Goffman e o interacionismo simbólico – Primeira parte

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Goffman e o interacionismo
simbólico – Primeira parte
Por Cristiano Bodart
Erving Goffman ficou mais conhecido pela metáfora do teatro,
que foi sua primeira etapa de desenvolvimento acadêmico.
O termo Interação simbólica foi criado por Hebert Blumer, cuja
teoria tem como ênfase a simbologia da interação.
Os Pontos principais do interacionismo simbólico (mais
geral)são: os
atores agem em função do sentido que os indivíduos dão à ação,
a qual é reciprocamente orientada; O sentindo nunca é
independente da interação; As interações ocorrem por meio de
uma lógica própria.
Nessa teoria, a “sociedade” é mais um processo do que
estrutura – as regras da estrutura social não determinam as
ações – apontando para uma microssociologia.
Há uma atenção na “ação/interação” e não na ordem social, ou
seja, presa pelo estudo da ordem da interação, sendo as
relações face à face privilegiadas.
Para essa teoria cabe a sociologia estudar (procedimentos) os
arranjos que os indivíduos usam para se colocarem em
interação.
Grosso modo, o interacionismo simbólico caracteriza-se como
uma abordagem que busca se distanciar da análise que use
qualquer entidade coletiva.
Goffman, contrariamente a ideia de Blumer, acredita que as
estruturas influenciam sim as ações sociais, embora não seja
um ponto central em sua obra. Para dar conta dessa observação
desenvolveu posteriormente a ideia de “quadros”.
Contrariamente, na etnometodologia, desenvolvida por Harold
Garfinkel, entende que não existe nenhuma influencia da
estrutura nas relações sociais. Acredita que é possível
explicar a realidade social pela observação da interação (ver
“a clausula da reticência” de Garfinkel, onde a fala tem a
função de manter a comunicação e não necessariamente
trocar informação).
Goffman se afasta do interacionismo simbólico por acreditar
que há uma pré-figuração nas ações sociais, marcada pela
estrutura. Existe, para ele, duas ordem: a ordem social e a
ordem da interação.
Para o Garfinkel a ordem da interação independe da ordem
social. Goffman, embora afirme que a sociologia deveria focar
na ordem da interação, acredita que esta está em parte
configurada pela ordem social. Para Garfinkel são as ações
que determinam a estrutura e não o inverso.
O Goffman reconhece que o foco deve estar na ordem da
interação, mas que não se pode descartar a ordem social,
buscando compreender que tipo de relação há e cada caso
(Quadro da Interação – as situações não são sempre iguais,
pois os quadros não são sempre os mesmos – os quadro faz com
que haja um pré-agenciamento).
Exemplo: os indivíduos ao participarem de uma reunião sabem,
por
experiências
anteriores,
qual
o
quadro
(estrutura, regras… pré-existentes) existente. Assim projetam
suas ações. Claro que muitas vezes ocorrem fenômenos novos e
não esperados, os quais se sobrepõem ao quadro.
Assim como no teatro existem toda a estrutura previamente
construída e os atores buscam seguir o scrípt, mas que a cada
apresentação alguns elementos novos inesperados acabam
aparecendo.
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Segunda parte
Terceira parte
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