito possível das institúiçoes financeiras múltilaterais⁹.
Contúdo, aproximadamente úma semana antes do encontro dos ministros de Finanças e dos Chefes dos Bancos Centrais do G20, foi noticiada úma incerteza, por parte do governo japones, acerca de determinados dados
relativos a sitúaçao economica chinesa. De acordo com Mitsúhiro Fúrúsawa, vice-ministro de Finanças japones, nem todos os países estao compartilhando informaçoes relativas a shadow banking regional, o qúe significa qúe deve ser atribúída úma maior atençao ao qúe se passa, de fato,
na China. O FMI, por sua vez, disse que a desaceleraçao da economia
chinesa representa úm risco, a medida qúe o país búsca múdar seú
modelo de crescimento, adotando como base o estímúlo do consúmo
interno¹⁰.
Volúme 1, Nº 1 — Júlho/Ágosto
Com efeito, as reformas economicas ocorridas no país foram foco da atençao dos participantes do referido encontro de ministros do G20. Anton Siluanov, ministro de Finanças da Russia, disse esperar que a China acelere
seú crescimento, de modo qúe oútros países se beneficiem disso e se sintam estimúlados a exportar para esse
país. O ministro chines Loú Jiwei, por seú túrno, declaroú qúe seú país ja realizoú determinadas reformas em
seú mercado de capital e qúe o mesmo acompanhara as tendencias da economia múndial ao realizar oútras¹¹.
África do Súl
No contexto dos encontros preparativos para a cúpúla do G20, ocorreú a “III Conferencia África-G20 sobre
Investimento e Infraestrútúra na África”, sob os aúspícios da NEPÁD (The New Partnership for África’s Development) e do setor privado, em Londres. A Africa do Sul obteve destaque durante o evento ao sugerir pontes
com as discússoes levantadas dúrante a Cúpúla dos BRICS em Dúrban, inclúindo a ideia de estabelecer parcerias estrategicas para o continente africano – tanto entre os países BRICS como entre países africanos e oútras
potencias, bilateralmente¹².
Áinda no contexto da III Conferencia África-G20, em discúrso, a ministra de minas súl-africana, Súsan Shabangú, destacoú a importancia de investimentos em infraestrútúra nao apenas no setor indústrial, mas tambem
nos setores mineiro e de transporte. Shabangu salientou ainda a abertura da Africa do Sul e demais países
africanos para investimentos externos e salientoú a importancia de acordos qúe privilegiem o desenvolvimento economico do continente. O papel dos países BRICS tambem foi mencionado nesse ambito.
Tendo em vista o contexto de incerteza qúanto a estabilidade financeira internacional, o ministro de finanças
súl africano, Pravin Gordhan, apontoú como “desafio crúcial” para as negociaçoes do G20 evitar qúe os mercados emergentes e súas moedas saiam prejúdicados nos mercados financeiros. Outra questao importante para
a África do Súl no contexto das discússoes no ambito do G20 e o desemprego – sendo a África do Súl, ao lado
da Espanha, os países com maior (e crescente) taxa de desemprego dentre os países do G20.
NOTAS
¹Para mais informaçoes, ver:
The Economic Times http://economictimes.indiatimes.com/news/international-búsiness/g20-sets-growth-priority-to-boost-fragilerecovery/articleshow/21194156.cms
The Economic Times:http://economictimes.indiatimes.com/news/international-búsiness/g20-seeks-to-narrow-differences-onstimúlating-growth/articleshow/21189641.cms
²Para mais informaçoes, ver:
Bom dia ministro - http://www.yoútúbe.com/watch?featúre=player_embedded&v=YmJhEyexawÁ
³Para mais informaçoes, ver:
Folha de Sao Paúlo - http://www1.folha.úol.com.br/mercado/2013/07/1312192-mantega-deixa-de-ir-ao-g20-apos-impasse-sobrecorte.shtml
⁴Para mais informaçoes, ver:
RIÁ Novosti: http://en.rian.rú/rússia/20130807/182633034/Kremlin-Disappointed-That-Obamas-Visit-to-Moscow-Is-Canceled.html
The New York Times: http://www.nytimes.com/2013/08/08/world/eúrope/obama-cancels-visit-to-pútin-as-snowden-adds-totensions.html?_r=0
⁵Para mais informaçoes, ver:
Rússia G20: http://www.g20.org/news/20130726/781780378.html
Volúme 1, Nº 1 — Júlho/Ágosto
⁶Para mais informaçoes, ver:
DNÁ: http://www.dnaindia.com/india/1860873/report-chidambaram-to-attend-g20-ministerial-in-moscow
The Hindú: http://www.thehindú.com/news/national/india-makes-a-telling-presence-at-g20-meet/article3548826.ece
⁷Para mais informaçoes, ver:
The Times of India:http://articles.timesofindia.indiatimes.com/2013-07-14/india/40568840_1_growth-forecast-finance-ministersministerial-meeting
G20: http://www.g20.org/docs/g20_rússia/priorities.html
⁸Para mais informaçoes, ver: G20:http://www.g20.org/events_financial_track/20130114/781041350.html
The Hindú:http://www.thehindú.com/búsiness/g20-finance-plan-targets-taxes-from-múltinationals/article4931787.ece
The Times of India:http://articles.timesofindia.indiatimes.com/2013-07-14/india/40568840_1_growth-forecast-finance-ministersministerial-meeting
East Ásia Forúm: http://www.eastasiaforúm.org/2013/05/27/chinas-next-big-roúnd-of-economic-reform/
The Voice of Rússia: http://voiceofrússia.com/news/2013_07_19/Global-economic-growth-tops-G20-Finance-Ministers-meeting-inMoscow-0580/
⁹Para mais informaçoes, ver:
Opalesqúe: http://www.opalesqúe.com/647567/Ádamas_ÁM_says_shadow_banking_not_a756.html
The Japan Times: http://www.japantimes.co.jp/news/2013/07/18/búsiness/g-20-to-discúss-how-to-keep-emerging-economieshealthy/#.UgPMG9JJP75
¹⁰Para mais informaçoes, ver:
Soúth África Government Information: http://www.info.gov.za/speech/DynamicÁction?pageid=461&sid=38176&tid=113706
O projeto Country Desk foi idealizado para acompanhar cada país membro do
agrupamento
BRICS.
Os
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conjunturais no âmbito da economia e da política doméstica de cada um dos
países membros, monitorar fluxos de comércio e investimento, e acompanhar
tendências relativas à segurança, defesa e cooperação internacional. Ademais,
busca-se analisar a política externa de cada um, inclusive suas relações bilaterais
com o Brasil.
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