Difícil achar palavras novas… Quase impossível dizer mais do que já foi dito… E não faz sentido reprisar poemas. Sobre as mães já se esgotaram todas as palavras bonitas. No entanto, entra ano e sai ano, em algum improvisado palco, em púlpitos, em salões do mundo, em emissoras de rádio e televisão no dia das mães, alguém dirá, outra vez, a palavra mãe , mãe , mãe , mãe… como se diz Pai Nosso e Ave Maria, como se repetem rosários e ladainhas e mantras, as mães ouvirão, emocionadas ou serenas, o cantar, os beijos, as homenagens de filhos e marido, receberão, encantadas, os presentes, e, lá no fundo de seu coração materno, a maioria delas dirá que valeu a pena. Mas só elas saberão o que significou a sublime renúncia de ser mãe. O que eu percebo é que as mulheres, na sua maioria, depois que concebem e geram mudam-se do planeta Terra para planeta Ternura. Seu corpo nunca mais será o mesmo, nem a cabeça, nem o coração. Na construção “mulher”, a cada nova criança nasce mais uma ala e mais um saguão… Cuidar não é verbo suficiente para descrever as mães. Há que haver outros verbos, porque mães são tentaculares e por isso mesmo espetaculares. Vê-las em ação é como ver equilibristas de pratos: tocam em tudo na hora certa e do jeito certo. Palavra certa, na hora certa, do jeito certo para o filho certo! Eis a maioria das mães! Poemas sobre elas? Não sei escrevê-los! Este foi apenas uma tentativa. E o leitor já percebeu que faltou praticamente tudo! Não me sinto frustrado! É que a maternidade tem seu quê de infinito! Por mais fundo que mergulhemos acabamos no periférico. Mas elas, as mães, e só elas sabem do mistério! Custa-lhes o corpo e a alma! Que os crentes orem pela mulher que gerou e pensa em gerar. Que gerem bem, gerenciem bem e, de gesto em gesto, vivam sua interminável gestação, porque mãe que é mãe se cansa, mas descansar, não descansa! (Padre Zezinho) Mãe, te desejo muitas alegrias, e muitas bênçãos!