universidade tecnológica federal do paraná câmpus pato

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ii
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
CÂMPUS PATO BRANCO
CURSO DE AGRONOMIA
AQUÉLIS ARMILIATO EMER
ATIVIDADES REALIZADAS DURANTE O MANEJO DA CULTURA DO TRIGO
RELATÓRIO DE ESTÁGIO
PATO BRANCO
2011
i
AQUÉLIS ARMILIATO EMER
ATIVIDADES REALIZADAS DURANTE O MANEJO DA CULTURA DO TRIGO
Relatório de Estágio, apresentado à disciplina de
Estágio Supervisionado, do Curso Superior de
Agronomia da Universidade Tecnológica Federal
do Paraná – UTFPR, como requisito parcial para
obtenção do título de Engenheira Agrônoma.
Orientador: Prof° Dr.° Idalmir dos Santos
PATO BRANCO
2011
ii
Ministério da Educação
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Campus Pato Branco
Gerência de Ensino e Pesquisa
Curso de Agronomia
TERMO DE APROVAÇÃO
ATIVIDADES REALIZADAS DURANTE O MANEJO DA CULTURA DO TRIGO
por
AQUÉLIS ARMILIATO EMER
Relatório de Estágio Curricular Supervisionado, Área de manejo da cultura do trigo, realizado como
requisito parcial para obtenção do título de Engenheira Agrônoma do Curso de Agronomia da
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Câmpus Pato Branco.
Prof° Dr° Idalmir dos Santos
Profª. Drª Marta Helena Dias da
Silveira
UTFPR
Coordenadora de estágio da UFPR
Orientadora
Pato Branco, 08 de Novembro de 2011
iii
AGRADECIMENTOS
À minha família pelo apoio e incentivo.
À Universidade Tecnológica Federal do Paraná pela oportunidade formação
acadêmica.
Aos professores do curso de agronomia pelos conhecimentos repassados e pela
amizade.
Ao Prof° Dr. Idalmir dos Santos pela orientação e atenção dispensada.
A Cooperativa Agropecuária Tradição pela receptividade e disponibilidade para
realização do estagio.
Ao Supervisor Sr. Fernando Alan Tonus pela oportunidade e cooperação.
Aos Engenheiros Agrônomos e vendedores responsáveis pela assistência técnica
aos produtores Idacir Giacomin, Sidarta Palma, Antonio Strapasson, Carlos Sartor e
Enio Tonus pela paciência, experiência e ensinamentos transmitidos.
Aos demais funcionários da Coopertradição pela colaboração, amizade e
companheirismo.
Aos amigos e companheiros de longa jornada que de qualquer forma contribuíram
para o cumprimento de mais essa etapa.
A turma de Agronomia UTFPR 2007-2011 pelo companheirismo, parceria e bons
momentos compartilhados durantes os cinco anos de formação acadêmica.
iv
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1: Aplicação de Cal Super no sulco de plantio de milho, Pato Branco, 2011.
FIGURA 2: Trigo em início de afilhamento, Pato Branco, 2011.
FIGURA 3: Aplicação de adubação nitrogenada na cultura do trigo, Pato Branco,
2011.
FIGURA 4: Área de trigo com nabo (Raphanus sativus), Clevelândia, 2011.
FIGURA 5: Área de trigo com elevada população de Azevém (Lolium multiflorum),
Clevelândia, 2011.
FIGURA 6: Área de azevém (Lolium multiflorum) resistente ao herbicida glifosato,
Pato Branco, 2011.
FIGURA 7: Plantio de milho, Pato Branco, 2011.
FIGURA 8: Verificação de distribuição e contagem de sementes de milho, Pato
Branco, 2011.
v
LISTA DE SIGLAS
alq – Alqueire
Ca - Cálcio
cm – Centímetro
Cu – Cobre
CTC – Capacidade de Troca de Cátions
Fe – Ferro
ha – Hectare
K – Potássio
Kg – Quilogramas
L – Litros
Mg - Magnésio
ml – Mililitros
Mo – Molibdênio
pH – Potencial hidrogeniônico
SO2-4 – Sulfato
Zn – Zinco
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LISTA DE ABREVIATURA
COOPERTRADIÇÃO – Cooperativa Agropecuária Tradição
EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
IAPAR – Instituto Agronômico do Paraná
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS ............................................................................................................. iv
LISTA DE SIGLAS ................................................................................................................. v
LISTA DE ABREVIATURA .................................................................................................... vi
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 8
2. DESENVOLVIMENTO ....................................................................................................... 9
2.1 A COOPERATIVA .......................................................................................................... 10
2.2 INSTALAÇÃO DAS LAVOURAS.................................................................................... 10
2.2.1 Zoneamento Agroclimático ..................................................................................................... 10
2.2.2 Tratamento de sementes ........................................................................................................ 10
2.2.3 Semeadura ................................................................................................................................ 12
2.3 CULTIVARES ............................................................................................................................... 13
2.4 CORREÇÃO E ADUBAÇÃO DAS ÁREAS .............................................................................. 13
2.5 ADUBAÇÃO NITROGENADA NO TRIGO............................................................................... 18
2.6 INTEMPÉRIES CLIMÁTICAS......................................................................................... 20
2.6.1 Geada ......................................................................................................................................... 20
2.6.2 Granizo ....................................................................................................................................... 21
2.7 CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS .................................................................................. 21
2.8 USO DE ADJUVANTES ............................................................................................................. 26
2.9 DOENÇAS .................................................................................................................................... 27
2.10 PRAGAS ...................................................................................................................... 28
2.11 APLICAÇÃO DE REDUTOR DE CRESCIMENTO ....................................................... 30
2.12 INDUTORES DE RESISTÊNCIA ............................................................................................ 31
2.13 ESTERILIDADE NAS ESPIGUETAS DA BASE ................................................................... 32
2.14 IMPLANTAÇÃO DA CULTURA DO MILHO .......................................................................... 32
2.15 SISTEMA DE TROCA ............................................................................................................... 35
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 37
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 38
8
1. INTRODUÇÃO
A cultura do trigo (Triticum aestivum) é amplamente disseminada em todo
mundo, devido sua vasta gama de utilização tanto para a alimentação humana
quanto animal.
No Brasil a produção de trigo está atualmente concentrada no Rio Grande do
Sul e Paraná, que representam 32,23 e 54,96% da produção nacional
respectivamente. Outros estados contribuem com 12,81% da produção brasileira de
trigo (MAPA, 2010).
A produção de trigo na safra 2010 foi de cerca de 5 milhões de toneladas e o
consumo de mais de 10 milhões de toneladas, havendo portanto um déficit de cerca
de 5 milhões de tonelada no mercado interno (MAPA, 2010).
A cultura do trigo é principal alternativa para semeadura no Sul do Brasil, no
período de inverno, gerando renda, otimizando o uso da terra, garantindo a
cobertura do solo e evitando a erosão. Embora inicialmente apresente vantagens, o
cultivo de trigo tem tido alguns entraves a sua maior exploração, principalmente no
que se refere às condições climáticas predominantes no Sul do Brasil no período de
inverno e a falta de preços competitivos no mercado. Desta forma, mesmo com os
consideráveis avanços da pesquisa do que diz respeito à produtividade das
cultivares e ao manejo da cultura, o plantio de trigo ainda é visto por muitos
produtores como sinal de prejuízo.
Dados do IBGE, 2011, demonstram que a área plantada de trigo nesta safra foi
de 1.023.191 ha, sendo que destes 33.985 ha foram perdidos em função das
geadas, resultando em uma área produtiva de 989.206 ha. Além disso, o excesso de
chuvas em julho impediu a entrada das máquinas na lavoura e o controle das
doenças, com isso o rendimento médio esperado é de 2.515 kg/ha. Desta forma, a
produção de trigo na safra 2011 deve ser cerca de 15,6% menor comparada ao ano
anterior (IBGE, 2011).
As cooperativas têm função primordial nos sistemas de produção agrícola.
Estas instituições organizam e auxiliam os produtores rurais sobre o mercado, além
de prestar assistência técnica e ajudar na tomada de decisão dos tratos culturais, a
fim de obter melhores condições para o desenvolvimento da atividade.
9
A Coopertradição trabalha com produtores de grãos das regiões Sudoeste do
Paraná e Oeste de Santa Catarina prestando assistência técnica, fazendo a
armazenagem e a comercialização da produção.
Para que altas produtividades sejam alcançadas e o produtor obtenha lucro
com a cultura do trigo é importante ter orientação técnica capacitada desde o
processo de implantação da cultura até a colheita.
Desta forma, o estagio curricular realizado na Coopertradição teve como
finalidade acompanhar juntamente com os profissionais já atuantes na área, as
práticas efetuadas durante a implantação e o desenvolvimento da cultura do trigo na
região Sudoeste do Paraná.
2. DESENVOLVIMENTO
O estágio na Cooperativa Agropecuária Tradição – Coopertradição - foi
realizado do dia 04 de julho ao dia 09 de setembro, e durante esses dois meses
atuei junto a assistência técnica fazendo visitas as propriedades rurais,
acompanhando os profissionais e interferindo sempre que solicitada na tomada de
decisão para execução dos tratos culturais.
Várias
foram
às
atividades
executadas
no
período
entre
elas:
o
acompanhamento da semeadura e desenvolvimento inicial da cultura do trigo;
verificação do estande de plantas; verificação do estádio da cultura para aplicação
de adubação nitrogenada em cobertura; e observação e monitoramento de doenças,
pragas e plantas daninhas para recomendação do controle com o defensivo mais
adequado. Foram ainda realizadas interpretações de analises de solos e a
recomendação da melhor forma de adubação. Também pode-se acompanhar o
início do plantio da cultura do milho com a regulagem das semeadoras e a
verificação da população e distribuição de plantas na área.
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2.1 A COOPERATIVA
A Coopertradição tem sede no município de Pato Branco, na região Sudoeste do
Estado do Paraná e foi fundada no dia 22 de janeiro de 2003, por um grupo de 25
produtores rurais, que cultivavam soja, milho, trigo, cevada, feijão. Em 02 de junho
de 2003 deu início às suas atividades e hoje já conta com mais de 550 associados.
Na sua sede administrativa, na cidade de Pato Branco, a Coopertradição tem um
depósito de fertilizantes e um depósito de agroquímicos.
A Coopertradição apresenta seis filiais, localizadas nos municípios de Pato
Branco, Clevelândia, Renascença, no Estado do Paraná e, nos municípios de
Campo Erê, Palma Sola e Água Doce, no Estado de Santa Catarina.
2.2 INSTALAÇÃO DAS LAVOURAS
2.2.1 Zoneamento Agroclimático
Tendo em vista o zoneamento agroclimático para a cultura do trigo que no
município de Pato Branco vai de 1° de junho até 20 de julho para cultivares de ciclo
super-precoce e precoce e de 21 de junho a 20 de julho para cultivares de ciclo
médio a tardio (IAPAR, 2011), durante as primeiras semanas de estagio foram
observadas algumas lavouras ainda no processo de semeadura da cultura do trigo.
2.2.2 Tratamento de sementes
Para que as lavouras implantadas apresentem bom desempenho inicial e
permaneçam com um estande adequado de plantas é indicado que se faça o
tratamento de sementes. Os principais produtos utilizados para este fim pela
Cooperativa são o inseticida Gaucho e Cruiser, e os fungicidas Baytan e Spectro.
O tratamento de sementes é realizado pelos funcionários da própria
Cooperativa, geralmente com um inseticida, um fungicida, sendo que durante o
processo também pode ser adicionado micronutrientes.
11
O Gaucho é um inseticida sistêmico utilizado no controle de Pulgão-da-raiz
(Rhopalosiphum
rufiabdominale)
e
Pulgão-verde-dos-cereais
(Ropalosiphum
graminum). A dose recomendado do produto é de 35 g de ingrediente ativo para
cada 100 kg de sementes.
Outro inseticida utilizado na cultura do trigo para o tratamento de sementes é
Cruiser. Este produto é um inseticida sistêmico utilizado na para o controle de
Percevejo−barriga−verde
(Dichelops
furcatus)
e
Pulgão−verde−dos−cereais
(Rhopalosiphum gramimum).
O produto comercial Baytan apresenta amplo espectro de ação, sendo um
fungicida sistêmico do grupo dos triazóis, exclusivamente indicado para o tratamento
de sementes. Este produto atua no controle de oídio (Erysiphe graminis f.sp.tritici,
mancha marrom (Bipolaris sorokiniana), mancha amarela (Drechslera tritici-repentis),
ferrugem da folha (Puccinia triticina), mancha das glumas (Stagonospora nodorum) e
carvão (Ustilago tritici). A dose recomendada é de 270 g de produto comercial para
100 kg de sementes.
O Spectro é um fungicida sistêmico do grupo dos triazóis recomendado no
tratamento de sementes para o controle de helmintosporiose ou mancha marrom
(Bipolaris sorokiniana), mancha amarela (Drechslera tritici-repentis) oídio (Blumeria
graminis f.sp.tritici), brusone (Pyricularia grisea) e carvão (Ustilago tritici). A dosagem
recomendada é de 30 gramas de ingrediente ativo cada 100 kg de sementes.
Esses defensivos são utilizados visando o controle das pragas e doenças mais
comuns e que causam maiores prejuízos à cultura do trigo na região, tento como
base principalmente o histórico dos últimos anos de cultivo.
Durante o tratamento de sementes também é adicionado um produto com
micronutrientes denominado Broadacre. Esse produto possui diferentes formas
comerciais contendo combinações de micronutrientes como cobre, zinco, molibdênio
e manganês. A cooperativa utiliza a composição do Broadacre ZnCu (15,9% Cu +
63,0% Zn p/v) para o tratamento de sementes de trigo.
Devido à baixa quantidade requerida de micronutrientes estes podem ser
aplicados tanto via tratamento de sementes, quanto via adubação foliar, ou com a
combinação de ambas. Contudo conforme Ohse et al., 2001 a adubação via
semente apresentar menores custos de aplicação, melhor uniformidade na
distribuição e menores perdas.
12
Tendo em vista que a disponibilidade de micronutrientes é reduzida
principalmente pelo pH elevado, mineralogia arenosa e matéria orgânica (Bissani et
al. 2008) os solos encontrados na região Sudoeste do Paraná provavelmente
estejam bem supridos devido a presença de solos de caráter bastante argiloso, pH
naturalmente ácidos e elevado teor de matéria orgânica, visto que a maioria das
lavouras encontra-se sob plantio direto consolidado.
Segundo
Motta
(2007),
solos
originados
de
basalto
são
ricos
em
micronutrientes, principalmente, ferro, cobre e zinco. Dessa forma a aplicação destes
nutrientes possivelmente não traga resultados à produtividade da cultura, já que
neste caso não são limitantes na região devido ao material de origem do solo. O que
está de acordo com a Comissão Brasileira de Pesquisa de Trigo e Triticale, 2010,
que afirma que os solos do Sul do país de forma geral, são bem supridos em
micronutrientes (zinco, cobre, boro, manganês, cloro, ferro e molibdênio), sendo
incomum a constatação de deficiências na cultura de trigo, e ainda ressalta que
devido à diversidade de fatores que influenciam a disponibilidade de micronutrientes
para as plantas, seu uso deve ser cauteloso, pois a demanda desses nutrientes
pelas plantas é muito pequena.
2.2.3 Semeadura
A recomendação da densidade de semeadura para trigo é feita pelos técnicos
da Cooperativa com base na indicação da empresa obtentora, na capacidade de
perfilhamento e no porte da cultivar. Além disso, é considerado o poder germinativo
dos lotes que não deve ser inferior a 80%.
Dessa forma, os técnicos têm recomendado de 10 a 12 sacas/alq de semente.
Esta diferença ocorre em virtude de algumas cultivares apresentarem sementes
maiores que outras, variando, portanto, o número de sementes por sacas
necessitando de ajustes para a implantação da população de plantas mais indicada.
Na maioria das vezes eram semeadas de 60 a 80 sementes por metro linear,
equivalendo a aproximadamente 350 a 470 sementes por metro quadrado.
A adequação da população de plantas é muito importante, pois cultivares mais
altas são mais propensas ao acamamento quando em densidades superiores a
recomendada.
13
Normalmente a distância entre linhas utilizada pela maioria dos agricultores na
região para a cultura do trigo é de 17 cm.
2.3 CULTIVARES
A escolha da cultivar geralmente era realizada conforme a preferência do
produtor, mediante o auxílio do técnico responsável visando conciliar entre outros
fatores o sistema de cultivo adotado por cada propriedade, o nível tecnológico e a
capacidade de investimento do produtor. Outros fatores como a produtividade e a
suscetibilidade das cultivares a doenças também são avaliados para escolha da
cultivar.
Entre as cultivares mais semeadas na área de abrangência da Cooperativa
estão a: BRS 208, BRS 220, BRS Guamirim, Quartzo e Safira.
2.4 CORREÇÃO E ADUBAÇÃO DAS ÁREAS
Para que altas produtividades sejam alcançadas é necessário que sejam
disponibilizados todos os elementos essenciais ao desenvolvimento das plantas.
Neste sentido, a análise de solos e sua correta interpretação são elementos
imprescindíveis para que se faça a correção e a adubação do solo, minimizando as
perdas decorrentes do excesso de adubação tanto em termos econômicos quanto
nutricionais.
De posse da interpretação da analise de solo, os técnicos da Cooperativa
fazem a recomendação da quantidade e da formulação mais adequada para a área,
assim como planejamento para sua execução.
No momento da recomendação é levando em consideração a cultura a ser
implantada, produtividade esperada e o nível de investimento que o produtor dispõe.
Para que a análise de solos seja condizente com a real situação de fertilidade
da área é necessário que se faça a correta amostragem de solo na lavoura, que é
feita tanto pelos produtores quanto pelos próprios agrônomos da Cooperativa.
Geralmente as amostras de solo são coletadas de 0-20 cm, sendo que em alguns
casos pode-se amostrar de 20 a 40 cm.
14
A primeira etapa para a correção da fertilidade dos solos é a calagem, devido
principalmente ao maior tempo requerido para reação deste composto com o solo e
a disponibilização de cálcio e a neutralização do alumínio tóxico. A recomendação
da aplicação de calcário pela Cooperativa é feita com base na saturação de cálcio,
de forma que níveis considerados bons ficam entre 40 até 60% da CTC do solo.
De acordo com Bissani et al. (2008), a aplicação de calcário deve ser feita
preferencialmente no mínimo seis meses antes da implantação de leguminosas, e
três meses antes do cultivos de gramíneas, para obter os efeitos benéficos da
calagem.
Um fator bastante importante, sempre levado em consideração pela assistência
técnica para recomendação da calagem é a relação Ca: Mg encontrada no solo em
analise. Através desta relação é que se faz a indicação do tipo de calcário a ser
utilizado. Se a relação Ca: Mg estiver alta é possível fazer a utilização de calcário
dolomítico, que apresenta maior concentração de magnésio, comparado ao calcário
calcítico, que dever ser utilizado no caso de relação estar abaixo de 3:1.
A combinação dos diferentes tipos de calcário também pode ser utilizada, para
melhor suprimento das reais necessidades do solo, contudo devido a pouca
praticidade não tem sido muito utilizada pelos produtores.
A composição do calcário é variável conforme a fonte de onde o material é
extraído. Assim a título de calculo é recomendável que se tenha em posse o laudo
da composição do produto para a correta dosagem.
Contudo, segundo os engenheiros agrônomos da Cooperativa um problema
encontrado nas lavouras da região é a presença de áreas com a relação Ca: Mg
desequilibrada, devido ao excesso de uso de calcário dolomítico que apresenta
menor preço comparado ao calcítico, o que estimula seu maior uso por parte dos
produtores.
A aplicação do calcário na maioria das propriedades, devido ao sistema de
plantio direto consolidado, tem sido realizada sem a incorporação. Contudo em
algumas propriedades onde a necessidade de calcário era elevada, foi recomendado
pelos técnicos o parcelamento e em alguns casos a incorporação, o que está de
acordo com Bissani et al (2008), que recomenda a incorporação do corretivo quando
a quantidade a ser aplicada é superior a 5 toneladas/ha.
Foi observado também por parte de alguns produtores o uso excessivo de
calcário nas áreas, devido aos bons resultados conseguidos com a aplicação do
15
corretivo. Entretanto a aplicação de calcário somente deverá ser realizada com base
em analise de solo, pois o uso em excesso do corretivo provoca desequilíbrios
nutricionais e pode promover o desenvolvimento de doenças como o Mal-do-pé
(Gaeumannomyces graminis var. tritici) que se manifestam com maior severidade
em solos com pH próximo à neutralidade.
Além disso, o efeito residual do calcário é igual ou superior a cinco anos e
novas aplicações devem ser evitadas durante este período (Bissani et al., 2008).
O calcário é um produto de baixa solubilidade, e por esse motivo mesmo
quando aplicado em grandes quantidades no solo, demora a reagir e atingir as
camadas mais profundas do perfil de solo. Para melhorar a fertilidade no perfil de
solo é indicado o uso de gesso agrícola. Segundo os técnicos da Cooperativa o
aumento da fertilidade do solo em profundidade é percebido principalmente em anos
de seca, pois as raízes conseguem atingir camadas mais profundas de solo e com
isso garantem o suprimento de água por mais tempo, amenizando ou até mesmo
evitando os efeitos do estresse hídrico.
A maioria dos solos brasileiros apresenta grande quantidade de alumínio
trocável, principalmente nas camadas mais profundas do solo. O sulfato de cálcio ou
gesso agrícola tem efeito direto no aumento de cálcio no solo, o que acarreta uma
diminuição do alumínio.
De acordo com a Comissão Brasileira de Pesquisa de Trigo e Triticale, 2010
com o uso de gesso é possível diminuir a saturação de alumínio da camada mais
profunda, uma vez que o sulfato existente nesse material pode carrear o cálcio para
camadas abaixo de 40 cm.
Este evento é esclarecido por Bissani et al. (2008) que explica que durante a
hidrólise do sulfato de cálcio ocorre a liberação dos íons Ca 2+ e SO42- para a solução
do solo. Esses íons são lixiviados através da água em percolação pelo perfil de solo
atingindo as camadas mais profundas. Conforme Bissani et al. (2008) a presença do
ânion SO42- favorece a lixiviação de Ca2+, Mg2+ e K+.
Outro produto corretivo que é recomendado pelos técnicos as cooperativa é o
Calsite, que é considerado também um fertilizante, já que fornece cálcio e silício
para as culturas. Trata-se de um produto em forma de pó que é utilizado juntamente
com os adubos granulados durante a semeadura da cultura. É uma forma de
disponibilizar cálcio para a cultura fazendo uma correção imediata do solo, já que se
trata de um produto altamente solúvel.
16
Contudo há a preocupação por parte da assistência técnica quanto à
distribuição do produto, já que este apresenta-se em granulometria diferente da
formulação do adubo, e portanto impossibilitando uma distribuição uniforme do
produto.
O fornecimento de cálcio na linha de semeadura, também pode ser feita
através de um produto comercial denominado Cal Super, disponível no mercado na
forma concentrado emulsionável, devendo ser, portanto, diluído em água para a
aplicação.
Entretanto para a utilização desse produto é necessário um equipamento
específico. Esse equipamento é acoplado à semeadora e possui um tanque de
armazenamento de 200 litros de calda, que é levada por mangueiras até um sistema
de bicos que acompanham cada linha da semeadora, onde após a abertura do sulco
é depositada a solução.
Durante o período de estagio pode-se observar no momento da semeadura da
cultura do milho a aplicação de Cal Super (Figura 1). A formulação é composta de
cálcio, manganês, e zinco. A dosagem é variável conforme a cultura implantada,
sendo que na propriedade em questão foi utilizada a dosagem de 5 L/ alq de produto
comercial e um volume de calda de aproximadamente 125 L. Junto à aplicação de
Cal Super foi adicionado uma dosagem de 0, 5L/alq de Supa Bor, um fertilizante
líquido que fornece boro para as culturas.
17
Figura 1: Aplicação de Cal Super no sulco de plantio de milho, Pato Branco, 2011.
Esse produto, conforme os técnicos da cooperativa atua substituindo a
aplicação de calcário, tendo vantagens como rápida disponibilidade de cálcio para a
cultura devido a elevada solubilidade e o menor custo comparado ao calcário,
quando já se possui o equipamento para aplicação. Além disso, o Cal Super pode
ser aplicado conjuntamente com outros produtos como micronutrientes, inoculante e
inseticidas diminuindo os custos inerentes a cada uma dessas atividades e tornadoas mais práticas.
O Cal Super assim como o Calsite são indicado para correção do solo
imediata, para a cultura a ser implantada, em locais em que se tem necessidade de
calagem, contudo não há tempo para correção da área com calcário, já que devido
ao uso cada vez mais intensivo das lavouras não há tempo hábil para a aplicação e
a reação do calcário no solo. Apesar de apresentarem algumas vantagens estes
corretivos não apresentam efeito residual, devendo ser aplicados toda vez que uma
nova cultura for implantada.
18
2.5 ADUBAÇÃO NITROGENADA NO TRIGO
Outra prática verificada durante o período de estagio foi à recomendação de
adubação nitrogenada para a cultura do trigo.
Na maioria das propriedades visitadas a adubação nitrogenada em cobertura é
feita em uma única aplicação na época do perfilhamento quando a planta apresenta
de dois perfilhos formados e com o terceiro em formação (Figura 2). O que está de
acordo com o aconselhado pela Comissão Brasileira de Pesquisa de Trigo e
Triticale, 2010 que indica adubação nitrogenada durante a semeadura e no início do
estádio de perfilhamento, quando inicia o processo de diferenciação da espiga.
Figura 2: Trigo em início de afilhamento, Pato Branco, 2011.
Nas propriedades visitadas a adubação nitrogenada é feita principalmente com
o produto comercial Super N, que apresenta a mesma quantidade de nitrogênio da
Uréia (45%), porém apresenta algumas vantagens como a menor perda do elemento
por volatilização e pode ser aplicado independentemente das condições climáticas
(Figura 3). A tecnologia denominada de Agrotain inibe a ação da uréase, enzima
produzida por microorganismos do solo que realiza a hidrólise da molécula de uréia,
19
decompondo-a em amônia, gás carbônico e água. Outros produtos como Nitrato (3300-00), Uréia (45-00-00) e Nitrogênio líquido também são recomendados.
Figura 3: Aplicação de adubação nitrogenada na cultura do trigo, Pato Branco, 2011.
O nitrogênio líquido é uma formulação que é aplicada diluída em água com o
pulverizador. O produto recomendado para esse tipo de aplicação é o Nitamin,
contudo segundo os técnicos da cooperativa, mesmo sendo de aplicação foliar este
produto tem menor eficiência comparada às outras fontes de nitrogênio, sendo mais
indicado para uma complementação da adubação nitrogenada em uma segunda
aplicação, o que está de acordo com Malavolta (1972), que relata a adubação foliar
como de caráter complementar no caso de macronutrientes, pois somente parte da
necessidade da planta seria suprida desta maneira.
Apesar disso, alguns produtores têm optado por fazer uma única aplicação com
o produto na fase de perfilhamento, devido ao menor custo comparado a outras
fontes de nitrogênio.
A adubação foliar segundo Bissani et al. (2008), apresenta vantagens como a
maior eficiência na absorção de nutrientes como o nitrogênio comparada a aplicação
via solo. Apesar disso para macronutrientes, a aplicação via foliar em sua totalidade
20
torna-se inviável devido a quantidades exigidas e as restrições quanto à
concentração suportada pelas folhas exigindo várias pulverizações.
A adubação foliar deve ser feita na época de maior necessidade do nutriente,
contudo muitas vezes os agricultores visando baratear os custos, realizam a
aplicação juntamente com defensivos agrícolas nem sempre no estádio mais
adequado. Na maioria das lavouras a dose recomendada do Nitamin
foi de 10
L/alq.
Em algumas lavouras foram constatados danos oriundos da aplicação em
cobertura de adubação nitrogenada principalmente de fontes como uréia e nitrato de
amônio. Esse dano é caracterizado por manchas esbranquiçadas por todo o limbo
foliar. Uma forma de prevenir ou diminuir os danos causados pela aplicação de
nitrogênio em cobertura é evitar a aplicação destas fontes de nitrogênio nas
primeiras horas do dia, em virtude da presença de orvalho sobre as folhas, que pode
aumentar os danos.
2.6 INTEMPÉRIES CLIMÁTICAS
2.6.1 Geada
Durante o período de estágio foram observados danos oriundos pela geada,
que foram freqüentes e se alastraram até a segunda quinzena no mês de agosto.
Nas folhas os danos pela geada podem ser notados pelo amarelamento do
limbo e pelo secamento das pontas. Conforme os agrônomos da cooperativa nos
estádios iniciais de desenvolvimento das plantas a ocorrência de frios intensos é
desejável visto que estimula o perfilhamento e diminui a altura das plantas. Este
relato colabora com Silva, (2008), que explica que nos estádios iniciais de
desenvolvimento do trigo a geada causa poucos danos, pois as partes expostas são
apenas as folhas, que apresentam elevada tolerância, e a planta mantém o seu
ponto de crescimento abaixo da superfície do solo.
Entretanto pôde ser observado a campo em algumas lavouras de trigo
implantadas precocemente no mês de março e, portanto fora do zoneamento
21
agrícola para a cultura, a perda total da produção, pois as mesmas encontravam-se
na fase de enchimento de grão e foram atingidas pelas geadas.
Silva (2008) relata que em estádios mais avançados a geada causa grandes
perdas de produtividade em virtude do aumento da sensibilidade da cultura depois
do início do emborrachamento, atingindo o seu máximo de suscetibilidade no
momento da floração e diminui após os estádios de grão em massa mole e dura.
2.6.2 Granizo
Algumas lavouras da região foram atingidas por granizo, na maioria dos casos
os danos originados por esse fenômeno foram pequenos não causando grandes
prejuízos aos produtores.
Contudo em alguns trigais principalmente na região Oeste de Santa Catarina,
em
lavoura
que
as
plantas
estavam
em
estádios
mais
avançados
de
desenvolvimento, em alguns casos no estádio de formação de espiga e enchimento
de grão, os danos foram maiores, avaliados pelo técnico em cerca de 3 a 5% de
perda.
A maioria das lavouras conta com seguro agrícola, indispensável à cultura do
trigo devido a alto risco que a cultura está exposta.
2.7 CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS
As plantas daninhas podem promover a diminuição da produtividade das
culturas, pois competem com plantas cultivadas por água, luz e nutrientes. O uso de
herbicidas constitui atualmente o método mais utilizado para o controle de plantas
daninhas nas lavouras da região.
As principais plantas daninhas verificadas durante o período foram Azevém
(Lolium multiflorum), aveia (Avena strigosa), serralha (Sonchus oleraceus) e nabo
(Raphanus sp.).
22
Para o controle de plantas daninhas na cultura do trigo geralmente são
indicados os herbicidas Ally para o controle de dicotiledôneas de forma geral e
Hussar para controle de azevém e aveia.
O Ally é um herbicida seletivo de ação sistêmica, do grupo Sulfoniluréia,
utilizado em pós-emergência. A dose é variável entre 3,3 a 6,6 gramas de produto
comercial por ha. O produto geralmente é indicado pelos agrônomos da
Coopertradição para o controle de plantas voluntarias nas restevas de soja e feijão
além de plantas daninhas que por ventura estiverem presentes na área. Esse
produto usualmente é indicado para lavouras que não tenham problemas com
plantas daninhas monocotiledôneas, como azevém, pois nestes casos é mais
indicado o uso de Hussar que além de controlar as plantas daninhas
monocotiledôneas ainda é eficiente no manejo das dicotiledôneas.
Por se tratar de um produto fisiológico, o Ally demora cerca de 30 dias para
causar a morte completa das plantas, o que pôde-se observar a campo durante as
visitas técnicas. A princípio as plantas ficam com desenvolvimento retardado e com
o passar do tempo amarelecem e morrem.
Em caso de rotação de cultura, há a preocupação por parte da assistência
técnica com o efeito residual do herbicida que pode comprometer o desenvolvimento
da próxima cultura, para tanto deve-se observar o prazo de 70 dias após a aplicação
do Ally para o plantio de milho e 60 dias para soja e feijão.
Outro herbicida utilizado em grande escala na cultura do trigo pelos
cooperados é o Hussar. Trata-se de um herbicida seletivo de ação sistêmica do
grupo das Sulfoniluréia indicado para o controle de picão- preto (Bidens pilosa), soja
(Glycine max), nabiça (Raphanus raphanistrum) (Figura 4), azevém (Lolium
multiflorum) e aveia (Avena strigosa). A dosagem é variável conforme a planta
infestante presente na lavoura.
Este herbicida tem sido indicado principalmente para o controle de azevém na
cultura do trigo. A dose mais utilizada foi a de 170 gramas/alq.
23
Figura 4: Área de trigo com nabo (Raphanus sativus), Clevelândia, 2011.
O controle de azevém é feito quando este se apresenta em quantidade capaz
de causar competição com a cultura e diminuição da produtividade (Figura 5). Da
mesma forma é realizado o controle da aveia, que pode ser no mesmo momento do
controle de azevém, desde que esta esteja em estádio inicial de desenvolvimento. A
aplicação deve ser realizada após a emergência das plantas infestantes na lavoura
quando essas atingem até 0,50 metros, ou de um a dois perfilhos, em aplicação
única. As doses mais altas são indicadas quando as plantas invasoras apresentamse em estádios mais avançados de desenvolvimento. Por ser um herbicida sistêmico
o controle não ocorre de forma imediata, sendo que primeiramente ocorre a
estagnação do desenvolvimento e após alguns dias há o amarelecimento das
plantas e a morte da mesma.
A demora para que o controle dos herbicidas sistêmicos sobre as plantas
daninhas fique visível causa apreensão por boa parte dos produtores, embora na
maioria das vezes o produto tenha se mostrado de alta eficiência no controle
principalmente do azevém que teve que ser controlado quase que na totalidade das
lavouras.
24
Devido ao residual provocado pelo herbicida não é recomendado à semeadura
das culturas da soja, milho, girassol, algodão, feijão e hortaliças, no prazo menor
que 90 dias.
Figura 5: Área de trigo com elevada população de Azevém (Lolium multiflorum), Clevelândia,
2011.
Um problema que tem cada vez mais se tornado freqüente nas lavouras é a
presença de plantas daninhas resistente ao uso de herbicidas. Pode-se observar a
campo a presença de grande quantidade de azevém resistente ao herbicida
glifosato.
Christoffoleti (2008) definiu como planta daninha resistente, a capacidade
inerente e herdável de alguns biótipos, dentro de uma determinada população, de
sobreviver e se reproduzir após a exposição à dose de um herbicida, que
normalmente seria letal a uma população normal (suscetível) da mesma espécie.
A área vistoriada foi dessecada para o plantio de milho e muitas plantas de
azevém em vários estádios fisiológicos encontravam-se espalhadas na lavoura
(Figura 6).
25
Figura 6: Área de azevém (Lolium multiflorum) resistente ao herbicida glifosato, Pato Branco,
2011.
Conforme Christoffoleti (2008), o aparecimento de biótipos de plantas daninhas
resistentes aos herbicidas está condicionado a uma mudança genética na
população, imposta pela pressão de seleção, causada pela aplicação repetitiva do
herbicida na dose recomendada.
Para esta lavoura localizada no município de Pato Branco foi indicado o
herbicida Gramoxil na dosagem de 5 L/alq para o controle das plantas resistentes. A
dosagem é relativamente baixa, pois o recomendado pela empresa fabricante pode
chegar a 7,3 l/alq.
O Gramoxil um herbicida de contato e seu efeito já pode ser notado nas
primeiras horas após a aplicação, ocorrendo o rápido controle sobre as plantas
daninhas. Outro fator relevante para a escolha deste herbicida foi a ausência de
poder residual, pois em seguida a sua aplicação seria realizada a semeadura da
cultura do milho.
O aparecimento de espécies daninhas aos cultivos, resistentes a ação dos
herbicidas tem-se tornado freqüente em muitas lavouras da região. Contudo seu
aparecimento não inviabiliza a atividade agrícola e o uso de herbicidas, desde que
devidamente manejados.
26
Para evitar a seleção de biótipos resistentes é recomendado que se faça a
rotatividade de mecanismos de ação dos herbicidas e o monitoramento da área após
a aplicação dos mesmos, fazendo a eliminação de focos iniciais de resistência
evitando a disseminação das sementes das plantas sobreviventes. Aliado a isso,
áreas de plantio direto devem ser dessecadas precocemente, pois as plantas de
azevém estarão em estádios mais jovens e por esse motivo são mais suscetíveis a
ação do herbicida.
2.8 USO DE ADJUVANTES
O uso de adjuvantes nas caldas de defensivos agrícolas é utilizado pela grande
maioria dos produtores rurais da região, tanto para as aplicações de herbicidas,
quanto para aplicações de fungicidas e inseticidas. Os produtos recomendados
pelos técnicos são o óleo vegetal Aureo, e o óleo mineral Nimbus.
Conforme Vargas e Roman (2008) o uso destes produtos tem a finalidade de
incrementar a absorção e melhorar a eficácia dos herbicidas. Dentre as vantagens
de utilizar estes óleos estão a diminuição da evaporação da gota, melhor distribuição
da calda na superfície da folha e conseqüentemente maior facilidade de penetração
do herbicida através da cutícula.
Outro aditivo recomendado pelos técnicos da cooperativa para o uso em calda
de defensivos agrícolas é o espalhante adesivo Hoefix. Os espalhantes são
substância que aumentam a área de cobertura de um dado volume de líquido sobre
um sólido ou sobre outro líquido, rompendo a tensão superficial da água nas
gotículas pulverizadas, aumentando a área de cobertura na superfície do vegetal,
levando a maior absorção e eficiência do defensivo aplicado (Vargas e Roman,
2008).
Os adjuvantes são aplicados em doses relativamente baixas, na maioria das
vezes não excedendo 1% do volume da calda. A dosagem utilizada também é
variável conforme função a que a calda se destina e o produto utilizado.
27
2.9 DOENÇAS
A presença de fitopatógenos está entre os principais fatores limitantes da
produtividade de trigo na região Sul. Esse problema se agrava em lavouras onde
rotação de culturas não é realizada de forma correta. Atualmente entre as forma de
controle mais utilizadas estão o uso de cultivares resistentes e o emprego de
fungicidas.
O emprego de fungicidas na região é realizado desde o tratamento de
sementes, sendo repetido em aplicações subseqüentes durante o desenvolvimento
da cultura.
Pôde-se observar a campo que no início do ciclo da cultura do trigo, a maior
freqüência de aparecimento é de manchas foliares, representadas pela mancha
amarela (Drechslera tritici-repentis) e mancha marron (Bipolaris sorokiniana), mesmo
que em sua totalidade as sementes tenham sido tratadas. É visível a maior
freqüência de aparecimento destas manchas em cultivares suscetíveis como a
Safira, e em locais de sucessivos cultivos de trigo, o que concorda com as
Informações Técnicas para Trigo e Triticale (2010) que afirma que o tratamento de
sementes não é eficiente nas lavouras de trigo em monocultura, salvo para o
controle do oídio.
O controle das manchas é realizada com a utilização dos fungicidas Artea na
dose de 0,2 a 0,3 litros por ha e Tilt na dosagem de 0,4 litros por ha. Trata-se de
dois fungicidas do grupo dos triazóis, sendo que o primeiro é uma combinação de
ciproconazol e propiconazol e o ultimo e apresenta apenas propiconazol. A
aplicação era indicada quando eram visualizados os primeiros sintomas das
doenças nas lavouras.
Também foi observada a presença de oídio (Blumeria graminis f.sp. tritici),
principalmente na cultivar BRS 220. Devido às condições climáticas, que neste ano
não foram propícias ao desenvolvimento da doença, os sintomas se concentraram
mais nas partes mais baixeiras das plantas. O controle foi feito com os mesmos
produtos utilizados para as manchas foliares.
Em lavouras de estádio mais avançado, na fase de alongamento e
emborrachamento, pode-se constatar o começo de ferrugem na folha (Puccinia
triticina). Nestes casos a recomendação é a utilização de produtos como Nativo e
Priori Xtra que se enquadram na prevenção das ferrugens e de doenças da espiga
28
como giberela e bruzone. Os dois fungicidas são uma mistura de estrobilurina e
triazol. O Nativo é composto por trifloxistrobina e tebuconazol, enquanto que o Priori
Xtra é a mistura de azoxistrobina com ciproconazol.
Outros fungicidas como Alterne, Guapo e Juno também são indicados para o
controle de doenças na cultura do trigo.
De forma geral são programados de dois a três tratamentos conforme a
suscetibilidade das cultivares e o histórico de fitopatógenos na lavoura.
Aplicação de fungicida é sempre realizada de forma preventiva, sendo
geralmente de 20 em 20 dias, ou conforme as condições climáticas, principalmente
no que se refere à precipitação pluviométrica, podendo neste caso haver uma
diminuição entre os períodos de aplicação.
2.10 PRAGAS
Durante o período de estagio não foram constatados grande prejuízos advindos
da presença de pragas. Entretanto seu monitoramento é aconselhável, visto que
podem ocorrer surtos de insetos pragas em pequeno intervalo de tempo, tanto pela
migração de populações de lavouras próximas, quanto pela elevada capacidade
reprodutiva destes insetos.
Foram observadas nas lavouras de trigo da região a presença de pulgão-verdedos-cereais (Schizaphis graminum), percevejo (Dichelops furcatus) e lagarta-do-trigo
(Pseudaletia sequax).
Devido às condições climáticas que foram desfavoráveis, não houveram
grandes infestações de pulgão nas lavouras visitadas. Contudo, na grande maioria
dos casos os técnicos da cooperativa recomendavam a utilização de uma pequena
dose de inseticida junto à aplicação de fungicida. O inseticida recomendado
geralmente era o Connect (Neonicotinóide e Piretróide) na dosagem de 0,3 L/alq,
bem abaixo da recomendada pelo fabricante do produto que varia de 0,25 a 0,5 l/ha.
Tanto pulgões jovens (ninfas) como adultos alimentam-se da seiva do trigo,
que é suscetível ao dano desde a emergência até que os grãos estejam
completamente formados (grão em massa). Os danos dos pulgões podem ser
ocasionados diretamente, através da sucção da seiva e de suas conseqüências no
29
rendimento de grãos, diminuindo tamanho, número e peso dos grãos e o poder
germinativo de sementes (Embrapa, 2009).
Em virtude das condições climáticas predominantes no período, que foram
bastante chuvosa e fria, e sabendo que o pulgão apresenta maior prolificidade em
condições de tempo seco e quente, provavelmente as aplicações de inseticidas
pudessem ser adiadas ou até mesmo eliminadas durante o ciclo da cultura. Outro
fator relevante foi a baixa população destes insetos nas áreas e, portanto não
justificando a aplicação de inseticida, visto que o controle somente é indicado com
populações superiores a 10 pulgões por afilho (EMBRAPA, 2009).
Entretanto as aplicações de inseticidas eram realizadas quase que em todas as
propriedades a cada reentrada do maquinário na lavoura para a aplicação de
fungicida, evento explicado pelos técnicos como uma forma de prevenção da
entrada dos insetos e também pela economia gerada, visto que o custo de uma
reentrada de maquinário na lavoura pelo ataque de insetos seria mais custoso que
aplicação do produto de forma preventiva, devido ao custo relativamente barato do
produto e a baixa dose utilizada.
Em relação à presença de percevejo, a espécie mais comumente encontrada
nos trigais da região foi o percevejos-barriga-verde (Dichelops furcatus). As plântulas
atacadas apresentam folhas com perfurações transversais, inclusive com necrose do
tecido, que acabam dobram ou quebram nas linhas de perfuração algumas ficam
enroladas e deformadas.
O dano originado por percevejo nas espigas é bastante semelhante ao dano
por geada, sendo de difícil diferenciação a campo, principalmente devido à
ocorrência neste ano de muitos períodos de frio e geada a campo, necessitando de
experiência prática para sua distinção. Os danos ocorreram principalmente na fase
de emborrachamento da cultura. As espigas que emergem têm aparência
esbranquiçada e seca, apresentando-se deformadas. O controle geralmente era
realizado com inseticidas como o Connect na dosagem de 0,3 L/alq. Esta dosagem
está bem abaixo da recomendada pelo fabricante do produto que é de 0,5 a 0,75
L/ha.
Ainda foram percebidos alguns danos originados pela presença de lagartas
desfolhadoras. Os danos decorrem pela redução da área foliar e, adicionalmente, do
ataque às espigas, onde destroem aristas e espiguetas, muitas vezes cortam na
base da espiga, derrubando-as ao solo (Embrapa, 2009).
30
Os danos observados nas lavouras estavam limitados as folhas e eram na
maioria dos casos pouco significativos. Em áreas onde estes danos eram mais
freqüentes e severos o controle recomendado foi a aplicação do inseticida Certero
na dosagem de 80 ml/alq.
2.11 APLICAÇÃO DE REDUTOR DE CRESCIMENTO
A prática de aplicação de redutor de crescimento para a cultura do trigo tem
sido cada vez mais utilizada por produtores de média à alta tecnologia, e vem sendo
muito recomendada pelos técnicos da cooperativa principalmente para as cultivares
de maior porte que são mais suscetíveis ao acamamento.
A aplicação do redutor de crescimento é recomendada no estádio de
elongação da planta, quando esta se encontra com o primeiro nó visível e o segundo
nó perceptível, o que coincide na maioria das vezes com a fase fonológica de duplo
anel à espigueta terminal.
À campo, durante as visitas, a verificação do estádio de aplicação foi realizada
tanto pela verificação dos nós visíveis, como pela verificação da espigueta dentro do
colmo da planta mãe, sendo que o estádio mais adequado segundo os técnicos da
cooperativa é a fase de espigueta terminal.
Deve-se ter atenção para o momento correto da aplicação do produto, já que
se aplicado antes do estádio recomendado não causa efeitos sobre a cultura, e se
aplicado tardiamente causa retenção da espiga. Este fato é esclarecido por
Rodrigues et al. (2003) que explica que as aplicações em estádios de crescimento
anteriores ao recomendado provocam efeito pequeno na estatura de planta, pois o
efeito redutor vai ocorrer principalmente nos primeiros entrenós, que, por natureza,
já são curtos. Enquanto que as aplicações tardias reduzem sensivelmente o
tamanho das plantas, pois o efeito maior ocorre sobre os entrenós superiores, que
são longos em detrimento do engrossamento da base da planta, e ainda que a
aplicação tardia pode retardar o espigamento e dependendo das condições,
provocar prejuízos no rendimento de grãos.
A aplicação de redutores de crescimento no trigo pelos produtores é feita
principalmente visando à diminuição do porte da cultura e em alguns casos
31
buscando melhorar a arquitetura de planta. A melhoria na disposição das folhas
aumenta a eficiência fotossintética e o molhamento foliar durante a aplicação de
fungicidas, tendo como conseqüência a melhor eficácia da aplicação, já que o
produto consegue chegar até as folhas baixeiras.
O produto indicado pela Cooperativa para este procedimento é o Moddus
(Trinexapaque-etílico), trata-se de um hormônio sintético que atua sobre a síntese
das giberelinas.
A dose do produto é variável conforme a fertilidade do solo, as aplicações de
nitrogênio, as condições climáticas e o porte da cultivar. Geralmente os técnicos não
recomendam a dose completa do produto, 0,5 L/ha, sendo que na maior parte dos
casos a dose recomendada foi de 0,3L/ha. A menor dosagem em relação à indicada
pelo fabricante do produto é recomendada pelos técnicos por precaução, tendo em
vista que em anos anteriores foram relatados danos oriundos da aplicação do
produto pela retenção de espiga na cultura.
2.12 INDUTORES DE RESISTÊNCIA
Atualmente o mercado dispõe de uma ampla variedade produtos comerciais
com diversas funções, sempre visando o aumento da produtividade e da
lucratividade do produtor rural. Neste sentido, os agricultores mais tecnificados e que
possuem maior possibilidade de investimentos na cultura tem a sua disposição
produtos complementares como indutores de resistência.
Os indutores de resistência foram utilizados na cultura do trigo, por uma
pequena parcela dos produtores. O produto indicado pelos técnicos da cooperativa é
o Supa Sílica, que é composto por 23,7% de K2O e 10% de Si.
A dosagem é variável conforme o número de aplicações, chegando a 1 L/alq
durante o ciclo da cultura, sendo que a melhor resposta com o produto é conseguida
com o parcelamento das aplicações.
Segundo Rodrigues et al. 2011, o silício depois de absorvido na forma de ácido
monosílico é depositado principalmente nas células da epiderme, contribuindo para
fortalecer a estrutura da planta e aumentar a resistência ao acamamento e ao
ataque de pragas e doenças, além de diminuir a transpiração.
32
Rodrigues (2011), cita vários trabalhos onde a adição de silício na cultura do
trigo tem contribuído para o controle ou redução na severidade de patógenos como
Blumeria graminis tritici, Mycosplaerella graminicola e Fusarium spp.
No caso de insetos-pragas, Costa et al., (2007) relata que a silificação da
epiderme impede a penetração de estiletes e a mastigação das plantas pelos
insetos, devido ao endurecimento da parede das células vegetais, o que corrobora
com Rodrigues et al. (2011), que coloca o desgaste da mandíbula de insetos
mastigadores como efeito direto da aplicação de silício, que também influencia
indiretamente devido a redução no crescimento e reprodução do insetos-praga e na
atração de inimigos naturais.
2.13 ESTERILIDADE NAS ESPIGUETAS DA BASE
Devido à instabilidade climática ocorrida durante o período de cultivo do trigo
no ano decorrente, com ocorrência de longos períodos chuvosos acompanhados de
frios, seguidos de breves intervalos de calor, pode-se observar a presença em
algumas lavouras de esterilidade nas espiguetas da base. Esse dano é causado por
elevadas temperaturas na fase de duplo anel, culminando no menor número de
grãos e conseqüentemente menor produtividade.
2.14 IMPLANTAÇÃO DA CULTURA DO MILHO
Foi observado durante o final do mês de julho e início do mês de agosto o
começo da dessecação das lavouras com aveia utilizadas para cobertura durante o
período de inverno, para posterior semeadura da cultura do milho.
Os produtos utilizados para este fim geralmente são base de glifosato, ou seja,
não tem ação seletiva. O produto comercial mais utilizado pelos técnicos é o Trop,
sendo que a dose recomendada para a aveia é de 1 a 2 L/ha de produto comercial.
As maiores doses são utilizadas em plantas em estádio mais avançado de
desenvolvimento.
33
Em algumas áreas foi observada a presença de plantas voluntárias de soja
transgênica, necessitando, portanto de um manejo diferenciado para estas áreas em
virtude de sua resistência ao herbicida glifosato. Neste caso o técnico responsável
indicou a utilização de 2,4 D, Triazina ou Gramoxil para a área.
Nota-se neste caso a falta de cuidado por parte do produtor com o vazio
sanitário da cultura da soja, para o controle da ferrugem asiática, que vai do dia 15
de junho até o dia 15 de setembro.
O manejo da aveia é feito entre 20 a 30 dias antes da semeadura do milho,
para que no momento da implantação da cultura a palhada já esteja bem seca e
facilite o trabalho dos discos de corte da semeadora, aumentando a eficiência da
semeadura e correta distribuição das plantas na área.
Na dessecação pode ser utilizada também uma dose de inseticida para
controlar insetos e larvas que por ventura estiverem presentes na palhada da aveia
garantindo um estande adequado e a manutenção da população de plântulas de
milho.
A semeadura de milho em algumas propriedades na região de Pato Branco
teve início no final do mês de agosto, portanto fora do zoneamento agroclimático
para a cultura, que na região tem início a partir de 01 de setembro (Figura 7). Os
produtores procuram antecipar o máximo possível à semeadura do milho, buscando
mais tarde fazer a safrinha de soja ou feijão.
O tratamento de sementes é realizado pelos funcionários da própria
cooperativa com os produtos Cropstar, Derosal Plus e Maxi Zinc.
O Cropstar é um inseticida sistêmico e de contato a base de Imidacloprido e
Tiodicarbe, utilizado no tratamento de sementes de milho para o controle de Lagartado-cartucho (Spodoptera rugiperda), Lagarta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus),
Percevejo-barriga-verde (Dichelops melacanthus), Cigarrinha-das-pastagens (Deois
flavopicta), Tripes (Frankliniella williamsi e Pulgão-do-milho (Rhopalosiphum maidis)
na dosagem de 0,25 a 0,35 L/ha equivalente a 60.000 sementes.
O Derosal Plus é produto de contato e sistêmico a base de Carbendazim e
Tiram, utilizado no tratamento de semente de milho para o controle de Aspergillus
flavus, Fusarium moniliforme, Helminthosporium maydis e Penicillium oxalicum na
dosagem de 200 a 300 ml para cada 100 kg de sementes.
Em alguns casos também é feita a adição de produtos com micronutrientes, no
caso do milho o produto utilizado juntamente com o tratamento de sementes foi o
34
Maxi Zinc. Esse produto é a base de zinco, sendo encontrado na forma de
suspensão concentrada.
Figura 7: Semeadura de milho, Pato Branco, 2011.
No momento da semeadura é preciso estar atendo para a população adequada
de plantas, que é variável conforme o híbrido e sua capacidade de compensação em
produção, ou seja, existem híbridos que mesmo em populações mais baixas
alcançam elevadas produtividades, ao passo que outros necessitam ter uma
população maior para obter o mesmo resultado. Neste sentido também é necessário
que seja feito os cálculos corretos da população de plantas e sua distribuição na
área (Figura 8).
Atualmente tem-se utilizado na maior parte das lavouras da região o
espaçamento reduzido de 0,5 metros entre linhas. Contudo há agricultores que
utilizam espaçamentos de 0,8 a 0,9 metros entrelinhas, demonstrando desta forma a
necessidade e a importância da correta distribuição das plantas na linha de
semeadura, garantido uma população compatível e adequada ao híbrido que está
sendo implantado na lavoura.
35
Figura 8: Verificação de distribuição e contagem de sementes de milho, Pato Branco, 2011.
Outro ponto importante a ser avaliado no momento de implantação da lavoura
é a escolha de discos e anéis compatíveis com a peneira da semente utilizada. A
correta escolha desse conjunto promove a distribuição eficiente e homogênea das
plantas na área, evitando que haja falhas na deposição de sementes ou que sejam
depositadas mais de uma semente no mesmo local.
2.15 SISTEMA DE TROCA
Trata-se de um sistema adotado pela Coopertradição onde o produtor negocia
seus gastos com a produção com o próprio produto obtido nas safras, ou seja, seus
custos são pagos com base em sacas de produto cultivado.
Esse sistema é adotado por boa parte dos cooperantes visto que sua moeda
de troca é a produção agrícola. Para a cooperativa, é a certeza de recebimento dos
vencimentos financiados e investidos nas lavouras com fertilizantes e defensivos
agrícolas fornecidos.
36
Nesta safra, a saca de trigo neste sistema foi negociada a R$ 26,00, pouco
acima dos preços médios pagos aos produtores no mercado regional.
37
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Durante o período de estagio pode-se perceber o empenho por parte dos
técnicos da Cooperativa para a correta implantação da cultura com a regulagem das
semeadoras, acompanhamento e avaliação do estande.
Não houve problemas relevantes com pragas na cultura, havendo em alguns
casos de pulgão, percevejo e lagartas.
As doenças que tiveram maior incidência foram as manchas foliares, até a fase
de elongação do colmo, seguido de oídio em algumas lavouras, principalmente de
cultivares suscetíveis a doença e ferrugem no início de formação de espigas e
enchimento de grão.
As aplicações de defensivos (fungicidas e inseticidas), de modo geral foram
realizadas preventivamente e com base no tempo cronológico.
No
controle
de
plantas
daninhas
observa-se
uma
dependência
de
determinados herbicidas principalmente no que se refere ao controle de azevém.
Também pôde-se verificar a presença de algumas áreas com azevém resistente ao
herbicida glifosato.
O estagio curricular realizado na Coopertradição promoveu a complementação
do conhecimento teórico adquirido durante o curso de Agronomia com o
conhecimento e as experiências práticas dos profissionais atuantes na assistência
técnica da Cooperativa. Desta forma pôde-se comprovar a importância de
profissionais capacitados e cada vez mais técnicos para o exercício da profissão a
fim de obter elevadas produtividades com custos plausíveis. E ainda, de promover a
conservação do meio ambiente através do uso correto e consciente dos defensivos
agrícolas, promovendo a sustentabilidade econômica e ambiental da atividade
agrícola.
38
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