UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ HOSPITAL UNIVERSITÁRIO WALTER CANTÍDIO EMPRESA BRASILEIRA DE SERVIÇOS HOSPITALARES SETOR DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE E SEGURANÇA DO PACIENTE UNIDADE DE GESTÃO DE RISCOS ASSISTENCIAIS PROTOCOLO DE PREVENÇÃO DE QUEDAS EM CRIANÇAS AUTORES GERENTE DE RISCO HUWC- Mona Lisa Menezes Bruno GRUPO DE TRABALHO PREVENÇÃO DE QUEDAS: Renata Rocha da Costa- Enfermeira Cecília de Nazaré Nunes Cirilo Fernandes- Fisioterapeuta Samla Sena da Silva Souza-Enfermeira Cheila Maria de Oliveira Lopes-Enfermeira COLABORAÇÃO: Carlos Henrique Silva Soares-Residente de Enfermagem Onco-Hematologia OUTUBRO 2016 2 CONTEÚDO 1. APRESENTAÇÃO 2. DEFINIÇÃO 2.2 FATORES QUE PREDISPÕEM A QUEDA 3. OBJETIVOS 4. ABRANGÊNCIA 5. INTERVENÇÕES A SEREM REALIZADAS 5.1 AVALIAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DO RISCO DE QUEDA 5.2 INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO DE QUEDAS 5.2.1 Cuidados preventivos relacionados ao ambiente. 5.2.2 Cuidados preventivos relacionados a mobilidade 5.3.3 Cuidados preventivos relacionados à higiene e ao conforto 5.3.4 Cuidados preventivos relacionados ao repouso 6. MEDIDAS E AÇÕES DE PREVENÇÃO 6.1 MEDIDAS DE PREVENÇÃO GERAIS 6.2 MEDIDAS DE PREVENÇÃO ESPECÍFICAS 7. NOTIFICAÇÕES E AÇÕES NAS OCORRÊNCIAS DE QUEDAS 8. INDICADORES 9. ANEXOS ANEXO A - FICHA DE AVALIAÇÃO PARA RISCO DE QUEDA EM AMBIENTE HOSPITALAR- CRIANÇA. ANEXO B - FOLDER DE ORIENTAÇÕES PARA PREVENÇÃO DE QUEDAS NO AMBIENTE HOSPITALAR- CRIANÇA ANEXO C - TERMO DE ESCLARECIMENTO E CIÊNCIARISCO DE QUEDA EM AMBIENTE HOSPITALAR ANEXO D. FLUXO DE AVALIAÇÃO DO RISCO DE QUEDAS CRIANÇA 10. REFERÊNCIAS 3 1. APRESENTAÇÃO Quedas em hospitais são eventos de origem multifatorial, com consequências negativas para pacientes e instituições. A identificação do risco de quedas por meio de escalas de risco favorece o direcionamento dos cuidados de enfermagem centrados no paciente ( MARTINEZ, 2016 ). O risco de queda de pacientes está presente em hospitais, ambulatórios e serviços de apoio diagnóstico e terapêutico. De modo geral, a hospitalização aumenta o risco de queda, pois os pacientes se encontram em ambientes que não lhes são familiares, muitas vezes são portadores de doenças que predispõem à queda (demência e osteoporose) e muitos dos procedimentos terapêuticos, como as múltiplas prescrições de medicamentos, podem aumentar esse risco (BRASIL, 2013). As quedas em pacientes hospitalizados podem causar danos graves como fraturas, hematomas intracranianos, sangramentos e até óbitos, gerando impactos negativos como sequelas, medo, depressão e contribuem também para aumentar o tempo de permanência hospitalar e os custos assistenciais, redução da credibilidade na qualidade da assistência, gera ansiedade na equipe de saúde, além de produzir repercussões na credibilidade da instituição e de ordem legal (ANVISA, 2013). As quedas em crianças são consideradas com elevada incidência para esse grupo etário (DE SOUZA PEREIRA et al, 2012). A ocorrência de quedas em pacientes pediátricos relacionam-se competências motoras, (in)capacidade avaliar o risco, curiosidade inata, níveis crescentes de independência, comportamentos desafiadores, utilização incorreta de equipamentos (BORDALO e CALDEIRA, 2016). Estudo aponta que as quedas são comuns entre os meninos e decorreram principalmente de pisos molhados, tropeços em equipamentos e em objetos largados ao chão e que a maior parte dos eventos ocorre na presença dos país (POLL, et al 2014). Considerando todas as repercussões decorrentes das quedas nos pacientes, familiares, profissionais e serviços de saúde, faz-se necessário adotar-se medidas para eliminá-las ou reduzi-las (BRASIL, 2013). 4 Conhecendo-se esses dados, garantir assistência segura e de qualidade para os pacientes hospitalizados é uma das principais preocupações da equipe de saúde, que vem se apropriando de estratégias e práticas para a melhoria das suas ações de cuidado. O Hospital Universitário Walter Cantídio vem realizando ações importantes para garantir a segurança do paciente, entre elas a elaboração e implementação do PROTOCOLO DE PREVENÇÃO DE QUEDAS NO AMBIENTE HOSPITALAR lançado no ano de 2015. A prevenção de quedas constitui uma das Metas Internacionais de Segurança do Paciente (JOINT COMMISSION INTERNATIONAL, 2010). Nesse primeiro momento trabalhou-se a prevenção da queda em pacientes adultos. Com o sucesso da prática e dando continuidade ao planejamento das medidas preventivas foi efetuada a construção de protocolo direcionado para o público infantil. Assim, procedeu a construção do PROTOCOLO DE PREVENÇÃO DE QUEDAS NA PEDIATRIA. A prevenção de quedas na pediatria tem suas especificidades. Para sua realização, a Gerência de Riscos contou com a colaboração do Grupo de Trabalho de Prevenção de Quedas e a parceria da equipe multiprofissional da Unidade de Pediatria do HUWC. O referido protocolo consta da avaliação da criança para o risco de queda na sua admissão, a orientação da mãe sobre os riscos e as medidas preventivas, com a entrega de um folder. A ação de avaliação se repete diariamente, assim como as orientações aos acompanhantes das crianças. 2. DEFINIÇÃO Por definição entende-se queda como “o deslocamento não intencional do corpo para um nível inferior à posição inicial por circunstâncias multifatoriais que comprometem a estabilidade, resultando ou não em dano. Essas lesões podem ocasionar limitações e incapacidades temporárias ou permanentes” (BRASIL, 2013). Considera-se queda quando o paciente é encontrado no chão ou quando, durante o deslocamento, necessita de amparo, ainda que não chegue ao chão. 5 A queda pode ocorrer da própria altura, da maca/cama ou de assentos (cadeira de rodas, poltronas, cadeiras, cadeira higiênica, banheira, vaso sanitário, trocador de fraldas, bebê conforto, berço etc.) A maior frequência das quedas ocorre onde há alta concentração de idosos, crianças, pacientes de neurologia e em reabilitação. 2.2 FATORES QUE PREDISPÕE AS QUEDAS Os fatores que predispõe a queda são múltiplos e incluem: Estado Mental – confusão, desorientação, depressão, deficiências cognitivas. Mobilidade – astenia, desequilíbrio, deficiências motoras. Fatores relacionados ao uso de medicamentos (interações, efeitos colaterais e adversos) entre os quais os mais comuns estão os benzodiazepínicos, antiarrítmicos, anti-histamínicos, anti-psicóticos, antidepressivos, digoxina, diuréticos, laxativos, relaxantes musculares, vasodilatadores, hipoglicemiantes orais e insulina. História de Queda – as quedas surgem em cerca de 16-52% dos doentes que têm história. Necessidades fisiológicas (eliminação) – doentes incontinentes e que necessitam de apoio. Idade – doentes com idades > 60-65 têm mais risco de queda. O risco aumenta em doentes com idade superior a 80 anos ou inferior a 5 anos. Número insuficiente de recursos humanos, materiais e de equipamentos Infraestrutura inadequada: Falta barras de apoio na vertical e horizontal e de pisos antiderrapantes nos banheiros; uso de materiais improvisados; trajeto obstruído; ausência de rampas; elevadores em manutenção. 3. OBJETIVOS Reduzir a ocorrência da queda de pacientes nos pontos de assistência. Implementar medidas que contemplem a avaliação de risco do paciente. Padronizar o cuidado multiprofissional e proporcionar um ambiente seguro. Educação do paciente e de seus familiares em relação a segurança do paciente. 6 4. ABRANGÊNCIA As recomendações deste protocolo aplicam-se a todos os pacientes pediátricos assistidos no Hospital Universitário Walter Cantídio - HUWC, e abrangem todo o período de permanência do paciente em todos os ambientes do hospital. 5. INTERVENÇÕES A SEREM REALIZADAS 5.1 AVALIAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DO RISCO DE QUEDA A avaliação do risco de queda deve ser feita no momento da admissão da criança em qualquer uma das unidades de internação, conforme o ANEXO A - FICHA DE AVALIAÇÃO PARA RISCO DE QUEDA EM AMBIENTE HOSPITALARCRIANÇA. Esta avaliação deve ser repetida diariamente até a alta da criança. A ficha tem periodicidade mensal, por isso uma nova via deve ser aberta ao final de cada mês. Todos as crianças são avaliadas para risco de queda pelo enfermeiro, diariamente, a partir da admissão até o momento da alta. O impresso para avaliação de risco é preenchido individualmente por criança. É considerada existência de risco de queda se for identificado um ou mais fatores de risco. Após avaliação, se detectado risco de queda, o enfermeiro realiza o diagnóstico de enfermagem, implementa as medidas preventivas padronizadas e outras de caráter individualizado. Neste momento, deve-se também avaliar a presença de fatores que podem contribuir para o agravamento do dano em caso de queda que, de acordo com Ministério da Saúde, BRASIL (2013), compreendem: a) História pregressa de quedas; b) Crianças < 5 anos; c) Alteração do equilíbrio corporal, da marcha, fraqueza muscular de membros inferiores, uso de próteses, andadores, muletas, bengalas, curativos e/ou bandagens nos pés, uso de cadeira de rodas. Tontura. Amputação. Paresias, Plegias; d) Osteoartrites, doenças musculares degenerativas; e) Distúrbios neurológicos (crise convulsiva, epilepsia, AVC prévio, Parkinson etc); f) Uso de drogas que atuam sobre o sistema nervoso central (álcool, ansiolíticos, antidepressivos, benzodiazepínicos, hipnóticos, tranquilizantes); g) Uso de anti-hipertensivos, beta bloqueadores, antiarrítmicos; narcóticos/opiáceos, 7 h) Diabético, Uso de hipoglicemiantes; i) Uso de diuréticos (urgência urinária), Incontinência urinária; j) Uso de laxantes (urgência intestinal), Incontinência fecal, Diarréia; k) Caquexia ou Obesidade severa; l) Comprometimento sensorial (visão, audição, tato); m) Anemia, Plaquetopenia; n) Dor intensa; o) Dieta zero; p) Hipotensão 5.2 INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO DE QUEDAS 5.2.1 Cuidados preventivos relacionados ao ambiente. Acomodar as crianças com risco elevado para queda mais próximos do posto de enfermagem; Manter a unidade do cliente limpa e organizada, sem acúmulo de materiais e equipamentos desnecessários; Manter o trajeto no quarto/enfermaria livre. 5.2.2 Cuidados preventivos relacionados a mobilidade Orientar a criança a levantar devagar, sentar no leito e apoiar os pés sobre a escada ou no chão, para depois sair da cama; Auxiliar a criança com risco para queda durante a deambulação, quando indicado; Oferecer suporte de soro com rodas; Checar o bom funcionamento/integridade da maca, cadeira de rodas ou do outro meio de locomoção, antes de transportar o cliente; Transportar a criança na cadeira de rodas com cinto de segurança e na maca com as grades elevadas. 5.2.3 Cuidados preventivos relacionados à higiene e ao conforto Orientar a criança (quando possível) a utilizarem chinelos antiderrapantes durante o banho de aspersão, com ou sem auxílio da enfermagem; 8 Acomodar a criança com necessidades especiais, no que se referem às eliminações, próximos ao banheiro; Auxiliar ou dar banho de aspersão na cadeira de rodas a criança com risco elevado para queda, desde que não haja indicação de banho no leito; 5.2.4 Cuidados preventivos relacionados ao repouso Assegurar que as camas permaneçam em posição mais baixa, com as rodas travadas e as grades elevadas; Manter as laterais do berço aquecido travadas; Acomodar crianças com idade ≤ 36 meses em berços com as grades elevadas na altura máxima; Orientar a mãe ou o cuidador para não dormir com a criança no colo. 6. MEDIDAS E AÇÕES DE PREVENÇÃO 6.1 MEDIDAS DE PREVENÇÃO GERAIS Os serviços de saúde deverão adotar medidas universais para a prevenção de quedas de todos os pacientes, independente do risco. Essas medidas incluem a criação de um ambiente de cuidado seguro conforme legislação vigente – por exemplo: pisos antiderrapantes, mobiliário e iluminação adequados, corredores livres de entulho –, o uso de vestuário e calçados adequados e a movimentação segura dos pacientes. No caso de crianças os cuidados e atenção devem ser redobrados. Para os pacientes pediátricos, deve-se observar a adequação das acomodações e do mobiliário à faixa etária. A utilização de estratégias de educação das crianças e familiares, não só sobre o risco de queda e de dano por queda, como também sobre como prevenir sua ocorrência é fundamental. Deve-se avaliar a Necessidade de Acompanhante: a rotina do serviço solicita que TODAS as crianças permaneçam acompanhadas durante o período de internação. Entrega do ANEXO B - FOLDER DE ORIENTAÇÕES PARA PREVENÇÃO DE QUEDAS NO AMBIENTE HOSPITALAR- CRIANÇA Assinatura do ANEXO C - TERMO DE ESCLARECIMENTO E CIÊNCIA: RISCO DE QUEDA EM AMBIENTE HOSPITALAR. 9 6.2 MEDIDAS DE PREVENÇÃO ESPECÍFICAS a). Classificar grau de risco de queda e sinalização visual do risco: Identificação da criança com o risco de queda após avaliação e determinação do grau do risco de quedas, uma SINALIZAÇÃO VISUAL deve ser afixada em cada leito para as crianças com ALTO RISCO DE QUEDA. b). Adotar medidas conforme orientações: Idade Acomodação (adequar o leito para acomodação, conforme a idade e o estado clínico) ≤ 36 meses (3 anos): devem ser acomodadas em berços, com grades elevadas na altura máxima. Se os pais recusarem, estes devem assinar o “Termo de recusa de tratamento”. A exceção seriam crianças sem mobilidade. Estas poderão ser acomodadas em cama de acordo com a avaliação do profissional responsável. > 36 meses: devem ser acomodadas em cama com as grades elevadas. Transporte (adequar o dispositivo de transporte, conforme a idade e o estado clínico) ≤ 6 meses: devem ser transportadas no colo do responsável (ou acompanhante e na ausência destes pelo profissional de enfermagem) e este em cadeira de rodas. Diagnóstico > 6 meses ≤ 36 meses: o Em maca acompanhada do responsável (ou acompanhante e na ausência destes pelo profissional de enfermagem) quando for submetida a procedimentos com anestesia/sedação. Em cadeira de rodas no colo do responsável (ou acompanhante e na ausência destes pelo profissional de enfermagem). > 36 meses: em maca ou em cadeira de rodas no colo do responsável (na ausência deste pelo profissional de enfermagem), dependendo da avaliação do profissional responsável. Orientar o responsável sobre a influência do diagnóstico no aumento do risco de queda. Avaliar periodicamente pacientes com diagnósticos associados ao aumento do risco de queda. Orientar responsável para que a criança somente levante do leito acompanhada por profissional da equipe de cuidado, mesmo na presença de acompanhante, de acordo com a idade e com as condições clínicas. Avaliar se há condição de deambulação do paciente diariamente; registrar e informar para o responsável se o mesmo está liberado ou não para deambular. A criança deve estar sempre acompanhada na deambulação (no quarto, no banheiro e no corredor) pelo responsável (na ausência deste pelo profissional de enfermagem). Avaliar a necessidade de utilizar protetor de grades para fechar as aberturas entre elas. Orientar o responsável a levantar a criança do leito progressivamente (elevar a cabeceira 30°, sentar-se no leito com os pés apoiados no chão por 5 a 10 minutos, antes de sair da cama), de acordo com a idade da criança e/ou condições clínicas, avaliadas pelo profissional responsável. Avaliar risco psicológico ou psiquiátrico sempre que necessário. 10 Fatores Cognitivos Orientar responsável sobre o risco de queda relacionado ao “comportamento de risco” de acordo com a faixa etária da criança. História Pregressa/ Atividade Alocar o paciente próximo ao posto de Enfermagem, se possível. Não levantar do leito sozinho quando há história de queda pregressa com dano grave Cirurgia/ Sedação/ Anestesia Informar o paciente e/ou familiar/responsável sobre o risco de queda relacionado ao efeito do sedativo e/ou anestésico. Orientar o paciente e/ou familiar/responsável a levantar progressivamente (elevar a cabeceira 30°, sentar-se no leito com os pés apoiados no chão por 5 a 10 minutos, antes de sair da cama. Sair do leito acompanhado pela enfermagem. Se o paciente estiver em cama, permanecer com as grades elevadas e rodas travadas (pré-cirúrgico e pós operatório imediato). O jejum por longo período deve ser levado em consideração, por exemplo, logo ao acordar ou em pré e pós-operatório; Atentar para as classes medicamentosas que alterem a mobilidade e equilíbrio (de acordo com a avaliação clínica da enfermagem). Realizar reconciliação medicamentosa, cuidadosa, na admissão. Orientar paciente e/ou familiar/acompanhante quando houver mudança na prescrição de medicamentos associados ao risco de queda. Não levantar do leito sozinho. Orientar, na hora da medicação, o paciente e/ou familiar/acompanhante quanto aos efeitos colaterais e interações medicamentosas, que podem potencializar sintomas, tais como: vertigens, tonturas, sonolência, hipotensão, hipoglicemia, alteração dos reflexos. O profissional responsável pode solicitar a avaliação do farmacêutico clínico quanto ao uso dos medicamentos e ao risco de queda. Medicações ADAPTADO DO PROTOCOLO DE PREVENÇÃO DE QUEDAS DO MINISTÉRIO DA SAÚDE 2013 c). Orientações acompanhante: Não deixar a criança sozinha em lugares altos A criança não deve permanecer sem acompanhante Cuidado ao segurar o bebê, a maior parte das quedas em menores de ano são quedas do colo! Assegure-se de que o chão está seco e livre de obstáculos Conheça os efeitos dos medicamentos que a criança toma Toda saída do leito deve ser orientada pela enfermagem ou com acompanhamento de membro da equipe de cuidado, mesmo na presença de acompanhante; Exercícios de marcha devem ser realizados apenas com acompanhamento do fisioterapeuta; 11 Manter grades de cama elevadas durante todo o período. Utilize as grades de proteção ao lado dos berços e camas. Escadas não são lugares para brincar Informar à enfermagem o período em que a criança permanecerá sem acompanhante. d). Orientações da equipe multiprofissional: Agendamento dos cuidados de higiene pessoal/ troca de fraldas frequentes/ programar horários regulares para levar o paciente ao banheiro. Revisão periódica da medicação. Orientar sobre efeitos colaterais de medicações uso que aumentam o risco queda. Atenção aos calçados utilizados pelas crianças. Acomodar os clientes com risco elevado para queda mais próximos do posto de enfermagem; Assegurar que as camas permaneçam em posição mais baixa, com as rodas travadas e as grades elevadas; Supervisão periódica para avaliação do conforto e segurança do paciente. Avaliar nível de dependência após instalação de dispositivos ou equipamentos. Manter a grade (distal do profissional) elevada no momento de mobilizações no leito PIT STOP (horário de comunicação da equipe multiprofissional para repassar os casos, as intercorrências, as mudanças de classificações etc. Este encontro deve ser definido conforme rotina da unidade, preferencialmente deve ocorrer todos os dias). 7. NOTIFICAÇÕES E AÇÕES NAS OCORRÊNCIAS DE QUEDAS Na ocorrência de quedas medidas gerias devem ser tomadas: 1-No caso de ocorrer queda, colocar criança no leito, comunicar ao enfermeiro de plantão para avaliação e exame físico ATENÇÃO: O mais importante após a queda é observar a criança. Examine-a com cuidado, veja se não tem nenhum sinal de fratura ou algum lugar na cabeça que está mais inchado. É normal que a criança chore após a queda, porém se apresentar alguns sintomas considerados “sinais de alarme”, deve ser avaliado por um médico. Logo após a queda, pode-se colocar gelo no local da batida, para que diminua o inchaço. Se houver algum corte, comprima com um pano limpo. 12 2- Solicitar avaliação médica 3- Registrar no prontuário as informações de ocorrência de queda e a conduta médica. 4- Observar a situação e circunstâncias que contribuíram para a ocorrência da queda e registrar: - Queda Envolvendo Berço; Cama; Cadeira; Maca; Banheiro; Equipamento; Escada; Transporte; Apoiado por outro indivíduo. Outros. - Tipo de Queda Tropeçar; Escorregar; Desmaio; Perda de Equilíbrio; Outros. 5-Notificação à Gerência de Risco (VIGIHOSP) - Anotar nº da Notificação 8. INDICADORES Proporção de pacientes com avaliação de risco de queda realizada na admissão. Número de quedas com dano. Número de quedas sem danos. Índice de quedas [(nº de eventos / nº de paciente-dia)*1000]: este indicador pode ser monitorado utilizando um diagrama de controle, visando não só construir a série histórica do evento, como também auxiliar a estabelecer metas e parâmetros de avaliação. 9. ANEXOS ANEXO A - FICHA DE AVALIAÇÃO PARA RISCO DE QUEDA EM AMBIENTE HOSPITALAR- CRIANÇA. ANEXO B - FOLDER DE ORIENTAÇÕES PARA PREVENÇÃO DE QUEDAS NO AMBIENTE HOSPITALAR- CRIANÇA ANEXO C - TERMO DE ESCLARECIMENTO E CIÊNCIARISCO DE QUEDA EM AMBIENTE HOSPITALAR ANEXO D. FLUXO DE AVALIAÇÃO DO RISCO DE QUEDAS CRIANÇA 13 ANEXO A - FICHA DE AVALIAÇÃO PARA RISCO DE QUEDA EM AMBIENTE HOSPITALAR- CRIANÇA. 14 15 ANEXO B - FOLDER DE ORIENTAÇÕES PARA PREVENÇÃO DE QUEDAS NO AMBIENTE HOSPITALAR- CRIANÇA 16 ANEXO C - TERMO DE ESCLARECIMENTO E CIÊNCIARISCO DE QUEDA EM AMBIENTE HOSPITALAR 17 ANEXO D. FLUXO DE AVALIAÇÃO DO RISCO DE QUEDAS CRIANÇA 18 11. REFERÊNCIAS ANVISA- Agência Nacional de Vigilância Sanitária (BR). Protocolo Prevenção de Quedas, Anexo 01:12; 2013 [acesso em 09 JUN 2016]. Disponível em: http://www20.anvisa.gov.br/segurancadopaciente/index.php/publicacoes/item/prevenca o-de-quedas. BRASIL. Portaria nº 529, de 1º de abril de 2013. Institui o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP). Brasília(DF); 2013 [acesso 17 JUL 2016]. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2013/prt0529_01_04_2013.html. BORDALO, I.; CALDEIRA, N. Implementação de um Programa de Gestão de Quedas em Contexto Pediátrico. 2013. DE SOUZA PEREIRA, Aline et al. Determinação de fatores de risco para a queda infantil a partir do modelo Calgary de avaliação familiar-doi: 10.5020/18061230.2010. p101. Revista Brasileira em Promoção da Saúde, v. 23, n. 2, p. 101-108, 2012. JOINT COMMISSION INTERNATIONAL. Metas Internacionais de Segurança do Paciente. In: Padrões de Acreditação da Joint Commission International para hospitais. Rio de Janeiro, Consórcio Brasileiro de Acreditação, 2010. p., 31-36. MARTINEZ, Maria Carmen et al. Avaliação do risco de quedas em pacientes internados: por que realizar e como conduzir?. Revista Acreditação, v. 6, n. 11, p. 136-145, 2016. POLL, Márcia Adriana et al. Quedas em crianças e adolescentes: prevenindo agravos através da educação em saúde. Revista de Enfermagem da UFSM, v. 3, p. 589-598, 2014.