Políticas de Utilização de Antimicrobianos

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MINISTÉRIO DA SAÚDE
HOSPITAL FEDERAL DE BONSUCESSO
COMISSÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR
11/12/2000 – revisada em 20/03/2010
ROTINA G 4
POLÍTICAS DE UTILIZAÇÃO
DE ANTIMICROBIANOS NO HGB
Esclarecemos que a CCIH não determina a terapia antimicrobiana dos pacientes deste
hospital, estando esta sob a responsabilidade única do médico assistente. No entanto,
temos o dever e o interesse em colaborar para otimizar as prescrições, visando a
controle das infecções hospitalares e ao mesmo tempo, a melhor escolha terapêutica
para o paciente.
Princípios Gerais de Uso de Antimicrobianos:
(1)
Restringir os antimicrobianos ao tempo mínimo necessário para uma terapia
efetiva;
(2)
Ao iniciar tratamento empírico, considerar o padrão de susceptibilidade dos
patógenos nosocomiais do HGB;
(3)
Evitar o uso redundante de antimicrobianos visando o mesmo agente, exceto em
situações específicas, discutidas com a CCIH;
(4)
Restringir o uso de determinados agentes antimicrobianos a situações
selecionadas, devido a toxicidade (ex: anfotericina B, vancomicina),
desenvolvimento de resistência (ex: cefalosporinas de terceira geração,
carbapenêmicos) e custo elevado (ex: linezolida);
(5)
Levar em consideração as co-morbidades do paciente, história de alergia, e os
potenciais paraefeitos e interações medicamentosas da(s) droga(s);
(6)
Usar antimicrobianos com boa penetração tecidual no sítio da infecção vigente.
(7)
Colher espécimes clínicos para cultura antes de começar os tratamentos
empíricos, e ajustá-los após o resultado.
(8)
Se possível, aguardar resultados de cultura e teste de susceptibilidade para o
início de antibioterapia.
(9)
Seguir as orientações da CCIH para o uso de antimicrobianos, especialmente em
terapia empírica;
(10)
Uma vez identificado o agente, reduzir o espectro, a toxicidade e o custo;
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Princípios específicos:
1) Os fatores que podem influenciar a escolha do antimicrobiano são: localização e
natureza da infecção (farmacocinética), porta de entrada, idade, história de alergia,
gravidez, aleitamento, germes esperados para a infecção em questão, função renal e
hepática, capacidade de indução/seleção de resistência, uso prévio de
antimicrobianos, internações recentes, grau de estabilidade clínica do paciente,
medicações concomitantes, potência microbiológica (farmacodinâmica), possíveis
efeitos colaterais, e por fim, o custo dos antibióticos;
2) Deve-se preferir terapia única à terapia combinada, exceto em situações de
comprovada eficácia ou situações em que se necessita ampliar espectro, reduzir
toxicidade ou quando a terapia combinada é comprovadamente mais eficaz (ex:
endocrdite);
3) Preferir a via oral em detrimento da via venosa, quando não houver contraindicações à primeira, levando-se em conta biodisponibilidade versus gravidade;
4) Preferir dose única diária para aminoglicosídeos, exceto em endocardite e
osteomielite;
5) Utilizar antibióticos em dose plena para o tratamento de infecções graves e/ou
localizadas em sítios de difícil penetração, ex.: osteomielite, infecções do SNC,
abscessos viscerais;
6) Evitar o uso de antimicrobianos em gestantes. Quando indicado, preferir penicilinas
e cefalosporinas. Consultar para o uso de outras classes;
7) Corrigir doses de acordo com o cálculo do clearance de creatinina.
8) Pacientes que não respondem ou pioram com a terapia inicial, reavaliar o
diagnóstico de quadro infeccioso. Se infecção, considerar problemas com o
hospedeiro (fatores locais: coleção, corpo estranho, obstrução), com o
antimicrobiano (erro na indicação, dose, via, penetração, intervalo, problemas na
administração ou interação medicamentosa), ou com o microrganismo (outros
microrganismos: fungo, vírus, micobactérias; desenvolvimento de resistência ou
super infecção);
9) Evitar-se o uso das cefalosporinas de terceira geração (ex: ceftriaxona e, em
especial, ceftazidima), por serem fortes indutores de resistência bacteriana;
10) Restringir o uso de ampicilina-subactam por ser a única penicilina com inibidor de
β-lactamase com atividade contra Acinetobacter spp.;
11) Estimular o uso de cefepime ou de penicilinas com inibidor de β-lactamase numa
etapa prévia a utilização dos carbapenêmicos. Estes últimos são fortes indutores de
resistência e praticamente a última arma terapêutica, mais efetiva, em infecções
hospitalares por gram-negativo;
12) Evitar o uso indiscriminado de imipenem e meropenem exercerem pressão seletiva
sobre Pseudomonas spp. e Acinetobacter spp. multirresistentes, preferindo o
ertapenem, para demais gram-negativos que requeiram uso de carbapenêmico.
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13) Restringir o uso indiscriminado de glicopeptídeos por ser a melhor opção para
MRSA e devido ao potencial de desenvolvimento de cepas de Enterococcus spp. e
Staphylococcus spp. resistente ou intermediário a vancomicina;
14) Preferir a utilização de teicoplanina em caso de função renal limítrofe.
15) Preferir vancomicina em detrimento da teicoplanina nas demais situações, inclusive
em paciente com IRC em diálise sem perspectiva de recuperação renal.
16) Preferir para o tratamento empírico de pneumonia bacteriana comunitária os
seguintes antimicrobianos: cefuroxima, amoxacilina-clavulanato, azitromicina e
ceftriaxone ou levofloxacino, levando-se em conta a história clínica, gravidade,
gram do escarro e padrão radiológico. Para o tratamento de atípicos associar aos βlactâmicos o macrolídeo (azitromicina ou claritromicina);
17) NÂO USAR QUINOLONA em tratamento empírico de pneumonia quando houver
possibilidade de tuberculose, pois pode ocasionar escarro falso-negativo para
BAAR.
18) Evitar o uso de ofloxacina para o tratamento de outras infecções que não
tuberculose.
19) Os seguintes antimicrobianos devem ser discutidos com a CCIH ao serem
prescritos: tigeciclina, linezolida, polimixina B e daptomicina.
20) A profilaxia antibiótica para procedimentos cirúrgicos deve ser feita por no máximo
24h, com a exceção de Cirurgia Cardíaca, onde se admite até 48h.
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