Braz J Periodontol - March 2013 - volume 23 - issue 01 REAÇÕES ADVERSAS E INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS RELACIONADAS AO USO DE ANTIMICROBIANOS Adverse reactions and drug interactions related to the use of antimicrobial agents Thomas Cabrera Moraes1, Carllini Barroso Vicentini2, Cristiane de Cássia Bergamaschi3, Juliana Cama Ramacciato4, Rogério Heládio Lopes Motta5 1 Graduado em Odontologia pela Faculdade de Odontologia São Leopoldo Mandic 2 Mestre em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial; Professor do Departamento de Cirurgia do Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos – ITPAC PORTO. 3 Professora Doutora do Departamento de Ciências Farmacêuticas da Universidade de Sorocaba – UNISO 4 Professora Doutora do Departamento de Farmacologia, Anestesiologia e Terapêutica da Faculdade de Odontologia São Leopoldo Mandic 5 Professor Doutor do Departamento de Farmacologia, Anestesiologia e Terapêutica da Faculdade de Odontologia São Leopoldo Mandic Recebimento: 29/01/13 - Correção: 08/02/13 - Aceite: 18/03/13 RESUMO A possibilidade de ocorrer interações medicamentosas e reações adversas no tratamento odontológico é significativa e tende a aumentar a cada dia, tanto pelo aumento da expectativa de vida da população quanto pelo aumento da utilização de diversos medicamentos em decorrência do histórico médico complexo dos pacientes. Os antimicrobianos são relativamente seguros, porém são drogas que podem interferir na absorção intestinal, metabolização hepática e excreção renal de diversos medicamentos, podendo alterar a sua biodisponibilidade e efeito. Este estudo tem como objetivo revisar a literatura para identificar e abordar as principais circunstâncias em que a prescrição de antimicrobianos pode oferecer riscos de reações adversas e interações medicamentosas perigosas para os pacientes. Com o material apresentado, conclui-se que é de fundamental importância que o cirurgião-dentista sempre esteja atualizado e atento às possibilidades de reações adversas e interações medicamentosas decorrentes dos medicamentos que prescreve. UNITERMOS: Odontologia, Antibióticos e Toxicidade. R Periodontia 2013; 23:19-24. INTRODUÇÃO Um número crescente de pacientes em tratamento odontológico apresenta morbidades de ordem geral e faz uso de uma variedade de medicamentos. Este aumento de medicamentos prescritos também levanta a questão significativa de potenciais interações medicamentosas com as drogas utilizadas na prática odontológica. Certas categorias de drogas apresentam maiores reações adversas e interações medicamentosas relevantes para odontologia (Rosenbaum et al., 2012). Os antimicrobianos são medicamentos de grande importância, sendo uma das drogas mais utilizadas na clínica odontológica. Estas drogas são usadas tanto para controle de infecções odontogênicas, como na profilaxia antibiótica no caso de risco de endocardite bacteriana, além de serem amplamente utilizadas na Periodontia e também em algumas situações clínicas para pacientes com comprometimento sistêmico. Entretanto, estudos tem An official publication of the Brazilian Society of Periodontology ISSN-0103-9393 relatado que muitos profissionais encontram dificuldades na prescrição destes medicamentos (Granowitz & Brown, 2008; Seymour, 2009). A maior parte das prescrições de antimicrobianos é realizada de maneira equivocada e a maioria dos profissionais utilizam esses medicamentos por mais tempo que o necessário. Com isso, o risco de interações medicamentosas com essas drogas acaba por aumentar de maneira considerável quando comparados com outras classes farmacológicas. Além disso, o risco de reações adversas relacionadas ao uso destes medicamentos também é significativo, envolvendo desde alergia e colites, até reações mais graves como a cardiotoxicidade e a reação anafilática (Sancho-Puchades et al., 2009; Gomez-Moreno et al., 2009). O aumento da população de idosos e o envolvimento destes pacientes nos tratamentos odontológicos exigem também dos profissionais da saúde um maior conhecimento da farmacologia e terapias empregadas, além dos riscos de possíveis interações medicamentosas e reações adversas, 19 Braz J Periodontol - March 2013 - volume 23 - issue 01 - 23(1):19-24 Quadro de interações medicamentosas e reações adversas dos principais antimicrobianos utilizados na Odontologia ANTIMICROBIANO PRINCIPAIS INTERAÇÕES REAÇÕES ADVERSAS β LACTÂMICOS Penicilinas Amoxicilina Ampicilina Cefalosporina Tetraciclinas, Eritromicina, Aminoglicosídeos, Sulfonamidas, Contraceptivos orais, Varfarina, Dicumarol e AINEs. Alterações gastrointestinais nefrotoxicidade, distúrbios da hemostasia, reações de hipersensibilidade e anafilaxia. MACROLÍDEOS Eritromicina Claritromicina Azitromicina Digoxina, Varfarina, Midazolam, Contracepetivos orais e Teofilina. Alterações gastrointestinais hepatotoxicidade, cardiotoxicidade, dispnéia e distúrbio da hemostasia. METRONIDAZOL Álcool, Tabaco, Lítio e Contraceptivos orais. Hepatotoxicidade, nefrotoxicidade, dispnéia, eritema facial, dor torácica, hipotensão, palpitações, náusea, vômito e sudorese. TETRACICLINAS Tetraciclina Doxiciclina Antiácidos (hidróxido de Al ou Mg) Contraceptivos orais, Teofilina, Digoxina, Varfarina, Dicumarol e Penicilinas. Alterações gastrointestinais, glossite, pigmentação dentária. nefrotoxicidade, dispnéia e distúrbios da hemotasia. A prescrição de antimicrobianos em odontologia é geralmente segura, entretanto, essas drogas podem produzir interações com outros medicamentos e dar origem a reações adversas graves. A compreensão dos efeitos nocivos das drogas antimicrobianas e das principais consequências clínicas que podem exercer quando combinadas com outros medicamentos irá auxiliar os profissionais no tratamento dos pacientes,além de evitar a prescrição inadequada. (Kaczmarzyk, 2009). Os principais efeitos adversos envolvendo os antimicrobianos relatados na literatura moderna são as reações de anafilaxia, os quadros de diarreia, os processos inflamatórios intestinais (colites), a nefrotoxicidade e a cardiotoxicidade. Entretanto, as interações medicamentosas maléficas com essas drogas também podem ocorrer e são relatadas com maior gravidade pelos artigos científicos, envolvendo, principalmente, o álcool, tabagismo, drogas psicotrópicas, anticoagulantes, anti-inflamatórios e cardiomoduladores (Hersh & Moore, 2004; Gomez-Moreno et al.,2009). A anafilaxia é uma reação alérgica sistêmica, que pode causar urticária, laringoespasmos, broncoespasmos, hipotensão e morte imediata. Esta reação é desencadeada pela liberação de histaminas que ocorre no decorrer do uso do medicamento. Os antimicrobianos mais associados a esse tipo de reação são os beta-lactâmicos, com incidência de aproximadamente 0,01% do total de casos relatados (Park & Li, 2005; Granowitz, Brown, 2008). Desde o surgimento dos antimicrobianos, reconhecese que estes podem causar diarreia e colite pela sua capacidade de alterar a microbiota intestinal, sendo que essa sintomatologia pode surgir dias ou até semanas após a administração da droga. Além de ser um incômodo, a diarreia e a colite associada à terapia antibiótica podem conduzir a perda de líquido e eletrólitos, e possivelmente de 20 An official publication of the Brazilian Society of Periodontology ISSN-0103-9393 pois esse grupo de pacientes apresenta um histórico médico complexo, com o uso concomitante de vários medicamentos. Desta forma, para evitar reações adversas e possíveis interações medicamentosas, cabe ao cirurgião-dentista a realização de uma anamnese criteriosa visando à correta indicação e utilização dos fármacos (Skaar & O’Connor, 2011). Reduzir os eventos adversos dos antimicrobianos, incluindo os resultantes das interações medicamentosas, é uma questão de segurança de importância crescente para os dentistas nas próximas décadas. Desta forma, o objetivo deste estudo foi identificar e discutir as circunstâncias com potencial de interações medicamentosas graves e riscos para a saúde dos pacientes em relação ao uso de antimicrobianos. REVISÃO DA LITERATURA E DISCUSSÃO Braz J Periodontol - March 2013 - volume 23 - issue 01 - 23(1):19-24 sangue. Apesar de quase todos os antimicrobianos serem citados como causadores da diarreia e colites, a amoxicilina, ampicilina, cefalosporinas, quinolas e clindamicina estão mais associadas a esta intercorrência (Bartlett, 2006). A falha renal aguda é comum em pacientes hospitalizados e está relacionada com alto risco de morte. Existem inúmeros agentes capazes de causar nefrotoxicidade, e no caso dos antimicrobianos, podem ser citados os aminoglicosídeos, as sulfonamidas, metronidazol e os beta-lactâmicos. A concentração de creatinina na urina é o principal indicador da filtração renal, e o uso prolongado destas drogas também pode interferir na eliminação da creatinina, podendo produzir nefrite e necrose tubular (Shuler et al., 2001; Uchino et al., 2005). A probabilidade dos antimicrobianos causarem nefrotoxicidade é maior nos pacientes que já possuem problemas renais e em indivíduos que utilizam medicações associadas ao tratamento das doenças renais. Nestes casos, é importante que o cirurgião-dentista entre em contato com o médico responsável, visando a melhor escolha e um possível ajuste de dose do antimicrobiano (Dannewitz et al., 2009). Estudos recentes têm relacionado o uso de antimicrobianos com a possibilidade de cardiotoxicidade, tais como alterações eletrocardiográficas e arritmias ventriculares. Pacientes com doenças coronarianas ou com deficiência de eletrólitos sanguíneos apresentam risco mais significativo, podendo ocorrer até morte súbita em decorrência ao uso inadequado destas drogas (Wynn, 2013). Dentre os antimicrobianos que mais podem provocar estas reações, destacam-se os macrolídeos e as quinolonas. A eritromicina e azitromicina quando associada por vários dias ao uso de medicamentos como os inibidores de canais de cálcio também podem produzir cardiotoxicidade elevada com risco de morte (Beier, 2005; Guo et al., 2010; Ray et al., 2012). Os mecanismos de interações medicamentosas que ocorrem com os antimicrobianos podem estar relacionados com a competitividade das diferentes drogas pelas mesmas proteínas plasmáticas e pelo fato de alguns medicamentos inibirem enzimas do citocromo P450, o que pode levar ao aumento da concentração plasmática das drogas a níveis tóxicos para o organismo (Seymour, 2009; Li et al., 2009). A eritromicina e a claritromicina são fortes inibidores de uma isoenzima chamada CYP3A4. Esta isoenzima faz parte do sistema citocromo P450 que é responsável por metabolizar vários fármacos. A isoenzima CYP3A4 representa 60% das enzimas hepáticas, e sua inibição pode ocasionar aumento na concentração sanguínea de alguns medicamentos e risco de toxicidade em fármacos com mesma via de metabolização (Rubinstein, 2001). Nas situações em que o cirurgião dentista prescreve metronidazol, deve-se ter atenção especial para os pacientes usuários de álcool. O metronidazol inibe a atividade da enzima acetaldeído desidrogenase, responsável por metabolizar o álcool, ocorrendo um acúmulo de acetaldeído no sangue, podendo causar uma série de sinais e sintomas conhecidos como reação tipo “dissulfiram”. Essa sintomatologia é descrita como “sensação de morte” e caracterizada por dor no peito, hipotensão, palpitações, dificuldade respiratória, náusea, vômito, transpiração excessiva e vermelhidão da face (Williams & Woodcock, 2000). Esta interação é suportada por diversos estudos com taxas de ocorrência variáveis, e desta forma, o consumo de álcool deve ser evitado durante a terapia com metronidazol e até três dias após o término da terapia É importante ressaltar que a recomendação de não ingerir bebidas alcoólicas também deve constar no corpo da prescrição (Ramacciato & Motta, 2011). O profissional também deve considerar que a prescrição de metronidazol para pacientes tabagistas pode diminuir a biodisponibilidade deste antimicrobiano no plasma sanguíneo, o que poderia interferir no tratamento em alguns pacientes (Montalli et al.,2012). O uso do metronidazol também altera a concentração plasmática do lítio, o que torna necessária a atenção aos pacientes em tratamento psiquiátrico com sais de lítio. Níveis sanguíneos elevados desse fármaco são considerados tóxicos, e levam a desconfortos como letargia, fraqueza muscular, tremores, disfunção renal e colapso circulatório. A causa provável para essa interação está relacionada com a diminuição da excreção renal do lítio causada pelo uso prolongado de metronidazol (Stockley, 1996; Potter & Hollister, 1998). As drogas utilizadas para sedação, tais como o midazolam, quando associadas ao uso de eritromicina ou claritromicina por tempo prolongado (mais que 5 dias) também podem apresentar alteração da concentração plasmática pela diminuição do clearance renal, causando um aumento significativo do efeito e da toxicidade do medicamento sedativo (Olkkola et al., 1993). A teofilina é um medicamento broncodilatador utilizado no tratamento da asma brônquica. Quando este é administrado junto com tetraciclinas, quinolonas e eritromicina percebe-se um aumento na concentração sérica da teofilina com aumento no tempo de meia vida e maior toxicidade do medicamento para o organismo (Meechan, 2002). A digoxina é utilizada no controle de doenças cardíacas, como arritmias e doença cardíaca congestiva, sendo bem absorvida após sua administração por via oral. Entretanto, An official publication of the Brazilian Society of Periodontology ISSN-0103-9393 21 Braz J Periodontol - March 2013 - volume 23 - issue 01 - 23(1):19-24 este medicamento também conhecido como digitálico pode apresentar interações medicamentosas com os macrolídeos como a claritromicina (Lee et al., 2011). O uso concomitante da eritromicina ou claritromicina pode promover a diminuição da microbiota intestinal, elevando os níveis sanguíneos da digoxina e causando toxicidade nesse paciente. Além disso, a digoxina tem via de excreção renal, sendo o processo auxiliado por um transportador conhecido como glicoproteina P. Cogitase que a claritromicina interfira na excreção renal da digoxina por alterar a atividade desse transportador. O nível elevado dos digitálicos pode levar a sintomas como distúrbios de visão e arritmias cardíacas (Porras et al., 2005). Os anticoagulantes orais como a varfarina e dicumarol são drogas de baixo índice terapêutico, ou seja, a dose clinicamente efetiva é próxima a dose tóxica da droga. Desta forma, qualquer interferência na concentração plasmática ideal deve ser evitada. Estudos observaram que a prescrição simultânea de tetraciclinas, macrolídeos, ampicilina ou amoxicilina em pacientes que fazem uso de anticoagulantes orais aumentou o tempo de protrombina e sangramento, pois esses antimicrobianos podem interferir na excreção renal das drogas anticoagulantes, aumentando sua concentração plasmática e toxicidade. (Stockley, 1996; Davydov et al., 2003). A claritromicina também pode interagir com a varfarina, levando ao aumento do efeito do anticoagulante. Provavelmente esta interação ocorra pela inibição das enzimas do citocromo P450 que metabolizam este medicamento (Gooderham et al., 1999; Jones & Fugate, 2002). A amoxicilina é o antimicrobiano mais utilizado na odontologia, e muitas vezes o seu uso está associado aos antiinflamatórios não esteroidais (AINES) (Palmer et al., 2000). Um estudo realizado por Bergamaschi et al. (2006) verificou em indivíduos sadios que a administração de diclofenaco sódico por via oral causou uma redução na biodisponibilidade de amoxicilina provavelmente devido a uma queda na absorção e aumento da excreção renal. Existem poucos estudos que relatam a real relação entre os antimicrobianos bactericidas e os bacteriostáticos. No caso das penicilinas, trabalhos demonstram que sua administração associada às tetraciclinas ou eritromicina pode causar perda de eficácia em relação a sua administração isolada. Essas combinações causam apenas um risco maior de toxicidade para o paciente, e no caso das penicilinas, uma diminuição no efeito do antimicrobiano (Stockley, 2002). A interação medicamentosa entre antimicrobianos e contraceptivos orais leva ainda a grandes discussões e controvérsias na Literatura (Hersh & Moore, 2004). Estudos realizados mostram que a rifampicina, medicamento utilizado para combate da tuberculose, altera os níveis sanguíneos de etinilestradiol e progesterona. Está droga ocasiona a inibição das enzimas do citocromo P450 presentes no fígado, podendo acarretar na elevação do metabolismo dos anticoncepcionais (Szoka & Edgren, 1988). Outras pesquisas demonstram que os níveis plasmáticos de contraceptivos esteroides não sofrem alterações significativas quando administrados juntamente com ampicilina, claritromicina, doxiciclina, metronidazol e tetraciclina (Archer, Archer, 2002). Porém, existem alertas na Literatura para o risco dos antimicrobianos tetraciclina, metronidazol, ampicilina e eritromicina causarem diminuição na eficácia dos contraceptivos orais, elevando o risco de gravidez indesejada (Meechan, 2002). Segunda a American Dental Association (2002), excluindo a rifampicina e seus similares, não existe embasamento cientifico para dizer que outros antimicrobianos causam diminuição da eficácia dos contraceptivos orais, que poderia levar ao aumento do risco de gravidez. Entretanto, diante das controvérsias das reais e possíveis falhas do contraceptivo oral utilizado junto com antibióticos, é responsabilidade do CD alertar a sua paciente por escrito para que ela utilize outro método contraceptivo durante a terapia e até uma semana após o seu término (DeRossi & Hersh, 2002). 22 An official publication of the Brazilian Society of Periodontology ISSN-0103-9393 CONCLUSÃO A revisão da literatura realizada verificou a importância do uso correto dos antimicrobianos na clínica odontológica para evitar complicações e reações adversas para os pacientes. Portanto, é dever do profissional ter conhecimento das interações medicamentosas para a segurança da prescrição adequada e prevenção de complicações decorrentes do uso inapropriado dos antimicrobianos. Braz J Periodontol - March 2013 - volume 23 - issue 01 - 23(1):19-24 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1- Rosenbaum PE, Mikalsen O, Lygre H, Solheim E, Schjøtt J.A Blended Learning Course Design in Clinical Pharmacology for Post-graduate Dental Students. Open Dent J. 2012; 6:182-187. the risk of cardiovascular death. N Engl J Med. 2012; 366:1881-90. 2- Granowitz EV, Brown RB. Antibiotic Adverse Reactions and Drug Interactions. Crit Care Clin. 2008; 24: 421–442. 18-Li AM, Gomersall CD, Choi G, Tian Q, Joynt GM, Lipman J. A systematic review of antibiotic dosing regimens for septic patients receiving continuous renal replacement therapy: do current studies supply sufficient data? J Antimicrob Chemother. 2009; 11: 929-937. 3- Seymour RA. Drug interactions in dentistry. 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Endereço para correspondência: Prof. Dr. Rogério Heládio Lopes Motta Rua José Rocha Junqueira, 13 CEP: 13414-903 – Campinas - SP Tel/Fax (19) 3211-3600 E-mail: [email protected] 24 An official publication of the Brazilian Society of Periodontology ISSN-0103-9393