FILTRAÇÃO DE GASES: ESTUDO DA FORÇA DE ADESÃO ENTRE TORTAS DE CONCENTRADO FOSFÁTICO E TECIDOS DE FIBRAS SINTÉTICAS 1 1 2 Milene Minniti de Campos, 2 Mônica Lopes Aguiar Bolsista de iniciação Científica PIBIC/CNPq/UFSCar, discente do curso de Engenharia Química Professora do Departamento de Engenharia Química da UFSCar/SP 1,2 Departamento de Engenharia Química da Universidade Federal de São Carlos. Rodovia Washington Luís, Km 235, São Carlos – SP, CEP 13565-905 e-mail: [email protected] RESUMO - Atualmente, o aumento da poluição atmosférica tornou-se uma preocupação mundial, já que a presença de partículas dispersas no ar é prejudicial tanto para os animais como para o meio ambiente. Por isso, é necessário o controle da emissão de partículas na atmosfera. A instalação de filtros manga nas indústrias é fundamental para que haja tal controle, e o estudo da força de adesão entre partículas e filtro é imprescindível a fim de melhorar os processos de filtração e limpeza. Portanto, esse trabalho teve como meta estudar a formação e a remoção das tortas de filtração, com o objetivo de determinar as forças adesivas entre tecido e partícula, analisando a influência de condições operacionais nos processos de filtração de gases. Para tal finalidade foi utilizado o concentrado fosfático como material particulado e três tipos de tecido de fibras sintéticas de polipropileno, de poliéster e de acrílico. Foi observado que a força de adesão entre partícula e tecido aumenta quanto maior for a velocidade de filtração, porque ocorre a formação de tortas mais coesas. De maneira geral, os tecidos que apresentaram as maiores forças adesivas foram aqueles com maiores porosidades superficiais, o que dificultava a remoção das partículas que se inseriram nos poros. Palavras-Chave: filtração de gases, força de adesão, porosidade INTRODUÇÃO A poluição atmosférica vem aumentando desde o início da Revolução Industrial, século XVIII. Por isso, torna-se importante obter níveis menores de partículas poluidoras em dispersão no ar. Essa poluição advém principalmente da queima de materiais combustíveis, como por exemplo, o carvão mineral e os derivados do petróleo. Considera-se como material particulado disperso no ar qualquer substância, à exceção da água pura, que existe como sólido ou líquido na atmosfera e tem dimensões microscópicas ou submicroscópicas, porém maiores que as dimensões moleculares (Lora, 2002). Como alguns materiais pulverulentos prejudicam a saúde humana, tornou-se necessário conhecer os tamanhos das partículas que são inaláveis pelo ser humano. O padrão estabelecido em 1997 define que a fração fina do PM10, partículas com diâmetro nominal menor ou igual a 2,5 µm, ao serem inaladas, entram no trato respiratório até chegar aos pulmões, tornando estes enrijecidos, prejudicando a respiração, já que algumas partículas podem ser tóxicas, causando alergia e até mesmo câncer (ACGIH, 1996). Assim, para diminuir a emissão de material particulado em suspensão no ar tem-se como alternativa a filtração de gases. Por isso, as indústrias de diferentes seguimentos precisam de novos conhecimentos sobre os meios filtrantes e como eles se comportam durante a separação gás-sólido dos processos. A filtração gás-sólido com a utilização de filtros de tecido é um método tradicional de limpeza de gases que consiste na passagem do gás com partículas suspensas através de um meio filtrante onde as partículas se depositam, aderindo à superfície da fibra do tecido formando uma torta. É um método muito utilizado, pois o processo possui custo relativamente baixo e alta eficiência de remoção de material particulado de diferentes distribuições granulométricas. Ultimamente, muitos pesquisadores estudam o processo de filtração a fim de melhorálos, tornando-os mais econômicos e eficientes. Esses estudos têm por objetivo avaliar o processo de formação e limpeza das tortas de filtração, propondo uma vida útil maior para o filtro, uma diminuição da freqüência de limpeza, de maneira a obter maiores eficiências e menores custos operacionais. Nos processos de filtração e remoção de tortas em filtros manga, vários fatores podem VIII Congresso Brasileiro de Engenharia Química em Iniciação Científica 27 a 30 de julho de 2009 Uberlândia, Minas Gerais, Brasil interferir nos mecanismos de coleta e de remoção da torta do meio filtrante, tais como: as características do tecido de filtração e do material particulado, a velocidade de filtração, a densidade e a viscosidade do gás, a velocidade de limpeza e a espessura da torta, que influenciam na eficiência e viabilidade econômica do método de limpeza de gases (Rodrigues, 2004). Um tema que merece destaque nos processos de filtração é a força de adesão entre partícula e tecido, já que é necessário conhecer esta interação para que os processos possam ser cada vez mais eficazes. A força adesiva pode ser entendida pela definição da palavra adesão, que pode ser compreendida como atração entre dois corpos sólidos, com superfície de contato comum, e produzida pela existência de forças atrativas intermoleculares de ação a curta distância. A adesão entre superfícies sólidas em contato é muito importante para as propriedades mecânicas quando o assunto é a separação (Charlaix e Crassous, 2005). Aguiar (1991) estudou a formação e remoção das tortas de filtração de gases em filtros de tecido não trançado de fibras sintéticas (poliéster) utilizando como material particulado o concentrado fosfático em três granulometrias distintas. Lucas (2000) utilizou o mesmo tipo de tecido de filtração, ou seja, o poliéster, porém comparou os resultados de três tipos de materiais particulados distintos, concentrado fosfático, polvilho doce e silicato de magnésio e observou que o tipo de pó influenciou na coesão das tortas. Rodrigues (2004) realizou o mesmo estudo de formação e remoção de tortas de filtração, entretanto utilizou filtros de tecido de polipropileno e de algodão e concentrado fosfático como material particulado, concluindo que o tecido de algodão satura-se mais rapidamente que o tecido de polipropileno, sendo que o último apresentou maior fração de torta removida. Dando continuidade a estas investigações o trabalho teve como meta estudar a formação e a remoção das tortas de filtração, com o objetivo de determinar as forças adesivas entre tecido e partícula, analisando a influência de condições operacionais nos processos de filtração de gases. MATERIAIS E MÉTODOS Os itens a seguir destinam-se a apresentar os materiais, o equipamento de filtração e a metodologia utilizada para a determinação da tensão de remoção e da porosidade das tortas de filtração. Equipamento De Filtração O equipamento utilizado na filtração era constituído de uma caixa de filtração de aço, onde ficavam os filtros de tecido, um alimentador de pó, dois desumidificadores, um soprador, e dois manômetros que mediam a velocidade de filtração e limpeza, e a pressão. A Figura 1 ilustra o esquema deste equipamento. Gerador de pó caixa de filtração manômetros Controle manual da velocidade de filtração soprador 1 desumidificadores 2 3 Variador de velocidade Figura 1 - Representação do equipamento de filtração Materiais Para a realização dos ensaios experimentais foi utilizado o concentrado fosfático, fornecido pela FOSFERTIL S.A, sendo um material particulado inorgânico. Sua densidade foi determinada utilizando-se o Picnômetro digital a Hélio, o equipamento ACCUPYC 1330 da Micromeritics. O valor médio encontrado foi de 3 g/cm³. Para determinar o diâmetro médio volumétrico das partículas utilizou-se o equipamento MALVERN MASTERSIZER. O valor obtido para o concentrado fosfático foi de 6,8 micrometros. O diâmetro superfície-volume foi determinado baseado nos valores encontrados por Lucas (2000). Desta forma, o resultado obtido para esse diâmetro foi de 4,2 micrometros. A imagem do material pulverulento obtida pelo microscópio eletrônico de varredura encontra-se na Figura 2. Figura 2 - Microfotografias da rocha fina, aumento de 5000X Os tecidos que foram utilizados, durante a realização dos experimentos, foram os empregados na fabricação de filtros manga industriais, o acrílico, o poliéster e o polipropileno, fornecidos pela empresa GINO CACCIARI. Para facilitar o desprendimento da torta, tais tecidos receberam tratamentos de calandragem e chamuscagem em uma de suas faces. As microfotografias das superfícies desses tecidos foram obtidas no microscópio eletrônico de varredura com aumento de 50 vezes e estão representadas na Figura 3. (a) (b) (c) Figura 3 - a) Acrílico; b) Polipropileno; c)Poliéster tratado (Rodrigues, 2006) As principais características dos tecidos estão apresentadas na Tabela 1. A porosidade superficial foi determinada pela técnica desenvolvida por Aguiar e Coury (1996), enquanto que a permeabilidade ao ar foi obtida experimentalmente, variando-se a velocidade superficial através do meio filtrante e determinando-se a perda de carga resultante. Tabela 1 - Propriedades dos tecidos Porosidade Permeabilidade Meio filtrante Superficial ao ar (m²) Acrílico 0,77 5,5. 10-8 Poliéster 0,81 5,9. 10-8 Polipropileno 0,72 2,2. 10-8 Metodologia Os ensaios foram realizados fixando-se o tempo de filtração em nove minutos. Tempo este suficiente para atingir valores de perda de carga máxima, de aproximadamente 10 cmH2O, que é o valor limite para que haja a remoção da torta de filtração. A umidade relativa foi mantida abaixo de 20%. As velocidades de filtração utilizadas foram de 0,05 m/s; 0,075 m/s e 0,10 m/s. Depois da torta formada, os tecidos foram limpos de forma sucessiva. Ajustava-se uma velocidade de limpeza pelo qual o filtro seria limpo, e logo a seguir o mesmo tecido era limpo por uma velocidade ainda maior, de maneira que fossem atingidas seis velocidades de limpeza: 0,03; 0,06; 0,09; 0,12; 0,15 e 0,17 m/s. Para cada velocidade de limpeza, a remoção da torta durava dois minutos e em cada etapa aferia-se a massa de partículas retida, assim como, a perda de carga do filtro, que se mantinha constante. O cálculo da força de adesão entre partículatecido foi baseado no método proposto por Seville et al. (1989). Esse método utiliza uma grandeza chamada de fração mássica retida na torta. Desta forma, obteve-se um valor de fração mássica para cada velocidade de limpeza, a qual também apresentava uma perda de carga correspondente. Então, com os dados experimentais, foram construídos dois gráficos. Um deles apresentava a variação da velocidade de limpeza em função da fração mássica retida, e o outro, a variação da perda de carga em função dessa mesma fração. Assim, para os mesmos valores de frações mássicas determinaram-se diferentes pontos de velocidade de limpeza e a queda de pressão correspondente, que possibilitaram a construção de um terceiro gráfico, cuja abscissa continha os valores de velocidade de limpeza, e sua ordenada os valores de queda de pressão no processo de limpeza. O gráfico obtido é um seguimento de reta, que segundo Seville et al. (1989) o coeficiente linear representa a tensão de remoção da torta, que se multiplicada pela área de filtração resulta na força de adesão entre partícula e tecido. Um parâmetro estrutural muito importante que auxilia na compreensão das forças adesivas é a porosidade da torta de filtração formada, porém sua medida experimental é extremamente difícil, devido sua grande fragilidade. Por esta razão, Aguiar e Coury (1996) apresentaram uma técnica experimental para medir a porosidade das tortas de filtração, adaptado do estudo de Schmidt e Löffler (1990). Eles compararam os valores da porosidade média das tortas obtidas experimentalmente, ou seja, através do método direto, com os valores encontrados na literatura pelo método indireto, através de equações. Concluíram que as equações podem ser usadas para estimar a porosidade média com uma precisão razoável. Uma das equações estudadas foi a correlação proposta por Ergun (1952), que apresentou os melhores resultados e, por esta razão, foi utilizada para estimar o valor da porosidade média das tortas de filtração. A Equação 1 representa a correlação de Ergun (1952). 2 ∆P 150(1 − ε ) µQV f 1,75 ρ g QV f = + t ε 3 Aρ p d p2 ε 3 Aρ p d p (1) RESULTADOS E DISCUSSÕES Os resultados de tensão de remoção para os tecidos de acrílico, poliéster e polipropileno utilizando como material pulverulento a rocha fosfática estão representados na Figura 4. 90 80 Polipropileno Poliéster Acrílico 3,0 Massa retida (g) Força de adesão por unidade de área (Pa) 3,5 100 70 60 50 40 30 Acrílico Poliéster Polipropileno 2,5 2,0 1,5 1,0 0,5 20 0,0 10 0 0,00 0,05 0,10 0,15 velocidade superficial de filtração (m/s) Figura 4 - Tensão de remoção em função da velocidade de filtração para diferentes tecidos De acordo com a Figura 4, pode-se perceber que ao aumentar a velocidade de filtração aumenta-se também a tensão de remoção da torta e, consequentemente, a força de adesão. Isto pode ser explicado, porque a torta de filtração fica cada vez mais coesa devido ao aumento da velocidade do gás, que oferece maior adesão das partículas no filtro. As maiores forças de adesão foram obtidas para os tecidos que apresentaram maior porosidade. Segundo Rodrigues (2006), os tecidos de poliéster e de acrílico são os mais porosos, como mostrado na Tabela 1. A explicação para o aumento da tensão de remoção nesses tipos de tecidos foi a dificuldade de remover as partículas que se inserem nos poros. Porém, para a velocidade superficial de filtração igual a 10 cm/s o tecido de polipropileno apresentou a maior tensão de remoção do que os outros tecidos, quando se utilizou como material particulado o concentrado fosfático. Uma possível justificativa é que para essa velocidade as partículas conseguiam penetrar com maior intensidade nos poros desse tecido e foi difícil removê-las, já que a permeabilidade do ar neste filtro foi menor, como pode ser observado na Tabela 1. Portanto, as baixas velocidades superficiais de filtração não foram suficientes para inserir profundamente as partículas nos poros do tecido de polipropileno. Foi observado que as menores frações mássicas retidas se encontraram no tecido de poliéster. Rodrigues (2006) que estudou este filtro também obteve o mesmo resultado e o atribuiu à sua maior permeabilidade ao ar. A Figura 5 ilustra graficamente o comportamento da massa retida em função da velocidade de filtração para os três tecidos. 0,050 0,075 0,100 Velocidade de filtração (m/s) Figura 5 - Massa retida em função da velocidade superficial de filtração O aumento da massa retida com a elevação da velocidade de filtração é explicado pelo fato de que, com a utilização de maiores velocidades de filtração, há um maior empacotamento da torta, diminuindo a distância entre as partículas e aumentando a tensão de remoção do aglomerado dificultando sua ruptura. Para o tecido de poliéster com velocidade de filtração de 0,100 m/s, foi observado que a massa retida diminuiu em relação à velocidade de 0,075 m/s. O que pode ter acontecido foi o rompimento de vários blocos de partículas compactados, mas com uma menor força de adesão entre o tecido. As Tabelas 2, 3 e 4 mostram os valores de força de adesão por unidade de área (σr) e a porosidade média da torta de filtração (ε) em função da velocidade de filtração (Vf) para os tecidos de acrílico, de poliéster e de polipropileno, respectivamente. Tabela 2 - Resultados obtidos para o tecido de acrílico Vf σr ε (m/s) (N/m²) (−) 0,050 22,4 0,59 0,075 33,6 0,54 0,100 85,0 0,53 Tabela 3 - Resultados obtidos para o tecido de poliéster Vf σr ε (m/s) (N/m²) (−) 0,05 21,5 0,49 0,075 39,8 0,48 0,100 72,7 0,46 Tabela 4 - Resultados obtidos para o tecido de polipropileno Vf ε σr (m/s) (N/m²) (−) 0,050 20,2 0,52 0,075 31,3 0,49 0,100 86,8 0,50 Os valores de porosidade das tortas de filtração demonstraram que, de maneira geral, o aumento da velocidade de filtração diminui a porosidade da torta formada, pois as partículas ficaram cada vez mais próximas com a elevação da velocidade de filtração. A curva de filtração foi obtida através da construção de um gráfico de arraste do filtro em função da massa de pó depositada. Para ilustrar o comportamento dessas curvas, serão apresentadas as curvas obtidas para o tecido de acrílico para as três velocidades de filtração utilizadas, 0,05; 0,075 e 0,1 m/s. As demais curvas, ou seja, aquelas obtidas para os tecidos de polipropileno e de poliéster apresentaram comportamento semelhante à curva de filtração do tecido de acrílico. A Figura 6 mostra o resultado obtido para as curvas de filtração utilizando como tecido o material constituído por fibras sintéticas de acrílico. 50000 2 S (kg/(m .s)) NOMENCLATURA A dp Q S t Vf W ∆P ε µ ρg ρp σr Vf = 0,100 m/s Vf = 0,075 m/s 40000 os valores dessas tensões aumentaram ao elevar-se tal velocidade. - os maiores valores de tensão de remoção foram encontrados para os tecidos com maiores porosidades, ou seja, para os tecidos constituídos de fibras de acrílico e poliéster. - a porosidade da torta de filtração diminui com o aumento da velocidade superficial de filtração, ou seja, estas grandezas são inversamente proporcionais. - as tortas mais coesas possuem as menores porosidades e as maiores forças adesivas entre tecido e partícula. Vf = 0,050 m/s 30000 20000 área de filtração diâmetro de partícula [m²] [m] vazão mássica de partículas arraste do filtro tempo de filtração velocidade superficial do fluido na filtração massa de pó depositada por unidade de área queda de pressão total porosidade da torta viscosidade do fluido densidade do fluido [kg/s] [Pa] [kg/(m.s)] [kg/m³] densidade de partícula [kg/m³] tensão de remoção da torta [N/m²] [kg/(m².s)] [s] [m/s] [kg/m²] REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 10000 0 0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30 2 W (kg/m ) Figura 6 - Arraste do filtro em função da massa de pó depositada por unidade de área Analisando a Figura 6 pode-se observar que ao aumentar a velocidade de filtração o arraste do filtro fica maior, pois se elevou a força de coesão das partículas no filtro. CONCLUSÕES A partir da análise dos dados experimentais, pôde-se concluir que: - a velocidade superficial de filtração interfere de maneira significativa nos valores das tensões de remoção das tortas de filtração, já que ACGIH – American Conference of Governmental Industrial Hygienists “Threshold limit values for chemical substances and physical agents in the work-room environment with intended changes for 1990-1991”, Cincinnati-Ohio, 1991. AGUIAR, M.L., “Filtração de ar em filtros de tecido”, 1991. AGUIAR, M.L. & COURY, J. R. "Cake formation in fabric filtration of gases”. Industrial & Engineering Chemistry Research, v.35, n.10, p. 3673-3679, 1996. CHARLAIX, E. and CRASSOUS, J., “Adhesion forces between wetted solid surfaces”. The journal of Chemical Physics, v. 122, nº 184701, p. 1 – 9, 2005. LORA, E. E. S. Prevenção e controle da poluição nos setores energéticos, industrial e de transporte, 2º edição – Rio de Janeiro: Interciência, 2002. 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