Título: DESENVOLVIMENTO DE BEBÊS NASCIDOS PRÉ-TERMO E COM BAIXO PESO (< 1500g) AO LONGO DO PRIMEIRO ANO DE VIDA Autora: Carolina Machado Orientador: Prof ª Dr ª. Maria Stella Coutinho de Alcântara Gil Prof ª Dr ª.Maria Beatriz Martins Linhares - FMRP-USP Prof ª Dr ª. Nancy Vinagre Fonseca de Almeida Resumo: A relação entre nascimento pré-termo e possíveis seqüelas no desenvolvimento psicológico da criança tem conduzido as investigações sobre fatores de risco e mecanismos de proteção à evolução de crianças vulneráveis nascidas prematuramente e com peso menor do que 1500g. Neste contexto insere-se um projeto amplo sobre “Sobrevivência e qualidade de vida de crianças nascidas pré-termo e <1500g”. A presente investigação teve por objetivo avaliar aspectos do desenvolvimento psicológico, durante o primeiro ano de vida, de crianças nascidas pré- termo e com baixo peso, portanto sujeitas a paresentarem problemas de desenvolvimento e aprendizagem. A amostra constituiu- se por 26 crianças nascidas com menos de 35 semanas e com peso abaixo de 1500g que fazem parte do "Programa de Següimento Longitudinal do Desenvolvimento Psicológico de RN Pré- termo e de Baixo Peso nascidos no Hospital das Clínicas-FMRP-USP". Foram realizadas entrevistas mensais com as mães e avaliação psicológica da criança ao longo do primeiro ano de vida. O conteúdo das entrevistas foi analisado e os dados quantificados em termos de proporção e incidência. Em relação aos dados obtidos através da entrevistas iniciais com as mães, verificouse que, quanto às condições pré e perinatais, na maioria dos casos a gravidez destas crianças não foi planejada. Porém, a grande maioria das mães realizou exames pré-natal durante a mesma. Foi observado que a distribuição eqüitativa entre os tipos de parto normal e cesáreo. Quanto à representação da mãe acerca da condição de prematuridade do bebê observa-se que: a maior parte das mães desses bebês tinha expectativa positiva em relação ao desenvolvimento do filho; embora parte delas avaliassem a evolução do bebê negativamente. As mães revelaram medos em relação à sobrevivência do bebê, hospitalização, seqüelas e saúde do filho. No ambiente familiar foram encontrados poucos indícios de adversidades ambientais. Nas famílias nucleares com ambos os pais os tipos de adversidades mais freqüentes foram: mudanças residenciais, doenças crônicas, distúrbios psiquiátricos e neurológicos na família e a presença de deficiência mental ou atraso no desenvolvimento. Nas famílias nucleares com apenas um dos pais, o tipo de adversidade mais freqüente foi a falta de contato do pai com a criança. Com relação à avaliação das crianças, quando se corrige a idade gestacional, estas revelaram de modo geral, bom desenvolvimento, tanto na esfera motora quanto na psicológica, na Escala de Desenvolvimento do Comportamento. No entanto, algumas crianças revelaram sinais de risco ou atraso especificamente em habilidades de comunicação ou reação a estímulos visuais e sonoros e na esfera motora (permanecer em postura simétrica e mant er-se em pé com o mínimo de apoio). Frente aos resultados encontrados foram verificados indicadores positivos no desenvolvimento das crianças, apesar das adversidades perinatais. As condições ambientais e o suporte psicológico desde a alta da UTI-Neonatal podem estar contribuindo como mecanismos protetores ao desenvolvimento das crianças vulneráveis estudadas. Palavras- chave: pré- termo, baixo peso, desenvolvimento, fatores de risco, mediação materna, seguimento longitudinal