Educação e comunicação: a dinamização das redes sociais em uma perspectiva dialógica Camila Soares da Silva1 Louise Almeida da Silva2 Gabriel Garrido Nery Barbosa3 Bárbara Caroline Assumpção de Oliveira4 Lenilton Barbosa Silva Filho5 Eixo Temático: EDUCAÇÃO, LINGUAGENS, TECNOLOGIAS E VALORES. Resumo O presente trabalho trata de uma experiência de intervenção nas turmas do 3ª ano A, B, C e D dos turnos matutino e vespertino do Colégio Estadual Padre Palmeira. A proposta de intervenção foi orientada pela supervisora Deise Queiroz para uma atividade da 3ª unidade com o seguinte conteúdo: Movimentos Sociais. Desse modo apontamos o seguinte problema: Qual o impacto do uso do WhatsApp (rede social) como ferramenta metodológica na aplicação de uma intervenção calcada em um diálogo entre bolsistas e estudantes? É fundamental compreender a ferramenta das redes sociais como um elemento que está presente no cotidiano dos/das alunos/alunas, e que poderá ser utilizado como estratégia didática. Ancorados na perspectiva teórica de José Manuel Moran, assumimos que a escola tem se tornado um local pouco atraente e com poucas ferramentas motivadoras, desestimulando os/as estudantes frente os conteúdos abordados. A partir desta colocação, selecionamos o WhatsApp (rede social), aplicativo de comunicação que permite troca de mensagens de texto, imagens, sons e vídeos, como uma ferramenta metodológica. Esta estratégia didática implicará uma dinamização das ações que vem sendo aplicadas em sala de aula e possibilitará incorporação destes novos recursos de ensino e aprendizagem. Essa dinamização das atividades, a partir da utilização das redes sociais, permitirá a extensão de um processo que envolve uma comunicação que tem o/a professor/a e os/as bolsistas como intermediadores/as na construção deste trabalho. Do mesmo modo, a configuração de um espaço virtual de conversação sobre temas da matéria tem estimulado a aproximação dos estudantes com os conteúdos abordados pela Sociologia. Esta prática implica diretamente em uma atitude mais autônoma por parte dos/das estudantes na elaboração do que foi proposto pela intervenção. Em paralelo a isso, é salutar apontar para a existência de obstáculos em meio a utilização de tal ferramenta. Dois pontos centrais dizem respeito a preparação do intermediador/a (professor/a ou bolsista) para lidar com o uso da rede social – no caso o WhatsApp – e, além disso, em uma relação dialógica, estabelecer regras perante o uso do mecanismo, como: horários estabelecidos para tratar a respeito do tema; atentar para os assuntos que devem ser abordados, evitando conteúdos impróprios ou que venham a divergir da temática. Partindo dessa perspectiva, é necessário apontar que a 1 Universidade Federal da Bahia (UFBA), [email protected] Universidade Federal da Bahia (UFBA), [email protected] 3 Universidade Federal da Bahia (UFBA), [email protected] 4 Universidade Federal da Bahia (UFBA), [email protected] 5 Universidade Federal da Bahia (UFBA), [email protected] 2 aprendizagem se dá em meio a um processo social, não individual (LORENZO, 2013), isso sendo evidenciado na empiria do uso do WhatsApp como ferramenta metodológica na elaboração de tal atividade, visto que implica em um diálogo entre os/as atores/as envolvidos/as nesse processo, podendo haver uma ampliação do conteúdo utilizado, como: vídeos, fotos e textos. A metodologia de intervenção dos/das bolsistas de Iniciação a Docência tinha como proposta o acompanhamento de 22 (vinte e dois) grupos, os quais estavam divididos por sala, sendo que nas turmas A, B e C foi composta por seis grupos, enquanto que a turma D tinha apenas quatro grupos – variação dada de acordo com o número de estudantes presentes em sala de aula – sendo direcionado os seguintes temas para cada sala: LGBT, Movimento Negro, Movimento Indígena, Movimento Feminista, Movimento de Luta pela Moradia e Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. Ademais, cada grupo estava responsável pela apresentação de um seminário que contava como avaliação da unidade na disciplina de Sociologia. O objetivo do acompanhamento consistia em orientar os grupos temáticos, repassando os materiais didáticos que a professora/supervisora disponibilizava para a turma, além do material sugerido também pelos/as bolsistas, monitorando, motivando e facilitando as discussões a respeito dos respectivos temas. Com essa perspectiva, o trabalho analisou 2 (dois) espaços didáticos de acompanhamento dos grupos temáticos, um “grupo presencial” e outro “grupo no WhatsApp”. A partir das experiências dos/das bolsistas responsáveis pela intervenção, foi avaliado o acompanhamento e especificidade de cada espaço, apontando seus limites e possibilidades. O êxito do espaço presencial está ligado ao planejamento prévio do acompanhamento, ou seja, o preparo da metodologia e organização dos materiais didáticos para a reunião presencial do grupo temático, onde a discussão inicial com os/as estudantes situava o conhecimento preliminar que eles/elas detinham acerca dos movimentos sociais, visando o debate construtivo, o compartilhamento dos conhecimentos e a dinamização dos grupos. Mais: nos espaços criados na rede social, ou melhor, nos grupos criados no WhatsApp, percebemos, 1) que é necessário deixar explícito o objetivo do grupo, 2) que o grupo possibilitou compartilhar materiais antes dos encontros presenciais, 3) importante para serem expostas e respondidas dúvidas dos/das estudantes 4) e acompanhar o desenvolvimento das apresentações. Por fim, podemos concluir que os/as jovens que participaram desta proposta de intervenção mostraram interesses distintos em cada espaço que resultou em uma maior participação dos/das estudantes no trabalho. Além disso, foi possibilitado que os/as bolsistas orientassem os grupos, interagindo com os/as alunos/alunas e exercitando a iniciação à docência, facilitando a dialogicidade entre supervisora/professora, bolsista ID e estudantes. Em síntese, a articulação entre os dois espaços (presencial e digital) possibilitou a potencialização entre ensino e aprendizagem colaborando com uma melhor interação entre os três atores (professora/supervisora, bolsistas, estudantes) envolvidos nesta metodologia. Palavras-chave: intervenção; rede social; comunicação dialógica; dinamização. Referências LORENZO, Eder Maia. A utilização das redes sociais na educação: a importância das redes sociais na educação. 3 ed. São Paulo: Clube de Autores, 2013.126p. MORAN, José Manuel. A educação que desejamos: novos desafios e como chegar lá. - 5ª ed - . Campinas, SP: Papirus, 2012.174p.