Europa: Aspectos populacionais. Glauco Martorano Vieira Filho Introdução: Concentração Populacional da Europa Desenvolvida: Na Europa vários países estão entre os mais desenvolvidos do mundo, mesmo ocorrendo diferenças socioeconômicas entre eles. Os mais desenvolvidos estão na Europa Ocidental, que engloba países que durante o período da Guerra Fria permaneceram capitalistas, tais como, França, Reino Unido e Alemanha. O conjunto de países que na Europa foram socialistas durante a Guerra Fria, apresenta atualmente indicadores socioeconômicos mais modestos entre eles podemos citar: Polônia, Ucrânia, Hungria, etc. A Europa desenvolvida, onde estamos concentrados nossos estudos no momento, aparece como uma das regiões mais povoadas do mundo. Sua densidade demográfica é de 110 habitantes por quilômetros quadrados em média. As áreas na Europa desenvolvida que mais concentram população são as aglomerações urbano-industriais, tais como: O Vale do Rio Reno na Alemanha, do Rio Pó na Itália e as áreas próximas a grandes aglomerações urbanas como Londres e Paris. A tabela acima mostra que países da Europa desenvolvida apresentam bons números em relação ao IDH entre eles podemos destacar: Mônaco, Noruega, Holanda, Irlanda, Suécia, Alemanha, entre outros. As áreas menos povoadas estão relacionadas a condições adversas à ocupação humana, no norte do continente com destaque para a Península Escandinávia e a Islândia, onde ocorre clima polar e frio. Também por conta do clima e por grandes altitudes a região dos Alpes também entra como destaque, em relação às áreas pouco ocupadas. 1 Aspectos Cultuais Nos aspectos culturais o continente europeu é bastante diversificando contendo diferentes línguas, etnias e religiões que inclusive foram se espalhando por outros continentes a partir das grandes navegações e das conquistas coloniais. Na chamada Europa desenvolvida a religião predominante é a católica, mas com uma significativa parcela de cristãos protestantes. No aspecto linguístico ocorrem idiomas que se originaram do latim (espanhol, francês, italiano, etc.) e línguas originadas dos chamados “povos bárbaro”: inglês, alemão, sueco, além dos idiomas eslavos presentes no leste europeu: polonês, russo, ucraniano. Movimentos Separatistas na Europa Desenvolvida: Na Europa algumas disputas de povos que representam minorias e que não possuem soberania por seus territórios merecem destaque, ou seja, são povos que habitam regiões de países, mas que por diferenças culturais, linguísticas e religiosas manifestam movimentos separatistas, como no caso já estudado de Quebec onde grupos visam separa a Região do Canadá (na América do Norte). Tais movimentos revindicam maiores independências em relação ao governo central dos países em que se encontram (oficialização de um idioma regional diferente do que é oficial no país, por exemplo), ou mesmo a separação e formação de um novo país. Durante o século XX movimentos separatistas se destacaram pelas diversas manifestações, alguns grupos até agindo como organizações armadas, é o caso do IRA que reivindica a separação da Irlanda do Norte em relação ao Reino Unido e luta pela anexação da região a República democrática da Irlanda, nos anos 1970 principalmente o grupo atuou de forma violenta e teve diversos membros presos. Já o ETA lutou de forma violenta também na segunda metade do século XX pela independência do País Basco uma área de fronteira entre a França e a Espanha, em um período recente o grupo volta a produzir atentados violentas como a explosão de uma bomba em um prédio na cidade de Bilbao na Espanha no ano de 2008. Nos últimos tempos estão sendo realizados plebiscitos como o que em 2014 que propôs a separação da Escócia em relação ao Reino Unido, no entanto a população escocesa votou pela permanência da área na atual situação, ou seja permaneceu dentro do Reino Unido sob o domínio da Inglaterra. No dia 9/11/2014 outra região espanhola a Catalunha onde está localizada a cidade de Barcelona irá realizar uma consulta popular sobre a separação da área, o governo central espanhol declara não reconhecer legalmente este plebiscito. Estrutura Populacional Desenvolvida: e Etária na Europa Os países da Europa desenvolvida, em se falando de estrutura populacional etária diferem-se de países subdesenvolvidos quanto a parcela de crianças que cada vez menor e quanto a quantidade de idosos, cada vez maior. A baixa quantidade comparativa de jovens está relacionada na Europa desenvolvida a uma cada vez menor taxa de natalidade. Na Alemanha, por exemplo, a taxa de mortalidade também baixa é maior que a taxa de mortalidade, logo concluísse que na atualidade morrem mais pessoas que nascem no país e seu crescimento populacional natural é negativo um caso semelhante ocorre na Itália. As justificativas para baixa taxa da natalidade são encontrados nas transformações que ocorreram no continente relacionados a entrada em massa das mulheres no mercado de trabalho, os altos custos da vida urbana, o acesso largo a formas de prevenção da gravidez e os altos períodos de escolarização fazem muitos casais europeus adiarem os planos de terem filhos, diminuírem o número de filho ou mesmo abrirem mão da experiência. A redução do número de jovens a logo prazo pode gerar e gera problemas com a reposição da mão de obra no mercado de trabalho sendo que para muitos países a migração acaba se tornando uma realidade necessária. Por outro lado a expectativa de vida nos países da Europa desenvolvida tem aumentado, ou seja, as pessoas vivem em média mais tempo. Assim, o número de idosos número cresce onde a expectativa de vida geral na Europa desenvolvida era nos anos 1950 66 anos passa então nos 1990 a um patamar de 78 anos. A justificativa pode ser encontrada em políticas que privilegiam distribuição de renda de uma forma mais igualitária e acesso da população à meios de saúde, educação e cultura que são expressos nos altos índices de IDH. A alta expectativa de vida na Europa gera também problemas relacionados aos sistemas previdenciários de aposentadorias que cada vez mais necessitam de adaptações a realidade de cada vez mais idosos e um número decrescente de jovens entrando no mercado de trabalho. 2 Os bons índices de desenvolvimentos sociais na Europa desenvolvida atraem imigrantes de países subdesenvolvidos, vindos de antigas colônias da África, da América Latina e países asiáticos. Se por um lado existe uma necessidade de mão de obra ocorre também movimentos aversivos, racistas e xenofóbicos onde grupos manifestam hostilidade em relação aos imigrantes. Muitos desses grupos na Europa que temem por perda de postos de trabalho e queda na qualidade de vida culpam os imigrantes por aumento da violência, redução de salários e desemprego durante períodos de crise econômica, fatos que não estão diretamente relacionados ao aumento da migração. Fontes: VESENTINI, José Willian; VLACH, Vânia. Geografia: Os países do Norte e o panorama do séc.XXI. São Paulo: Ática, 2012. (Telális). BOLIGIAN, Levon et al. Geografia Espaço e Vivência: A Dinâmica dos Espaços da Globalização. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2012. 3