PRINCIPAIS AGENTES ETIOLÓGICOS BACTERIANOS DE AFECÇÕES TEGUMENTARES DE CÃES E GATOS ATENDIDOS PELO HOSPITAL VETERINÁRIO DA UEL E SEU PERFIL DE RESISTÊNCIA A AGENTES ANTIBACTERIANOS Martins, R.R.1; Marchi, M.N.A.1; Alves, L.A.2; Teixeira, S.K.R.2; Oliveira, H.2; Pereira, P.M.1, Pereira U. P.2* 1 Departamento de Clínicas, Universidade Estadual de Londrina, Paraná, Brasil. 2 Departamento de Medicina Veterinária Preventiva, Universidade Estadual de Londrina, Paraná, Brasil. *e-mail: [email protected] Afecções tegumentares bacterianas são importantes na clínica de pequenos animais, por isso a resistência antimicrobiana, que vem aumentando, é uma grande preocupação. O uso impróprio e abusivo de antimicrobianos de amplo espectro sem a certeza da real necessidade, já que a realização da cultura e antibiograma, muitas vezes negligenciada, é uma das principais causas do insucesso no tratamento. Isso favorece o surgimento e seleção de bactérias resistentes tornando-se um problema de saúde pública. Este trabalho teve como objetivo avaliar retrospectivamente o perfil de resistência antimicrobiana in vitro de isolados bacterianos de pele de cães e gatos atendidos na rotina hospitalar do HV-UEL, de janeiro de 2015 a abril de 2016, por consultas aos livros de registro do Laboratório de Microbiologia do DMVP-UEL. As amostras foram coletadas por swab estéril, semeadas em caldo BHI e posteriormente em ágar sangue (pH 7,2-7,4). A identificação dos microrganismos ocorreu 18 e 24 horas pós incubação segundo características de cultivo, morfológicas, tintoriais e bioquímicas. Seguiu-se o teste de susceptibilidade a antimicrobianos por difusão de discos em ágar, selecionados de acordo com os tratamentos rotineiros. O antibiograma foi realizado e interpretado de acordo com Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI 2012). Identificou-se um total de 75 isolados bacterianos de 66 animais com lesões cutâneas, sendo 57 cães e nove gatos. Houve crescimento de mais de uma bactéria em 12 amostras, e em duas delas, três agentes bacterianos. Os mais frequentes foram Staphylococcus spp. (50%), Proteus spp. (16,6%) e Streptococcus spp. (13,6%), E. coli (6%) e Pseudomonas spp. (4,5%). Em 9% dos animais não houve crescimento bacteriano, e isto pode ser devido a estarem sendo medicados previamente com algum agente antibacteriano. Os antimicrobianos testados que apresentaram melhor eficácia foram: gentamicina (83,6%), ceftiofur (83,3%), ciprofloxacina (74,3%), cefalexina (65,3%) e amoxicilina + ácido clavulânico (63,1%). Os outros testados apresentaram eficácia inferior a 50%. Conclui-se que antimicrobianos não devem ser usados empiricamente, pois a realização prévia de cultura bacteriana e antibiograma diminui os riscos de selecionar bactérias resistentes, evitando possíveis falhas terapêuticas. Palavras-chaves: pequenos animais, tecido cutâneo, antimicrobianos, eficácia. Área de conhecimento: Microbiologia Animal