contribuições do processo de enfermagem para a

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Trabalho 54 - 1/4
CONTRIBUIÇÕES DO PROCESSO DE ENFERMAGEM PARA A
QUALIDADE DA ASSISTÊNCIA AO PACIENTE
Débora Lara Couto1
Jaqueline Marques Lara Barata2
A Enfermagem, atualmente, vem se apropriando da importância de se pesquisar
para construir o saber e para tornar único o fazer desta profissão. Isso só foi possível a
partir da percepção da necessidade de desenvolver conhecimentos específicos, através
de teorias próprias, que mais tarde contribuiram para desmembrar o modelo biomédico
do cuidado, centrado na doença, e fortalecer o cuidado individualizado e holístico, que
considera o indivíduo e suas esferas biológica, psicológica, social e espiritual. Baseado
neste contexto, a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) vem se
apresentando como uma possibilidade de uma prática científica na profissão, que
viabiliza os conhecimentos técnico-científicos para o cuidado. Segundo Amante,
Rossetto e Schneider (2009), a resolução do Conselho Federal de Enfermagem
(COFEN) define a SAE como atividade privativa do enfermeiro que busca identificar
as situações saúde/doença dos indivíduos por meio da utilização de um método e de
uma sequência de trabalho científicos que irão embasar os cuidados de enfermagem
contribuindo para a promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde dos
indivíduos. Além disso, os mesmos autores completam a necessidade e relevância da
SAE para que o enfermeiro possa gerenciar e desenvolver uma assistência competente,
organizada, segura e dinâmica. O Processo de Enfermagem (PE), inserido nessa
sistematização e composto atualmente por cinco etapas, proporciona ações organizadas
e sistematizadas para o atendimento de Enfermagem, e é definido por Cunha e Barros
(2005) como sendo um método utilizado na prática clínica para sistematizar a
assistência de enfermagem, de modo que a tomada de decisões é feita de forma
deliberada, com base nos passos do método científico. As etapas deste processo
compreendem: investigação, diagnóstico, planejamento, implementação e avaliação. A
primeira etapa consiste em uma anamnese detalhada que reune dados da história do
1. Acadêmica do quinto período de Enfermagem da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais,
Campus Coração Eucarístico – [email protected] – Rua Coronel José Benjamin, 1263/102,
Bairro Padre Eustáquio, Belo Horizonte, Minas Gerais, CEP: 30720430.
2. Mestre em Enfermagem, coordenadora do curso de graduação em Enfermagem da Pontifícia
universidade Católica de Minas Gerais – Campus Coração Eucarístico e docente da disciplina Educação
em saúde – [email protected] – Rua Cônsul Walter, 340/301, Bairro Buritis, Belo Horizonte, Minas
Gerais, CEP: 30575140
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paciente, os quais permitem um julgamento clínico das respostas e necessidades do
mesmo, o que constitui a segunda etapa do processo. A partir da definição do
diagnóstico, planeja-se as ações de enfermagem baseando-se em justificativas
científicas e na história do paciente e definindo um resultado esperado (planejamento),
para então prescrever cuidados visando minimizar riscos e prevenir agravos baseado
nas prioridades detectadas durante a elaboração dos diagnósticos (intervenção). Faz-se
importante a avaliação dos cuidados prescritos e do alcance ou falha dos resultados
esperados para que se obtenha um impacto positivo ou negativo da assistência prestada
e para que se possa melhorar a qualidade da mesma. De acordo com Amante, Rossetto e
Schneider (2009), compreende-se que a SAE deve ser baseada em uma teoria específica
que seja do conhecimento de todos os profissionais da instituição que realizam o
cuidado, e que esta deve estar ajustada conforme as possibilidades de cada instituição
(número de funcionários, horas semanais de serviço, dentre outros). No entanto, essa
metodologia do cuidado ainda encontra obstáculos e dificuldade para sua efetiva
implementação devido a várias razões, inclusive: falta de conhecimento e prática na
ralização da SAE; tempo para se dedicar à implementação; sobrecarga de trabalho; e
número insuficiente de profissionais. Diante disso, este estudo foi desenvolvido com o
objetivo de analizar as contribuições do Processo de Enfermagem para a assistência de
Enfermagem, e como essa sistematização do cuidado pode beneficiar o paciente. Tratase de uma pesquisa bibliográfica, realizada por uma discente do 5º período do curso de
Enfermagem da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, em que foi utilizada
a Biblioteca Virtual em Saúde (BIREME <www.bireme.br>), utilizando-se como
descritores “cuidados de enfermagem”, “processos de enfermagem”, “planejamento de
assistência ao paciente” e “pesquisa em enfermagem”. Como critérios de inclusão
foram considerados o idioma português, período de 2005 a 2010 e pesquisa realizada
com humanos. A partir de 48 artigos encontrados, foram selecionados para a leitura na
íntegra aqueles que atenderam aos critérios de inclusão, e já aqueles que não
mantiveram relação com a linha de pesquisa do presente estudo, foram excluídos da
análise. Os resultados apontaram que a metodologia da assistência permite conhecer as
reais necessidades de cada paciente e, consequentemente, prestar cuidados
1. Acadêmica do quinto período de Enfermagem da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais,
Campus Coração Eucarístico – [email protected] – Rua Coronel José Benjamin, 1263/102,
Bairro Padre Eustáquio, Belo Horizonte, Minas Gerais, CEP: 30720430.
2. Mestre em Enfermagem, coordenadora do curso de graduação em Enfermagem da Pontifícia
universidade Católica de Minas Gerais – Campus Coração Eucarístico e docente da disciplina Educação
em saúde – [email protected] – Rua Cônsul Walter, 340/301, Bairro Buritis, Belo Horizonte, Minas
Gerais, CEP: 30575140
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individualizados de forma integral. Como benefícios do Processo de Enfermagem
foram citados por Amante, Rossetto e Schneider (2009), a redução da incidência e
tempo das internações hospitalares na medida em que agiliza o diagnóstico e o
tratamento de problemas de saúde; criação de um plano de eficácia de custos; melhora
da comunicação entre a equipe, prevenindo erros e repetições desnecessárias; e a
elaboração de cuidados ao indivíduo, e não apenas para a doença. Além disso, a interrelação das cinco etapas do Processo de Enfermagem (investigação, diagnóstico,
planejamento, implementação e avaliação) reduz a possibilidade de uma coleta
inadequada de dados, a qual
leva a uma interpretação errônea dos problemas
apresentados e consequentemente a um planejamento de ações inapropriado. É
importante ressaltar que o não conhecimento das necessidades do indivíduo interfere
negativamente na interação paciente-enfermeiro, dificultando o vínculo de confiança
entre os mesmos. O conhecimento é uma ferramenta fundamental para a atuação destes
profissionais, pois confere aos mesmos segurança na tomada de decisões relacionadas
ao paciente, à equipe e às atividades administrativas da unidade, e além disso,
complementa as habilidades e atitudes necessárias para as suas ações.
Os resultados apontam ainda que um dos problemas decorrentes da não sistematização
da assistência é a desorganização do serviço, que engloba a falta de padronização dos
procedimentos; a inexistência de normas e rotinas; o fazer individual de cada
profissional de acordo com seus pensamentos, sem seguir preceitos teóricos; o desgaste
de recursos humanos; a perda de tempo; a desvalorização do profissional enfermeiro;
entre outros.
Torna-se clara a importância do papel da Enfermagem na assistência e
sua implicação na qualidade desta, o que nos faz refletir acerca do fazer atual do
enfermeiro e da construção de sua imagem, que interfere diretamente na visibilidade
social da profissão. A partir deste estudo ficam evidenciados a contribuição e os
benefícios do Processo de Enfermagem para a assistência destes profissionais ao
paciente, visto que o planejamento e a organização das ações permite tanto modelar o
cuidado de acordo com as necessidades de cada indivíduo, quanto estabelecer maior
interação na relação enfermeiro-paciente, modificando o saber e o fazer dessa profissão,
de modo que os mesmos sejam direcionados para o cuidado integral e holístico.
1. Acadêmica do quinto período de Enfermagem da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais,
Campus Coração Eucarístico – [email protected] – Rua Coronel José Benjamin, 1263/102,
Bairro Padre Eustáquio, Belo Horizonte, Minas Gerais, CEP: 30720430.
2. Mestre em Enfermagem, coordenadora do curso de graduação em Enfermagem da Pontifícia
universidade Católica de Minas Gerais – Campus Coração Eucarístico e docente da disciplina Educação
em saúde – [email protected] – Rua Cônsul Walter, 340/301, Bairro Buritis, Belo Horizonte, Minas
Gerais, CEP: 30575140
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Trabalho 54 - 4/4
Palavras-chave: cuidados de enfermagem; processos de enfermagem; planejamento de
assistência ao paciente.
Área temática: Sistematização da Assistência de Enfermagem na Atenção à Saúde ao
indivíduo nas diferentes fases da vida
REFERÊNCIAS
Cunha SMB da, Barros ALBL. Análise da implementação da Sistematização da
Assistência de Enfermagem, segundo o Modelo Conceitual de Horta. Rev Bras Enferm
2005 set-out; 58(5):568-72.
Amante LN, Rossetto AP, Schneider DG. Sistematização da Assistência de
Enfermagem em Unidade de Terapia Intensiva sustentada pela Teoria de Wanda Horta.
Rev Esc Enferm USP 2009; 43(1):54-64.
Andrade JS de, Vieira MJ. Prática assistencial de enfermagem: problemas, perspectivas
e necessidade de sistematização. Rev Bras Enferm 2005 maio-jun; 58(3):261-5.
1. Acadêmica do quinto período de Enfermagem da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais,
Campus Coração Eucarístico – [email protected] – Rua Coronel José Benjamin, 1263/102,
Bairro Padre Eustáquio, Belo Horizonte, Minas Gerais, CEP: 30720430.
2. Mestre em Enfermagem, coordenadora do curso de graduação em Enfermagem da Pontifícia
universidade Católica de Minas Gerais – Campus Coração Eucarístico e docente da disciplina Educação
em saúde – [email protected] – Rua Cônsul Walter, 340/301, Bairro Buritis, Belo Horizonte, Minas
Gerais, CEP: 30575140
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