O envelhecimento, o processo normal de alteração

Propaganda
ATUALIZA CURSOS
ESPECIALIZAÇÃO DE ENFERMAGEM EM NEFROLOGIA
PRISCILLA DIAS BARRETO
VANESSA BRASIL
O ENFRENTAMENTO DO IDOSO FRENTE AO TRATAMENTO DIALÍTICO
SALVADOR
2011
O ENFRENTAMENTO DO IDOSO FRENTE AO TRATAMENTO DIALÍTICO
Priscilla Dias Barreto*
Vanessa Brasil*
RESUMO
O envelhecimento é o fenômeno do processo de vida que assim como a infância, a
adolescência e a maturidade são marcadas por mudanças biopsicossociais específicas
associadas à passagem de tempo. Com o passar da idade, a pessoa idosa apresenta uma
diminuição da massa renal, principalmente por causa de uma perda de néfrons. E com isso
pode ocasionar a Insuficiência Renal que pode ser aguda ou crônica. Este estudo trata-se de
uma revisão de literatura exploratória de natureza qualitativa e tem como objetivo descrever a
assistência de enfermagem aos pacientes com um olhar mais cuidadoso sobre o tratamento
dialítico afim de que possa torná-lo mais passível de aceitação por ambas as partes. Desta
forma abordamos alguns aspectos fundamentais que auxiliaram no tratamento do paciente
renal como: função renal na senilidade, insuficiência renal crônica no processo de
envelhecimento e o olhar da enfermagem no idoso portador de IRC.
Palavras-chaves: Enfermagem. Idoso. IRC.
*Enfermeiras
Especialista em Enfermagem em Nefrologia
Atualiza Pós-graduação
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 4
PROBLEMA ......................................................................................................................... 8
METODOLOGIA .................................................................................................................. 8
RESULTADOS ..................................................................................................................... 9
Função Renal na senilidade ................................................................................................ 9
Insuficiência Renal Crônica no processo de envelhecimento ............................................ 10
Olhar da Enfermagem no idoso portador de IRC .............................................................. 11
CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................... 14
ABSTRACT ...................................................................................................................... 155
REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 16
4
INTRODUÇÃO
O envelhecimento, o processo normal de alteração relacionado com o tempo, começa com o
nascimento e prossegue durante toda a vida. À medida que a população idosa aumenta, o
número de pessoas que vivem em uma mesma faixa etária avançada também aumentará. E
para isso, os profissionais de saúde serão desafiados a idealizar estratégias que abordem maior
prevalência da doença dentro da população idosa.
Nas últimas décadas evidenciou-se um aumento significativo no processo de envelhecimento
populacional mundial e isto é uma das conseqüências da transição demográfica, justificada
principalmente pela queda das taxas de fecundidade, natalidade e mortalidade. Segundo a
Organização Mundial de Saúde (2003) estima que nos próximos 20 anos o número de idosos
atingirá 1,2 bilhões de indivíduos.
Ainda, segundo a OMS (2003), no Brasil a população com mais de 60 anos cresceu de forma
a atingir o sexto lugar na população mundial em número de idosos no ano de 2025, o que
corresponderá a 15% da população, ou seja, aproximadamente 30 milhões de brasileiros.
O indivíduo é considerado idoso quando atinge os 60 anos de idade para países em
desenvolvimento e com 65 anos de idade para países desenvolvidos. No Brasil mesmo sendo
um país em desenvolvimento, o indivíduo só é tido como idoso a partir de 65 anos de idade.
O envelhecimento é o fenômeno do processo de vida que assim como a infância, a
adolescência e a maturidade são marcadas por mudanças biopsicossociais específicas
associadas à passagem de tempo. Como afirma Lenardt (2008), inúmeras são as dificuldades
encontradas pelos idosos para manter um padrão de envelhecimento saudável, tais como: a
precariedade ou demora do acesso à saúde, a deficiência de informação, e hábitos
inadequados de vida adquiridos ao longo da vida.
A transformação da situação populacional tem se dado devido à existência da qualidade de
vida, exames diagnósticos mais complexos, saneamento básico e a prevenção para com as
doenças.
5
Esta mudança no perfil demográfico evidencia um novo perfil de morbi-mortalidade da
população, ou seja, com o envelhecimento aumenta a possibilidade de doenças. Embora maior
parte dos idosos goze de boa saúde, observa-se que, a doença crônica é a principal causa de
incapacidade, e as cardiopatias, o câncer, acidente vascular cerebral, osteoarticulares são as de
maior significância no óbito de idosos.
Com o passar da idade, a pessoa idosa apresenta uma diminuição da massa renal,
principalmente por causa de uma perda de néfrons. As alterações na função incluem uma
redução na taxa da filtração glomerular, função tubular diminuída com menor eficiência na
reabsorção e concentração da urina, e uma restauração mais lenta do equilíbrio ácido-básico
em resposta ao estresse. Com esta alteração aumenta a suscetibilidade da doença renal na
pessoa idosa. As patologias que mais levam a pessoa idosa a sofrer de doença renal são a
Hipertensão Arterial e a Diabetes Mellitus.
A insuficiência renal sobrevém quando os rins não conseguem remover os resíduos
metabólicos do corpo, nem realizar as funções reguladoras. As substâncias normalmente
eliminadas na urina acumulam-se nos líquidos corporais em conseqüência da excreção
prejudicada, levando a uma ruptura nas funções metabólicas e endócrinas, bem como a
distúrbios hídricos, eletrolíticos e ácido-básicos. A insuficiência renal é uma doença sistêmica
e uma via final comum de muitas doenças renais e de trato urinário. A insuficiência renal
pode ser classificada em aguda ou crônica.
A Insuficiência Renal Aguda (IRA) se caracteriza por uma perda súbita e quase completa da
função renal, por um período de horas a dias. Sendo que a Insuficiência Renal Crônica (IRC)
ocorre devido a uma deterioração progressiva e irreversível da função renal, na qual há uma
perda da capacidade do corpo em manter o equilíbrio metabólico e hidroeletrolítico,
resultando em uremia ou azotemia (retenção de uréia e outros resíduos nitrogenados no
sangue). Kusumota (2004) fala que:
O aparecimento tardio dos sinais e sintomas da IRC, freqüentemente, é decorrente
de complicações de outras doenças que levaram à falência renal. Assim, muitas
vezes, os portadores de IRC, por desconhecimento das conseqüências e da
gravidade dessa patologia, e por interpretarem os sinais e sintomas como algo
passageiro e insignificante, a princípio, tardam a procurar ajuda de profissionais de
6
saúde que possam diagnosticar a doença e iniciar o tratamento precocemente,
evitando complicações tardias e irreversíveis.
Isso condiz com o que Lenardt (2008) exemplifica que a maior expectativa de vida, o
aumento da obesidade, da hipertensão arterial prevalente no idoso, e o crescente número de
diabéticos estão causando uma epidemia silenciosa de insuficiência renal crônica em todo o
mundo.
Historicamente, o número de idosos que desenvolvem IRC aumenta a cada ano. No passado,
as glomerulonefrites eram as causas mais comuns de IRC em idosos. No entanto, hoje o DM e
a HAS são as principais causas da IRC nos idosos. Uma vez instalada a insuficiência renal é
necessário um tratamento contínuo para substituir a função renal, e os tratamentos dialíticos
consistem em diálise peritonial, hemodiálise e o transplante renal.
Os pacientes com perda da função renal podem ser mantidos em diálise durante anos, no
entanto, as limitações da capacidade de trabalho do paciente decorrentes da doença e da
diálise usualmente impõem uma grande carga financeira, estresse e o emocional sobre o
paciente e seus familiares.
A decisão de iniciar a diálise deve ser tomada somente depois da discussão minuciosa entre o
paciente, família, médico e enfermeiro. Muitas questões com risco potencial para a vida estão
associadas à necessidade de diálise. A enfermeira pode ajudar ao paciente e a família ao
responder suas perguntas, esclarecer as informações fornecidas e apoiar as suas decisões.
Como diz Lenardt (2008) é importante reconhecer o idoso não apenas como objeto de
tratamento, mas sujeito com direito à decisão, opinião, interessado em buscar o melhor para
si, capacitado para realizar ações de cuidado dentro de suas limitações ou dependências
impostas pela patologia.
O tratamento por meio da diálise peritonial é realizado por uma técnica de infusão de líquido
de diálise na cavidade abdominal do paciente, favorecendo a depuração do sangue por meio
da membrana peritonial, com a finalidade de remover substancias que necessitam ser
eliminadas do organismo.
7
A outra modalidade de diálise é a hemodiálise que é um método de diálise mais comumente
difundido e empregado. Conforme BRUNNER & SUDDART (2006):
A hemodiálise evita a morte, embora ela não cure a doença renal e não compense
quanto à perda das atividades endócrinas ou metabólicas dos rins. Os pacientes que
são submetidos à hemodiálise utilizam o tratamento pelo resto de suas vidas. Ou até
que se submetam a um transplante renal bem sucedido. Em geral, o tratamento
ocorre três vezes por semana, durante, pelo menos, 3 a 4 horas por sessão de
hemodiálise.
Para fazer a hemodiálise o paciente necessita de um acesso vascular que pode ser através de
um cateter com luz dupla que se alojam em veia subclávia, jugular interna ou femoral. Ou
através de uma fístula, que é um acesso mais permanente confeccionado por meios cirúrgicos,
utilizados usualmente no antebraço, que consiste em unir (anastomosar) uma artéria a uma
veia, onde após 60 dias de maturação serão inseridas agulhas no vaso com a finalidade de
obter fluxo sanguíneo adequado para passar através do dialisador.
Portanto, avaliando o imenso numero de IRC no Brasil, as modificações que os portadores de
tal doença e sua família enfrentam em seu tratamento e a importância da liberdade que
necessita o ser humano para ir e vir, é que propusermos a pesquisar o tema com objetivo de
descrever a assistência de enfermagem aos pacientes com um olhar mais cuidadoso sobre o
tratamento dialítico afim de que possa torná-lo mais passível de aceitação por ambas as partes.
8
PROBLEMA
Qual a assistência de enfermagem adequada ao paciente idoso nefropata em um programa de
diálise?
METODOLOGIA
Este estudo trata-se de uma revisão de literatura exploratória de natureza qualitativa,
que visa proporcionar uma maior familiaridade com o problema em questão, com vistas a
torná-lo explícito. Segundo Gil (2002), “a pesquisa exploratória tem como objetivo
proporcionar maior familiaridade com o problema, com vista a torná-lo mais explícito ou a
construir aprimoramento de idéias ou a descoberta de intuições”.
Minayo (1994), quando afirma que:
O estudo qualitativo caminha para o universo de significações, motivos, aspirações,
atitudes, crenças, valores e percepções, podendo responder a questões que não
podem ser quantificadas, aprofundando-se no mundo do significado das ações,
vivências, experiências e relações pessoais.
Para a seleção de dados, foram consultados livros que tivessem embasamento na temática e
bancos de dados eletrônicos: Scielo, Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da
Saúde (LILACS) e BVS (Biblioteca Virtual de Saúde), considerando as publicações em
português no período de 2003 a 2009, que façam alusão a temática, que estejam disponíveis
on-line, utilizando como descritores para consulta: idoso x IRC; IRC x enfermagem.
Foram encontrados 6 artigos no Scielo, 22 artigos no BDENF e 9 artigos no LILACS. Porem
foram usados somente 4 artigos para compor a referencia bibliográfica pois os artigos
descartados eram basicamente analise com gráficos e de perfis que não se enquadravam em
nossa pesquisa. Utilizamos 2 livros com embasamento em gerontologia e 1 onde podemos
encontrar conteúdo referente a enfermagem.
9
RESULTADOS
Função Renal na senilidade
A longevidade é uma via de mão dupla que por vezes assusta os idosos, no primeiro momento
o desejo de viver mais é explicito, entretanto viver em meio a incapacidades e dependência
assusta. Isto se resume com o que Carvalho Filho & Netto (2006) diz:
O envelhecimento como processo dinâmico e progressivo, no qual há modificações
morfológicas, psicológicas e bioquímicas, que determinam perda progressiva da
capacidade de adaptação do individuo ao meio ambiente, ocasionando maior
vulnerabilidade e maior incidência de processos patológicos, que terminam por
leva-lo á morte.
Já é fato que no curso da vida o corpo vai sendo consumido pelo tempo e pelas intemperes do
dia a dia, mas isso não significa deteriorização total, tudo ira depender da qualidade de vida
do individuo. Lenardt (2008) diz que na ausência de doenças degenerativas graves, os idosos
têm possibilidades de conservar as competências, as habilidades intelectuais e desenvolver
seus próprios cuidados.
Segundo Brunner & Suddart:
a função dos tratos urinário superior e inferior se modifica com a idade. A Taxa de
filtração glomerular diminui com a idade, começando entre 35 e 40 anos de idade.
Um declínio anual de aproximadamente 1 ml\min continua depois. A função tubular,
incluindo a capacidade de reabsorção e concentração, também é reduzida com o
aumento da idade.
As conseqüências geradas pela função renal deficitária vão além da fisiológica, abala
totalmente o emocional. A condição de dependente, a qual a doença impõe, limita às
atividades antes realizadas individualmente e reflete para o idoso um estado de sofrimento e
possível negação.
10
Alem de, na maioria das vezes mudar a visão da sociedade frente a esse idoso, como afirma
Oliveira (2003) O fenômeno do envelhecimento da população mundial trouxe consigo uma
serie de conseqüências, tanto socioeconômicas, como culturais para as sociedades, que nem
sempre estão preparadas para enfrentá-las.
Insuficiência Renal Crônica no processo de envelhecimento
A insuficiência renal crônica é o resultado da lesão acentuada de ambos os rins, devido a um
grande numero de causas. Aproximadamente 90% da função renal podem ser perdidas sem
que haja morbidade significante. Com efeito, a doença renal é freqüentemente silenciosa por
muitos anos. Ela, no entanto, pode se manifestar de maneira lenta e progressiva ou ser
resultado de um quadro agudo (CARVALHO FILHO & PAPALÉO NETTO, 2006).
Segundo Freitas et al.(2006) a insuficiência renal crônica (IRC) no idoso pode manifestar-se
sem sintomas clássicos de uremia em decorrência do agravamento de enfermidades
preexistentes, tais como diabetes, hipertensão arterial, glomerulonefrite crônica, aterosclerose
isquêmica renovascular, nefropatia obstrutiva, insuficiência cardíaca congestiva, sangramento
gastrintestinal e demência. Isto nos leva a crê que a doença crônica pode passar despercebida
por muito tempo mascarada por outras patologias que acometem o idoso.
Oliveira (2003) fala que As mudanças no processo de viver em face da doença crônica se
justificam pelo fato de que é uma condição permanente de vida, que possui períodos de
exacerbações e remissões, e que necessita de vigilância constante para controlá-la e assimilar
melhor suas limitações.
Muitos dos que estão crônicos hoje em dia, a muito já possuíam outra patologias as quais
mereciam uma atenção e que com o advento de uma nova doença crônica passam a tomar um
tempo integral na vida desses idosos. Kusumota (2004) referencia que:
A alteração do estado de saúde mostrou, na percepção dos idosos, que algo estava
errado com sua saúde, e assim demarcaram o início de uma nova trajetória de vida
definida como IRC. Essas percepções foram individuais e atribuídas a prévias
morbidades crônicas que os acometeram desde a vida adulta, como a hipertensão
arterial, diabetes mellitus e glomerulonefrite.
11
Olhar da Enfermagem no idoso portador de IRC
Segundo Lenardt (2008) O idoso necessita estar engajado em atividades ou ocupações que lhe
proporcionem prazer e felicidade, e a família novamente tem papel decisivo, estimulando e
oportunizando situações nas quais sinta satisfação.
Entretanto é importante lembrar que muitas vezes a família não da conta só de agüentar a
situação, daí a importância do quadro de profissionais, em especial o enfermeiro que na
maioria das vezes esta mais perto do paciente. Isso condiz com Kusumota (2004) O
enfermeiro pode proporcionar aos idosos meios necessários para que estes desenvolvam
mecanismos para enfrentar a IRC, com vistas a melhorar a sua condição de vida e incentivar a
família a participar ativamente do processo.
Acrescentando, Carreira e Marcon (2003) refere que ¨Ao conhecer como o indivíduo e seus
familiares percebem e lidam com as questões do cotidiano que os preocupam, o profissional
pode planejar e implementar uma assistência mais individualizada e integralizada.¨
Reforçando essa afirmativa Lenardt (2008) diz que a enfermagem não tem como se abster da
necessidade de interação cada vez mais intrínseca com o idoso, de formar relacionamentos
nos quais a tônica é ouvir o paciente, visando o efetivo cuidado de si do idoso. A ausência da
devida atenção familiar e profissional leva o idoso a apresentar déficits importantes de
cuidado e assim não se muda o quadro dos discursos deles.
E é com esta visão individualizada que será focada com extrema importância a situação do
trabalho do doente crônico, pois este na maioria das vezes ainda é o centro financeiro da
família e a sua debilidade pode causar problemas não só no seu bem estar pessoal, mas
também, e principalmente no andar estrutural da casa. Isso pode ser exposto por Carreira e
Marcon (2003):
Consideramos ser de extrema importância que os profissionais de saúde atentem,
também, para a questão do trabalho na vida de indivíduos portadores de IRC, pois
esta é uma das facetas das necessidades experienciadas por eles, em virtude não só
dos aspectos financeiros relacionados à ausência de trabalho remunerado, mas,
12
principalmente, de toda a problemática envolvida, como, por exemplo, a presença
de ociosidade, o sentimento de inutilidade e desvalorização, assim como a sensação
de ser um peso/fardo para a família.
Somado a isso, “Consideramos que a atividade laboral no cotidiano dos portadores de IRC e,
conseqüentemente, no de sua família, é uma questão muito importante a ser observada e
abordada pelos profissionais de saúde, já que essa doença se manifesta em diversas faixas
etárias, em especial na fase produtiva da vida das pessoas”. (Carreira e Marcon 2003)
¨A falta de adaptação do idoso, mais evidente dentro da sociedade, é provocada pela perda do
papel profissional, visto que a sociedade da grande importância à produtividade. ¨
(CARVALHO FILHO & PAPALÉO NETTO, 2006).
Ainda neste contexto de vida individual do paciente Oliveira (2003) relata:
¨O profissional enfermeiro deve tomar conhecimento da existência e da atuação
dos setores folclóricos e familiar na vida dos doentes, e não pré-julgar quando o
doente relata que realiza praticas de cuidados com o auxilio de benzedeira, chá de
ervas etc. È necessário respeitar a individualidade da pessoa perante a sua doença,
para que possamos intervir de acordo com os preceitos culturais e sociais do doente
e, assim, realizar a assistência de enfermagem com qualidade e de forma
humanizada. ¨
O enfermeiro precisa saber as opções do doente renal crônico frente a IRC, segundo suas
crenças, tratamentos e individualidades para que assim evite uma possível complicação de sua
saúde renal.
O principal na doença renal crônica refere-se às informações passadas do enfermeiro para o
paciente, sendo através desta que define o bom andamento no tratamento. Oliveira (2003)
enfatiza que as informações que serão proporcionadas pelo profissional nos primeiros
contatos com o idoso renal devem ser realizadas numa linguagem compreensível para o
doente, que lhe possibilite realizar praticas de cuidado à sua saúde, visando à estabilização da
doença renal, o que retarda as fases irreversíveis da enfermidade.
13
O escutar é a melhor forma do cuidar, a partir dele é que percebemos a real necessidade do
idoso crônico. E nesse sentido fazer com que essa doença seja aceita e compreendida pelo
individuo de forma mais branda para que a qualidade do serviço prestado seja ideal. Oliveira
(2003) reforça:
Creio que o diálogo contínuo torna o profissional enfermeiro conhecedor das
escolhas do itinerário terapêutico percorrido pelo idoso renal, permitindo a
interpretação e a compreensão da experiência que o idoso renal vivencia, as
maneiras de como ele enfrenta tal situação e os sofrimentos que o cercam. Escutar e
perceber a subjetividade aderida na condição crônica de saúde que o leva a procurar
vários caminhos de cura para sua doença é condição sine qua non para a efetividade
na qualidade do atendimento oferecido pelos profissionais da saúde.
14
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Percebemos que o enfrentamento de uma doença crônica não é compreendida facilmente
pelos idosos visto que estes necessitam de um apoio estratégico de setores profissionais e
familiares para se adequarem ao contexto e peculiaridades da doença. O esclarecimento sobre
o processo da IRC é de extrema importância para a realização de um tratamento holístico do
idoso. Família, profissionais de saúde, em especial o enfermeiro, e o paciente devem caminhar
em sintonia para obtenção de um padrão de vida adequado e o mais saudável possível para o
idoso.
Um olhar minucioso e individualizado deve ser inserido ao idoso renal de maneira a perceber
os detalhes pessoais que auxiliarão no tratamento e no dia a dia de suas vidas. A sensibilidade
no falar, escutar e observar ajudaram o profissional e a família a conduzir o tratamento de
forma mais cuidadosa e criteriosa para tornar o idoso mais participativo do seu processo de
doença. E compreender que as mudanças realizadas para a adaptação da doença devem ser
entendidas como uma melhora da sua qualidade de vida.
15
THE FIGHT FOR THE ELDERLY COMPARED TO DIALYSIS TREATMENT
ABSTRACT
The aging process is the phenomenon of life as well as childhood, adolescence and maturity
are marked by specific biopsychosocial changes associated with the passage of time. With
increasing age, older adults showed a decreased renal mass, mainly due to a loss of nephrons.
And this can lead to kidney failure that can be acute or chronic. This study deals with a
literature review and exploratory qualitative aims to describe nursing care to patients with a
closer look at the dialysis treatment so that it can make it more capable of acceptance by both
parties. Thus we addressed some key issues that helped in the treatment of renal patients as
renal function in old age, chronic renal failure in the aging process and look at the nursing
elderly with CRF.
Keywords: Nursing. Elderly. CRF.
16
REFERÊNCIAS
BRUNNER. Enfermagem Médico-Cirurgica. 10ed. Vol.3: Rio de Janeiro. Guanabara. 2005
Carreira Ligia, Marcon Sonia Silva. Cotidiano e trabalho: concepções de indivíduos
portadores de insuficiência renal crônica e seus familiares. Rev. Latino-Am. Enfermagem
[periódico na Internet]. 2003 Dez [citado 2010 Maio 11] ; 11(6): 823-831. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010411692003000600018&lng=pt. doi: 10.1590/S0104-11692003000600018.
Carvalho Filho, E.T; Papaléo Netto, M. Geriatria: Fundamentos, clínica e terapêutica. 2.
Ed. São Paulo. Editora Atheneu, 2006.
Freitas, E.V et al. Tratado de geriatria e gerontologia. 2. Ed. Rio de Janeiro. Guanabara
Koogan. 2006
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 3°ed. São Paulo: Atlas, 2002.
Kusumota Luciana, Rodrigues Rosalina Aparecida Partezani, Marques Sueli. Idosos com
insuficiência renal crônica: alterações do estado de saúde. Rev. Latino-Am. Enfermagem
[periódico na Internet]. 2004 Jun [citado 2010 Maio 11] ; 12(3): 525-532. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010411692004000300011&lng=pt. doi: 10.1590/S0104-11692004000300011.
Lenardt Maria Helena, Hammerschmidt Karina Silveira de Almeida, Borghi Ângela Cristina
da Silva, Vaccari Élide, Seima Márcia Daniele. O idoso portador de nefropatia diabética e
o cuidado de si. Texto contexto - enferm. [periódico na Internet]. 2008 Jun [citado 2010
Maio 11]; 17(2):313320.Disponívelem:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pi
d=S0104-07072008000200013&lng=pt. doi: 10.1590/S0104-07072008000200013.
MINAYO, M. C. de S. O desafio do conhecimento. Pesquisa qualitativa em saúde. São
Paulo – Rio de Janeiro: HUCITEC – ABRASCO, 1994. 269p
OLIVEIRA, DR; LENARDT, MH; TUOTO, FS. O idoso e o sistema de cuidado à saúde na
doença renal. Acta Paul Enf, São Paulo, v. 16, n.4, p. 49-58, 2003
Organização Mundial de Saúde (OMS). Perfil demográfico da população idosa. Rio de
Janeiro
(RJ):
Organização
Mundial
de
Saúde;
2003.
Disponível
em:
http://br.vlex.com/tags/oms
Download