Casos Clínicos em Atenção Farmacêutica ‐ Acompanhamento Farmacoterapêutico Inicial Identificação do paciente e descrição do caso Nome, idade, sexo e dados demográficos M.A.C – 42 anos de idade. Militar. Sinais e sintomas relatados O paciente foi encaminhado à equipe de acompanhamento farmacoterapêutico queixando-se de boca seca, fadiga e sonolência acentuada. Relatou estar em tratamento farmacológico de hipertensão intra-ocular com colírio de tartarato de brimonidina, há um mês. O farmacêutico certificou-se de que o paciente administrava o medicamento de maneira correta. Exames apresentados e dados biométricos XXXXXX Medicamentos utilizados Tartarato de Brimonidina 0,2% – gotas oftálmicas, 1 gota em cada olho de 12 em 12 horas. Outras observações O paciente não apresenta outros distúrbios orgânicos. Estudo dos principais Problemas de Saúde Problemas de Saúde identificados Hipertensão intra ocular Boca seca, fadiga e sonolência Situação clínica por ocasião da consulta farmacêutica Em tratamento. Inalterada. Estudo dos medicamentos utilizados Principais Informações técnicas sobre o medicamento: Tartarato de brimonidina 0,2%. Tratamento da hipertensão intra ocular. Indicação clinica Antiglaucomatoso. Redução da produção de humor aquoso e aumento da Classe e Mecanismo de ação drenagem da via do fluxo uveoescleral. Dose e posologia recomendadas Uma gota em cada olho, instilar 2 vezes ao dia. Metabolismo hepático. Excreção renal. Metabolismo e excreção Astenia,cefaléia, secura da boca, sonolência, hiperemia conjuntival, prurido Principais reações adversas ocular, olhos secos, conjuntivite alérgica. IMAO; anti-hipertensivos; depressores do SNC; Principais interações Asma brônquica; DPOC; insuficiência cardíaca; pacientes em tratamento com Contra-indicações IMAO; pacientes com glaucoma de ângulo fechado. Referências Bibliográficas (Título, edição e páginas) Bulas do medicamento; livros de farmacologia. Identificação e Classificação de PRM Reação adversa ao Tartarato de brimonidina. PRM5. Fundamentação técnicofarmacológica do PRM O tartarato de brimonidina é empregado no tratamento da hipertensão intraocular e glaucoma. A pressão intra-ocular elevada representa o principal fator de risco na perda de campo visual no glaucoma. O tartarato de brimonidina diminui a PIO ao reduzir a produção de humor aquoso e ao aumentar a drenagem da via do fluxo uveoescleral. Apesar de o colírio ser administrado topicamente, mesmo com técnica correta (pressão exercida com os dedos da mão sobre o canal naso-lacrimal, durante 3 minutos após a instilação do colírio), pode ocorrer absorção sistêmica. Além disso, foi comprovado que o tartarato de brimonidina atravessa a barreira hematoencefálica, atingindo assim o SNC. O sítio para ação sedativa dos agonistas alfa-2 adrenérgicos encontra-se no locus ceruleus do tronco cerebral e este, quando estimulado, leva à inibição da regulação do sono e da vigília. As principais vias noradrenérgicas ascendentes e descendentes originam-se dessa importante área. A ativação dos receptores alfa-2 no locus ceruleus Marcelo Alves Cabral Casos Clínicos em Atenção Farmacêutica ‐ Acompanhamento Farmacoterapêutico Inicial produz supressão de sua atividade, resultando em aumento da atividade de inter neurônios inibitórios, como a via do ácido g-aminobutírico (GABA), o que determina depressão do SNC. Isso pode explicar a sensação de fadiga e sonolência experimentada por alguns pacientes que fazem uso dessa classe de fármaco. Por outro lado, a estimulação dos receptores alfa2-adrenérgicos localizados nas células das glândulas salivares causa redução da produção de saliva. Manejo do PRM e recomendações O paciente foi orientado pela equipe a retornar ao seu médico oftalmologista com a finalidade de substituir o medicamento. O oftalmologista suspendeu o tratamento com o tartarato de brimonidina; instituiu a administração de Brinzolamida, uma gota em cada olho 2 vezes ao dia; e manteve o acompanhamento da PIO. Tabela de Classificação dos Problemas Relacionados com Medicamentos PRM1 PRM2 PRM3 PRM4 PRM5 PRM6 O paciente possui um problema de saúde por não utilizar a medicação que necessita. O paciente possui um problema de saúde por utilizar um medicamento que não necessita. O paciente possui um problema de saúde devido a não efetividade não quantitativa da medicação. O paciente possui um problema de saúde devido a não efetividade quantitativa da medicação. O paciente possui um problema de saúde devido insegurança não quantitativa de um medicamento. O paciente possui um problema de saúde devido uma insegurança quantitativa de um medicamento. (fonte: Manual Método Dáder) Marcelo Alves Cabral