Câncer Uterino Câncer de Colo Uterino (cérvice): mortalidade reduzida pelo Papanicolaou (exame preventivo). É a principal forma de câncer ginecológico em países subdesenvolvidos. FATORES DE RISCO Nível socioeconômico mais baixo Mulheres com início precoce da atividade sexual (<16) Múltiplos parceiros sexuais (>5) Fumantes Infecção não complicada do trato genital inferior pelo HPV e atipia condilomatosa ETIOLOGIA: HPV (16, 18, 33, 35, 36) EVOLUÇÃO: Neoplasia intra-epitelial cervical epidermóide (SIL) de baixo grau SIL de alto grau Ca in situ Ca cervical invasivo A) EXTENSÃO LOCAL (tumor altamente localizado) Estruturas pélvicas, vagina, paramétrios, linfonodos pévicos Parede pélvica, bexiga, reto, linfonodos para-aórticos e supra-diafragmáticos B) DISSEMINAÇÃO HEMATOGÊNICA (rara) Pulmão, fígado e ossos Raros: Cérebro e pele PADRÃO HISTOLÓGICO: Ca in situ Ca invasivo Epidermóides / escamoso (80%) Adenocarcinoma (10-15%) Adenoepidermóides / misto(2-5%) Mesonéfricos de cel. claras (1-2%) SINAIS E SINTOMAS: Sangramento anormal ou manchas de sangue pós coito Sangramento intermenstrual ou menstrual proeminente Corrimento vaginal amarelado – odor fétido Dor lombossacra, tenesmo Sintomas urinários (urêmicos, por compressão do ureter) A morte natural da paciente é por hidronefrose bilateral (compressão precoce) Massa pélvica Linfedema das extremidades Sintomas de metástases em casos avançados EXAMES DIAGNÓSTICOS: Teste de Schiller – célula tumoral não se cora pelo iodo (positivo se não corar) Preventivo – (Papanicolaou) – 2 consecutivos/ano (após início da vida sexual ou >20 anos) Citológico: Maior sensibilidade para lesões precoces (do que formas invasivas ou proliferativas - inflamação, necrose e hemorragia podem causar falsos-negativos no esfregaço) Colposcopia – visualização aumentada da vagina e colo do útero Biópsia cervical - pode ser guiada por colposcopia (ácido acético deixa áreas anormais esbranquiçadas). Indicação: NIC de alto grau ou exame preventivo francamente maligno Biópsia em cone / Conização – retirada de fragmento em forma de cone (diagnóstica ou curativa – quando Ca in situ) Curetagem endocervical – raspagem de amostras do endométrio ESTADIAMENTO: clínico/ginecológico + exame pélvico com citoscopia e proctoscopia. Pode ser necessário: RX (tórax), TC, RM, urografia excretora, retossigmoideoscopia, pielografias IV FATORES PROGNÓSTICOS: Tamanho do tumor primário Grau de diferenciação celular Presença de comprometimento linfonodal TRATAMENTO: Estágio 0 (in situ) – histerectomia abdominal/vaginal, biópsia em cone ou crioterapia/laser Estágio I-IIA (restrita à cervice) – histerect. radical com linfanedectomia + RT (pós cirurgia) Estágios IIB-IVA – RT radical primariamente, drogas radiomiméticas (cisplatina), poliquismo neoadjuvante, exenteração pélvica (recorrência ou falha RT) – remoção da bexiga, uretra, útero, ovários, vagina, tubas uterinas, reto, ânus, cérvice, vulva. Estágio IV-B – BIP, Vironelbina, Taxóides Linfanedectomia retroperitoneal não é de rotina Doença local avançada (IIB e IVA) – RT + QT (reduz risco de recorrência) QT – doença avançada irressecável ou recorrente COMPLICAÇÕES DA CIRURGIA: Atonia cervical (incontinência) Infecção Fistulas uterovaginal/vesicovaginal Embolia pulmonar Obstrução ureteral Disfunção sexual COMPLICAÇÕES DA RADIOTERAPIA: Cistite/proctite Enterite Reações cutâneas Fibrose/estenose vaginal/cervical Disfunção sexual Dispareunia (dor durante a relação sexual) Perda de função ovariana Fístulas/obstrução intestinal e ureteral PREVENÇÃO: Vacina contra o HPV Uso de preservativos