1 INSTITUTO BRASILEIRO DE TERAPIA INTENSIVA – IBRATI SOCIEDADE BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA – SOBRATI MESTRADO PROFISSIONALIZANTE EM TERAPIA INTENSIVA FERNANDA KAROLINA DE OLIVEIRA GONÇALVES CUIDADOS PALIATIVOS EM UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA TERESINA – PI 2016 2 FERNANDA KAROLINA DE OLIVEIRA GONÇALVES CUIDADOS PALIATIVOS EM UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação em Terapia Intensiva, do Instituto Brasileiro de Terapia Intensiva, servindo como um dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Terapia Intensiva. Orientador: Prof.º Dr.º Edilson Gomes de Oliveira TERESINA – PI 2016 3 FERNANDA KAROLINA DE OLIVEIRA GONÇALVES CUIDADOS PALIATIVOS EM UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação em Terapia Intensiva, do Instituto Brasileiro de Terapia Intensiva, servindo como um dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Terapia Intensiva. Orientador: Prof.º Dr.º Edilson Gomes de Oliveira Aprovada em 24 de Janeiro de 2016 BANCA EXAMINADORA Prof.º Dr. Edilson Gomes de Oliveira Instituto Brasileiro em Terapia Intensiva – IBRATI Presidente (Orientador) Prof.º Dr. Douglas Ferrari Instituto Brasileiro em Terapia Intensiva – IBRATI Examinador Prof.º Dr. Marttem Costa de Santana Membro Externo - Universidade Federal do Piauí – UFPI Examinador Prof.ª M.a Vicença Maria Azevedo de Carvalho Gomes Instituto Brasileiro em Terapia Intensiva – IBRATI Examinadora 4 AGRADECIMENTOS Meus agradecimentos a Deus, sem Ele seria impossível realizar esse trabalho. Seguidamante a minha Família, em especial meu Esposo – (Raimundo José) e familiares em geral pelo incentivo e apoio a mim dispensados. Aos meus amigos e colegas de trabalho em singular atenção a minha amiga Carleandra, Sara e Joara. Agradeço em especial ao meu Orientador, Enfermeiro Dr. Edilson Gomes de Oliveira. 5 RESUMO A unidade de terapia intensiva (UTI) é um lugar onde intensificam-se a gravidade dos pacientes, os procedimentos invasivos e o risco de morte.Os profissionais que atuam nesse serviço ficam sempre em alerta para as possíveis intercorrências e mudanças abruptas no estado de saúde dos pacientes a qualquer momento. Devido essas circunstâncias, pode-se afirmar que esses profissionais vivenciam situações mais estressantes e maiores alterações emocionais devido à presença constante da morte, tendo assim um maior contato com pacientes em cuidados paliativos. Esta pesquisa tem como questão de partida: Quais as dificuldades encontradas pela equipe interdisciplinar na aplicação dos Cuidados paliativos nos pacientes de terapia intensiva? Propõe-se nesse estudo como objetivo principal abordar na literatura brasileira as dificuldades encontradas pelos profissionais intensivistas em aplicar os cuidados paliativos em seus pacientes. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica de abordagem qualitativa, do tipo revisão de literatura obtida através da base de dados da BVS. A seleção dos dados foi realizada entre meses de junho a dezembro de 2015. Realizou-se o cruzamento dos seguintes descritores controlados, presentes nos Descritores em Ciências da Saúde/Medical Subject Headings (DeCS/Mesh): “Enfermagem”, “Cuidados Paliativos” e “Unidades de Terapia Intensiva”. Foram utilizados artigos publicados entre os anos de 2009 a 2015. Para a análise dos dados utilizamos o método de análise de conteúdo observando as recomendações de Bardin. Foi possível concluir que os profissionais intensivistas não estão capacitados o suficientes para lidar com esse tipo de paciente e lidar com a morte, devendo-se isso ao fato da formação desses profissionais está mais voltada para o modelo biologicista, ou seja, para o tratamento e cura das doenças. Ressalta-se a importância de uma comunicação de qualidade, efetiva e sincera entre a equipe da UTI com o paciente e seus familiares, bem como entre eles, sobre os cuidados paliativos, proporcionando apoio emocional ao doente e família e evitando assim divergências de opiniões entre a equipe a cerca do cuidado e tratamento a ser prestado ao paciente. Palavras-chave: Enfermagem; Cuidados Paliativos e Unidades de Terapia Intensiva. 6 ABSTRACT The intensive care unit (ICU) is a place where it is intensify the severity of patients, invasive procedures and the risk of death. Professionals working in this service are always on alert for possible complications and abrupt changes in the health status of patients at any time. Because of these circumstances, it can be said that these professionals experience more stressful situations and major emotional changes due to the constant presence of death, thus having greater contact with patients in palliative care. This research is starting question: What are the difficulties encountered by the interdisciplinary team in the implementation of palliative care in intensive care patients? It is proposed in this study the main objective approach in Brazilian literature the difficulties encountered by critical care professionals to implement palliative care in their patients. This is a bibliographic research of qualitative approach, the literature review type obtained by the VHL database. The selection of data was carried out between June and December 2015. We carried out the crossing of the following controlled descriptors present in Descriptors of Health Sciences / Medical Subject Headings (MeSH / Mesh): "Nursing", "Palliative Care"and "Intensive Care Units". They used articles published between the years 2009 to 2015. In order to analyze the data we used content analysis method observing the Bardin's recommendations. It was concluded that critical care professionals are not trained to sufficient to deal with this type of patient and deal with death and was rather that the fact that the training of these professionals is more tuned for a biology model, that is, for the treatment and curing diseases. It emphasizes the importance of quality communication, effective and sincere between the ICU team with the patient and their families as well as between them on palliative care, providing emotional support to the patient and family and thus avoiding differences of opinion between the team about care and treatment being provided to the patient. Keywords: Nursing; Palliative care and intensive care units 7 SUMÁRIO 1INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 07 2 REFERNCIAL TEÓRICO ................................................................................................. 09 3 METODOLOGIA............................................................ Error! Bookmark not defined.12 4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ............................................................ 14 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 21 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 22 8 1 INTRODUÇÃO As Unidades de Terapia Intensiva (UTI´s) sugiram como resposta aos pacientes graves, tornando áreas hospitalares destinadas aqueles em estado crítico, que necessitava de cuidados altamente complexos e controles estritos. As primeiras UTI´s começaram a surgir na metade do século XX em hospitais norte-americanos – as chamadas “salas de recuperação”, para onde eram encaminhados os pacientes em pós-operatório de grande cirurgia (VIANA et al., 2011). No Brasil, mais precisamente na cidade de São Paulo, as UTI´s começaram a ser organizadas e implantadas no final da década de 1960. Seriam ambientes destinados aos pacientes graves e instáveis, recuperação de pacientes de pós- operatório de cirurgia cardíaca onde os pacientes eram acompanhados diuturnamente, destacando-se o papel desempenhado pelos residentes de medicina e pelo pessoal da enfermagem dedicado e atento (VIANA et al., 2011). A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) atende a demanda de pacientes que necessitam de cuidados de alta complexidade, prestados por profissionais qualificados e capacitados para desenvolverem a prática em um ambiente altamente tecnológico. Trata-se de um local que possui algumas características próprias com ênfase no conhecimento técnico científico e na tecnologia a fim de manter o ser humano vivo. A presença constante da morte, a ansiedade, tanto dos sujeitos hospitalizados quanto dos familiares e trabalhadores de saúde, as rotinas, muitas vezes, rígidas e inflexíveis, rapidez de ação no atendimento somada ao ambiente estressante em razão de ausência e controle de iluminação natural e falta de privacidade e presença de ruído (MORITZ, 2012). Podemos observar neste contexto que o cuidado e o tratamento dado a esses pacientes ainda é voltado para o modelo biologicista, para a doença e/ou órgão afetado, para os procedimentos técnicos, esquecendo-se de tratar o paciente e seus familiares como um todo, ser humano que possui sentimentos e receio, dúvidas e medos diante da situação de saúdedoença que vivenciam. O envelhecimento da população e o melhor controle das enfermidades crônicodegenerativas têm modificado o perfil dos pacientes admitidos nas UTI´s. Por outro lado, pacientes agudamente enfermos podem evoluir com falência de múltiplos órgãos e sistemas e se tornarem terminais dentro das UTI´s, local este destinado a tratar e manter doentes em eminente risco de vida, porém potencialmente reversíveis (MORITZ, 2012). 9 Dessa forma a equipe interdisciplinar como um todo fica exposta ao dilema de quanto estará prolongando o morrer ao invés de salvando vidas. Em decorrência da realidade do tratamento adotados nas UTI´s e diante do que foi exposto torna-se necessário à implantação dos cuidados paliativos (CP) nessas unidades. A equipe interdisciplinar da UTI deve ser composta por: médicos, enfermeiros, psicólogos, nutricionistas, fisiotepeutas, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos e outros, profissionais esses que devem ser capacitados e treinados para lidar com esse tipo de paciente e saber a hora de encaminhá-los para os cuidados paliativos. Pacientes e familiares que estão necessitando muito mais de uma palavra de conforto, de um diálogo com empatia e atenção, um olhar de solidariedade, do que uma aspiração endotraqueal e /ou administração de medicamentos entre outros cuidados prestados na terapia intensivista (MORITZ, 2012). Cuidado Paliativo (CP), segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) é definido como uma abordagem que visa à qualidade de vida de pacientes e familiares que enfrentam doenças ameaçadoras da vida. Procura-se primeiro a prevenção e o alívio de sintomas físicos, psíquicos, sociais e espirituais que causem sofrimento, entendendo a morte como parte da vida sem, no entanto, antecipá-la e muito menos adiá-la a qualquer preço. Para que seja ofertado um cuidado paliativo de qualidade deve-se ter o respeito à autonomia do paciente e as sua preferências em relação a situações de fim de vida (MORITZ, 2012). A razão da escolha do tema deu-se pela vivência em terapia intensiva no decorrer desses onze anos, onde observava-se pacientes em estado terminais, na iminência de morte e a falta de preparo e conhecimento da equipe interdisciplinar em lidar com esse tipo de paciente, não sabendo na maioria das vezes o tipo de cuidado e tratamento a ser prestado. Para nortear o estudo formulou-se a seguinte questão de pesquisa: Quais as dificuldades encontradas pela equipe interdisciplinar na aplicação dos cuidados paliativos nos pacientes de terapia intensiva? 10 2 REFERENCIAL TEÓRICO A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é um lugar onde intensifica-se a gravidade dos pacientes, os procedimentos invasivos com risco de morte. Os profissionais que lá trabalham ficam sempre em alerta para as possíveis intercorrências e mudanças abruptas no estado de saúde dos pacientes a qualquer momento. Devido a isso é tida como um dos locais mais estressantes e causadores de alterações emocionais tanto para paciente, familiares e equipe. O ambiente tecnológico da UTI encanta, por si, o profissional, fazendo com que na maioria das vezes, o mesmo olhe somente para a doença na sua relação com a tecnologia, alarmes, cabos e fios condutores, atendo-se apenas aos números mostrados no monitor e esquecendo-se do seu principal foco de trabalho, o cuidado integral ao paciente (VIANA, 2011). Os profissionais envolvidos no cuidado desses pacientes deparam-se com o dilema de saber qual o melhor tratamento para a manutenção da vida, muitas vezes praticando a política do tudo ou nada, ou seja, investem em todas as possibilidades de tratamento (hemodiálise, uso de drogas vasoativas, cirurgias) ou não se faz mais nada (suspensão de drogas vasoativas, dieta e até mesmo deixar de fazer o mínimo de conforto pelo paciente como uma mudança de decúbito) (MORITZ, 2012). De acordo com o consenso sobre o fim da vida em UTI, publicado em 2004 pelas principais sociedades de medicina intensiva da Europa e América do Norte, este desafio consiste em evitar os excessos de tratamento que prolonguem o sofrimento em busca de uma cura inalcançável e adiam a introdução de tratamentos que busquem o conforto. Ao mesmo tempo evita-se a retirada de tratamentos que poderiam levar a morte potencial evitável. Sem dúvida, é um desafio complexo e que exige dos profissionais que irão se envolver nestas decisões, conhecimentos e habilidades nestas duas vertentes da assistência ao paciente (MORITZ, 2012). Por um bom tempo pensou-se que o cuidado paliativo deveria ser aplicado assim que houvesse o diagnóstico de uma doença como sem cura ou irreversível a qualquer tratamento. Porém esta conduta apresentou várias dificuldades para ser implantadas, devido ao desenvolvimento de novas tecnologias e possibilidades de intervenção, esta transição era cada vez mais adiada e acabava ocorrendo nos últimos dias ou horas de vida do paciente. Acontecendo assim de forma muito rápida, deixando o (a) paciente e familiares desamparados diante de uma situação já prevista, a iminência da morte (ANCP, 2012). 11 Segundo a OMS, 2002, o conselho regional de medicina de São Paulo, a associação de medicina intensiva brasileira e a america thoracic societ definiram que o cuidado paliativo deve começar no momento do diagnóstico de uma doença grave e ameaçadora à vida. Segundo definição da OMS, revisada em 2002, “cuidado paliativo é uma abordagem que promove a qualidade de vida de pacientes e seus familiares, que enfrentam doenças que ameaçam a continuidade da vida, através da prevenção e alívio do sofrimento. Requer a identificação precoce, avaliação e tratamento da dor e outros problemas de natureza física, psicossocial e espiritual (ANPC, 2012). O cuidado paliativo não está baseado em protocolos e sim em princípios. Não se fala mais em terminalidade, mas em doença que ameaça a vida. Sua indicação vai desde o início do diagnóstico. Não se fala também em impossibilidade de cura, mas na possibilidade ou não de tratamento modificador da doença, afastando a idéia de “não ter mais nada a fazer”. Pela primeira vez, a espiritualidade foi incluída dentre as dimensões do ser humano. A família também é lembrada e assistida também após a morte e no período do luto (ANPC, 2012). Sendo assim o cuidado paliativo torna-se parte essencial do cuidado de todo paciente que enfrenta uma doença que pode ser fatal, ou seja, de todo paciente internado em UTI. A american thoracic society, por exemplo, recomenda que todos os médicos intensivistas desenvolvam competências básicas de cuidados Paliativos. São exemplos dessas competências: As abordagens e intervenções para o alivio dos sintomas de sofrimento físico (dor, dispnéia, náuseas, insônia, fadiga, inapetência, etc.), identificação e abordagem do sofrimento psíquico, emocional (ansiedade, depressão, medo, etc.), identificação de habilidades de comunicação, empatia e centrada no paciente. Essas competências citadas acima devem ser desenvolvidas também por toda equipe interdisciplinar envolvendo assim todos os membros da UTI com seus múltiplos pontos de vista, no processo de tomada de decisão na UTI, evitando-se discrepâncias significativas de opiniões entre os membros da mesma equipe (MORITZ, 2012). O interesse pelos cuidados paliativos foram motivados pela necessidade de conhecimentos como membro da equipe interdisciplinar e o aumento desse tipo de pacientes cada vez mais presentes nas UTI´s. As crescentes evidências na literatura demonstram que a incorporação do modelo paliativista nas UTI´s em complementação ao modelo tradicional de resgate a vida, oferecendo benefícios significativos aos pacientes críticos, suas famílias e a equipe assistente. Observa-se que estes benefícios favorecem tanto pacientes terminais e /ou com doença aguda que não sobrevivem a UTI como também para aqueles sobreviventes para os quais nenhuma medida de resgate de vida foi limitada. Isto ocorre devido ao modelo 12 paliativista através de seus princípios holísticos, que visa contribuir para o alívio do sofrimento físico e psíquico de todos os pacientes internados em UTI´s e de seus familiares. Os cuidados paliativos baseiam-se em conhecimentos inerentes as diversas especialidades, possibilidades de intervenção clinica e terapêutica nas diversas áreas de conhecimento da ciência médica e de conhecimentos específicos. A ANCP, (2012), informa que: A OMS em 1986 publicou princípios que regem a atuação da equipe multidisciplinar de cuidados paliativos. Estes princípios foram reafirmados na sua revisão em 2002. São eles: 1. Promover o alívio da dor e de outros sintomas; 2. Afirmar a vida e considerar a morte como um processo normal da vida; 3. Não acelerar nem adiar a morte; 4. Integrar os aspectos psicológicos e espirituais no cuidado ao paciente; 6. Oferecer sistemas de suporte para auxiliar os familiares durante a doença do paciente e a enfrentar o luto; 7. Abordagem multiprofissional para as necessidades dos pacientes familiares, incluindo acompanhamento no luto; 8. Melhora a qualidade de vida e influenciar positivamente o curso da doença; 9. Deve ser iniciado o mais precoce possível, juntamente com outras medidas de prolongamento da vida, como quimioterapia e a radioterapia e incluir todas as investigações necessárias para melhor compreender e controlar situações clínicas estressantes. Diante de tudo que foi exposto, vale ressaltar a importância da equipe interdisciplinar está cada vez mais preparada para lidar com esse tipo de paciente tendo domínios de habilidades para cuidar, confortar e aliviar o sofrimento, bem como a divulgação dos cuidados paliativos para a instituição, família e sociedade. Por se tratar de um tema ainda pouco conhecido e aplicado nos serviços de saúde e pela necessidade de ser cada vez mais aplicado, visto que o aumento da expectativa de vida esta em ascensão principalmente nos países em desenvolvimento, aumentando assim o numero de pessoas com doenças crônicas, neoplasias e portadores de enfermidades sem perspectivas de cura. 13 3 METODOLOGIA 3.1 Caracterização do tipo de pesquisa Trata-se de uma pesquisa descritiva, de abordagem qualitativa, do tipo revisão de literatura obtida através de bases de dados da BVS e SCIELO. Minayo (1994, p. 21-22) afirma que: A pesquisa qualitativa responde a questões muito particulares. Ela se preocupa, nas ciências sociais, com um nível de realidade que não pode ser quantificado. Ou seja, ela trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo de relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis. A pesquisa descritiva “[...] têm como objetivo primordial a descrição das características de determinadas populações ou fenômenos ou o estabelecimento de relações entre variáveis” (GIL, 2007, p. 42). Procuramos abordar na pesquisa os cuidados paliativos nas unidades de terapia intensiva pela equipe interdisciplinar. 3.2 Campo empírico da pesquisa Realizamos a seleção dos artigos nos meses de junho a dezembro de 2015, usamos o acesso on-line às três bases de dados: Literatura Latino-Americana em Ciências de Saúde (LILACS), National Library of Medicine and National Institutes of Health (MEDLINE) via PubMed e Scientific Eletronic Library (SCIELO). Realizou-se o cruzamento dos seguintes descritores controlados, presentes nos Descritores em Ciências da Saúde/Medical (DeCS): “enfermagem”; “cuidados paliativos” e “unidades de terapia intensiva”. 3.3 Instrumento de produção de dados Para coleta dos dados dos artigos selecionados, utilizamos um Questionário como instrumento de pesquisa para coletar as informações dos textos científicos. Segundo Creswell (2010), a utilização de questionário é útil quando os participantes não podem ser diretamente observados. 14 3.4 Produção de dados da pesquisa Foram selecionadas quinze (15) publicações que atendessem à questão de pesquisa, resultando em onze (11) artigos que atendiam aos critérios estabelecidos, sendo excluídos os demais. Tendo como critérios de inclusão: textos brasileiros, redigidos em português e na íntegra, que demonstrassem a temática em questão; publicados e indexados nas bases de dados entre os anos de 2009 a 2015 de acesso online e gratuito. Optamos como critérios de exclusão: relatos de casos informais, capítulos de livros, dissertações, teses, reportagens, notícias, editoriais, textos não científicos, e artigos científicos sem disponibilidade na íntegra on-line e os que constavam em mais de uma base de dados. 3.5 Análise de dados da pesquisa Para a análise dos dados utilizamos o método de análise de conteúdo observando as recomendações de Bardin (1979, p. 31): A análise de conteúdo é um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando obter, através de procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição de conteúdos de mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam interferir conhecimentos relativos às condições de produção/percepção (variáveis inferidas) dessas mensagens. Desta forma, a análise de conteúdo se processou com reflexões sobre as narrativas dos profissionais de saúde destacados nos trabalhos selecionados através da pesquisa realizada, obedecendo à totalidade das mesmas, sobre as vivências e particularidades desenvolvidas em sua prática de assistência em relação ao tratamento ofertado aos pacientes em cuidados paliativos nas unidades de terapia intensiva. 15 4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Para a concretização deste estudo foram analisados 11artigos científicos. Apesar da busca por publicações envolvendo todas as classes profissionais que atuam na Unidade de Terapia Intensiva, a totalidade dos trabalhos encontrados sobre o tema baseia-se em torno da Enfermagem, Medicina e áreas afins. AUTORIA/ ANO REVISTA/ LOCAL TÍTULO DO ARTIGO CONSIDERAÇÕES/ TEMÁTICA BARUZZI, Antonio Claudio do A.; IKEOKA, Dimas T. (2013) Revista da Associação Médica, São Paulo-SP Terminalidade e cuidados paliativos na unidade de terapia intensiva O remédio, o tratamento mais importante para o sofrimento humano (físico, espiritual) no final da vida é o conforto humano junto aos seus familiares, é o paciente está perto dos seus entes queridos, recebendo um abraço e não todo monitorizado. BOEMER, Magali Roseira (2009) PIMENTA, Cibele Andrucioli de Mattos (2010) Revista da Escola de Enfermagem da USP, São Paulo-SP Acta Paulista de Enfermagem, São Paulo-SP Sobre cuidados Paliativos Cuidados Paliativos: uma nova especialidade de trabalho de enfermagem? O estudo revela que a abordagem paliativa é a única opção para a maioria dos pacientes portadores de doenças crônico-degenerativas, sendo necessário um investimento maior neste tipo de cuidado por parte das instituições, uma vez que a maior parte do dinheiro são destinadas aos tratamentos curativos e a necessidade de uma equipe multiprofissional que atue sob a perspectiva interdisciplinar. Conclui-se que o cuidado paliativo não é “novidade”, pois consiste de ações que são e sempre foram inerentes ao “fazer” da enfermagem, pois os profissionais de enfermagem são os que passam mais tempo com o paciente no final da vida do que qualquer outro profissional. Relata também que esses profissionais de enfermagem não se sentem competentes ou confiantes para o cuidado no final da vida. 16 CECI FIGUEREDO et al. (2013) SANTANA, Júlio César et al.(2013) ABREU, Carolina Becker Bueno de; FORTES Paulo Antonio de Carvalho (2014) MOREIRA, Lara Mundim; Ferreira Roberta Albuquerque; Júnior Áderson Luiz Costa (2012) Ciência e Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, RJ Rev. Bioética, Brasília-DF Rev. Bioética, Brasília-DF Paidéia, Ribeirão Preto-SP Pode-se evidenciar o despreparo da Concepções da equipe em lidar com esse tipo de equipe paciente, o conhecimento parcial por multiprofissional parte dos profissionais sobre cuidados sobre a paliativos. Outro ponto de destaque foi implantação dos à falta de comunicação entre a equipe, cuidados a ausência de registros em prontuários paliativos na e divergências de opiniões em relação unidade de terapia aos cuidados paliativos. Intensiva Docentes de enfermagem e terminalidade em condições dignas Questões éticas inerentes às preferências do paciente em cuidados paliativos Discussão de protocolo para cuidados de pacientes com câncer em cuidados paliativos Com esse estudo observou-se que é durante a formação do profissional de enfermagem, que são os cuidadores para lidar com o paciente terminal que se percebe com mais clareza do despreparo diante dessa temática Durante a graduação em enfermagem a grande ênfase nas disciplinas voltadas para cura e manutenção das doenças, sendo ofertado pouco ou nenhum respaldo para que o enfermeiro aprenda a cuidar de pessoas que morre. O estudo revelou a importância da comunicação para a relação terapêutica, sendo condição básica para o paciente exerce sua autonomia. Ressaltou também de os profissionais adquirirem habilidades de comunicação. Foi colocado o cerco do silêncio como importante obstáculo para autonomia e resolução de pendências por parte dos pacientes que ainda teriam condições de decidir sobre o seu estado de saúde. Pode-se considerar a necessidade de mais tempo de discussão dos casos e as dificuldades em lidar com questões relacionadas à morte e ao morrer, à comunicação de resultados adversos e ao próprio encaminhamento para cuidados paliativos. Por mais que exista um protocolo de condutas, sempre haverá diferentes estratégias de comunicação. E também a identificação precoce do nível de estresse do cuidado. 17 SILVA, Karen Scheinda; KRUSE Maria Henrique Luci (2013) OLIVEIRA, Aline Cristine de; SILVA Maria Júlia Paes da (2010) SILVA, Rudval Souza da; PEREIRA, Álvaro; MUSSI, Fernanda Carneiro (2015) FONSECA, Analise Coelho; FONSECA, Maria de Jesus Mendes da (2010) Esse estudo propôs uma das possíveis formas de reflexão e problematização da invenção de uma disciplina que investe na subjetividade dos indivíduos constituindo aparatos de verdade pretendendo defender a vida, veiculadas pelo manual da OMS. Texto& ContextoEnfermagem, São Paulo-SP Em defesa da sociedade: A invenção dos cuidados Paliativos ACTA PAULISTA DE ENFERMAGEM, SÃO PAULO-SP Autonomia em cuidados paliativos: conceitos e percepções de uma equipe de saúde A equipe de saúde não se mostrou homogênea em relação ao tema autonomia dos pacientes, sendo a autonomia dos pacientes sem possibilidade de cura um elemento inerente à filosofia dos cuidados paliativos. A educação em saúde é uma alternativa coerente para esse problema, mas encontra limitações ao seu desenvolvimento. Esc. Anna Nery, São Paulo-SP Conforto para uma boa morte; perspectiva de uma equipe de enfermagem intensiva Concluiu-se que cuidar para uma boa morte significa, sobretudo, promover o conforto resultante de boas práticas de cuidado em saúde com racionalidade e sensibilidade garantindo a dignidade dos pacientes e seus familiares. Cuidados paliativos para idosos na unidade de terapia Intensiva: uma realidade factível Ressaltou a importância de ampliar a conscientização por parte dos profissionais de saúde, essencialmente intensivistas, da existência dos cuidados paliativos e de como estes podem ser utilizados em suas rotinas assistenciais. Reforçar aos profissionais que CP não competem nem são incompatíveis com a UTI. Scientia Medica Porto Alegre-RS Fonte: Elaborado pela pesquisadora com base nos dados e resultados da pesquisa, 2015. 18 Os artigos foram publicados em nove (09) revistas distintas, sendo cinco (05) da cidade de São Paulo, uma (01) de Brasília, uma (01) do Rio de Janeiro, uma (01) de Porto Alegre, uma (01) de Ribeirão Preto. As produções científicas foram publicadas nos anos compreendidos entre 2009 a 2015. Analisando os seguintes trabalhos, foi possível fazer uma abordagem, com vistas a identificar as principais dificuldades encontradas pela equipe interdisciplinar em lidar com os pacientes que necessitam de cuidados paliativos em unidades de terapia intensiva. Segundo Baruzzi et al., (2013), no artigo Terminalidade e cuidados paliativos em terapia intensiva, o melhor tratamento para o sofrimento (físico, espiritual) no final da vida é o conforto humano junto aos seus familiar. Com isso é possível observar a importância do reconhecimento da equipe interdisciplinar o quanto antes de encaminhar o paciente sem possibilidades de cura para os cuidados paliativos, evitando tratamentos e/ou intervenções inúteis, prolongando o sofrimento e distanciando-o da família. Boemer, (2009), em seu artigo sobre cuidados paliativos, revelou que a abordagem paliativa é a única opção real para a maioria dos pacientes portadores de doenças crônicodegenerativas. A partir disso, observa-se a necessidade de maiores investimentos por parte das instituições neste tipo de cuidado, uma vez que a maior parte do dinheiro ainda é investido nos tratamentos curativos. Ressalta-se ainda a maior interação da equipe interdisciplinar. Para Pimenta, (2010), em seu artigo Cuidados paliativos: uma nova especialidade do trabalho de enfermagem considera que os cuidados paliativos não são novidades, pois, consiste de ações que são e sempre foram inerentes ao fazer da enfermagem. Relata também que esses profissionais não se sentem competentes ou confiantes para o cuidar no final da vida. Diante disso podemos notar o quanto é importante o trabalho da enfermagem, pois são os profissionais que passam mais tempo ao lado do doente, aplicando seus cuidados, confortando paciente e familiares, preservando a integridade do cliente como um todo. Enfoca também a necessidade de mais conhecimento por parte da enfermagem no processo de morte e luto, de comunicação e no manejo da dor. De acordo com Silva et al., (2013), pode-se evidenciar que a proposta dos cuidados paliativos destinados á promoção do conforto físico do paciente terminal assim como a assistência à família não esta sendo praticada pela equipe. Ressaltou-se ainda a importância da necessidade de elaboração de uma política nacional que respalde o cuidado ao paciente critico em cuidados paliativos. 19 O pouco conhecimento sobre o cuidado paliativo pela equipe interdisciplinar, a falta de comunicação adequada entre a equipe, ausências de anotações em prontuário e a falta de protocolos em CP são fatores que dificultam a implantação desses cuidados. Santana et al., (2013), em seu estudo Docentes de enfermagem e terminalidade em condições dignas, observou que é durante a formação do profissional de enfermagem, que são os cuidadores para lidar com o paciente terminal, que se percebe com mais clareza o despreparo diante da temática, por se crê que não há preparo para falar e refletir sobre a morte, o tema não é discutido nem entendido. Durante a formação do profissional o ensino é voltado mais para as disciplinas que falam de doenças e curas, sendo pouca ou nenhuma formação voltada para lidar com os aspectos emocionais, espirituais, para que o profissional aprenda a lidar com o processo de morrer. Percebemos a importância da inserção ainda durante a graduação do tema cuidados paliativos no decorrer de todo curso, visto que os docentes exercem forte influência no pensar do acadêmico, afim de que possamos ter no futuro, profissionais de saúde mais preparados em lidar com pacientes no final da vida e com processo de morrer, já que são os membros da equipe que passam a maior parte com o cliente. Abreu, e Fortes (2014),em seu estudo sobre questões éticas referentes ás preferênciasdo paciente em cuidados paliativos , revelou a importância da comunicação para a relação terapêutica, sendo condição básica para o paciente exercer sua autonomia .Foi colocado o cerco do silêncio como importante obstáculo para autonomia e resolução de pendências por parte do paciente que ainda teria condições de decidir sobre seu estado de saúde. Tendo em vista esse estudo, a equipe interdisciplinar da UTI deve sempre ter em mente o respeito da autonomia do paciente quando esse tiver condições de exercê-la, praticar uma comunicação acessível ao entendimento do paciente e/ou família com sinceridade e clareza, evitando esconder qualquer informação importante em relação a doença/tratamento e nunca aceitar de participar do cerco do silêncio. Moreira et al., (2012), avaliou dois aspectos, o bem está geral e o distress behavior dos cuidadores, bem como a dificuldade de médicos em lidar com esse tipo de paciente. Observou-se pelo estudo a dificuldades dos médicos em encaminhar o paciente logo no inicio da doença sem “cura” aos cuidados paliativos, devido a sua formação está voltada para o curar como o principal objetivo a ser alcançado, dificuldades estas não sendo só enfretadas pelo profissional médico , mas por toda equipe interdisciplinar. 20 O adiamento do encaminhamento do paciente para os cuidados paliativos causa problemas tanto para equipe como para o paciente e a família. Quanto mais cedo esse paciente for encaminhado para os CP, a equipe terá mais tempo para tratar e prestar a assistência adequada, criando um vinculo maior entre profissional-paciente e família, maior possibilidade do profissional conhecer a historia do paciente, facilitando o relacionamento e transmissão de informações. Tudo isso será favorável para diminuição do estress e angústia do cuidador, bem como um ambiente com condições dignas para acolher esse cuidador. Segundo Silva e kruse, (2013), proporam uma das possíveis formas de reflexão e problematização de uma disciplina que investe na subjetividade dos indivíduos constituindo aparatos de verdade pretendendo defender a vida pelo manual da OMS, os cuidados paliativos. Neste estudo evidenciou-se a importância dos cuidados paliativos como uma biopolítica para dar conta daquela porcentagem da população que ficará à margem das taxas de correção e para as quais é necessária uma política de regulação da vida, pois mesmo que as taxas médias e ótimas de tratamento e de cura do câncer sejam alcançadas sempre existirá uma parcela da população que não sobreviverá. De acordo com Oliveira e Silva, (2010), em seu estudo Autonomia em cuidados Paliativos: Conceitos e percepções de uma equipe de saúde, os profissionais de saúde não se mostraram homogêneo em relação ao tema autonomia dos pacientes sem possibilidade de cura, sendo a educação em saúde uma alternativa coerente para esse problema, mas encontra limitações ao seu desenvolvimento. Observa-se divergências de opiniões entre os membros da equipe interdisciplinar, uma parte respeita o direito da autonomia do paciente em relação as suas opiniões e decisões sobre seu tratamento, a outra parte considera as limitações dos doentes sem possibilidade de cura e as implicações no seu tratamento, considerando a família e os próprios profissionais indispensáveis no processo de organização dessa autonomia. Silva, Pereira e Mussi, (2015), afirmam que o cuidar para uma boa morte significa, sobretudo, promover o conforto resultante de boas práticas de cuidar em saúde com racionalidade e sensibilidade garantindo a dignidade do paciente e seus familiares. Os profissionais que trabalham na UTI convivem dia a dia com a presença da morte, devendo estar preparados para proporcionar um maior conforto aquele paciente e família, proporcionando uma palavra de conforto, um olhar de sinceridade, um gesto de carinho, atitudes essas que ajudarão aliviar um pouco do sofrimento. . 21 De acordo com Fonseca e Fonseca, (2010), em seu estudo Cuidados Paliativos para idosos na unidade de terapia intensiva: uma realidade factível, ressaltou-se a importância de ampliar a conscientização por parte dos profissionais de saúde, essencialmente intensivistas, da existência dos CP e de como estes podem ser utilizados em suas rotinas assistenciais. Reforçar aos profissionais que CP não competem nem são incompatíveis com a UTI. O aumento na expectativa de vida e o amparado tecnológico das UTI´s fazem com que os idosos estejam cada vez mais presentes nas UTI´s, sejam acometidos por doenças crônicodegenerativas,neoplasias, pneumonias, rebaixamento do nível de consciência, dentre outras patologias, doenças essas muitas vezes já sem tratamento e/ou cura, reforçando assim a importância da equipe interdisciplinar em aplicar o quanto antes os cuidados paliativos a esse tipo de paciente,amenizando assim um pouco do seu sofrimento e de seus familiares. 22 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente trabalho foi possível concluir que os profissionais de UTI são os que mais têm contato com pacientes em cuidados paliativos e ao mesmo tempo não estão preparados para lidar com esse tipo de doente. Isso se deve ao fato da formação desses profissionais estarem mais voltados para o modelo biologicista, centrado no tratamento e cura da doença, esquecendo-se na maioria das vezes do seu principal foco de trabalho, o cuidado integral ao paciente, levando em conta seus sentimentos e opiniões, proporcionando conforto físico do paciente terminal, bem como assistência à família ,ou seja,deixando de aplicar as premissas básicas dos cuidados paliativos. A partir disso, observa-se a necessidade de estratégias que sensibilizem os profissionais quanto à utilização dos cuidados paliativos o mais precoce possível desde o diagnostico até o fim da vida. Bem como a iniciativa das instituições de saúde em investir em educação continuada para todos os profissionais da instituição e familiares, devido ao fato de ser um tema ainda pouco conhecido pela equipe e sociedade em geral. As instituições também devem destinar mais recursos para os cuidados paliativos, visto que a maioria do dinheiro ainda são destinados aos tratamentos curativos. Os estudos também revelaram a importância da comunicação para uma boa relação terapêutica. A equipe tem que desenvolver habilidades para se comunicar melhor com pacientes e familiares, respeitando sempre o direito do paciente quando estes tiver condições para responder pelo seu estado de saúde. Os profissionais também devem manter um bom dialogo entre si para evitar opiniões e condutas divergentes em relação ao cuidado do paciente. Espera-se que o presente trabalho contribua de forma positiva para conscientização da equipe interdisciplinar da UTI para a aplicação dos cuidados paliativos o quanto antes em suas rotinas de serviço, amenizando assim o sofrimento de pacientes e familiares que estão vivenciando um momento tão delicado que é o processo de morrer. 23 REFERÊNCIAS ABREU, Carolina Becker Bueno de.; FORTES, Paulo Antonio de Carvalho. Questões éticas referentes às preferências do paciente em cuidados paliativos. Rev. Bioét. Brasília, v. 22, n.2, Mai/Ago. 2014. Disponível em: https://dx.doi.org/10.1590/1983-80422014222011. Academia nacional de Cuidados Paliativos. Manual de cuidados paliativos. Rio de Janeiro, 2º Ed.; 2012. BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. 6ª ed. Lisboa (PT): Edições 70; 1979. Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.439, de 8 de dezembro de 2005. 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