ii UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CÂMPUS PATO BRANCO CURSO DE AGRONOMIA AQUÉLIS ARMILIATO EMER ATIVIDADES REALIZADAS DURANTE O MANEJO DA CULTURA DO TRIGO RELATÓRIO DE ESTÁGIO PATO BRANCO 2011 i AQUÉLIS ARMILIATO EMER ATIVIDADES REALIZADAS DURANTE O MANEJO DA CULTURA DO TRIGO Relatório de Estágio, apresentado à disciplina de Estágio Supervisionado, do Curso Superior de Agronomia da Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR, como requisito parcial para obtenção do título de Engenheira Agrônoma. Orientador: Prof° Dr.° Idalmir dos Santos PATO BRANCO 2011 ii Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Pato Branco Gerência de Ensino e Pesquisa Curso de Agronomia TERMO DE APROVAÇÃO ATIVIDADES REALIZADAS DURANTE O MANEJO DA CULTURA DO TRIGO por AQUÉLIS ARMILIATO EMER Relatório de Estágio Curricular Supervisionado, Área de manejo da cultura do trigo, realizado como requisito parcial para obtenção do título de Engenheira Agrônoma do Curso de Agronomia da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Câmpus Pato Branco. Prof° Dr° Idalmir dos Santos Profª. Drª Marta Helena Dias da Silveira UTFPR Coordenadora de estágio da UFPR Orientadora Pato Branco, 08 de Novembro de 2011 iii AGRADECIMENTOS À minha família pelo apoio e incentivo. À Universidade Tecnológica Federal do Paraná pela oportunidade formação acadêmica. Aos professores do curso de agronomia pelos conhecimentos repassados e pela amizade. Ao Prof° Dr. Idalmir dos Santos pela orientação e atenção dispensada. A Cooperativa Agropecuária Tradição pela receptividade e disponibilidade para realização do estagio. Ao Supervisor Sr. Fernando Alan Tonus pela oportunidade e cooperação. Aos Engenheiros Agrônomos e vendedores responsáveis pela assistência técnica aos produtores Idacir Giacomin, Sidarta Palma, Antonio Strapasson, Carlos Sartor e Enio Tonus pela paciência, experiência e ensinamentos transmitidos. Aos demais funcionários da Coopertradição pela colaboração, amizade e companheirismo. Aos amigos e companheiros de longa jornada que de qualquer forma contribuíram para o cumprimento de mais essa etapa. A turma de Agronomia UTFPR 2007-2011 pelo companheirismo, parceria e bons momentos compartilhados durantes os cinco anos de formação acadêmica. iv LISTA DE FIGURAS FIGURA 1: Aplicação de Cal Super no sulco de plantio de milho, Pato Branco, 2011. FIGURA 2: Trigo em início de afilhamento, Pato Branco, 2011. FIGURA 3: Aplicação de adubação nitrogenada na cultura do trigo, Pato Branco, 2011. FIGURA 4: Área de trigo com nabo (Raphanus sativus), Clevelândia, 2011. FIGURA 5: Área de trigo com elevada população de Azevém (Lolium multiflorum), Clevelândia, 2011. FIGURA 6: Área de azevém (Lolium multiflorum) resistente ao herbicida glifosato, Pato Branco, 2011. FIGURA 7: Plantio de milho, Pato Branco, 2011. FIGURA 8: Verificação de distribuição e contagem de sementes de milho, Pato Branco, 2011. v LISTA DE SIGLAS alq – Alqueire Ca - Cálcio cm – Centímetro Cu – Cobre CTC – Capacidade de Troca de Cátions Fe – Ferro ha – Hectare K – Potássio Kg – Quilogramas L – Litros Mg - Magnésio ml – Mililitros Mo – Molibdênio pH – Potencial hidrogeniônico SO2-4 – Sulfato Zn – Zinco vi LISTA DE ABREVIATURA COOPERTRADIÇÃO – Cooperativa Agropecuária Tradição EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária IAPAR – Instituto Agronômico do Paraná SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS ............................................................................................................. iv LISTA DE SIGLAS ................................................................................................................. v LISTA DE ABREVIATURA .................................................................................................... vi 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 8 2. DESENVOLVIMENTO ....................................................................................................... 9 2.1 A COOPERATIVA .......................................................................................................... 10 2.2 INSTALAÇÃO DAS LAVOURAS.................................................................................... 10 2.2.1 Zoneamento Agroclimático ..................................................................................................... 10 2.2.2 Tratamento de sementes ........................................................................................................ 10 2.2.3 Semeadura ................................................................................................................................ 12 2.3 CULTIVARES ............................................................................................................................... 13 2.4 CORREÇÃO E ADUBAÇÃO DAS ÁREAS .............................................................................. 13 2.5 ADUBAÇÃO NITROGENADA NO TRIGO............................................................................... 18 2.6 INTEMPÉRIES CLIMÁTICAS......................................................................................... 20 2.6.1 Geada ......................................................................................................................................... 20 2.6.2 Granizo ....................................................................................................................................... 21 2.7 CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS .................................................................................. 21 2.8 USO DE ADJUVANTES ............................................................................................................. 26 2.9 DOENÇAS .................................................................................................................................... 27 2.10 PRAGAS ...................................................................................................................... 28 2.11 APLICAÇÃO DE REDUTOR DE CRESCIMENTO ....................................................... 30 2.12 INDUTORES DE RESISTÊNCIA ............................................................................................ 31 2.13 ESTERILIDADE NAS ESPIGUETAS DA BASE ................................................................... 32 2.14 IMPLANTAÇÃO DA CULTURA DO MILHO .......................................................................... 32 2.15 SISTEMA DE TROCA ............................................................................................................... 35 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 37 REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 38 8 1. INTRODUÇÃO A cultura do trigo (Triticum aestivum) é amplamente disseminada em todo mundo, devido sua vasta gama de utilização tanto para a alimentação humana quanto animal. No Brasil a produção de trigo está atualmente concentrada no Rio Grande do Sul e Paraná, que representam 32,23 e 54,96% da produção nacional respectivamente. Outros estados contribuem com 12,81% da produção brasileira de trigo (MAPA, 2010). A produção de trigo na safra 2010 foi de cerca de 5 milhões de toneladas e o consumo de mais de 10 milhões de toneladas, havendo portanto um déficit de cerca de 5 milhões de tonelada no mercado interno (MAPA, 2010). A cultura do trigo é principal alternativa para semeadura no Sul do Brasil, no período de inverno, gerando renda, otimizando o uso da terra, garantindo a cobertura do solo e evitando a erosão. Embora inicialmente apresente vantagens, o cultivo de trigo tem tido alguns entraves a sua maior exploração, principalmente no que se refere às condições climáticas predominantes no Sul do Brasil no período de inverno e a falta de preços competitivos no mercado. Desta forma, mesmo com os consideráveis avanços da pesquisa do que diz respeito à produtividade das cultivares e ao manejo da cultura, o plantio de trigo ainda é visto por muitos produtores como sinal de prejuízo. Dados do IBGE, 2011, demonstram que a área plantada de trigo nesta safra foi de 1.023.191 ha, sendo que destes 33.985 ha foram perdidos em função das geadas, resultando em uma área produtiva de 989.206 ha. Além disso, o excesso de chuvas em julho impediu a entrada das máquinas na lavoura e o controle das doenças, com isso o rendimento médio esperado é de 2.515 kg/ha. Desta forma, a produção de trigo na safra 2011 deve ser cerca de 15,6% menor comparada ao ano anterior (IBGE, 2011). As cooperativas têm função primordial nos sistemas de produção agrícola. Estas instituições organizam e auxiliam os produtores rurais sobre o mercado, além de prestar assistência técnica e ajudar na tomada de decisão dos tratos culturais, a fim de obter melhores condições para o desenvolvimento da atividade. 9 A Coopertradição trabalha com produtores de grãos das regiões Sudoeste do Paraná e Oeste de Santa Catarina prestando assistência técnica, fazendo a armazenagem e a comercialização da produção. Para que altas produtividades sejam alcançadas e o produtor obtenha lucro com a cultura do trigo é importante ter orientação técnica capacitada desde o processo de implantação da cultura até a colheita. Desta forma, o estagio curricular realizado na Coopertradição teve como finalidade acompanhar juntamente com os profissionais já atuantes na área, as práticas efetuadas durante a implantação e o desenvolvimento da cultura do trigo na região Sudoeste do Paraná. 2. DESENVOLVIMENTO O estágio na Cooperativa Agropecuária Tradição – Coopertradição - foi realizado do dia 04 de julho ao dia 09 de setembro, e durante esses dois meses atuei junto a assistência técnica fazendo visitas as propriedades rurais, acompanhando os profissionais e interferindo sempre que solicitada na tomada de decisão para execução dos tratos culturais. Várias foram às atividades executadas no período entre elas: o acompanhamento da semeadura e desenvolvimento inicial da cultura do trigo; verificação do estande de plantas; verificação do estádio da cultura para aplicação de adubação nitrogenada em cobertura; e observação e monitoramento de doenças, pragas e plantas daninhas para recomendação do controle com o defensivo mais adequado. Foram ainda realizadas interpretações de analises de solos e a recomendação da melhor forma de adubação. Também pode-se acompanhar o início do plantio da cultura do milho com a regulagem das semeadoras e a verificação da população e distribuição de plantas na área. 10 2.1 A COOPERATIVA A Coopertradição tem sede no município de Pato Branco, na região Sudoeste do Estado do Paraná e foi fundada no dia 22 de janeiro de 2003, por um grupo de 25 produtores rurais, que cultivavam soja, milho, trigo, cevada, feijão. Em 02 de junho de 2003 deu início às suas atividades e hoje já conta com mais de 550 associados. Na sua sede administrativa, na cidade de Pato Branco, a Coopertradição tem um depósito de fertilizantes e um depósito de agroquímicos. A Coopertradição apresenta seis filiais, localizadas nos municípios de Pato Branco, Clevelândia, Renascença, no Estado do Paraná e, nos municípios de Campo Erê, Palma Sola e Água Doce, no Estado de Santa Catarina. 2.2 INSTALAÇÃO DAS LAVOURAS 2.2.1 Zoneamento Agroclimático Tendo em vista o zoneamento agroclimático para a cultura do trigo que no município de Pato Branco vai de 1° de junho até 20 de julho para cultivares de ciclo super-precoce e precoce e de 21 de junho a 20 de julho para cultivares de ciclo médio a tardio (IAPAR, 2011), durante as primeiras semanas de estagio foram observadas algumas lavouras ainda no processo de semeadura da cultura do trigo. 2.2.2 Tratamento de sementes Para que as lavouras implantadas apresentem bom desempenho inicial e permaneçam com um estande adequado de plantas é indicado que se faça o tratamento de sementes. Os principais produtos utilizados para este fim pela Cooperativa são o inseticida Gaucho e Cruiser, e os fungicidas Baytan e Spectro. O tratamento de sementes é realizado pelos funcionários da própria Cooperativa, geralmente com um inseticida, um fungicida, sendo que durante o processo também pode ser adicionado micronutrientes. 11 O Gaucho é um inseticida sistêmico utilizado no controle de Pulgão-da-raiz (Rhopalosiphum rufiabdominale) e Pulgão-verde-dos-cereais (Ropalosiphum graminum). A dose recomendado do produto é de 35 g de ingrediente ativo para cada 100 kg de sementes. Outro inseticida utilizado na cultura do trigo para o tratamento de sementes é Cruiser. Este produto é um inseticida sistêmico utilizado na para o controle de Percevejo−barriga−verde (Dichelops furcatus) e Pulgão−verde−dos−cereais (Rhopalosiphum gramimum). O produto comercial Baytan apresenta amplo espectro de ação, sendo um fungicida sistêmico do grupo dos triazóis, exclusivamente indicado para o tratamento de sementes. Este produto atua no controle de oídio (Erysiphe graminis f.sp.tritici, mancha marrom (Bipolaris sorokiniana), mancha amarela (Drechslera tritici-repentis), ferrugem da folha (Puccinia triticina), mancha das glumas (Stagonospora nodorum) e carvão (Ustilago tritici). A dose recomendada é de 270 g de produto comercial para 100 kg de sementes. O Spectro é um fungicida sistêmico do grupo dos triazóis recomendado no tratamento de sementes para o controle de helmintosporiose ou mancha marrom (Bipolaris sorokiniana), mancha amarela (Drechslera tritici-repentis) oídio (Blumeria graminis f.sp.tritici), brusone (Pyricularia grisea) e carvão (Ustilago tritici). A dosagem recomendada é de 30 gramas de ingrediente ativo cada 100 kg de sementes. Esses defensivos são utilizados visando o controle das pragas e doenças mais comuns e que causam maiores prejuízos à cultura do trigo na região, tento como base principalmente o histórico dos últimos anos de cultivo. Durante o tratamento de sementes também é adicionado um produto com micronutrientes denominado Broadacre. Esse produto possui diferentes formas comerciais contendo combinações de micronutrientes como cobre, zinco, molibdênio e manganês. A cooperativa utiliza a composição do Broadacre ZnCu (15,9% Cu + 63,0% Zn p/v) para o tratamento de sementes de trigo. Devido à baixa quantidade requerida de micronutrientes estes podem ser aplicados tanto via tratamento de sementes, quanto via adubação foliar, ou com a combinação de ambas. Contudo conforme Ohse et al., 2001 a adubação via semente apresentar menores custos de aplicação, melhor uniformidade na distribuição e menores perdas. 12 Tendo em vista que a disponibilidade de micronutrientes é reduzida principalmente pelo pH elevado, mineralogia arenosa e matéria orgânica (Bissani et al. 2008) os solos encontrados na região Sudoeste do Paraná provavelmente estejam bem supridos devido a presença de solos de caráter bastante argiloso, pH naturalmente ácidos e elevado teor de matéria orgânica, visto que a maioria das lavouras encontra-se sob plantio direto consolidado. Segundo Motta (2007), solos originados de basalto são ricos em micronutrientes, principalmente, ferro, cobre e zinco. Dessa forma a aplicação destes nutrientes possivelmente não traga resultados à produtividade da cultura, já que neste caso não são limitantes na região devido ao material de origem do solo. O que está de acordo com a Comissão Brasileira de Pesquisa de Trigo e Triticale, 2010, que afirma que os solos do Sul do país de forma geral, são bem supridos em micronutrientes (zinco, cobre, boro, manganês, cloro, ferro e molibdênio), sendo incomum a constatação de deficiências na cultura de trigo, e ainda ressalta que devido à diversidade de fatores que influenciam a disponibilidade de micronutrientes para as plantas, seu uso deve ser cauteloso, pois a demanda desses nutrientes pelas plantas é muito pequena. 2.2.3 Semeadura A recomendação da densidade de semeadura para trigo é feita pelos técnicos da Cooperativa com base na indicação da empresa obtentora, na capacidade de perfilhamento e no porte da cultivar. Além disso, é considerado o poder germinativo dos lotes que não deve ser inferior a 80%. Dessa forma, os técnicos têm recomendado de 10 a 12 sacas/alq de semente. Esta diferença ocorre em virtude de algumas cultivares apresentarem sementes maiores que outras, variando, portanto, o número de sementes por sacas necessitando de ajustes para a implantação da população de plantas mais indicada. Na maioria das vezes eram semeadas de 60 a 80 sementes por metro linear, equivalendo a aproximadamente 350 a 470 sementes por metro quadrado. A adequação da população de plantas é muito importante, pois cultivares mais altas são mais propensas ao acamamento quando em densidades superiores a recomendada. 13 Normalmente a distância entre linhas utilizada pela maioria dos agricultores na região para a cultura do trigo é de 17 cm. 2.3 CULTIVARES A escolha da cultivar geralmente era realizada conforme a preferência do produtor, mediante o auxílio do técnico responsável visando conciliar entre outros fatores o sistema de cultivo adotado por cada propriedade, o nível tecnológico e a capacidade de investimento do produtor. Outros fatores como a produtividade e a suscetibilidade das cultivares a doenças também são avaliados para escolha da cultivar. Entre as cultivares mais semeadas na área de abrangência da Cooperativa estão a: BRS 208, BRS 220, BRS Guamirim, Quartzo e Safira. 2.4 CORREÇÃO E ADUBAÇÃO DAS ÁREAS Para que altas produtividades sejam alcançadas é necessário que sejam disponibilizados todos os elementos essenciais ao desenvolvimento das plantas. Neste sentido, a análise de solos e sua correta interpretação são elementos imprescindíveis para que se faça a correção e a adubação do solo, minimizando as perdas decorrentes do excesso de adubação tanto em termos econômicos quanto nutricionais. De posse da interpretação da analise de solo, os técnicos da Cooperativa fazem a recomendação da quantidade e da formulação mais adequada para a área, assim como planejamento para sua execução. No momento da recomendação é levando em consideração a cultura a ser implantada, produtividade esperada e o nível de investimento que o produtor dispõe. Para que a análise de solos seja condizente com a real situação de fertilidade da área é necessário que se faça a correta amostragem de solo na lavoura, que é feita tanto pelos produtores quanto pelos próprios agrônomos da Cooperativa. Geralmente as amostras de solo são coletadas de 0-20 cm, sendo que em alguns casos pode-se amostrar de 20 a 40 cm. 14 A primeira etapa para a correção da fertilidade dos solos é a calagem, devido principalmente ao maior tempo requerido para reação deste composto com o solo e a disponibilização de cálcio e a neutralização do alumínio tóxico. A recomendação da aplicação de calcário pela Cooperativa é feita com base na saturação de cálcio, de forma que níveis considerados bons ficam entre 40 até 60% da CTC do solo. De acordo com Bissani et al. (2008), a aplicação de calcário deve ser feita preferencialmente no mínimo seis meses antes da implantação de leguminosas, e três meses antes do cultivos de gramíneas, para obter os efeitos benéficos da calagem. Um fator bastante importante, sempre levado em consideração pela assistência técnica para recomendação da calagem é a relação Ca: Mg encontrada no solo em analise. Através desta relação é que se faz a indicação do tipo de calcário a ser utilizado. Se a relação Ca: Mg estiver alta é possível fazer a utilização de calcário dolomítico, que apresenta maior concentração de magnésio, comparado ao calcário calcítico, que dever ser utilizado no caso de relação estar abaixo de 3:1. A combinação dos diferentes tipos de calcário também pode ser utilizada, para melhor suprimento das reais necessidades do solo, contudo devido a pouca praticidade não tem sido muito utilizada pelos produtores. A composição do calcário é variável conforme a fonte de onde o material é extraído. Assim a título de calculo é recomendável que se tenha em posse o laudo da composição do produto para a correta dosagem. Contudo, segundo os engenheiros agrônomos da Cooperativa um problema encontrado nas lavouras da região é a presença de áreas com a relação Ca: Mg desequilibrada, devido ao excesso de uso de calcário dolomítico que apresenta menor preço comparado ao calcítico, o que estimula seu maior uso por parte dos produtores. A aplicação do calcário na maioria das propriedades, devido ao sistema de plantio direto consolidado, tem sido realizada sem a incorporação. Contudo em algumas propriedades onde a necessidade de calcário era elevada, foi recomendado pelos técnicos o parcelamento e em alguns casos a incorporação, o que está de acordo com Bissani et al (2008), que recomenda a incorporação do corretivo quando a quantidade a ser aplicada é superior a 5 toneladas/ha. Foi observado também por parte de alguns produtores o uso excessivo de calcário nas áreas, devido aos bons resultados conseguidos com a aplicação do 15 corretivo. Entretanto a aplicação de calcário somente deverá ser realizada com base em analise de solo, pois o uso em excesso do corretivo provoca desequilíbrios nutricionais e pode promover o desenvolvimento de doenças como o Mal-do-pé (Gaeumannomyces graminis var. tritici) que se manifestam com maior severidade em solos com pH próximo à neutralidade. Além disso, o efeito residual do calcário é igual ou superior a cinco anos e novas aplicações devem ser evitadas durante este período (Bissani et al., 2008). O calcário é um produto de baixa solubilidade, e por esse motivo mesmo quando aplicado em grandes quantidades no solo, demora a reagir e atingir as camadas mais profundas do perfil de solo. Para melhorar a fertilidade no perfil de solo é indicado o uso de gesso agrícola. Segundo os técnicos da Cooperativa o aumento da fertilidade do solo em profundidade é percebido principalmente em anos de seca, pois as raízes conseguem atingir camadas mais profundas de solo e com isso garantem o suprimento de água por mais tempo, amenizando ou até mesmo evitando os efeitos do estresse hídrico. A maioria dos solos brasileiros apresenta grande quantidade de alumínio trocável, principalmente nas camadas mais profundas do solo. O sulfato de cálcio ou gesso agrícola tem efeito direto no aumento de cálcio no solo, o que acarreta uma diminuição do alumínio. De acordo com a Comissão Brasileira de Pesquisa de Trigo e Triticale, 2010 com o uso de gesso é possível diminuir a saturação de alumínio da camada mais profunda, uma vez que o sulfato existente nesse material pode carrear o cálcio para camadas abaixo de 40 cm. Este evento é esclarecido por Bissani et al. (2008) que explica que durante a hidrólise do sulfato de cálcio ocorre a liberação dos íons Ca 2+ e SO42- para a solução do solo. Esses íons são lixiviados através da água em percolação pelo perfil de solo atingindo as camadas mais profundas. Conforme Bissani et al. (2008) a presença do ânion SO42- favorece a lixiviação de Ca2+, Mg2+ e K+. Outro produto corretivo que é recomendado pelos técnicos as cooperativa é o Calsite, que é considerado também um fertilizante, já que fornece cálcio e silício para as culturas. Trata-se de um produto em forma de pó que é utilizado juntamente com os adubos granulados durante a semeadura da cultura. É uma forma de disponibilizar cálcio para a cultura fazendo uma correção imediata do solo, já que se trata de um produto altamente solúvel. 16 Contudo há a preocupação por parte da assistência técnica quanto à distribuição do produto, já que este apresenta-se em granulometria diferente da formulação do adubo, e portanto impossibilitando uma distribuição uniforme do produto. O fornecimento de cálcio na linha de semeadura, também pode ser feita através de um produto comercial denominado Cal Super, disponível no mercado na forma concentrado emulsionável, devendo ser, portanto, diluído em água para a aplicação. Entretanto para a utilização desse produto é necessário um equipamento específico. Esse equipamento é acoplado à semeadora e possui um tanque de armazenamento de 200 litros de calda, que é levada por mangueiras até um sistema de bicos que acompanham cada linha da semeadora, onde após a abertura do sulco é depositada a solução. Durante o período de estagio pode-se observar no momento da semeadura da cultura do milho a aplicação de Cal Super (Figura 1). A formulação é composta de cálcio, manganês, e zinco. A dosagem é variável conforme a cultura implantada, sendo que na propriedade em questão foi utilizada a dosagem de 5 L/ alq de produto comercial e um volume de calda de aproximadamente 125 L. Junto à aplicação de Cal Super foi adicionado uma dosagem de 0, 5L/alq de Supa Bor, um fertilizante líquido que fornece boro para as culturas. 17 Figura 1: Aplicação de Cal Super no sulco de plantio de milho, Pato Branco, 2011. Esse produto, conforme os técnicos da cooperativa atua substituindo a aplicação de calcário, tendo vantagens como rápida disponibilidade de cálcio para a cultura devido a elevada solubilidade e o menor custo comparado ao calcário, quando já se possui o equipamento para aplicação. Além disso, o Cal Super pode ser aplicado conjuntamente com outros produtos como micronutrientes, inoculante e inseticidas diminuindo os custos inerentes a cada uma dessas atividades e tornadoas mais práticas. O Cal Super assim como o Calsite são indicado para correção do solo imediata, para a cultura a ser implantada, em locais em que se tem necessidade de calagem, contudo não há tempo para correção da área com calcário, já que devido ao uso cada vez mais intensivo das lavouras não há tempo hábil para a aplicação e a reação do calcário no solo. Apesar de apresentarem algumas vantagens estes corretivos não apresentam efeito residual, devendo ser aplicados toda vez que uma nova cultura for implantada. 18 2.5 ADUBAÇÃO NITROGENADA NO TRIGO Outra prática verificada durante o período de estagio foi à recomendação de adubação nitrogenada para a cultura do trigo. Na maioria das propriedades visitadas a adubação nitrogenada em cobertura é feita em uma única aplicação na época do perfilhamento quando a planta apresenta de dois perfilhos formados e com o terceiro em formação (Figura 2). O que está de acordo com o aconselhado pela Comissão Brasileira de Pesquisa de Trigo e Triticale, 2010 que indica adubação nitrogenada durante a semeadura e no início do estádio de perfilhamento, quando inicia o processo de diferenciação da espiga. Figura 2: Trigo em início de afilhamento, Pato Branco, 2011. Nas propriedades visitadas a adubação nitrogenada é feita principalmente com o produto comercial Super N, que apresenta a mesma quantidade de nitrogênio da Uréia (45%), porém apresenta algumas vantagens como a menor perda do elemento por volatilização e pode ser aplicado independentemente das condições climáticas (Figura 3). A tecnologia denominada de Agrotain inibe a ação da uréase, enzima produzida por microorganismos do solo que realiza a hidrólise da molécula de uréia, 19 decompondo-a em amônia, gás carbônico e água. Outros produtos como Nitrato (3300-00), Uréia (45-00-00) e Nitrogênio líquido também são recomendados. Figura 3: Aplicação de adubação nitrogenada na cultura do trigo, Pato Branco, 2011. O nitrogênio líquido é uma formulação que é aplicada diluída em água com o pulverizador. O produto recomendado para esse tipo de aplicação é o Nitamin, contudo segundo os técnicos da cooperativa, mesmo sendo de aplicação foliar este produto tem menor eficiência comparada às outras fontes de nitrogênio, sendo mais indicado para uma complementação da adubação nitrogenada em uma segunda aplicação, o que está de acordo com Malavolta (1972), que relata a adubação foliar como de caráter complementar no caso de macronutrientes, pois somente parte da necessidade da planta seria suprida desta maneira. Apesar disso, alguns produtores têm optado por fazer uma única aplicação com o produto na fase de perfilhamento, devido ao menor custo comparado a outras fontes de nitrogênio. A adubação foliar segundo Bissani et al. (2008), apresenta vantagens como a maior eficiência na absorção de nutrientes como o nitrogênio comparada a aplicação via solo. Apesar disso para macronutrientes, a aplicação via foliar em sua totalidade 20 torna-se inviável devido a quantidades exigidas e as restrições quanto à concentração suportada pelas folhas exigindo várias pulverizações. A adubação foliar deve ser feita na época de maior necessidade do nutriente, contudo muitas vezes os agricultores visando baratear os custos, realizam a aplicação juntamente com defensivos agrícolas nem sempre no estádio mais adequado. Na maioria das lavouras a dose recomendada do Nitamin foi de 10 L/alq. Em algumas lavouras foram constatados danos oriundos da aplicação em cobertura de adubação nitrogenada principalmente de fontes como uréia e nitrato de amônio. Esse dano é caracterizado por manchas esbranquiçadas por todo o limbo foliar. Uma forma de prevenir ou diminuir os danos causados pela aplicação de nitrogênio em cobertura é evitar a aplicação destas fontes de nitrogênio nas primeiras horas do dia, em virtude da presença de orvalho sobre as folhas, que pode aumentar os danos. 2.6 INTEMPÉRIES CLIMÁTICAS 2.6.1 Geada Durante o período de estágio foram observados danos oriundos pela geada, que foram freqüentes e se alastraram até a segunda quinzena no mês de agosto. Nas folhas os danos pela geada podem ser notados pelo amarelamento do limbo e pelo secamento das pontas. Conforme os agrônomos da cooperativa nos estádios iniciais de desenvolvimento das plantas a ocorrência de frios intensos é desejável visto que estimula o perfilhamento e diminui a altura das plantas. Este relato colabora com Silva, (2008), que explica que nos estádios iniciais de desenvolvimento do trigo a geada causa poucos danos, pois as partes expostas são apenas as folhas, que apresentam elevada tolerância, e a planta mantém o seu ponto de crescimento abaixo da superfície do solo. Entretanto pôde ser observado a campo em algumas lavouras de trigo implantadas precocemente no mês de março e, portanto fora do zoneamento 21 agrícola para a cultura, a perda total da produção, pois as mesmas encontravam-se na fase de enchimento de grão e foram atingidas pelas geadas. Silva (2008) relata que em estádios mais avançados a geada causa grandes perdas de produtividade em virtude do aumento da sensibilidade da cultura depois do início do emborrachamento, atingindo o seu máximo de suscetibilidade no momento da floração e diminui após os estádios de grão em massa mole e dura. 2.6.2 Granizo Algumas lavouras da região foram atingidas por granizo, na maioria dos casos os danos originados por esse fenômeno foram pequenos não causando grandes prejuízos aos produtores. Contudo em alguns trigais principalmente na região Oeste de Santa Catarina, em lavoura que as plantas estavam em estádios mais avançados de desenvolvimento, em alguns casos no estádio de formação de espiga e enchimento de grão, os danos foram maiores, avaliados pelo técnico em cerca de 3 a 5% de perda. A maioria das lavouras conta com seguro agrícola, indispensável à cultura do trigo devido a alto risco que a cultura está exposta. 2.7 CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS As plantas daninhas podem promover a diminuição da produtividade das culturas, pois competem com plantas cultivadas por água, luz e nutrientes. O uso de herbicidas constitui atualmente o método mais utilizado para o controle de plantas daninhas nas lavouras da região. As principais plantas daninhas verificadas durante o período foram Azevém (Lolium multiflorum), aveia (Avena strigosa), serralha (Sonchus oleraceus) e nabo (Raphanus sp.). 22 Para o controle de plantas daninhas na cultura do trigo geralmente são indicados os herbicidas Ally para o controle de dicotiledôneas de forma geral e Hussar para controle de azevém e aveia. O Ally é um herbicida seletivo de ação sistêmica, do grupo Sulfoniluréia, utilizado em pós-emergência. A dose é variável entre 3,3 a 6,6 gramas de produto comercial por ha. O produto geralmente é indicado pelos agrônomos da Coopertradição para o controle de plantas voluntarias nas restevas de soja e feijão além de plantas daninhas que por ventura estiverem presentes na área. Esse produto usualmente é indicado para lavouras que não tenham problemas com plantas daninhas monocotiledôneas, como azevém, pois nestes casos é mais indicado o uso de Hussar que além de controlar as plantas daninhas monocotiledôneas ainda é eficiente no manejo das dicotiledôneas. Por se tratar de um produto fisiológico, o Ally demora cerca de 30 dias para causar a morte completa das plantas, o que pôde-se observar a campo durante as visitas técnicas. A princípio as plantas ficam com desenvolvimento retardado e com o passar do tempo amarelecem e morrem. Em caso de rotação de cultura, há a preocupação por parte da assistência técnica com o efeito residual do herbicida que pode comprometer o desenvolvimento da próxima cultura, para tanto deve-se observar o prazo de 70 dias após a aplicação do Ally para o plantio de milho e 60 dias para soja e feijão. Outro herbicida utilizado em grande escala na cultura do trigo pelos cooperados é o Hussar. Trata-se de um herbicida seletivo de ação sistêmica do grupo das Sulfoniluréia indicado para o controle de picão- preto (Bidens pilosa), soja (Glycine max), nabiça (Raphanus raphanistrum) (Figura 4), azevém (Lolium multiflorum) e aveia (Avena strigosa). A dosagem é variável conforme a planta infestante presente na lavoura. Este herbicida tem sido indicado principalmente para o controle de azevém na cultura do trigo. A dose mais utilizada foi a de 170 gramas/alq. 23 Figura 4: Área de trigo com nabo (Raphanus sativus), Clevelândia, 2011. O controle de azevém é feito quando este se apresenta em quantidade capaz de causar competição com a cultura e diminuição da produtividade (Figura 5). Da mesma forma é realizado o controle da aveia, que pode ser no mesmo momento do controle de azevém, desde que esta esteja em estádio inicial de desenvolvimento. A aplicação deve ser realizada após a emergência das plantas infestantes na lavoura quando essas atingem até 0,50 metros, ou de um a dois perfilhos, em aplicação única. As doses mais altas são indicadas quando as plantas invasoras apresentamse em estádios mais avançados de desenvolvimento. Por ser um herbicida sistêmico o controle não ocorre de forma imediata, sendo que primeiramente ocorre a estagnação do desenvolvimento e após alguns dias há o amarelecimento das plantas e a morte da mesma. A demora para que o controle dos herbicidas sistêmicos sobre as plantas daninhas fique visível causa apreensão por boa parte dos produtores, embora na maioria das vezes o produto tenha se mostrado de alta eficiência no controle principalmente do azevém que teve que ser controlado quase que na totalidade das lavouras. 24 Devido ao residual provocado pelo herbicida não é recomendado à semeadura das culturas da soja, milho, girassol, algodão, feijão e hortaliças, no prazo menor que 90 dias. Figura 5: Área de trigo com elevada população de Azevém (Lolium multiflorum), Clevelândia, 2011. Um problema que tem cada vez mais se tornado freqüente nas lavouras é a presença de plantas daninhas resistente ao uso de herbicidas. Pode-se observar a campo a presença de grande quantidade de azevém resistente ao herbicida glifosato. Christoffoleti (2008) definiu como planta daninha resistente, a capacidade inerente e herdável de alguns biótipos, dentro de uma determinada população, de sobreviver e se reproduzir após a exposição à dose de um herbicida, que normalmente seria letal a uma população normal (suscetível) da mesma espécie. A área vistoriada foi dessecada para o plantio de milho e muitas plantas de azevém em vários estádios fisiológicos encontravam-se espalhadas na lavoura (Figura 6). 25 Figura 6: Área de azevém (Lolium multiflorum) resistente ao herbicida glifosato, Pato Branco, 2011. Conforme Christoffoleti (2008), o aparecimento de biótipos de plantas daninhas resistentes aos herbicidas está condicionado a uma mudança genética na população, imposta pela pressão de seleção, causada pela aplicação repetitiva do herbicida na dose recomendada. Para esta lavoura localizada no município de Pato Branco foi indicado o herbicida Gramoxil na dosagem de 5 L/alq para o controle das plantas resistentes. A dosagem é relativamente baixa, pois o recomendado pela empresa fabricante pode chegar a 7,3 l/alq. O Gramoxil um herbicida de contato e seu efeito já pode ser notado nas primeiras horas após a aplicação, ocorrendo o rápido controle sobre as plantas daninhas. Outro fator relevante para a escolha deste herbicida foi a ausência de poder residual, pois em seguida a sua aplicação seria realizada a semeadura da cultura do milho. O aparecimento de espécies daninhas aos cultivos, resistentes a ação dos herbicidas tem-se tornado freqüente em muitas lavouras da região. Contudo seu aparecimento não inviabiliza a atividade agrícola e o uso de herbicidas, desde que devidamente manejados. 26 Para evitar a seleção de biótipos resistentes é recomendado que se faça a rotatividade de mecanismos de ação dos herbicidas e o monitoramento da área após a aplicação dos mesmos, fazendo a eliminação de focos iniciais de resistência evitando a disseminação das sementes das plantas sobreviventes. Aliado a isso, áreas de plantio direto devem ser dessecadas precocemente, pois as plantas de azevém estarão em estádios mais jovens e por esse motivo são mais suscetíveis a ação do herbicida. 2.8 USO DE ADJUVANTES O uso de adjuvantes nas caldas de defensivos agrícolas é utilizado pela grande maioria dos produtores rurais da região, tanto para as aplicações de herbicidas, quanto para aplicações de fungicidas e inseticidas. Os produtos recomendados pelos técnicos são o óleo vegetal Aureo, e o óleo mineral Nimbus. Conforme Vargas e Roman (2008) o uso destes produtos tem a finalidade de incrementar a absorção e melhorar a eficácia dos herbicidas. Dentre as vantagens de utilizar estes óleos estão a diminuição da evaporação da gota, melhor distribuição da calda na superfície da folha e conseqüentemente maior facilidade de penetração do herbicida através da cutícula. Outro aditivo recomendado pelos técnicos da cooperativa para o uso em calda de defensivos agrícolas é o espalhante adesivo Hoefix. Os espalhantes são substância que aumentam a área de cobertura de um dado volume de líquido sobre um sólido ou sobre outro líquido, rompendo a tensão superficial da água nas gotículas pulverizadas, aumentando a área de cobertura na superfície do vegetal, levando a maior absorção e eficiência do defensivo aplicado (Vargas e Roman, 2008). Os adjuvantes são aplicados em doses relativamente baixas, na maioria das vezes não excedendo 1% do volume da calda. A dosagem utilizada também é variável conforme função a que a calda se destina e o produto utilizado. 27 2.9 DOENÇAS A presença de fitopatógenos está entre os principais fatores limitantes da produtividade de trigo na região Sul. Esse problema se agrava em lavouras onde rotação de culturas não é realizada de forma correta. Atualmente entre as forma de controle mais utilizadas estão o uso de cultivares resistentes e o emprego de fungicidas. O emprego de fungicidas na região é realizado desde o tratamento de sementes, sendo repetido em aplicações subseqüentes durante o desenvolvimento da cultura. Pôde-se observar a campo que no início do ciclo da cultura do trigo, a maior freqüência de aparecimento é de manchas foliares, representadas pela mancha amarela (Drechslera tritici-repentis) e mancha marron (Bipolaris sorokiniana), mesmo que em sua totalidade as sementes tenham sido tratadas. É visível a maior freqüência de aparecimento destas manchas em cultivares suscetíveis como a Safira, e em locais de sucessivos cultivos de trigo, o que concorda com as Informações Técnicas para Trigo e Triticale (2010) que afirma que o tratamento de sementes não é eficiente nas lavouras de trigo em monocultura, salvo para o controle do oídio. O controle das manchas é realizada com a utilização dos fungicidas Artea na dose de 0,2 a 0,3 litros por ha e Tilt na dosagem de 0,4 litros por ha. Trata-se de dois fungicidas do grupo dos triazóis, sendo que o primeiro é uma combinação de ciproconazol e propiconazol e o ultimo e apresenta apenas propiconazol. A aplicação era indicada quando eram visualizados os primeiros sintomas das doenças nas lavouras. Também foi observada a presença de oídio (Blumeria graminis f.sp. tritici), principalmente na cultivar BRS 220. Devido às condições climáticas, que neste ano não foram propícias ao desenvolvimento da doença, os sintomas se concentraram mais nas partes mais baixeiras das plantas. O controle foi feito com os mesmos produtos utilizados para as manchas foliares. Em lavouras de estádio mais avançado, na fase de alongamento e emborrachamento, pode-se constatar o começo de ferrugem na folha (Puccinia triticina). Nestes casos a recomendação é a utilização de produtos como Nativo e Priori Xtra que se enquadram na prevenção das ferrugens e de doenças da espiga 28 como giberela e bruzone. Os dois fungicidas são uma mistura de estrobilurina e triazol. O Nativo é composto por trifloxistrobina e tebuconazol, enquanto que o Priori Xtra é a mistura de azoxistrobina com ciproconazol. Outros fungicidas como Alterne, Guapo e Juno também são indicados para o controle de doenças na cultura do trigo. De forma geral são programados de dois a três tratamentos conforme a suscetibilidade das cultivares e o histórico de fitopatógenos na lavoura. Aplicação de fungicida é sempre realizada de forma preventiva, sendo geralmente de 20 em 20 dias, ou conforme as condições climáticas, principalmente no que se refere à precipitação pluviométrica, podendo neste caso haver uma diminuição entre os períodos de aplicação. 2.10 PRAGAS Durante o período de estagio não foram constatados grande prejuízos advindos da presença de pragas. Entretanto seu monitoramento é aconselhável, visto que podem ocorrer surtos de insetos pragas em pequeno intervalo de tempo, tanto pela migração de populações de lavouras próximas, quanto pela elevada capacidade reprodutiva destes insetos. Foram observadas nas lavouras de trigo da região a presença de pulgão-verdedos-cereais (Schizaphis graminum), percevejo (Dichelops furcatus) e lagarta-do-trigo (Pseudaletia sequax). Devido às condições climáticas que foram desfavoráveis, não houveram grandes infestações de pulgão nas lavouras visitadas. Contudo, na grande maioria dos casos os técnicos da cooperativa recomendavam a utilização de uma pequena dose de inseticida junto à aplicação de fungicida. O inseticida recomendado geralmente era o Connect (Neonicotinóide e Piretróide) na dosagem de 0,3 L/alq, bem abaixo da recomendada pelo fabricante do produto que varia de 0,25 a 0,5 l/ha. Tanto pulgões jovens (ninfas) como adultos alimentam-se da seiva do trigo, que é suscetível ao dano desde a emergência até que os grãos estejam completamente formados (grão em massa). Os danos dos pulgões podem ser ocasionados diretamente, através da sucção da seiva e de suas conseqüências no 29 rendimento de grãos, diminuindo tamanho, número e peso dos grãos e o poder germinativo de sementes (Embrapa, 2009). Em virtude das condições climáticas predominantes no período, que foram bastante chuvosa e fria, e sabendo que o pulgão apresenta maior prolificidade em condições de tempo seco e quente, provavelmente as aplicações de inseticidas pudessem ser adiadas ou até mesmo eliminadas durante o ciclo da cultura. Outro fator relevante foi a baixa população destes insetos nas áreas e, portanto não justificando a aplicação de inseticida, visto que o controle somente é indicado com populações superiores a 10 pulgões por afilho (EMBRAPA, 2009). Entretanto as aplicações de inseticidas eram realizadas quase que em todas as propriedades a cada reentrada do maquinário na lavoura para a aplicação de fungicida, evento explicado pelos técnicos como uma forma de prevenção da entrada dos insetos e também pela economia gerada, visto que o custo de uma reentrada de maquinário na lavoura pelo ataque de insetos seria mais custoso que aplicação do produto de forma preventiva, devido ao custo relativamente barato do produto e a baixa dose utilizada. Em relação à presença de percevejo, a espécie mais comumente encontrada nos trigais da região foi o percevejos-barriga-verde (Dichelops furcatus). As plântulas atacadas apresentam folhas com perfurações transversais, inclusive com necrose do tecido, que acabam dobram ou quebram nas linhas de perfuração algumas ficam enroladas e deformadas. O dano originado por percevejo nas espigas é bastante semelhante ao dano por geada, sendo de difícil diferenciação a campo, principalmente devido à ocorrência neste ano de muitos períodos de frio e geada a campo, necessitando de experiência prática para sua distinção. Os danos ocorreram principalmente na fase de emborrachamento da cultura. As espigas que emergem têm aparência esbranquiçada e seca, apresentando-se deformadas. O controle geralmente era realizado com inseticidas como o Connect na dosagem de 0,3 L/alq. Esta dosagem está bem abaixo da recomendada pelo fabricante do produto que é de 0,5 a 0,75 L/ha. Ainda foram percebidos alguns danos originados pela presença de lagartas desfolhadoras. Os danos decorrem pela redução da área foliar e, adicionalmente, do ataque às espigas, onde destroem aristas e espiguetas, muitas vezes cortam na base da espiga, derrubando-as ao solo (Embrapa, 2009). 30 Os danos observados nas lavouras estavam limitados as folhas e eram na maioria dos casos pouco significativos. Em áreas onde estes danos eram mais freqüentes e severos o controle recomendado foi a aplicação do inseticida Certero na dosagem de 80 ml/alq. 2.11 APLICAÇÃO DE REDUTOR DE CRESCIMENTO A prática de aplicação de redutor de crescimento para a cultura do trigo tem sido cada vez mais utilizada por produtores de média à alta tecnologia, e vem sendo muito recomendada pelos técnicos da cooperativa principalmente para as cultivares de maior porte que são mais suscetíveis ao acamamento. A aplicação do redutor de crescimento é recomendada no estádio de elongação da planta, quando esta se encontra com o primeiro nó visível e o segundo nó perceptível, o que coincide na maioria das vezes com a fase fonológica de duplo anel à espigueta terminal. À campo, durante as visitas, a verificação do estádio de aplicação foi realizada tanto pela verificação dos nós visíveis, como pela verificação da espigueta dentro do colmo da planta mãe, sendo que o estádio mais adequado segundo os técnicos da cooperativa é a fase de espigueta terminal. Deve-se ter atenção para o momento correto da aplicação do produto, já que se aplicado antes do estádio recomendado não causa efeitos sobre a cultura, e se aplicado tardiamente causa retenção da espiga. Este fato é esclarecido por Rodrigues et al. (2003) que explica que as aplicações em estádios de crescimento anteriores ao recomendado provocam efeito pequeno na estatura de planta, pois o efeito redutor vai ocorrer principalmente nos primeiros entrenós, que, por natureza, já são curtos. Enquanto que as aplicações tardias reduzem sensivelmente o tamanho das plantas, pois o efeito maior ocorre sobre os entrenós superiores, que são longos em detrimento do engrossamento da base da planta, e ainda que a aplicação tardia pode retardar o espigamento e dependendo das condições, provocar prejuízos no rendimento de grãos. A aplicação de redutores de crescimento no trigo pelos produtores é feita principalmente visando à diminuição do porte da cultura e em alguns casos 31 buscando melhorar a arquitetura de planta. A melhoria na disposição das folhas aumenta a eficiência fotossintética e o molhamento foliar durante a aplicação de fungicidas, tendo como conseqüência a melhor eficácia da aplicação, já que o produto consegue chegar até as folhas baixeiras. O produto indicado pela Cooperativa para este procedimento é o Moddus (Trinexapaque-etílico), trata-se de um hormônio sintético que atua sobre a síntese das giberelinas. A dose do produto é variável conforme a fertilidade do solo, as aplicações de nitrogênio, as condições climáticas e o porte da cultivar. Geralmente os técnicos não recomendam a dose completa do produto, 0,5 L/ha, sendo que na maior parte dos casos a dose recomendada foi de 0,3L/ha. A menor dosagem em relação à indicada pelo fabricante do produto é recomendada pelos técnicos por precaução, tendo em vista que em anos anteriores foram relatados danos oriundos da aplicação do produto pela retenção de espiga na cultura. 2.12 INDUTORES DE RESISTÊNCIA Atualmente o mercado dispõe de uma ampla variedade produtos comerciais com diversas funções, sempre visando o aumento da produtividade e da lucratividade do produtor rural. Neste sentido, os agricultores mais tecnificados e que possuem maior possibilidade de investimentos na cultura tem a sua disposição produtos complementares como indutores de resistência. Os indutores de resistência foram utilizados na cultura do trigo, por uma pequena parcela dos produtores. O produto indicado pelos técnicos da cooperativa é o Supa Sílica, que é composto por 23,7% de K2O e 10% de Si. A dosagem é variável conforme o número de aplicações, chegando a 1 L/alq durante o ciclo da cultura, sendo que a melhor resposta com o produto é conseguida com o parcelamento das aplicações. Segundo Rodrigues et al. 2011, o silício depois de absorvido na forma de ácido monosílico é depositado principalmente nas células da epiderme, contribuindo para fortalecer a estrutura da planta e aumentar a resistência ao acamamento e ao ataque de pragas e doenças, além de diminuir a transpiração. 32 Rodrigues (2011), cita vários trabalhos onde a adição de silício na cultura do trigo tem contribuído para o controle ou redução na severidade de patógenos como Blumeria graminis tritici, Mycosplaerella graminicola e Fusarium spp. No caso de insetos-pragas, Costa et al., (2007) relata que a silificação da epiderme impede a penetração de estiletes e a mastigação das plantas pelos insetos, devido ao endurecimento da parede das células vegetais, o que corrobora com Rodrigues et al. (2011), que coloca o desgaste da mandíbula de insetos mastigadores como efeito direto da aplicação de silício, que também influencia indiretamente devido a redução no crescimento e reprodução do insetos-praga e na atração de inimigos naturais. 2.13 ESTERILIDADE NAS ESPIGUETAS DA BASE Devido à instabilidade climática ocorrida durante o período de cultivo do trigo no ano decorrente, com ocorrência de longos períodos chuvosos acompanhados de frios, seguidos de breves intervalos de calor, pode-se observar a presença em algumas lavouras de esterilidade nas espiguetas da base. Esse dano é causado por elevadas temperaturas na fase de duplo anel, culminando no menor número de grãos e conseqüentemente menor produtividade. 2.14 IMPLANTAÇÃO DA CULTURA DO MILHO Foi observado durante o final do mês de julho e início do mês de agosto o começo da dessecação das lavouras com aveia utilizadas para cobertura durante o período de inverno, para posterior semeadura da cultura do milho. Os produtos utilizados para este fim geralmente são base de glifosato, ou seja, não tem ação seletiva. O produto comercial mais utilizado pelos técnicos é o Trop, sendo que a dose recomendada para a aveia é de 1 a 2 L/ha de produto comercial. As maiores doses são utilizadas em plantas em estádio mais avançado de desenvolvimento. 33 Em algumas áreas foi observada a presença de plantas voluntárias de soja transgênica, necessitando, portanto de um manejo diferenciado para estas áreas em virtude de sua resistência ao herbicida glifosato. Neste caso o técnico responsável indicou a utilização de 2,4 D, Triazina ou Gramoxil para a área. Nota-se neste caso a falta de cuidado por parte do produtor com o vazio sanitário da cultura da soja, para o controle da ferrugem asiática, que vai do dia 15 de junho até o dia 15 de setembro. O manejo da aveia é feito entre 20 a 30 dias antes da semeadura do milho, para que no momento da implantação da cultura a palhada já esteja bem seca e facilite o trabalho dos discos de corte da semeadora, aumentando a eficiência da semeadura e correta distribuição das plantas na área. Na dessecação pode ser utilizada também uma dose de inseticida para controlar insetos e larvas que por ventura estiverem presentes na palhada da aveia garantindo um estande adequado e a manutenção da população de plântulas de milho. A semeadura de milho em algumas propriedades na região de Pato Branco teve início no final do mês de agosto, portanto fora do zoneamento agroclimático para a cultura, que na região tem início a partir de 01 de setembro (Figura 7). Os produtores procuram antecipar o máximo possível à semeadura do milho, buscando mais tarde fazer a safrinha de soja ou feijão. O tratamento de sementes é realizado pelos funcionários da própria cooperativa com os produtos Cropstar, Derosal Plus e Maxi Zinc. O Cropstar é um inseticida sistêmico e de contato a base de Imidacloprido e Tiodicarbe, utilizado no tratamento de sementes de milho para o controle de Lagartado-cartucho (Spodoptera rugiperda), Lagarta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus), Percevejo-barriga-verde (Dichelops melacanthus), Cigarrinha-das-pastagens (Deois flavopicta), Tripes (Frankliniella williamsi e Pulgão-do-milho (Rhopalosiphum maidis) na dosagem de 0,25 a 0,35 L/ha equivalente a 60.000 sementes. O Derosal Plus é produto de contato e sistêmico a base de Carbendazim e Tiram, utilizado no tratamento de semente de milho para o controle de Aspergillus flavus, Fusarium moniliforme, Helminthosporium maydis e Penicillium oxalicum na dosagem de 200 a 300 ml para cada 100 kg de sementes. Em alguns casos também é feita a adição de produtos com micronutrientes, no caso do milho o produto utilizado juntamente com o tratamento de sementes foi o 34 Maxi Zinc. Esse produto é a base de zinco, sendo encontrado na forma de suspensão concentrada. Figura 7: Semeadura de milho, Pato Branco, 2011. No momento da semeadura é preciso estar atendo para a população adequada de plantas, que é variável conforme o híbrido e sua capacidade de compensação em produção, ou seja, existem híbridos que mesmo em populações mais baixas alcançam elevadas produtividades, ao passo que outros necessitam ter uma população maior para obter o mesmo resultado. Neste sentido também é necessário que seja feito os cálculos corretos da população de plantas e sua distribuição na área (Figura 8). Atualmente tem-se utilizado na maior parte das lavouras da região o espaçamento reduzido de 0,5 metros entre linhas. Contudo há agricultores que utilizam espaçamentos de 0,8 a 0,9 metros entrelinhas, demonstrando desta forma a necessidade e a importância da correta distribuição das plantas na linha de semeadura, garantido uma população compatível e adequada ao híbrido que está sendo implantado na lavoura. 35 Figura 8: Verificação de distribuição e contagem de sementes de milho, Pato Branco, 2011. Outro ponto importante a ser avaliado no momento de implantação da lavoura é a escolha de discos e anéis compatíveis com a peneira da semente utilizada. A correta escolha desse conjunto promove a distribuição eficiente e homogênea das plantas na área, evitando que haja falhas na deposição de sementes ou que sejam depositadas mais de uma semente no mesmo local. 2.15 SISTEMA DE TROCA Trata-se de um sistema adotado pela Coopertradição onde o produtor negocia seus gastos com a produção com o próprio produto obtido nas safras, ou seja, seus custos são pagos com base em sacas de produto cultivado. Esse sistema é adotado por boa parte dos cooperantes visto que sua moeda de troca é a produção agrícola. Para a cooperativa, é a certeza de recebimento dos vencimentos financiados e investidos nas lavouras com fertilizantes e defensivos agrícolas fornecidos. 36 Nesta safra, a saca de trigo neste sistema foi negociada a R$ 26,00, pouco acima dos preços médios pagos aos produtores no mercado regional. 37 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS Durante o período de estagio pode-se perceber o empenho por parte dos técnicos da Cooperativa para a correta implantação da cultura com a regulagem das semeadoras, acompanhamento e avaliação do estande. Não houve problemas relevantes com pragas na cultura, havendo em alguns casos de pulgão, percevejo e lagartas. As doenças que tiveram maior incidência foram as manchas foliares, até a fase de elongação do colmo, seguido de oídio em algumas lavouras, principalmente de cultivares suscetíveis a doença e ferrugem no início de formação de espigas e enchimento de grão. As aplicações de defensivos (fungicidas e inseticidas), de modo geral foram realizadas preventivamente e com base no tempo cronológico. No controle de plantas daninhas observa-se uma dependência de determinados herbicidas principalmente no que se refere ao controle de azevém. Também pôde-se verificar a presença de algumas áreas com azevém resistente ao herbicida glifosato. O estagio curricular realizado na Coopertradição promoveu a complementação do conhecimento teórico adquirido durante o curso de Agronomia com o conhecimento e as experiências práticas dos profissionais atuantes na assistência técnica da Cooperativa. Desta forma pôde-se comprovar a importância de profissionais capacitados e cada vez mais técnicos para o exercício da profissão a fim de obter elevadas produtividades com custos plausíveis. E ainda, de promover a conservação do meio ambiente através do uso correto e consciente dos defensivos agrícolas, promovendo a sustentabilidade econômica e ambiental da atividade agrícola. 38 REFERÊNCIAS BISSANI, Carlos Alberto et al. Fertilidade dos solos e manejo das culturas. Porto Alegre: Metrópole, 2008. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Projeções do Agronegócio : Brasil 2009/2010 a 2019/2020 / Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Assessoria de Gestão Estratégica. Brasília: Mapa/ACS, 2010. 76 p. COSTA, Rosane Rodrigues et al. RESISTÊNCIA Induzida em Trigo ao Pulgão Schizaphis Graminum (Rondani, 1852) (HEMIPTERA: APHIDIDAE) POR SILÍCIO E ACIBENZOLAR-S-METHYL. Ciênc. agrotec., Lavras, v. 31, n. 2, p. 393-397, mar./abr., 2007 CHRISTOFFOLETI, Pedro Jacob. Aspectos de Resistência de Plantas Daninhas a Herbicidas. 3 ed. Piracicaba: Associação Brasileira de Ação à Resistência de Plantas Daninhas – HRAC-BR, 2008. 120 p. COOPERTRADIÇÃO. 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