ATUALIZA CURSOS ESPECIALIZAÇÃO DE ENFERMAGEM EM NEFROLOGIA PRISCILLA DIAS BARRETO VANESSA BRASIL O ENFRENTAMENTO DO IDOSO FRENTE AO TRATAMENTO DIALÍTICO SALVADOR 2011 O ENFRENTAMENTO DO IDOSO FRENTE AO TRATAMENTO DIALÍTICO Priscilla Dias Barreto* Vanessa Brasil* RESUMO O envelhecimento é o fenômeno do processo de vida que assim como a infância, a adolescência e a maturidade são marcadas por mudanças biopsicossociais específicas associadas à passagem de tempo. Com o passar da idade, a pessoa idosa apresenta uma diminuição da massa renal, principalmente por causa de uma perda de néfrons. E com isso pode ocasionar a Insuficiência Renal que pode ser aguda ou crônica. Este estudo trata-se de uma revisão de literatura exploratória de natureza qualitativa e tem como objetivo descrever a assistência de enfermagem aos pacientes com um olhar mais cuidadoso sobre o tratamento dialítico afim de que possa torná-lo mais passível de aceitação por ambas as partes. Desta forma abordamos alguns aspectos fundamentais que auxiliaram no tratamento do paciente renal como: função renal na senilidade, insuficiência renal crônica no processo de envelhecimento e o olhar da enfermagem no idoso portador de IRC. Palavras-chaves: Enfermagem. Idoso. IRC. *Enfermeiras Especialista em Enfermagem em Nefrologia Atualiza Pós-graduação SUMÁRIO INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 4 PROBLEMA ......................................................................................................................... 8 METODOLOGIA .................................................................................................................. 8 RESULTADOS ..................................................................................................................... 9 Função Renal na senilidade ................................................................................................ 9 Insuficiência Renal Crônica no processo de envelhecimento ............................................ 10 Olhar da Enfermagem no idoso portador de IRC .............................................................. 11 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................... 14 ABSTRACT ...................................................................................................................... 155 REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 16 4 INTRODUÇÃO O envelhecimento, o processo normal de alteração relacionado com o tempo, começa com o nascimento e prossegue durante toda a vida. À medida que a população idosa aumenta, o número de pessoas que vivem em uma mesma faixa etária avançada também aumentará. E para isso, os profissionais de saúde serão desafiados a idealizar estratégias que abordem maior prevalência da doença dentro da população idosa. Nas últimas décadas evidenciou-se um aumento significativo no processo de envelhecimento populacional mundial e isto é uma das conseqüências da transição demográfica, justificada principalmente pela queda das taxas de fecundidade, natalidade e mortalidade. Segundo a Organização Mundial de Saúde (2003) estima que nos próximos 20 anos o número de idosos atingirá 1,2 bilhões de indivíduos. Ainda, segundo a OMS (2003), no Brasil a população com mais de 60 anos cresceu de forma a atingir o sexto lugar na população mundial em número de idosos no ano de 2025, o que corresponderá a 15% da população, ou seja, aproximadamente 30 milhões de brasileiros. O indivíduo é considerado idoso quando atinge os 60 anos de idade para países em desenvolvimento e com 65 anos de idade para países desenvolvidos. No Brasil mesmo sendo um país em desenvolvimento, o indivíduo só é tido como idoso a partir de 65 anos de idade. O envelhecimento é o fenômeno do processo de vida que assim como a infância, a adolescência e a maturidade são marcadas por mudanças biopsicossociais específicas associadas à passagem de tempo. Como afirma Lenardt (2008), inúmeras são as dificuldades encontradas pelos idosos para manter um padrão de envelhecimento saudável, tais como: a precariedade ou demora do acesso à saúde, a deficiência de informação, e hábitos inadequados de vida adquiridos ao longo da vida. A transformação da situação populacional tem se dado devido à existência da qualidade de vida, exames diagnósticos mais complexos, saneamento básico e a prevenção para com as doenças. 5 Esta mudança no perfil demográfico evidencia um novo perfil de morbi-mortalidade da população, ou seja, com o envelhecimento aumenta a possibilidade de doenças. Embora maior parte dos idosos goze de boa saúde, observa-se que, a doença crônica é a principal causa de incapacidade, e as cardiopatias, o câncer, acidente vascular cerebral, osteoarticulares são as de maior significância no óbito de idosos. Com o passar da idade, a pessoa idosa apresenta uma diminuição da massa renal, principalmente por causa de uma perda de néfrons. As alterações na função incluem uma redução na taxa da filtração glomerular, função tubular diminuída com menor eficiência na reabsorção e concentração da urina, e uma restauração mais lenta do equilíbrio ácido-básico em resposta ao estresse. Com esta alteração aumenta a suscetibilidade da doença renal na pessoa idosa. As patologias que mais levam a pessoa idosa a sofrer de doença renal são a Hipertensão Arterial e a Diabetes Mellitus. A insuficiência renal sobrevém quando os rins não conseguem remover os resíduos metabólicos do corpo, nem realizar as funções reguladoras. As substâncias normalmente eliminadas na urina acumulam-se nos líquidos corporais em conseqüência da excreção prejudicada, levando a uma ruptura nas funções metabólicas e endócrinas, bem como a distúrbios hídricos, eletrolíticos e ácido-básicos. A insuficiência renal é uma doença sistêmica e uma via final comum de muitas doenças renais e de trato urinário. A insuficiência renal pode ser classificada em aguda ou crônica. A Insuficiência Renal Aguda (IRA) se caracteriza por uma perda súbita e quase completa da função renal, por um período de horas a dias. Sendo que a Insuficiência Renal Crônica (IRC) ocorre devido a uma deterioração progressiva e irreversível da função renal, na qual há uma perda da capacidade do corpo em manter o equilíbrio metabólico e hidroeletrolítico, resultando em uremia ou azotemia (retenção de uréia e outros resíduos nitrogenados no sangue). Kusumota (2004) fala que: O aparecimento tardio dos sinais e sintomas da IRC, freqüentemente, é decorrente de complicações de outras doenças que levaram à falência renal. Assim, muitas vezes, os portadores de IRC, por desconhecimento das conseqüências e da gravidade dessa patologia, e por interpretarem os sinais e sintomas como algo passageiro e insignificante, a princípio, tardam a procurar ajuda de profissionais de 6 saúde que possam diagnosticar a doença e iniciar o tratamento precocemente, evitando complicações tardias e irreversíveis. Isso condiz com o que Lenardt (2008) exemplifica que a maior expectativa de vida, o aumento da obesidade, da hipertensão arterial prevalente no idoso, e o crescente número de diabéticos estão causando uma epidemia silenciosa de insuficiência renal crônica em todo o mundo. Historicamente, o número de idosos que desenvolvem IRC aumenta a cada ano. No passado, as glomerulonefrites eram as causas mais comuns de IRC em idosos. No entanto, hoje o DM e a HAS são as principais causas da IRC nos idosos. Uma vez instalada a insuficiência renal é necessário um tratamento contínuo para substituir a função renal, e os tratamentos dialíticos consistem em diálise peritonial, hemodiálise e o transplante renal. Os pacientes com perda da função renal podem ser mantidos em diálise durante anos, no entanto, as limitações da capacidade de trabalho do paciente decorrentes da doença e da diálise usualmente impõem uma grande carga financeira, estresse e o emocional sobre o paciente e seus familiares. A decisão de iniciar a diálise deve ser tomada somente depois da discussão minuciosa entre o paciente, família, médico e enfermeiro. Muitas questões com risco potencial para a vida estão associadas à necessidade de diálise. A enfermeira pode ajudar ao paciente e a família ao responder suas perguntas, esclarecer as informações fornecidas e apoiar as suas decisões. Como diz Lenardt (2008) é importante reconhecer o idoso não apenas como objeto de tratamento, mas sujeito com direito à decisão, opinião, interessado em buscar o melhor para si, capacitado para realizar ações de cuidado dentro de suas limitações ou dependências impostas pela patologia. O tratamento por meio da diálise peritonial é realizado por uma técnica de infusão de líquido de diálise na cavidade abdominal do paciente, favorecendo a depuração do sangue por meio da membrana peritonial, com a finalidade de remover substancias que necessitam ser eliminadas do organismo. 7 A outra modalidade de diálise é a hemodiálise que é um método de diálise mais comumente difundido e empregado. Conforme BRUNNER & SUDDART (2006): A hemodiálise evita a morte, embora ela não cure a doença renal e não compense quanto à perda das atividades endócrinas ou metabólicas dos rins. Os pacientes que são submetidos à hemodiálise utilizam o tratamento pelo resto de suas vidas. Ou até que se submetam a um transplante renal bem sucedido. Em geral, o tratamento ocorre três vezes por semana, durante, pelo menos, 3 a 4 horas por sessão de hemodiálise. Para fazer a hemodiálise o paciente necessita de um acesso vascular que pode ser através de um cateter com luz dupla que se alojam em veia subclávia, jugular interna ou femoral. Ou através de uma fístula, que é um acesso mais permanente confeccionado por meios cirúrgicos, utilizados usualmente no antebraço, que consiste em unir (anastomosar) uma artéria a uma veia, onde após 60 dias de maturação serão inseridas agulhas no vaso com a finalidade de obter fluxo sanguíneo adequado para passar através do dialisador. Portanto, avaliando o imenso numero de IRC no Brasil, as modificações que os portadores de tal doença e sua família enfrentam em seu tratamento e a importância da liberdade que necessita o ser humano para ir e vir, é que propusermos a pesquisar o tema com objetivo de descrever a assistência de enfermagem aos pacientes com um olhar mais cuidadoso sobre o tratamento dialítico afim de que possa torná-lo mais passível de aceitação por ambas as partes. 8 PROBLEMA Qual a assistência de enfermagem adequada ao paciente idoso nefropata em um programa de diálise? METODOLOGIA Este estudo trata-se de uma revisão de literatura exploratória de natureza qualitativa, que visa proporcionar uma maior familiaridade com o problema em questão, com vistas a torná-lo explícito. Segundo Gil (2002), “a pesquisa exploratória tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vista a torná-lo mais explícito ou a construir aprimoramento de idéias ou a descoberta de intuições”. Minayo (1994), quando afirma que: O estudo qualitativo caminha para o universo de significações, motivos, aspirações, atitudes, crenças, valores e percepções, podendo responder a questões que não podem ser quantificadas, aprofundando-se no mundo do significado das ações, vivências, experiências e relações pessoais. Para a seleção de dados, foram consultados livros que tivessem embasamento na temática e bancos de dados eletrônicos: Scielo, Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e BVS (Biblioteca Virtual de Saúde), considerando as publicações em português no período de 2003 a 2009, que façam alusão a temática, que estejam disponíveis on-line, utilizando como descritores para consulta: idoso x IRC; IRC x enfermagem. Foram encontrados 6 artigos no Scielo, 22 artigos no BDENF e 9 artigos no LILACS. Porem foram usados somente 4 artigos para compor a referencia bibliográfica pois os artigos descartados eram basicamente analise com gráficos e de perfis que não se enquadravam em nossa pesquisa. Utilizamos 2 livros com embasamento em gerontologia e 1 onde podemos encontrar conteúdo referente a enfermagem. 9 RESULTADOS Função Renal na senilidade A longevidade é uma via de mão dupla que por vezes assusta os idosos, no primeiro momento o desejo de viver mais é explicito, entretanto viver em meio a incapacidades e dependência assusta. Isto se resume com o que Carvalho Filho & Netto (2006) diz: O envelhecimento como processo dinâmico e progressivo, no qual há modificações morfológicas, psicológicas e bioquímicas, que determinam perda progressiva da capacidade de adaptação do individuo ao meio ambiente, ocasionando maior vulnerabilidade e maior incidência de processos patológicos, que terminam por leva-lo á morte. Já é fato que no curso da vida o corpo vai sendo consumido pelo tempo e pelas intemperes do dia a dia, mas isso não significa deteriorização total, tudo ira depender da qualidade de vida do individuo. Lenardt (2008) diz que na ausência de doenças degenerativas graves, os idosos têm possibilidades de conservar as competências, as habilidades intelectuais e desenvolver seus próprios cuidados. Segundo Brunner & Suddart: a função dos tratos urinário superior e inferior se modifica com a idade. A Taxa de filtração glomerular diminui com a idade, começando entre 35 e 40 anos de idade. Um declínio anual de aproximadamente 1 ml\min continua depois. A função tubular, incluindo a capacidade de reabsorção e concentração, também é reduzida com o aumento da idade. As conseqüências geradas pela função renal deficitária vão além da fisiológica, abala totalmente o emocional. A condição de dependente, a qual a doença impõe, limita às atividades antes realizadas individualmente e reflete para o idoso um estado de sofrimento e possível negação. 10 Alem de, na maioria das vezes mudar a visão da sociedade frente a esse idoso, como afirma Oliveira (2003) O fenômeno do envelhecimento da população mundial trouxe consigo uma serie de conseqüências, tanto socioeconômicas, como culturais para as sociedades, que nem sempre estão preparadas para enfrentá-las. Insuficiência Renal Crônica no processo de envelhecimento A insuficiência renal crônica é o resultado da lesão acentuada de ambos os rins, devido a um grande numero de causas. Aproximadamente 90% da função renal podem ser perdidas sem que haja morbidade significante. Com efeito, a doença renal é freqüentemente silenciosa por muitos anos. Ela, no entanto, pode se manifestar de maneira lenta e progressiva ou ser resultado de um quadro agudo (CARVALHO FILHO & PAPALÉO NETTO, 2006). Segundo Freitas et al.(2006) a insuficiência renal crônica (IRC) no idoso pode manifestar-se sem sintomas clássicos de uremia em decorrência do agravamento de enfermidades preexistentes, tais como diabetes, hipertensão arterial, glomerulonefrite crônica, aterosclerose isquêmica renovascular, nefropatia obstrutiva, insuficiência cardíaca congestiva, sangramento gastrintestinal e demência. Isto nos leva a crê que a doença crônica pode passar despercebida por muito tempo mascarada por outras patologias que acometem o idoso. Oliveira (2003) fala que As mudanças no processo de viver em face da doença crônica se justificam pelo fato de que é uma condição permanente de vida, que possui períodos de exacerbações e remissões, e que necessita de vigilância constante para controlá-la e assimilar melhor suas limitações. Muitos dos que estão crônicos hoje em dia, a muito já possuíam outra patologias as quais mereciam uma atenção e que com o advento de uma nova doença crônica passam a tomar um tempo integral na vida desses idosos. Kusumota (2004) referencia que: A alteração do estado de saúde mostrou, na percepção dos idosos, que algo estava errado com sua saúde, e assim demarcaram o início de uma nova trajetória de vida definida como IRC. Essas percepções foram individuais e atribuídas a prévias morbidades crônicas que os acometeram desde a vida adulta, como a hipertensão arterial, diabetes mellitus e glomerulonefrite. 11 Olhar da Enfermagem no idoso portador de IRC Segundo Lenardt (2008) O idoso necessita estar engajado em atividades ou ocupações que lhe proporcionem prazer e felicidade, e a família novamente tem papel decisivo, estimulando e oportunizando situações nas quais sinta satisfação. Entretanto é importante lembrar que muitas vezes a família não da conta só de agüentar a situação, daí a importância do quadro de profissionais, em especial o enfermeiro que na maioria das vezes esta mais perto do paciente. Isso condiz com Kusumota (2004) O enfermeiro pode proporcionar aos idosos meios necessários para que estes desenvolvam mecanismos para enfrentar a IRC, com vistas a melhorar a sua condição de vida e incentivar a família a participar ativamente do processo. Acrescentando, Carreira e Marcon (2003) refere que ¨Ao conhecer como o indivíduo e seus familiares percebem e lidam com as questões do cotidiano que os preocupam, o profissional pode planejar e implementar uma assistência mais individualizada e integralizada.¨ Reforçando essa afirmativa Lenardt (2008) diz que a enfermagem não tem como se abster da necessidade de interação cada vez mais intrínseca com o idoso, de formar relacionamentos nos quais a tônica é ouvir o paciente, visando o efetivo cuidado de si do idoso. A ausência da devida atenção familiar e profissional leva o idoso a apresentar déficits importantes de cuidado e assim não se muda o quadro dos discursos deles. E é com esta visão individualizada que será focada com extrema importância a situação do trabalho do doente crônico, pois este na maioria das vezes ainda é o centro financeiro da família e a sua debilidade pode causar problemas não só no seu bem estar pessoal, mas também, e principalmente no andar estrutural da casa. Isso pode ser exposto por Carreira e Marcon (2003): Consideramos ser de extrema importância que os profissionais de saúde atentem, também, para a questão do trabalho na vida de indivíduos portadores de IRC, pois esta é uma das facetas das necessidades experienciadas por eles, em virtude não só dos aspectos financeiros relacionados à ausência de trabalho remunerado, mas, 12 principalmente, de toda a problemática envolvida, como, por exemplo, a presença de ociosidade, o sentimento de inutilidade e desvalorização, assim como a sensação de ser um peso/fardo para a família. Somado a isso, “Consideramos que a atividade laboral no cotidiano dos portadores de IRC e, conseqüentemente, no de sua família, é uma questão muito importante a ser observada e abordada pelos profissionais de saúde, já que essa doença se manifesta em diversas faixas etárias, em especial na fase produtiva da vida das pessoas”. (Carreira e Marcon 2003) ¨A falta de adaptação do idoso, mais evidente dentro da sociedade, é provocada pela perda do papel profissional, visto que a sociedade da grande importância à produtividade. ¨ (CARVALHO FILHO & PAPALÉO NETTO, 2006). Ainda neste contexto de vida individual do paciente Oliveira (2003) relata: ¨O profissional enfermeiro deve tomar conhecimento da existência e da atuação dos setores folclóricos e familiar na vida dos doentes, e não pré-julgar quando o doente relata que realiza praticas de cuidados com o auxilio de benzedeira, chá de ervas etc. È necessário respeitar a individualidade da pessoa perante a sua doença, para que possamos intervir de acordo com os preceitos culturais e sociais do doente e, assim, realizar a assistência de enfermagem com qualidade e de forma humanizada. ¨ O enfermeiro precisa saber as opções do doente renal crônico frente a IRC, segundo suas crenças, tratamentos e individualidades para que assim evite uma possível complicação de sua saúde renal. O principal na doença renal crônica refere-se às informações passadas do enfermeiro para o paciente, sendo através desta que define o bom andamento no tratamento. Oliveira (2003) enfatiza que as informações que serão proporcionadas pelo profissional nos primeiros contatos com o idoso renal devem ser realizadas numa linguagem compreensível para o doente, que lhe possibilite realizar praticas de cuidado à sua saúde, visando à estabilização da doença renal, o que retarda as fases irreversíveis da enfermidade. 13 O escutar é a melhor forma do cuidar, a partir dele é que percebemos a real necessidade do idoso crônico. E nesse sentido fazer com que essa doença seja aceita e compreendida pelo individuo de forma mais branda para que a qualidade do serviço prestado seja ideal. Oliveira (2003) reforça: Creio que o diálogo contínuo torna o profissional enfermeiro conhecedor das escolhas do itinerário terapêutico percorrido pelo idoso renal, permitindo a interpretação e a compreensão da experiência que o idoso renal vivencia, as maneiras de como ele enfrenta tal situação e os sofrimentos que o cercam. Escutar e perceber a subjetividade aderida na condição crônica de saúde que o leva a procurar vários caminhos de cura para sua doença é condição sine qua non para a efetividade na qualidade do atendimento oferecido pelos profissionais da saúde. 14 CONSIDERAÇÕES FINAIS Percebemos que o enfrentamento de uma doença crônica não é compreendida facilmente pelos idosos visto que estes necessitam de um apoio estratégico de setores profissionais e familiares para se adequarem ao contexto e peculiaridades da doença. O esclarecimento sobre o processo da IRC é de extrema importância para a realização de um tratamento holístico do idoso. Família, profissionais de saúde, em especial o enfermeiro, e o paciente devem caminhar em sintonia para obtenção de um padrão de vida adequado e o mais saudável possível para o idoso. Um olhar minucioso e individualizado deve ser inserido ao idoso renal de maneira a perceber os detalhes pessoais que auxiliarão no tratamento e no dia a dia de suas vidas. A sensibilidade no falar, escutar e observar ajudaram o profissional e a família a conduzir o tratamento de forma mais cuidadosa e criteriosa para tornar o idoso mais participativo do seu processo de doença. E compreender que as mudanças realizadas para a adaptação da doença devem ser entendidas como uma melhora da sua qualidade de vida. 15 THE FIGHT FOR THE ELDERLY COMPARED TO DIALYSIS TREATMENT ABSTRACT The aging process is the phenomenon of life as well as childhood, adolescence and maturity are marked by specific biopsychosocial changes associated with the passage of time. With increasing age, older adults showed a decreased renal mass, mainly due to a loss of nephrons. And this can lead to kidney failure that can be acute or chronic. This study deals with a literature review and exploratory qualitative aims to describe nursing care to patients with a closer look at the dialysis treatment so that it can make it more capable of acceptance by both parties. Thus we addressed some key issues that helped in the treatment of renal patients as renal function in old age, chronic renal failure in the aging process and look at the nursing elderly with CRF. Keywords: Nursing. Elderly. CRF. 16 REFERÊNCIAS BRUNNER. Enfermagem Médico-Cirurgica. 10ed. Vol.3: Rio de Janeiro. Guanabara. 2005 Carreira Ligia, Marcon Sonia Silva. Cotidiano e trabalho: concepções de indivíduos portadores de insuficiência renal crônica e seus familiares. Rev. Latino-Am. Enfermagem [periódico na Internet]. 2003 Dez [citado 2010 Maio 11] ; 11(6): 823-831. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010411692003000600018&lng=pt. doi: 10.1590/S0104-11692003000600018. Carvalho Filho, E.T; Papaléo Netto, M. Geriatria: Fundamentos, clínica e terapêutica. 2. Ed. São Paulo. Editora Atheneu, 2006. Freitas, E.V et al. Tratado de geriatria e gerontologia. 2. Ed. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan. 2006 GIL, Antônio Carlos. 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