UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS FACULDADE DE GEOLOGIA GEOLOGIA GERAL SÍNTESE DO SEMINÁRIO: “GRANDES DOMÍNIOS GEOLÓGICOS DA AMÉRICA DO SUL E PROVÍNCIAS ESTRUTURAIS DO BRASIL”. Discente: Pedro Henrique Magalhães Batista - 201608540001 Trabalho apresentado à faculdade de Geologia do Instituto de Geociências da Universidade Federal do Pará – UFPA, como requisito parcial para obtenção de nota na disciplina de Geologia Geral, sob orientação do professor Dr. Francisco Matos e da monitora Ranielly Silva. BELÉM JANEIRO/2017 O nascimento representa o principio de algo, de vida, porém, no contexto geológico da América do Sul, a vida deste continente tem início bem antes do nascimento dele próprio. Neste sentido, é necessário voltar no tempo – cerca de 200 milhões de anos – para contar a sua historia. De acordo com a teoria da deriva continental, a única grande massa terrestre existente neste período, denominado de Pangea, rompeu-se e originou dois novos continentes: Laurásia e Gondwana. Seguindo a teoria de Alfred Weneger, passados 70 milhões de anos, no Cretáceo Inferior, a Gondwana rompeu-se para formar novos e atuais continentes do hemisfério sul, entre eles o continente sul-americano. A separação dos continentes é explicada por outra teoria, Tectônica de Placas, a qual afirma que a Terra é composta por diversas placas, que realizam movimentos distintos de afastamento ou aproximação entre si (Wicander & Monroe, 2009). O continente Sul-Americano apresenta três grandes domínios geológicos, e um deles é explicado por esta teoria. O domínio dos Andes surgiu, em função da subducção das placas de Nazca e Sul-Americana. A primeira, sendo de característica oceânica, desliza por baixo da placa continental, em função da densidade daquela ser maior que desta, ocorrendo assim à orogênese da cadeia montanhosa dos Andes, ponto mais alto do continente. Os outros dois grandes domínios remetem-se à plataforma, isto é, área continental de alta estabilidade. Nomeadas de plataforma Patagônica e Sul-Americana, sendo a última, reconhecida em função da sua imensidão dimensional. Quanto à plataforma Patagônica, podemos salientar como uma plataforma jovem, recente, que recebe sedimentos provenientes do domínio andino, além de classificá-la em paraplataforma, em função da característica do embasamento dela. A outra plataforma – Sul-Americana – enquadra o território brasileiro em cerca de 75%. Em relação à classificação, esta é considerada como um ortoplataforma, isto é, embasamento de maior consolidação, constituído de rochas ígneas e metamórficas datadas do período pré-cambriano, sendo expostas em três grandes escudos: o das Guianas, Brasil Central e Atlântico. Além, apresenta diversas bacias sedimentares formadas em função do acumulo de sedimentos nas coberturas desde o período Siluriano. Os crátons representam antigas áreas que estabilidade consolidada a mais de 1800 M.a, e nesse contexto, estas áreas são representadas pelos crátons Amazônico e São Francisco De outro modo, o Brasil foi dividido em províncias estruturais, e de acordo com Almeida et al. (1977) são totalizadas em 10 províncias: Rio Branco, Tapajós, São Francisco, Tocantins, Mantiqueira, Borborema, Amazônica, Parnaíba, Paraná e Costeira. Figura 1: Mapa do continente Sul-americano, com Figura 2: Representação em mapa das a representação dos domínios, plataformas, províncias estruturais brasileiras (SCHIAVETTI, escudos e coberturas da região (SCHIAVETTI, 2015). 2015). A província Rio Branco está situada em uma região de floresta, sendo constituída por rochas ígneas e metamórficas sob cobertura pouco espessa datada do póspaleozóico, como gnaisses, granitos e anfibolitos. A província Tapajós coincide com o cratón do Guaporé, de área equivalente à 1.670 km², possuindo rochas pré-cambrianas escondidas sob cobertura fanerozóicas, constituindo-se de gnaisses, migmatitos, anfibolitos e até rochas metassedimentares. Já a província São Francisco pertence ao cráton homônimo, com embasamento constituído por granitos e gnaisses migmatizados, e perfurado por diversas intrusões de caráter ígneo, por exemplo, granitoides, com idades aproximadas a 2,6 B.a. A província Tocantins, situada entre os crátons Amazônico e São Francisco, divide-se, estruturalmente, em: central, ocidental e oriental. Composto por rochas antigas, superiores a 2,6 M.a, com a presença de gnaisses e rochas granulíticas. Por outro lado, a província Mantiqueira tem área equivalente a 450.000 km², tendo como característica principal a presença maciça de montanhas. Estruturalmente, a região desenvolveu-se sobre dobramentos, com a presença de rochas carbonáticas no topo. A província Borborema possui área de 380.000 km², apresenta dobramentos referentes ao ciclo Brasiliano, constituídos, em sua maior parte, por rochas metassedimentares. Além disso, o embasamento da província é composto por maciços cristalinos de gnaisses e migmatitos, enquanto que a província Amazônica é coincidente com a bacia sedimentar homônima desenvolvida no Paleozoico, tendo uma área equivalente a 1.250.000 km². De caráter sedimentar, as rochas desta província, em geral, são constituídas por calcários e evaporitos. A província Parnaíba alcança uma área de 650.000 km², coincidente com a bacia sedimentar homônima. O embasamento da província compõe-se de arenito finos à folhelhos, com intercalações de conglomerados. Imagina-se que as estruturas mais antigas da província pertenciam ao cráton São Luiz, possuindo continuidade no cráton do Oeste Africano, ambos separados durante o ciclo Brasiliano. Assim como a província anterior, a província Paraná é homônima a bacia sedimentar existente em sua extensão, e composta por sedimentação continental, além de rochas magmáticas e sedimentares. A província Costeira é a mais recente entre todas as províncias, tendo o desenvolvimento ocorrido apenas no período Jurássico, e composta por rochas sedimentares de origem carbonáticas e cristalinas. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, F.F.M; HASUI, Y.; BRITO NEVES, B. B.; FUCK, R. A. Províncias estruturais Brasileiras. Atas do VIII Simpósio de Geologia do Nordeste. Campina Grande (PB),1977. SCHIAVETTI, L.R. Geológico: Brasil – Compartimentação. Lucas Rodrigues Schiavetti, 2015. Disponível em: <https://lucasschiavetti.wordpress.com/2015/10/07/geologico-brasil-parte-1compartimentacao/>. Acesso em 15 Jan. 2017. WICANDER R. & MONROE, J.S. Fundamentos de Geologia. São Paulo, Cengage Learning, 2009.