Exercício de Dívida Pública 2015 Dívida pública é o montante levantado pelo governo junto ao setor privado ou às agências multilaterais, para financiar suas ações. Para tanto, o governo assume contratos de empréstimos e financiamentos e emite títulos que variam na maturidade, no modo como são vendidos e na forma como seus pagamentos são estruturados. A mensuração da dívida pública restringe-se ao setor público não financeiro e sua compilação varia de acordo com a metodologia empregada, os entes da Federação abrangidos, a perspectiva bruta ou líquida e a exclusão ou não de algumas empresas, a exemplo da Petrobras e da Eletrobras na União. O gráfico a seguir aponta o comportamento das dívidas bruta e líquida do Governo Central (DBGC e DLGC) no período de 2002 a 2015, em valores correntes e em percentual do PIB. Dívidas Bruta e Líquida do Governo Central 4.000 100 3.600 90 3.200 80 2.800 70 2.400 60 2.000 50 1.600 40 1.200 30 800 20 400 10 0 2002 2003 2004 DBGC em R$ Bilhões 2005 2006 2007 2008 DBGC em % do PIB 2009 2010 2011 2012 DLGC em R$ Bilhões 2013 2014 2015 0 DLGC em % do PIB Fonte: Bacen. Os indicadores de estoque da dívida oficialmente divulgados pelo governo federal são: a. Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG): publicada pelo Banco Central do Brasil (Bacen), abrange União, estados, Distrito Federal e municípios. A DBGG aumentou R$ 675,1 bilhões em 2015 e chegou a R$ 3.927,5 bilhões, ou 66,5% do PIB; b. Dívida Líquida do Setor Público (DLSP): publicada pelo Bacen, cresceu R$ 253,7 bilhões em 2015 e atingiu R$ 2.136,9 bilhões, ou 36,2% do PIB. A DLSP abrange o endividamento líquido do setor público não financeiro e do Bacen junto ao sistema financeiro (público e privado), ao setor privado não financeiro e ao resto do mundo. Ela inclui os governos federal, distrital, estaduais e municipais, o Bacen, a Previdência Social e as empresas estatais, com exclusão da Petrobras e da Eletrobras; c. Dívida Consolidada (DC) da União: publicada no Relatório de Gestão Fiscal (RGF) do Poder Executivo Federal, observados os critérios estabelecidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Aumentou R$ 621,4 bilhões desde 2014, alcançando o montante de R$ 4.073,9 bilhões em 2015; d. Dívida Consolidada Líquida (DCL) da União: também publicada no RGF do Poder Executivo Federal. Em virtude do incremento do saldo da dívida consolidada em R$ 621,4 bilhões e do saldo dos ativos da União no valor de R$ 250,3 bilhões, a DCL ampliou-se em R$ 371,1 bilhões, totalizando R$ 1.730,6 bilhões ao final de 2015. Outras variáveis importantes para o endividamento são os juros nominais, que ampliaram a dívida em R$ 501,8 bilhões (8,5% do PIB) em 2015, e o resultado primário, cujo déficit no exercício acarretou aumento na dívida de R$ 111,3 bilhões (1,9% do PIB). A combinação de juros elevados e déficit primário resulta em expansão continuada da dívida bruta e da dívida líquida. Evolução da taxa Selic e da taxa implícita da DLSP O aumento da intervenção da União na atividade econômica por meio da acumulação de ativos e passivos mantém a DLSP sob controle. No entanto, carrega para o Tesouro Nacional a carga fiscal representada pela diferença entre a taxa pela qual a União vende seus títulos (Selic) e a taxa que a União recebe das instituições financeiras oficiais e de outros programas de fomento (Taxa de Juros de Longo Prazo – TJLP). Dados do Bacen mostram que, entre 2002 e 2015, a taxa Selic recuou 5,9 pontos percentuais (de 19,2% para 13,3%), enquanto a taxa implícita da DLSP aumentou 14,1 pontos percentuais (de 15,6% para 29,7%). Ou seja, o custo fiscal dessas operações de fomento, representado pelo diferencial de taxas, expande-se continuamente, conforme se visualiza no gráfico seguinte. Adicionalmente, a apropriação dos juros nominais alcançou 8,5% do PIB em 2015. Evolução da Taxa Selic (%), da Taxa Implícita da DLSP (%) e dos Juros Nominais (% do PIB) 300 29,7 250 Em % do PIB 25 23,3 19,2 200 17,5 150 19 16,2 15,1 17,2 15,6 15,1 11,8 7,7 50 2002 2003 6,6 2004 14,6 14,4 7,4 2005 Taxa Selic (%) 6,8 2006 9,9 6,1 5,5 5,4 2007 2008 2009 11,6 2010 Taxa Implicita (%) 16,9 15,0 16,9 13,3 10 8,5 5,7 2011 4,9 15 10,9 8,2 9,8 5,3 20 19,3 14,9 12,3 100 0 16,3 14,4 8,5 30 8,5 5,2 2012 5,5 2013 2014 2015 5 0 Juros Nominais Fonte: Bacen. Acesse o conteúdo na íntegra no capítulo 2 do Relatório, disponível em www.tcu.gov.br/contasdogoverno Exercício de 2015