A dor como bálsamo d´alma

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A dor como bálsamo d´alma
Inegavelmente ninguém gosta da dor porque ela nos conduz ao sofrimento. A dor física
pode ser amenizada pelo imenso arsenal terapêutico que a medicina dispõe. Mesmo
assim, muitas delas ainda persistem dando-nos aflições incontidas. Há também a dor de
cunho moral, que a medicação comum “anestesia” em parte as agruras que passamos.
Se considerarmos a dor como lição de vida, ela nos será útil em nosso processo
evolutivo e nos elevará nessa caminhada. Quando sofremos somos impelidos a orar
rogando o amparo da misericórdia Divina, para vencermos as aflições.
Mas a prece não fica restrita aos que sofrem, já que aqueles que nos tem afeto são
solidários dessa aflição e também realizam preces para nossa recuperação. Dessa forma
temos o lado “bom” naquilo que consideramos “ruim”... A dor serve para minimizar as
agruras d´alma acelerando nosso processo de crescimento e unindo-nos ao Criador nos
momentos difíceis.
Com essa visão entendemos que o sofrimento é útil para nos depurarmos das mazelas
que acumulamos no passado, cujo tempo não podemos precisar... Enquanto estivermos
na intermissão, nossa evolução tem seguimento e no tempo arbitrado pela
Espiritualidade Superior, passamos por um processo reencarnatório, ocasião em que
assumimos os compromissos da nova existência corpórea.
Poderemos, assim considerar a dor como necessária para esse mister, da mesma forma
que nos sacrificamos para saldar nossos débitos de ordem material. Se assim
entendermos será menos penoso o enfrentamento dos nossos percalços para seguirmos
adiante sem lamúrias e questionamentos maiores.
A irresignação é um grande obstáculo que devemos transpor. No esforço empreendido
para vencê-la, estaremos adotando uma postura sábia e com o auxílio da paciência
chegaremos às reflexões necessárias para nosso processo de crescimento constante.
No livro O Evangelho Segundo o Espiritismo Cap.V – item 13 consta: “ (...) O homem
pode suavizar ou aumentar o amargor de suas provas, conforme o modo por que encare
a vida terrena. Tanto mais sofre ele, quanto mais longa se lhe afigura a duração do
sofrimento”
Em Mateus 5:4 temos a palavra de Jesus: “Bem-aventurados os que choram, porque
eles serão consolados”. Bastaria atermo-nos nas palavras do Mestre para que
pudéssemos por nós mesmos mitigarmos nossos sofrimentos exercitando a resignação.
A Doutrina Espírita ensina que Deus nos criou “simples e ignorantes”. Devemos
entender que não nascemos para sofrer, já que nossa origem foi sem mácula, mas em
tempos imemoráveis tomamos rumos equivocados que nos levaram a contrariar as Leis
Divinas.
Nada obstante ser de nossa inteira responsabilidade os débitos contraídos no passado,
contamos sempre com a solidariedade daqueles que nos tem afeto trazendo-nos conforto
nesse constante processo de reparação até o dia em que estaremos livres na condição de
Espíritos Puros, segundo O Livro Dos Espíritos - Parte Segunda – Cap. I – questão
112, ”Caracteres Gerais - Nenhuma influência da matéria. Superioridade intelectual e
moral absoluta, com relação aos Espíritos das outras ordens.”
Luiz Guimarães Gomes de Sá
Trabalha no Centro Espírita Caminhando Para Jesus
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