Guerra Fria Guerra Fria (1947 - 1991): O fim da 2º Guerra Mundial deu início à Guerra Fria, um processo que marcou as relações internacionais ao longo da segunda metade do século 20 e significou a bipolarização do mundo, dividido entre os dois países que saíram daquele conflito como potência - a União Soviética (URSS) e os Estados Unidos (EUA). Foi um conflito de ordem política, militar, tecnológica, econômica, social e ideológica entre as duas nações e suas zonas de influência. É chamada "fria" porque não houve uma guerra direta, ou seja, bélica ("quente"), dado o equilibrio militar entre as duas superpotências. O medo de uma batalha nuclear esteve presente na maior parte do período. Em 1947, os EUA aprovaram o Plano Marshall, com o objetivo de prestar ajuda econômica a países da Europa ocidental e aprofundar sua influência na região, criando um bloco de nações a seu favor. Em 1949 os EUA, juntamente com o Canadá e países da Europa capitalista, criaram a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), aliança militar com o objetivo de proteção internacional em caso de um suposto ataque dos países do leste europeu. Os soviéticos criaram um plano de ajuda econômica ao bloco de países do leste europeu, o COMECON (Conselho para Assistência Econômica Mútua). A URSS firmou entre ela e seus aliados o Pacto de Varsóvia (1955) para unir forças militares da Europa Oriental. Logo, as alianças militares estavam em pleno funcionamento, e qualquer conflito entre dois países integrantes poderia ocasionar uma guerra nunca vista antes. A tensão na relação das duas superpotências acentuou-se com o início da corrida armamentista. A tensão entre as duas potências provocou a divisão de Berlim - o Muro de Berlim foi construído em 1961 - e da própria Alemanha (em República Federal Alemã, capitalista, e República Democrática Alemã, comunista). Guerra da Coréia e Revolução Cubana Ao longo da década de 1950, a polarização aumentou, resultando num conflito armado na península coreana que acabou dividida em dois países: Coréia do Sul (capitalista) e Coréia do Norte (comunista). Ao mesmo tempo, alguns países europeus rejeitaram a condição de satélites dos EUA. A URSS rompeu relações com a China (país que se tornara comunista em 1949) e se viu às voltas com contestações da Iugoslávia e da Hungria. Em 1956, tropas do Pacto de Varsóvia invadiram a Hungria. Em 1959, a vitória da Revolução em Cuba gerou um foco de tensão para os EUA na América Latina. Dois anos depois, os EUA promovem a invasão da ilha por um grupo de mercenários e exilados cubanos, derrotados na Baía dos Porcos. Após este episódio, Cuba aderiu oficialmente ao comunismo. Em 1962, houve crise dos mísseis em Cuba . Para conter que a América Latina seguisse o mesmo rumo cubano, os EUA interferiram na política interna de diversos países do continente, favorecendo ditaduras militares de direita (por exemplo, no Brasil). Primavera de Praga e Vietnã Nos últimos anos da década de 1960, enquanto os países do mundo ocidental explodiam num quadro de contestação à ordem vigente (maio de 68 francês, movimento pacifista nos EUA e etc.), a Tchecoslováquia passou a exigir maior independência da URSS. O movimento recebeu o nome de Primavera de Praga e foi sufocado pelas tropas do Pacto de Varsóvia em agosto de 1968. Ao fim dos anos 1960, a economia da URSS dava os primeiros sinais de desaquecimento, fruto da ineficiente máquina burocrática e dos gastos militares. No início da década seguinte, os EUA sofriam reveses no plano internacional, sendo derrotados na guerra do Vietnã, que caía sob a influência do comunismo chinês, e perdendo aliados na Nicarágua, com a Revolução Sandinista e no Irã, com a revolução islâmica. Na URSS, a crise política e econômica se aprofundava. Em 1979, na Polônia, o movimento Solidariedade reivindicava liberdade e melhores condições de vida. Os EUA endurecem relações com a URSS e não só defenderam a instalação de mísseis nucleares na Europa como empreenderam o projeto de levar ao espaço sideral a corrida armamentista. Reagan e Tatcher implementam políticas neoliberais nos EUA e Inglaterra. Colapso soviético e fim da guerra fria A economia soviética começou a dar sinais de esgotamento. Diante da situação caótica, capitaneada por Gorbachev, a União Soviética decidiu reduzir despesas com o setor militar e realizar amplas mudanças: a Perestroika (reestruturação econômica) e a Glasnost (transparência, significando fim da censura e do regime de partido único). Além disso, houve um realinhamento com os EUA. Os efeitos foram imediatos. Entre 1989 e 1991, os países do Leste Europeu passaram por profundas mudanças internas que eliminaram as estruturas soviéticas. Em Berlim, o Muro foi derrubado por populares. A Alemanha foi reunificada. Na Iugoslávia, lutas nacionais desintegraram o país e geraram uma série de conflitos étnicos e religiosos. Em agosto de 1991, os comunistas perderam o poder na União Soviética, que se desintegrou, voltando a ser a Rússia e uma comunidade de repúblicas independentes. Os EUA saíram “vitoriosos” da Guerra Fria, introduzindo o mundo na era da globalização neoliberal. Erick da Silva – Graduando do curso de História da UFRGS. 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