Guerra Fria - WordPress.com

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Guerra Fria
1. Introdução:
Logo depois do fim da 2ª Guerra, o antagonismo entre a União Soviética e os EUA criaram o medo de uma
terceira guerra mundial. Em 1945, apenas os EUA tinham a tecnologia da produção da bomba nuclear.
Em 1949, a União Soviética desenvolve a sua bomba atômica e em 1954, EUA e URSS desenvolvem a bomba
de hidrogênio, uma bomba atômica bem mais poderosa do que a bomba de Hiroshima. Ficava o medo de
uma guerra nuclear que poderia levar as superpotências a uma destruição total. Ao medo dessa guerra
nuclear entre os dois países e à disputa pela hegemonia mundial dá-se o nome de Guerra Fria.
2. Origens e características gerais da Guerra Fria:
. Questões na Europa: Após a Segunda Guerra, a Europa foi dividida em duas, uma sob a influência norteamericana, outra sob a influência soviética. Uma série de pequenos conflitos, existiram em função da disputa
por territórios. Por exemplo, a briga por Berlim Ocidental, um território da Alemanha Ocidental no meio da
Alemanha Oriental. A Europa Ocidental recebeu a ajuda financeira dos EUA, no que ficou conhecido como
Plano Marshall. Assim, os EUA ajudavam aquelas economias a se reerguerem e afugentar o ‘perigo
comunista’.
. Disputa ideológica e perseguições internas: Havia uma disputa ideológica entre as duas superpotências
sobre qual seria o melhor sistema, o socialismo ou o capitalismo. Essa competição se mostrava em várias
áreas como na disputa em qual economia era mais dinâmica, como até nos jogos olímpicos e na corrida
espacial, uma briga pela tecnologia mais avançada. Dentro dos dois países, em alguns momentos,
perseguiram-se os supostos inimigos do regime. Nos EUA, o senador McArthy fez uma caça aos comunistas
na sociedade americana nos anos 50. Na URSS a perseguição aos supostos ‘contra-revolucionários’
aconteceu até 1985, mas mais agudamente até a morte de Stalin em 1953.
. O armamentismo, uma provocação americana: Havia uma acentuada corrida armamentista entre os dois
países, principalmente na tecnologia das ogivas nucleares. Os recursos destinados aos armamentos eram
gigantescos e afetavam duramente o orçamento das duas economias, mas mais ainda a da União Soviética,
que era mais fraca. Os EUA faziam provocações à União Soviética, levando-a a gastar cada vez mais com
armamentos. Assim, os EUA criaram a aliança militar OTAN em 1949 e a URSS o Pacto de Varsóvia depois.
. Déficits americanos: As duas superpotências tinham gastos estrondosos com armamentos, atrapalhando o
desenvolvimento econômico de ambos. A situação dos trabalhadores americanos no período era a melhor já
vivida no país. Isso acontecia para afugentar o ‘perigo comunista’ dos movimentos de trabalhadores. Como a
economia americana era mais robusta, agüentou melhor os gastos com armas e com a seguridade social.
. Apoio aos movimentos de libertação nacional: Ambos países apoiavam grupos opostos nas colônias dos
antigos Impérios coloniais que estavam se desfazendo. Isso levou a uma série de guerras no Terceiro mundo.
3. Principais confrontos e conflitos da Guerra Fria:
. Períodos quentes e convivência pacífica: Soviéticos e norte-americanos nunca se enfrentaram em um
campo de batalha, mas vários conflitos opunham aliados dos dois lados. Além disso, houve alguns sérios
desentendimentos entre os dois países que criaram um medo real de conflito. Existiram, portanto, períodos
quentes e frios na Guerra Fria. De 1945 a 1962, foi um período quente com vários confrontos. De 1962 a
1975 houve o que foi chamado de convivência pacífica. De 1975 a 1985, a chamada Segunda Guerra Fria.
. Guerra da Coréia: Além do já citado desentendimento sobre Berlim Ocidental, houve no início da Guerra
Fria a guerra das Coreias. De 1950 a 53, coreanos do Sul e do Norte, apoiados por EUA e URSS,
respectivamente, entraram em guerra pelo controle da península. A guerra acabou empatada.
. Cuba e a crise dos mísseis: Em 1959, ocorre uma revolução na semi-colônia americana Cuba contra seu
ditador, liderada por Castro e Guevara. A revolução de libertação nacional resiste a uma emboscada da CIA e,
para sobreviver, declara-se socialista e alia-se à URSS em 1961. No ano seguinte, os soviéticos põem mísseis
com ogivas atômicas na ilha. Cria-se um ponto de confronto entre EUA e URSS resolvido diplomaticamente.
. Guerra do Vietnã: A colônia francesa da Indochina declara independência em 1945, sofrendo a invasão das
tropas francesas. Os vietnamitas vencem parcialmente a guerra e em 1954 divide-se o país em Vietnã do
Norte, comunista e do Sul, apoiado pelos EUA. Os EUA entram com suas tropas na região nos anos 60,
reacendendo a guerra. Os vietnamitas do Norte vencem mesmo assim a guerra e os americanos fogem do
país em 1972. Em 1975, o país se unifica sob controle do antigo Vietnã do Norte.
. Afeganistão: A União Soviética também perde uma guerra. Invade o Afeganistão nos anos 80, mas é
impelido pelas tropas locais, a milícia Talibã, que contava com armamentos norte-americanos.
4. Questões internas dos Estados Unidos:
. O pós-guerra norte-americano: A economia norte-americana havia se recuperado de fato da crise de 1929
apenas com a imensa produção bélica durante a Segunda Guerra Mundial. A partir de então, a economia
daquele país necessitará fazer muitos gastos em armamentos, com guerras periódicas, para não cair em uma
grave crise econômica de superprodução. Por isso, logo após a guerra, são construídas várias bases norteamericanas pelo mundo e muitos recursos são investidos na produção de armas atômicas. Há na década de
1950 grandes perseguições políticas no país, é o macarthismo.
. O Governo Kennedy: Apesar de ter sido um governo curto, a gestão John Kennedy teve momentos e efeitos
muito importantes. Ele acabou com o regime de apartheid no Sul do país, fez uma política de confronto com
a URSS, levando o mundo à crise dos mísseis e planejou golpes militares na América Latina, temendo a
expansão do comunismo na região após a Revolução Cubana.
. Reagan e a 2ª Guerra Fria: O republicano Ronald Reagan fica oito anos no poder dos EUA na década de 1980
e reacende a Guerra Fria com a URSS, a qual ele chama de ‘Império do Mal’. Ele impõe reformas neoliberais
na economia norte-americana e propõe o projeto Guerra nas Estrelas, segundo o qual criar-se-ia um escudo
antimísseis para defender os EUA de ataques atômicos soviéticos. Isso é uma grande provocação à URSS,
apesar de o projeto ser tecnicamente inviável. Essa e outras medidas armamentistas suas ajudam a derrubar
a União Soviética em 1991.
5. Questões internas da União Soviética:
. Os últimos anos de Stalin na URSS: Antes de morrer em 1953, Josef Stalin promove mais uma de suas ondas
de perseguições políticas com várias vítimas. Os anos pós-guerra também são caracterizados pelo aumento
estupendo do poder geopolítico e do imenso gasto militar da URSS, obcecada em conseguir produzir a
bomba atômica.
. Kruschev e a desestalinização: Com a morte de Stalin, seu pupilo Nikita Kruschev emerge como líder no país.
Em 1956 no XX Congresso do PCUS, Kruschev denuncia os ‘crimes de Stalin’, denunciando todas as
perseguições políticas e os campos de concentração. Tem início um limitado processo de desestalinização do
regime, com abertura política, melhora das relações com os EUA e uma pequena democratização do país. Ele
vira vítima da própria abertura que promoveu e é destituído por outro grupo no PCUS em 1964.
. Os anos Brejnev: Outro pupilo de Stalin, Lionid Brejnev, vira líder do Estado soviético após a destituição de
Kruschev. Esse muito mais rígido, autoritário e militarista do que Kruschev. Ele traz de volta características
autoritárias dos tempos de Stalin, investe pesadamente em armamentos e deixa a produção de bens de
consumo em segundo plano. A economia soviética entra, então, em estagnação.
Descolonização da África e da Ásia
1. Apresentação:
A África e todo o Sul da Ásia – principalmente o continente indiano – são hoje as regiões mais pobres do
mundo. Há sérias epidemias de SIDA (AIDS), tuberculose, lepra e outras várias doenças já controladas nos
países desenvolvidos. Há os maiores índices de miséria do mundo nessas regiões e sérios problemas de
fome.
Como se os problemas sociais desses países não fossem enormes, os governos investem pesado em armas,
como os países africanos em guerra civil e o Paquistão e a Índia que têm projetos avançados de produção de
armas atômicas. Mas a causa maior para as crises de miséria e fome na região está no século XIX e na
primeira metade do século XX, no período imperialista.
2. No contexto da Guerra Fria:
. A causa externa das independências: Após a Segunda Guerra Mundial, as antigas potências imperialistas do
século XIX, principalmente Inglaterra e França, vão entrar em franca decadência e perder poder no cenário
internacional, agora dominado por Estados Unidos e União Soviética. Além das antigas potências se
enfraquecerem, tornando mais fácil o processo de independência, as novas potências da guerra fria vão
incentivar grupos ideológicos a fazerem a independência. Assim, grupos pró-independência socialistas
receberão apoio da URSS e grupos ligados ao capital internacional, receberão apoio direto norte-americano.
. A causa interna das libertações nacionais: Se o peso da dominação se tornava cada vez maior, os grupos
nacionais dispostos a por fim à exploração estrangeira se amadureciam e fortaleciam-se. Por exemplo, o
grupo de Gandhi e Nehru na Índia ganha grande apoio dos indianos no período logo anterior à Segunda
Guerra. Isso torna a colonização inglesa mais complicada, visto que a população local já apoia um grupo
definido disposto a se separar do Império britânico.
. Os conflitos pós-independência: Não há como generalizar como se deu a independência dos países na África
e na Ásia, mas grande parte desses processos foi marcado em algum momento por uma forte violência.
Além da luta contra a metrópole, os grupos locais entraram em conflito entre si em quase todos os países
independentes. Isso porque os imperialistas não respeitaram as fronteiras dos grupos locais e porque a
Guerra Fria fortalecia grupos opostos que lutavam pela independência.
. A difícil construção da nação: A construção de uma prosperidade nesses países foi muito difícil, tanto é que
nenhum desses países hoje tem riqueza ou igualdade. Os novos governos tinham que reverter a herança
imperialista, findar as lutas contra a metrópole e as lutas locais e criar um certo consenso sobre o rumo
desses países. É importante lembrar que o Imperialismo deixou marcas fortes nesses países. O campo, por
exemplo,
na época imperialista foi invadido por plantations quase monocultoras para exportação com a terra
controlada por estrangeiros. Essas plantations desgastam mais o solo do que o normal e levam a pragas e
desastres naturais, como a reprodução descontrolada de gafanhotos e a seca e, consequentemente, a fome.
3. Um caso específico, a Índia:
A independência “pacífica” da Índia: O grupo do partido do Congresso, liderado por Gandhi e Nehru, lidera a
partir dos anos 20 um processo pacífico de independência da Inglaterra. Ganham grande apoio da população,
duramente castigada pela dominação imperialista, com sua política de não-cooperação pacífica. A Inglaterra,
durante a Segunda Guerra, propõe um acordo. Se os indianos lutassem na guerra na Ásia, os ingleses dariam
a independência ao país após a guerra. Os líderes do Partido do Congresso aceitam e os indianos participam
da guerra. Após a guerra, os ingleses insistem em não dar a independência ao país apesar do acordo, mas
acabam sob pressão tendo que aceitar a independência do país em 1947. O partido do Congresso organiza
uma grande democracia no país, mas muçulmanos e hindus entram em diversos confrontos pelo país e os
muçulmanos exigem a criação de um Estado para eles. É criado o Paquistão, com territórios a Leste e a Oeste
da Índia. Os muçulmanos indianos têm que fugir para o Paquistão para não serem massacrados pelos hindus
e os hindus que estão no território do Paquistão têm que fugir para a Índia para não serem massacrados
pelos muçulmanos. Segue uma ampla violência entre os dois grupos e logo os países entram em guerra.
Desde então, os dois países entram em guerra três vezes e desenvolvem armamentos nucleares para uma
possível nova guerra. Obviamente, a guerra é extremamente maléfica para ambos governos e para suas
populações, extremamente miseráveis. Ainda, o conflito entre os dois tem a ver com a guerra fria até 1991. A
Índia é aliada da União Soviética e o Paquistão, dos EUA. Na década de 70, o Paquistão oriental vira um país
independente sob o nome de Bangladesh.
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