1. Introdução

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RELATÓRIO DE PROJECTO FINAL
2006/2007
1. Introdução
A ideia genérica deste projecto é não só reunir todos os conhecimentos
adquiridos com as matérias leccionadas, mas também usar esse
conhecimento para desenvolver algo novo no mundo da engenharia.
Com base nos problemas relacionados em torno da redução do
consumo de potência eléctrica, desenvolvemos um projecto que permite a
qualquer pessoa controlar o consumo de potência de um dispositivo, de forma
electrónica. Criamos um Wattímetro digital com capacidade de armazenar a
potência consumida numa tomada, independentemente do número de
dispositivos ligados à tomada, permitindo ao utilizador deste equipamento
controlar o consumo, verificar a existência de falhas eléctricas quer por avaria
da tomada, ou mesmo por uma falha da rede eléctrica, informando a hora e
dia da ocorrência dessa mesma falha.
A ideia surgiu numa aula de laboratório, onde nos foi apresentada a
ideia de construir algo dentro deste tipo de equipamento e de imediato
decidimos avançar com este projecto. Na altura não tínhamos qualquer tipo
de informação de integrados que pudessem ter tecnologia para medir
potência, até descobrirmos o ADE7751 que funcionava como um medidor de
potência electrónico, o qual é aprofundado mais à frente.
No decorrer deste relatório são descritos todos os dispositivos que
possibilitaram o desenvolvimento do Wattímetro digital, os motivos porque
foram escolhidos e quais as suas funções para ajudar a desenvolver este
projecto.
Realizado Por: Filipe Pereira/Francisco Cordeiro Página 1 RELATÓRIO DE PROJECTO FINAL
2006/2007
2. Estrutura do Projecto
2.1.
Introdução
Pretende-se desenvolver o circuito que opera o integrado ADE7751, a
interface com um microcontrolador e a visualização de diversos parâmetros
num Liquid Cristal Display (LCD). Os parâmetros a apresentar no LCD são:
• Potência instantânea;
• Potência diária consumida;
• Potência mensal consumida;
• Potência máxima instantânea diária;
• Potência mínima instantânea diária;
• Potência diária consumida no plano bi-horário;
• Número de falhas ocorridas na rede (dia e hora da sua ocorrência).
Para satisfazer todos estes pontos, tivemos de recorrer a diversos tipos de
integrados que comunicam directamente com o microcontrolador, visto que o
ADE7751 converte o sinal de potência para o domínio da frequência, sem
registar hora, sem capacidade de armazenamento de dados e com
comunicação de uma saída lógica com o sinal já convertido.
2.2.
Implementação
Numa fase inicial, utilizou-se um interface com um microcontrolador
leccionado no decorrer do ano lectivo, o AT89s8253, programável em
linguagem C e criou-se um interface com o PC (figura 1) para além da
possibilidade com o LCD.
Fig.1 – Diagrama de blocos inicial.
Com este sistema representado na figura 1, foi necessário utilizar um
circuito de contagem de tempo para registar o processo de medições e
falhas, real time clock counter, que possui hora e data e comunica
Realizado Por: Filipe Pereira/Francisco Cordeiro Página 2 RELATÓRIO DE PROJECTO FINAL
2006/2007
directamente com o microcontrolador. Com este sistema, o Wattímetro regista
a potência de minuto a minuto, com uma leitura por cada minuto que
demora cerca de 6 segundos a executar. Após medir a potência, o valor é
guardado em memória EEPROM para posteriormente ser consultado ou
enviado para o PC.
Outra funcionalidade, registo de falhas eléctricas, é implementada
através dum integrado de supervisão da alimentação da rede, também
conhecido como MicroManager. Quando é detectada a falha, o integrado
comunica ao microcontrolador a ocorrência, que por sua vez regista a
ocorrência da falha na EEPROM bem como a hora e data. O diagrama de
blocos do sistema está representado na figura 2.
Fig.2 - Diagrama de blocos do sistema a Implementar
O grande problema desta solução era amostrar a potência consumida
em 6 segundos por minuto, porque no caso de um dispositivo ser desligado
logo a seguir à medição realizada, só seria contabilizado ao fim de um minuto
aproximadamente. Sendo esta situação pouco satisfatória e precisa, tanto
para a medição de potência eléctrica instantânea ou de energia eléctrica
consumida, decidimos optar por outra solução que resolvesse este problema
inicial.
2.3.
Estrutura final
Realizado Por: Filipe Pereira/Francisco Cordeiro Página 3 RELATÓRIO DE PROJECTO FINAL
2006/2007
Com o problema da falha na medição, optamos por realizar o registo
de potência de segundo a segundo, para conseguir minimizar ao máximo o
erro no controlo de medição, obter uma avaliação mais precisa na medição e
um controlo sistemático de valores medidos. Mas ta tarefa exigia
implementação do projecto com outro microcontrolador, mais avançado que
o AT89s8253. A escolha incidiu nos microcontroladores PIC, mais
concretamente o PIC18F4550 (PIC), que possuí um modo de captura de
frequência gerado por interrupções, e tal como o AT89s8253, programável na
linguagem C e preparado com interface USB, para uma possível
comunicação com um PC.
Decidimos por sugestões dos nossos orientadores de projecto, inserir
várias funcionalidades ao sistema, como por exemplo, visualização da
temperatura de operação do Wattímetro, possibilitar ao utilizador desligar
automaticamente a tomada a uma certa hora, dia e mês, verificar com base
num valor fixo de potência, que é explicado no modo de teste mais adiante,
se as medições estão a ser coerentes e precisas. O diagrama final de todo o
projecto está na figura 3.
Modo de Auto
Teste (relé)
MicroManager
Circuito de Corte
LCD(20x4)
Comunicação com o utilizador(teclas)
Comunicaçao PC(RS232)
RTC(relogio DS1302)
Memória EEPROM por I2C (24LC512)
Conversor
Potencia Frequencia
Termómetro(DS1631)
Fig.3 - Diagrama de blocos do projecto.
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Os blocos principais são: o supervisor de alimentação de backup
(MicroManager), o circuito de controlo ou corte, o circuito de teste (ou modo
auto-teste), LCD, real time clock counter (RTCC), armazenamento de dados
(memória EEPROM), medidor de potência ADE7751 (conversor potênciafrequência), termómetro e a comunicação com o PC.
As funcionalidades destes blocos são explicadas mais adiante,
individualmente para o leitor entender o seu papel no projecto proposto.
3. Descrição de Blocos
3.1. Circuito de Controlo
3.1.1. Introdução
Este circuito (fig. 4 e 5) surge, na necessidade de o utilizador por algum
motivo pretender controlar (ligar/desligar) os dispositivos acoplados ao
medidor no tempo. Assim, o utilizador, através de uma interface com teclas
pode configurar o dia, mês e ano ou quando pretende que o circuito ligue ou
desligue. Ambos os métodos para controlo dos dispositivos ligados ao
contador são simples e fáceis de utilizar por qualquer utilizador sem ser
necessária qualquer aprendizagem ou qualquer nível de conhecimento na
área da electrónica.
Existem, como foi referido dois métodos de controlar a saída da tomada
eléctrica, um manualmente, bastando para isso pressionar a tecla
correspondente (permitir passagem da corrente eléctrica / cortar passagem
da corrente eléctrica). Outra forma é programar o ligar/desligar, a um
determinado dia ou um determinado mês. Este modo pode poupar muito ao
fim do mês em potência consumida, se pensarmos por exemplo num andar de
uma empresa onde podemos garantir que determinado piso de escritórios
deixa de funcionar a partir de uma certa hora, garantindo o não consumo de
energia durante um período de
nocturno
onde
não
é
necessário
todos
os
equipamentos
permanecerem ligados.
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2006/2007
Fig.4 e 5 – PCB do circuito de
controlo (vista inferior do PCB,
vista superior do PCB).
Este
circuito
permite
também, em caso de suspeita de
um
consumo
excessivo
de
determinada tomada o corte da
alimentação,
para
posterior
inspecção dos dispositivos ligados
ao medidor.
Por questões de segurança, o
corte da alimentação pode também ser efectuado de maneira totalmente
automática, caso a temperatura no cabo de alimentação e/ou a
temperatura do dispositivos seja excessivamente alta (50 °C). Neste caso,
todos os dispositivos ligados ao contador são cortados da sua alimentação até
que a temperatura volte a um nível aceitável (inferior a 50 °C, ver capítulo do
termómetro) para um bom funcionamento do dispositivo.
Com esta medida de segurança, previne-se a utilização do medidor
para grandes cargas que possam provocar problemas de sobreaquecimento
e possível incêndio. Se a temperatura ambiente não estiver dentro de um valor
aceitável para o bom funcionamento dos dispositivos electrónicos
consumidores e do medidor, ambos serão cortados e é impedido o seu
funcionamento enquanto a temperatura elevada se mantiver. Este
comportamento é totalmente automático, o utilizador não tem qualquer
controlo sobre o modo de operação para temperaturas elevadas.
3.1.2.
Princípio de Funcionamento
O sinal de comando que é enviado pelo PIC é um sinal TTL que
varia de 0V a 5V, e com 5 V o circuito mantém a tomada ligada e o circuito
de controlo fechado. Se comutar para 0V, o PIC está informar que o circuito
deve abrir e cortar a alimentação do dispositivo que está a ser medido,
controlando assim um sinal de alta tensão (220V, AC). Para isso, é necessário
garantir um bom isolamento entre as diferentes tensões, com esse fim foi
utilizado um opto-acoplador (ver Fig.6), o MOC3021, que permite um
isolamento máximo de 700V (RMS).
Realizado Por: Filipe Pereira/Francisco Cordeiro Página 6 RELATÓRIO DE PROJECTO FINAL
2006/2007
Fig.6 - Pin-out do MOC3021.
Os opto-acopladores possuem um receptor que funciona por
polarização através de luz emitida por um emissor, geralmente um díodo
luminoso (LED). Este tipo de componente isola os circuitos de outros com
tensões elevadas (ordem dos 800V de pico) protegendo assim o circuito com
tensões mais fracas. Existem opto-acopladores de diversos tipos, em que o
elemento constituinte base é o transístor (4N25, 4N26), tiristor, triac (MOC3021,
MOC3020) e outros. O MOC3021 é composto por um díodo luminoso (LED)
que, através da luz que emite, coloca o foto-triac no estado de condução.
Sempre que o PIC activa a sua saída e a coloca a 5V o LED interno do optoacoplador é ligado, e o seu TRIAC interno entra em condução.
Para realizar o corte na corrente eléctrica, foi escolhido um TRIAC, o
bt139 (ver fig.7 e 8), que permite suportar uma corrente máxima de 16A,
permitindo assim ter um consumo máximo perto do que os fabricantes de
tomadas e “triplas” eléctricas aconselham nos seus produtos, que ronda os
3520W, no máximo.
Fig.7 e 8 – Pin-out do TRIAC BT139.
Realizado Por: Filipe Pereira/Francisco Cordeiro Página 7 RELATÓRIO DE PROJECTO FINAL
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Este TRIAC é que vai ser responsável pelo corte da energia do circuito, a
sua gate é ligada à informação de controlo do opto-acoplador. Se a gate
estiver activa o TRIAC permite a passagem da corrente eléctrica, caso
contrário corta a sua passagem. A gate desta TRIAC (BT139) é ligada à saída
do opto-acoplador, que recebe o sinal do PIC.
3.1.3.
Desenvolvimento
Com a realização do circuito de controlo, podemos controlar os
dispositivos que estão ligados ao medidor de potência, podendo ou não
desligá-los, obtendo-se adicionalmente um controlo da actividade da tomada
eléctrica.
Uma das opções tidas em conta foi o facto que sempre que o circuito é
ligado pela primeira vez, a corrente à saída da tomada eléctrica está cortada,
só ligando a pedido do utilizador, dando tempo ao utilizador para ligar os
diversos aparelhos ao medidor.
O circuito electrónico, que permite o corte da corrente eléctrica da
tomada, de inicio não foi projectado para ser realizado através da utilização
de um relé, que funciona por princípio electromagnético, onde uma tensão na
bobina de entrada permite a comutação interna de um interruptor ou
selector, dependendo do modo de ligação desejado. Este método não seguiu
em frente devido ao consumo elevado de corrente, pois num dos modos de
funcionamento do relé, aquando da comutação, o seu consumo era superior
a 20mA, valor acima do conjunto do bloco do ADE e PIC. Para um circuito que
se prevê ligado vinte e quatro horas por dia e onde se pretende poupar
energia era inviável optar por tal solução. A problemática do consumo
associado ao relé, foi resolvida recorrendo ao TRIAC com o opto-acoplador,
como circuito controlador, visto que neste tipo de circuitos a única energia
consumida corresponde à activação do LED interno do MOC3021, que é
muito baixa (entre 10 a 15 mA), quando comparada com o relé. Todos os
componentes presentes nesta placa estão sujeitos a altas tensões, é
necessária cautela no manuseamento deste circuito por indivíduos não
autorizados à manutenção do equipamento.
É de realçar, que os projectistas do equipamento, não se
responsabilizam por cargas que necessitem de correntes superiores a 16A, pois
o circuito não foi projectado para funcionar em elevados regimes, devido à
gama de frequências de funcionamento do ADE7751 e do TRIAC não estar
preparado para correntes superiores a 16A.
3.1.4.
Teste
Para testar o circuito foi desenvolvido um circuito inicial em breadboard,
numa primeira tentativa foi feito o corte da corrente eléctrica através de um
relé (fig.9).
Realizado Por: Filipe Pereira/Francisco Cordeiro Página 8 RELATÓRIO DE PROJECTO FINAL
2006/2007
Fig.9 – Circuito em breadboard.
Esta primeira montagem foi abandonada devido aos elevados
consumos aquando da comutação de estado do relé. A segunda montagem
para testes em breadboard (Fig.10), corresponde ao circuito implementado no
projecto, com corte da alimentação através de TRIAC (ver esquemático em
ANEXO: circuito de comando).
Fig.10 – Circuito Final em BreadBoard.
Foi verificado, que na saída é necessário a utilização de uma resistência
de 220Ω em série com um condensador de 33nF, para que não exista ruído
provocado pelas cargas indutivas, devido à força electromotriz que os
componentes indutivos geram nos circuitos.
3.1.5.
Conclusões
Realizado Por: Filipe Pereira/Francisco Cordeiro Página 9 RELATÓRIO DE PROJECTO FINAL
2006/2007
Com a realização do circuito de comando concluímos que a solução
adoptada com o TRIAC para efectuar o corte é a melhor visto consumir
menos, não existindo qualquer ruído quando o circuito é activado, situações
que com o relé não se verificam. O relé consome mais do dobro quando
comuta de estado.
3.2. Circuito de teste
Realizado Por: Filipe Pereira/Francisco Cordeiro Página 10 RELATÓRIO DE PROJECTO FINAL
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3.2.1. Introdução
Este circuito permite que o medidor realiza um auto-teste interno, (sem
necessitar de remover o aparelho), avaliando se o valor das leituras é
fidedigno ou não. Assim da consola de testes, basta premir a tecla de autoteste, para conhecer o estado do medidor e informando se o equipamento
necessita de ser calibrado ou não por um técnico. Apenas, em caso, de mau
funcionamento, isto é, caso o modo de auto-teste indique que é necessária
uma calibração do equipamento, o utilizador deve solicitar a presença de um
técnico especializado, para efectuar nova calibragem do equipamento.
O modo de auto-teste, dura cerca de 10 segundos até estar concluído,
qualquer alteração na duração deste teste, pode indicar um mal
funcionamento do dispositivo.
Este teste garante se o dispositivo está a medir correctamente, ao
apontar para um valor fixo de consumo de potência de 10 Watt. Ao verificar
esta potência, conclui-se que o medidor está a medir correctamente.
3.2.2. Modo de Funcionamento
Para a realização do circuito de auto-teste foi utilizado um optoacoplador (com transístor interno), o 4n26 (ver Fig.12) e um relé. Assim que a
saída do PIC é activa, liga o LED interno do opto-acoplador, colocando assim
o transístor interno à condução. A saída do transístor por sua vez está
interligada com a bobina de entrada do relé.
Fig.12 – Pin-out do opto-acoplador 4n26.
Sempre que a saída do PIC esta a 5V, na bobina de entrada do relé
chega uma tensão de 5V também, fazendo o relé (Fig.13) comutar o seu
estado.
A ideia de funcionamento é bastante simples, o sinal de tensão
sinusoidal que serve de multiplicador no ADE, é sempre de valor fixo, o que o
modo de auto-teste faz é apenas utilizar esse sinal e colocá-lo na entrada de
corrente do ADE. Este é realizado através do relé, onde comuta entre o modo
Realizado Por: Filipe Pereira/Francisco Cordeiro Página 11 RELATÓRIO DE PROJECTO FINAL
2006/2007
de funcionamento normal, para o modo de auto-teste. O relé neste caso,
actua apenas como comutador.
Assim que o modo de auto teste termina, o relé volta a comutar e o
medidor volta para o modo de funcionamento normal.
Fig.13 – Relé utilizado.
3.2.3.
Desenvolvimento
O circuito de teste é de grande importância, pois se o teste após a
conclusão for conseguido com sucesso podemos garantir que as leituras são
fidedignas e que o aparelho não necessita ser calibrado. Este método acaba
por oferecer maior segurança aos seus utilizadores.
O valor de comparação para o teste é fixo e guardado no PIC. Neste
caso, o valor do consumo do relé quando comuta não é significativo visto que
o teste dura cerca de 10 segundos, o que é relativamente pouco.
É de notar que enquanto o circuito está a realizar o teste, não está a
medir, perdendo assim leituras (kW/h). Por este motivo é pedido que o autoteste, não seja utilizado exaustivamente, mas sim quando o utilizador achar
necessário.
3.2.4. Teste
O circuito (Fig.14) utilizado foi implementado e testado em breadboard
(Fig.15), onde se verificou que o relé faz algum barulho e que o seu consumo
aumenta sempre que comuta de estado.
Realizado Por: Filipe Pereira/Francisco Cordeiro Página 12 RELATÓRIO DE PROJECTO FINAL
2006/2007
Fig.14 – Esquemático do circuito de teste.
O circuito não foi difícil de implementar devido a ser simples de
desenvolver e testar. Podemos então afirmar que o circuito comporta-se como
esperado desde o primeiro teste realizado.
Fig.15 – Circuito de teste em breadboard.
3.2.5. Conclusões
Depois de realizado este bloco, verificou-se que era necessário um
transístor para fornecer corrente para a bobina de entrada do relé, visto o PIC
não fornecer directamente a corrente necessária, para conseguir mudar o
estado do relé. De resto, todo o circuito desenhado funcionou como se
pretendia.
Realizado Por: Filipe Pereira/Francisco Cordeiro Página 13 RELATÓRIO DE PROJECTO FINAL
2006/2007
3.3. Supervisor de alimentação com Backup
3.3.1. Introdução
O circuito supervisor de alimentação consiste no integrado da Maxim
DS1836, denominado MicroManager que pode ser alimentado a 3.3 V ou 5 V. É
ideal para o funcionamento de sistemas com dupla alimentação e em
aplicações para microcontroladores PIC, utiliza 8 pinos para configuração,
como apresentado na figura 16.
Fig. 16 – Diagrama de pinos do DS1836.
Realizado Por: Filipe Pereira/Francisco Cordeiro Página 14 RELATÓRIO DE PROJECTO FINAL
2006/2007
3.3.2. Teoria de funcionamento
O MicroManager é sensível à temperatura, podendo influenciar o seu
desempenho. Caso esta situação seja detectada, o circuito controla a tensão
em VCC, e quando é detectada uma situação não tolerável, é gerada uma
falha interna provocando um reset forçado. Se a tensão em VCC continuar a
diminuir, o dispositivo comuta para alimentação da bateria perante uma
tensão inferior de 3.8 V (caso alimentado por 5 V). Se VCC exceder 3.9 V, VOUT
torna a ser alimentado por VCC.
3.3.2.1. Controlo de alimentação
O DS1836 controla a alimentação de 5V (não esquecer que pode
também ser alimentado por 3.3 V), actuando no caso de existir a perda dessa
alimentação, ou seja, uma falha de alimentação ou uma redução dos 5V
abaixo do limite de 3.8V. Sempre que é detectada esta situação, o reset fica
activo, permanecendo neste estado durante 350 ms após a alimentação ser
restaurada, permitindo ao sistema estabilizar após uma falha de alimentação.
3.3.2.2. Comutação de alimentação
Inicialmente, VCC retira corrente da entrada Vbat até VCC exceder 3.9
V, e quando atinge este valor, VOUT comuta de Vbat para VCC e só volta a
comutar novamente caso VCC seja inferior a 3.8 V. Nesta situação, VOUT é
alimentado pela tensão de maior valor contínuo: VCC ou Vbat.
Realizado Por: Filipe Pereira/Francisco Cordeiro Página 15 RELATÓRIO DE PROJECTO FINAL
2006/2007
3.3.3. Desenvolvimento
A característica deste componente ao poder comutar entre duas
alimentações distintas quando o circuito, ao detectar uma falha eléctrica na
rede, fica sem a alimentação principal e comuta para uma tensão alternativa
através de uma pilha, permitindo ao microcontrolador guardar a data e hora
a que ocorreu a falha, e também guardar valores anteriormente medidos pelo
medidor de potência antes da falha ter ocorrido. Sem este circuito de
controlo, ao perder a alimentação principal perdemos informação relevante
ao controlo de potência que o projecto exige. O esquemático desenvolvido
para o circuito de supervisão é o da figura 17.
Realizado Por: Filipe Pereira/Francisco Cordeiro Página 16 RELATÓRIO DE PROJECTO FINAL
2006/2007
Fig. 17 – Esquemático do Circuito de Supervisão.
De salientar a utilização de uma bateria de 9V, que posteriormente é
ligada directamente a um regulador de tensão (7805) que transforma em 5V
para a alimentação do respectivo MicroManager.
3.3.4. Teste
A alimentação do circuito é de 5 V. Caso não exista sinal na entrada
VCC, isto é, caso não esteja o circuito alimentado por 5 V, este continua a
funcionar através de uma bateria de 9V ligada a um regulador de tensão
(7805), transformando e regulando a tensão de 5 V. O esquema para testar o
DS1836 está na figura 18.
Realizado Por: Filipe Pereira/Francisco Cordeiro Página 17 RELATÓRIO DE PROJECTO FINAL
2006/2007
Fig.18 – Esquema de ligação do DS1836 da Maxim.
Este é o típico esquema de ligação a executar quando necessário
testar o DS1836A, mesmo após vários testes com sucesso, este integrado não
oferece grandes dificuldades no processo de implementação, ou mesmo de
comunicação com o microcontrolador.
3.3.5. Conclusões
O MicroManager foi dos circuitos mais fáceis de desenvolver, com a
maior dificuldade na parte de comunicar com o microcontrolador, mas como
encontramos os drivers de comunicação já no software de programação, não
ofereceu grande dificuldade nesse capítulo.
De referir a grande utilidade deste circuito, que tem um papel
fundamental quando ocorre uma falha na rede, pois o Wattímetro continua
em funcionamento, permitindo registar as medições realizadas até à falha
ocorrer e regista igualmente a hora e data desta ocorrência.
3.4. Termómetro ou Termóstato Digital
3.4.1. Introdução
Realizado Por: Filipe Pereira/Francisco Cordeiro Página 18 RELATÓRIO DE PROJECTO FINAL
2006/2007
Para podermos ter uma leitura da temperatura emitida pelo projecto no
seu funcionamento, foi escolhido o circuito integrado da Maxim DS1631 que
possui leituras de temperatura na ordem dos 0 °C aos +70 °C com margem de
erro na ordem de ±0.5 °C. Este valor para nós é satisfatório visto que o projecto
aquece normalmente com valores perto dos 30 °C, e o valor que
consideramos máximo para desligar todo o sistema é de 50 °C.
No modo de operação normal entre -55°C aos +125°C, o DS1631 não
necessita de componentes externos para efectuar a medição da
temperatura. O tempo de conversão do valor analógico de temperatura para
sinal digital é de 750 ms (valor máximo). Este tipo de integrados é usado
normalmente em espaços fechados mais sensíveis a temperatura, como por
exemplo, Routers e Switches ou produtos portáteis.
3.4.2. Noções Teóricas
A conversão do sinal analógico de temperatura para digital tem
resoluções de 9, 10, 11 ou de 12 bits seleccionáveis pelo utilizador. Após
alimentado, o circuito sensor-conversor inicia automaticamente as leituras,
operando numa gama de +2.7V a +5.5V.
3.4.2.1. Termómetro
A conversão é realizada em grau centígrado (°C), mas para realizar
conversão em grau Fahrenheit (°F) é necessário ajustar o processo com base
numa rotina ou tabela de conversão. Por defeito, o valor de temperatura
possui uma resolução de 12 bits, que corresponde a incrementos de 0.0625 °C,
configurável para 9, 10 ou 11 bits através dos registos R0 e R1, por exemplo,
para 12 bits colocam-se R0 e R1 a nível lógico 1 ou no caso de 11 bits R0=0 e
R1=1 (ver datasheet para todas as configurações), onde os incrementos
correspondem a temperaturas de 0.5°C, 0.25°C e 0.125°C, respectivamente. A
conversão é guardada em palavras digitais de 8 bits cada, perfazendo um
total de 16 bits. Um exemplo de registo da temperatura está na figura 19.
Fig.19 – Formato de Registo da Temperatura.
Realizado Por: Filipe Pereira/Francisco Cordeiro Página 19 RELATÓRIO DE PROJECTO FINAL
2006/2007
O bit 15, denominado bit de sinal, S, indica se a temperatura é positiva
ou negativa (S=1, temperatura negativa). Os bits não utilizados são colocados
a zero, como é o caso dos bits 3 ao 0 para resolução de 12 bits. Quando a
resolução de conversão é de 11 bits, os 11 MSB registam a temperatura e o seu
sinal com o bit 4 a 0. A tabela 1 mostra vários exemplos de conversão para 12
bits.
Tabela 1 – Exemplos de conversão para 12 bits.
3.4.2.2. Termóstato
O modo termóstato funciona com base na comparação do valor digital
medido com o valor guardado em TOUT (thermostat output). O valor de TOUT
é actualizado a cada conversão digital, que comuta de 0 para 1 quando o
valor convertido é maior ou igual ao registado, voltando novamente a 0 após
baixar em relação ao registado em TOUT. O registo é semelhante ao do modo
termómetro, com o formato apresentado anteriormente (fig. 19).
3.4.2.3. Modo de Comunicação
O DS1631 comunica através de 2 fios:
1. Linha Clock série (SCL)
Realizado Por: Filipe Pereira/Francisco Cordeiro Página 20 RELATÓRIO DE PROJECTO FINAL
2006/2007
2. Linha data série bidireccional (SDA).
Em comunicação com um microcontrolador, o DS1631 actua sempre
como escravo (SLAVE) no bus, deixando o papel de mestre (MASTER) atribuído
ao microcontrolador. Para mais detalhes sobre este modo de comunicação,
consultar o devido datasheet.
De uma forma genérica, toda a informação é transmitida enviando
primeiro o MSB para a linha SDA, sendo cada bit transmitido em cada clock do
SCL. É necessário colocar uma resistência de pull-up (uma resistência que
garante um nível lógico num pino, pull-up para 1, pull-down para 0) na linha
de SDA quando o bus está em espera, pois tal como o SCL, ambos têm que
permanecer a um nível lógico alto.
Qualquer comunicação começa com uma condição START (ver
datasheet) e termina com um STOP. Após a recepção da comunicação, o
receptor deve responder com um ACK (ver datasheet), o que demora um
período de SCL, perfazendo um total de nove impulsos para se efectuar uma
transmissão.
3.4.3. Desenvolvimento
Para este projecto, a principal função deste integrado (DS1631) é
avaliar a temperatura no circuito, porque perante sobreaquecimento, é
necessário proteger a informação que é registada. O circuito desenvolvido
está representado na figura 20.
Realizado Por: Filipe Pereira/Francisco Cordeiro Página 21 RELATÓRIO DE PROJECTO FINAL
2006/2007
Fig.20 – Circuito do Termómetro.
O controlo do DS1631 é feito através do microcontrolador, e as leituras
realizadas são apresentadas em °C e °F. Com base em cada medição, optouse por comunicar via I2C (Inter-Intergrated Circuit - é um barramento série para
computadores. Este protocolo especifica dois sinais de comunicação, o sinal
de clock e o sinal de dados, bidireccional), visto que o DS1631 tem o modo de
comunicação série com 2 fios ocupando apenas 2 portos do PIC.
3.4.4. Teste
Não foi muito difícil por em funcionamento este circuito, visto apenas
possuir a particularidade de necessitar de duas resistências de pull-up nos
terminais de comunicação que posteriormente são ligados ao
microcontrolador, tornando assim o circuito mais fácil de implementar no
projecto.
3.4.5. Conclusões
Este circuito foi provavelmente o mais fácil e mais rápido de
implementar de todo o projecto, visto que também a sua única utilidade é de
medir a temperatura e o microcontrolador fica encarregue dos procedimentos
a executar quando os valores de temperatura não correspondem aos
pretendidos.
Realizado Por: Filipe Pereira/Francisco Cordeiro Página 22 RELATÓRIO DE PROJECTO FINAL
2006/2007
3.5. Real Time Clock Counter (RTCC)
3.5.1. Introdução
Para registar a hora e data, recorremos a um circuito para que o
sistema esteja sincronizado à hora corrente. Para tal, foi escolhido o DS1302
da Dallas, que consiste num típico real time clock counter, ou seja, o
circuito que contabiliza segundos, horas, dia do mês, dia da semana, mês e
ano com capacidade para contabilizar até ao ano 2100. Está programado
para distinguir meses com menos de 31 dias, como também as correcções
necessárias para anos bissextos. O formato da hora também pode ser
apresentado no modo 24 horas ou no formato AM/PM.
Fig.21 – Pinout do DS1302.
Com apenas 8 pinos (ver figura 21), este circuito tem a capacidade de
comunicar com 3 fios (série), utilizando os pinos RST (realiza o reset da
contagem), I/O (entrada/saída de dados) e SCLK (sinal série de clock) para
comunicar com a RAM interna.
É alimentado com tensões na gama dos 2 V aos 5.5 V. Tem como
opção, uma alimentação secundária caso o projectista pretenda utilizar
uma tensão proveniente de uma pilha, minimizando o erro na contagem
do tempo em caso de falha de energia da rede eléctrica.
Realizado Por: Filipe Pereira/Francisco Cordeiro Página 23 RELATÓRIO DE PROJECTO FINAL
2006/2007
3.5.2. Princípio de Funcionamento
Os elementos principais do relógio ligado por interface série estão
apresentados na figura 22. É composto pelo Shift register, control logic,
oscilador, real time clock e a memória RAM.
Para iniciar o processo de transferência de dados, RST é colocado a
nível alto (nível lógico 1, pois o pino é activo a zero lógico) e envia os 8 bits
para o shif register disponibilizando o endereço e informações de
comando. Os dados são introduzidos em modo série no flanco ascendente
de SCLK, em que os primeiros 8 bits especificam qual dos 40 bytes serão
acedidos, quer em escrita ou leitura, quer no caso de transferência de byte
ou burst mode que irá ocorrer. Depois de carregar os 8 clocks no shift
register, clocks adicionais são determinados para escrever dados ou enviar
dados. O número de clocks é de 8+8 para o byte mode ou 8 + até 248
para o burst mode.
Realizado Por: Filipe Pereira/Francisco Cordeiro Página 24 RELATÓRIO DE PROJECTO FINAL
2006/2007
Figura 22 – Diagrama de Blocos do DS1302.
O comando “byte” ou byte mode está representado na figura 23. Cada
transferência de dados é iniciada com o comando byte. O MSB é sempre 1,
pois caso seja 0 o RTCC não permite a escrita. O bit 6 a 0 indica dados de
relógio/calendário, a 1 indica dados para RAM. Os bits de 1 a 5 especificam os
registos com possíveis designações de entradas/saídas, e por fim o bit 0 (RD/W)
a nível lógico 1 representa comando de leitura, a nível lógico 0 comando de
escrita. O byte mode começa sempre pelo LSB.
Figura 23 – Formato do Byte mode
O burst mode pode ser especificado através do relógio/calendário ou
dos registos RAM com o endereçamento 31 em decimal (endereço/comando
bits 1 até 5 = 1). Como no byte mode, o bit 0 especifica escrita ou leitura e o
Realizado Por: Filipe Pereira/Francisco Cordeiro Página 25 RELATÓRIO DE PROJECTO FINAL
2006/2007
bit 6 clock ou RAM. Não existe capacidade de armazenamento de dados nos
registos 9 até 31 do relógio/calendário ou no registo 31 da RAM. Escritas ou
leituras começam com o bit 0 do endereço 0.
3.5.3. Desenvolvimento
Era necessário utilizar um circuito que controlasse o registo de tempo
para a medição da potência, para esse feito utilizamos o circuito integrado
DS1302 para a contagem de tempo. Durante o decorrer do projecto, foi
necessário apresentar a hora e dia em que ocorreu uma falha eléctrica ou
mesmo apenas para controlar o registo dos valores medidos ao longo do
tempo, e embora o microcontrolador pudesse contar esse tempo, é mais
prático usar um circuito dedicado ao processo de registo temporal.
3.5.4. Teste
Para testar o RTCC, desenvolveu-se o esquema apresentado na figura
24, utilizando como alimentação auxiliar, uma bateria de 3V. Possui uma
comunicação
simples com
o uso de apenas
3
fios
(comunicação
série),
ocupando
apenas
três portos de
entrada/saída do
microcontrolador.
Fig.24 – Esquema de ligação do RTCC.
Na figura anterior, visualizamos a ligação do RTCC com o
microcontrolador, onde o CE (chip enable), I/O e o SCLK (sinal de clock) são
utilizados para a comunicação com o microcontrolador.
Realizado Por: Filipe Pereira/Francisco Cordeiro Página 26 RELATÓRIO DE PROJECTO FINAL
2006/2007
O X1 e X2 são os pinos do RTCC onde entra o sinal de clock necessário
para a contagem de segundo a segundo. O VCC2 é a ligação da rede de
alimentação principal, enquanto o VCC1 é utilizado para uma fonte de baixa
tensão de backup (pilha de 9 V). O DS1302 utiliza um clock externo de 32.768
kHz (cristal), não necessitando de qualquer resistência e/ou condensador para
criar o circuito oscilador, como demonstra a figura 25.
Fig. 25 –
Circuito
Oscilador do RTCC.
Quanto maior a precisão do cristal, mais preciso vai ser o relógio, sendo
necessário garantir que o sinal de clock não apresente ruído proveniente do
circuito.
3.5.5. Conclusões
O circuito do RTCC é fundamental para contar o tempo e registar a
data das medições ou falhas, e com um modo de alimentação secundário,
podendo funcionar com a alimentação de uma bateria de 9V, sem perder a
contagem do tempo quando existe falha de energia.
Realizado Por: Filipe Pereira/Francisco Cordeiro Página 27 RELATÓRIO DE PROJECTO FINAL
2006/2007
3.6. Armazenamento de Dados
3.6.1. Introdução
Para guardar informação relativa a leituras de potência e detecção de
falhas, foi escolhida uma memória do tipo EEPROM, mais concretamente a
24LC1025, de 1 Mb (1024K bits) com capacidade de operar entre 1.8V e 5.5V.
Tem a capacidade de gravar Byte ou páginas de 128 bytes de dados, com
capacidade de leitura aleatória ou sequencial, como por exemplo ler
sequencial do endereço 0000h ao FFFFh ou do 10000h ao 1FFFFh. Este
dispositivo existe em versão de 8 pinos PDIP ou na versão surface SOIC, como
apresentado na figura 26.
Fig.26 – EEPROM 24LC1025 em PDIP e SOIC.
Este dispositivo é considerado o banco de dados de todo o projecto,
pois guarda todos os valores de potência medidos, regista as falhas ocorridas
na rede eléctrica e o dia e hora a que ocorrerem as mesmas.
Realizado Por: Filipe Pereira/Francisco Cordeiro Página 28 RELATÓRIO DE PROJECTO FINAL
2006/2007
3.6.2. Modos de Endereçamento
Um byte de controlo (figura 27) é o primeiro byte recebido pela EEPROM
seguido de uma condição de Start dada pelo dispositivo que actua como
mestre, e consiste num código de 4 bits para controlo. O próximo bit do byte
de controlo é o bit de selecção de bloco (B0), seguidos de dois bits, os Chip
Select bits A1 e A0, que possibilita ao projectista utilizar 4 EEPROM ligadas ao
mesmo bus e seleccionam a qual dispositivo se deseja aceder. O último bit do
byte de controlo define a operação a ser executada, a nível lógico 1 como
leitura, ou como nível 0 para escrita.
Fig.27 – Formato do byte de controlo.
Os próximos 2 bytes recebidos definem o endereço do primeiro byte de
dados (figura 28). A parte alta dos bits de endereço é transferidos em primeiro
lugar, seguida dos bits menos significativos.
Fig.28 – Sequência de endereços e associação de bits.
Após a condição de Start, o 24LC1025 monitoriza o bus SDA verificando
o tipo de identificador do dispositivo que transmitiu informação. Após receber
o código “1010” (código binário para escritas e leituras no 24LC1025), o
dispositivo escravo envia um sinal de reconhecimento (Acknowledge) na linha
Realizado Por: Filipe Pereira/Francisco Cordeiro Página 29 RELATÓRIO DE PROJECTO FINAL
2006/2007
de SDA e dependendo do estado do bit de escrita/leitura, o 24LC1025 escolhe
a operação pretendida.
3.6.3. Descrição Funcional
O 24LC1025 suporta um bus bidireccional de 2 fios e um protocolo de
transmissão de dados. O dispositivo que envia os dados para o bus está
definido como transmissor, e o dispositivo responsável pela recepção é o
receptor. O bus tem que ser controlado por um dispositivo mestre (MASTER)
que irá gerar o clock série (SCL), controlar o acesso ao bus, e gerar as
condições de Start e Stop enquanto o 24LC1025 actua como escravo (SLAVE).
Ambos podem operar como transmissor ou receptor, mas é o dispositivo
MASTER que determina qual o modo que está activo.
3.6.3.1. Modo de Escrita
O dispositivo tem dois modos de escrita: byte write e page write. O byte
write, como o nome indica, trata da escrita de um byte. O processo consiste
após a condição de Start do MASTER, o código de controlo (4 bits), a selecção
do bloco (1 bit), o Chip Select (2 bits) e o bit de escrita/leitura (R/W) como 0
lógico é iniciado no bus pelo transmissor. O receptor recebe primeiro a parte
alta do endereço do byte após gerar o bit de Acknowledge no 9º clock. De
seguida, é transmitido o byte para o ponteiro do 24LC1025 (o ponteiro indica o
endereço actual a ser lido ou escrito na EEPROM), seguido do byte menos
significativo com o respectivo acknowledge como no caso da parte mais
significativa. Desta forma o dispositivo mestre transmite o byte a ser escrito no
ponteiro anteriormente definido pelo escravo, ou seja, no endereço
correspondente ao ponteiro. A figura 29 mostra o formato do byte write.
Fig.29 – Byte Write.
Após a escrita, é gerado um 3º bit de acknowledge final e o dispositivo
mestre gera uma condição de Stop, iniciando a escrita na memória do
24LC1025 enquanto o byte de controlo que iniciou a operação de escrita for
igual ao que está a ser executado. Caso seja feito um novo pedido para
Realizado Por: Filipe Pereira/Francisco Cordeiro Página 30 RELATÓRIO DE PROJECTO FINAL
2006/2007
escrita, o dispositivo vai esperar que inicie um novo processo no próximo ciclo,
escrevendo depois no endereço seguinte ao anteriormente definido.
Para o modo de Page write, o processo inicia como o do byte write,
mas em vez de ser gerada uma condição de Stop, o dispositivo mestre
transmite até 127 bytes adicionais, que são temporariamente guardados num
buffer interno, sendo escritos após o mestre transmitir a condição de Stop.
Após receber cada palavra, os 7 LSB do apontador de endereços são
internamente incrementados, e caso sejam enviados mais de 128 bits para
escrita, o endereço volta ao início começando a escrever por cima dos já
escritos anteriormente. Tal como no byte write, mal se verifique a condição de
Stop, um ciclo de escrita interna inicia (figura 30).
Fig.30 – Page Write.
Se existir uma nova tentativa de escrita, o processo decorre tal como no
byte write. Para protecção contra escrita, o pino WP permite ao projectista
proteger a escrita na memória, quando estiver a nível lógico 1. Caso contrário,
a protecção contra escrita fica sem efeito.
3.6.3.2. Modo de Leitura
As operações de leitura são iniciadas de modo idêntico à de escrita,
com a excepção do bit R/W do byte de controlo, que fica a nível lógico 1.
Existem 3 tipos de operação de leitura: Leitura de endereço actual, leitura
aleatória e leitura sequencial.
a) Leitura de endereço actual
O 24LC1025 contém um contador de endereço que mantém o
endereço da última palavra acedida, internamente incrementa uma vez.
Portanto, se a leitura anterior estiver no endereço ‘n’, a próxima leitura
corresponderá ao endereço ‘n+1’. Após receber o byte de controlo, o
24LC1025 responde com o acknowledge e transmite a palavra de 8 bits. O
mestre não reconhece a transferência mas gera a condição de Stop e o
24LC1025 pára a transmissão (figura 31).
Realizado Por: Filipe Pereira/Francisco Cordeiro Página 31 RELATÓRIO DE PROJECTO FINAL
2006/2007
Fig.31 – Leitura de endereço actual.
b) Leitura Aleatória
Este modo permite ao mestre aceder a qualquer memória de forma
aleatória. Para tal, a primeira palavra endereçada deve ser definida,
enviando a palavra para o 24LC1025 como parte de uma operação de
escrita (R/W=0). Após enviada, o dispositivo mestre gera a condição de Start
seguido do acknowledge, terminando a operação de escrita mas não antes
do apontador de endereços ser definido. Depois, o mestre invoca um byte de
controlo novamente, com R/W=1 esperando pelo acknowledge para transmitir
a palavra de 8 bits. O mestre não vai fazer o acknowledge da transferência,
mas gera a condição de Stop provocando o final da transmissão (figura 32).
Fig.32 – Leitura Aleatória.
Após o comando de Leitura Aleatória, o contador de endereços interno
vai apontar para a localização do endereço seguinte consecutivo.
c) Leitura Sequencial
A leitura sequencial inicia-se de forma semelhante à leitura aleatória
com a excepção de após a transmissão do primeiro byte de dados, o mestre
invoca um acknowledge em oposição à condição de Stop usada na leitura
aleatória. Assim, o 24LC1025 transmite a próxima palavra endereçada de 8 bits
Realizado Por: Filipe Pereira/Francisco Cordeiro Página 32 RELATÓRIO DE PROJECTO FINAL
2006/2007
(figura 33) seguido do byte final a ser transmitido para o mestre, e o mestre não
gera o acknowledge, gera a condição de Stop.
Fig.33 – Leitura Sequêncial
Para providenciar a leitura sequencial, o 24LC1025 contém um
apontador de endereços interno que é incrementado uma vez após
completar cada operação.
3.6.4. Desenvolvimento
No projecto, é necessário registar todos os valores de potência
instantânea consumida, e também é necessário registar as falhas eléctricas de
rede e a hora a que ocorreram, então optamos pela EEPROM 24LC1025 pela
sua capacidade e também pelo interface série que possui.
Esta EEPROM tem uma comunicação através de apenas dois fios (ver
Fig.34), e o protocolo utilizado é o I2C (Philips) possuindo uma capacidade de
1024Kb (131070 endereços disponíveis).
Fig.34 - Esquema de ligação da EEPROM.
Realizado Por: Filipe Pereira/Francisco Cordeiro Página 33 RELATÓRIO DE PROJECTO FINAL
2006/2007
3.6.4.1. Mapeamento da EEPROM
Foram criados dois ponteiros para endereçamento. O primeiro ponteiro
percorre a EEPROM de 0x0000 até 0x18000 (Fig.35), endereços utilizados para
armazenar os valores de potência. O segundo ponteiro começa em 0x18001
(inclusivé) até 0xFFFFF e está reservado para guardar valores e detalhes sobre
falhas eléctricas que ocorreram na rede.
Realizado Por: Filipe Pereira/Francisco Cordeiro Página 34 RELATÓRIO DE PROJECTO FINAL
2006/2007
Fig.35 - Mapeamento da EEPROM.
3.6.4.2.
Algoritmo para gravação de dados na EEPROM
Foi criado um algoritmo para escrever na EEPROM:
• Para valores de potência instantânea - O primeiro endereço guarda
os dois dígitos à esquerda da vírgula, o segundo endereço os dígitos mais à
esquerda. Por último, o terceiro endereço guarda os dois dígitos das casas
decimais.
Realizado Por: Filipe Pereira/Francisco Cordeiro Página 35 RELATÓRIO DE PROJECTO FINAL
2006/2007
• Para valores de Watt/hora – o quarto endereço guarda os dois dígitos
à esquerda da vírgula, e desta vez os únicos pois a medição em Watt/hora é
bastante mais pequena que a da potência instantânea:
Para um valor superior, vejamos o exemplo de 600 watt/hora:
Como a informação é guardada de 5 em 5 minutos na EEPROM,
dificilmente se vão somar valores de potência com mais de duas casas à
esquerda da vírgula, mas é mais importante os valores à direita da vírgula, logo
guardamos os dois dígitos à direita no quinto endereço e o 3º e 4º dígito no
sexto endereço.
• Informação temporal – do 7º endereço ao 11º endereço é guardado
dia, mês, ano, hora, e minuto de quando foi medido e registado os valores da
potência medida.
• Para valores de falhas de rede - Os seis 1ºs endereços guardam o dia,
mês, ano, hora, minuto e segundo a que ocorreu a falha.
Esta memória tem a capacidade de registar valores sequenciais até
aproximadamente 40 dias, sendo recomendado que se faça uma cópia de
segurança antes deste período pois podem ocorrer sempre falhas eléctricas
durante esse mesmo período e limitam a capacidade. Recomendamos uma
descarga de valores de mês a mês.
3.6.5. Teste
Todos os testes realizados com a EEPROM foram bem sucedidos. Este
componente não apresentou grandes dificuldades de ligação, numa primeira
Realizado Por: Filipe Pereira/Francisco Cordeiro Página 36 RELATÓRIO DE PROJECTO FINAL
2006/2007
fase na versão PDIP em breadboard, ou mesmo na fase final com a versão
SOIC em PCB, que pode ser consultada em Anexo (II. PCB’s).
A comunicação por I2C facilita muito o registo de valores, pois quando
se comunica com um dispositivo mestre como o PIC18F4550 que mesmo possui
40 portos, apenas liberta 2 pinos para armazenamento de dados.
3.6.6. Conclusões
Este bloco não foi muito complicado de elaborar, sendo a única
dificuldade a criação dos algoritmos descritos, e já no modo de ligação com
a versão SOIC salientamos a dificuldade de soldar o componente na PCB,
devido ao seu tamanho.
A escolha de uma memória de 1 Mb foi a forma mais económica e
eficiente, pois se pensarmos numa memória de 512K bits teríamos metade dos
endereços disponíveis, o que implicava descarregar a EEPROM duas vezes por
mês para que esta não excede-se a sua capacidade. Em reunião com os
nossos orientadores decidimos que este componente, face á capacidade que
apresenta para registo de valores, foi uma boa opção.
3.7. Medidor de Potência ADE7751
Realizado Por: Filipe Pereira/Francisco Cordeiro Página 37 RELATÓRIO DE PROJECTO FINAL
2006/2007
3.7.1. Introdução
O circuito integrado ADE7751 da Analog Devices (fig. 36) mede a
potência instantânea de um dado sinal sinusoidal, convertendo esse sinal
analógico para um sinal digital com uma frequência proporcional ao sinal
medido. No processo de conversão, o circuito tem a capacidade de detectar
dois sinais sinusoidais de corrente em sistemas de distribuição com 2 fios,
aproveitando o maior valor de corrente medida entre estes sinais. A falha é
detectada quando um destes sinais difere em 12,5%. Tem elevada precisão na
conversão do sinal analógico através da utilização dos ADC’s internos, filtros
de alta e baixa frequência, ou mesmo de um detector de fase.
Fig. 36 – ADE7751 com Socket em PCB
Este circuito tem a capacidade de ser configurado pelo projectista,
com mudanças de ganho, frequência de saída ou de entrada. Tem a
capacidade de comunicar directamente com o microcontrolador através de
um dos portos de saída, dando uma leitura imediata da potência medida em
qualquer dos canais de entrada.
Realizado Por: Filipe Pereira/Francisco Cordeiro Página 38 RELATÓRIO DE PROJECTO FINAL
2006/2007
3.7.2. Estrutura Interna (Diagrama de Blocos)
A figura 37 apresenta o integrado ADE7751 numa versão de diagrama
de blocos, necessária para entender todo o processo de medição da
potência de um sinal sinusoidal.
Fig.37 – Diagrama de blocos do ADE7751.
Este integrado possui a capacidade de recolher 2 sinais de corrente,
aproveitando o maior de ambos. Os sinais entram nos pinos V1A e V1B, com
V1N a respectiva referência de ambos, podendo ser amplificados (ver
datasheet para configurar) no caso do projectista assim o entender, através
dos Ampificadores Operacionais respectivos e de seguida, convertidos pelos
ADC’s respectivos. O sinal de tensão é medido separadamente, em V2P,
sofrendo o mesmo processo que os sinais de corrente.
Os sinais de corrente são comparados, aproveitando o maior sinal de
ambos. Esse sinal é tratado através de um filtro passa-alto, para eliminar
potenciais ruídos (consultar datasheet para mais informação sobre o ruído).
Com o sinal de corrente “limpo”, é multiplicado pelo sinal de tensão e
novamente filtrado por um filtro passa-baixo para eliminar potenciais ruídos,
sendo de seguida convertido para a frequência através dum conversor
calibrado pelo projectista (ver datasheet).
Realizado Por: Filipe Pereira/Francisco Cordeiro Página 39 RELATÓRIO DE PROJECTO FINAL
2006/2007
3.7.3. Descrição e funções dos pinos
A figura 38 apresenta os pinos respectivos do ADE7751. Este circuito
deve ser mantido a 5V ± 5% para um modo de operação fiável, e todas as
massas devem ser comuns em PCB, para reduzir possíveis ruídos no circuito.
Fig.38 – Pinos do ADE7751
Para se perceber a função de cada pino e seu papel no circuito
medidor, está abaixo representada na tabela 2 a lista dos pinos e respectiva
funcionalidade no circuito.
Realizado Por: Filipe Pereira/Francisco Cordeiro Página 40 RELATÓRIO DE PROJECTO FINAL
2006/2007
Pino
Nome
Descrição
1
DVDD
Alimentação digital. Este pino disponibiliza a tensão digital para o
circuito. Deve ser alimentado e mantido a 5 V ± 5% para correcta
operação. Deve ser ligado um condensador de 10 µF em paralelo
com um condensador cerâmico de 100nF para reduzir o ruído.
2
AC/DC
Liga o filtro passa-alto. Com nível lógico 1, activa o filtro passa-alto
(HPF) e a correcção de fase deste filtro é compensada numa
frequência dos 45 Hz até 1 kHz.
3
AVDD
Alimentação Analógica. Este pino alimenta a tensão analógica do
circuito. Deve ser alimentado e mantido a 5 V ± 5% para correcta
operação. Deve ser ligado um condensador de 10 µF em paralelo
com um condensador cerâmico de 100nF para reduzir o ruído.
4,5
V1A,V1B
Entradas analógicas para o canal 1 (canal de corrente). Estas
entradas são completamente diferenciais em termos de tensão
com o máximo de ±660 mV em relação ao pino V1N. O sinal
máximo de tensão nestes pinos é de ±1 V em relação ao pino
AGND.
6
V1N
Entrada negativa de tensão diferencial em relação a V1A e V1B. O
sinal máximo de tensão nestes pinos é de ±1 V em relação a
AGND. Deve ser ligada uma resistência de burden a esta entrada
e fixado um determinado potencial, ou seja, AGND.
7,8
V2N,V2P
Entradas Negativa e Positiva do canal 2 (canal de tensão). Estas
entradas são completamente diferenciais em termos de tensão
com o máximo de ±660 mV em relação ao pino V1N. O sinal
máximo de tensão nestes pinos é de ±1 V em relação a AGND.
9
RESET
Pino de Reset do ADE7751. Um nível lógico 0 leva a todos os
circuitos digitais e ADC’s a uma condição de reset e limpa todos os
registos internos do ADE7751.
10
REFIN/OUT
Proporciona acesso à tensão de referência do integrado. A
referência normal do integrado é de 2.5 V ±8% e a temperatura
típica tem um coeficiente de 30 ppm/°C. Uma referência externa
pode ser também conectada a este pino. Em qualquer dos casos,
este pino deve ser ligado em paralelo com um condensador de 1
µF em paralelo com um condensador cerâmico de 100nF.
11
AGND
Indica a referência à massa analógica do circuito, ou seja, ADC’s
e referências. Este pino deve ser ligado a massa analógica no caso
Realizado Por: Filipe Pereira/Francisco Cordeiro Página 41 RELATÓRIO DE PROJECTO FINAL
2006/2007
de ser PCB. Esta é a referência de massa para filtros, transdutores
de corrente e tensão, etc. Para uma boa redução de ruído, a
massa analógica deve ser ligada à massa digital num ponto, numa
ligação em estrela por exemplo, para evitar as correntes de
retorno nos circuitos analógicos.
12
SCF
Selecciona a Frequência de Calibração. Esta entrada lógica é
usada para calibrar a frequência de saída CF (ver datasheet,
tabela IV para saber como é feita a selecção de frequências).
13,14
S1, S0
Estas entradas lógicas são usadas para seleccionar uma das 4
frequências disponíveis para a conversão digital-frequência.
Oferece ao projectista grande flexibilidade ao desenhar o medidor
de energia.
15,16
G1, G0
Estas entradas lógicas são usadas para seleccionar um dos 4
ganhos disponíveis para as entradas analógicas V1A e V1B. Os
ganhos possíveis são 1, 2, 8, e 16 (ver datasheet para configurar o
ganho).
17
CLKIN
Um clock externo pode ser usado nesta entrada lógica. Como
alternativa, um oscilador de cristal em paralelo pode ser ligado
entre CLKIN e CLKOUT para o sinal de relógio. A frequência deve
ser de 3.579545 MHz. Os condensadores do oscilador devem estar
entre 22 pF e 33 pF (cerâmicos).
18
CLKOUT
Pode ser usado como explicado acima quando se utiliza um cristal.
19
FAULT
Esta saída lógica fica activa a 1 quando ocorre uma falha. A falha
é definida como uma condição dos sinais medidos em V1A e V1B
diferirem em mais de 12.5%. A saída lógica fica a 0 quando esta
condição deixar de se verificar.
20
REVP
Esta saída lógica fica activa a 1 quando é detectada uma
alimentação negative, ou seja, quando o ângulo de fase entre a
tensão e a corrente é maior que 90°. Esta saída fica a 0 quando a
tensão positiva é novamente detectada. A saída comuta entre 1 e
0 ao mesmo tempo que é emitido um impulso em CF.
21
DGND
Este pino indica a referência á massa para o circuito digital do
ADE7751, i.e., multiplicador, filtro, e conversor digital-frequência.
Este pino deve ser ligado á massa analógica da PCB. A massa
digital é a referência para todo o tipo de circuitos digitais, ou seja,
contadores (mecânicos e digitais), Microcontroladores, LED’s. Para
boa redução de ruído, as massas digital e analógica deve ser
comuns num único ponto, por exemplo, em estrela.
22
CF
Saída lógica da frequência de calibração. Esta saída dá a
potência instantânea real e é usada para efeitos de calibração.
Realizado Por: Filipe Pereira/Francisco Cordeiro Página 42 RELATÓRIO DE PROJECTO FINAL
23,24
F2, F1
2006/2007
Saídas lógicas de baixa frequência. F1 e F2 fornecem potência
média real. As saídas lógicas podem ser usadas directamente em
contadores electromecânicos e motores passo-a-passo.
Tabela 2 – Descrição dos pinos do ADE7751.
3.7.4. Teoria de funcionamento
Os dois ADC’s digitalizam os sinais de tensão e de corrente. Estes ADC’s
correspondem a conversores de 16-bit, amostrando os sinais com uma taxa de
900 kHz. A programação de ganhos no canal de corrente facilita a conversão
nos ADC’s. O filtro passa-alto no canal de corrente remove qualquer
componente DC no sinal de corrente, eliminando efeitos de ruído no cálculo
da potência mais adiante. O cálculo da potência é derivado do sinal
instantâneo de potência, que é gerado pela multiplicação directa dos sinais
de corrente e de tensão. Para extrair o sinal de potência real, ou seja, a
componente DC, o sinal multiplicado é filtrado através de um filtro passabaixo, como anteriormente descrito. Todos os sinais processados são no
domínio digital para uma melhor estabilidade na temperatura e no tempo. A
figura 39 resume o processo de conversão.
Realizado Por: Filipe Pereira/Francisco Cordeiro Página 43 RELATÓRIO DE PROJECTO FINAL
2006/2007
Fig. 39 – Resumo do processo de conversão.
A potência instantânea do sinal é calculada através da fórmula:
Onde,
Assim temos:
A saída de baixa frequência é gerada acumulando esta informação de
potência real, sendo a frequência de saída proporcional à potência real
média. Esta pode ser acumulada através de um contador por exemplo, para
gerar energia real. Por via da sua alta frequência de saída, a saída CF é
proporcional à potência real instantânea. Isto é bastante prático para
calibração de sistemas que têm dificuldades em carregar informação.
3.7.4.1. Conversão Digital-Frequência
Como foi referido anteriormente, a saída digital do filtro passa-baixo
após a multiplicação corresponde a um sinal de potência real instantânea. De
qualquer forma, como o filtro não é 100% eficiente, o sinal de saída contém
componentes atenuadas na frequência e suas harmónicas, ou seja, cos (hωt)
onde h = 1, 2, 3, . . ., e assim sucessivamente. A resposta em amplitude do filtro
é dada por:
Para uma frequência de 50 Hz, temos uma atenuação de 2ω (100 Hz),
resultando em aproximadamente (–) 22 dB. A harmónica dominante estará
duas vezes acima da linha de frequência, ou seja, cos (2ωt), devido à
potência instantânea. A figura 40 mostra o sinal de potência real instantânea
na saída do LPF, que contém uma quantidade significativa de potência
instantânea real, ou seja, cos (2ωt). Este sinal passa então pelo conversor de
sinal digital-frequência onde é acumulado ao longo do tempo para produzir a
frequência de saída. Esta acumulação de sinal vai eliminar qualquer tipo de
componentes não DC no sinal de potência instantânea real.
Realizado Por: Filipe Pereira/Francisco Cordeiro Página 44 RELATÓRIO DE PROJECTO FINAL
2006/2007
Fig.40 – Conversão real de potência-frequência
O valor médio de um sinal sinusoidal é zero. Como tal, a frequência
gerada pelo ADE7751 é proporcional á potencia média real.
A frequência de saída CF varia no tempo, mesmo em condições de
fraca estabilidade de sinal. Esta variação de frequência é devida ao valor da
componente cos (2wt) no sinal de potência instantâneo. A frequência em CF
pode ser 128 vezes superior aos sinais presentes em F1 e F2. Esta frequência de
saída mais elevada é gerada pela acumulação de potência instantânea em
intervalos de tempo de menor duração enquanto é feita a conversão para a
frequência. Esta rápida acumulação significa menor ocorrência da
componente cos (2wt). Como consequência, parte da potência instantânea
passa através da conversão digital-frequência, mas não provoca um
problema na aplicação.
No caso do sinal CF ser usado para propósitos de calibração, a
frequência está relacionada com uma média calculada pelo contador de
frequência, o que vai remover o ripple. Se CF for usado para medir energia,
por exemplo, usar um microprocessador como dispositivo que processa esse
sinal enviado por CF, a saída CF deve ser uma média para ser calculada
convenientemente a potência. Em todo o caso, se estiver a ser realizada uma
medição de energia contando impulsos, não será necessário calcular com
base numa média de valores. Por causa das saídas F1 e F2 operarem a uma
frequência muito baixa, uma média maior de potência é transportada para a
saída.
3.7.4.2. Frequência de Calibração (CF)
A saída de impulsos em CF (frequência de calibração) é usada para
efeitos de calibração. A taxa de impulsos em CF pode ser pelo menos de 128
vezes a taxa de impulsos em F1 e F2. Quanto menor for a frequência F1–4
Realizado Por: Filipe Pereira/Francisco Cordeiro Página 45 RELATÓRIO DE PROJECTO FINAL
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seleccionada, maior a escala de CF. A tabela 3 mostra como as duas
frequências estão relacionadas dependendo dos estados de S0, S1 e SCF.
Tabela 3 – Calibração de CF
Devido à taxa de impulsos alta, a frequência nesta saída lógica é
proporciona à potência instantânea real. Como é no caso de F1 e F2, a
frequência é derivada da saída do filtro passa-baixo após uma multiplicação.
No entanto, por causa da alta frequência de saída, a potência é acumulada
num curto intervalo de tempo. Contudo, menor é a média calculada para
transportar para a conversão digital-frequência. Quanto menor for o valor
médio de potência antes da conversão, a saída CF responde
proporcionalmente com maiores variações de frequência.
3.7.5. Desenvolvimento
Este bloco do projecto é sem duvida o ponto mais importante do
projecto, pois trata de todo o processo de leitura da potência e conversão
para frequência, onde o microcontrolador lê o valor convertido e traduz em
valores nominais para o LCD.
Para tal, o ADE7751 resolveu-nos o problema da leitura de corrente e
tensão, bem como o produto de ambos fornecendo o valor de potência. Os
problemas surgiram na configuração do integrado para a leitura de valores.
Inicialmente, começou-se por elaborar a montagem do circuito de teste (ver
datasheet) para testar o funcionamento do ADE7751. O circuito montado está
representado na figura 41. O ganho dos transdutores utilizado é unitário, ou
Realizado Por: Filipe Pereira/Francisco Cordeiro Página 46 RELATÓRIO DE PROJECTO FINAL
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seja, não possui amplificação de sinal, e a frequência de calibração
configurada foi a mais alta possível.
Fig.41 – 1º Circuito de teste
Como era necessário utilizar um microcontrolador para processar a
informação recolhida do circuito, usamos a saída CF pois esta não necessita
de um circuito contador na saída, e o sinal de frequência resultante pode ser
lido directamente para um microcontrolador. Inicialmente foram feitos testes
usando fontes de alimentação reguladas, não necessitando de usar os
transformadores de tensão e corrente. O cristal usado foi de 3.2 MHz,
mantendo o resto dos componentes.
Para calibrar o circuito, foram necessários inserir 2 transformadores: um
de tensão e outro de corrente. Na medição da tensão de entrada, ligamos um
transformador acoplado num divisor de tensão para converter os 220 V em
0.22 V. A figura 42 mostra como está ligado o circuito nesse porto de entrada
do ADE7751.
Realizado Por: Filipe Pereira/Francisco Cordeiro Página 47 RELATÓRIO DE PROJECTO FINAL
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Fig.42 – Circuito divisor de tensão (Canal de Tensão)
O transformador está ligado directamente à rede, com tensão
transformada no secundário de 9 V. Este circuito é responsável pelo sinal de
tensão para o canal de tensão V2P.
Para o canal de corrente, foi utilizado o transformador de corrente (CT)
da figura 43, com relação de I=1/1000. O CT é ligado à fase da alimentação
da rede, e transforma a corrente necessária para alimentar um dispositivo.
Fig.43 – Transformador de corrente (CT)
Após ligar o CT, é necessário dsenvolver um circuito para ligar a um dos
canais de corrente. Como só utilizamos um dos canais, visto que o projecto
não necessita de supervisionar falhas de corrente, os dois canais V1A e V1B
foram “curto-circuitados”, ou seja, o sinal de corrente entra nos pinos 4 (V1A) e
Realizado Por: Filipe Pereira/Francisco Cordeiro Página 48 RELATÓRIO DE PROJECTO FINAL
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5 (V1B) através do circuito de divisor de tensão, como representado na figura
44.
Fig.44 – Circuito divisor de tensão (canal de corrente).
O circuito final do ADE7751 pode ser consultado em ANEXO (I.
Esquemáticos). De salientar que o integrado é bastante sensível ao ruído, a
escolha adequada dos condensadores permite evitar interferências no sinal
na saída CF, a solução encontrada por experimentação, requereu a
interligação de vários condensadores em paralelo para calibrar e estabilizar
ao máximo o sinal de frequência.
Mesmo com a ajuda dos orientadores e com pedidos de ajuda à
Analog Devices, não foi possível encontrar uma explicação para reduzir o
número de condensadores.
3.7.6. Testes
Numa primeira fase de testes, ainda sem os transformadores presentes
no circuito, o ADE7751 respondeu conforme esperado, dando uma leitura
estável de frequência, como se pode visualizar na figura 45. Com valores que
variam entre 0 e 5 V, a leitura não apresentava falhas na frequência e
respondia como esperado.
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Fig.45 – Leitura do ADE7751 (saída CF).
Ao ligar os transformadores, notou-se um aumento assinalável de ruído
no sinal, o que complicou bastante as leituras de potência numa fase inicial.
Então através dos circuitos anteriormente representados para ambos os
transformadores, conseguiu-se uma melhoria significativa, mas não suficiente.
Procedeu-se às experiências de colocar condensadores em paralelo ligados
aos vários pinos do ADE7751, aumentando as capacidades para reduzir o
ruído até a um ponto onde o sinal estabilizou.
Depois destes vários testes, chegamos à conclusão de que esta forma é
mais efectiva de resolver o problema do ruído no circuito.
3.7.7. Conclusões
O circuito do ADE7751 é sem duvida o circuito mais importante de todo
o projecto, tendo em conta que quanto melhor a conversão do sinal do
medidor, mais preciso é o Wattímetro Digital. Salienta-mos também a
dificuldade de trabalhar com um integrado que só está disponível em
montagem de superfície pelo fabricante, pois foi necessário criar o socket
apresentado na introdução deste subcapítulo para testes, o que dificultou a
tarefa de calibração e aperfeiçoamento do sinal de frequência. Sendo um
circuito integrado difícil de calibrar e de extrema sensibilidade, devemos tomar
atenção às tensões de alimentação e atenuar os ruídos na massa.
Realizado Por: Filipe Pereira/Francisco Cordeiro Página 50 RELATÓRIO DE PROJECTO FINAL
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3.8. Microcontrolador PIC18F4550
3.8.1. Introdução
O microcontrolador é o bloco de junção de todo o projecto. Tem como
funções analisar, comunicar, medir e actuar consoante a necessidade do
projectista. Do ponto de vista de um projectista, os microcontroladores são
uma autêntica revolução no mundo da electrónica, pois cada vez são mais
evoluídos e cada vez mais oferecem novas opções aos seus utilizadores, desde
ligações USB de alta velocidade até ADC’s internos com 12 bits.
Decidimos para a elaboração deste projecto utilizar a família PIC pois
são cada vez mais utilizados em circuitos no dia-a-dia, pois têm evoluído a um
ritmo elevado, oferecendo hoje em dia muitas vantagens para quem sabe
trabalhar com este tipo de produtos. A decisão mais difícil recaiu em qual dos
PIC escolher, mas após analisadas todas as necessidades, a escolha recaiu no
18F4550 (ver fig.46), com USB 2.0, ADC interno e com 16K bits para memória de
programa.
Este PIC tem uma arquitectura RISC (Reduced Instruction Set Computer é uma linha de arquitectura de computadores que favorece um conjunto
simples e pequeno de instruções que levam aproximadamente a mesma
quantidade de tempo para serem executadas), e comparando com o
microcontrolador usado no inicio do projecto, possui menos instruções que o
8053, que utilizava uma arquitectura CISC (Complex Instruction Set Computer é um processador capaz de executar centenas de instruções complexas
diferentes sendo, assim, extremamente versátil), tornando assim a sua
programação mais simplificada que a família 8053. O PIC, tal como o 8053, é
programável via ISP (in system programming) e para isso necessita de apenas 3
pinos (PGC, PGD e MCLR).
Realizado Por: Filipe Pereira/Francisco Cordeiro Página 51 RELATÓRIO DE PROJECTO FINAL
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Fig.46 – PIC18F4550 versão PDIP (40PIN) e TQFP (44PIN)
O software utilizado para trabalhar foi o MPLAB da Microchip, com
suporte directo do próprio fabricante. A linguagem de programação é C.
Quanto ao compilador foram testados o C18, o Hi-Tech C lite e o CCS. De
todos o que apresentou melhor interface, apesar de menor optimização de
código, foi o CCS. Este compilador, permite numa linha de comando iniciar
vários drivers para comunicação SPI ou I2C, sem dificuldade, e tem vários
fóruns oficiais na Internet que auxiliam qualquer projectista que apresente as
suas dúvidas.
O programador utilizado foi o ICD2 (ver Fig.47) também da Microchip,
este dispositivo permite programar o microcontrolador directamente no
circuito sem ser preciso removê-lo, permitindo assim actualizações de firmware
mesmo depois do projecto estar terminado.
Fig.47 – Programador ICD2.
O ICD2, permite também o debug por hardware, isto é, permite
executar instruções passo a passo para depurar o programa desenvolvido. O
MPLAB possui comunicação directa com o ICD2, para simplificar a interface
Realizado Por: Filipe Pereira/Francisco Cordeiro Página 52 RELATÓRIO DE PROJECTO FINAL
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entre a ferramenta de trabalho e o software para a programação do
hardware, no nosso caso do PIC.
Retratando mais especificamente o PIC escolhido, além da USB que foi
usada na fase de desenvolvimento do programa como auxiliar na visualização
de dados através de um PC, possui várias opções de clock. Para um
projectista que tenha interesse em gerar ou contar ondas digitais, pode ter
opções variadas de clock de funcionamento, dependendo do que se
pretende. No nosso caso, a frequência de clock de funcionamento do PIC é
da máxima importância, visto este ser utilizado para a contagem de
frequência de uma onda TTL imposta numa das suas entradas. Foi então
escolhido para simplificar cálculos na contagem, que o clock externo é
gerado por um oscilador a cristal de 12MHz, é dividindo o clock por 3 por
imposição do PIC, entram na PLL 4MHz de sinal de clock (ver Fig.48). A PLL
converte o clock para 96MHz que por sua vez vai ser dividido por 6, resultando
um clock para o funcionamento do PIC de 16MHz (16MIPS). Foi escolhido este
clock para funcionamento do microcontrolador, pois os contadores/timers
internos do PIC através de um divisor que interno de clock, consegue-se obter
uma contagem por cada 1µs, evitando depois mais tarde na contagem o uso
de casas decimais e os arredondamentos, que condicionariam a erros de
cálculo.
Realizado Por: Filipe Pereira/Francisco Cordeiro Página 53 RELATÓRIO DE PROJECTO FINAL
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Fig.48 – Caminho interno escolhido para clock do PIC.
Outra das grandes vantagens de usar um PIC da família 18F4550 é o
facto de esta família ter um modo de captura e cálculo da frequência de
uma onda TTL na entrada de um porto I/O específico do PIC (modo CCP). Este
método activa automaticamente uma interrupção interna do PIC, sempre que
existir um flanco ascendente de sinal na entrada deste porto I/O, este modo é
de 16 bits, com uma resolução máxima de 5.2ns.
Este 18F4550, está optimizado para ser utilizado com linguagem C,
permite quase 100000 ciclos de escrita e retêm os dados na FLASH EEPROM
mais de 40 anos. Permite ainda, trabalhar com uma grande variedade de
tensões que vão desde os 2V até ao máximo de 5.5V, sendo fácil a sua
adaptação a qualquer projecto.
3.8.2.
Princípio de Funcionamento
Do PIC foram utilizados grande parte das suas funcionalidades neste
projecto, desde comunicação I2C a SPI. Para medir o valor da frequência da
onda de entrada proveniente do ADE7751, foi utilizado o modo de captura do
PIC (modo CCP1), em que cada vez que existe um flanco ascendente no
porto I/O de CCP1, é activa uma interrupção interna, que faz a diferença do
valor armazenado no timer1 com o actual, conseguindo assim determinar o
tempo que passou entre um flanco ascendente anterior e o flanco
ascendente actual. Ao saber o tempo que demorou a ocorrer os flancos (
Período – T), consegue-se saber o valor da frequência (f=1/T).
Como foi referido acima, o clock de funcionamento do PIC encontra-se
nos 16MHz, isto é 16MIPS, o que permite facilmente o PIC executar todas as
instruções necessárias sem ocorrência de problemas de lentidão ou de
acumulação de tarefas.
3.8.3.
Desenvolvimento
O PIC é sem sombra de dúvida o bloco central neste projecto,
permitindo analisar, medir e controlar. É utilizado para guardar menus de
navegação do projecto, comunicar com todos os blocos de modo a poder
apresentar a informação ao utilizador para poder comandar através de
teclas, dando ao utilizador a possibilidade de intervir para alterar datas,
consulta de medições, etc.. É um dispositivo que tem um baixo consumo de
Realizado Por: Filipe Pereira/Francisco Cordeiro Página 54 RELATÓRIO DE PROJECTO FINAL
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energia podendo estar ligado 24 horas por dia sem qualquer problema tanto
monetário como de sobreaquecimento.
O projecto tem 4 pinos dedicados para possíveis actualizações de
firmware, que possam surgir mais tarde, de modo a corrigir certos problemas
que sejam identificados pelos utilizadores do medidor.
3.8.4.
Teste
De início, e em breadboard, o PIC utilizado foi a versão PDIP de 40 pinos
(ver Fig.49). Durante o desenvolvimento do projecto, escolhemos a versão
TQFP (fig. 50).
Fig.49 – PIC18F4550 ligado em BreadBoard.
Os blocos já falados anteriormente foram ligados um a um nos
diferentes testes que foram realizados para facilitar o desenvolvimento do
projecto. Na fase final do projecto e de modo a garantir um PCB pequeno, foi
adoptada a versão de 44 pinos a TQFP, surface (ver Figura 50).
Fig.50 – PIC18F4550 versão TQFP já soldado na PCB.
Realizado Por: Filipe Pereira/Francisco Cordeiro Página 55 RELATÓRIO DE PROJECTO FINAL
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No circuito de ligação utilizado em testes (ver Fig.51), é visível, a
utilização de um oscilador com o intuito de gerar um sinal de clock externo.
Apesar de o PIC possuir um oscilador interno, este não é utilizado devido a ser
bastante instável dependendo da temperatura onde o dispositivo está a
operar.
Fig.51 – Circuito de ligação do PIC18F4550.
3.8.5.
Conclusões
De inicio, a habituação ao funcionamento dos PICs não foi tarefa fácil,
pois muitas são as diferenças da família PIC para a família do 8253. Mas após
perceber o funcionamento do PIC, a tarefa demonstrou ser bastante simples,
visto o PIC oferecer internamente muitos interfaces para comunicação (SPI,
I2C).
Todos os testes ajudaram a compreender melhor o modo de operação
do PIC, mesmo que nunca tenhamos conseguido programar com sucesso à
primeira tentativa, pois o próprio programa é extenso e complexo, devido ao
grande número de blocos que estão constantemente a comunicar com o
micro. Podemos concluir que este tipo de microcontrolador apresenta muitas
Realizado Por: Filipe Pereira/Francisco Cordeiro Página 56 RELATÓRIO DE PROJECTO FINAL
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funções importantes para o nosso projecto, e ajudou bastante em muitas
situações de comunicação com os blocos com que comunica.
4. Testes finais
Todos os blocos foram ligados e testados em breadboard, bem como a
interligação entre os diferentes circuitos.
Após a montagem e a interligação de todos os blocos, verificamos que
existia ruído na alimentação VCC. Para resolver este problema foram
necessários colocar condensadores electrolíticos e cerâmicos para filtrar e
atenuar o ruído que estava presente no sinal. Assim o VCC de praticamente
todos os integrados estão ligados a um condensador de 100nF. O
acoplamento VCC do ADE7751 também foi filtrado por condensadores
electrolíticos de 1uF e cerâmicos de 100nF, para conseguir uma tensão de
referência o mais estável possível, e o medidor obtenha um ponto de
Realizado Por: Filipe Pereira/Francisco Cordeiro Página 57 RELATÓRIO DE PROJECTO FINAL
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referência de tensão o mais estável possível, independentemente da
instalação eléctrica ou tomada onde este for ligado.
Existiram alguns problemas quanto ao facto de a segunda casa
decimal do valor da potencia não ser fixa, problema esse que quando
comparado com um aparelho (fig. 52) que é comercializado no mercado,
mostrou que é uma situação normal, pois a tensão de entrada no ADE7751
nem sempre é fixa.
Fig.52 – Wattímetro ligado a uma lâmpada incandescente.
Outro ponto que merece destaque é o facto de o aparelho ter sido
testado com varias potências e marcas diferentes de lâmpadas
incandescentes, sendo o valor de potência presenciado tanto pelo nosso
dispositivo quanto pelo dispositivo que já existe no mercado, bem diferente do
dito pelo fabricante (ver fig. 53 e fig. 54). Verificou-se também, que
dependendo das horas de uso e da temperatura local assim varia a potencia
consumida de uma lâmpada incandescente. Este facto esta relacionado com
o material com que é feito o filamento, que apresenta uma resistência que
varia com o número de horas de uso da lâmpada e a temperatura.
Realizado Por: Filipe Pereira/Francisco Cordeiro Página 58 RELATÓRIO DE PROJECTO FINAL
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Fig.53 – Lâmpada Philips de 25W medido por um Wattímetro.
Fig.54 – Lâmpada OSRAM de 60W, medida por um Wattímetro.
Como se pode verificar nas imagens acima, a diferença entre o valor
indicado pelo fabricante e o valor real medido são diferentes. Foi verificado
também, que a potência consumida destas lâmpadas varia ligeiramente com
o número de horas a que estão ligadas, com tendência a baixar o seu valor
de potência instantânea.
Realizado Por: Filipe Pereira/Francisco Cordeiro Página 59 RELATÓRIO DE PROJECTO FINAL
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5. Conclusão
Com a realização deste projecto, conseguiu-se idealizar e construir um
aparelho de medida eficiente, pois possui controlo sobre os dispositivos que
está a medir e além disso ainda armazena e calcula médias dos valores de
potência medidos. Os aparelhos que existem no mercado apenas calculam os
valores de potência de determinado dispositivo, não permitindo o seu controlo
nem comunicação com o PC.
Este projecto representa um produto que consegue ser muito mais
completo que os actuais Wattímetros presentes no mercado, com controlo de
temperatura, cálculo de médias diárias e mensais de potência instantânea,
cálculo da potência consumida (KW/h) mensalmente.
Quanto a nível de conhecimentos, este projecto, foi um enorme
desafio, pois muitos blocos eram completamente desconhecidos, sendo
necessária pesquisa em algumas áreas. Todos os conhecimentos obtidos nas
matérias leccionadas foram bastante úteis, abriram as portas a um novo
estuda de diferentes tipos de componentes, como o RTCC ou o optoacoplador, e sem dúvida com a tecnologia dos PIC que nos despertou uma
maior admiração pela electrónica.
Mesmo com condições adversas, tentamos desenvolver o projecto em
PCB com componentes surface, não só para diminuir o tamanho do projecto,
mas por mostrar outra qualidade na forma como em termos de design o
projecto é apresentado.
Com o apoio dos nossos orientadores, conseguimos recolher
ferramentas importantes em termos de investigação e aprendizagem para
além dos adquiridos ao longo do curso, onde nos sentimos mais preparados
para enfrentar situações ou problemas que nos possam surgir no futuro.
Realizado Por: Filipe Pereira/Francisco Cordeiro Página 60 RELATÓRIO DE PROJECTO FINAL
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6. Futuras Aplicações
Este é um projecto que pode ter em vista múltiplas funcionalidades, pois
é um aparelho de medida que fornece o valor da potência, podendo ser
depois acoplado a diversos dispositivos que possam aproveitar estes valores
consoante o que o utilizador pretenda.
Numa casa podemos criar uma rede de medidores interligados entre si,
através de Rádio Frequência por exemplo, em que cada um dos medidores
está ligado a uma tomada eléctrica da casa, comunicando com uma
estação central de interface com o PC. O PC armazena, gera estimativas e
realiza médias dos consumos dispendidos mensalmente, podendo estes dados
ser mais tarde armazenados numa base de dados, permitindo assim uma
consulta mais eficaz ao utilizador dos dados registados. Em casas ainda em
construção, quando é projectada a instalação eléctrica, este tipo de
dispositivos podem ser incorporados, fornecendo uma instalação sem ligações
á vista e uma fácil conectividade de todos os equipamentos.
Como futura aplicação, este dispositivo pode ser transformado num
protector de aparelhos que não podem ficar ligados durante muito tempo,
por exemplo aquecedores a óleo, por questões de segurança e de grandes
consumos de potência ou por questões de sobreaquecimento. Assim, sempre
que for detectada uma potência muito elevada durante um tempo máximo
escolhido pelo utilizador, o Wattímetro digital corta automaticamente a
alimentação desses dispositivos até ordem em contrário.
Realizado Por: Filipe Pereira/Francisco Cordeiro Página 61 RELATÓRIO DE PROJECTO FINAL
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7. Referencias Bibliográficas
Sedra/Smith “Microeletrônica”, Makron Books, 4ª edição, 2000.
Página da cadeira de Microcontroladores:
http://ltodi.est.ips.pt/microcont/
Datasheets Utilizados:
24LC1025 (EEPROM)
http://pdf1.alldatasheet.com/datasheetpdf/view/195320/MICROCHIP/24LC1025-E/P.html
ADE7751 (Medidor de Potência)
http://pdf1.alldatasheet.com/datasheet-pdf/view/83643/AD/ADE7751.html
DS1302 (Real Time Clock Counter)
http://pdf1.alldatasheet.com/datasheet-pdf/view/58478/DALLAS/DS1302.html
DS1631 (Termómetro)
http://www.alldatasheet.com/datasheet-pdf/pdf/90003/DALLAS/DS1631.html
DS1836 (MicroManager)
http://www.alldatasheet.com/datasheet-pdf/pdf/152857/DALLAS/DS1836.html
MOC3041 (Opto-acoplador)
http://www.alldatasheet.com/datasheetpdf/pdf/5039/MOTOROLA/MOC3041.html
PIC18F4550 (Microcontrolador)
http://www.alldatasheet.com/datasheetpdf/pdf/93911/MICROCHIP/PIC18F4550.html
Realizado Por: Filipe Pereira/Francisco Cordeiro Página 62 
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