Investigações sobre o conceito de ciberespaço Lígia Pinheiro

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Investigações sobre o conceito de ciberespaço
Lígia Pinheiro Paganini
Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas, FFLCH, SP
Departamento de Geografia, Universidade de São Paulo, SP
1. Objetivos
O conceito de ciberespaço surgiu muito tempo
depois da Internet ter sido criada em 1969 nos
Estados Unidos. Foi em um livro de ficção
científica – Neuromancer de Willian Gibson que o termo surgiu na década de 80 e a partir
disso começou a ser apropriado por diversos
ramos da ciência, e a Geografia foi um deles. O
presente trabalho pretende resgatar o termo
ciberespaço na ficção científica e analisar como
este foi apropriado por diversos pesquisadores,
tanto fora, mas, principalmente, dentro da
Ciência Geográfica.
2. Material e Métodos
Para realização desse trabalho foi feito
levantamento bibliográfico englobando livros,
artigos, entrevistas, sites sobre o tema. Após
levantamento bibliográfico uma análise do
material foi realizada, tentando não apenas
identificar o termo conceito de ciberespaço,
como também sua relevância e sua
proximidade com outros conceitos da
geografia. Posteriormente o texto foi redigido
fazendo análises e comparações.
3. Resultados e Discussão
Ao procurar um significa para o termo
ciberespaço, foram inúmeras as vezes que o
encontramos usado no senso comum, ou seja,
sem um sentido específico. Muitos autores,
principalmente os estudados fora da Geografia,
faziam uso do termo como sinônimo de
Internet, e alguns outros ligavam o ciberespaço
ao conceito de espaço mais recorrente, o
espaço físico de Newton. Na Geografia
também encontramos algumas semelhanças. O
geógrafo inglês Martin Dodge, por exemplo, se
preocupou em mapear esse espaço que, em
sua concepção, era um espaço virtual e que só
poderia ser visto se fossem feitos mapas dele.
Outros
geógrafos,
como
o
brasileiro
Hindenburgo Francisco Pires e aqueles que
simpatizam com suas pesquisas, pensam o
ciberespaço como uma dimensão do espaço
geográfico, dimensão essa invisível e virtual
(nos termos do filósofo Pierre levy); um nãolugar, nas palavras do autor, um espaço que
desencadeia
a
desterritorialização
e
descentralização (PIRES, 2005).
A partir dessas colocações que fizemos um
apanhado relacionado os conceitos de espaço
na geografia e sua relação com o ciberespaço,
ressaltando as discussões relacionadas à
materialidade e virtualidade do mesmo.
4. Conclusões
O que aparece com maior decorrência tanto no
trabalho de geógrafos como de não geógrafos,
é colocar como grande novidade do
ciberespaço ser um espaço sem materialidade.
Pensamos que isso não deveria aparecer como
novidade, visto que há posições teóricas que
defendem um espaço sem materialidade, fora,
portanto dos moldes newtonianos tão bem
enraizados, como se pode notar, em todos os
ramos da ciência. Além disso, a virtualidade,
polêmica e controversa, nos remete, nos seus
estudos mais famosos, a desterritorialidade,
que não parece se aplicar ao ciberespaço, não
apenas porque para haver uma conexão são
necessários artifícios materiais, mas também
porque as relações se dão entre pessoas
localizadas em um determinado lugar, repleto
de influências culturais e sociais.
Conclui-se a necessidade de estudos que
foquem o tema por outras visões, que não
aquelas pautadas pelo que se tornou
convencional, para que não pareça, portanto,
como única alternativa.
5. Referências Bibliográficas
GIBSON, William. Neuromancer. 3ªed São
Paulo: Aleph, 2003
LEVY, P. O que é virtual?. São Paulo: Editora
34, 1996
PIRES, H. F. O ciberespaço como estrutura
virtual de acumulação: a expansão do comércio
eletrônico no Brasil, IN VI Encontro Nacional da
Anpege, Fortaleza: set 2005. Disponível
em:<http://www.cibergeo.org/artigos/anpege20
05.pdf > Acesso em: 11 mai. 2007
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