FACULDADE DE TECNOLOGIA SENAC FLORIANÓPOLIS Curso de Pós Graduação Lato Senso em Gestão Estratégica de Pessoas Adriana Oliveira Salomão, Amanda Dri Lima e Patrícia Lenzi REESTRUTURAÇÃO DO SUBSISTEMA DE ATRATIVIDADE E SELEÇÃO DE UMA EMPRESA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO DA GRANDE FLORIANÓPOLIS Florianópolis, 2013 Adriana Oliveira Salomão Amanda Dri Lima Patricia Lenzi REESTRUTURAÇÃO DO SUBSISTEMA DE ATRATIVIDADE E SELEÇÃO DE UMA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO DA GRANDE FLORIANÓPOLIS Trabalho de Conclusão de curso apresentado à Faculdade de Tecnologia Senac Florianópolis, como requisito parcial para a obtenção do título de Pós Graduado em Gestão Estratégica de Pessoas. Orientador: Prof. Dra. Déborah Riggenbach Florianópolis 2013 Trabalho de Conclusão de curso apresentado à Faculdade de Tecnologia Senac Florianópolis, como requisito parcial para a obtenção do título de Pós Graduado em Gestão Estratégica de Pessoas. _____________________________________________________ Orientador – Faculdade de Tecnologia Senac Florianópolis Prof. Dra. Déborah Riggenbach _____________________________________________________ Examinador 1 – Prof. Dra. Andresa Darosci da Silva _____________________________________________________ Examinador 2 – Thais Hoffmann Arnoni Florianópolis 2013 RESUMO Devido a competitividade no setor de Tecnologia da Informação e Comunicação, a área de Gestão de Pessoas necessita criar estratégias para que o processo de recrutamento e seleção se torne cada vez mais eficiente. Neste aspecto, esta área vem se esforçando para atrair e manter os melhores profissionais. Este trabalho consiste no diagnóstico do Processo de Recrutamento e Seleção de uma organização da área de Tecnologia da Informação e Comunicação da Grande Florianópolis, e a proposição de estratégias de melhoria. Foram analisados os dados obtidos através da aplicação de questionários e verificados o papel de cada colaborador no processo de recrutamento e seleção. Identificou-se que atualmente este processo ocorre de maneira segmentada na organização, ocasionando lentidão no tempo de fechamento das vagas e cada membro da equipe desempenha uma parte do processo, como uma “linha de produção”. Por este motivo, foram propostas oito estratégias com vistas na otimização do processo de Recrutamento e Seleção. Palavras chave: Tecnologia da Informação e Comunicação. Gestão de Pessoas. Processo de Recrutamento e Seleção. Recrutamento e Seleção. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 - Organograma da empresa estudada Figura 2 - Estrutura de cargos da empresa estudada Figura 3 - Fluxo do Processo de Seleção de Pessoas Figura 4 - SAV - Solicitação de Abertura de Vagas Figura 5 - SMC - Solicitação de Movimentação de Colaborador LISTA DE TABELAS E QUADROS Quadro 1 - Dados de identificação dos colaboradores do subsistema de Recrutamento e Seleção Quadro 2 - Principais atividades dos colaboradores do subsistema de recrutamento e seleção Quadro 3 - Pessoas com as quais os colaboradores do subsistema de recrutamento e seleção tem contato direto Quadro 4 - Interdependência entre as atividades dos colaboradores do subsistema de recrutamento e Seleção LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ACATE - Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia APPO - Avaliação Participativa por Objetivos AIRC - Atividades e Informações de Registro do Colaborador CLT - Consolidação das Leis do Trabalho CONARH - Congresso Nacional de Gestão de Pessoas DHO - Departamento de Desenvolvimento Humano e Organizacional EAD - Educação à distância IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística LNT - Levantamento de Necessidades de Treinamento Módulo TR - Módulo de Treinamento PMF - Prefeitura Municipal de Florianópolis T&D- Treinamento e Desenvolvimento TI - Tecnologia da Informação TIC - Tecnologia da Informação e Comunicação PROSIN - Programa de Seleção Interna RC - Requisição de Contratação R&S - Recrutamento e Seleção SAV - Solicitação de Abertura de Vaga SMC – Solicitação de Movimentação de Colaborador. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................. 9 1.1 ESPECIFICAÇÃO DO TEMA ............................................................... 11 1.2 OBJETIVOS ................................................................................ 12 1.2.1 Objetivo Geral .......................................................................... 12 1.2.2 Objetivos Específicos .................................................................. 12 1.3 JUSTIFICATIVA ............................................................................ 12 1.4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................ 14 1.4.1 Mercado de trabalho e mercado de recursos humanos no segmento escolhido ................................................................................................... 14 1.4.2 Gestão de pessoas e Principais Tendências Relacionadas à Gestão Estratégica de Pessoas ...................................................................................... 16 1.4.3 Recrutamento e seleção............................................................... 17 1.4.4. Aprendizagem, treinamento e desenvolvimento ................................. 20 1.4.5 Avaliação de desempenho ............................................................ 23 1.4.6 Remuneração e benefícios ............................................................ 26 1.4.7 Retenção de Pessoas ................................................................... 27 1.4.8 Estilos de liderança e utilização do poder .......................................... 29 1.4.9 Cultura e Clima Organizacional ...................................................... 31 1.4.10 Administração de Conflitos .......................................................... 33 1.4.11 Comunicação e endomarketing ..................................................... 35 1.4.13 Desenvolvimento e avaliação de Equipes ......................................... 39 1.5 METODOLOGIA ............................................................................ 40 1.5.1 Caracterização do projeto ............................................................ 40 1.5.2 Técnicas de coletas de dados ........................................................ 42 1.5.3 Forma e análise de dados ............................................................. 43 1.6 OBJETO .................................................................................... 44 1.6.1 Descrição da empresa ................................................................. 44 2 DIAGNÓSTICO E ANÁLISE .................................................. 46 2.1 AMBIENTE EXTERNO ..................................................................... 46 2.1.1 Mercado de trabalho ................................................................... 46 2.1.1 Mercado de recursos humanos........................................................ 47 2.2 AMBIENTE INTERNO ...................................................................... 48 2.1.1 Desenho do organograma, dos cargos, perfis profissionais e das vagas........ 48 2.1.2 Práticas de recrutamento e seleção ................................................. 51 2.2.3 Programas de treinamento e desenvolvimento .................................... 65 2.2.4 Métodos de avaliação de desempenho .............................................. 66 2.2.5 Sistema de remuneração e benefícios, custos com folha de pagamento ...... 66 2.2.6 Rotação de pessoal (Índice de rotação de pessoal, levantamento das causas de rotação de pessoal, custos da rotação de pessoal) ................................... 67 2.2.7 Absenteísmo (índice, causas e custos) .............................................. 67 2.2.8 Estilos de liderança e utilização do poder .......................................... 67 2.2.9 Clima Organizacional .................................................................. 68 2.2.10 Cultura organizacional ............................................................... 68 2.2.11 Administração de Conflitos .......................................................... 69 2.2.12 Comunicação e endomarketing ..................................................... 70 2.2.13 Legislação trabalhista ................................................................ 71 2.2.14 Política de Retenção de Capital Intelectual ...................................... 71 2.2.15 Avaliação de Equipes ................................................................. 72 2.3 ANÁLISE .................................................................................... 72 2.3.1 Fatores Críticos de Sucesso ........................................................... 73 2.3.2 Identificação de cargos críticos ....................................................... 73 2.3.3 Oportunidades e Ameaças (externas) ............................................... 73 2.3.4 Pontos Fracos e Fortes (internos) ................................................... 74 3 FORMULAÇÃO DAS ESTRATÉGIAS ........................................ 75 3.1 ESTRATÉGIAS PARA MELHORIA DO SUBSISTEMA DE RECRUTAMENTO E SELEÇÃO ................................................................................................... 75 4 ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICO/FINANCEIRA .................. 79 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................... 82 REFERÊNCIAS .................................................................. 85 APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO .............................................. 91 9 1 INTRODUÇÃO Com a crescente competitividade em busca de mão-de-obra qualificada, as empresas necessitam da criação de políticas e desenvolvimento de práticas para a atração e retenção de talentos. Por este motivo, a área de Gestão de Pessoas se torna cada vez mais estratégica, pois é esta área que irá contribuir com o desenvolvimento de instrumentos para oferecer um diferencial competitivo para as organizações. Segundo Carvalho e Serafim (1995), o principal objetivo do planejamento estratégico de pessoas em uma organização, é integrar os procedimentos e as políticas da área de Gestão de Pessoas com a programação da empresa, projetando estratégias para enfrentar os desafios do mercado de trabalho. Este planejamento deve adaptar o plano da empresa ao setor de Gestão de Pessoas e aumentar sua produtividade pela soma de esforços e interesses, buscando obter uma força de trabalho motivada e integrada que busque o aumento dos recursos materiais e financeiros da organização. De acordo com Lucena (1990), o planejamento da área de Gestão de Pessoas busca a integração do negócio com o objetivo da organização, e, neste processo, a visão técnica desta área subordina-se as exigências da empresa, as mudanças do ambiente externo e as políticas de pessoal, cuja missão remete os profissionais a outros campos de atuação. Deste modo, os profissionais precisam estar mais próximos da organização, conhecendo o negócio, a visão estratégica, o mercado onde atuam e suas características. Os profissionais também devem conhecer os demais envolvidos no processo, buscando desenvolver um relacionamento apoiado na credibilidade e na qualidade dos serviços, bem como dominar outras áreas e adquirir ferramentas que possibilite compreender o contexto da organização em que está inserido. A organização pesquisada neste trabalho faz parte do setor de TIC Tecnologia da Informação e Comunicação - está sediada em Florianópolis, que é um Polo Tecnológico Nacional. Há muitas empresas deste setor na região e a competição por candidatos para suprir as vagas em aberto cresce em grande velocidade. A formação de profissionais na região não é suficiente para suprir a 10 demanda de vagas, por este motivo muitos postos de trabalho que poderiam estar ocupados permanecem vazios por um longo tempo. Devido a estas dificuldades, é necessário traçar estratégias para que o processo de recrutamento e seleção se torne cada vez mais eficaz e os candidatos selecionados queiram permanecer na empresa, após a contratação. O setor de Tecnologia da Informação e Comunicação, por ser um dos mais competitivos no mercado, investe cada vez mais na atração e retenção de profissionais com competência para usar as diversas linguagens de programação de forma correta. Para Chiavenato (2010), as mudanças culturais e comportamentais da atual Era da Informação estão transformando o papel das pessoas nas organizações. Este novo panorama foi percebido pela área de Gestão de Pessoas e refletiu na importância do capital humano e intelectual, onde agora prevalecem as equipes multifuncionais de trabalho. Ainda segundo Chiavenato (2010), o planejamento nesta área precisa ser mais abrangente e envolver aspectos como conhecimentos, habilidades e competências, permitindo a colaboração eficaz das pessoas para alcançar tanto os objetivos organizacionais como os individuais. Os antigos meios de recrutamento e seleção ainda utilizados pelas empresas são: seleção interna, anúncios em jornais, agências de empregos e recrutamento em universidades. No entanto, os meios mais comuns na atualidade estão relacionados a internet, como: sites das empresas, sites de emprego, redes sociais, twitter, entre outros. Na atualidade, algumas das principais tendências são: a divulgação de vagas que requeiram competências que vão ao encontro da cultura e valores fundamentais para trabalhar na empresa, aplicação de testes e entrevistas online, foco em recrutamento interno e programas de estágio. Conforme Pontes (2010), quando a área de Gestão de Pessoas funciona a contento, o processo de recrutamento e seleção torna-se mais simplificado, uma vez que a vaga não fica muito tempo disponível. Sua maior vantagem é a possibilidade da empresa agir antes do fato concreto, pois é analisado o número de pessoas necessárias para que a empresa cumpra com seu planejamento e qual o perfil e competência dessas pessoas para que sejam inseridas nos novos processos da organização. 11 No que diz respeito à retenção de talentos, as empresas têm investido em: clima organizacional e bem-estar dos colaboradores, horário de trabalho flexível, home-office, facilidades domésticas aos colaboradores no ambiente de trabalho, como: lavanderia, creche, alimentação gratuita, dentre outras. Essas facilidades possibilitam que os colaboradores não se preocupem com questões caseiras e se devotem mais ao trabalho. A retenção não depende apenas de bom salário e bons benefícios, mas também do interesse de cada colaborador em cooperar para evolução da organização, pois a retenção de talentos é a valorização, o reconhecimento e o alcance dos objetivos. Visto o exposto, o objetivo deste trabalho é realizar um estudo sobre o Processo de Recrutamento e Seleção de uma organização da área de Tecnologia da Informação e Comunicação, visando a elaboração de um diagnóstico organizacional e proposição de estratégias para a melhoria deste processo. . 1.1 ESPECIFICAÇÃO DO TEMA O setor de Gestão de Pessoas, para uma empresa de TIC em franca expansão, torna-se estratégico na medida em que há necessidade de uma boa estruturação do setor para acompanhar o mercado desse segmento, considerado aquecido. Os objetivos estratégicos da organização devem ser seguidos pelo sistema de recrutamento e seleção, estruturando seus processos de forma a acompanhar o mercado e conseguir cumprir com as expectativas e necessidades dos indivíduos e da organização. A reestruturação do processo de recrutamento e seleção possibilitará maior assertividade no alcance desses objetivos, o que proporcionará vários benefícios para a organização, como: a otimização do processo seletivo, redução do tempo de fechamento das vagas, maior número de vagas fechadas, redução no valor pago em horas extras aos colaboradores, aumento na satisfação/ produtividade dos colaboradores que estavam sobrecarregados, redução no tempo de entrega das 12 demandas aos clientes. Relacionado a isso, pode-se também citar que uma redução na rotatividade acarreta em uma melhoria no trabalho em equipe, uma vez que os colaboradores permanecem mais tempo juntos, tornando as equipes mais coesas e desenvolvendo ainda mais as afinidades de seus integrantes. Pretende-se, com este trabalho, aprofundar o conhecimento sobre gestão de pessoas e os processos atuais em recrutamento e seleção, com o intuito de propor a reestruturação do subsistema de recrutamento e seleção da empresa em questão. 1.2 OBJETIVOS Os objetivos deste trabalho constituem a finalidade desta pesquisa e da proposta de diagnóstico para a empresa estudada, ou seja, a meta que se pretende atingir com a elaboração do trabalho. 1.2.1 Objetivo Geral Analisar os processos de Recrutamento e Seleção de uma empresa do setor de TIC - Tecnologia da Informação e Comunicação, sediada em Florianópolis, para a elaboração de um diagnóstico e proposição de melhorias. 1.2.2 Objetivos Específicos Caracterizar o atual cenário de Gestão de Pessoas na área de TIC; Identificar como é realizado o processo de recrutamento de candidatos na empresa estudada; Caracterizar como se estrutura o processo de seleção de pessoas na organização em estudo; Propor melhorias aos processos de recrutamento e seleção da empresa em questão 1.3 JUSTIFICATIVA O setor de tecnologia da informação e comunicação está em franca expansão em Florianópolis/SC. Com o constante surgimento de novas empresas, o volume de 13 vagas abertas aumenta cada vez mais, sem que haja mão de obra suficiente para suprir esta necessidade. A partir disto, surge a necessidade de que os setores de Gestão de Pessoas acompanhem esta expansão, tendo criatividade para encontrar formas de atrair e reter seus profissionais, mantendo-os motivados e produtivos. Segundo Nanias (2003), o processo de seleção de candidatos é de extrema importância para o sucesso da organização, pois será através deste processo que a empresa terá a oportunidade de identificar os potenciais talentos. A autora destaca que “mais do que nunca, contratar e reter talentos, é, hoje, um processo que exige muito profissionalismo. Afinal, ele também funciona como um cartão de visitas da empresa diante do candidato”. O presente trabalho visa compreender quais estratégias esta empresa utiliza para atrair, reter e qualificar os seus colaboradores, sendo que faz parte de um setor tão competitivo. A relevância deste trabalho se encontra no diagnóstico do processo de recrutamento e seleção para a proposição de estratégias que possibilitarão, dentre outros benefícios, a redução da média geral do tempo de fechamento de vagas. Isto possibilita o aumento no número de vagas trabalhadas, de clientes internos atendidos e maior velocidade na entrega dos produtos aos clientes. Para Marras (2009) o processo de recrutamento tem por finalidade a captação de recursos humanos interna e externamente a organização para que o subsistema de recrutamento e seleção consiga atender as necessidades dos seus clientes internos. O estudo e pesquisa desenvolvidos por meio desta imersão no setor de recrutamento e seleção da empresa proporcionará o aprendizado da equipe que irá desenvolvê-lo através do trabalho prestado à empresa estudada. Outro benefício adquirido está calcado na melhoria dos processos seletivos, dentro das tendências atuais em recrutamento e seleção. Tendo em vista que o mercado de Tecnologia da Informação está aquecido, as organizações precisam otimizar ao máximo o processo de recrutamento e seleção e melhorá-lo constantemente, bem como suas práticas. Krumm (2009) ressalta que nos processos de recrutamento e seleção a meta da organização é atrair o maior número possível e candidatos qualificados com a 14 menor despesa possível. Por este motivo é fundamental otimizar o processo de recrutamento e seleção, pois isto resulta na redução de custos para a organização. A relevância científica desse estudo consiste ainda na possibilidade de servir de referência para outras pesquisas, tendo em vista tratar sobre um assunto relacionado a gestão de pessoas e as tendências utilizadas na área. 1.4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Nas seções seguintes se tratará sobre temas concernentes à gestão de pessoas, e as diversas áreas que compõem este campo de atuação. 1.4.1 Mercado de trabalho e mercado de recursos humanos no segmento escolhido Com a globalização a competitividade entre as empresas está cada vez mais acirrada, principalmente no setor de Tecnologia da Informação, do qual faz parte a empresa estudada. Este segmento, onde há muitas vagas disponíveis, é um setor que cresce cada vez mais em Florianópolis/SC e a concorrência entre as empresas por candidatos se torna cada vez maior. Segundo um mapeamento realizado pela ACATE (Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia) e PMF (Prefeitura Municipal de Florianópolis) em 2010 observa-se que o crescimento desse setor enfrenta alguns obstáculos, especialmente aqueles associados à demanda por mão de obra qualificada. Além disso, nota-se um crescimento na oferta de vagas, mas não há número suficiente de profissionais habilitados para ocupá-las, o que evidencia uma fragilidade do setor que necessita ser resolvida. Com base nos dados coletados no segundo semestre de 2010, no universo de 112 (cento e doze) empresas de tecnologia localizadas na cidade de Florianópolis, constata-se a necessidade de contratação imediata de 560 (quinhentos e sessenta) trabalhadores. A região possui muitas empresas de tecnologia e a formação de mão-de-obra qualificada não acompanha este o ritmo da criação/ crescimento das empresas e consequente aumento nos postos de trabalho. O que prejudica o crescimento das empresas e consequente melhoria no faturamento das mesmas. Veras (2011) afirma 15 que a capital catarinense vem ganhando destaque em algumas publicações internacionais que se referem a ela como "Vale do Silício", expressão que define a região da Califórnia, nos Estados Unidos, famosa por ser um polo de empresas inovadoras. Segundo Cruz (2012), Florianópolis/SC sempre foi reconhecida nacionalmente como um dos melhores destinos turísticos do país, e atualmente ganha cada vez mais destaque no cenário nacional como Polo Tecnológico, por possuir cada vez mais empresas inovadoras no setor de TIC. Cruz (2012) afirma que em 2011 o polo tecnológico de Florianópolis/SC faturou R$ 958 milhões (novecentos e cinquenta e oito milhões de reais) e, se mantiver o crescimento médio de 16% (dezesseis por cento) dos últimos anos, vai chegar aos 10 (dez) dígitos. Segundo dados da PMF, no ano passado eram 489 (quatrocentos e oitenta e nove) empresas ativas de software e serviços e 71 (setenta e um) de hardware. A cidade é muitas vezes chamada de "capital do turismo", mas já faz alguns anos que o setor de tecnologia da informação ultrapassou as atividades turísticas como a principal fonte de negócios para Florianópolis. O fator mais crítico para este crescimento do setor na região será preencher os postos de trabalho em aberto. Quanto mais as empresas crescem, maior será a demanda por profissionais. Ainda segundo Cruz (2012) um estudo feito ano passado pela ACATE mostrou que cerca de 10 mil (dez mil) pessoas trabalhavam no setor de tecnologia da informação e comunicação em Santa Catarina, sendo que 36% (trinta e seis por cento) estavam em Florianópolis. O estudo ouviu 354 (trezentos e cinquenta e quatro) empresas, que tinham 2,2 mil (duas mil e duzentas) vagas em aberto, para contratação imediata. Para este ano, a previsão era de 5,7 mil (cinco mil e setecentas) vagas disponíveis. Devido à grande dificuldade em se encontrar mão de obra qualificada no setor de TIC e reter estes profissionais, é necessário que as empresas criem estratégias e políticas de gestão de pessoas que valorizem os colaboradores, para que estes desejem permanecer na organização. 16 1.4.2 Gestão de pessoas e Principais Tendências Relacionadas à Gestão Estratégica de Pessoas A Gestão de Pessoas ganha cada vez mais destaque na atualidade, pois as pessoas vêm se tornando o diferencial competitivo entre as empresas. A atração e retenção de talentos é um grande desafio em busca do qual as empresas têm investido no setor de Gestão de Pessoas. Segundo Albuquerque, Leite e Silva (2009) a atuação estratégica da gestão de pessoas toma como ponto de partida o diagnóstico das condições de negócio, incorporando a ideia do planejamento estratégico de pessoas, com a responsabilidade de articulação com o processo de planejamento estratégico corporativo. Cada vez mais se torna comum que o planejamento estratégico da organização esteja alinhado ao planejamento estratégico de gestão de pessoas. Fisher (1998 apud CASTRO, KILIMNIK e SANT´ANNA, 2008) aponta movimentos de mudança nas políticas e práticas de gestão de pessoas, notadamente nos processos de captação, desenvolvimento e remuneração, como, por exemplo, a procura por profissionais de elevado nível educacional; a introdução de práticas organizacionais estimuladoras do autodesenvolvimento e a busca de novos mecanismos de remuneração, tais como participação nos resultados, remuneração variável e remuneração por competências. A Gestão de Pessoas na atualidade busca estratégias para manter os colaboradores motivados e com objetivo traçado dentro da organização, que rumem em busca dos seus objetivos, sendo recompensados por isto. Há um desafio latente que consiste no esforço de transformar empregados de tarefas em profissionais de processo; no repensar dos papéis dos gestores e dos empregados nessa nova organização; na reinvenção dos sistemas de gestão; em fazer com que o aprendizado seja parte do dia-a-dia dos negócios da empresa, bem como moldar uma nova cultura que dê suporte à nova maneira de trabalhar (FISHER,1998, apud CASTRO, KILIMNIK e SANT`ANNA, 2008). É importante que as organizações procurem agregar valor ao trabalho dos colaboradores, possuam ou desenvolvam gestores que tenham competência para gerir pessoas e saibam liderar suas equipes, propiciem um ambiente que favoreça 17 essas mudanças. Uma das principais tendências da Gestão de Pessoas na atualidade é o processo de Recrutamento e Seleção por Competências, que será tratado no próximo tema que segue. 1.4.3 Recrutamento e seleção França e Arellano (2002) destacam como uma importante ferramenta na estratégia de recursos humanos, o recrutamento e seleção, que pretende buscar e atrair pessoas com potencial para as necessidades da empresa. Segundo estes autores, são atividades que fazem parte da rotina de preenchimento de oportunidades em aberto, bem como da administração de pessoal. Para Lodi (1967) apud França e Arellano (2002), recrutamento pode ser considerado um processo de busca por empregados, feito através das requisições das lideranças, podendo-se utilizar uma grande quantidade de recursos comprovados cientificamente, concedendo qualidade ao processo. O processo de Recrutamento e Seleção com foco em competências tem como objetivo atrair e avaliar candidatos para o preenchimento de vagas em aberto, segundo as competências necessárias para exercer determinada função e alinhados com os princípios da organização, como missão, visão e valores. Para isto, é necessário que a empresa possua um mapeamento das competências de cada cargo e realize a definição do perfil necessário para o preenchimento de cada vaga junto ao seu solicitante. Segundo Carbone et al (2009) a competência é entendida como o desempenho expresso pela pessoa num dado contexto, em termos de comportamentos e realizações decorrentes da mobilização e aplicação de conhecimentos, habilidades e atitudes no trabalho. Vale ressaltar que as competências são situacionais, ou seja, são expressas em um dado local e momento. Por este motivo é importante ter cuidado ao escolher os métodos para avaliação das competências no processo de seleção e ter clareza de quais competências serão avaliadas. Segundo Souza, Paixão e Souza (2011) seu principal mérito da seleção por competências é possibilitar a seleção de pessoas com fundamento na definição das competências e habilidades necessárias para 18 cada função, no sentido de facilitar tanto a identificação e aplicação de talentos quanto a implantação de políticas de pessoal e de planos de carreira. O processo de recrutamento e seleção por competência confere maior objetividade ao processo de seleção, o que proporciona maior assertividade na escolha dos candidatos. Para Souza Paixão e Souza (2011) o recrutamento e a seleção de pessoas, dentro de uma organização, representam elevada importância, pois são as pessoas que compõem o ativo principal, necessário para o bom funcionamento de uma empresa. Falhas nesse processo comprometem a produtividade do trabalho e o desempenho das equipes nas organizações. Selecionar a pessoa adequada, encaminhando-a, naturalmente, para o lugar apropriado, significa a decorrência de um processo de seleção eficaz, além de agregar valores para os objetivos da empresa e demonstrar compromisso com o desempenho que o profissional virá a ter no cargo. Existem alguns tipos de recrutamento que são interno, externo e misto. No primeiro as vagas são divulgadas somente aos colaboradores que já trabalham na organização. Entretanto, França e Arellano (2002) ressaltam que esse método de recrutamento pode gerar competição interna, descontentamento e frustração para os que não foram selecionados. Já para Faissal et al (2009) este processo favorece a valorização e crescimento dos colaboradores. No recrutamento externo as vagas são divulgadas somente para o mercado e para Faissal et al. (2009) este processo é uma forma de “oxigenar” a equipe de trabalho e agregar novas competências. Outras vantagens do recrutamento externo são a renovação do capital intelectual da empresa com a diversificação do seu patrimônio humano, tendo em vista a contratação de novas pessoas com consequente renovação da cultura organizacional (LEME, 2007). O processo de recrutamento misto ocorre por meio da divulgação tanto para os colaboradores internos bem como para os candidatos externos. Este pode ser interessante para comparar o nível dos colaboradores que concorrem à vaga com o dos candidatos do mercado de trabalho. A partir da última década, os meios mais comuns para divulgação de vagas são os sites de emprego na internet, site corporativo, jornais, listas de e-mail de instituições de ensino e as redes sociais. Para Faissal et al. (2009) a vantagem dos 19 sites corporativos é propiciar muitas informações sobre a organização aos candidatos. As redes sociais vêm ganhando cada vez mais espaço, há específicas para quem procura uma vaga bem como para que as divulga, um exemplo é o linkedin1. Torna-se cada vez mais comum a utilização deste recurso por headhuntersem busca de talentos. Os headhunters são especialistas, autônomos ou ligados às consultorias que têm como principal atividade seduzir profissionais com alto grau de especialização para posições estratégicas da organização, e que raramente estão desempregados (FAISSAL et al., 2009). A contratação de headhunters normalmente ocorre para o preenchimento de vagas em posições estratégicas da organização devido ao alto custo para se contratar o serviço. Os headhunters buscam profissionais que se destacam em sua função, altamente qualificados, que geralmente não necessitam de grandes investimentos em treinamento. Segundo Marras (2009), a entrevista de seleção busca detectar informações dos candidatos a emprego, cujo processo se inicia com a apresentação, que é o primeiro contato entre a empresa e o empregador, seguida pela coleta de dados, responsável pela prospecção dos dados que compõem a bagagem pessoal do indivíduo e verifica suas competências, a análise comportamental, considerada o centro da entrevista e quando são aplicados os testes psicológicos, análise global, que confirma os dados recebidos durante a entrevista e o laudo final, síntese de todo o processo seletivo. A entrevista pode ser estruturada ou não, na primeira, ela é previamente planejada e prevê as questões que serão dirigidas aos candidatos de forma padronizada, cuja principal vantagem é a facilidade em comparar seus desempenhos tendo em vista que todos recebem as mesmas questões. Na entrevista não estruturada nenhum padrão é seguido, os fatos e as informações obtidas dos candidatos são registradas e se destaca o aproveitamento individual de cada um deles. Outra ferramenta utilizada no processo seletivo são as chamadas técnicas vivenciais, que consistem em simulações de uma circunstância profissional, jogos de 1 O LinkedIn é um site de negócios que possui o formato de uma rede de relacionamento, seu principal objetivo é reunir profissionais, através de uma listagem com vários contatos, sendo pessoas ou empresas, permitindo a interatividade entre os profissionais. 20 grupos ou interações estruturadas. As técnicas vivenciais, segundo França e Arellano (2002), podem ser: Provas situacionais, que dizem respeito às atividades desempenhadas no cargo para o qual se está selecionando; Dinâmica de grupo, que é uma das técnicas vivenciais mais utilizadas e envolve interação entre os participantes, permitindo observar questões relacionadas a integração social, relacionamento, liderança, etc.; e Psicodrama, que tem como pressuposto a forma como o candidato expressa sua personalidade. Para Zaccarelli e Teixeira (2008), a dinâmica de grupo não pode ser confundida com entrevista coletiva, embora sempre que há um grupo de pessoas, há interação entre elas. Segundo estes autores, a dinâmica de grupo tem certas vantagens em comparação com a entrevista, tendo em vista que traz a possibilitar uma maior visualização do comportamento individual e grupal. 1.4.4. Aprendizagem, treinamento e desenvolvimento O treinamento e desenvolvimento proporcionam a melhor qualificação dos colaboradores o que possibilita a melhoria da qualidade e desempenho no trabalho, bem como o aprimoramento dos processos organizacionais. Para Meneses e Zerbini (2009) o setor de Treinamento e Desenvolvimento (T&D) é essencial para a elaboração de respostas ágeis e flexíveis às demandas, pois um dos seus principais objetivos é a melhoria no desempenho dos colaboradores, bem como a promoção do desempenho e efetividade organizacional. Os treinamentos são uma forma de investimento, pois proporcionam a multiplicação e disseminação dos conhecimentos adquiridos, aprimorando a constante reciclagem das práticas utilizadas pela empresa. Segundo Pacheco et al. (2009) em um cenário de altíssima competitividade, no qual as organizações visam a melhoria contínua de seus resultados, torna-se fundamental a conformidade metodológica da aprendizagem às peculiaridades individuais e grupais. A utilização do conhecimento e do aprendizado permanente conferem a organização vantagens competitivas, crescimento e redução de custo. 21 Para que a aprendizagem seja efetiva, é importante que os métodos utilizados levem em consideração as especificidades de cada indivíduo. Ainda segundo Pacheco et al. (2009) a capacitação faz com que uma pessoa ou um grupo adquira conhecimentos e os compreenda, com o objetivo de larguear uma atividade profissional predeterminada com plena competência. Para Marras (2009), o treinamento se inicia em dois cenários: reativo, quando a necessidade de treinamento está sendo ocasionada por problemas reais, ou prospectivo, quando o treinamento visa o atingimento de metas e objetivos futuros. O treinamento, para maior eficácia, pode ser aplicado de forma contínua na organização, que deverá estar em constante processo de crescimento e transformação. O processo de treinamento inicia com um diagnóstico, ou Levantamento das Necessidades de Treinamento (LNT), que é um estudo aprofundado de quais competências são necessárias desenvolver para desempenhar bem determinada função e/ou atividades. Para Spector (2010) a avaliação das necessidades deve determinar quais colaboradores precisam de treinamento e o que deve ser contemplado. O autor ressalta ser comum o desperdício de recursos ao se treinar as pessoas erradas ou utilizar um conteúdo inapropriado. A avaliação nas necessidades de treinamento deve garantir que os investimentos sejam realizados em áreas nas quais seja demonstrada a necessidade de treinamentos. Segundo Marras (2009) as necessidades de treinamento podem ser passadas, presentes ou futuras e levam em consideração duas questões: quem deve ser treinado e o que deve ser aprendido, e, nesta oportunidade, a área de treinamento e desenvolvimento analisa o perfil do trabalhador e as exigências organizacionais. Após a definição das necessidades de treinamento é realizado o levantamento de possíveis fornecedores, análise de conteúdo ou desenvolvimento de um programa de treinamento adequado às necessidades. Para Chiavenato (2010) esta etapa é chamada de Desenho, que consiste na elaboração do projeto ou programa de treinamento para atender as necessidades diagnosticadas. Ainda 22 segundo este autor, a execução propriamente dita do treinamento e condução é chamada de Implementação. Nesta fase é importante que haja um acompanhamento constante do setor de Gestão de Pessoas para garantir que o treinamento ocorra conforme o previsto. Após a realização do treinamento é importante proceder sua avaliação. Spector (2010) propõe quatro critérios para realizar a avaliação dos treinamentos: reações, comportamento, aprendizado e resultados. O critério de reações está relacionado a satisfação do colaborador ao participar do treinamento. Essa avaliação é realizada imediatamente após a finalização de um treinamento, possui questões relacionadas ao ambiente físico, conteúdo, instrutor, entre outros fatores. O critério de comportamento tem como objetivo verificar se houve algum tipo de mudança comportamental do colaborador em decorrência do treinamento, se ele está utilizando o conhecimento adquirido. A avaliação de aprendizado tem como objetivo avaliar o grau de conhecimento adquirido com o treinamento. Segundo Chiavenato (2010) ela avalia o treinamento quanto ao nível de aprendizagem, se o participante adquiriu novas habilidades e conhecimentos ou se mudou suas atitudes e comportamentos como resultado do treinamento. Para Spector (2010), a avaliação de resultados tem como objetivo verificar se o treinamento atingiu os resultados esperados e verificar a sua eficácia. Normalmente é realizada alguns meses após a conclusão do curso e serve para verificar se o treinamento realmente surtiu efeito, se o colaborador passou a aplicar o conhecimento adquirido por meio do treinamento, refletindo numa melhoria do seu trabalho. Milkovich e Boudreau (2006) destacam que os objetivos do treinamento devem ser específicos e mensuráveis e podem mudar constantemente na medida que sua aplicação traz novas informações, que podem ser usadas na próxima etapa do levantamento de necessidades. Sendo assim, os objetivos e critérios devem atender aos padrões gerais, tais como: proporcionar informações que melhorem as futuras decisões; aperfeiçoar as decisões importantes, sendo que o custo e a coleta das informações não pode ser superior ao benefício. 23 O método EAD (Educação a Distância) é cada vez mais utilizado hoje para a elaboração de treinamentos, pelo baixo custo em comparação a um treinamento presencial, facilidade de produção e rápida disseminação. Também denominado elearning ou treinamento virtual - é o treinamento feito através da internet. Pode ser síncrono (quando a transmissão é feita na hora, a pessoa assistindo no computador) ou assíncrono (quando a pessoa localiza a qualquer hora no site o programa que deseja assistir). O treinamento a distância oferece a seguintes vantagens: pode ser feito a qualquer hora e em qualquer lugar. Seu custo é baixo quando comparado com os programas convencionais (CHIAVENATO, 2010). 1.4.5 Avaliação de desempenho Muitos fatores devem ser levados em conta quando se trata de avaliação de desempenho dentro de uma organização. Como afirmam Lima, Guimarães e Hanna (1986) apud Bastos (2005), a avaliação de desempenho implica uma interação complexa entre fatores sociais, culturais, econômicos, ideológicos e psicológicos. Trata-se de uma das intervenções mais delicadas quando se fala em gestão de pessoas, por trazer implícitas questões ligadas às relações de poder, além das múltiplas expectativas do trabalhador. A avaliação de desempenho tem, como motor próprio de transformação, a busca de processos e instrumentos que minimizem a injustiça e tornem o processo mais criterioso e confiável a ambas as partes. Segundo Chiavenato (2010), a avaliação de desempenho é uma apreciação sistemática do desempenho de uma pessoa em função de suas atividades, das metas e resultados a serem alcançados, das competências que ela oferece e do seu potencial de desenvolvimento. Marras (2009, p. 171) esclarece que “a avaliação de desempenho é um instrumento gerencial que permite ao administrador mensurar os resultados obtidos por um empregado ou por um grupo, em período e área específicos (conhecimentos, metas, habilidades etc.).” Para Chiavenato (2010), existem seis questões fundamentais na avaliação de desempenho: 24 1. Por que avaliar o desempenho? 2. Qual o desempenho deve ser avaliado? 3. Como avaliar o desempenho? 4. Quem deve fazer a avaliação de desempenho? 5. Quando avaliar o desempenho? 6. Como comunicar a avaliação do desempenho No que tange à “como avaliar o desempenho?”, segundo Chiavenato (2010) toda pessoa precisa ser posicionada sobre como está seu desempenho como está o andamento do seu trabalho para, se necessário, corrigi-lo. Segundo Marras (2009) a avaliação de desempenho carrega certa ambiguidade, pois o fato mais relevante deste instrumento é a subjetividade do processo de julgamento de outro ser humano, razão da vulnerabilidade creditada a este programa. Um programa de avaliação de desempenho tem a possibilidade de mensurar três campos organizacionais, quais sejam: campo de resultados, campo de conhecimento e campo do comportamento. No campo dos resultados as metas de trabalho devem ser alcançadas pelo empregado no espaço de tempo estabelecido; no campo do conhecimento é averiguado como as informações são assimiladas pelo empregado e no campo do comportamento a organização mensura os valores, atitudes e comportamentos do colaborador, alinhando-os aos padrões culturais da empresa. Desta forma, as principais razões pelas quais as organizações estão preocupadas em avaliar o desempenho de seus colaboradores estão relacionadas a alguns aspectos, como Programa de recompensas (benefícios), feedbacks, potencial de desenvolvimento e relacionamento com os pares. Assim, cada pessoa pode e deve avaliar o seu desempenho, como um meio de alcançar metas e resultados fixados, e de superar expectativas (CHIAVENATO, 2010). A avaliação de desempenho pode ser realizada pelo gerente, pelo próprio colaborador e pela equipe de trabalho, por meio de uma avaliação 360° (trezentos e sessenta graus), ou por meio de uma comissão. A avaliação de desempenho deve ser realizada por meio de alguns tipos de instrumentos de medição deste desempenho. Existem os métodos tradicionais de 25 avaliação, como formulários com afirmações fechadas, e outros métodos mais modernos, que estão ganhando cada vez mais espaço e proporcionam uma avaliação mais adequada do desempenho do colaborador, propiciando um ambiente mais favorável ao desenvolvimento. Marras (2009), cita os seguintes métodos de avaliação de desempenho: método de escalas gráficas, onde são avaliados a quantidade e a qualidade do trabalho; método de incidentes críticos, quando são destacados os principais pontos do avaliado, sem uma análise específica dos traços de sua personalidade; método comparativo, quando são comparadas as análises de um e outro empregado; método da escolha forçada, que o Autor acredita seja mais eficaz, pois obriga o avaliador a considerar o trabalho e o resultado dele obtido e o método de 360° (trezentos e sessenta graus), que recebe este nome pela sua abrangente dimensão de análise, em que o avaliado é considerado por todos que com ele convivem como subordinados, superiores e pares. Os métodos tradicionais de avaliação de desempenho são geralmente burocratizados, simplificados, rotineiros e repetitivos. Além disso, tratam as pessoas como se fossem um padrão, como se não houvesse individualidade no comportamento. Segundo Chiavenato (2010) são os seguintes: 1. Escalas gráficas: consiste em uma tabela de dupla entrada, baseada em fatores de avaliação, como comportamentos e atitudes valorizados pela organização. Este método limita as possibilidades de avaliação, tendo em vista a redução das opções pela escala. 2. Escolha determinados forçada: aspectos do blocos de frases comportamento. O descritivas que enfatizam avaliador deve escolher obrigatoriamente apenas uma ou duas frases em cada bloco que mais se aplicam ao desempenho do funcionário avaliado. 3. Pesquisa de campo: é um dos mais completos, pois se baseia no princípio da responsabilidade de linha e da função de staff no processo de avaliação. Pode ser utilizado como instrumento um entrevista com o gerente e com o colaborador separadamente. 26 4. Incidentes críticos: se baseia nas características extremas que representam desempenhos altamente positivos ou altamente negativos. O método se preocupa com desempenhos excepcionais. 5. Listas de verificação: baseado em uma relação de fatores a serem considerados a respeito de cada funcionário. Os Métodos modernos de avaliação de desempenho consistem em auto avaliação, auto direção das pessoas, maior participação do funcionário em seu próprio planejamento de desenvolvimento pessoal, foco no futuro e na melhoria contínua do desempenho. No método (APPO) Avaliação Participativa Por Objetivos Neste método participam ativamente o colaborador e seu gerente. É democrática, e segue seis etapas: formulação de objetivos consensuais, comprometimento pessoal quanto ao alcance dos objetivos conjuntamente formulados, negociação dos o gerente sobre a alocação dos recursos e meios necessários para o alcance dos objetivos, desempenho, constante monitoração dos resultados e comparação com os objetivos formulados e retroação intensiva e continua retroação conjunta. Assim, pode-se dizer que a avaliação de desempenho começa pela focalização do futuro (CHIAVENATO, 2010). 1.4.6 Remuneração e benefícios Cada colaborador está interessado em investir com trabalho, dedicação e esforço pessoal, com suas habilidades e conhecimentos, desde que receba uma retribuição equivalente a isso. Sendo assim, segundo Chiavenato (2010), remuneração consiste no salário básico, que é o pagamento fixo que o trabalhador recebe de maneira regular, em incentivos salariais, que são programas desenhados para recompensar funcionários com bom desempenho, e os benefícios, muitas vezes chamado de remuneração indireta, que são as facilidades, as conveniências, as vantagens e os serviços sociais que as empresas oferecem aos seus colaboradores, no sentido de poupar-lhes esforços e preocupações (CHIAVENATO, 2010). 27 A fixação de níveis salariais e a definição de benefícios sempre estiveram vinculadas à gestão da economia empresariais e aos imperativos legais vigentes. Maia (1989) apud Bastos (2005), apresentando as conclusões dos debates no XIV Congresso Nacional de Gestão de Pessoas (CONARH, 1988) sobre o impacto da nova legislação brasileira sobre as políticas de compensação da gestão de pessoas, destaca que o capítulo sobre direitos sociais afeta a remuneração direta e indireta dos trabalhadores, aumentando o custo da mão-de-obra; a participação nos lucros desvinculada da remuneração eliminou armadilhas jurídicas, o que pode ampliar a sua utilização; os benefícios devem ser vinculados à produtividade, não ao paternalismo. Bueno (1992) apud Bastos (2005) aponta como novidades na área de remuneração a renúncia aos sistemas tradicionais e a sua vinculação ao desempenho individual ou grupal – os programas de remuneração variável. Neste sentido, os autores destacam três modelos: o gainsharing, que consiste em um plano que mede e divide os ganhos da produtividade entre a empresa e os trabalhadores; os Programas de incentivos de grupos, que disponibiliza uma premiação ao desempenho de pequenos grupos ao atingirem objetivos estratégicos; e o Profit sharing, que é uma remuneração imediata que tem como base a lucratividade. Desta forma, a tendência nas organizações é que cada vez mais percebam a remuneração variável mais do que como um simples incentivo, e sim como uma efetiva ferramenta para alcançar níveis maiores de produtividade (BASTOS, 2005). Os benefícios, em contrapartida, visam satisfazer vários objetivos sociais e econômicos, devendo funcionar como um instrumento de atração e retenção de pessoal, preencher lacunas da previdência social e demais serviços prestados pelo governo, e atender às necessidades reais e individuais das pessoas, para que possam se desligar das preocupações cotidianas e concentra-se nas tarefas para satisfazer necessidades superiores (CHIAVENATO, 2010). 1.4.7 Retenção de Pessoas 28 Muitas ações adotadas pelas empresas no que tange a Gestão de Pessoas estão ligadas à necessidade de reter os talentos que se apresentam na organização, como os Programas de incentivos, de desenvolvimento e de qualidade de vida. Para Bichuetti (2010), a retenção de pessoas é garantida por um conjunto de políticas e práticas bem estruturadas, que envolvem o comportamento dos gestores e a atuação direta da área de recursos humanos, porém, se estes aspectos não forem bem trabalhados, as pessoas permanecerão na empresa somente até encontrarem outra oportunidade de ascensão. Segundo Chiavenato (2010), as recompensas organizacionais são oferecidas para reforçar atividades que produzam efeitos como: aumento da responsabilidade do indivíduo e da equipe dentro da organização, incentivando o espírito de visão de futuro da empresa; ampliação da interdependência entre indivíduo e equipe; que enfatizem a constante criação de valor dentro da organização. No que tange à retenção de pessoas, as recompensas financeiras relacionadas com os objetivos de realização empresarial (lucro ou prejuízo), a participação nos lucros anual ou semestral são exemplos disso. Recompensas relacionadas ao tempo de serviço também estão ligadas à retenção de pessoas, tendo em vista que geralmente são concedidos automaticamente, a cada quinquênio ou decênio. Outros tipos de recompensas estão ligadas ao desempenho excepcional e aos resultados departamentais. (CHIAVENATO, 2010). Este mesmo autor destaca que, modernamente, o treinamento é considerado um meio de desenvolver competências nas pessoas com o intuito de aumentar sua produtividade, criatividade e inovação, a fim de contribuir melhor para os objetivos organizacionais e se tornarem cada vez mais valiosas. De acordo com Pontes (2010), um dos maiores desafios para a empresa é a atração e a retenção de pessoas, sendo fundamental que a organização mantenha um clima de trabalho voltado ao progresso e que possibilite o contínuo desenvolvimento das pessoas. Neste aspecto, quatro questões se destacam: a oportunidade de aprendizado, pois as chances de utilizar novas competências são valorizadas pelo funcionário; o feedback, tendo em vista a importância da boa orientação recebida de profissionais experientes; o relacionamento com as chefias, 29 considerando que os conflitos com o chefe é uma das razões mais frequentes de perda de bons profissionais e, por último, o salário, visto que a remuneração para retenção de pessoas deve ser competitiva com o panorama do mercado em que a empresa está inserida. Quando se trata de qualidade de vida nas organizações, Chiavenato (2010) o coloca como o bem-estar psicológico e social, no qual a reivindicação dos colaboradores quanto a esse fator e sua satisfação no trabalho se desdobra em interesse das organizações quanto aos seus efeitos potencializadores sobre a produtividade e a qualidade. Assim, este autor destaca que a Qualidade de Vida no Trabalho envolve alguns fatores, como: a satisfação com o trabalho executado, as possibilidades de futuro na organização, o reconhecimento pelo resultado alcançado, o salário percebido, os benefícios auferidos, o relacionamento humano dentro da equipe e da organização, o ambiente psicológico e físico do trabalho, a liberdade de atuar e responsabilidade de tomar decisões e a possibilidade de estar engajado e de participar ativamente. 1.4.8 Estilos de liderança e utilização do poder Segundo Chiavenato (2010), liderança é uma forma de influenciar pessoas, em função do relacionamento existente entre elas. Já o poder, segundo este mesmo autor, significa a capacidade de exercer influência, embora não signifique que essa influência seja realmente exercida. Existe ainda a autoridade, que é o poder legítimo, ou seja, o poder que tem uma pessoa em virtude do papel que exerce e de sua posição em uma estrutura organizacional. Segundo França e Arellano (2002), o poder é a força no direcionamento dos sistemas e das situações sociais através dos recursos organizacionais. Montana e Charnov (2001) apud França e Arellano (2002), destacam que, no poder organizacional, classificam-se os seguintes tipos: 1. Poder legítimo: inerente à estrutura organizacional, como um cargo ou uma função predefinidos e compartilhados na cultura da empresa; 2. Poder de recompensa: reforço e reconhecimento de determinado comportamento ou meta atingida; 30 3. Poder coercitivo: relaciona-se com a autoridade que aplica punições visando eliminar, reduzir ou controlar comportamentos e atitudes indesejados em determinado contexto social; 4. Poder de especialização: é a força de influenciar derivada de talentos especiais, conhecimento e experiência em uma ou mais áreas de informações atrativas para os liderados. 5. Poder de referência: também associado ao carisma pessoal, é a liderança decorrente do caráter e da legitimidade de conhecimento de uma pessoa; 6. Poder de informação: posse de dados estratégicos para uma situação crítica ou de informações que orientem processos decisórios e escolhas de diversas ordens. Existem diversas teorias de estilos de liderança, como a teoria dos traços, a teoria dos estilos de liderança e a teoria dos enfoques situacional e contingencial. Segundo a autora, a teoria dos traços tem como característica a premissa de que os líderes possuem traços de personalidade que os auxiliam em seu papel. De acordo com esse enfoque, o indivíduo já nasce líder. Bryman (1992) apud França e Arellano (2002) cita três grandes tipos de traço: os fatores físicos, que englobam características físicas como altura, peso, aparência e idade; habilidades, que dizem respeito à inteligência, fluência verbal, escolaridade e conhecimento; e aspectos da personalidade, como moderação, introversão, extroversão, dominância, ajustamento pessoal, autoconfiança, sensibilidade interpessoal e controle emocional. O autor destaca que essas características não são, necessariamente, aspectos inatos, mas podem ser desenvolvidos pelas pessoas através de um processo de amadurecimento e autodesenvolvimento. A teoria dos estilos de liderança versa que as pessoas podem ser preparadas para exercer o papel de líder. Entretanto, destaca-se que, para isso, há necessidade de estudar e construir as formas de exercício de poder, baseada nas crenças básicas sobre o homem e a natureza humana (LIMONGI-FRANÇA, 2002). No enfoque contingencial, Bryman (1992) apud França e Arellano (2002) afirma que o este estilo de liderança propõe que a eficácia de um estilo de liderança seja um aspecto situacionalmente contingente. Isso significa que um padrão particular de 31 comportamento é eficaz em algumas circunstâncias, mas não em outras. Essa teoria tem forte ressonância nas práticas organizacionais, pois define liderança como o resultado de um conjunto de variáveis que sozinhas poderiam não ser suficientes para o exercício do papel de líder. Considerando-se as organizações na atualidade, propostas a criar líderes eficazes, pode-se considerar a teoria dos estilos de liderança como o modelo mais adequado, tendo em vista que as a pessoas não nascem preparadas, e sim, como coloca França e Arellano (2002) quando cita a teoria, pode-se preparar pessoas para o exercício da liderança, levando-se em conta, ainda, os estilos de poder detalhados acima. 1.4.9 Cultura e Clima Organizacional Cultura organizacional são os valores e as crenças dos colaboradores de uma empresa construída ao longo de sua história, que se interpreta como a identidade coletiva de seus membros orientando seu comportamento. Os membros de uma organização desenvolvem pontos de vista comuns por meio das experiências compartilhadas, das práticas diárias, das histórias e dos rituais, sendo que este conjunto de atitudes auxilia o desempenho das atividades da organização e norteia as decisões de seus colaboradores. Segundo Schermerhorn, Hunt e Osborn (2005), os valores compartilhados e as experiências coletivas são o núcleo da cultura organizacional e desempenham um papel fundamental na ligação entre seus integrantes como um meio de motivação e identificação do grupo como um todo. Os colaboradores de uma organização estão integrados pela energia que controla o seus comportamentos, a sutileza das regras que são por eles respeitadas e as suas referências como grupo. As relações sociais se constroem dentro das organizações, em termos de valores, normas e interpretações. Como exemplo, podemos citar qual a maneira correta de pensar e agir e as condutas e os comportamentos aceitáveis que direcionam e unificam a identidade organizacional. Se estes valores forem claros e compartilhados entre os colaboradores, conseguem a adesão, o consentimento, bem como a participação dos indivíduos no objetivo da organização. O conjunto de 32 características que formam a cultura de uma organização a torna uma empresa única que a difere das demais organizações, principalmente porque a cultura é estável e resistente a mudanças. Robbins (2005) destaca sete características básicas que capturam a essência da cultura de uma organização: “1. Inovação e assunção de riscos. O grau em que os funcionários são estimulados a inovar e assumir riscos. 2. Atenção aos detalhes. O grau em que se espera que os funcionários demonstrem precisão, análise e atenção aos detalhes. 3. Orientação para os resultados. O grau em que os dirigentes focam mais os resultados do que as técnicas e os processos empregados para o seu alcance. 4. Orientação para as pessoas. O grau em que as decisões dos dirigentes levam em consideração o efeito dos resultados sobre as pessoas dentro da organização. 5. Orientação para a equipe. O grau em que as atividades de trabalho são mais organizadas em termos de equipes do que de indivíduos. 6. Agressividade. O grau em que as pessoas são competitivas e agressivas, em vez de dóceis e acomodadas. 7. Estabilidade. O grau em que as atividades organizacionais enfatizam a manutenção do status quo em contraste com o crescimento.” (ROBBINS, 2005, p. 375). Schein (2009) conceituou três níveis de cultura visíveis: os artefatos; as crenças e valores, que são as estratégias e os objetivos compartilhados, e as suposições básicas. Os artefatos são os elementos visíveis na organização que podem ser identificados por pessoas que não estão inseridas na cultura da empresa como, por exemplo, as regras de vestimenta, a arquitetura e os móveis, sendo este o nível mais visível da organização. Os valores adotados são as normas declaradas, aquelas que os colaboradores criam entre si. De acordo com Schein (2009), o nível mais profundo da organização são suas suposições básicas, que formam o coração de sua cultura e são elementos invisíveis, como as regras “táticas”, pois existem sem o conhecimento consciente dos colaboradores. Estas suposições representam também o que os membros sentem e pensam nos aspectos da cultura e se inserem em todos os aspectos da vida cultural da organização. 33 Conforme Chiavenato (2009), clima organizacional é o conjunto do ambiente interno laboral de uma empresa, percebido e experimentado pelos membros da organização, influenciando seu comportamento como, também, são por ele influenciados. Este aspecto está diretamente relacionado com o ajustamento da motivação, satisfação das necessidades e do equilíbrio emocional dos colaboradores. Quando o grau de motivação dos colaboradores de uma empresa está alto, o clima organizacional se eleva e se traduz em satisfação, animação, interesse e colaboração, entre outros. Ao contrário, quando a motivação é baixa, o clima organizacional tende a diminuir gerando depressão, desinteresse, apatia, frustração e insatisfação, podendo causar, inclusive, agressividade e inconformidade nos funcionários. Chiavenato (2009) ressalta que o clima organizacional subordina-se a seis sentimentos: estrutura da organização, quando afeta o sentimento das pessoas no que diz respeito a regras e regulamentos excessivos; responsabilidade, quando não há verificação das decisões tomadas; riscos, que levam a iniciativa de enfrentar desafios; recompensas, que é ser reconhecido pelo trabalho desempenhado; calor e apoio, sentimento de ajuda mútua e por último conflito, sentimento que a organização aceita opiniões diversas. 1.4.10 Administração de Conflitos O conflito refere-se a um desacordo entre os indivíduos das organizações envolvendo diferenças de escala de autoridade, metas, produtividade, recursos, pessoas ou valores, podendo ser desencadeado por disputas de papéis, status, mal entendidos não resolvidos e dificuldades de relacionamentos. Para Schermerhorn, Hunt e Osborn (2005), os conflitos podem ser de ordem intrapessoal, pertinentes a personalidade do indivíduo e causados por frustrações de ordem profissional ou pessoal; interpessoais, que envolvem duas ou mais pessoas e surgem das divergências de estilo profissional ou de personalidades dos envolvidos; intergrupais, quando acontecem entre equipes e prejudicam a empresa de uma 34 forma mais abrangente, despendendo grande energia das organizações para sua solução, e conflitos Inter organizacionais, entre corporações e seus sindicatos. Os conflitos se desenvolvem através dos seguintes estágios: condições antecedentes, conflito percebido/ sentido, conflito manifesto, quando ele está abertamente expresso, solução ou supressão e consequências do conflito. Havendo a supressão não ocorre nenhuma mudança nas condições que originaram o conflito, seus comportamentos são apenas controlados mas ele continua existindo, podendo retornar. Os conflitos solucionados criam condições de redução de futuros conflitos mas, se surgirem, tornam a resolução destes mais fácil. Robbins (2005) esclarece que o conflito é administrado das seguintes formas: abstenção, quando se finge que o conflito não existe; por acomodação, quando ele é percebido mas a sua essência é ignorada; pela conciliação, quando algo essencial é cedido por uma das partes e ele tende a reaparecer no futuro, e pela colaboração, quando se busca satisfazer os envolvidos conciliando suas diferenças para que resultem em ganho para todos os interessados. De acordo com Schermerhorn, Hunt e Osborn, (2005), o processo de administrar o conflito obtendo resultado construtivo é essencial para o bom andamento da organização sendo que sua solução tende para três modelos básicos: no modelo perde-perde, nenhuma das partes obtém o resultado almejado e o conflito acaba retornando, pois suas razões adjacentes não são resolvidas; na solução ganha-perde, somente uma das partes vence, o que provavelmente resultará em uma futura competição e em outros conflitos sobre o mesmo assunto, tendo em vista que somente a vontade de uma parte é suprida. Já na solução do tipo ganha-ganha, as partes encontram o consenso, mediante a colaboração mútua aonde as questões são examinadas com objetivo de reconciliar as diferenças e buscar uma real solução, eliminando de vez os motivos do surgimento do conflito, pois todos saem satisfeitos com o resultado alcançado. Andrade, Alyrio e Macedo (2010) esclarecem que a negociação é a forma mais comum de solucionar um conflito pois abre a possibilidade e o interesse de superá-lo, eliminando a desavença na medida em que seus movimentos alteram o cenário da divergência até que os envolvidos encontrem uma forma cooperada de 35 convivência. Comuns no cotidiano das empresas, as negociações se desenrolam nos seus ambientes internos, entre os colaboradores, e externos, entre a empresa e os clientes, e ocorrem quando existe um conflito mas há interesse comum entre as partes de resolvê-lo. Em ambos os casos existem pontos conflitantes e convergentes entre os dois lados e a negociação caminhará para o sucesso quando forem vislumbrados e apoiados os pontos convergentes. De acordo com Pimenta (2009), os principais pontos a serem observados numa negociação são a empatia, que é se colocar no lugar do outro; o distanciamento da situação, para haver uma avalição mais apurada dos argumentos, e o compartilhamento, que é a troca de benefícios entre as partes. 1.4.11 Comunicação e endomarketing Conforme Schermerhorn, Hunt e Osborn (2005), a comunicação, que se traduz como a informação em movimento, é uma ferramenta importante para atingir os objetivos de uma empresa, tanto dentro da organização como através dela e de seu ambiente, sendo as suas principais funções de controle, motivação, informação e expressão na organização. Para Robbins (2005), a comunicação se processada da seguinte forma: fonte, codificação e mensagem: a fonte inicia a mensagem sendo que esta é o produto físico da codificação do pensamento; canal, decodificação e receptor: o canal é onde a mensagem viaja sendo decodificada quando recebida pelo receptor. Segundo Schermerhorn, Hunt e Osborn (2005) feedback é o processo em que o receptor da mensagem se comunica com o transmissor, sendo esta troca bastante útil para melhorar o processo de comunicação,. A comunicação é considerada eficaz quando o significado pretendido da mensagem enviada pela fonte é percebido integralmente pelo receptor. Torquato (1986) esclarece que a comunicação pode ser posicionada nos seguintes níveis de análise de como são recebidas as informações: intrapessoal, que estuda o comportamento do indivíduo; interpessoal, referente as relações entre as pessoas envolvidas e a maneira como são afetadas pelas informações e organizacional, relativa aos grupos da organização, suas dimensões, frequência de 36 contato, conhecimento, coesão. Há também o nível tecnológico, dirigida ao equipamento, aparelhamento, armazenamento, processamento e distribuição das informações. Conforme Robbins (2005), o processo de comunicação pode, ainda, ser descendente, quando flui do topo para a base da estrutura hierárquica; descendente, processada da base inferior para a superior ou lateral, quando os níveis hierárquicos equivalentes se comunicam entre si. Seus canais podem ser formais, estabelecidos pela empresa para transmitir mensagens relacionadas ao trabalho, ou informais, quando surgem de modo espontâneo como comunicação entre os indivíduos. A transmissão pode ser feita de forma oral (palestras, debates, rumores); escrita (memorando, carta, correio eletrônico, fax, boletins internos, informativos) ou não verbal (postura, expressões faciais, sinais corporais). Tomasi e Medeiros (2010) definem endomarketing como as ações de marketing desenvolvidas para o público interno das empresas com objetivo de ressaltar a importância do funcionário no processo produtivo e viabilizar canais de comunicação que favoreçam o relacionamento humano nas organizações, contribuindo para o desenvolvimento profissional e o interesse do colaborador com relação às atividades da empresa e a seus negócios. Através destas ações, as organizações tornam comuns sua missão, valores, objetivos e metas e criam um ambiente favorável às relações humanas e ao desenvolvimento dos empregados. A falta destes canais internos atingem o diálogo e as metas, produzindo crise e prejuízo e, deste modo, a prática do endomarketing é fator essencial para a melhoria da produtividade, integração das pessoas, competitividade dos produtos e serviços, incentivo a cooperação e lealdade entre os empregados e melhoria do clima interno e relacionamento interpessoal. Segundo Torquato (1986), os processos comunicativos nas empresas se tornam mais eficazes e atingem seu principal objetivo, que é gerar consentimento sobre o sistema de valores da organização, quando alcançam um nível de congruência que aproxima as diferenças entre as comunicações técnicas, cognitivas, que se refere ao comportamento dos indivíduos e normativas, que transmitem normas e valores. A missão da comunicação interna contribui para o 37 desenvolvimento e a manutenção de um clima positivo, propício ao cumprimento das metas estratégicas da organização e ao crescimento de suas atividades e serviços e expansão de suas linhas de produtos. Robbins (2005) destaca a importância da gestão do conhecimento, que é o processo de organização e distribuição do saber coletivo das organizações que faz com que a informação chegue corretamente ao interessado quando necessária, sendo essencial sua existência pelas seguintes razões: os ativos intelectuais de uma empresa são tão importantes quanto seus ativos físicos e financeiros; a ciência do conhecimento ficará perdida se não for devidamente transmitida e um sistema bem planejado reduz as ações repetitivas tornando a empresa mais eficiente. Para tanto, é necessário gerar um banco de dados com acesso rápido e fácil de consulta para os interessados. 1.4.12 Legislação Trabalhista De acordo com Pontelo e Cruz (2013), o Direito do Trabalho é o ramo do direito que tem por objeto as normas e as instituições jurídicas que instruem as relações trabalhistas, determinam suas partes e as organizações que protegem o trabalho, ou seja, são as relações que tratam o objetivo do serviço prestado, a subordinação, a continuidade e a remuneração do empregado. Iorio (1996) esclarece que a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), é a principal lei brasileira referente aos direitos dos trabalhadores. Criada através do Decreto-Lei n° 5452/43 (BRASIL, 1943), unificou toda a legislação trabalhista existente na época e surgiu após a criação da Justiça do Trabalho, no ano de 1939. O objetivo de sua criação foi de regulamentar as relações entre empregador e empregado, sendo que a denominação “celetista” refere-se, até os dias de hoje, ao trabalhador que possui registro em carteira profissional de trabalho. Pontelo e Cruz (2013) infomam que, finalizado o processo de seleção, que escolhe, entre os candidatos, aquele que ficará com a vaga disponível, é formalizada a contratação do novo empregado com a assinatura da carteira e do contrato de trabalho, onde são discriminados as obrigações e benefícios, sendo que as partes, 38 empregado e empregador, celebram seus compromissos e acordos, dispostos nos artigos 2o. e seguintes da CLT. De acordo com a CLT, no contrato de trabalho (art. 442 a 456 da CLT), devem ser elencadas a jornada de trabalho, o prazo do contrato, as condições salarias, subordinação profissional, responsabilidades e discriminação do cargo ocupado. Os requisitos especiais, como trabalho exercido em jornada noturna, condições de trabalho insalubres ou desempenhadas em condições de periculosidade (art. 190 a 197, CLT), horário flexível e benefícios como vale transporte e alimentação, sendo a concessão destes não obrigatórios, também poderão ser formalizados no referido contrato. Os principais direitos dos trabalhadores são a carteira assinada (art. 13, CLT), o recebimento anual do 13º salário (Lei 4.090/62, BRASIL, 1962), gozo das férias após doze meses de trabalho (art. 130 a 133, CLT), com acréscimo de um terço do salário e que pode ser convertido em abono pecuniário de dez dias (art.143, CLT), depósito mensal do fundo de garantia por tempo de serviço de 8% do valor do salário bruto (Decreto n° 99.684/90, BRASIL,1990), recebimento de aviso prévio quando dispensado (art. 487, CLT), repouso semanal remunerado (art. 67, CLT), vale transporte com desconto máximo de 6% do salário (Decreto n° 95.247/87, BRASIL, 1987), pagamento de adicional noturno (Decreto Lei n° 9.666/46, BRASIL, 1946) e faltas ao trabalho nos casos de casamento, doação de sangue, alistamento eleitoral, morte de parente próximo, testemunho na justiça do trabalho, doença comprovada por atestado médico. Entre os direitos que também estão assegurados pela Constituição Federal (BRASIL, 1988) estão a licença maternidade de cento e vinte dias (art. 7o, XVIII) com garantia de emprego até 5 meses depois do parto, a licença paternidade de até cinco dias corridos (art. 7o, XIX), o pagamento das horasextras trabalhadas com acréscimo de 50% do valor da hora normal (art. 7o, XVIl) e o seguro-desemprego (art. 7o, II). Pontelo e Cruz (2013) citam que a empresa pode, ainda, conceder os seguintes benefícios aos seus trabalhadores: vale refeição, vale alimentação, seguro saúde, assistência odontológica e outras formas de remuneração e auxílio, tais como participação nos lucros e resultados, 14º salário, previdência privada, seguro de 39 vida, adicional por tempo de casa, empréstimo para aquisição da casa própria, financiamento para aquisição de automóvel, carro com despesas pagas, estacionamento, transporte da empresa e assistência jurídica entre outros. 1.4.13 Desenvolvimento e avaliação de Equipes De acordo com Ivancevich (2008), as equipes são um grupo de pessoas engajadas em alcançar um objetivo comum, em que as habilidades dos seus integrantes são compartilhadas através de uma comunicação verdadeira, as divergências existentes estimuladas e a cooperação mútua é elevada, sendo contínua a avaliação procurando resolver os problemas que afetam o seu funcionamento. As equipes podem surgir de forma espontânea, formadas por afinidades e necessidade de contato social, ou formalizadas, quando o comportamento de seus integrantes é dirigido em função de um objetivo organizacional específico. Segundo Robbins (2005), as equipes podem ser funcionais, quando integradas por pessoas que pertencem a uma mesma área de atividade; auto gerenciáveis, quando responsáveis por um processo e onde não há a necessidade de gerenciamento; interfuncionais, formada por especialistas de diversas áreas que combinam um conjunto de competências e virtuais, quando usam da tecnologia para reunirem seus membros. Quanto a duração, as equipes podem ser classificadas em permanentes, quando formadas por um propósito de prazo indeterminado, ou temporárias, criadas para solucionar ou desenvolver algo específico e encerrada quando o objetivo é atingido. Para Schermerhorn, Hunt e Osborn (2005) as equipes, em sua formação, atravessam os seguintes graus de evolução: formação, quando os membros estão se conhecendo e procurando os propósitos do grupo; tormenta, quando o grupo é reconhecido mas ainda existe resistência a individualidade de cada um; integração, quando o grupo passa a ser coeso e há uma unidade coordenada; desempenho, quando a estrutura é funcional e aceita pelos integrantes, e dissolução, quando o objetivo é concluído e ocorre a dissolução da equipe. 40 Em sua função, as equipes tendem a serem influenciadas pelas atitudes e comportamentos dos seus integrantes; pelas normas, que são as regras e padrões aceitos e compartilhados informalmente, e pelo status, entendido pela posição que cada indivíduo ocupa e o poder que exerce, traduzido na capacidade de contribuir com a meta e o objetivo final do grupo. Ainda conforme Schermerhorn, Hunt e Osborn (2005), um fator importante no desenvolvimento das equipes, é a coesão que faz o grupo permanecer unido, isto é, a atração existente entre os membros que motiva a existência do grupo com intuito de alcançar seu objetivo, com reflexos diretos na produtividade, satisfação e desenvolvimento da equipe como um todo. Robbins (2005) afirma que as equipes de alto desempenho são aquelas que superam os limites convencionais tendo em vista o comprometimento de seus membros tanto com o sucesso individual de cada um como do grupo, pois seus integrantes reúnem conhecimento, experiências e emoções distintas que enriquecem toda a equipe. Estas equipes costumam ter um número reduzido de integrantes com conhecimentos que se completam, seus objetivos são transparentes para todos, o método de trabalho é comum e a responsabilidade mútua. Zanelli, Andrade e Bastos (2008), fala que o desenvolvimento de equipes deve ser continuamente atualizado e, promover este desenvolvimento, demanda conhecer as razões históricas, econômicas, sociais e afetivas do grupo, acompanhando as mudanças do ambiente e das pessoas dessa equipe que podem implicar em futuras mudanças de cultura, valores e crenças de uma organização. 1.5 METODOLOGIA O presente estudo teve como objetivo o diagnóstico do processo de Recrutamento e Seleção do subsistema de Atratividade e Seleção e propor melhorias para este processo. 1.5.1 Caracterização do projeto 41 Uma empresa de TI (Tecnologia da Informação), com vinte anos de atividade, mais de mil e quinhentos colaboradores, sediada em Florianópolis/SC e com escritórios em diversos Estados do país. A visão da empresa é crescer vinte anos em cinco e, em um ano: 2011-2012, progrediu 40% (quarenta por cento) levando a contratação de novos funcionários e ao projeto de construção de uma nova sede. Os dados foram coletados junto ao seu setor de Gestão de Pessoas, bem como, através da análise dos processos empregados neste setor. Algumas das características da pesquisa realizada são: qualitativa, exploratória, de campo, descritiva, documental, explicativa e bibliográfica. É uma pesquisa qualitativa pois a análise dos dados foi realizada levando-se em conta o conteúdo de cada questionário preenchido pelos colaboradores, sem levar em consideração a quantidade de respostas. Dalfovo, Lana e Silveira (2008) conceituam a pesquisa qualitativa como aquela que trabalha predominantemente com dados qualitativos, ou seja, com a informação coletada pelo pesquisador que não é expressa em números, ou então os números e as conclusões neles baseadas representam um papel menor na análise. A pesquisa é considerada exploratória pois, até o momento, ainda não havia sido realizada uma pesquisa na organização sobre o assunto abordado. Para Gil (1991) a pesquisa exploratória tem como objetivo desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias, para a formulação de hipóteses pesquisáveis para estudos futuros. É uma pesquisa de campo, pois houve observação das pessoas que compõem o setor estudado em seu ambiente de trabalho. Lakatos e Marconi (1991) definem a pesquisa de campo como a observação de fatos e fenômenos da forma como eles ocorrem espontaneamente, a coleta de dados e registro de variáveis relevantes para analisá-los. É descritiva pela utilização de formulário para a coleta de dados. Segundo Gil (1991) o objetivo principal deste tipo de pesquisa é descrever as características de determinada população, fenômeno ou estabelecer relações entre variáveis. Sua característica mais marcante é a técnica padronizada de coleta de dados. 42 A pesquisa é considerada documental pela utilização de uma ferramenta wiki de gestão do conhecimento, restrita aos colaboradores da empresa, para o levantamento de informações. Lakatos e Marconi (1991) ressaltam que a pesquisa documental é caracterizada pela utilização de documentos para a coleta de dados, que são as fontes primárias. A pesquisa é classificada como explicativa pois visa detalhar o processo de Recrutamento e Seleção na empresa estudada. Para Gil (1995) a pesquisa explicativa tem como objetivo principal a identificação dos fatores que determinam ou contribuem para a ocorrência dos fenômenos, ou seja, explicam o porquê das coisas. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica pois foi realizada uma revisão de literatura sobre vários assuntos relacionados a gestão de pessoas através de livros, artigos e sites. Para Lakatos e Marconi (1991) a pesquisa bibliográfica engloba toda a bibliografia já relacionada ao tema de interesse, desde publicações avulsas (boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses) à meios de comunicação orais (rádio, gravações, filmes e televisão). A população estudada foram os seis colaboradores do subsistema de Recrutamento e Seleção da organização aos quais foram aplicados questionários via Google.docs, e, destes, cinco foram devolvidos. A amostra utilizada na pesquisa é denominada como intencional ou por julgamento, pois os participantes foram escolhidos por comporem o subsistema em questão. Segundo Mattar (2011) a suposição básica deste tipo de amostra é que com um bom julgamento e estratégia podem ser escolhidos os casos a serem incluídos, e com isso, se chegar a amostras satisfatórias para as necessidades da pesquisa. 1.5.2 Técnicas de coletas de dados Os dados necessários para a pesquisa foram obtidos diretamente através da ferramenta wiki de gestão de conhecimento, uma página online de informações utilizada pelos colaboradores, nos sistemas internos de comunicação da empresa, relatórios do Sistema Sênior, que é utilizado na organização, questionário aplicado 43 aos colaboradores da equipe do subsistema de Atratividade e Seleção e observação assistemática. O questionário foi elaborado para melhor compreensão do processo atual de Recrutamento e Seleção e entendimento da participação de cada colaborador neste processo. O documento é composto por oito questões abertas. Lakatos e Marconi (1991) definem o questionário como uma ferramenta de coleta de dados constituído por perguntas ordenadas que podem ser preenchidas sem a presença do pesquisador. O referido questionário encontra-se no apêndice deste trabalho. Para a elaboração do questionário foi utilizado o Google.docs, ferramenta que disponibiliza os formulários e suas respostas online e possibilita maior agilidade no envio e acompanhamento das respostas. Os formulários foram enviados no dia 25/09/2013 para os seis colaboradores do subsistema de Recrutamento e Seleção e respondidos até o dia 04/10/2013, sendo que somente uma pessoa não preencheu. Sendo assim, a amostra da pesquisa foi de cinco participantes. Para a coleta de dados foi utilizado o método de observação assistemática, no qual houve a observação dos colaboradores do setor de Recrutamento e Seleção desempenhando suas atividades diárias, sem interferência das pesquisadoras. Barros e Lehfeld (1986) definem a observação assistemática ou não estruturada como uma observação na qual não há um controle previamente elaborado e também não necessita de instrumental apropriado. 1.5.3 Forma e análise de dados Os dados obtidos através da aplicação dos questionários foram analisados de forma qualitativa através de quadros elaborados de acordo com as respostas dos participantes. Esta forma de análise teve como objetivo o entendimento do papel de cada colaborador do subsistema no processo de recrutamento e seleção e melhor entendimento de suas atividades. As observações assistemáticas foram realizadas no próprio local de trabalho do público-alvo, os processos foram verificados através da rotina diária do subsistema. Esta observação objetivou ter maior conhecimento das atividades e 44 forma de execução das mesmas pelos colaboradores do subsistema de Recrutamento e Seleção. Os dados documentais foram obtidos através da ferramenta wiki de gestão do conhecimento utilizada na organização. Através desta ferramenta foram analisadas informações sobre o subsistema, como o fluxo do processo de recrutamento e seleção. 1.6 OBJETO Nesta seção serão apresentadas as especificações da empresa estudada. O objeto de estudo deste trabalho é uma empresa do setor da tecnologia da informação situada em Florianópolis, conforme detalhamento que segue. 1.6.1 Descrição da empresa A empresa objeto do estudo é a uma das maiores do setor em desenvolvimento de sistemas de gestão do país. Fundada em 1990 por três exfuncionários públicos, é expoente na área em que atua, tecnologia da informação (TI), cujo principal produto é o desenvolvimento de programas de software e soluções corporativas. A organização tem destaque em cinco áreas de atuação: indústria da construção, administração pública, projetos cofinanciados por organismos internacionais, departamentos de infraestrutura, transportes e obra, Poder Judiciário, Ministério Público e Procuradorias. A sede principal é localizada em Florianópolis, possui escritórios em diversos estados do país, conta com mais de mil e seiscentos clientes no Brasil e no exterior e possui em seu quadro mais de mil e quinhentos colaboradores. A empresa mantém parceria com diversos fornecedores mundiais de tecnologia e convênios com instituições de ensino, sustentando uma política de capacitação constante de sua equipe e desenvolvendo projetos de pesquisa e inovação. Sua missão é prover soluções nas quais a tecnologia, a inovação e o conhecimento especializado contribuam para a gestão corporativa do cliente. Na ocasião em que comemorou seus vinte anos de fundação, sua meta passou a ser 45 crescer vinte anos em cinco, sendo que cresceu 40% (quarenta por cento) em apenas um ano, ultrapassando mais de mil colaboradores em seus quadros e iniciando o projeto de uma nova sede que terá a capacidade de comportar mil e quinhentos funcionários, isto somente no Estado Catarinense. Apontam-se, entre seus principais valores, a satisfação dos clientes, razão de existência da organização, o respeito mútuo entre as pessoas, o trabalho em equipe, a pró-atividade, flexibilidade e a visão crítica voltada para a melhoria contínua. Destacam-se, também, o seu crescimento sustentável, a retenção de talentos, na medida em que promove o autodesenvolvimento e o bem-estar de seus colaboradores; a construção da confiança baseada na seriedade; a inovação em buscar sempre fazer o melhor; a valorização do conhecimento especializado e o compartilhamento das informações, bem como a priorização da qualidade em todos os produtos e serviços prestados e a valorização da comunicação eficaz. Importante mencionar a sua preocupação social, tendo em vista que a empresa contribui para a inclusão digital e profissional da comunidade em que está inserida. 46 2 DIAGNÓSTICO E ANÁLISE O presente diagnóstico foi realizado por meio do levantamento de dados de como ocorrem os processos de Gestão de Pessoas na Organização pesquisada. Para isto, houve uma pesquisa do ambiente interno e externo a organização, conforme segue. 2.1 AMBIENTE EXTERNO Tratando-se da empresa fazer parte do setor de tecnologia da informação, faz-se importante mostrar qual o contexto no qual a empresa se encontra, para melhor entendimento dos objetivos propostos neste trabalho. 2.1.1 Mercado de trabalho De acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a economia brasileira vem crescendo a cada ano, sendo que, somente no segundo trimestre de 2013, registrou o maior crescimento do mesmo período nos últimos três anos. Este quadro favorável estimula muitas empresas globais a investirem no Brasil fato que, somada às políticas de incentivo do Governo Federal, faz a área da Tecnologia da Informação despontar no país e o levar ao quinto lugar no mercado de TI no mundo. O Estado de Santa Catarina se destaca como um dos principais polos tecnológicos do Brasil, especialmente por conta do pioneirismo de diversas empresas e pelas tecnologias desenvolvidas. Suas soluções em softwares, hardwares, serviços e equipamentos atendem diversos segmentos de mercado com clientes em todas as regiões brasileiras, sendo três os grandes polos do Estado: Grande Florianópolis, Joinville e Blumenau. O polo da Grande Florianópolis abrange, além da Capital, os municípios ao seu entorno, em sua maioria com empresas de pequeno e médio porte que desenvolvem serviços de software, hardware e equipamentos de alta tecnologia. 47 A Universidade Federal de Santa Catarina é a principal instituição de ensino e pesquisa da região e responsável pela formação de grande parte da mão de obra especializada, contribuindo também através de pesquisas desenvolvidas no âmbito dos seus cursos de graduação e pós-graduação. É relevante também a presença das incubadoras de empresas de base tecnológica o que é um dos seus diferenciais do Estado. Santa Catarina está entre os cinco estados brasileiros que mais investem em tecnologia, levando o setor a crescer a cada ano e as empresas a contratarem muitos profissionais. De acordo com a ACATE (2010) até 2015 mais de onze mil vagas de emprego no setor poderão ser abertas em todo Estado. Além do conhecimento técnico os profissionais de tecnologia da informação precisam, para conseguirem ingressar no mercado de trabalho, requisitos específicos, como domínio de inglês, tendo em vista que serão profissionais contratados para trabalharem em consultorias especializadas. Ademais, mais três habilidades estão em falta no mercado de tecnologia da informação: negociação, pois as empresas desejam profissionais de TI que sugiram e negociem soluções aos clientes; comunicação, pois esta capacidade é também um fator importante para o profissional de tecnologia da informação que quer se destacar e a visão de negócio, que busca um profissional com perfil dinâmico e que entenda o mercado no qual está inserido. Entretanto, a qualificação da mão de obra ainda é um desafio para o desenvolvimento do setor de TI em todo o Estado. 2.1.1 Mercado de recursos humanos As empresas procuram profissionais que estejam cursando ou tenham curso de nível superior, mas este requisito não é indispensável, tendo em vista que nesta área há meios de desenvolver as pessoas no trabalho. Para reter os talentos contratados, normalmente são oferecidas oportunidades para seus colaboradores desenvolverem suas potencialidades, como cursos de graduação e pós-graduação e especialidades técnicas específicas. 48 No Estado de Santa Catarina, em virtude da escassez de mão de obra qualificada, também são garimpados talentos de outros Estados, sendo oferecido como diferencial a oportunidade de morar em uma capital com destacada qualidade de vida e de trabalhar em empresas de sistema de gestão com projeção nacional e internacional, tendo em vista que este Estado é expoente no setor de TI. As vagas são oferecidas em empresas como sites de oferta de empregos, nos programas e murais das universidades de todo o país, nos sites especializados, como o TI - Santa Catarina e ACATE, e, principalmente, nos próprios sites das organizações. Cabe mencionar que há uma significativa concorrência por candidatos capacitados entre as empresas do ramo de Tecnologia da Informação, tendo em vista a grande ofertado número de vagas disponíveis e a insuficiência de candidatos qualificados para ocupa-las, forçando as empresas a criarem estratégias tanto para atrair como para reter estes profissionais. E a carência de profissionais capacitados também é um dos fatores o que obstam um maior crescimento do setor de TI, tanto na Grande Florianópolis como em todo o Estado. A empresa perde funcionários em virtude da forte concorrência, pois estes são atraídos por melhores benefícios oferecidos pelo mercado. 2.2 AMBIENTE INTERNO O ambiente interno da empresa consiste em detalhar em como as práticas de gestão de pessoas são praticadas na empresa em questão. 2.1.1 Desenho do organograma, dos cargos, perfis profissionais e das vagas Para a elaboração do diagnóstico da empresa pesquisada é fundamental entendermos como a mesma é constituída, sua estrutura organizacional. Segue abaixo o Organograma da empresa estudada: Figura 1- Organograma da empresa estudada 49 Fonte: Dados primários (2013). Através da figura 1 é possível observar que a empresa é constituída por 6 (seis) unidades corporativas, que atendem a toda a empresa e 4 (quatro) unidades de negócios, que geram receita para a organização. O modelo de organograma por descentralização administrativa por unidade de negócio pode ser entendido como unidades organizacionais com certo grau de independência, que mantém a abrangência de um negócio, sendo que o gestor é responsável pelo seu desempenho e pelos resultados. (BORBA, 1992; BETHLEM; ROMEIRO, 1993; PINTO; AVILA, 1997 apud OLIVEIRA; AVILA, 1999). Na figura 2 é apresentada a estrutura de cargos da empresa estudada: 50 Figura 2 - Estrutura de Cargos da empresa estudada 51 Fonte: Dados primários (2013). Através da figura 2 é possível observar que a empresa possui cargos com até 4 (quatro) níveis em sua estrutura, um exemplo é o Analista Implementador, que vai do nível I até o Especialista. Este é um exemplo de cargo para o qual costumam haver vagas em aberto, pois é fundamental para a atividade fim da empresa estudada. Segue abaixo a lista das principais vagas oferecidas, com suas quantidades: -Analista de Negócios - 6 (seis) vagas; -Analista de Qualidade e Processos - 6 (seis) vagas; -Analista de Sistemas - 18 (dezoito) vagas; -Analista de Suporte a Sistemas - 6 (seis) vagas; -Analista de Testes - 3 (três) vagas; -Analista Implementador - 14 (catorze) vagas. 2.1.2 Práticas de recrutamento e seleção O processo de Recrutamento e seleção ocorre de forma segmentada na empresa pesquisada, pois cada pessoa do subsistema é responsável por uma parte do processo. A estagiária de Administração realiza a divulgação das vagas em aberto, a Analista de DHO - Analista de Desenvolvimento Humano e Organizacional (Psicóloga) realiza a triagem dos currículos, a Assistente de DHO efetua o agendamento dos candidatos para avaliações técnicas, correção das avaliações e agendamento dos aprovados para uma entrevista semiestruturada realizada pela Analista de DHO (Psicóloga) juntamente com o Gerente ou solicitante da vaga. Nesta entrevista é realizada a avaliação psicológica e técnica. Esta Analista de DHO também é responsável por aplicar e corrigir os testes psicológicos, quando necessário, além da elaboração de laudos e pareceres. Outra Analista de DHO é responsável pela gestão das vagas e comunicação com os candidatos após aprovação para a negociação salarial e de horários de trabalho. Após esta etapa, 52 caso o candidato aceite a proposta, a analista encaminha e-mail solicitando a documentação para contratação que deverá ser enviada ao setor admissional. A empresa utiliza diversas fontes de recrutamento, como: redes sociais, site institucional da empresa, intranet da empresa, sites de emprego e banco de currículos em geral, divulgação em instituições de ensino, programa Geração Tec2, revistas especializadas. A fonte mais efetiva para recrutamento são os sites de emprego, seguido pelas redes sociais como: Linkedin e Facebook. Há também algumas consultorias que auxiliam no processo de recrutamento e seleção, atuando principalmente nas vagas consideradas técnicas, como: Analista Implementador, Analista de Negócios, Analista de Pesquisa e Desenvolvimento, Analista de Sistemas, Analista de Suporte ao Cliente, Analista de Qualidade e Processos, Coordenador de Desenvolvimento e Analista de Qualidade e Processos de Software. Seguem algumas consultorias com as quais a empresa estudada trabalha: Adecco, Amazon RH, De Bernt, Grupo AGP (AGP Serviços), Harmony RH, SBRH, Camargo & Campos Serviços, ERH, Michael Page, Versatile. As consultorias são utilizadas para trabalhar principalmente as vagas em outros estados do país. Além das fontes de recrutamento citadas anteriormente, a empresa possui um programa de indicações, no qual o colaborador recebe uma bonificação através do cartão Sodexo Premium Pass quando sua indicação for contratada e uma nova bonificação no mesmo valor quando a pessoa indicada completar seis meses de empresa. Existe um programa de seleção interna no qual algumas vagas são divulgadas a todos os colaboradores via e-mail, possibilitando-os de se candidatarem e participarem do processo seletivo. É o solicitante da vaga quem decide se a mesma terá seleção interna, externa ou mista. A seleção ocorre nos moldes habituais, como análise de currículos, avaliação técnica, entrevista psicológica juntamente com a entrevista técnica e aplicação de testes psicológicos. Na empresa estudada o tempo médio de fechamento das vagas de 2013 é de 33 (trinta e três) dias úteis, este tempo é calculado desde a abertura da vaga pelo 2 Talentos empreendedores para o mundo da tecnologia - Programa que cria oportunidades para jovens e adultos por meio de qualificação profissional. instituído pelo Governo do Estado/Secretaria do Desenvolvimento Econômico Sustentável, é executado através da FAPESC, em parceira com instituições do setor de tecnologia e informação. 53 gerente até a confirmação de aprovação do candidato pelo gerente. A média de contração por mês é de aproximadamente 56 (cinquenta e nove) pessoas por mês. O gerente de cada área é responsável por controlar o seu quadro de colaboradores e avaliar a necessidade de novas contratações. O Procedimento de Seleção de Pessoas possui um Fluxo ligado ao Setor de Qualidade e Processos, chamado Fluxo de Seleção de Pessoas. O Procedimento tem início com a análise crítica feita pelo Gerente do setor da necessidade de abertura de vaga. O DHO indica que seja realizada uma análise interna dos membros da equipe atual para verificar se algum colaborador pode assumir as responsabilidades em questão. Segue abaixo figura ilustrando o Fluxo de Seleção de Pessoas a ser seguido pelos responsáveis pela abertura de vaga e pelo DHO: Figura 3 - Fluxo de Seleção de Pessoas Fonte: Dados primários (2013). 54 Havendo a real necessidade de abertura da vaga, o Gerente encaminha ao DHO um documento chamado SAV - Solicitação de Abertura de Vaga. Após o recebimento, o DHO avalia se o documento está devidamente preenchido, e caso o analista de DHO identifique que o Gerente não analisou criticamente a necessidade de abertura de vaga, solicita a este que faça uma reanálise. Havendo a real necessidade, é iniciado o processo de seleção de pessoas. Segue abaixo Figura ilustrando o documento para Solicitação de Abertura de Vaga: Figura 4 - SAV (Solicitação de Abertura de Vaga) Fonte: Dados primários (2013). O Processo de Seleção de Pessoas pelo DHO inicia com a divulgação da vaga, externamente ou internamente. A divulgação da vaga internamente deve conter no mínimo as mesmas informações da divulgação externa. Quando a vaga é aberta internamente, utiliza-se o Programa de Seleção Interna e há necessidade de avaliar se a vaga cumpre os requisitos descritos para o Programa. Segundo Carvalho, Nascimento e Serafim (2012), o Recrutamento Interno fundamenta-se na 55 movimentação de quadros de pessoal dentro da organização, e envolve transferência, promoções, programas de desenvolvimento e planos de carreira. Já o recrutamento externo, segundo estes mesmos autores, é a busca de candidatos fora da organização quando o aproveitamento internamente não ocorre. Havendo interesse em alguma vaga anunciada nos meios de divulgação, os candidatos cadastram seu currículo no site da empresa, conforme apontando acima. Em caso de seleção interna, o colaborador também deve atualizar seu currículo no site da empresa. Independentemente do método de recrutamento utilizado, é feita uma pré-seleção dos candidatos e/ou colaboradores, verificando se as informações cadastradas vão ao encontro das necessidades das informações da vaga em aberto, que consiste em avaliar: as informações do currículo com as informações da vaga em aberto; a pretensão salarial com o salário proposto para a vaga em aberto; a carga horária pretendida com a carga horária da vaga em aberto; se há o atendimento de todos os requisitos de perfil, como certificação tecnológica, conhecimentos exigidos, etc. No caso de seleção interna, a pré-seleção deverá considerar: as atividades do cargo atual com o cargo pretendido; a carga horária da vaga em aberto com a carga horária de trabalho atual; se o colaborador atende todos os requisitos de perfil, ex.: certificação tecnológica, conhecimentos exigidos, etc.; além das seguintes regras do Programa de Seleção Interna: O colaborador poderá participar das vagas oferecidas no programa de seleção interna exclusivo de sua unidade de negócio. Colaboradores das unidades de negócio poderão se candidatar a vagas de unidades corporativas. Colaboradores das unidades corporativas poderão se candidatar a vagas de unidades de negócio e corporativas. Para se candidatar o colaborador deverá cadastrar/atualizar no site da empresa o seu currículo e selecionar o cargo pretendido igual ao da vaga aberta internamente. Os processos referentes a provas/entrevistas/dinâmicas serão agendados conforme definição da área de DHO. O colaborador só poderá se candidatar a uma vaga de cada vez. 56 Colaboradores de outros Estados/filiais poderão se candidatar a vagas da sede ou vice-versa, desde que estejam dentro da mesma unidade de negócio. Caso o colaborador tenha interesse em participar de uma seleção interna, este deverá deixar ciente o seu coordenador e gerente imediato sobre o seu interesse. O colaborador deve verificar as seguintes informações antes de se candidatar à vaga interna: o Se atende todos os requisitos de perfil descritos na vaga. Exemplo: formação, conhecimentos exigidos, certificação tecnológica, etc. o Caso o colaborador participe da seleção interna e não seja aprovado, ele só poderá participar de outro processo depois do prazo de 6 (seis) meses do retorno do processo seletivo (informativo DHO). o Caso o colaborador não seja classificado para participar do processo poderá se candidatar a outra vaga posteriormente. o O colaborador que participou do processo e foi aprovado só poderá se candidatar a outras vagas depois de um ano do novo cargo assumido. Após essa etapa, o DHO encaminha aos candidatos convite para participar das próximas etapas do processo seletivo, como prova técnica, entrevista ou dinâmica de grupo. A prova técnica é agendada com o candidato ou colaborador, corrigida por alguém da área pra a qual o candidato está concorrendo, e a nota é encaminhada ao gerente para que o mesmo defina com quem tem interesse em realizar entrevista. As dinâmicas não ocorrem para todas as vagas disponíveis na empresa. Para a realização da dinâmica é necessário verificar a quantidade de candidatos préselecionados. Com base nessa informação será possível realizar um planejamento do tipo de dinâmica que será aplicada. Depois da realização da dinâmica, o responsável repassa ao gestor as informações coletadas. Essas informações servirão para ajudar na tomada de decisão para a contratação. Após esta etapa, O gestor define quem será entrevistado (por ele ou outra pessoa delegada) e encaminha os nomes ao DHO para providenciar o agendamento. O gestor responsável pela vaga ou a pessoa indicada por ele, 57 realizará a entrevista com o candidato. Quando necessário, o analista de DHO (responsável pela avaliação comportamental) participará das entrevistas. Com base nos resultados obtidos na aplicação de provas, na realização entrevistas e/ou nas dinâmicas, o gerente terá informações que possibilitam a escolha de um candidato. Em caso de candidato externo, o gestor deve informar o DHO sobre a escolha do candidato. Em caso de candidato interno, o gerente deve efetuar a Movimentação Interna do Colaborador, preenchendo o documento SMC – Solicitação de Movimentação de Colaborador. Veja abaixo o documento SMC: Figura 5 - SMC (Solicitação de Movimentação de Colaborador) Fonte: Dados primários (2013) A SMV é um importante documento, pois atesta que o colaborador está deixando uma equipe e passará a fazer parte de ou encontrando novos desafios. Carvalho, Nascimento e Serafim (2012) destacam que é de extrema importância para a empresa apostar no potencial das pessoas, oferecendo oportunidades de progresso profissional. 58 Escolhido o candidato, encaminha-se a ele uma proposta salarial. Em caso positivo, é preparada a recepção do colaborador na empresa. Aos candidatos não aprovados, Caso o candidato/colaborador não tenha sido selecionado, o analista de DHO informa o candidato da não classificação, agradecendo o interesse e solicitando que mantenha o currículo devidamente atualizado para contatos futuros. O candidato/colaborador é informado da sua aprovação. Em caso de seleção interna, o DHO é o responsável por realizar a comunicação ao gerente/coordenador atual sobre a aprovação do colaborador no processo seletivo. Nessa comunicação será solicitada a data oficial da mudança de área do colaborador. A negociação deverá acontecer entre os gerentes/coordenadores envolvidos. Aos candidatos aprovados é encaminhado o documento chamado AIRC Atividades e Informações de Registro do Colaborador, que tem como objetivo orientar o novo colaborador com os procedimentos a serem seguidos para efetuar o registro. (vide Anexo 1). Além dos documentos analisados para aprofundamento acerca do processo de Recrutamento e Seleção, foi utilizado um questionário para levantamento de dados relacionados às atividades desempenhadas pelo membros da equipe de Recrutamento e Seleção. Seguem abaixo os quadros com as respostas obtidas e suas análises. O primeiro quadro diz respeito à identificação dos colaboradores que participaram da pesquisa: Quadro 1 - Dados de identificação dos colaboradores do subsistema de Recrutamento e Seleção Colaborador Cargo C1 C2 Formação Tempo de Tempo Empresa de R&S Estagiário de Recrutamento e Seleção. Superior cursando 4 meses 4 meses Assistente de Atratividade e Administração de Empresas 2 meses 2 meses 59 Seleção Analista de DHO I Superior Completo Psicologia 10 meses 5 anos Analista de DHO II Pós-graduação em Gestão Empresarial e de Recursos Humanos 2 anos e 4 meses 2 anos e 4 meses Assistente de Recrutamento e Seleção Cursando Ensino Superior em Administração de Empresas 1 ano 1 ano C3 C4 C5 Fonte: Dados primários (2013). Através do quadro 1 é possível verificar que o subsistema é composto por um estagiário de Recrutamento e Seleção, dois assistentes de Recrutamento e Seleção e dois analistas de DHO, sendo uma nível 1 e outro nível 2. Quanto a formação, somente um colaborador possui Pós-Graduação na área em que trabalha, dois colaboradores estão cursando o ensino superior, um colaborador é graduado em Administração de Empresas e outro em Psicologia. O tempo de empresa dos colaboradores varia de 2 meses à 2 anos e 4 meses e o tempo de experiência em R&S vai de 2 meses à 5 anos. O quadro a seguir descreve as principais atividades dos colaboradores do subsistema de Recrutamento e Seleção: Quadro 2 - Principais atividades dos colaboradores do subsistema de Recrutamento e Seleção Colaborador Principais Atividades C1 -Cadastro de vagas em sites de empregos, redes sociais, e instituições de ensino. Busca por candidatos, contato e solicitação para que cadastrem o currículos em nosso site; 60 -Atendimento a candidatos por e-mail e por telefone; -Levantamentos de informações como instituições de ensino que oferecem cursos de T.I., de candidatos qualificados em diversas regiões do país; -Geração de PDF´s dos currículos e encaminhamento aos responsáveis pelas vagas; -Entrega das provas aos corretores, e auxílio na impressão / correção das mesmas, quando necessário. C2 - Aplicação e acompanhamento de provas presenciais e on-line, via Webex dos candidatos; - Correção de provas objetivas e envio de provas discursivas para correção (aos gestores responsáveis), das diversas unidades da empresa; - Lançamento das notas em Planilha interna e na Intranet da empresa; - Atualização e lançamentos de Indicações no campo acompanhamento dos candidatos que possuem indicações internas; - Abertura de chamados para inclusão no sistema dos novos colaboradores que iniciarão na empresa; - Envio de e-mails para os candidatos que participaram do processo seletivo, dando o retorno negativo, quando não classificados; - Ligações para candidatos para agendamentos e reagendamentos de provas; - Lançamentos e atualizações de dados referentes aos processos seletivos aplicados pela empresa; - Auxílio em geral em atividades pertinentes à equipe de Recrutamento e Seleção. C3 -Fazer a triagem de currículos cadastrados diariamente no site da empresa; -Realizar entrevista individual com os candidatos; 61 -Emitir parecer sobre as entrevistas realizadas e colocar no acompanhamento da nossa intranet; -Aplicar testes psicológicos e fazer laudo psicológico; -Realizar a correção de testes de QI; -Realizar o processo seletivo de candidatos do geração tec (dinâmica e os aprovados são encaminhados para entrevista individual com os coordenadores/gerentes); -Realizar buscas no linkedin de candidatos em potencial. C4 -Abertura de vaga, divulgação de vaga no site empresa e encaminhamentos para divulgação em outras mídias, cadastro na intranet de cargos novos e abertura de chamado para MKT sobre imagem de liberação de divulgação das vagas quando novas; -Conferência de RC, confecção e encaminhamentos dos grupos de vagas para triagem; encaminhamento de grupos de candidatos para agendamento de provas e entrevistas, encaminhamento currículos e notas aos responsáveis pelas vagas, cobrança sobre retorno das avaliações dos currículos, notas e entrevistas; -Encaminhamento de propostas ao candidato; encaminhamento documentação necessária para contratação, abertura de chamado de login com a Infraestrutura; -Encaminhamento do QI; -Atendimento de candidatos e colaboradores por telefone e e-mail; -Suporte interno da equipe; -Abertura de vagas com consultoria, cobrança e retorno do processo, conferência e encaminhamento da nota fiscal para pagamento; -Encaminhamento do Programa de Seleção Interna, confecção dos processos com currículo, proposta e aceite do candidato para arquivamento. C5 -Agendamento de avaliações técnicas presenciais e webex; -Agendamento de entrevistas presenciais e Skype; 62 -Confecção do registro de novos colaboradores. Fonte: Dados primários (2013) Através da análise o quadro 2 foi possível perceber que o processo de Recrutamento e Seleção ocorre de maneira segmentada na organização em questão, cada colaborador é responsável por uma parte do processo. Um exemplo disso é que o C1 realiza a divulgação das vagas, C3 realiza a triagem de currículos, C2 e C5 agendam as avaliações técnicas, entrevistas presenciais ou por videoconferência, C3 aplica os testes psicológicos quando necessário, realiza a entrevista psicológica e C4 entra em contato com os candidatos para dar o retorno do processo seletivo e solicita a documentação aos candidatos aprovados. Segue abaixo quadro com as informações das pessoas com as quais os colaboradores do subsistema de Recrutamento e Seleção mantem contato direto. Quadro 3 - Pessoas com as quais os colaboradores do subsistema de Recrutamento e Seleção têm contato direto Colaborador Pessoas com quem mantem contato direto C1 - Colaboradores da equipe R&S e candidatos. C2 - Colaboradores da equipe de Recrutamento e Seleção; - Coordenador da equipe de Recrutamento e Seleção; - Gerente da Seção; - Colaboradores da equipe de Desenvolvimento Humano Organizacional; - Candidatos que estão em processo seletivo; - Colaboradores em geral da empresa. C3 -Coordenador 63 C4 -Diretor, Gerente, coordenador, colaborador, candidato, outros colaboradores da equipe e DHO. C5 -Coordenadora da equipe, candidatos, colaboradores da equipe, coordenadores de outras área da empresa, colaboradores de outras áreas da empresa. Fonte: Dados primários (2013). Através da análise do quadro 3 pode-se observar que o C1 mantem contato com colaboradores de sua equipe e candidatos, o C2 possui mais contato com a sua equipe e setor, além de candidatos e colaboradores da empresa, o C3 respondeu manter contato apenas com os coordenadores, o C4 mantem contato com muitas pessoas de muitos níveis hierárquicos da organização e o C5 tem contato com colaboradores da sua equipe, candidatos, coordenadores e colaboradores de outros setores da empresa. Segue abaixo quadro sobre a dependência das atividades entre os colaboradores do subsistema de Recrutamento e Seleção: Quadro 4 - Dependência das atividades entre os colaboradores do subsistema de Recrutamento e Seleção. Colaborador Dependência para realização das atividades C1 Dependo das atividades do C4, nas aberturas e fechamentos de vagas, e demandas e direcionamentos de atividades no cotidiano. Dependo também, das atividades do C5 (que marca as provas), do C2 (que aplica), para que possa fazer as entregas. C2 Praticamente todas as minhas funções desempenhadas, eu dependo do trabalho e de atividades exercidas anteriormente, pelos demais colaboradores da equipe de Recrutamento e Seleção. 64 Trabalhamos alinhados e em harmonia pois para cada processo ser concluído, é necessário que cada colaborador faça sua parte individualmente, como por exemplo: Para eu aplicar uma prova com um candidato, é necessário que o gerente de determinada unidade abra uma solicitação desta nova vaga / cargo na empresa. A partir desta necessidade, esta vaga será disponibilizada nos sites e demais canais de comunicação da empresa, depois, certos colaboradores realizam a triagem dos currículos dos profissionais que se candidataram a referida vaga, após a triagem, outra colaboradora entra em contato com este candidato para agendar a sua prova, e finalmente eu aplico esta prova na data acertada. C3 Para realizar as entrevistas, preciso que a C5 agende com os candidatos. C4 Retorno de gerentes/coordenadores, retorno dos candidatos referente a propostas, retorno dos colaboradores da equipe referente a suas atividades. C5 Para agendar as avaliações técnicas preciso do encaminhamento dos grupos, realizado pela analista após triagem da psicóloga; Para agendar as entrevistas preciso do retorno do gerente, coordenador ou outro responsável pela vaga em questão; Para confeccionar as RC's preciso do retorno do gerente com os dados referentes à contratação e do novo colaborador preciso da documentação. Fonte: Dados primários (2013). Conforme observado no quadro 4, é possível identificar que há dependência entre as atividades dos colaboradores da equipe, que podem impedir que o processo de recrutamento e seleção ocorra de forma completa. Um exemplo disso é o C3 que 65 para realizar as entrevista depende de C5 efetue os agendamentos com os candidatos. Outro exemplo é o C1 que depende das atividades do C4, C5 e C2 para desempenhar as suas atividades. 2.2.3 Programas de treinamento e desenvolvimento A empresa incentiva que os colaboradores participem de treinamentos, tanto internos (instrutor da própria empresa), quanto externos (instrutores que não são colaboradores). Atualmente os treinamentos ocorrem sob demanda, conforme a necessidade dos setores, e o DHO é responsável pela logística, desde o levantamento de fornecedores e preparação do espaço físico, convocação de participantes, solicitação do coffee-break até o registro do treinamento no sistema (Módulo TR do Sistema Sênior3) e encaminhamento de pagamento do treinamento (à instituição fornecedora ou ao instrutor interno), quando necessário. Atualmente existem quatro Programas de Desenvolvimento em andamento, dois deles iniciaram em 2012 e tiveram continuidade em 2013, os outros dois iniciaram em 2013. Um deles é para o desenvolvimento de lideranças, do qual participam todos que ocupam cargo de liderança e alguns possíveis sucessores que já estão sendo preparados. Este programa é constituído de treinamentos e ações com o objetivo de desenvolver as seguintes competências no público-alvo: Liderança, Comunicação, Relacionamento interpessoal, Visão Sistêmica, Planejamento/ Pró-atividade, Foco em resultado. O outro programa é voltado para todos os colaboradores da empresa e possui treinamento e ações com o objetivo de desenvolver as seguintes competências: trabalho em equipe/ sinergia, autodesenvolvimento, comunicação e feedback, comprometimento e resultado. Dos programas que iniciaram em 2013, um é voltado para os especialistas e tem como objetivos: ampliar autoconhecimento, fortalecer a cultura da inovação, fortalecer a competência de influência, sensibilização para o processo de mentoring das equipes, antecipar tendências, fortalecer o papel de referência. O outro programa que iniciou em 2013 tem como público-alvo os gestores de projetos e executivos de relacionamento e seus objetivos são: buscar identificar cenários prováveis, ter foco 3 Módulo de Treinamento do Sistemas Sênior através do qual é realizada a gestão de treinamentos. 66 em soluções, superar as expectativas dos clientes internos e externos, manter o equilíbrio e atuando de forma empática, resolver as situações com flexibilidade e assertividade, superar as dificuldades utilizando a resiliência como competência central. Conforme visto na revisão de literatura, a empresa cumpre parcialmente com as etapas previstas no processo de treinamento. Constatou-se que há o diagnóstico, desenho e aplicação, mas o monitoramento pós-treinamento não ocorre. A empresa implementou no mês de outubro a avaliação de eficácia dos treinamentos, realizada após 180 (cento e oitenta) dias da data final do treinamento. 2.2.4 Métodos de avaliação de desempenho Na empresa em estudo o único método de avaliação de desempenho formal se dá através da avaliação do período de experiência, na qual o líder avalia o colaborador quanto ao seu desempenho no que tange a pontualidade, postura, qualidade do trabalho, adaptação, interesse, iniciativa, relacionamento interpessoal e capacidade de aprendizagem, quando está próximo de completar 45 (quarenta e cinco) dias na empresa, bem como o colaborador avalia a empresa e o seu líder imediato quanto a equipe, atividades, adaptação, entre outros. Além desta avaliação, há avaliações informais de desempenho por meio do acompanhamento do trabalho da equipe, feedbacks informais e intervenções, quando necessário. 2.2.5 Sistema de remuneração e benefícios, custos com folha de pagamento Os salários seguem o Plano de Cargos e Salários onde todos os cargos possuem níveis e uma faixa que vai de 80% (oitenta por cento) à 120% (cento e vinte por cento), na qual o 100% (cem por cento) é a média de mercado. Cada cargo possui uma pontuação, estipulada de acordo com a importância do cargo para a organização. Além do salário, a empresa oferece os seguintes benefícios: Participação nos lucros e resultados (semestral), vale-alimentação ou vale-refeição, assistência 67 médica, assistência odontológica, subsídio para graduação e pós-graduação de 50% (cinquenta por cento), convênio com academias de ginástica, escolas de idiomas, lojas, entre outros. A empresa optou por não abrir o seu custo com folha de pagamento. 2.2.6 Rotação de pessoal (Índice de rotação de pessoal, levantamento das causas de rotação de pessoal, custos da rotação de pessoal) O índice de turnover da empresa pesquisada no mês de outubro/ 2013 foi de 1,24% (um vírgula vinte e quatro por cento) e a média anual até outubro ficou em 1,04% (um vírgula quatro por cento). Neste mês, as principais causas de desligamentos foram: -Iniciativa da empresa: reestruturação da área, desempenho insatisfatório e problemas no relacionamento com a equipe. -Iniciativa do colaborador: oportunidade melhor (cargo e/ou atividade), questões familiares, oportunidade melhor - carreira (longo prazo). A empresa pesquisada não efetua cálculos para os custos devido a rotatividade de colaboradores. 2.2.7 Absenteísmo (índice, causas e custos) A empresa pesquisada não controla o índice de absenteísmo. Há o controle de atestados, que são anexados a folha-ponto de cada colaborador. As faltas injustificadas são descontadas mediante solicitação da gerência, caso contrário, não há desconto. Quando ocorrem faltas injustificadas, os gestores costumam dar ao colaborador a primeira advertência verbal, em caso de reincidência, a segunda advertência é aplicada por escrito. 2.2.8 Estilos de liderança e utilização do poder Na empresa estudada observa-se a predominância do estilo de liderança democrática, as equipes participam das decisões, os colaboradores possuem abertura para exporem suas opiniões e ideias, no entanto, é o líder quem toma a 68 decisão final. Desta forma é possível verificar que o poder também está relacionado a hierarquia, pois na maioria das vezes somente os superiores hierárquicos possuem autonomia para influenciar as questões estratégicas da empresa. 2.2.9 Clima Organizacional Na empresa pesquisada, apesar de haver um subsistema específico de Cultura e Clima Organizacional, ainda há pouco investimento em ações voltadas exclusivamente ao clima organizacional. As ações existentes estão ligadas à preocupação com a satisfação do colaborador, por meio de pesquisas de adesão, quando são pensadas ações voltadas ao bem estar do colaborador, e pesquisas de satisfação, para detectar se a ação foi bem aceita e se cumpriu com as expectativas e necessidades dos colaboradores. Além disso, a empresa se preocupa com a saúde física, oferecendo ginástica laboral três vezes por semana, no período da manhã, em todos os setores. Nesta empresa investe-se muito em treinamento técnico e comportamental. Isto faz com que os colaboradores se sintam valorizados, o que tem alto impacto no clima organizacional, apesar de não haver um instrumento de medição. As parcerias de descontos com estabelecimentos comerciais, como lojas, restaurantes, academias são as principais atividades deste subsistema, que percebe estas parcerias como a valorização das atividades fora do ambiente de trabalho, procurando viabilizar descontos que atraiam os colaboradores a visitarem estes estabelecimentos. O estilo de gestão da empresa favorece a colaboração e a interação, havendo facilidade de acesso direto aos Diretores da empresa, interação entre as unidades de negócio nos treinamentos técnicos e comportamentais, além de festa junina e de final de ano. 2.2.10 Cultura organizacional 69 A empresa estudada surgiu em 1990, quando os três sócios fundadores, então servidores de um órgão público ligado à Informatização e automação do Estado de Santa Catarina, decidiram fundar esta empresa, buscando desenvolver soluções corporativas para órgãos públicos em geral, órgãos ligados à justiça e a indústria da construção civil. Esta empresa começou com poucos colaboradores, mas em 2010 traçou a visão de crescer vinte anos em cinco. Com esta meta, obteve um crescimento acelerado no faturamento e no número de colaboradores, que são em sua maioria jovens com idade média 30 (trinta) anos. A empresa, como já foi dito anteriormente, preocupa-se com os treinamentos necessários para o bom desempenho do trabalho de cada colaborador, e todos os setores fazem reuniões constantes para alinhamentos das atividades que devem ser encaminhadas. Os sócios fundadores são extremamente acessíveis, e se preocupam com que os colaboradores construam a sua carreira na empresa. Flexibilizam os horários e permitem que alguns colaboradores desempenhem suas atividades remotamente. O foco da empresa está bastante calcado nos resultados apresentados, não apresentando formalidades na apresentação pessoal no dia a dia do trabalho, podendo os colaboradores irem trabalhar vestidos da forma como quiserem. Um dos pilares do negócio da empresa diz respeito à inovação. Existe um Programa chamado Ideias em Ação, no qual todos os colaboradores possuem a oportunidade de propor ideias inovadoras e sugerir melhorias nos processos e produtos. O Ideias em Ação possui um programa de recompensas, que estimula os colaboradores s sugerirem ideias efetivamente aplicáveis. Desta forma, verifica-se que a empresa possui os tipos de cultura flexível, apoiadora e inovadora. 2.2.11 Administração de Conflitos A administração de conflitos, nesta empresa, é mediada e de certa forma estimulada. A maioria dos conflitos ocorre por conta de estacionamento, que é escasso na localidade onde fica a empresa. Nestes casos, a direção intervém, 70 estabelecendo as diretrizes e os critérios para definição e resolução do conflito. Há ainda, neste sentido, a divergência entre os colaboradores com tempo de casa, que não possuem altos cargos, e os coordenadores, mais novos na empresa, mas com um cargo importante no organograma. Outro conflito que se identifica está ligado à utilização do cigarro e os locais em que os fumantes se instalam para fazer o seu uso. Estas pessoas utilizam geralmente a porta de entrada da empresa, que faz com que a fumaça entre nos andares, se alastrem pelo piso térreo e cause certo desconforto e descontentamento. Neste caso, o DHO intervém encaminhando e-mails orientando os colaboradores sobre o uso do cigarro e sobre o bom convívio entre os colaboradores fumantes e não fumantes. O manejo do ar condicionado central gera diversos conflitos entre os colaboradores em cada andar, tendo em vista que muitas vezes o ar é ligado e desligado sem o consentimento da maioria, o que faz com que seja ligado e desligado diversas vezes ao dia. Outro fator gerador de conflito é a convivência entre os colaboradores antigos e os mais novos na empresa. Os colaboradores antigos possuem um conhecimento bastante aprofundado da prática, das linguagens e formas de desenvolvimento de software utilizado. Já os colaboradores recém chegados possuem um bom conhecimento técnico, porém, pouco tempo de mercado, o que gera um descontentamento no que concerne ao tempo de resolução de um problema técnico, dentre outros. Existem conflitos que surgem de forma isolada nas equipes, conflitos entre os componentes da equipe, ou destes com o próprio líder. Nestes casos, uma analista de DHO específica é acionada para realizar a gestão do conflito e ajudar a equipe a superá-lo. 2.2.12 Comunicação e endomarketing Esta empresa possui, como meios de comunicação com os colaboradores, os e-mails formulados pela Unidade Corporativa de Marketing, um jornal virtual mensal, na qual são postadas notícias de todas as Unidades Corporativas e de Negócio. 71 Além disso, e-mails são encaminhados sempre que algum assunto precisa ser comunicado. Nos espaços de café, existem displays (acrílicos para exposição de cartazes em folha A4) onde são colocadas informações sobre programas ou projetos lançados, mudanças em algum processo, datas específicas, dentre outros. Outro meio de comunicação entre os colaboradores é a TV Corporativa, meio de comunicação colocado atualmente na recepção do prédio, onde são inseridas pelo Marketing informações de todas as Unidades e o andamento de seus programas e projetos. Um dos principais meios de comunicação da empresa é a ferramenta Wiki4de gestão do conhecimento, na qual cada unidade corporativa e de negócio possui uma página em que são atualizadas informações sobre a área, sobre os processos, programas, dentre outras informações importantes de serem compartilhadas, como informações cadastrais, holerite, notícias da empresa, dentre outras informações. A empresa ainda possui uma Intranet, que é pouco utilizada, e possui um portal do cliente interno em fase de implementação, que irá agrupar diversas informações importantes para os colaboradores. 2.2.13 Legislação trabalhista A empresa em questão possui, no seu Departamento Pessoal, um exemplar da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), para consulta a qualquer momento que um colaborador tiver necessidade. Segue a Legislação trabalhista no que tange aos benefícios e descontos permitidos. Entretanto, atualmente não atende a porcentagem de pessoas com deficiência prevista em lei, correspondente ao número de colaboradores até o momento. 2.2.14 Política de Retenção de Capital Intelectual 4 Wiki: O termo Wiki vem da expressão Hawaiana "Wiki wiki" que significa muito rápido. É uma ferramenta online colaborativa muito utilizada para trabalho em grupo em corporações, empresas e instituições de ensino. A Wikipedia é o maior Wiki conhecido. (Fonte: http://ava.ufrj.br/index.php/guia-para-professores/wiki, acessado em 25/08/2013). 72 A empresa desenvolvimento possui, de desde lideranças, 2012, na qual um são programa específico desenvolvidas para o competências necessárias aos líderes técnicos, coordenadores e gerentes da empresa, e são aplicados testes psicológicos como forma de ampliar o conhecimento da empresa a respeito dos colaboradores envolvidos. Neste ano de 2013, todos os gerentes estão tendo acesso a sessões de coaching, o que já vinha ocorrendo com os Diretores desde o ano passado. Outras formas de orientação, como o Mentoring5, por exemplo, inexistem formalmente na empresa, mas sabe-se que em uma das unidades de negócio existe um trabalho que está sendo feito com os colaboradores que ocupam cargo de especialistas, ou seja, possuem conhecimento aprofundado das técnicas e ferramentas da empresa, além de serem bastante antigos na empresa, o que possibilita que influenciem os outros colaboradores com sua postura e seu conhecimento sobre a empresa. 2.2.15 Avaliação de Equipes Nesta empresa inexiste um modelo ou formato de avaliação formal de equipes. Informalmente alguns setores aplicam avaliação 360° (trezentos e sessenta graus), ou feedbacks em reuniões de equipe, com acompanhamento do desenvolvimento das competências. Entretanto, cada gerência atua de uma forma diferente, não havendo, assim, um método padrão de avaliação de equipes. 2.3 ANÁLISE Para a elaboração de um diagnóstico organizacional, faz-se importante analisar os pontos fortes, fracos, bem como os fatores críticos de sucesso, além dos cargos mais críticos para econtrar no mercado de trabalho. 5 Mentoring é uma espécie de tutoria onde um profissional mais velho e mais experiente orienta e compartilha com profissionais mais jovens, que estão iniciando no mercado de trabalho ou numa empresa, experiências e conhecimentos no sentido de dar-lhes orientações e conselhos para o desenvolvimento de suas carreiras. Estas orientações vão desde o âmbito pessoal até o profissional. (Fonte: http://www.ibccoaching.com.br/tudo-sobrecoaching/coaching/o-que-e-coaching-e-mentoring/, acessado em 25/08/2013). 73 2.3.1 Fatores Críticos de Sucesso Um dos principais fatores críticos de sucesso para a organização é a qualidade dos produtos e serviços prestados, através de soluções em gestão e bom atendimento aos clientes. Além disso, outro fator crítico é o foco no capital intelectual, tendo em vista o investimento da organização para o desenvolvimento e capacitação dos seus colaboradores. Por se tratar de uma empresa de tecnologia da informação e comunicação, a busca por inovação ocorre de forma constante e faz parte do dia-a-dia da organização. Neste setor tão competitivo os talentos são um diferencial, por este motivo, quanto mais qualificados os colaboradores, melhor a qualidade do produto e satisfação do cliente. 2.3.2 Identificação de cargos críticos Os cargos considerados críticos na empresa são:Analista de Sistemas, Analista Implementador, Analista de Testes, Analista de Suporte ao Cliente. Estes são os mais críticos pois estão diretamente relacionados a atividade fim da empresa, o desenvolvimento de software. Além disso, pela empresa estar situada em um Polo Tecnológico, a oferta de oportunidades para estas vagas excede a mão de obra disponível no mercado 2.3.3 Oportunidades e Ameaças (externas) Oportunidades: baixo turnover em relação a lista das melhores empresas para se trabalhar divulgada anualmente pela revista Exame; líder de mercado no segmento; maior empresa de Tecnologia da Informação da Grande Florianópolis; atuação na automação dos órgãos públicos e sistemas de gestão, melhorando a vida das pessoas. Ameaças: mudanças de governo e presidências de tribunais; falta de mão de obra qualificada no mercado para ocupar cargos, como Analista de Sistemas, Analista Implementador, Analista de Testes, Analista de Suporte ao Cliente. 74 2.3.4 Pontos Fracos e Fortes (internos) Pontos fortes: A empresa possui Programas de desenvolvimento para todos os seus colaboradores de acordo com o cargo/ papel ocupado. Sua estrutura hierárquica é enxuta, possui poucos níveis que são: operacional, coordenadores, gerentes e diretores, o que confere fácil acesso aos diretores e facilita a comunicação. Pontos fracos: A Infraestrutura não comporta adequadamente a quantidade de colaboradores que possui. Outro ponto fraco consiste na gestão centralizadora, sendo que muitas questões ainda dependem da aprovação dos diretores para encaminhamento. A estrutura da empresa é composta por unidades de negócio (que geram receita) e unidades corporativas (que servem de apoio). Através do organograma é possível observar que as unidades de negócio são tratadas de forma particular, cada uma adota processos diferenciados entre si. Desta forma, percebese uma rivalidade entre as unidades de negócio e não há um padrão corporativo. 75 3 FORMULAÇÃO DAS ESTRATÉGIAS A partir da análise dos dados obtidos, foi elaborado um diagnóstico do subsistema de Recrutamento e Seleção da empresa estudada e elaboradas estratégias para melhoria deste subsistema. 3.1 ESTRATÉGIAS PARA MELHORIA DO SUBSISTEMA DE RECRUTAMENTO E SELEÇÃO A partir do diagnóstico foi detectado que o processo de Recrutamento e Seleção ocorre de maneira segmentada, como uma linha de produção. Conforme já especificado anteriormente, o processo de recrutamento e seleção ocorre da seguinte forma: cada pessoa do subsistema é responsável por uma parte do processo. A estagiária de Administração realiza a divulgação das vagas em aberto, a Analista de DHO (Psicóloga) realiza a triagem dos currículos, a Assistente de DHO efetua o agendamento dos candidatos para avaliações técnicas, correção das avaliações e agendamento dos aprovados para uma entrevista semi-estruturada realizada pela Analista de DHO (Psicóloga) juntamente com o Gerente ou solicitante da vaga. Nesta entrevista é realizada a avaliação psicológica e técnica. Esta Analista de DHO também é responsável por aplicar dinâmicas de grupo, quando ocorre, e aplicar e a corrigir os testes psicológicos, que são aplicados para todas as vagas. Outra Analista de DHO é responsável pela gestão das vagas e comunicação com os candidatos após aprovação para a negociação salarial e de horários de trabalho Após esta etapa, caso o candidato aceite a proposta, esta analista encaminha e-mail solicitando a documentação para contratação que deverá ser enviada ao setor admissional. Observa-se que o processo possui um “gargalo”, pois há somente uma pessoa responsável por realizar as entrevistas psicológicas (finais), aplicação e correção dos testes psicológicos. Além disso, a segmentação do processo pode estar ocasionando lentidão no tempo de fechamento das vagas, que poderia ser otimizado caso mais integrantes da equipe tivessem maior participação no processo de fechamento de vagas. Outro ponto crítico é que como cada pessoa faz um 76 trabalho diferente, no caso de algum colaborador faltar ao trabalho pode ocorrer de os demais não conseguirem suprir esta lacuna e o processo ser interrompido. Sendo assim, as estratégias sugeridas para a melhoria do processo podem ser acompanhadas abaixo: Estratégia 1: Contratação de mais uma Psicóloga para o subsistema de Recrutamento e Seleção, pois hoje o subsistema conta com somente 6 pessoas, sendo que somente 1 delas realiza as entrevistas psicológicas; Estratégia 2: Reestruturação do subsistema, com a distribuição das vagas entre os integrantes da equipe, conforme nível de complexidade do cargo e estes trabalhariam no processo seletivo do início ao fim. Segue abaixo quadro com sugestão de divisão de vagas entre os integrantes da equipe de Recrutamento e Seleção: Quadro 5 - Proposta de divisão das vagas entre os membros da equipe de Recrutamento e Seleção: Fonte: Elaborado pelas autoras (2013) Estratégia 3: Melhor preparo dos gestores para a escolha dos candidatos, possibilitando a escolha pelas competências apresentadas. 77 Estratégia 4: A aplicação de provas técnicas na empresa estudada ocorre de forma presencial ou através de vídeo conferência, na qual o desktop de um computador da empresa é compartilhado com o candidato e há o acompanhamento do andamento da prova pela Assistente de DHO responsável. A realização de todos os testes de conhecimentos específicos e gerais poderia ocorrer de forma online em um ambiente virtual, de uma forma semelhante a utilizada hoje nos grandes processos de seleção para trainees, com tempo determinado para responder a cada questão. Seria interessante que houvesse um banco de questões para cada prova, para reduzir a probabilidade de haver provas iguais. Essa alteração na realização dos testes específicos reduziria o tempo necessário para acompanhamento das provas, tanto online quando presenciais, bem como o tempo que hoje é utilizado para a correção dos testes, o que otimizaria o tempo do processo seletivo. Neste ambiente virtual as provas seria corrigidas automaticamente, trazendo a nota de cada candidato. O desenvolvimento desta estrutura não teria custo, pois seria realizado pelo setor de Pesquisa e Desenvolvimento da empresa. Estratégia 5: Outra estratégia para a empresa em questão seria uma sensibilização para maior utilização do Programa de Seleção Interna. Hoje somente 3% (três por cento) das vagas preenchidas são via seleção interna e poucos gerentes optam por esta modalidade de processo seletivo. Seriam realizados estudos e levantamentos nas melhores empresas para se trabalhar, por exemplo, a respeito da quantidade de vagas fechadas internamente e o retorno que isto proporciona para as organizações. Estes dados fariam parte da sensibilização sobre a importância de se oferecer oportunidades aos colaboradores, possibilitar o aprendizado e desenvolvimento, entre outros benefícios desta modalidade de seleção. A seleção interna possui vantagens, como a oportunidade de crescimento profissional e planejamento de carreira; mesmo que o candidato não seja aprovado para a vaga ele poderá receber um feedback do que precisa desenvolver para ter condição de assumir a vaga em questão e direcionar-se 78 para esse objetivo. Ou seja, é uma oportunidade de desenvolvimento e crescimento para este colaborador. Estratégia 6: Tendo em vista a escassez de profissionais no mercado atual da Tecnologia da Informação e Comunicação, sugerimos à empresa que incentive seus colaboradores a desenvolverem disciplinas optativas em cursos de Graduação em Sistemas de Informação, Ciência da Computação, etc., a fim de atrair os estudantes direto das faculdades e universidades, que estão ávidos por entrar no mercado de trabalho. Seria realizada uma mediação entre colaboradores da empresa aptos a desenvolverem disciplinas para cursos de Graduação e as instituições de ensino e a negociação seria realizada diretamente entre ambos. A ementa e conteúdo programático estariam sujeitos a uma verificação do gerente de cada colaborador, para sugestões de adequações as necessidades do setor/empresa. A empresa estaria a disposição para auxiliar o colaborador no que fosse necessário. Estratégia 7: Divulgação das vagas da empresa em locais estratégicos e atualização constante das vagas oferecidas na intranet e meios de comunicação da empresa, como displays dos espaços do café e na TV Corporativa. Estratégia 8: Realização de divulgação de vagas e da empresa em outdoors, chamando os candidatos para cadastrarem seus currículos no site da empresa. 79 4 ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICO/FINANCEIRA Todas as estratégias propostas poderão ser colocadas em prática pelos próprios colaboradores do subsistema de Recrutamento e Seleção. Segue abaixo quadro com as estratégias propostas para a melhoria do subsistema de Recrutamento e Seleção da empresa estudada com suas etapas, carga horária prevista para o planejamento e execução e valor aproximado de investimento. Quadro 6 - Estratégias para a melhoria do subsistema de Recrutamento e Seleção da empresa estudada Estratégia Etapas Estratégia 1 -Realização de processo seletivo para a 12h contratação de uma analista de DHO com formação em Psicologia e previsão de salário R$2000,00 Estratégia 2 -Participação dos integrantes do 8h subsistema no Treinamento de Seleção por Competências, que será incluído no Programa de Desenvolvimento de Líderes; R$900,00 -Reuniões semanais para redistribuição das atividades acompanhamento desta etapa transição; Carga Horária Investiment o a 20h e de 20h -Entrevistas assistidas; Estratégia 3 - Inclusão de Treinamento de Seleção 8h por R$35.150 por competências no Programa de turma (48h Desenvolvimento de Lideranças da total) empresa do qual fazem parte os Diretores, Gerentes e Coordenadores. Total de 6 turmas. 80 Estratégia 4 -Contato com as unidades para 2h identificar colaboradores que possam revisar as provas técnicas e elaborar novas provas; R$0 40h -Revisão e elaboração das provas técnicas pelos colaboradores das unidades; 160h -Configuração, layout e estruturação do ambiente virtual pelo setor de Pesquisa e Desenvolvimento; 20h -Inclusão das questões no ambiente virtual. Estratégia 5 -Fazer uma pesquisa sobre a 40h quantidade de vagas fechadas via seleção interna nas melhores empresas para se trabalhar e apresentar esses dados aos gerentes e diretores; -Fazer pesquisas sobre a importância 40h do recrutamento interno e sua relação com a satisfação no trabalho e a aumento da produtividade. R$0 Estratégia 6 -Realizar um levantamento das 8h possíveis disciplinas e colaboradores que poderiam desenvolvê-las e ministrálas; R$0 40h - Elaboração das disciplinas e conteúdo programático das mesmas pelo colaborador e análise do seu gerente; 4h -Mediação entre o colaborador que irá ministrar o curso e a instituição de ensino Estratégia 7 -Elaboração de um layout padrão para 4h divulgação das vagas nos displays, intranet e nos murais; R$0 81 2h -Atualização semanal das vagas na intranet, displays e cartazes; -Posicionamento de cartazes com as vagas em locais estratégicos da organização Estratégia 8 -Definição do layout para o outdoor pelo 2h setor de Marketing; R$3000,00 4h -Contratação de empresa para o aluguel de um outdoor em local estratégico Fonte: Elaborado pelas autoras (2013) -Orçamento do Projeto: Possíveis Reflexos financeiros/econômicos: Redução na média geral do tempo de fechamentos de vagas; Aumento na quantidade de vagas fechadas; Redução no tempo para o preenchimento das vagas em aberto, o que acarreta num menor tempo em que o posto de trabalho fica vago; Redução no valor pago em horas extras aos colaboradores; Aumento na satisfação/ produtividade dos colaboradores que estavam sobrecarregados; Redução no tempo de entrega das demandas aos clientes, pois o preenchimento das vagas disponíveis de forma mais ágil reflete em todo o fluxo do processo e nos prazos estipulados. 82 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS A área de Gestão de Pessoas ganha cada vez mais destaque pois, com a crescente busca de mão-de-obra qualificada, as empresas precisam de políticas para a atração e retenção de talentos. O setor de Tecnologia da Informação, por ser um dos mais competitivos no mercado, precisa criar estratégias para que o processo de recrutamento e seleção se torne mais eficaz e para que os candidatos contratados permaneçam na organização. Para tanto, a área de Gestão de Pessoas deve estar atenta aos atuais processos de recrutamento e seleção, buscando candidatos que demonstrem outras habilidades além da técnica, como sociabilidade, carisma e liderança, bem como implementar formas de atrair, reter e manter estes profissionais motivados. Conforme Souza, Paixão e Souza (2011) o recrutamento e a seleção de pessoas representa elevada importância, pois são as pessoas que compõem o ativo necessário para o bom funcionamento de uma empresa. Para a área de Gestão de Pessoas, estas, as pessoas, são o principal diferencial competitivo entre as empresas e, para uma empresa de TI, este setor torna-se estratégico na medida em que há necessidade de uma boa estruturação para acompanhar o mercado cada vez mais aquecido. O estudo e pesquisa desenvolvidos no setor de recrutamento e seleção da empresa tiveram como objetivo a melhoria dos processos seletivos, dentro das tendências atuais em recrutamento e seleção e, tendo em vista o atual aquecimento do setor de TIC, esta organização deve otimizar seu processo de recrutamento e seleção melhorando-o constantemente. Há muitas empresas deste setor nesta região e a competição por candidatos para suprir as vagas em aberto cresce em grande velocidade, motivo pelo qual o mercado investe cada vez mais na retenção de talentos. Este é um fator importante para o sucesso da empresa, pois, embora exista diversidade de linguagens de programação na área da Tecnologia da Informação, devem haver profissionais capacitados para utilizarem estes recursos de forma correta. O objetivo deste trabalho foi realizar um estudo sobre o Processo de Recrutamento e Seleção de uma organização da área de Tecnologia da Informação 83 e Comunicação, por meio de um diagnóstico organizacional e proposição de estratégias de melhoria, deste modo, foram analisados de forma acurada seus processos, caracterizado seu atual cenário de Gestão de Pessoas, identificada a estrutura de recrutamento e seleção de pessoas e, por fim, proposta as melhorias, visando a reestruturação do subsistema de recrutamento e seleção da empresa em questão. Este trabalho teve início com uma revisão bibliográfica acerca do cenário atual em Gestão de Pessoas e seus principais processos, seguido pela análise dos processos e práticas em Gestão de Pessoas realizados pela organização estudada para a elaboração do diagnóstico. Esta análise foi realizada através dos dados obtidos com a aplicação de um questionário, que objetivou compreender o papel de cada colaborador no processo seletivo, bem como suas responsabilidades. Além deste instrumento, foram realizadas observações assistemáticas e análises de documentos utilizados pelo subsistema de Recrutamento e Seleção. A utilização destes métodos resultou no maior detalhamento do processo de recrutamento e seleção o que possibilitou a elaboração de estratégias para a melhoria deste processo. Através da análise foi possível verificar que o processo de Recrutamento e Seleção ocorre de maneira segmentada na organização, cada colaborador é responsável por uma parte do processo, como uma linha de produção, ocasionando lentidão no tempo de fechamento das vagas. Deste modo, foram propostas estratégias para a otimização do processo de recrutamento e seleção, ocasionando em fechamento de mais vagas em menos tempo. Todas as estratégias podem ser colocadas em práticas pelos próprios integrantes do subsistema, trazendo benefícios para a organização. Não houve dificuldade para a realização deste estudo, pois duas das três pesquisadoras trabalham na organização em questão. O público-alvo sempre auxiliou nas dúvidas, quando necessário, mostrando-se receptivos e dispostos a ajudar e colaborar. As estratégias propostas foram desenvolvidas com base no diagnóstico elaborado da organização estudada. Por este motivo, o presente estudo se limita a 84 esta organização, o que dificulta com as estratégias sejam utilizadas em outras empresas. Para pesquisas futuras sobre esta organização, sugere-se alguns assuntos como: revisão do Plano de Cargos e Salários, Mapa de Carreira e criação de um Programa de Estágio. 85 REFERÊNCIAS ALBUQUERQUE, Lindonfo Galvão de; LEITE, Nildes Pitombo; SILVA, Leilianne Michelle Trindade da Estimulando o debate sobre a Gestão Estratégica de Pessoas. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v.49, n.4, out/dez. 2009. ANDRADE, Rui Otávio B. de; ALYRIO, Rovigati D.; MACEDO, Alvaro da S.; Princípios De Negociação: ferramentas e gestão. 2.ed. São Paulo: Atlas, 2012. ANTUNES, Isabelli Gravatá et al., (Org.), Consolidação das Leis do Trabalho organizada. São Paulo: LTR, 2012. ASSOCIAÇÃO CATARINENSE DE EMPRESAS DE TECNOLOGIA (ACATE) e PREFEITURA MUNICIPAL DE FLORIANÓPOLIS. 2010. Mapeamento RH e Cursos em TIC realizado em 2010. 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