1.Classificação INPE-COM.10/PE 2.Periodo buição: 4.Critério de

Propaganda
1.Classificação INPE-COM.10/PE
4.Critério de Distribuição:
2.Periodo
C.D.U.-550.8+581:621.38SR(815.1)
'4
3.Palavras Chave (selecionadas pelo autor)
Zinco
Geobotanica
Sensoriamento Remoto
Prospecção Mineral
externa
6.Data
5.Relat6rio n9
interna
INPE-951 -PR/042
H
i?
outubro de 1976
ene
00.4.4
níp o Novaes
9.Autorizado por -
8.Titulo e Sub Titulo
-
SENSORIAMENTO REMOTO APLICADO A PROSPECÇÃO DE
MINERAIS DE ZINCO NO GRUPO BAMBU!, BASEADO EM
ESTUDOS GEOBOTAANICOS
Código 422
10.Setor sag
ri
12.Autoria Flavio Soares do Nascimento
Sherry Chou Chen
Nelson de Jesus Parada
iretor
d 11.N9 de cópias 10
14.N9 de paginas 25
15.Preço
13.Assinatura Responsãvel,it gitiii, \PRA)
16.5umãrio/Notas
Estudos de Geobotãnica e Semsoriamento Remoto são feitos nas
Serras Poço Verde, Sucuri e Ouro Podre e proximidades, localizadas na
cidade de Vazante no Estado de Minas Gerais.
Os estudes de geobotiMica e análises qutimicas de plantas
e
solos, indicaram a existincia de zonas mineralizadas em zinco.
A separação da zona mineralizada é feita em transparincias po
sitivas do filme infravermelho colorido, nas escalas 1:15.000 e
1:30.000.
As fotografias aéreas preto e brancoebtidas com filme pan cromático, usando filtro vermelho e transparencias multiespectrais I%
(International Imaging Systems), são utilizadas para " interpretação
geológica na regiao.
Trabalho a ser apresentado no XXIX Congresso Brasileiro
Ouro Preto - MG de 29-10 a 5-11-76.
de Geologia -
17.0bservações
INDICE
I - INTRODUÇÃO
1
1,1 - GENERALIDADES
1
1.2 - OBJETIVO
4
1.3 - AREA TESTE
4
II - GEOLOGIA DA ÁREA
6
III - METODOLOGIA
7
III.1 - COLETA DE DADOS DE SENSORES FOTOGRÁFICOS
7
111.2 - COLETA DE DADOS PARA ANÁLISE QuImIcA DE PLANTAS E SOLOS
8
IV - ANALISE DOS RESULTADOS
11
IV.1 - SENSORES FOTOGRÁFICOS
11
1V.2 - ANALISE QUIMICA DE PLANTAS E SOLOS
15
IV.3 - ANÁLISE ANATÔMICA DE PLANTAS
17
V - CONCLUSOES
21
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
22
ABSTRACT
A geobotanical and geological study using remote sensing techniques
of the areas: Poço Verde, Sucuri and Ouro Podre, around the Vazante City in the
State of Minas Gerais were carried out.
The vegetation distribution and the chemical analysis of the
plant and sou l indicated the locations of zinc mineralized area.
The mineralized zones were delineated on the color infrared trans
parency at the scale of 1:15,000 and 1:30,000.
The black and white aerial photographs using pancromatic film
2
with red filter and the I S (International Imaging Systems)multispectral transparency were used for the geological interpretation of the study area.
-iv-
1
- INTRODUÇA0
1.1 - GENERALIDADES
Nos 'últimos anos, estudos utilizando a tgcnica de sensoliamen
to remoto, para detecção de anomalias geobotgnicas na prospecção mineral,
tem
causado considerãvel interesse. Essas tgcnicas sio baseadas na suposição de
que o sistema radicular, da vegetação, age como um poderoso mecanismo de amostragem, que pode penetrar atg a rocha e encontrar zonas de anomalias georgmicas. Se o ion metal se encontrar em solução, no solo, e disponível, park pene
trar no sistema de circulação da planta atravgs da extremidade da raiz, por
reação de troca de cations (Fig. I.1).
Para a nutrição e o crescimento normal da planta, g necessgria
uma mínima quantidade de todos os íons metais. Uma quantidade em excesso, no
suprimento nutricional, pode causar mudanças fisiolOgicas ou morfol6gicas nas
plantas (Tabela I.1).
O efeito tOxico dos metais, acumulados nas superfícies
solos, atravgs do ciclo biogeoquimico, (Fig.I.2), pode perturbar o
distribuição normal das plantas, na região de
mineralização,
dos
padrie de
devido ã tolergn
cia toxidade do metal, para cada variedade de planta.
As
plantas, que podem suportar altas concentrações de retais,
grupam-se em três categorias:
- Plantas acumuladoras, que crescem somente em alguns soloS
e
absorvem grande. quantidade de Tons metais, quando enraizadas
em zonas mineralizadas. Uma planta acumuladora ideal aquela que esti largamente distribuída e na qual o tecido da
planta contam o elemento característico, proporcionai quan
tidade de minerais no solo e em quantidadesfacilmente deter
minadas analiticamente.
2
Radicela
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Fig. 1.1 - Processo de penetraçio do Ton metal no
Sistema de circulaçao da planta.
Processo
Horizontesde solo
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ÁscensSo de metais na
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serem incorporados aos
tecidos da plantas.
Metais que retornam o
superticie do solo
,
quando folhas e outros
partes da planta seCarn e coem.
Alguns melais relidos
no horizonte h umico.
Poucos ou nenhuma
depositais no horizonte
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Fig. 1.2 - Ciclo blogeootamico.
Leito rochoso
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- Plantas indicadoras, que crescem somente em solos diretamen
te acima dos depOsitos minerais. Elas podem ter ou não o ele
mento característico no seu tecido.
- Plantas transformadoras, não
sO
capazes de tornar aproveitá
veis os compostos de metais insolGveis, mas também de retorná-los ã superfície do solo.
Essas três categorias de plantas são úteis para a prospecção
mineral
O Sensoriamento Remoto de plantas afetadas por metais, ou
o
padrão de distribuição de vegetação, fornecem informaçães geoquimicas concernentes ã localização de depésitos minerais, em áreas de difícil acesso.
Os métodos botimicos, mais sistemáticos, apareceram a partir
de 1950 na U.R.S.S., França e E.U.A.. Mais recentemente, experimentos investigando mudanças de reflectincia na vegetação afetada por metais, tem contribuído na pesquisa dos depOsitos minerais.
1.2 -
OBJETIVO
O objetivo deste trabalho é avaliar as técnicas de sensoriamen
to remoto, no reconhecimento e estudo de comunidades de plantas e feiçães geolAgicas que auxiliem a prospecção mineral.
1.3 - ÁREA TESTE
A 5rea escolhida para avaliação das técnicas de sensoriamento
remoto abrange as Serras Lapa Nova, Poço Verde, Sucuri, Ouro Podre e proximidades (fig. 1.3). Localiza-se a NE da cidade de Vazante, no Estado de Minas
Gerais, Brasil.
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ESCALA I: 11.000.000
Fig. 1.3 - Localização da Ârea Teste.
6
II - GEOLOGIA DA ÁREA
As rochas predominantes, na área, são de natureza pelitica-car
bonática, sendo essencialmente calcários dolomiticos, dolomitos, metassiltitos
e ardê- sias da Formação Paraopeba, do Grupo Bambui.
As rochas carbonãticas variam desde calcário dolomitico
ate
dolomitos puros. O calcário dolomitico é cinza claro, granulometria fina e ãs
vezes silicificados. Os dolomitos tem cor rOsea ou creme, finamente acamados,
bem recristalizados e com veios de calcita, dolomita e quartzo. As
intercala-
ções peliticas nessa sequencia (metassiltitos e ardOsias), quando nas proximi
dades de zonas de falhas, se encontram filonitizados.
Nos calcários dolomiticos, observa-se estruturas estromatoliti
cas atribuídas ã ação biolOgica de algas azul-esverdeadas do Grupo "conoplyton",
indicando, localmente, pequenos biobermas.
Os calcários dolomiticos aparecem em lentes nos metassiltitos
e/ou com intercalações per-alces, refletindo as variações faciolOgicas durante
a sedimentação.
Dardene (1974), explica as variações litolOgicas, relacionadas
ãsfacies existentes, que Mostram um ambiente de Águas rasas, quentes, frequentemente agitadas, onde fases de emersão e subsidencia repetiam-se periodicamen
te, traduzindo a instabilidade de fundo de bacia durante a sedimentação. E que
a dolomitização das rochas calcinas precoce, isto e, penecontemporgneo ã
sedimentação.
As rochas da região sofreram esforços compressivos, de leste
para oeste, mostrando uma tendencia a se alinharem em direção N50E, com mergulhos variando de 20 0 a 40° NW. As rochas peliticas, mais plásticas, estão mais
dobradas do que os dolomitos, que são menos competentes. Os eixos das dobras
tem direções N-S e E-W.
A principal feição tectOnica da ãrea é o falhamento vertical,
de direção N50E com inflexão para N (Serras do Poço Verde, Sucuri, Ouro Podre
7
e Morro de Minas).
As mineralizações mais conhecidas estio ao longo da zona
de
falha; são mineralizações de zinco, onde os dep5sitos superficiais são de mine
rais oxidados (calamina, wilemita, hidrozincita e zincita) e, ãs vezes,afloram
sulfetos de zinco e chumbo (blenda e galena). Aparecem outros minerais associa
dos com o zinco: minerais de chumbo, cobre, prata, e ferro, porgm sem importin
cia econEimica.
As
jazidas da região localizam-se no Morro Lapa Nova, Serra do
Poço Verde e parte da Serra do Sucuri (concessaes da Companhia Mineira de Metais, do Grupo Votorantim), Serra do Ouro Podre e Morro das Minas (concess5es
da M.A.S.A., ex-Companhia Mercantil e Industrial Ingá). A gênese dessas jazidas, alteradas por oxidação, é atribuida ã tect6nica de falhamento e, principalmente, a uma origem primãria singengtica, sedimentar (Amaral, 1968).
III - METODOLOGIA
111.1 - COLETA DE DADOS DE SENSORES FOTOGRAFICOS
No levantamento aerofotogrãfico, realizado pela Aeronave Bandeirante, PP-FXC, do Instituto de Pesquisas Espaciais, durante a estação seca
de julho de 1972, obteve-se transparências positivas em quatro escalas diferen
tes: 1:90.000, 1:60.000, 1:30.000 e 1:15.000.
Foram usadas quatro cãmeras Hasselblad (f=50 mm), simultaneamen
te providas com filmes 70mm Ektachrome MS, Aerochrome IR (falsa cor), com filtro laranja, e Plus-X pancromãtico, com filtros verde e vermelho. O recobrimento com filme IR falsa cor foi restringido ãs Serras Poço Verde, Sucuri e Ouro
Podre e Morrosdas Minas e Lapa Nova, atingindo um míximo de 15 km de extensão.
2
Com o filme pancromãtico, a írea sobrevoada foi de 8,5 por 37,5 km , abragendo
a'cidade de Vazante, Morro Lapa Nova, Serras do Poço Verde, Sucuri e Ouro Podre, Morro das Minas e adjacências.
8
Dois levantamentos aerofotogríficos foram realizados, posterl
ormente, em junho e setembro de 1975, obtendo-se transparências em três escalas diferentes: 1:30.000, 1:10.000 e 1:50.000.
Foi utilizada a cãmera 1 2 5 (International Imaging System), que
é composta de quatro objetivas (f=100mm), com filme Kodak Aerographic 2424 (In
fravermelho preto e branco), sensivel A radiação vis :Nal e Infravermelho (Fig.
III.1). Os filtros são acoplados em cada uma das quatro objetivas, sendo respectivamente Wratten 47B (azul), 57 (verde), 25 (vermelho) e 88A (infraverme lho) (Fig. 111.2).
Na escala 1:30.000, a írea abrangida g, aproximadamente, 12 x
50 km e nas escalas 1:10.000 e 1:5.000 , somente sobre o Morro Lapa Nova e
partes das Serras Poço Verde e Sucuri.
111.2 - COLETA DE DADOS PARA ANALISE QUIMICA DE PLANTAS E SOLOS
Para analise química, de plantas e solos, foram escolhidas amostras na ãrea de Vazante, durante o trabalho de campo preliminar.
Na amostragem obedeceu-se aos seguintes critgrios: Procurou-se
plantas de larga distribuição geogrífica na região, assim como plantas caracte
risticas de locais que continham o minério oxidado. Em cada ponto foram coleta
das amostras de folhas e caules das plantas, como tambgm do solo subjacente. A
locação dos pontos de coleta está no esboço anexo (Fig. 111.3).
111.2.1 - PREPARAÇÃO PARA ANALISE DE ABSORÇÃO ATÔMICA DAS PLANTAS
0,15 g da amostra foi lavada porígua não mineralizada, secada
a 70-80° C, moida e submetida A peneira de 20 mesh.. O material foi misturado
com 10 ml de HNO 3 (puro). Estando a mataria orgãnica parcialmente digerida e o
volume de Acido nítrico reduzido A metade do volume inicial, adicionou-se 2 ml
de Acido perclArico (72%). Por fim juntou-se 100 ml de Agua distilada ao resi
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Fig. 111.3 - LocalizaçÃo dos pontos na grea teste.
ESTRADA
I 2 3 4 5 Km
11
duo, para análise de absorção atOmica, no espectrofotOmetro, dos elementos K,
Ca, Mg, Mn, Zn, Fe e Cu. Enquanto o nitrogênio foi analisado pelo Método Kjel
dahl, o fiSsforo foi determinado por colorimetria.
111.2.2 - PREPARAÇÃO PARA ANALISE DE SOLOS
As amostras de solos foram preparadas para análise de rotina,
no Centro de Estudos de Solos (ESALQ).
Para medida de pH, 20 g de solo foram colocadas em um becker
de 50 ml, com 20 ml de água distilada. Agitou-se várias vezes, durante 10 minu
tos, e deixou-se em repouso, durante 30 minutos, para que as particulas sOlidas
se precipitassem. O pH foi medido por um Hach, modal 2075 pH meter, com o eletrodo imerso num liquido semi-claro da solução.
111.2.3 - PREPARAÇÃO PARA ANALISE
ANATOmicA DAS PLANTAS
As folhas foram fixadas numa solução F.A.A. (formol - ícido alcool) e cortadas em pedaços pequenos, de aproximadamente um centimetro, dos
dois lados da nervura principal. Foram desidratadas com ume série de alcool
lico, embebidas em parafina, tingidas com Delafield's Haematoxylina, e cortadas transversalmente com 10u de espessura. Foram obtidas fotografias com um
FotomicrOmetro American Optics.
IV - ANÁLISE DOS RESULTADOS
IV.1 - SENSORES FOTOGRÁFICOS
Carraro (1972), fornece os seguintes resultados, obtidos
na
fotointerpretação das transparências coloridas, feitas em mesa de luz, com estereoscOpio de bolso.
12
- Filme Ektachrome MS Aerographic
As transparências, na escala 1:15.000 e 1:30.000, tiveram bom
contraste de cor. Devido ã similaridade de resposta espectral da vegetação, na
faixa do visível, não se observaram as diferenças entre as formações geolOgi cas.
As transparências, na escala 1:60.000 e 1:90.000, apresentaram
ã
uma tonalidade azulada, uniforme, em toda extensão, devido, provavelmente,
de
falta de filtro conveniente, fato que se agravou com o aumento da altura
%%à, nestas escalas.
- Filme Aerochrome Infravermelho c/ Filtro Laranja
As
imagens, nas escalas 1:15.000 e 1:30.000, apresentaram
al-
ma qualidade, sendo possível uma fotointerpretação das diferentes formações go
re-
lõgicas. A zona mineralizada doi delimitada pela diferença de cor com as
giões adjacentes. Estes resultados foram, posteriormente, transferidos para
pias de papel das imagens preto e branco e, levadas ao campo, verificou-se que,
sempre que o solo e a vegetação originais estavam conservados, a interpretação
da zona mineralizada, como tal, era verdadeira (Fig. IV.1).
Amaral (1968), mostra que as gramineas Hetepogon villosus Nees,
Paspalum trachyeoleon Steudel e Axonopus chrysodactus Xuhlm, juntamente com o
abusto Gonphrena sp, têm uma afinidade com o minõrio oxidado.
Carraro (1972), em observações de campo, conclui que,
apesar
da Gonphrena sp ter grande afinidade com o minério de zinco, não se desenvolve extensivamente, deixando de ter resOlução espacial suficiente para as escalas 1:30.000 e 1:15.000; por outro lado, a graminea
Esteropogon villosusNees
parece ser a mais significativa, por se desenvolver mais extensivamente sobre
a zona mineralizada.
O Manual de Sensores Remotos (ASP. 1975) indica o uso de filme
preto e branco, com filtro vermelho (25A), como mais indicado para fotointer-
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pretaçOes geolOgicas. As transparências negativas, deste filme, foram ampliadas para três vezes a da escala original (1:90.000) em cOpias de papel.
A fotointerpretação foi feita com base nos seguintes parãmetros: expressão topográfica, padrão de drenagem e textura, densidade de drena
gem, lineamento estrutural, contraste tonal e vegetação.
As transparências positivas, preto e branco, multiespectrais,ob
tidas com a câmera fotográfica I 2 S, acrescentam as possibilidades de uma foto
interpretação mais correta, devido aos seguintes fatores:
- A separação, em faixas espectrais (azul, verde, vermelho e
infravermelho, permite individualizar alvos de diferentes re
flectincias, em cada uma dessas faixas. Por exemplo, a faixa
espectral, do infravermelho, separa bem os cursos de água e
vegetação, devido ã baixa reflectáncia da água e ã alta reflectância das árvores.
- Possibilita, ainda, a análise das quatro faixas espectrais,
atraves do Color Additive Viewer, instrumento composto de
quatro objetivas, combinadas com filtros azul, verde e verme
lho. Os canais (faixas espectrais) são superpostos através
das lentes. Com a adição dos filtros e intensidade de luz si
mulam-se composiçiies coloridas normais e falsa cor. Pode-se,
também, fazer outras combinaçães que realcem alvos de interesse.
2
A fotointerpretação das transparências I S complementa a foto
interpretação da capia de papel, do filme pancromãtico, onde se usou estereos
copia, que ajuda melhor a detetar as diferenças texturais e a geologia estrutural.
O uso das transparências aumenta a resolução, sendo melhor que
as fotos de papel, cujas reflex5es internas, entre a base do papel e a emulsão,
15
dificultam a distinção de dois alvos próximos (Welch, 1968).
Na fotointerpretação foram separadas três unidades geológicas,
dentro da Formação Paraopeba do Grupo Bambui.
Estas unidades foram reconhecidas em trabalho de campo,
do
qual o mapa e o relatório estão em fase de execução.
IV.2 - ANALISE QUISICA DE PLANTAS E SOLOS
Para interpretação de dados, temos que ter em mente que os minerais, no solo e nas plantas, apresentam um problema, porque o zinco, utiliza
do pela planta, depende do pH e do conteúdo de fésforo e matéria orginica.
Clark and Graham (1968) mostraram que, em solos alcalinos, a
quantidade de zinco, disponivel para a planta, diminui devido ao fato de o zin
co se encontrar sob a forma de zinco precipitado (Zn (OH) 2 e Ca 2n(OH) 4 ), de
baixa sensibilidade.
Shaw e Dean (1951) verificaram que, para solos com pH abaixo
de 6,5 e 0,05ppm de zinco, o zinco é. disponível para a planta, ao passo que so
los com pH acima de 6,5 e 2,7ppm de zinco, jE não existe essa disponibilidade.
Outros estudos também mostraram que o zinco, disponível
para
as plantas, estã em função da acidez do solo.
Os solos de írea mineralizada, conhecida em Vazante, são ícidos, têm um elevado conteúdo de potãssio, fósforo e matéria orgânica, comparados com o índice de fertilidade usado no I.A.C. (Instituto Agronómico de Campinas) - (Tabela IV.1).
Os solos da Srea mineralizada têm quantidade mais elevada de
cílcio e magnésio, devido â. predominãncia de calcãrio dolomitico.
As anãlises químicas das amostras de solo, para zinco, não foram feitas.
Embora numerosos estudos tenham mostrado que o zinco disponi-
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vel para a planta é inversamente correlacionãvel com o pH, flisforo e matéria
orgãnica, assumimos que havia zinco suficiente, nos solos, para absorção pelas
plantas, porque todas as amostras de plantas das ãreas 1,3 e 5 (Tabela IV.2)pos
suem alto conteúdo de zinco, nos caules e folhas, enquanto que, para as ãreas
não mineralizadas (7 e 8), o conteúdo foi abaixo de 104ppm, considerado normal
para vegetação (Sarruge, 1974).
da
A distribuição irregular do conteúdo de zinco, nas partes
planta (caules e folhas), não indicou a parte preferencial para anãlise química.
O conteúdo de zinco anormal na planta 1
(Comphrsula sp) é no-
tive]. Cole (1968) verificou que a espécie Gomphrena (canascens) ocorria sobre uma zona mineralizada, conhecida, de zinco e chumbo na Austrãlia, mas não
era uma espécie indicadora * , pois se desenvolvia também em outras ãreas, como
em Warmina e Jirrupbon Springs, onde o conteúdo de zinco e chumbo estã abaixo
de 3Oppm. Entretanto, seu conteúdo de metais parece ser relacionado com o conteúdo no solo, sugerindo sua aptidão para prospecção biogeoquimica na Austrãlia.
No nosso caso, como a planta 1 (Gonphrena sp.) existe,somente,
na ãrea mineralizada, pensamos que ela é essencial para identificar os fatores
que controlam sua distribuição, assim como para verificar se é uma planta indicadora em potencial. Esta verificação será- realizada num estudo de estufa.
IV.3 -
ANALISE ANATÓMICA DE PLANTAS
Durante o trabalho de campo, verificou-se que as mudanças de
vegetação, entre as ãreas que continham minério oxidado e as estéreis,
eram
•
A Polycarpae spirostylis g a planta indicadora de cobre em Owensland,e a
Thianthema rhynchocalyptra, a Gomphrena canescens e a Tephrosia aff. polyzyqa
sao plantas acumuladoras de chumbo em Rum Jangle.
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marcantes.
Não foi possível classificar as plantas coletadas, de acordo
com seus nomes científicos, pois durante a coleta (novembro), as plantas se
encontravam em estágio vegetativo, portanto, sem flores. Assim sendo, foi dado um número a cada uma delas. O local da coleta de cada une delas está explicito na Tabela IV.2.
Na área mineralizada predominam as tris espécies de vegetação
de gramineas:
Beteropogon oilosus Nees, Paspalum trachyooleon StendeleAmomTus
ohrysodactus Kuhlm. Em alguns lugares, da zona mineralizada, aparece a planta 2 (Bauhinia sp.) e/ou arbustos da planta 1 (Gomphrena sp). A vegetação da
zona não mineralizada é, predominantemente, de cerrado e/ou matas secas.
A planta 1 (Gomphrena sp) possui folhas pubescentes, o que
dificultou o seu corte com o micretomo. O corte a mão livre deu melhores resul
tados, para efeito de microfotografia. Essa planta tem folhas dorso ventrais,
com pelos multicelulares que foram ramificados de maneira dendritica, em ambos os lados da superfície da folha. Grandes drusas de oxalato de cálcio foram
encontradas na mesErfila.
A planta 2 é típica de cerrado e possui várias camadas de celu
las palisadas, e células esponjosas, sendo que as esponjosas não são claramente definidas. A camada dorsal é mais palisada, enquanto que a ventral
é
menos
paliada. A superfície dorsal da folha, com hipoderna, não tem estOmato e
coberta somente por pelos normais. Entretanto, no lado ventral, os
foram, facilmente, localizados entre papilas. Pelos ordinários e
estOmatos
gradulates
foram encontrados. Os tipos de pelos e a estrutura meselfila levaram-nos a concluir que se tratava da planta 2, uma espécie do genero Bauhinia.
A Vau/tinia das íreas 7 e 8 (que tem o menor conteúdo de zinco
no solo), foram comparadas com as de outras áreas (1, 3 e 5), para ver se o
contetido de zinco no solo causava alguma modificaçio na estrutura celular. As
seguintes diferenças foram notadas:
20
1) 0 arranjo da estrutura mes5fila das folhas, de ãreas minera
lizadas, é. mais esparso, com mais espaços intercelulares do
que as folhas das plantas de ãrea não mineralizada.
2) As folhas de plantas, de áreas mineralizadas, têm mais fibras circundando os vasos condutores, e foram mais facilmen
te afetadas, apOs a desidratação do álcool, do que as
fo-
lhas de áreas não mineralizadas. Então, ap5s o corte, as cg
lulas superficiais não ficaram intactas. Provavelmente isso
se deva ao fato de que plantas de áreas mineralizadas estejam, fisiologicamente, afetadas, tornando as folhas mais sen
sáveis aos processos químicos usados.
3) A parãnquima palisada da folha duma ãrea não mineralizada,
tem mais cloroplastos do que em ãreas anõmalas, pela observação microscOpica.
Uma suposição,aplicível ã observação acima, é que a comparação
feita em folhas de mesma idade e sob as mesmas condiçOes ambientais. Assim, desenvolvimentos diferentes e radiação solar recebida não afetarão a
estrutura
mesOfila, as fibras e o conteúdo de clorofila nas folhas.
Para confirmar se há, realmente, alguma modificação na planta,
será feito um estudode estufa, onde serão colocadas sementes da planta 2
(Bauhinia sp) até germinarem. Posteriormente, serão plantadas em solos minerali
zados e solos não mineralizados. ApOs seu desenvolvimento, serão feitas as comparaçOes anatõmicas. Somente sob essas condiçOes controladas serão eliminados
todos os outros fatores, que também podem causar modificaçOes anatõmicas.
A planta 3 tem a mes5fila bem compacta com uma camada de células palisadas e 2 ou 3 camadas de celulas semelhantes ã palisada (mais curtas
e arredondadas).
21
V
- coNcLusUcs
As análises do contei-ido de zinco de solos e plantas confirmaram
que o nivel de toxidade de zinco, na zona mineralizada, g o fator que controla
a distribuição da vegetação, onde somente as especies de gramineas
Heteropogon
vilosus Nees, Paspaium traehyeoleon Steudel e Axonopus ehrysodaetus Uhlm, juntamente com a Gomphrena sp e Bauhinia, são capazes de sobreviver.
Isto sugere que os metodos geobotenicos tem vantagens sobre os
mgtodos geoquimicos, pois não requerem um tratamento de dados sistemítico.
A análise das transparências coloridas, no infravermelho falsacor, mostrou a eficícia da identificação de zonas mineralizadas. Por sua vez,as
fotografias preto e branco, obtidas com filme Panchromítico e filtro vermelho,
juntamente com as transparências multiespectrais 1 2S, sao essenciais para a interpretação geolOgica e separação de greas com maiores probabilidades de minera
lizaçges.
22
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