MENSAGEM PREGADA PELO PASTOR GUILHERME DE AMORIM ÁVILLA GIMENEZ NA IGREJA BATISTA BETEL, EM 10 DE AGOSTO DE 2014, ÀS 18 HORAS. SÉRIE: REVOLUÇÃO DO AMOR TEMA: O AMOR QUE SOFRE TEXTO: 1 Coríntios 13.7 “Tudo sofre [...]” A PRESENÇA DO SOFRIMENTO NA VIDA Uma das realidades mais difíceis de entender é a existência do sofrimento. Não conseguimos aceitá-lo e tentamos interpretá-lo de forma que alivie nossa consciência, produzindo em nós algum tipo de compensação emocional. Uma série de ciências diferentes estuda o sofrimento: - A dor social – estudada pela sociologia; - A dor biológica – estudada pela medicina, biologia e outros; - A dor emocional – estudada pela psicologia e psicanálise; - A dor das ideias – estudada pelos vários ramos do racionalismo. Biblicamente, sabemos que a origem da dor está relacionada ao pecado (Gênesis 3). A teologia do sofrimento, que tenta explicar não apenas a origem da dor, mas também suas manifestações e relações com o próprio Jesus Cristo, aponta uma sugestão sobre a explicação do sofrimento na vida. Ele é inerente ao ser chamado humano. Sabemos que o sofrimento espiritual é advindo principalmente de um estado de perdição, já levado por Cristo Jesus, como bem nos diz Isaías 53.4: Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. Mas a dor humana, quer física ou psicológica, é uma dura realidade que enfrentamos todos os dias. Tentamos fugir da dor, e nesse quesito, o homem começou a buscar por ferramentas que lhe deem a sensação de alívio à dor: - Drogas de todos os tipos; - Consumismo; - Aventuras; - Ilusões compradas pelo dinheiro; - Sexualidade descomprometida; - Realizações profissionais; - Ferramenta de compensação de dor – fazer o outro sofrer. Essas e outras ferramentas podem aliviar a dor por algum período, até longo, mas não resolvem o problema da dor. Do sofrimento. Jesus deixou claro em João 16.33: "Eu lhes disse essas coisas para que em mim vocês tenham paz. Neste mundo vocês terão aflições; contudo, tenham ânimo! Eu venci o mundo". “Neste mundo vocês terão” é uma frase direta, indicando uma existência assegurada. Teremos sofrimentos, aflições, dor. Não há como fugir disso. Contudo, a certeza da dor é acompanhada por outra certeza: vitória. A dor não nos impede de seguir, de realizar, de ser. A dor ou o sofrimento são uma contingência da existência humana, mas não nos impedem de seguir vitoriosos. “Para os cristãos, o sofrimento é uma realidade que sempre deverá ser enxergada pelos olhos da vitória em Cristo. Seu exemplo nos dá a garantia de que, mesmo passando por sofrimento, conseguiremos seguir firmes na fé”. (Guilherme Gimenez) A PRESENÇA DO SOFRIMENTO NO AMOR Assim como está garantido o sofrimento na vida, também temos a garantia do sofrimento no amor. Diz o texto que o amor “tudo sofre”. É bom, inicialmente, desfazer um mal-entendido: o amor não faz sofrer, mas recebe o sofrimento. Quem ama sofre em decorrência do amor. A ligação amor-sofrimento é uma verdade assegurada pela Bíblia e não pela psicologia. É a Palavra quem afirma isso, assim, nós aceitamos tal realidade, ainda que não a compreendamos totalmente. Um dos exemplos do amor associado ao sofrimento é o do apóstolo Paulo. Preso por causa do evangelho de Jesus Cristo, ele faz uma declaração: “Por essa razão, eu, Paulo, sou prisioneiro de Cristo Jesus por amor de vocês, gentios”. (Efésios 3.1) A prisão foi uma necessidade por causa do amor. Ele não entregou-se para ser preso como uma demonstração de amor, mas seu amor resultou em prisão. Em outro momento, ele chega a dizer: “Agora me alegro em meus sofrimentos por vocês [...]” (Colossenses 1.24a) O contexto aqui não é a vontade de sofrer, mas sim a realidade do sofrer por causa do amor pelo outro. Não temos intensão de sofrer, mas sim de amar. E aqui entra o contexto da pequena, mas profunda frase: “tudo sofre”. A DIMENSÃO DO SOFRIMENTO NO AMOR “Tudo” – tradução da palavra grega πας (pas), que significa: “todo, qualquer um, todas as coisas, qualquer coisa, todas as formas, algo de todos os tipos”. Não há restrição, não há limite. O sofrimento no amor é amplo. Vai desde uma situação inusitada até os tradicionais sofrimentos da maternidade ou dos relacionamentos. “Tudo” significa que não posso me garantir ileso aos sofrimentos se amo alguém. Nosso exemplo maior está no próprio Jesus Cristo que, em decorrência do amor, enfrentou a morte. E em nossa identificação com Jesus Cristo, nosso tudo pode ser tão variado, não há como garantir um resultado ou outro. Alguns sofrimentos inesperados. Alguns sofrimentos já corriqueiros. Quem ama sabe que existe possibilidade e probabilidade de sofrimento. O SOFRIMENTO NO AMOR “Sofre” – tradução do grego que significa, dentre outras coisas, “proteger, manterse firme, resistir, abrigar, pagar o preço”. Spurgeon interpretou esse verso da seguinte forma: “O amor faz o que for necessário pelo outro e por Deus”. Essa, de fato, é a ideia. O sofrimento no amor não é, portanto, uma demonstração romântica, mas sim um trabalho incansável e incessante pelo outro. É uma vontade de ser bênção na vida do outro, ainda que isso custe alguma coisa, traga dor ou promova algum tipo de sofrimento. NOSSO AMOR ESPELHADO NO AMOR DE CRISTO “Pois a vocês foi dado o privilégio de não apenas crer em Cristo, mas também de sofrer por ele”. (Filipenses 1.29) Muitos de nossos sofrimentos serão aceitos apenas em função de nosso amor por Cristo. Por amarmos a Cristo e termos uma atitude abençoadora para com nosso próximo, encararemos algum tipo de sofrimento. Esbarraremos em dores por causa do amor. E seguiremos resolutos no objetivo de amar a Cristo e amar o outro. CONCLUSÃO - Seu sofrimento não é exclusivo seu: ele faz parte a raça humana; - Seu sofrimento é amenizado pela certeza de que somos mais do que vitoriosos. Você tem esperança de que seu sofrimento não é um fim em si mesmo; - O amor tem, em sua realidade, o sofrimento. Não há como amar e ficar ileso à dor; - O sofrimento no amor é diversificado; - Por causa de Cristo, encaramos muitos de nossos sofrimentos. “Ajuda-me, Senhor, a seguir firme em meu propósito de amar-te sobre todas as coisas e amar ao próximo como a mim mesmo”.