O estudo do sistema imune (proteção)

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Dr. Luiz Carlos Bertoni - CRM-PR 5779
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PLANEJAMENTO DO TRATAMENTO DA ASMA BRÔNQUICA
O estudo do sistema imune (proteção) surgiu no início do século 20, com
futuro muito promissor, mas isto não se confirmou de imediato. Os fenômenos
imunológicos não eram bem compreendidos pelos cientistas, e durante mais de
50 anos não houve avanços nessa área.
Nos últimos 25 anos, porém o desenvolvimento da tecnologia possibilitou
a melhor compreensão dos fenômenos imunes, e assim houve uma explosão de
benefícios para a humanidade, como as vacinas (gripe, meningite,
pneumococos, febre amarela, ...), anti-soros (anti-serpentes, antiescorpião,
antiaranhas, ...), a possibilidade de transplantes de órgãos e as vacinas
antialérgicas, que melhoraram particularmente a vida das pessoas portadoras
de alergias respiratórias.
Apesar dos avanços espetaculares no tratamento das alergias é muito
freqüente ouvir esta frase: “ALERGIA NÃO TEM CURA”. Quem diz isso
desconhece os avanços da medicina ou ignora os tratamentos disponíveis para
os alérgicos.
TRATAMENTO ANTIALÉRGICO
O tratamento antialérgico envolve várias fases que devem ser conhecidas
para aperfeiçoar o tratamento:
1) Tratar os sintomas: os remédios servem para resolver as crises de
asma;
2) Tratar a causa: as vacinas antialérgicas servem para tratar a(s)
causa(s) da asma;
3) Controlar alérgenos e irritantes, que podem ser inalados ou
ingeridos. O seu controle assume importância, pois eles diminuem ou
evitam as crises de asma.
4) Educar os alérgicos e, no caso das crianças, seus responsáveis para
que o tratamento seja compreendido e ofereça o melhor resultado.
1- SINTOMAS
As crises de asma são caracterizadas pela falta de ar, “chiado de peito”
e dificuldade crescente de respirar. Geralmente, na evolução de uma crise de
falta de ar, os sintomas vão piorando e exigem cuidados médicos. É muito
importante a avaliação médica, porque muitas crises podem estar associadas a
infecções (pneumonia) ou a outras condições agravantes. As crises podem levar
à insuficiência respiratória e em alguns casos até à morte.
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Os pacientes em crise de asma, quando medicados no tempo certo,
rapidamente voltam à normalidade. Quando o tratamento é muito demorado,
pode ser necessário o internamento hospitalar e muitos vão parar na UTI
(Unidade de Terapia Intensiva), elevando o sofrimento e os gastos financeiros.
As crises de asma provocam grande desespero ao paciente e aos seus
familiares.
Os sintomas das crises podem ser aliviados com os broncodilatadores e
corticosteróides, conforme o caso, associados a antibióticos e hidratação.
Queremos lembrar que os remédios são ótimos para tratar as crises de alergia,
porém não resolvem a causa das crises, ou seja: remédio não cura asma. Os
medicamentos são muito importantes no alívio das crises.
2- CAUSA
A bronquite é sempre confundida com a asma, embora sejam doenças
completamente diferentes uma da outra. Geralmente usa-se o termo bronquite
quando a pessoa tem asma, pois se acredita que a bronquite é mais suave do
que a asma. Isto é um mito.
As bronquites agudas são geralmente causadas por vírus, como o
resfriado comum, as gripes e outras viroses. São doenças produtoras de muito
catarro e em alguns casos provocam “chiado de peito”. Podem funcionar como
gatilho desencadeador da primeira crise de asma.
A bronquite crônica é mais comum no adulto e principalmente nos
fumantes. O vício do cigarro, além do catarro provoca o aparecimento de
enfisemas e cânceres de garganta e pulmões. O enfisema pulmonar vai se
instalando vagarosamente: é uma doença grave e debilitante provocada pelo
fumo e não tem cura.
A asma alérgica é caracterizada pela hiper-reatividade brônquica. A
hiper-reatividade pode ser desencadeada por substâncias específicas
(alérgenos) e pelas inespecíficas (cheiros fortes, irritantes, vírus, etc.).
A asma é uma doença alérgica caracterizada pela presença de anticorpos
específicos chamados IgE, que estimulam a sua produção pelos alérgenos. O
IgE é chamado anticorpo da alergia e portanto está aumentado nos pacientes
com asma alérgica.
ALÉRGENOS
A exposição aos alérgenos pode ocorrer dentro tanto das residências
como nos locais de trabalho. Os ácaros e a poeira domiciliar representam
mais de 90% dos alérgenos responsáveis pelas crises de asma. Já os detritos
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das baratas, por 25%. Os animais domésticos como cães, gatos e aves
apresentam baixa alergização entre nós (menos de 5% dos alérgicos).
Alergização aos polens, apesar de ser muito falada, é muito rara e sua maior
incidência ocorre no Sul do Paraná, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul.
Nas outras regiões do Brasil praticamente não ocorre. Profissionais que lidam
com animais e trabalhadores de certas industriais podem-se alergizar com os
produtos que manipulam.
Nos últimos anos, muitos pesquisadores brasileiros dedicam-se a estudar
quais os alérgenos de importância para nós.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico é feito por meio de uma história clínica alérgica detalhada.
A história é orientadora na escolha dos testes mais adequados para cada
cliente. Existem dois tipos de testes: os “in vivo” e os “in vitro”.
Os testes “in vivo” são feitos com o próprio paciente. A Clínica de
Alergia Respiratória padronizou os alérgenos mais comuns encontrados em
nossa região. No teste de puntura coloca-se uma gota de cada alérgeno na
face volar do braço e a seguir faz-se uma pequena escarificação na pele com
um puntor. No teste intradérmico injetam-se os alérgenos (um a um)
padronizados no braço. Em ambos os casos o tempo de leitura é 15 minutos.
Dependendo do caso e de sua complexidade, faz-se o teste de provocação,
por meio da inalação, em doses crescentes, do alérgeno escolhido. Depois é
feita a avaliação.
Os testes “in vitro” são os chamados exames de laboratório em que
podemos dosar o IgE total e o IgE específico. A dosagem de IgE total pode
estar elevada nas alergias e também nas verminoses intestinais.
VACINAS ANTIALÉRGICAS
As vacinas antialérgicas servem para estimular a proteção específica do
organismo do alérgico. Os alérgenos, quando são inalados pela vias
respiratórias, predominantemente aumentam a produção dos anticorpos da
alergia (IgE).
As vacinas antialérgicas são produzidas com alérgenos purificados,
portanto elas não podem ser aplicadas universalmente e sim de acordo com o
padrão de alergização do paciente. O padrão é determinado paciente a paciente.
A sua aplicação é subcutânea, em doses crescentes, de tal maneira que a
proteção aumenta gradualmente com os níveis de anticorpos protetores
chamados IgG. Quando os níveis dos anticorpos protetores se tornam
maiores do que os anticorpos da alergia, gradualmente as crises vão-se
tornando mais fracas e cada vez mais espaçadas até ficarem controladas.
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O fracasso desse tipo de tratamento ocorre por vários motivos.
Destacamos os seguintes:
- Vacinas aplicadas por pouco tempo e abandono delas antes de atingirem
níveis protetores adequados.
- Vacinas baseadas somente em testes alérgicos, em detrimento das
outras características da asma brônquica.
- Composição inadequada da vacina.
- Vacinas que podem ser evitadas nos casos em que os alérgenos são
facilmente evitáveis.
As avaliações dos tratamentos antialérgicos mostram que os alérgicos
ficam livres ou as crises tornam-se muito esporádicas após um ano de
tratamento. A seguir, deve-se continuar com a fase de manutenção por mais
dois ou três anos.
O acompanhamento até 6 anos após o término das vacinas antialérgicas
mostrou que os pacientes ficaram livres das crises e diminuíram a chance de se
tornarem alérgicos a outros alérgenos. Este último fato é muito comum nas
pessoas que não fazem o tratamento específico.
3- CONTROLE AMBIENTAL
A asma é caracterizada pela hiper-irritabilidade brônquica, portanto as
crises podem ser provocadas por substâncias alergênicas e/ou por irritantes. O
controle ambiental tem a finalidade de controlar as substâncias alergênicas e as
irritantes. O cliente e os responsáveis pelas crianças devem compreender as
normas a seguir para obter melhor tratamento. (ver controle ambiental - asma)
4- EDUCAÇÃO
É muito importante o cliente ou os responsáveis pelas crianças alérgicas
compreenderem bem o tipo de patologia alérgica que os afetam, pois isso facilita
o tratamento e melhora os resultados do tratamento. Procurar esclarecer com
seu alergista todos os pontos que ficarem em dúvida.
Às vezes, os clientes ou responsáveis pelas crianças sem querer acabam
fazendo o uso de medicamentos que desencadeiam crises de asma ou as
agravam, principalmente os derivados do AAS ou corantes amarelos
encontrados em alimentos.
Infelizmente as crianças não podem tomar refrigerantes que contenham
corantes, mas os adultos continuam comprando, e assim com certeza elas
acabam tomando-os.
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Alguns adultos consideram irrelevantes estas normas e acabam
ignorando-as e inadvertidamente trazem prejuízos à saúde de seus filhos.
“Educere” é uma palavra do latim que significa aprender a viver. Faça dela um
lema.
AS DÚVIDAS E PERGUNTAS DEVERÃO SER LEVADAS AO SEU ALERGISTA PARA ESCLARECIMENTO.
IMPORTANTE
As informações disponíveis no site www.alergiarespiratoria.com.br possui
caráter informativo e educativo. No caso de consulta procurar seu médico de
confiança para diagnóstico e tratamento.
Dr. Luiz Carlos Bertoni
Alergista - Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia (ASBAI)
Membro - World Allergy Organization (WAO)
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