UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE - UFS NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA Análise Espacial da Ocorrência de Esquistossomose em Lagarto-SE utilizando o Geoprocessamento Linha de Pesquisa: Dinâmica Ambiental Adelson de Santana Borges Prof. Orientador: Prof. Dr. José Antônio Pacheco de Almeida SÃO CRISTOVÃO-SE 2009 FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE Borges, Adelson de Santana B732a Análise espacial da ocorrência de esquistossomose em Lagarto-SE utilizando o geoprocessamento / Adelson de Santana Borges. – São Cristóvão, 2009. 167 f. : il. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Núcleo de PósGraduação em Geografia, Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa, Universidade Federal de Sergipe, 2009. Orientador: Prof. Dr. José Antônio Pacheco de Almeida. 1. Lagarto (SE) – Aspectos geográficos. 2. Lagarto (SE) – Aspectos sócio - ambientais. 3. Esquistossomose – Lagarto (SE). 4. Saneamento básico – Lagarto (SE). I. Título. CDU 911:616.993.122 (813.7Lagarto) 1 ADELSON DE SANTANA BORGES ANÁLISE ESPACIAL DA OCORRÊNCIA DE ESQUISTOSSOMOSE EM LAGARTO-SE UTILIZANDO O GEOPROCESSAMENTO Dissertação apresentada a Coordenação de Ensino Superior da Universidade Federal de Sergipe como exigência para obtenção do título de Mestre em Geografia. Prof. Orientador: Prof. Dr. José Antônio Pacheco de Almeida SÃO CRISTOVÃO-SE 2009 2 RESUMO O presente estudo analisa o quadro atual da ocorrência de esquistossomose no município de Lagarto-SE, mediante a modelagem dos dados epidemiológicos de 1999 a 2008 combinados com dados atuais fisiográficos, sociais, culturais e de cobertura do saneamento básico em 41 localidades. O principal objetivo deste é fazer um zoneamento dos principais focos de esquistossomose no município de Lagarto com base em critério de vulnerabilidade construído a partir da análise de dados epidemiológicos, ambientais e socioculturais. Inicialmente foi realizado um levantamento e espacialização dos dados operacionais das atividades de vigilância do Programa de controle da Esquistossomose (PCE), obtidos na Secretaria Municipal da Saúde do município, a qual permitiu a geração dos mapas representativos das áreas de ocorrência da doença no período de 1999 a 2008, Dados obtidos em pesquisa de campo obtidos através de questionários foram tabulados e distribuídos de acordo com 8 unidades de planejamento estabelecidas no município pela SRH. O artifício utilizado permitiu a redução do conjunto, homogeneizando os resultados de forma a facilitar o tratamento estatístico dos dados. Em seguida foram procedidas as manipulações e análises das variáveis que permitiram a determinação das vulnerabilidades das unidades de planejamento do município de Lagarto/Se. Para tanto, foi utilizado o Sistema de Informações Geográficas ―SPRING‖, desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) em conjunto com o soft de análise estatística Statistical Package for the Social Sciences - SPSS. Na comparação dos resultados representados nos mapas temáticos entre as unidades de planejamento foi possível identificar os fatores (similares ou não) que concorrem para tornarlas endêmicas, que combinados resultou no mapa síntese das áreas mais vulneráveis à ocorrência da doença, fato este confirmado principalmente nas localidades pertencentes a Unidade de Planejamento Jacaré que apresenta historicamente um dos maiores registros de casos de esquistossomose em Lagarto no período estudado (43,47%). Admitindo-se satisfatório o enquadramento alcançado e a metodologia aplicada, concluiu-se que o zoneamento proposto a partir do modelo matemático gerado comportou-se de forma satisfatória na análise de fatores considerados de risco para a aquisição da doença, constituindo-se de uma ferramenta adequada para o auxilio das estratégias de controle da doença no município de Lagarto/SE. Palavras-chave: dinâmica ambiental, geoprocessamento, esquistossomose. 3 ABSTRACT The present study analysed the modeling of occurrence of the human Shistosomosis in Lagarto City, State of Sergipe from 1999 to 2008 in combination with physiographic, social, cultural and sanitation data from 41 municipalities. The main objective of this study is to develop a map with the main potential areas of the risk for the occurrence of Shistosomosis in Lagarto,SE. Bassing a anterior of vulnerability built with epidemiological environmental and sociocultural data. Firstly, we perfomed a spacelation of the operational data of activities of vigilance of the Schistosomiasis Control Program obtained at the secretariat of municipalities health and permited the generation of maps containg the areas of occurrence of the disease in the period from 1999 to 2008. The methodology followed first analysis of epidemiological official data from the Shistosomosis Control Program (PCE) from the State of Sergipe. Secondly, an epidemiological survey was performed using a questionnaire to evaluate several social, cultural and sanitation data in 1893 houses. These data were tabulated and distributed in 8 Health Units from the City of Lagarto. The analysis of these combined data in SPRING, developed by National Institute of Space Research (NISP) and Statistical Package for Social Science - SPSS identified some more specific measurements that can be used as risk factors for the occurrence of Shistosomosis in Lagarto. The analyses of these combinated data using Geographic information system in a Synthesis map made possible to identify the health unit of Jacaré as the area with higher levels of occurrence of Shistosomosis in Lagarto (43,47% of the studied sample). In conclusion, the applied methodoly was able to create a mathematical modeling for mapping risk areas of occurrence of Shistosomosis that will be important to guide the epidemiological control measures in Shistosomiasis. Key-words: dynamic environment, geoprocessing, schistosomiasis. 4 ADELSON DE SANTANA BORGES ANÁLISE ESPACIAL DA OCORRÊNCIA DE ESQUISTOSSOMOSE EM LAGARTO-SE UTILIZANDO O GEOPROCESSAMENTO Dissertação apresentada a Coordenação de Ensino Superior da Universidade Federal de Sergipe como exigência para obtenção do título de Mestre em Geografia. . BANCA EXAMINADORA ________________________________________________________________ 1°Examinador ________________________________________________________________ 2°Examinador ________________________________________________________________ 3°Examinador 5 AGRADECIMENTOS Ao Amigo Prof. Dr. José Antônio Pacheco de Almeida que orientou o trabalho com paciência e simpatia. Por meio dos seus ensinamentos, entusiasmo e simplicidade que incentivou-me no aprofundamento dos conhecimentos em geotecnologias, culminando com o meu ingresso no mestrado em Geografia/UFS. A Estimada Profa. Dra. Vera França que contribuiu, em especial, no meu amadurecimento no pensamento geográfico, durante as aulas por ela ministradas e que foi imprescindível para a conclusão do estudo. Ao Amigo Aroldo de Melo Santos, Coordenador do Setor de Auditoria/ Programa de Convênios da Secretaria Municipal de Saúde de Lagarto pela viabilização da aplicação dos questionários, mobilizando todo o efetivo de agentes de saúde do município, sem os quais seria impossível continuar a pesquisa. Ao Sr Luis Jorge Pinheiro de Araujo, Divisão Técnica da Esquistossomose / Secretaria Municipal de Saúde do Município de Lagarto, um profundo conhecedor da esquistossomose no campo da malacologia, com reconhecimento dos pesquisadores da Fiocruz. A minha esposa Cristiani, Enfermeira Sanitarista, pela sua colaboração e motivação. Enfim, a todo corpo docente do Curso de Pós-Graduação em Geografia pela dedicação e competência com que me transmitiu os conhecimentos necessários ao desenvolvimento da pesquisa. 6 LISTA DE TABELAS Tabela 1: População por Situação de Domicílio de Lagarto-SE, em 1991 e 2000 42 Tabela 2: População Total do Município de Lagarto-SE, em 1996 e 2007 43 Tabela 3: Habitação - Acesso a Serviços Básicos de Lagarto-SE, em 1991 e 2000 43 Tabela 4: Nível Educacional da População de Lagarto-SE, em 1991 e 2000 43 Tabela 5: Distribuição Amostral das Localidades Estudadas 55 Tabela 6: Dados de Temperatura em Lagarto 62 Tabela 7: Dados de Precipitação em Lagarto 63 Tabela 9: Unidade de Planejamento - Hidrografia 67 Tabela 10: Infraestrutura Local nas Unidades de Planejamento – Abastecimento de Água 78 Tabela 11: Infraestrutura Local nas Unidades de Planejamento – Esgotamento Sanitário 80 Tabela 12: Perfil Sócioeconômica e Cultural nas Unidades de Planejamento – Membro(s) da Família que Trabalha com Lavoura Irrigada 82 Tabela 13: Perfil Sócioeconômica e Cultural nas Unidades de Planejamento – Distância do Domicílio ao Manancial 84 7 Tabela 14: Perfil Sócioeconômica e Cultural nas Unidades de Planejamento – Nível de Escolaridade dos Pais 86 Tabela 15: Perfil Sócioeconômica e Cultural nas Unidades de Planejamento – Existência de Membro da Família Trabalhando 87 Tabela 16: Perfil Sócioeconômica e Cultural nas Unidades de Planejamento – Formas de Contato com os Mananciais 89 Tabela 17: Perfil Sócioeconômica e Cultural nas Unidades de Planejamento – Distância do Domicílio ao Manancial 92 8 LISTA DE QUADROS Quadro 1: Unidade de Planejamento – Meso-Clima no Município de Lagarto 60 Quadro 2: Casos de Esquistossomose por Unidade de Planejamento 70 Quadro 3: Escala de Valoração / Potencialidade das Características Fisiográficas 92 Quadro 4: Escala de Valoração / Potencialidade das Características da Infraestrutura 93 Quadro 5: Escala de Valoração / Potencialidade das Características Sócioeconômicas 94 Quadro 6: Índice de Vulnerabilidade do Município de Lagarto 97 9 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Áreas de Vulnerabilidade Municipal em Sergipe 18 Figura 2: Esquematização da Pesquisa 25 Figura 3: Localização da Área de Estudo 40 Figura 4: Biomphalária Glabata 44 Figura 5: Corpo d‘água infestado de caramujos B. Glabata no Bairro Estação – Sede do Município 45 Figura 6: Capacitação dos agentes de saúde 48 Figura 7: Coleta de dados para o georreferenciamento da imagem de satélite 49 Figura 8: GPS (GEOTREX e JUNO ST -TRIMBLE) utilizados no georreferenciamento e coleta de dados 50 Figura 9: Fluxograma para determinação das áreas de vulnerabilidade 54 Figura 10: Carta – Imagem das Localidades Estudadas 58 Figura 11: Unidade de Planejamento – Meso-Clima 61 Figura 12: Curvas Ombrotérmicas do Município de Lagarto - Período:1999 a 2008 65 Figura 13: Hidrogeologia no Município de Lagarto 66 10 Figura 14: Unidade de Planejamento – Hidrografia 68 Figura 15: Dinâmica dos Casos de Esquistossomoses - Período:1999 a 2008 76 Figura 16: Ausência de saneamento básico no Bairro Ademar de Carvalho - Sede do Município de Lagarto-SE 79 Figura 17: Lagoa nas proximidades da periferia - Sede do Município de Lagarto-SE 83 Figura 18: Lavadeiras no povoado Brejo pertencente à UP Jacaré 90 Figura 19: Local de recreação da população do Assentamento Nossa Senhora da Piedade pertencente à UP Jacaré Figura 20: Áreas de Vulnerabilidade no Município de Lagarto 90 98 11 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1: Forma de abastecimento de água nas unidades de planejamento do município de Lagarto-SE 78 Gráfico 2: Forma de destinação do esgoto sanitário nas unidades de planejamento do município de Lagarto-SE 80 Gráfico 3: Membros da família que trabalha com lavoura irrigada nas unidades de planejamento do município de Lagarto-SE 82 Gráfico 4: Distância do domicílio ao manancial nas unidades de planejamento do município de Lagarto-SE 84 Gráfico 5: Nível de escolaridade dos pais nas unidades de planejamento do município de Lagarto-SE 86 Gráfico 6: Local de trabalho do membro(s) da família nas unidades de planejamento do município de Lagarto-SE 87 Gráfico 7: Formas de contato com os mananciais nas unidades de planejamento do município de Lagarto-SE 88 Gráfico 8: Frequência de contato com os mananciais nas unidades de planejamento do município de Lagarto-SE 91 12 “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.” Art. 225 Constituição Federal 13 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 16 1.1 Justificativa 20 1.2 Objetivo Geral 21 1.3 Objetivos Específicos 21 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 22 2.1 Dimensão Física 26 2.1.1 Aspectos Fisiográficos 28 2.1.2 Infraestrutura 31 2.2 Dimensão Saúde 32 2.3 Dimensão Socioeconômica e Cultural 34 2.4 Geoprocessamento em Saúde 36 2.5 Tratamento Estatístico 38 3. METODOLOGIA 39 3.1 Diagnóstico Sócio-Ambiental do Município de Lagarto 39 3.1.1 Localização 39 3.1.2 Clima 39 3.1.3 Geomorfologia e Pedologia 39 3.1.4 Vegetação 41 3.1.5 Hidrologia 41 3.1.6 Perfil Populacional do Município de Lagarto 41 3.1.7 Fauna de Interesse Epidemiológico 44 3.2 45 Descrição do Desenho do Estudo 3.2.1 Metodologia do Objetivo 1 46 14 3.2.2 Metodologia do Objetivo 2 46 3.2.3 Metodologia do Objetivo 3 47 3.2.4 Metodologia do Objetivo 4 50 3.2.5 Metodologia do Objetivo 5 52 4. RESULTADOS 55 4.1 Dimensão Física 59 4.1.1 Condicionantes Climáticos 60 4.1.2 Condicionantes Hidrográficos 66 4.2 69 Dimensão Saúde 4.2.1 Epidemiologia 69 4.3 Infraestrurura 77 4.4 Dimensão Sócioeconômica e Cultural 81 5. DISCUSSÃO 99 6. CONCLUSÃO 104 7. BIBLIOGRAFIA 105 APÊNDICES 113 15 1. INTRODUÇÃO O Shistossoma mansoni é o parasita causador da esquistossomose, uma das doenças de maior ocorrência no mundo. Segundo Amaral e Porto (1994), estima-se que o total de casos da doença esteja entre dez e doze milhões no Brasil. De acordo com a World Health Organization (WHO, 1985), a esquistossomose ocorre em 76 países, atingindo 200 milhões de pessoas, ocupando o segundo lugar em ocorrência no mundo, sendo superada apenas pela malária. É uma das doenças de maior prevalência entre aquelas veiculadas pela água e, nos países em desenvolvimento, representa um dos principais riscos para as populações rurais. Embora a maioria dos pacientes infectados apresentam formas clínicas menos graves da doença, formas intestinal e hepatoinstestinal, cerca de 5% a 10% dos infectados apresentam formas mais graves da doença, forma hepatoesplênica, com formação de granulomas hepáticos e oclusão dos vasos periportais e hipertensão portal a qual resulta em formação de varizes potencialmente sangrantes no esôfago e fundo gástrico. Em fases mais avançadas da forma hepatoesplênica pode haver acumulo de líquido peritoneal, sendo a doença conhecida popularmente como ―barriga d‘água‖1. O Shistosoma Mansoni, para ser transmitido, necessita, obrigatoriamente, sair do hospedeiro definitivo (homem), passar por ciclo complementar no interior de um hospedeiro intermediário (algumas espécies de caramujos que habitam ambientes aquáticos), para que então se torne novamente infectante para o homem. Quanto se tem como meta o controle da transmissão da doença, o estudo do “habitat” natural desses planorbídeos, bem como seu comportamento frente às alterações climáticas, reveste-se de especial importância, visto que ambientes que abrigam populações de caramujos de importância epidemiológica ou suscetíveis ao Shistosoma mansoni constituem áreas receptivas ao processo de transmissão de esquistossomose (FUNASA, 1998). 1 A gravidade da doença depende de diversos fatores, a exemplo da carga de infecção, da resposta imunológica ao ovo do parasita depositado nos tecidos, assim como da genética do hospedeiro. 16 A esquistossomose mansônica se estabeleceu na antiguidade e o seu crescimento está associado com o desenvolvimento da agricultura irrigada sendo que as transformações ambientais determinaram as condições para tornar essas áreas endêmicas. O conhecimento sobre a doença e seus mecanismos de transmissão avançou significativamente desde a sua descoberta pelo médico e cientista Pirajá da Silva2, possibilitando reconhecer que as variações espaciais e ou temporais observadas no padrão de transmissão da endemia são também condicionadas por modificações ambientais, climáticas, sócio-econômicas, culturais, individuais e outras. O presente trabalho visa analisar a evolução nos últimos dez anos da ocorrência de esquistossomose no Município de Lagarto-SE, mediante a modelagem dos dados epidemiológicos, fisiográficos, socioeconômicos e culturais e de infraestrutura no Município, de forma a possibilitar o zoneamento, segundo o critério de vulnerabilidade para a ocorrência da doença. Consiste também no aprofundamento de um estudo realizado pelo autor e que permitiu identificar áreas no Estado Sergipe com registros elevados de casos de esquistossomose e enquadrar segundo o índice de vulnerabilidade3 construído para o Estado o município de Lagarto, dentre outros 23 municípios numa área de alta vulnerabilidade (Figura 01). Outro ponto levado em consideração na escolha do município é o grande volume de dados disponíveis no Serviço de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde o que permitiu uma análise temporal e espacial da evolução da doença, mediante a comparação dos dados obtidos nas localidades, trabalhados e distribuídos de acordo com as 8 Unidades de Planejamento. 2 Médico e cientista pioneiro no estudo da esquistossomose no Brasil, sendo responsável no ano de 1908 pela publicação de trabalhos que mostravam a existência da doença no Brasil, suas manifestações clínicas e seu diagnóstico (ANDRADE, 2002). 3 Índice de vulnerabilidade obtido pela média aritmética: IV = [1.00 x Clima + 1.00 x Hidrografia (Potencialidade dos Aspectos Fisiográficos) + 1.50 x IDH-M + 1.50 x Taxa de Alfabetização + 1.50 x Taxa bruta de Freqüência Escolar (Potencialidade dos Dados SócioEconômicos) + 2.50 x Cobertura do SAA + 2.50 x Cobertura do SES (Potencialidade do Saneamento)] / 11.50. 17 L EGEN DA Alta Média Ba ixa Simão Dias Lagarto Riachão do Dantas Campo do Brito Itaporanga D‘Ajuda Boquim Figura 08: Índice de Vulnerabilidade Municipal no Spring. Figura 1: Áreas de Vulnerabilidade Municipal em Sergipe Fonte: Autor, 2007 Para simplificar a metodologia, 41 localidades estudadas do município passaram a ser representadas por 8 Unidades de Planejamento delimitadas pela Secretaria de Recursos Hídricos – SRH, de acordo com as bacias hidrográficas do município, assim nomeadas: Vaza Barris, Eixo Vaza Barris, Jacaré, Lomba, Belém, Médio Superior Piauí, Piauitinga e Alto Piauí. Desta forma, para o estudo que pretende explicar a ocorrência de uma endemia, teve que amparar-se nas análises conjuntas, escolhendo indicadores e parâmetros que eliminem ao máximo a subjetividade, e que permitam estabelecer associações entre os indicadores e as condições sócioeconômicas da população. A atividade profissional e o comportamento da população em relação às coleções hídricas, que as utiliza como áreas de lazer mesmo quando contaminadas, devem ser investigadas. A exemplo dos indicadores: tomar banho nos córregos que segundo Lima e Costa (1994) ―implica em exposição de grande área do corpo à penetração de cercárias e, por ser uma necessidade, em maior intensidade na exposição4. Esse contato resultaria, portanto, em maior intensidade da infecção‖, somando-se 4 Kiet e Col demonstraram uma relação entre o tempo de contato com a água e a intensidade da infecção, medida pelo aumento de ovos/g de fezes pelo método parasitológico de Kato-Katz. 18 ao estilo de vida. ―Fatores de exposição podem depender dos modos que os indivíduos interagem com o ambiente como eles movimentam-se pelo espaço, que propriamente depende do alcance diário das atividades, tipo e local de residência, local de trabalho, viagens e padrões de migração, hábitos, comportamentos‖ (ELLIOTT & WARTENBERG, 2004). Para tanto, a pesquisa foi estruturada objetivando primeiramente fazer o diagnóstico sócio-ambiental do Município de Lagarto, considerando os aspectos socioeconômicos, fisiográficos e geológicos. A fundamentação teórico-metodológica trata de uma revisão histórica do pensamento filosófico que norteou os estudos na epidemiologia e dos aportes dos conceitos geográficos para explicar a ocorrência e distribuição da esquistossomose no município, trabalhados sob três dimensões (física, saúde, sócioeconômico e cultural) e os mecanismos de controles estabelecidos. Para o trabalho da coleta das informações principalmente junto à vigilância epidemiológica do Município de Lagarto, foi realizado trabalho de campo, através da realização de inquérito sanitário devidamente georreferenciado, englobando a aplicação de questionários, tratamento dos dados mediante a utilização dos procedimentos estatísticos de análise no Statistical Package for the Social Sciences – SPSS e posterior modelagem no Sistema de Informações Geográficas (SPRING). Tal procedimento possibilitará a associação dos casos da doença levantados no município às informações de cobertura do saneamento básico e comportamentais da população de 41 povoados de Lagarto, nas quais estão inseridos bairros da sede do município. As comparações entre as unidades de planejamento serão realizadas mediante o tratamento dos dados por métodos estatísticos de análise uni e multivariada dos dados e a realização da análise por regressão linear, na tentativa de compreender o fenômeno no município; nos últimos capítulos são apresentados os resultados alcançados por essa pesquisa para, em seguida, serem expostas as conclusões. Ao final, o estudo será capaz de responder quais os fatores que concorrem para tornar o município historicamente endêmico e se são reproduzidos de forma homogênea entre as Unidades de Planejamento, estabelecendo zonas de ocorrência da doença que indicam as áreas mais vulneráveis para promover medidas de controle epidemiológico. 19 1.1 Justificativa Em pesquisa desenvolvida a nível de Estado foi possível identificar segundo o enquadramento obtido, 24 dos municípios de Sergipe, dentre os quais Lagarto encontra-se inserido, em nível de vulnerabilidade alto e 18 municípios em nível médio o que coloca em risco um elevado contingente de habitantes. Tais índices no referido estudo foram atribuídos às questões relacionadas principalmente a baixa cobertura do sistema de esgotamento sanitário. Contudo, as satisfatórias taxas brutas de freqüência escolar nos municípios propiciam um ambiente favorável à realização de ações educativas que contribuam para o aumento da conscientização da população sobre riscos da doença e da necessidade de modificar hábitos e costumes. Os registros epidemiológicos no Estado de Sergipe demonstram um quadro crônico de ocorrência da esquistossomose no município de Lagarto, com 3.239 notificações no período de 1999 a 2008, cuja maior prevalência no ano de 2002 foi 13,56%, permanecendo na faixa entre 5% e 25%. Fato que demonstra controle dos níveis de prevalência, entendidos como aceitáveis pelo Ministério da Saúde, nos últimos anos. Do ponto de vista da Saúde Pública que necessita conter o avanço da doença é importante a adequada destinação dos recursos financeiros para manter a sua prevalência em níveis aceitáveis. Para a ciência geográfica representa uma contribuição para o entendimento dos fenômenos naturais e sociais que tornam o município historicamente endêmico e que poderão orientar as estratégias das políticas públicas direcionadas a vigilância e controle da doença, beneficiando especialmente as populações carentes do meio rural. Assim como, identificar quais os fatores que concorrem para tornar o município de Lagarto historicamente endêmico em esquistossomose e se são reproduzidos de forma homogênea entre as localidades (Povoados) agrupadas em Unidades de Planejamento. A possibilidade de zoneamento de áreas com maior risco de ocorrência de doença poderá ser utilizada inclusive para outras áreas potencialmente endêmicas no estado, tornando-se mais efetivas as estratégicas de prevenção, 20 as quais atualmente são dispendiosas por serem baseadas principalmente em diagnóstico e tratamento de casos. 1.2 Objetivo Geral Realizar um zoneamento dos principais focos de esquistossomose no município de Lagarto-SE com base em um critério de vulnerabilidade construído a partir da análise da evolução da ocorrência da esquistossomose no período de 1999 a 2008 e de fatores geoambientais e sócioculturais. 1.3 Objetivos Específicos 1. Pesquisar dados históricos dos casos de esquistosomose notificados no município de Lagarto; 2. Realizar a caracterização geoambiental (clima, temperatura e hidrografia) do município de Lagarto; 3. Efetuar inquérito epidemiológico e sanitário georreferenciado das comunidades utilizando-se um receptor de navegação GPS (Global Positioning System), analisar e correlacionar dados sociais (hábitos e costumes associadas à doença), educacionais (nível de escolaridade), de acesso aos serviços básicos de saneamento (cobertura do abastecimento de água e esgoto) e fisiográficos (clima e hidrografia) com a ocorrência da doença; 4. Determinar áreas de risco de ocorrência da doença a partir das localidades estudadas que compõem o município de Lagarto; 5. Estabelecer um índice de vulnerabilidade com a finalidade de determinar um zoneamento de áreas de riscos da ocorrência de esquistossomose no município de Lagarto. 21 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA O processo de análise da ocorrência das endemias, em especial das doenças negligenciadas, deve partir da reconstrução do sistema de relações que gira entorno do objeto em estudo. A doença sob essa perspectiva apresenta-se mais apropriada, pois analisa como a totalidade cria condições para a ocorrência das mesmas. Dentro da perspectiva oferecida pela geografia, inverte-se o processo usual de análise em epidemiologia: ao invés de partir da doença e analisar como esta se insere no contexto, parte-se da totalidade, analisando como esta criou as condições de ocorrência da doença. (SILVA, 1997) Nesse sentido vem a importância do pensamento hipocrático e a necessidade de seu resgate no estudo das doenças de interesse coletivo, diante de um mundo complexo. A postura racional, presente no comportamento filosófico na antiga Grécia, tratava a doença como fenômeno da própria natureza, concebendo-a como pontos de desequilíbrios, de forma a representar a característica mais marcante da medicina hipocrática. Na concepção hipocrática, o corpo humano e tudo aquilo que o circunda — que, em conjunto, constituem a physis — eram pensados por meio da composição dos elementos ar, terra, água e fogo, e pelas qualidades de frio, quente, seco e úmido. Corpo e espaço eram compreendidos a partir desses elementos e qualidades. A constituição do corpo se alteraria de modo integrado às mudanças que ocorrem na constituição da natureza (CZERESNIA, 2001). Para Czeresnia (op. cit): a idéia de constituição epidêmica concebida como fenômeno de desequilíbrio da harmonia da natureza, perante a complexidade das relações na atualidade, impõe a necessidade de uma proposta que adote a pluralidade disciplinar e metodológica, de forma a potencializar a capacidade de resolver as questões. Assim sendo, ―os conceitos geográficos propostos por Milton Santos, por exemplo, constituíram importante referência para compreender a complexidade das relações entre espaço e produção de doenças (CZERESNIA et al., 2000)‖ e que conforme Costa (1999, apud. Santos, 1992) ―o processo de ocupação do espaço desde seu início (passado) até o 22 momento (presente) se refletirá no futuro e é parte inerente dos determinantes da condição de vida‖. Essa idéia de constituição epidêmica, inicialmente proposta como conjunto de circunstâncias (geográficas, históricas, antropológicas, sociológicas) que condicionam o surgimento das epidemias foi resgatado frente a incapacidade de encontrar respostas diante das complexas interações estabelecidas no mundo moderno, passando a existir uma revalorização do saber contemplativo, que não se baseia na separação e na fragmentação do conhecimento. Nesse contexto, surgem novos conceitos que podem ser interpretados como análogos não só à idéia de ‗constituição‘ como à também antiga noção de ‗predisposição‘. Conceitos como vulnerabilidade e empowerment orientam-se na procura de definir as tramas de uma rede complexa, constituída por aspectos que compõem diferentes níveis de integração da realidade e que favorecem, ou não, predispõem, ou não, a emergência do processo do adoecer (CZERESNIA, 2001). É importante salientar que: A medicina, em especial, o ramo que procura entender os fenômenos das doenças (coletivas) sempre recorreu ao conceito de espaço da geografia, e que em um determinado momento (com o desenvolvimento da microbiologia) houve um afastamento, colocando em segundo plano o espaço. (COSTA, 1999) A aproximação e o resgate da lógica do pensamento Hipocrático, conforme Czeresina et al (2000) ―está presente também nas sucessivas formulações teóricas — especialmente as da vertente chamada geografia médica — que preservaram a intenção de atingir uma abordagem integrada e globalizante‖. Contudo, tal abordagem tem exigido a utilização cada vez mais de técnicas modernas no tratamento (manipulação) dos dados, no sentido de obter maior precisão nos resultados. 23 Para possibilitar o alcance do objetivo geral, estruturou-se e procedeu-se o início das fases das análises da pesquisa sob a visão das dimensões: física, saúde e sócioeconônmica e cultural (Figura 2), finalizando com a construção do mapa síntese que representa o zoneamento, segundo o critério de vulnerabilidade para a ocorrência da doença. 24 25 2.1. Dimensão Física A antiga civilização grega já apresentava conceitos para explicar a sua visão de mundo considerando as relações consistentes e explicativas entre o clima e a sociedade, ou entre climas e comportamento humano. O reconhecimento de que tais elementos exerciam e passavam a determinar as condições de vida do homem e sua organização no espaço influenciou correntes do pensamento e diversas áreas do conhecimento humano. Essa visão holística esta presente na teoria do geossistemas ―também designados como sistemas ambientais físicos, representam a organização espacial resultante da interação dos elementos físicos e biológicos da natureza (clima, topografia, geologia, águas, vegetação, animais, solos)‖ (CHRISTOFOLETTI, 1999). Nessa linha ―a geografia física, é capaz de analisar a dinâmica natural, possibilitando a compreensão dos fenômenos naturais e seu rebatimento sobre o sistema antrópico‖ (ALMEIDA, 2002). É importante entender o espaço não só como conjunto de determinantes naturais que favorecem o surgimento da doença. Mas sim, como local onde há interações entre a sociedade e a natureza. Diferentemente, segundo o entendimento de Silva (1997), da conceituação clássica da epidemiologia em que ―o espaço é apenas o substrato que exerce sua influência através de fenômenos naturais, como o clima‖. Para Silva (1997), o espaço é o cenário onde se desenvolvem as interações entre os diferentes segmentos das sociedades humanas e entre estas e a natureza. As doenças surgem ou, pelo menos, são modificadas por estas interações. Afirmando ainda que ―para a epidemiologia, a compreensão do processo de organização do espaço permite entender o papel do natural na gênese e distribuição das doenças‖. Daí a contribuição da geografia como ciência capaz de explicar tal processo, através da identificação dos fatores que isoladamente ou em conjunto potencializam a manifestação doença. Na base desse processo de investigação, a identificação dos aspectos fisiográficos que influenciam diretamente os reservatórios do agente infeccioso (S. Mansoni) da esquistossomose: o homem (hospedeiro principal) e o caramujo (hospedeiro intermediário). 26 Conforme Mcmichael e Githeko (2001) apud. Appleton e Stiles, (1976); Appleton, 1977), ― as condições precisas dentro dos corpos da água que determinam a transmissão dependem de um conjunto de fatores ambientais, incluindo a geologia e topografia local, a hidrologia geral da região, a presença ou a ausência da vegetação aquática, e a agricultura local‖. Acrescido o componente ―Clima‖ que segundo Crsitofoletti (1999), embora não ser um componente materializável, ―é fator fundamental para o geossistema pois constitui o fornecedor de energia, cuja incidência repercute na quantidade disponível de calor e água. O clima surge como o controlador dos processos e da dinâmica do geossistema‖. As epidemias são muitas vezes dependentes do clima, tanto em termos de condições climáticas locais favoráveis a seu crescimento e desenvolvimento como em termos de ventos predominantes, que ajudam a transportar os germes ou os esporos para outras áreas. Também outros vírus causadores de doenças são transmitidos ou difundidos pelos insetos, de modo que as condições climáticas favoráveis a propagação desses vetores são as que facilitam a transmissão de tais doenças (AYOADE, 1998). Um exemplo de aumento de transmissão de Shistosomas mansoni foi verificado por Barbosa (2001) na praia de Porto Galinhas-Pe, o surto de esquistossomose aguda decorreu da enchente do rio Ipojuca que invadiu as residências depositando caramujos infectados nas áreas peridomicíliares da localidade fazendo com que as tivesse exposição diária até que as águas baixassem. Todas as três espécies de caramujos (Bulinus, Biomphalaria, e Oncomelania) podem tolerar uma escala de temperatura larga. Em temperaturas baixas, os caramujos são latentes e a fecundidade é virtualmente zero, mas a sobrevivência é boa. Em altas temperaturas, os nascimentos (produção do ovo) aumentam, bem como a mortalidade. Entretanto, os caramujos são móveis e podem mover-se para evitar temperaturas extremas dentro de seus habitats; a água pode agir como um isolador eficiente. (MCMICHAEL; GITHEKO (2001) apud HAIRSTON, 1973; GILLETT, 1974; SCHIFF ET AL., 1979) O fenômeno descrito é também observado em outras espécies, haja vista afetarem suas funções físicas normais. Segundo Ayoade: 27 Para os animais sobreviverem em determinada zona climática, eles devem estar fisiologicamente ajustados àquele ambiente climático. Todos os animais e em particular todas as raças animais, têm suas exigências climáticas ótimas para assegurar um crescimento e um desenvolvimento máximo. Quando os animais são transportados para ambientes climáticos aos quais não estejam acostumados, geralmente seus níveis de produção econômica caem abaixo do mínimo, embora possam não morrer, como acontece com as plantas (AYOADE, 1998 apud.. CRITCHFIELD, 1974). 2.1.1. Aspectos Fisiográficos Conforme Ayoade (op. cit.) descreve: A temperatura pode ser definida em termos do movimento de moléculas, de modo que quanto mais rápido o deslocamento mais elevado será a temperatura. Mais comumente, ela é definida em termos relativos tomando-se por base o grau de calor que um corpo possui. Sofrendo influência do relevo que tem o efeito atenuador, diminuindo com o aumento da altitude, nos trópicos representam importante fator devido à uniformidade térmica existente. A presença de corpos hídricos também provoca variações na temperatura. Fato explicado pela diferença nas características térmicas das superfícies continentais e hídricas. Por sua vez: A altura é importante fator que influencia a temperatura nos trópicos. A relativa uniformidade térmica que predomina nos trópicos é distorcida principalmente pelos efeitos da altura. As grandes diferenças de temperatura entre as distâncias curtas nos trópicos são usualmente devidas aos efeitos da variação da altitude. (AYOADE ibid.) ―A temperatura experimentada por um organismo vivo, incluindo o homem, depende da temperatura do ar bem como da taxa de perda de calor proveniente daquele organismo. Esta temperatura é denominada temperatura fisiológica e varia com os indivíduos‖ (AYOADE ibid.), estudos indicam que as espécies de caramujos que transmitem a esquistossomose, adaptam-se melhor quando a temperatura está entre 20º e 25º C). 28 O vapor d‘água presente na atmosfera corresponde a baixos percentuais (2% da massa total) é a origem de todas as formas de condensação e precipitação, sua ocorrência exerce influencia direta sobre os seres vivos. Outro ponto importante: ―Pelo fato das temperaturas mostrarem muita uniformidade nos trópicos, as subdivisões dos climas tropicais são usualmente baseadas no volume e na distribuição da precipitação‖ (AYOADE, 1998), acrescentando ainda que ―a quantidade de vapor d‘água no ar é importante fator que influencia a taxa de evapotranspiração‖. ―A atmosfera recebe umidade da superfície terrestre, através da evaporação da água do solo nu, das superfícies aquáticas e através da transpiração das plantas‖ (AYOADE, 1998). O processo combinado é definido como evapotranspiração, resultando na disponibilidade de umidade da atmosfera, tendo como importante fator a quantidade de vapor d‘água no ar, dentre outros fatores: como radiação solar, temperatura e velocidade do vento. Considerando que o hospedeiro intermediário (B. glabrata) vive somente em valas, canais de irrigação, tanques, represas, água estagnada com vegetação, margens de rios e lagoas, evitando as correntezas, é possível afirmar que o processo de evapotranspiração interfere diretamente no ―habitat‖ do caramujo. As coleções hídricas representam aspectos fisiográficos importantes na determinação do potencial de transmissão da doença, constituindo-se possíveis criadouros dos moluscos. Regiões que apresentam disponibilidade de canais de escoamento de água atraem a atenção das equipes de vigilância epidemiológica. Os moluscos hospedeiros podem colonizar uma grande variedade de habitats tanto lóticos (desde rios até pequenas valas) quanto lênticos (de lagoas a pequenas poças). Já os focos de transmissão propriamente ditos geralmente têm características ecológicas semelhantes, sendo localizados no peridomicílio de comunidades urbanas ou rurais desprovidas de água encanada ou saneamento. Mesmo nas áreas sujeitas a secas sazonais, esses criadouros podem albergar populações permanentes de moluscos hospedeiros, alimentados por nascedouros ou água doméstica servida‖ (BRASIL,2008). 29 Neste contexto, se insere as variáveis, densidade de drenagem e densidade hidrográfica, revelando-se bastante apropriadas no estudo da doença em uma unidade de análise. A densidade de drenagem, nas análises morfométricas de bacias de drenagem, tem o objetivo de expressar o comprimento total dos canais fluviais pela área da bacia em estudo e que segundo Cristofoletti (ibid.), ―valores baixos de densidade de drenagem estão, quase sempre, associados a regiões de rochas permeáveis e de regime fluviométrico caracterizado por chuvas de baixa intensidade‖. A densidade hidrográfica: expressa a relação existente entre o número de rios e a área da bacia hidrográfica, sendo ―importantes por representarem o comportamento hidrológico de determinada área, fundamentalmente em relação à capacidade de gerar novos cursos d‘água‖ (ibid. apud. CHRISTOFOLETTI, 1983). A compreensão dos mecanismos de disseminação de muitas enfermidades e como os aspectos físicos descritos potencializam ou não a manifestação da doença, possibilita a adoção de medidas capazes de contê-las. A exemplo das doenças de veiculação hídrica, como a esquistossomose, acrescentam-se as obras de engenharia que tanto podem criar um ambiente favorável a infecção (implantação de barragens, canais de irrigação), como proteção das populações, à medida que se implementem obras de saneamento. Pesquisa realizada por Martins (2003) demonstra que em áreas onde há implantação de projetos de irrigação em grande extensão não houve aumento de esquistossomose, enquanto em pequenas áreas ou com técnicas mais rudimentares houve aumento da prevalência da doença. 30 2.1.2. Infraestrutura Conforme Cristofoletti (op. cit.): Por meio da ocupação e estabelecimento das suas atividades, os seres humanos vão usufruindo desse potencial e modificando os aspectos do meio ambiente, inserindose como agente que influencia nas características visuais e nos fluxos de matéria e energia, modificando o ‗equilíbrio natural‘ dos ecossistemas e geossistemas. Assim sendo, ações de saneamento ambiental: abastecimento de água e destinação adequada dos dejetos, presentes desde a antiguidade atestam o reconhecimento da interrelação entre o controle de endemias e a implantação de infra-estrutura básica. Constituem-se medidas eficientes no controle das mesmas e indiscutivelmente exercem enorme impacto sobre a qualidade de vida das populações urbanas e rurais em especial as ações que têm como meta o fornecimento de água para atender as necessidades básicas de sobrevivência, de proteção da saúde e de promoção do desenvolvimento econômico de uma região. Por definição um sistema de abastecimento público de água: [...] constitui-se no conjunto de obras, instalações e serviços, destinados a produzir e distribuir água a uma comunidade, em quantidade e qualidade compatíveis com as necessidades da população, para fins de consumo doméstico, serviços públicos, consumo industrial e outros usos. (FUNASA, 2004) Por outro lado, após atendida essas demandas, a água deve retornar ao meio dentro de padrões que não comprometam o ambiente e a saúde da população. Assim sendo, passa ser necessário a implementação de sistemas de destinação adequada dos esgotos produzidos nos domicílios, as quais incluem-se as Melhorias Sanitárias Domiciliares: soluções individuais nos domicílios pertencentes à zona rural, cujo principal objetivos é dotar os mesmos de instalações hidrossanitárias, principalmente a destinação adequada dos dejetos, utilizando para tanto a solução de fossa séptica e sumidouro e as redes coletivas de esgotamento sanitário: soluções de engenharias mais complexas, as quais são constituídas de ligações domiciliares para a coleta, o transporte em tubulações, tratamento em estações, antes 31 do lançamento no meio ambiente e representam as soluções mais adequadas (técnica e econômica) para as áreas de concentração de população. 2.2. Dimensão da Saúde A epidemiologia sempre lançou mão do conceito de espaço da geografia, inicialmente como palco para a circulação do agente infeccioso que em condições específicas (a exemplo da temperatura) deflagra uma doença. Na atualidade este passa a ser considerado fruto da dinâmica de uma complexa organização e de interações, onde se incluem todos os elementos, inclusive o físico, conforme defendido pela geografia crítica. Para Costa (1999), sob a luz do pensamento positivista define-se como objeto da geografia a relação homem-natureza, entendendo o primeiro como um ser ativo que sofre a influência e ao mesmo tempo atua sobre o meio, de forma a apresentar uma ―inter-relação existente entre o homem, o agente biológico, seus vetores e o ambiente‖, conceituada de habitat‖ (ibid op.cit. Sorre, 1955). Conforme dito, para se entender os fenômenos da saúde coletiva em um mundo complexo de interações entre o homem e a natureza, é necessária uma visão sistêmica para que se possa explicar o estabelecimento de uma endemia, tão associada ao processo continuo de reorganização do espaço. Assim sendo, é possível afirmar que a disseminação das doenças nas escalas ―local‖ e ―mundial‖ possui uma forte correlação com os fluxos populacionais e que nas regiões subdesenvolvidas estas são potencializadas por determinantes ambientais, bem como por aspectos sociais que possibilitaram o estabelecimento de áreas historicamente endêmicas. O espaço, objeto da geografia, como uma categoria de estudo privilegiada para a investigação do processo saúde-doença nas populações (XAVIER, 2005), no qual: As diversas formas de organização social em uma sociedade (biótopos associados ao modo de vida, lazer, cultura, trabalho, etc.) interagem numa rede de influências que 32 definem o perfil epidemiológico da esquistossomose. (COURA-FILHO et. al., 1995, apud. BARBOSA, 1968; WHO, 1985). A condição sócioeconômica desfavorecida, a falta de outras oportunidades de trabalho e lazer, bem como, o aspecto cultural constituem fatores determinantes para a exposição ao Shistossoma mansoni, que acabam interferindo principalmente no nível de saúde das populações das margens das coleções hídricas. O desafio de tentar conter o estabelecimento de quadro endêmico da esquistossomose, cuja complexidade envolve principalmente aspectos comportamentais e de infra-estrutura básica, ressalta a importância de implementação de ações de educação em saúde e saneamento básico como medidas eficazes no combate da doença, levantando questionamentos sobre as medidas de controle que utiliza das práticas de aplicação de moluscicida. Para Coura-Filho (op. cit.), ―devem ser considerados também os altos custos desses produtos, os danos provocados por freqüentes aplicações à biota aquática, além da questionável eficácia para reduzir de forma duradoura o número de molusco‖. O Ministério da Saúde / Fundação Nacional de Saúde (MS/FUNASA) em 1998 produziu um manual contendo as diretrizes técnicas necessárias ao planejamento, operacionalização, controle e avaliação das ações do programa de controle da esquistossomose, de forma a oferecer um balizamento mínimo que garantisse a homogeneidade das ações de controle, suficiente para o acompanhamento, a análise e avaliação dos resultados em bases seguras e que até hoje constitui a referência de trabalho no estado de Sergipe. Segundo este documento, para a implementação de um programa, faz-se necessário um conjunto de providências anteriores à deflagração das operações de controle propriamente ditas: reconhecimento geográfico e inquérito coproscópico mediante a realização de exames laboratoriais amostrais, ressaltando, que variações espaciais e ou temporais observadas no padrão de transmissão da endemia são também condicionadas por modificações ambientais, climáticas, sócio-econômicas, culturais e outras. Araújo et al (2007) acrescenta que o padrão de distribuição espacial desses focos indica que a dinâmica de transmissão não pode ser analisada apenas a partir da distribuição dos vetores ressaltando a importância da produção social do espaço onde a transmissão se materializa. 33 Os objetivos gerais do programa de controle da esquistossomose, (op.cit. MS/FUNASA, 1998) segundo a área de trabalho, podem ser assim resumidos: Em áreas endêmicas: 1- Prevenir a ocorrência de formas graves de esquistossomose, reduzindo nas localidades da área, a morbimortalidade a ela associada; 2 – Reduzir à níveis inferiores a 25%, a positividade nas localidades abrangidas pelo programa; 3 – Evitar a dispersão da endemia; Em áreas de foco: Conter a expansão do foco inicial e interromper a transmissão da doença; Em áreas vulneráveis: Mediante as ações de Vigilância Epidemiológica, monitorar as modificações ambientais ou sócio-econômicas, acompanhando os movimentos populacionais a elas associados, de modo a inviabilizar a o estabelecimento da transmissão; Em áreas indenes: Manter a integração com os serviços locais de saúde para tornar a vigilância epidemiológica (notificação, investigação e tratamento de casos), eficientes e eficazes, impedindo o estabelecimento da transmissão da esquistossomose. 2.3. Dimensão Socioeconômica e Cultural O espaço humano é necessariamente produto de uma série de decisões que orientam sua organização, segundo os critérios hegemônicos em uma dada formação econômica e social, seja pela movimentação do capital, seja pela ação organizada e planejada da sociedade pelo Estado, sendo um processo cheio de densidade histórica. (COSTA. 1999) As raízes do estabelecimento da esquistossomose no Brasil remontam o processo de internacionalização iniciado a partir do século XVI, período dos grandes descobrimentos. Esse fenômeno inicialmente discreto, pelas limitações tecnológicas de transporte e comunicação, se intensificou estabelecendo grandes fluxos populacionais. No Brasil, com o início do ―Ciclo da Cana de Açucar‖, grandes levas de escravos originados da áfrica para as lavouras de cana de açúcar na região nordeste, possibilitaram a disseminação da doença a partir dos Estados da Bahia, Sergipe, Alagoas e Pernambuco, cujos efeitos ainda se manifestam na atualidade. De acordo com Dolfus: É fundamental reconhecer sempre que, paralelamente aos circuitos que vinculam local e global num ―sistema-mundo‖ há toda uma massa de excluídos, a qual denominamos ‗aglomerados humanos de exclusão‘ que sem condições mínimas de saneamento favorecem a disseminação de doenças, a ponto de conferir 34 desigualdades no padrão de vida das populações‖ (HAESBAERT 1997 apud. DOLFUS1993) E que segundo a Organização Mundial da Saúde são ditas como doenças negligenciadas (a exemplo da esquistossomose, doença de chagas e leishimaniose). Nas diversas partes do mundo, em especial em países subdesenvolvidos, os efeitos dessas externalidades são capazes de promover mudanças rápidas nos meios físicos e antrópicos. Decisões para a destruição de ambientes naturais e implantação de ambientes artificiais, a exemplo de lagos e canais para irrigações, criam ambientes favoráveis à proliferação dos vetores biológicos de transmissão de doenças de veiculação hídrica, muitas vezes estão fora do local. Nos centros de políticas ou seguindo a ordem mundial do mercado globalizado, as decisões são tomadas sem, no entanto considerar as danosas conseqüências e os ―desdobramentos‖ que possam advir ao meio ambiente. Frente a estes fluxos, a compreensão das respostas para as questões epidemiológicas, decisivas em uma pesquisa, extrapola quase sempre os limites das unidades de análise (área de estudo). Para Costa op. cit. apud. Breilh (1991): O perfil epidemiológico dos diferentes espaços é criado pela interação das relações sociais que caracterizam a sua organização, e modifica-se através do tempo conforme o momento histórico em que se encontre o estágio de desenvolvimento das forças produtivas e das relações sociais, as quais são fatores definidores da organização do espaço. E segundo Haesbaert (ibid.) deve ser ―considerada como determinante da variabilidade espacial da saúde-doença‖. Conforme o entendimento de Paim (1997), descrito por Costa (1999): A produção, a distribuição da doença e a constituição do espaço têm os mesmos determinantes, este último, enquanto expressão das condições de vida dos segmentos que o ocupam, representa a mediação passível de informar certas relações entre a sociedade e a saúde. Admitindo que as discussões acerca dos conceitos de territoriedade e de espaço nas investigações epidemiológicas sejam limitadas, o pensamento geográfico é capaz de 35 contribuir de forma significativa nos estudos que têm como objetivo compreender os fenômenos de manifestação das doenças que acometem as populações de um determinado local, dando destaque a geografia crítica, cujo ―espaço passa então a ser considerado fruto da dinâmica de sua complexa organização e interações, incluindo todos os elementos, inclusive o físico (COSTA op. cit. apud. Santos, 1980; Carmo et al., 1995). Nesta perspectiva ―os conceitos geográficos propostos por Milton Santos, por exemplo, constituíram importante referência para compreender a complexidade das relações entre espaço e produção de doenças.‖ (CZERESNIA et al., 2000). 2.4. Geoprocessamento em Saúde Tradicionalmente a epidemiologia procura associar as ocorrências das doenças às condições fisiográficas do local. Na atualidade devido aos avanços tecnológicos foi possível o desenvolvimento de ferramentas (soft´s), capazes de trabalhar um grande volume de informações, podendo as mesmas ser precisamente localizadas tornando-as imprescindíveis nas análises das endemias. Divididas em três áreas principais: mapeamento de doenças, estudo de correlação geográfica, aglomerados de doença e vigilância, as investigações epidemiológicas podem obter resultados diferentes, cabendo ao pesquisador escolher o tipo a depender dos propósitos do estudo. (ELLIOTT & WARTENBERG, 2004). As ferramentas computacionais para Geoprocessamento, chamadas de Sistemas de Informação Geográfica (SIG), permitem realizar análises complexas, ao integrar dados do mundo real, obtidos de diversas fontes em diferentes formatos, criando bancos de dados georreferenciados (bancos de dados geográficos). Tornam ainda possível automatizar a produção de documentos cartográficos. (MEDEIROS, 1999). Um SIG agrupa, unifica e integra a informação. Tornando-a disponível sob uma forma que ninguém teve acesso anteriormente, e coloca informação antiga num novo contexto. Muitas vezes, permite unificar informações que estavam dispersas ou organizadas de forma incompatível. (MEDEIROS, 1999 apud DANGERMOND, 1988). Para as investigações da manifestação epidêmicas, a utilização das ferramentas SIG‘s associada aos aperfeiçoados métodos estatísticos possibilitam realizar análises complexas de um volume cada vez maior, de dados. Contudo para que se tenha um resultado 36 confiável é importante a escolha correta das metodologias, o correto manuseio dos dados e da ferramenta para que não incorra em erros significativos. Tomando-se como exemplo a produção de mapas de doenças que embora: Tenham tanto atração visual e intuitiva, a precaução é exigida na interpretação, como padrões aparentes podem ser criados ou perdidos artificialmente que depende de como a variável mapeada é pintada (por exemplo, o número e limites das categorias) e a escala ou resolução geográfica. (ELLIOTT & WARTENBERG op. cit.). Ou seja, é importante entender que nos estudos com mapeamento de doenças a mudança de escala contribui para resultados diferentes, especialmente visuais. Outro ponto interessante é o nível de detalhamento e de precisão em nível individual possível de se obter. Fato que tem levantado o questionamento sobre as medidas de proteção dos dados, de forma a assegurar a confidência das informações dos cidadãos. Contrapondo a todas essas vantagens, demonstra-se que os avanços nos SIG‘s, nos métodos estatísticos e a grande disponibilidade de informações, que têm possibilitado a realização de análises epidemiológicas complexas, trazem novos desafios no tratamento dos dados, em particular, nas análises em pequenas comunidades. A alta resolução dos dados geograficamente referenciados em saúde, por meio de avanços nos SIG‘s e na metodologia estatística, mediante a realização de análises uni e multivariádas proveu sem precedentes novas oportunidades para investigar o meio ambiente, os fatores sociais, e fatores de contágios sob variações geográficas subjacentes nos índices de doença em escalas de pequenas áreas, o que possibilitará estudos da epidemiologia espacial mais difundidos, criando novos horizontes. Conforme afirma Elliott & Wartenberg (op. cit.) ―no futuro, desenvolvimentos em modelagem de exposição e mapeamento, projetos de estudo realçado, e novos métodos de vigilância de bancos de dados de saúde prometem grandes melhoras em nossa habilidade de entender as relações complexas entre o ambiente e a saúde.‖ 37 2.5. Tratamento Estatístico De um modo geral os métodos estatísticos envolvem a análise e a interpretação dos dados observados em um fenômeno. No referido estudo, inicialmente lançou-se mão da estática descritiva, no sentido de organizar e apresentar um resumo dos dados coletados e tabulados, para em seguida proceder à análise e interpretação numéricas e gráficas das localidades contidas nas unidades de planejamento, permitindo realizar comparações entre o perfil da população e estrutura existente nas localidades. 38 3. METODOLOGIA 3.1. Diagnóstico Sócio-Ambiental do Município de Lagarto 3.1.1. Localização O município de Lagarto está localizado na região sudoeste do Estado de Sergipe, limitando-se ao norte com os municípios de Simão Dias e Macambira, ao leste com Itaporanga da D‘Ajuda e Campo do Brito, ao sul com Riachão do Dantas e Boquim e ao oeste com Simão Dias, ocupando uma área de 962,5 km2. A sede municipal tem uma altitude média de 160 metros e coordenadas geográficas de 10°55‘00‖ de latitude sul e 37°40'15" de longitude oeste (Figura 3). O acesso a partir de Aracaju,capital do Estado é feito através das rodovias BR-235, BR-101 e SE-216, num percurso de aproximadamente 75km. 3.1.2. Clima O município está inserido no Polígono das Secas, com um mesoclima do tipo megatérmico seco e sub-úmido, temperatura média anual de 24,5 o C, precipitação pluviométrica média no ano de 1.032,1 mm e período chuvoso de março a julho. 3.1.3 Geomorfologia e Pedologia O relevo modelado e dissecado é parte integrante do pediplano sertanejo, com aprofundamento de drenagem muito fraca a mediana (SERGIPE.SEPLANTEC/SUPES; CPRM,1997/2002). 39 LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO Equador Trop. Capricórnio SERGIPE LAGARTO Figura 3: Localização da Área de Estudo Fonte: SRH, 2003 40 A geologia do município abrange predominantemente, o domínio Neo a Mesoproterozóico da Faixa de Dobramentos Sergipana, além dos sedimentos cenozóicos das Formações Superficiais Continentais e dos terrenos arqueanos a paleoproterozóicos do Embasamento Gnáissico. Na porção centro-norte, predominam metassiltitos, metarenitos, metargilitos, metarritimitos, filitos, metarenitos, conglomerados, calcários, dolomitos, metapelitos e metacherts das Formações Jacaré e Frei Paulo (Grupo Vaza-Barris) e Acauã (Grupo Estância). Na região centro-sul ocorrem extensas zonas de grauvacas, arenitos feldspáticos e conglomerados da Formação Palmares e argilitos, siltitos, arenitos e conglomerados da Formação Lagarto. No extremo sul, afloram litologias dos Complexos Granulítico e Gnáissico Migmatítico, representados por ortognaisses, kinzigitos, rochas calcossilicáticas, metanoritos, anfibolitos, migmatitos e gnaisses bandados. A leste e sudeste observam-se as areias finas e grossas, com níveis argilosos e conglomeráticos, representativas do Grupo Barreiras. Os solos são Planosol, Litólicos eutróficos, Podzólico Vermelho Amarelo e Latosol (SERGIPE.SEPLANTEC/SUPES; CPRM, ibid.). 3.1.4. Vegetação No município são encontradas as vegetações: Campos Limpos, Campos Sujos, Capoeira e Caatinga (SERGIPE.SEPLANTEC/SUPES; CPRM, ibid.). 3.1.5. Hidrologia O município está inserido em duas bacias hidrográficas, a do rio Vaza-Barris e a do rio Piauí. Constituem a drenagem principal, além do rio Vaza-Barris e do Piauí, os rios, Jacaré, Piauitinga, Caboclo, do Machado (SERGIPE.SEPLANTEC/SUPES; CPRM, ibid). 3.1.6. Perfil populacional do Município de Lagarto No período 1991-2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM)5 de Lagarto cresceu 13,28%, passando de 0,542 em 1991 para 0,614 em 2000. Quanto ao 5 Obtido pela média aritmética de três subíndices referentes às dimensões longevidade (IDHM – Logenvidade), educação (IDHM – Educação) e renda (IDHM – Renda) (IPEA, 2000). 41 Índice Gini (coeficiente que mede a desigualdade na distribuição de renda) demonstrou que a desigualdade cresceu: o Índice de Gini passou de 0,51 em 1991 para 0,56 em 2000. No período 1991-2000, a população de Lagarto teve uma taxa média de crescimento anual de 1.68%, passando de 72.144 em 1991 para 83.334 em 2000. A taxa de urbanização cresceu 7.83%, passando de 45.10% em 1991 para 48.63% em 2000 (Tabela 1) representando 0.05% da população do País e 4,67% da população do Estado. Na última contagem total da população realizada pelo IBGE, a população total do município atingiu 88.989 habitantes, representando um acréscimo de 13.673 habitantes em relação à população de 1996 (Tabela 2). A taxa de analfabetismo da População Jovem apresentou redução em todas as faixas etárias, sendo mais expressiva entre 10 e 14 anos atingindo 14.10% (Tabela 4) contra 12,20% observados no Estado, para a população adulta a redução foi 15.0% com média de 3,40 anos de estudo (Tabela 4), número inferior quando comparados com a média do Estado de 4,70 anos (IPEA, 2003), houve também aumento na acessibilidade aos serviços básicos de abastecimento de água, energia elétrica e coleta de lixo no período de 1991 a 2000 (Tabela 3) que por sua vez reproduz a mesma tendência em relação ao Estado, onde observouse percentuais de 71,50% de água encanada, 89,70% de coleta de lixo e 91,80% de energiaelétrica (IPEA ibid.), neste caso, uma cobertura superior ao do estado. Tabela 1: População por Situação de Domicílio de Lagarto-SE, em 1991 e 2000 População Total Urbana Rural Taxa de Urbanização 1991 2000 72.144 32.538 39.606 45,10% 83.334 40.527 42.807 48,63% Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano (IPEA, 2003). 42 Tabela 2: População Total do Município de Lagarto-SE, em 1996 e 2007 1991 População Total Variação da população 2000 75.316 -- 88.989 13.673 (18,14%) Fonte: IBGE, 2007. Tabela 3: Habitação - Acesso a Serviços Básicos de Lagarto-SE, em 1991 e 2000 Acesso a Serviços Básicos 1991 2000 Água Encanada Energia Elétrica Coleta de Lixo* 44,6 77,9 77,0 61,4 93,0 88,5 Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano (IPEA, 2003). * Somente domicílios urbanos Tabela 4: Nível Educacional da População de Lagarto-SE, em 1991 e 2000 Faixa etária (anos) 1991 7 a 14 10 a 14 15 a 17 18 a 24 > 25 51,8 40,6 28,4 30,0 52,0 Taxa de analfabetismo % com menos de 4 % com menos de 8 % frequentando anos de estudo anos de estudo a escola 2000 1991 2000 1991 2000 24,8 14,1 15,0 16,1 37,0 87,9 55,8 47,8 70,1 69,0 39,5 35,0 59,9 93,6 81,7 89,0 84,8 73,9 83,6 1991 71,1 71,4 44,1 - 2000 92,1 92,4 64,6 - Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano – Adaptado (IPEA, 2003). - = Não se aplica 43 3.1.7. Fauna de Interesse Epidemiológico A presença do hospedeiro intermediário constitui condição necessária e indispensável para que se desenvolva o ciclo do parasita. Atualmente, existem dez espécies e uma subespécie do gênero Biomphalaria (Figura 4) e, destas, três são hospedeiras intermediárias naturais (B. glabrata, B. tenagophila e B. straminea) e duas (B. amazonica e B. peregrina) são hospedeiras intermediárias potenciais, uma vez que só se infectam Jorge- Foto: Say, 1818 – trat.digital por Luiss experimentalmente (BRASIL, 2008). Figura 4: Biomphalaria glabata Segundo informações do Programa de Controle da Esquistossomose, as pesquisas de campo que incluem levantamento malacológico realizadas nos últimos 10 anos revelaram que a espécie B. Glabata predomina no Município de lagarto (Figura 5), sendo o hospedeiro intermediário responsável pela transmissão do Schistosoma mansoni. 44 Figura 5: Corpo d‘água infestado de caramujos B. Glabata no Bairro Estação – Sede do Município 3.2. Descrição do Desenho do Estudo A pesquisa adotou os modelos conceitual bibliográfico e documental, desenvolvida a partir da consulta em livros e publicações periódicas, no sentido de alcançar o objetivo geral, bem como a realização de pesquisa de campo, mediante o inquérito sanitário georreferenciado das localidades do município de Lagarto. Nos questionários aplicados constaram questões voltadas ao perfil da população (indivíduos) e aos domicílios (equipamentos sanitários), de forma a permitir a construção de gráficos, matrizes e tabelas a partir do cruzamento das informações sobre a qualidade de vida, educação, cobertura dos serviços de saneamento básico, uso e ocupação do solo e qualidade do meio ambiente. Analisando ainda os hábitos e costumes dessa população que estejam associados aos processos de infecção da doença. A partir dessas informações, serão construídos representações cartográficas, mapas temáticos e mapa síntese com zoneamento das áreas de vulnerabilidade. 45 3.2.1. Metodologia do Objetivo 1 “Pesquisar dados históricos dos casos de esquistosomose notificados no município de Lagarto” Hipótese: o município de Lagarto-SE por está inserido na área historicamente endêmica possui frequência de notificações de casos de esquistossomose. Este objetivo foi desenvolvido através de um levantamento de dados do Programa de Controle da Esquistossomose (PCE), a partir de 1999 a 2008, obtido em banco de dados oficiais da Vigilância Epidemiológica (Secretaria de Saúde do Município de Lagarto / DATASUS). Os dados foram distribuídos de acordo com as unidades de planejamentos e organizados sequencialmente, passando a fazer parte do quadro ―Casos de Esquistossomose por Unidade de Planejamento‖. 3.2.2. Metodologia do Objetivo 2 “Realizar a caracterização geoambiental (clima, temperatura, precipitação e hidrografia) do município de Lagarto” Hipótese: os aspectos fisiográficos do município favorecem a reprodução dos caramujos (hospedeiros intermediários potenciais) e o contato com a água, aumentando o risco da ocorrência da doença. Este objetivo foi desenvolvido através de Pesquisa em fontes secundárias: os dados de temperatura e precipitação foram obtidos da COHIDRO (Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe) e permitiu a construção de diagramas ombrotérmicos, capazes de determinar os períodos chuvosos e secos no recorte temporal proposto, comparando-os com os números de registros de casos da doença. Nos bancos de dados do SRH (Secretaria de Recursos Hídricos) foram obtidas as bacias hidrográficas e a divisão climática do município de Lagarto, digitalizados em arquivo no formato ―shapefile‖ que permitiram proceder às análises no SPRING (“soft” desenvolvido pelo INPE- Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais). 46 3.2.3. Metodologia do Objetivo 3 “Efetuar inquérito epidemiológico e sanitário georreferenciado das comunidades utilizando-se um receptor de navegação GPS (Global Positioning System), analisar e correlacionar dados sociais (hábitos e costumes associadas à doença), educacionais (nível de escolaridade), de acesso aos serviços básicos de saneamento (cobertura do abastecimento de água e esgoto) e fisiográficos (clima e hidrografia)” Hipótese: O perfil socioeconômico e educacional da população e as condições de infraestutura das localidades estudadas são capazes de explicar a ocorrência da doença no município. Inicialmente foi elaborado um questionário objetivando obter informações do perfil da população (hábitos e costumes associados à doença), informações sanitárias dos domicílios, seguida de Visita preliminar objetivando o reconhecimento da área; reunião com os agentes e colaboradores do município (secretários, agentes de saúde, técnicos); realização de entrevistas juntos aos profissionais de saúde; treinamento dos agentes responsáveis pela aplicação dos questionários e aplicação dos questionários. Os questionários foram repassados durante uma reunião de treinamento aos agentes colaboradores. Nesse contato foram esclarecidas dúvidas no preenchimento e demais informações necessárias a obtenção de dados com qualidade (Figura 6). 47 Foto: Aroldo MeloFigura 6: Capacitação dos agentes de saúde Em função da estrutura operacional da secretaria de saúde do município, ficou estabelecido que as localidades a serem estudadas limitar-se-iam as áreas de atuação dos agentes de saúde do Programa de Agentes Comunitários de Saúde – PACS / Programa de Saúde Familiar – PSF, implicando em concentração de dados em algumas áreas e escassez de dados em outras. Mas que viabilizou a aplicação de 1893 questionários, distribuídos entre 41 localidades. O tamanho das amostras preferencialmente foram superiores a 20%. Para assegurar maior heterogeneidade foi orientado evitar a contigüidade na aplicação dos questionários de forma a se obter um perfil mais realista da infraestrutura das localidades, assim como do perfil de sua população, principalmente quanto aos hábitos e costumes associados à doença. 48 A partir das imagens de satélite SPOT cedidas pela SRH, importadas para o SPRING, iniciaram-se o georreferenciamento a partir dos pontos de controles obtidos no campo, constituindo de procedimento preliminar para a sua utilização na presente pesquisa. O geoprocessamento teve como objetivo assegurar a correta localização geográfica das localidades a serem estudadas e inicia-se com a escolha na própria imagem de pontos notáveis (interseções de estradas, cabeceiras de pontes, etc), os quais devem ser georreferenciados em campo, mediante a utilização de um GPS com precisão ≤ 2,50 m (Figura 8). A qualidade do georreferenciamento da imagem está condicionada aos números de pontos coletados no campo e sua distribuição. No presente trabalho foram utilizados 10 pontos (Figura7) que trabalhados em ferramenta do SPRING permitiu que a imagem assumisse o formato adequado - para o trabalho (Geotif). Figura 7: Coleta de dados para o georreferenciamento da imagem de satélite. Pontos notáveis (praças, interseção de estradas, rios, cabeceiras de pontes) são escolhidos na imagem. 49 Figura 8: GPS (GEOTREX e JUNO ST -TRIMBLE) georreferenciamento e coleta de dados com precisão ≤ 2,50 m utilizado no 3.2.4. Metodologia do Objetivo 4 “Determinar áreas de risco de ocorrência da doença a partir das localidades estudadas que compõem o município de Lagarto” Hipótese: as áreas de risco de ocorrência da doença no município de Lagarto surgem a partir da combinação de fatores pertencentes às dimensões: física; saúde e socioeconômica e cultural. Neste objetivo foi realizado o tratamento estatísticos dos dados coletados através da utilização da ferramenta Statistical Package for the Social Sciences – SPSS, na qual os questionários aplicados no campo foram tabulados para em seguida fazerem parte do banco de dados do SPRING. Tal procedimento possibilitou a modelagem dos dados epidemiológicos (número de casos registrados), fisiográficos (clima, temperatura, precipitação e hidrografia), socioeconômicos e culturais (uso e ocupação do solo, qualidade de vida, hábitos e costumes, escolaridade) e de infra-estrutura (abastecimento de água e esgoto) do Município. 50 A metodologia empregada na investigação alicerçou-se em uma pesquisa de campo (que estatisticamente constitui uma amostra), além dos registros de casos de ocorrência da doença nas localidades pesquisadas, contém suas características e atributos (variáveis explicativas) que conjuntamente contribuem para o surgimento dos casos de esquistossomose. No estudo optou-se em analisar separadamente as características do clima e hidrografia, os dados socioeconômicos e de infraestrutura, através da construção de gráficos de barras que permitiram estabelecer comparações entre as unidades de planejamentos. A base cartográfica municipal com as principais localidades estudadas se juntaram à base de dados da SRH na escala de 1:25.000 no SPRING, passando a constituir os planos de informação: Dimensão Física (Clima, Temperatura, Precipitação, Hidrografia e Infraestrutura); Dimensão da Saúde (registro da ocorrência da esquistossomose no município); Dimensão Socioeconômica e cultural (hábitos e costumes da população associados à doença e Perfil demográfico da população). Com os dados operacionais das atividades de vigilância e controle da esquistossomose, “Resumo das Atividades de Coproscopia e Tratamento por Localidade – 1999 a 2008”, do Programa de Controle da Esquistossomose (PCE), obtido na Vigilância Epidemiológica de Lagarto, vinculados à SVS/MS (Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde) foi possível gerar mapas. Para tanto, foi utilizado o estimador de intensidade ―Kernel Estimation‖ para a variável, número de casos de esquistossomose registrados em cada localidade. Tal procedimento teve como meta identificar os focos de maiores incidências de casos. Em seguida foram realizadas análises espaciais das variáveis e geração de mapas temáticos, identificando no município ao longo dos dez anos estudados as áreas acometidas pela doença, possibilitando visualizar a sua dinâmica. A sede do município de Lagarto foi investigada, apenas nos bairros onde foi constatada a existência de casos da doença. 51 3.2.5. Metodologia do Objetivo 5 “Estabelecer um índice de vulnerabilidade com a finalidade de determinar um zoneamento de áreas de risco da ocorrência de esquistossomose no município de Lagarto” Hipótese: a vulnerabilidade ao risco de ocorrência de esquistossomose de uma área é produto da combinação dos aspectos que compõem as dimensões, associadas à potencialidade que cada aspecto individualmente possui. Objetivo principal que a partir da investigação da forma e o grau das relações entre as observações colhidas para construir um modelo estatístico. Para tanto, utilizou-se do processo de inferência para obter um modelo de regressão linear das variáveis, de forma a explicar a prevalência da ocorrência de casos de esquistossomose nas localidades que compõem o conjunto de dados coletados. Tal processo prevê o valor de um parâmetro desconhecido (explicado pela teoria das probabilidades que permite fazer inferências, mediante testes de hipóteses e intervalos de confiança). Assim, a forma e o grau das relações são investigados por observação da própria amostra e a partir delas, a fim de obter um nível de rigor capaz de reduzir a subjetividade, permitindo calcular estimativas não tendenciosas da variável a ser explicada. Inicialmente, recorreu-se a metodologia quantitativa desenvolvida por Batelle nos Laboratórios de Columbus / EUA na avaliação dos impactos ambientais, a qual apresenta vantagem em relação às demais pelo baixo custo de aplicação, mesmo contendo certo grau de subjetividade nos pesos atribuídos as variáveis (MARIANO,2007). O método também conhecido como “Environmental Evaluation System (EES)”, trata-se de uma lista de verificação de escala ponderada, também vista na metodologia aplicada por Almeida (2001), na qual são atribuídos graus de importância aos parâmetros em relação aos demais e que ao serem multiplicados aos índices de qualidade ambiental obtém-se os valores de cada impacto ambiental. Assim sendo, atribui-se pesos: 1 (baixa), 2 (baixa-média), 4 (média- alta) e 8 (alta) potencialidade para a ocorrência da doença que combinados formam o índice de vulnerabilidade municipal. A contabilização final para a obtenção do índice de 52 vulnerabilidade foi feita através do cálculo da potencialidade local, mediante a média ponderada dos produtos de cada potencialidade dos atributos pelos seus percentuais tabulados a partir das respostas obtidas nos questionários aplicados em cada localidade. As amostras coletadas entre as localidades passaram a fazer parte de um único banco de dados, configurando uma amostra mais heterogênea, da qual os aspectos observados em conjunto permitiram a predição da ocorrência dos casos da doença, mediante uma função estatística. É importante observar que trata-se de uma função de regressão estimada, haja visto o reconhecimento de um erro implícito ajustado pela técnica dos mínimos quadrados. As potencialidades locais (variável explicativa) foram associadas a coeficientes (angular e interceptor) obtidos a partir da regressão linear que refletiram a importância na prevalência da doença (variável a ser explicada) o que permitiu reduzir a subjetividade. Na construção deste modelo que objetivou calcular o índice de vulnerabilidade nas localidades foram utilizadas 2 variáveis fisiográficas: densidade de drenagem e clima do Banco de dados da SRH; 6 variáveis sócioeconômicas e culturais; 2 variáveis de infraestrutura e 1 variável espacial, todas obtidas no questionário aplicado. Foram utilizadas 15 localidades estudas na construção do modelo estatístico e validação do modelo de regressão linear por possuírem registros de ocorrência da doença. O cálculo do índice de vulnerabilidade de cada localidade foi realizado no sistema de planilha eletrônica ―Excel‖, mediante as operações aritméticas entre as variáveis, sendo incorporados aos planos de informações criados no SPRING, de forma a possibilitar a geração do mapa síntese. Os procedimentos realizados desde a etapa de pesquisa de campo, tratamento estatístico e elaboração do mapa síntese no SPRING estão apresentadas no fluxograma para determinação da vulnerabilidade (Figura 9). 53 54 4. RESULTADOS Para a realização da pesquisa de campo foram aplicados 1893 questionários com a população e entrevistas com os profissionais de saúde que atuam nas localidades, as amostras foram representativas da população geral, seguindo critérios estatísticos (Tabela 5). Tabela 5: Distribuição Amostral das Localidades Estudadas UNID. PLANEJ. Vaza Barris LOCALIDADE Piabas (1) Assent. Comandante (2) Eixo Vaza Barris Quipé (3) Retiro (4) Ademar de Carvalho (5) Alto da Boa Vista (6) Assent. 22 de Nov. (7) Assent. N. S. Piedade (8) Boeiro (9) Brejo(10) Britinho (11) Cavaleira (12) Jacaré Criolo (13) Campo Criolo (14) Estação (15) Mariquita (16) Oiteiros (17) Rio Fundo (18) Saco da Palma (19) Saco da Cova (20) Candeal (21) IDENTIFICAÇÃO AMOSTRAS NO SPSS No PRÉDIOS AMOSTRAS % YE01 A YE20 20 95 21,05% TOTAL YG01 A YG02 Y001 A Y030 YL01 A YL02 TOTAL U001 A U085 S001 A S057 A001 A A049 YQ01 A YQ06 YD01 A YD42 Z001 A Z124 J033 A J062 D067 A D087 YR01 A YR08 YA01 A YA42 WE01 A WE25 20 2 95 53 21,05% 3,77% 30 111 27,03% 2 34 70 234 2,86% 14,53% 85 81 650 854 13,08% 9,48% 54 6 42 124 20 64 35 100 236 61 84,38% 17,14% 42,00% 52,54% 32,79% 24 72 33,33% 8 42 25 258 115 650 3,10% 36,52% 3,85% 58 227 25,55% 18 42 93 210 19,35% 20,00% 13 6 8 656 18 6 132 3781 72,22% 100,00% 6,06% 17,35% YF01 A YF30 / YN01 A YN14 WA01 A WA18 F001 A F042 B050 A B059 E088 A E091 YM01 A YM08 TOTAL 55 Continuação Brasília (22) Lomba Genipapo (23) Varzea do Espinho (24) Araça (25) Belém Araça II (26) Estancinho (27) Quirino (28) Borda da Mata (29) Laje (30) Alto Piauí (a) Pindoba (31) Saco do Tigre (32) O001A O154/ R001 A R089/ Q001 A Q087/ M042 A M065/ N001 A 053/ P001 A P102 T001 A T0191 YB01 A YB10 / WH01 A WH12 TOTAL YC04 A YC18 W001 A W061 / YC01 A YC03 WI01 A WI15 WZ01 A WZ22 TOTAL WD01 A WD10 WC01 A WC03 YP01 A YP11 YO01 A YO04 597 925 64,54% 191 655 29,16% 22 70 31,43% 810 1650 49,09% 17 130 13,08% 64 64 100,00% 15 22 118 10 3 142 48 384 24 39 10,56% 45,83% 30,73% 41,67% 7,69% 11 4 96 78 11,46% 5,13% 28 237 11,81% 55 3 366 333 15,03%! 0,90% 9 54 16,67% 26 49 53,06% 59 7 52 7 218 166 53 106 131 1258 35,54% 13,21% 49,06% 5,34% 17,33% 9 9 9 9 100,00% 100,00% 1893 7.648 24,75% Alto Piauí (b) Açu Velho (33) Caraíba (34) Currais (35) Médio Piauí Superior Cova da Onça (36) Gameleiro (37) Laranjeiras (38) Pé de Serra do Quí (39) Urubu Grande (40) Forges (41) TOTAL X001 A X055 WG01 A WG03 C060 A C066 H010 A H059 V001 A V059 WF01 A WF07 I011 A I086 L001 A L067 TOTAL G001 A G009 TOTAL TOTAL GERAL Fonte: Autor 56 Na carta-imagem elaborada estão indicadas as localidades pesquisadas (Figura 10), assim como aquelas que ao longo do recorte temporal foram verificadas notificações de casos da doença. É possível visualizar a existência de uma concentração de localidades no entorno da sede do município, estendendo-se ao longo da SE-216, principal via de acesso a sede, que corta o município no sentido Este/Oeste. O município apresenta uma malha rodoviária mais densa na região Nordeste, englobando a UP Belém e UP Piauitinga, contrapondo com a UP Eixo Vaza Barris, em que as estradas pavimentadas são escassas. No mais, o município apresenta uma malha rodoviária com estradas pavimentadas satisfatória, complementadas com estradas em revestimento primário que facilita a mobilidade da população dentro do município. 57 Rod. Estadual Limite Unid. Planej. Sede Município Localidades Figura 10: Carta – Imagem das Localidades Estudadas Fonte: SRH, 2003 58 4.1. Dimensão Física Diante da escassez dos dados de registro de casos da doença nas localidades em que foram aplicados os questionários usou-se como estratégia a realização das comparações entre as Unidades de Planejamento (UP) proposta pela SRH. Tal procedimento uniformizou os resultados tabulados das localidades, simplificando o conjunto. De certo, tal procedimento acabou limitando a investigação em nível de localidade. Em contrapartida, solucionou o problema das lacunas de dados anuais das notificações dos casos da doença nas localidades, conseqüência da estrutura de monitoramento do programa de controle da esquistossomose implantado no município. O tratamento estatístico no nível de unidades de planejamento para a análise da dinâmica da doença por ano até contemplar o período de 10 anos viabilizou o estabelecimento das comparações do perfil socioeconômico e cultural e dos aspectos fisiográficos de cada unidade (partes) até alcançar o município (todo). As diversas propostas de se agregar informações sócio-espaciais visam subsidiar a gestão e o planejamento parte da necessidade de se elaborar indicadores capazes de fornecer parâmetros na tomada de decisão. Assim sendo, a escolha de unidades de planejamento a partir da delimitação de microbacias hidrográficas demonstram-se apropriada no estudo das questões ambientais. Desta forma para o presente estudo que pretende realizar análises da ocorrência da esquistossomose, possibilitando associação aos aspectos fisiográficos, a realização de comparações entre as unidades de planejamento (UP) demonstra-se adequada. 59 4.1.1. Condicionantes Climáticos Voltando os olhares para a questão climática (Quadro 1) é possivel verificar que as unidades: Jacaré e Alto Piauí estão inseridas na área cuja predominância do meso-clima é o semi-árido, marcado pelos prolongados períodos de estiagem com baixas médias pluviométricas, que alcança, em média, 750 mm por ano. Sabendo-se que nas regiões semiáridas as coleções hídricas são afetadas provocando escassez de água e diminuição dos ambientes aquáticos, chama a atenção o número de casos notificados na UP Jacaré, levando a crer a existência de sistemas de irrigação rudimentar ou existência de fontes hídricas presentes mesmos em períodos de estiagem. Grande área do município está sobre a influência do mesoclima agreste, perfazendo um percentual 60 % da área (Figura 11). É importante também observar que os dados de temperatura (Tabela 6) apresentam médias anuais variando de 20,68 o C (ano 2007) a 24,28 oC (ano 2008) enquanto a precipitação (Tabela 7) apresentaram médias anuais variando de 1.065,50 mm (ano 2005) a 2.663,51 mm (ano 1999). Na construção do modelo foram utilizados os valores do ano de 2008 obtidas das estações agrometereológicas que por sua vez extrapolados para todo o município. Quadro 1: Unidade de Planejamento – Meso-Clima no Município de Lagarto UNID. DE PLANEJAMENTO IDENTIFICAÇÃO MESO-CLIMA 1 Rio Vaza Barris Agreste 2 Eixo no Vaza Barris Agreste 3 4 Rio Jacaré Semi-Árido Rio Lomba Agreste 5 Belém Agreste 6 Médio Piauí Superior Agreste 7 Alto Piauí (a) Semi-Árido 8 Alto Piauí (b) Agreste Rio Piauitinga 9 Fonte: Secretaria de Recursos Hídricos - SRH, 2003 Agreste 60 Figura 11: Unidade de Planejamento – Meso-Clima Fonte: SRH, 2003 61 Tabela 6: Dados de Temperatura em Lagarto MÊS TEMPERATURA ( oC ) 1999 (a) 2000 (a) 2001 (a) 2002(a) 2003 (a) 2004 2005 2006 2007 2008 (b) JANEIRO 26,24 26,23 26,22 26,21 26,21 26,40 27,40 25,90 23,80 25,73 FEVEVEIRO 25,11 25,07 25,04 25,01 24,98 24,40 24,30 19,90 23,50 26,26 MARÇO 26,06 26,05 26,04 26,03 26,02 26,00 28,00 26,50 22,70 25,75 ABRIL 25,09 25,06 25,03 25,00 24,97 25,90 24,10 24,00 21,60 25,25 MAIO 23,02 22,98 22,93 22,89 22,85 21,70 22,90 18,00 21,00 23,65 JUNHO 22,16 22,12 22,08 22,03 21,99 23,60 19,50 20,10 18,50 22,62 JULHO 21,90 21,87 21,84 21,81 21,78 23,50 25,10 18,30 18,30 21,58 AGOSTO 21,18 21,16 21,13 21,10 21,07 23,50 19,70 18,40 18,40 21,93 SETEMBRO 21,74 21,69 21,65 21,60 21,55 21,50 23,00 16,70 15,90 22,59 OUTUBRO 22,75 22,72 22,68 22,65 22,61 18,80 20,60 21,50 21,50 24,09 NOVEMBRO 24,78 24,75 24,72 24,70 24,67 22,50 25,80 22,50 22,50 25,78 DEZEMBRO 25,07 25,04 25,01 24,98 24,95 26,70 26,70 20,50 20,50 26,12 285,10 284,74 284,37 284,01 283,65 284,50 287,10 252,30 248,20 291,35 MÉDIA ANUAL 23,76 23,73 23,70 23,67 23,64 Fonte dos dados: INPE/CPTEC/Plataforma de dados e COHIDRO - adaptado pelo autor 23,71 23,93 21,03 20,68 24,28 TOTAL (a) - Temperatura média obtida pelo método dos mínimos quadrados (memória de cálculo – apêndice) (b)- Temperatura média obtida mediante as observações da estação agrometeorológica do Município de Riachão do Dantas 62 Tabela 7: Dados de Precipitação em Lagarto PRECIPITAÇÃO ( mm ) MÊS 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 JANEIRO 15,75 54,58 25,50 212,23 22,08 185,50 71,20 11,00 32,70 15,19 FEVEVEIRO 45,09 210,87 27,77 70,08 88,58 165,80 59,00 3,00 131,90 50,88 MARÇO 11,72 58,68 68,49 55,28 67,11 153,10 34,70 64,10 152,50 211,35 ABRIL 74,67 248,63 57,95 59,90 58,10 31,40 169,50 166,80 139,70 112,15 MAIO 291,18 88,01 68,43 234,11 224,52 112,20 140,20 221,50 278,90 290,71 JUNHO JULHO 194,86 140,87 197,82 81,68 219,35 176,38 217,96 96,95 135,14 168,08 115,50 147,40 147,60 206,10 296,20 97,50 130,30 97,20 120,02 92,17 AGOSTO 187,04 125,00 145,92 76,54 103,56 126,30 154,10 133,70 133,70 76,49 SETEMBRO 65,20 135,89 105,85 45,08 65,11 77,40 16,60 75,40 74,60 78,59 OUTUBRO 149,66 5,45 137,31 7,29 105,02 3,80 7,00 25,80 25,80 40,70 NOVEMBRO 128,70 68,66 49,58 19,72 106,48 13,80 12,90 9,20 8,60 6,14 DEZEMBRO 34,89 93,69 55,56 18,54 18,69 0,00 46,60 39,70 39,70 37,21 2663,51 2683,34 2250,68 2015,13 2302,86 1132,20 1065,50 1143,90 1245,60 2248,01 MÉDIA ANUAL 221,96 223,61 187,56 167,93 Fonte dos dados: INPE/PROCLIMA e COHIDRO – adaptado pelo autor 191,91 94,35 88,79 95,33 103,80 187,33 TOTAL 63 63 Recorrendo aos estudos de Gaussen (1953), baseada na pesquisa do clima biológico que permitiu um conhecimento mais minucioso das reais condições climáticas existentes nas mais diferentes áreas do território nacional, mostrando uma perfeita correlação das diferentes modalidades com os diferentes tipos de vegetação (GALVÃO, 1967), foi possível construir diagramas capazes de identificar os períodos secos e chuvosos do Município de Lagarto. O método baseia-se nas médias mensais da temperatura e das precipitações durante o ano que influenciam diretamente o estado da vegetação, bem como dos seres vivos, consiste inicialmente no estabelecimento graficamente da estação seca, denominado de diagrama ombrotérmico no qual a precipitação (em mm) P ≤ 2T, temperatura (em oC), e em seguida acrescida do índice xerotérnico a partir da umidade atmosférica. No escopo do estudo apresentado, limitou-se na determinação da estação seca no recorte temporal proposto, no sentido de verificar a correlação entre os números de registros de casos, que por sua vez está relacionado com a dinâmica populacional dos hospedeiros intermediários (caramujos) nos ambientes aquáticos. Os diagramas ombrotermicos do município durante o período estudado apresentaram longa estação chuvosa com média de 9 meses (Figura 12). No decorrer do período de 10 anos, é possível verificar que no município os períodos secos predominam no intervalo de Setembro a Dezembro. Observa-se que no ano de 2003, marcado por período de chuva em todo o ano, seus índices pluviométricos atingiram 224,52 mm no mês de maio, índices superiores a 200 mm, conforme visto em todo o período estudado, exceto no ano de 2004 (Tabela 7). Quando comparados com as notificações dos casos da doença (Quadro 2), o ano de 2000 apresentou 439, o ano de 2001 apresentou 438 e no ano 2006 com 513 casos, ano em que se registraram os maiores índices pluviométricos e com pico de 296,20 mm no mês de Julho. 64 Ano de 1999 Ano de 2002 Ano de 2000 Ano de 2001 Ano de 2003 Ano de 2004 Ano de 2006 Ano de 2007 Ano de 2005 Ano de 2008 Curvas Ombrotérmicas do Município de Lagarto Período:1999 a 2008 Período chuvoso Período seco Figura 12: Curvas Ombrotérmicas do Município de Lagarto - Período:1999 a 2008 Fonte: Autor 65 4.1.2. Condicionantes Hidrográficos As Unidades de Planejamento (UP) do município de Lagarto apresentam densidade de drenagem variando de 0,99 m /Km 2 na Bacia do Rio Piauitinga a 2,70 na Bacia do Rio Vaza Barris (Tabela 9). Em números relativos esta amplitude não parece ser significativa contudo levando-se em consideração a área ocupada por cada UP é possível verificar qua as bacias do Rio Jacaré e Médio Piauí Superior representam em números absolutos as maiores extensões de rios (o que aumenta a possibilidade de contato), bem como as maiores concentrações de localidades (Figura 14) que por sua vez apresentam respectivamente os maiores registros de casos da doença com 1408 na UP do Rio Jacaré e 1120 na UP do Médio Piauí Superior. Nos seus domínios hidrogeológicos predominam o grupo Estância, presente em uma grande extensão do município, as Formações Supurficiais Cenozóicas, ao leste do município e com incidencia na sede do município e o domínio Metassedimentar / Metavulcânica (Figura 13). DOMÍNIOS HIDROGEOLÓGICOS Formações Superf. Cenozóicas Grupo Estância Metacarbonatos Metassedimentar / Metavulcânica Cristalino Figura 13: Hidrogeologia em Lagarto Fonte: CPRM – Serviço Geológico do Brasil, 1997 66 Tabela 9: Unidade de Planejamento – Hidrografia UNID. DE PLANEJAMENTO IDENTIFICAÇÃO 01 Rio Vaza Barris 02 ÁREA 2 (Km ) PERÍMETRO DOS RIOS DENS. DE DRENAGEM (m) (m/Km2) 21.889,05 59.122,16 2,70 Eixo no Vaza Barris 132.689,91 278.271,95 2,10 03 Rio Jacaré 339.227,27 406.907,75 1,20 04 Rio Lomba 48.973,84 83.465,23 1,70 05 Belém 27.006,45 32.831,27 1,22 06 Médio Piauí Superior 183.216,80 382.898,77 2,09 07 Alto Piauí (a) 60.100,65 95.736,40 1,59 08 Alto Piauí (b) 13.630,69 26.713,27 1,96 09 Rio Piauitinga 70.692,86 70.076,59 0,99 Fonte dos dados: Secretaria de Recursos Hídricos - SRH, 2003 – adaptado pelo autor 67 Limite Unid. Planej. HIdrografia Figura 14: Unidade de Planejamento – Hidrografia Fonte: SRH, 2003 68 68 4.2. Dimensão Saúde 4.2.1. Epidemiologia A delimitação epidemiológica das áreas endêmicas no Brasil foi realizada a partir do ano de 1975 pelo Programa Especial de Controle da Esquistossomose e vem sendo mantido mediante a alimentação dos sistemas por parte dos municípios, e que constitui a base de dados das áreas endêmicas e focais que determinam o direcionamento das ações da vigilância epidemiológica. Segundo Palácios et al (2004) o setor possui alguns sistemas de informações em operações: Sistemas de informações hospitalares e ambulatoriais, SIH-SUS e SAI-SUS, disponibilizados pelo DATASUS; Sistema Nacional de Agravos e Notificação (SINAN), disponibilizado pelo antigo Centro Nacional de Epidemiologia (CENEPI), atual Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS/MS). Os dados operacionais das atividades de vigilância e controle da esquistossomose, “Resumo das Atividades de Coproscopia e Tratamento por Localidade – 1999 a 2008”, do Programa de Controle da Esquistossomose (PCE), obtidos na Divisão Técnica da Esquistossomose / Secretaria Municipal de Saúde do Município de Lagarto, foram redistribuídos e totalizados de acordo com as unidades de planejamento, de forma a permitir uma melhor visualização dos casos dentro do município (Quadro 2). Essas informações passaram a fazer parte do banco de dados do SPRING que associadas às coordenadas geográficas das localidades, possibilitaram a geração de mapas contendo os focos de doenças, mediante a utilização da ferramenta ―Kernel Estimation‖ para a variável, número de casos de esquistossomose registrados em cada localidade (Figura 15). . 69 Quadro 2: Casos de Esquistossomose por Unidade de Planejamento UNID. PLANEJ. IDENTIFICAÇÃO 1 Rio Vaza Barris LOCALIDADES Olhos D‘água Total de Casos REGISTROS DOS CASOS DE ESQUISTOSSOMOSES 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 15 15 0 0 0 0 0 Quirino 2 Eixo Vaza Barris Gameleiro Pombo Limoeiro Total de Casos 3 Rio Jacaré 0 18 0 0 Quipé 0 0 0 Moita Redonda 0 28 0 0 28 46 0 25 71 0 2 0 0 0 2 0 7 10 0 0 5 0 12 11 21 Saco da Palma Candeal 2 15 0 Mariquita Bonfim 15 0 0 18 25 25 0 TOTAL 0 Mussurepe do Senhor 0 Miranda 24 24 21 Miranda de Cima 14 14 14 4 4 4 4 8 0 8 69 7 49 70 UNID. PLANEJ. IDENTIFICAÇÃO LOCALIDADES Moita Santo Antônio REGISTROS DOS CASOS DE ESQUISTOSSOMOSES 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 49 0 0 32 20 62 Serrinha 13 50 20 4 0 Taperinha 11 Taperinha I 2 Nobre 0 0 92 0 0 15 98 8 Tanque Rio Jacaré 30 0 Oiteiros 3 12 0 0 5 16 2 4 0 Alto da Boa Vista 0 0 Ademar de Carvalho * 181 27 144 Prata Laranjeiras Caraiba 1 1 19 0 Quilombo 4 8 26 53 4 76 405 0 27 27 2 16 35 28 Brejo Campo Criolo 81 20 Pururuca Boeiro TOTAL 45 69 28 0 114 18 18 71 71 UNID. PLANEJ. IDENTIFICAÇÃO LOCALIDADES Tabuleiro REGISTROS DOS CASOS DE ESQUISTOSSOMOSES 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 21 15 0 12 16 Carro Quebrado Várzea dos Cágados 3 Rio Jacaré 19 1 13 4 28 Serrinha 28 2 5 Belém 22 78 2 9 0 0 7 134 253 165 87 349 119 98 4 0 11 16 20 130 53 0 29 29 1408 176 0 122 122 14 0 0 92 0 92 190 43 14 0 0 136 Araça II Total de Casos 0 176 Araça do Luizão Total de Casos 1 17 8 Jardim Campo Novo Sobrado 0 0 3 Brasília Lomba 37 0 0 Varzea do Quilombo 4 0 0 Assent. Faz. Comandante Total de Casos 0 18 Assentamento 22 de Nov. Flecha 64 0 Carro Quebrado Morcego TOTAL 106 0 0 447 11 0 0 0 0 0 0 0 0 11 11 0 11 72 72 UNID. PLANEJ. IDENTIFICAÇÃO LOCALIDADES Urubutinga REGISTROS DOS CASOS DE ESQUISTOSSOMOSES 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 12 17 Urubu Grande Tamburil 6 Médio Piauí Superior Massapê Saco Grande Gaveão Mariquita Carcará Marilope Pindoba Cipó Cajazeiras Porteira 29 11 11 1 0 1 2 2 9 2 33 5 6 37 96 1 38 47 31 3 4 1 7 14 6 16 25 1 10 0 0 0 0 19 5 0 0 26 28 29 0 0 11 0 21 34 0 0 0 18 0 22 Barroca Funda 0 1 Boticário 1 Rio da Vaca 0 28 5 15 Canto 43 14 Genipapo 107 Candeal/Tapera dos Mod. Curralinho TOTAL 16 2 0 0 18 11 357 25 464 0 34 10 12 73 73 UNID. PLANEJ. IDENTIFICAÇÃO LOCALIDADES Fazenda Grande REGISTROS DOS CASOS DE ESQUISTOSSOMOSES 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 18 25 0 Pé de Serra do Quí Boa Vista I 6 Médio Piauí Superior 26 Assú Velho 25 Areias 10 32 25 Total de Casos 58 8 4 0 103 161 1 0 15 54 107 129 59 96 16 39 0 44 5 Várzea Alto Piauí (A+B) 33 25 4 Borda da Mata 7/8 43 10 Luiz Freire Rio Fundo TOTAL 2 0 5 19 357 0 54 1120 38 142 0 2 Pindoba 0 Papagaio 15 15 Tanque 0 Brasagão Total de Casos 9 0 0 1 4 17 43 0 3 0 47 22 0 0 0 8 38 167 0 Piauitinga Total de Casos Total de Casos em Lagarto 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 281 439 438 361 417 271 233 513 141 145 3239 Fonte dos dados: Programa de Controle da Esquistossomose - SMS/ vigilância Epidemiológica – adaptado pelo autor 74 74 A sequência das imagens produzidas pelas notificações dos casos de esquistossomose aponta áreas ―quentes‖ com concentrações de notificações, como também é possível verificar que nas áreas centrais do município, em especial as contidas na UP Médio Piauí Superior e na UP Rio Jacaré no ano de 2008 houve um aumento da área focal (Figura 15). 75 Figura 15: Dinâmica dos Casos de Esquistossomoses - Período:1999 a 2008 Fonte: Autor 4.3. Infraestrutura Os efeitos na saúde da população causados pela baixa cobertura dos sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário geralmente são traduzidos nos elevados custos ambulatoriais e hospitalares no sistema de saúde pública e acabam paralelamente influenciando nos hábitos da população que se veem obrigados a encontrar alternativas para o acesso a água, não obstante fora dos padrões de potabilidade, para poderem atender as suas necessidades básicas. Somando-se a essa realidade, a destinação inadequada dos seus dejetos (esgoto a céu aberto) cria o cenário favoravel a proliferação de várias doenças de veiculação hidrica (Figura 16), das quais se destaca a esquitossomose. É possivel perceber que no Município de Lagarto as condições mais propícias (suprimento de água diretamente das coleções hídricas) para o surgimento dos casos da doença no município de Lagarto, encontrase nas unidades de planejamento Vaza Barris (65,00 %), Alto Piauí (20,00%) e Jacaré (16,50%) (Gráfico 1 e Tabela 10). Contrapondo essa situação com baixas coberturas da Rede Pública observadas nas UP‘s Vaza Barris e Alto Piauí, a UP Jacaré (37,10%), UP Lomba (74,20%) e UP Belém (85,20%) apresentam uma situação de cobertura melhor (Tabela 10 e Gráfico 1). Fato que se deve por eglobar a sede do município, locais que apresentam tradicionalmente as maiores taxas de cobertura do sistema de abastecimento de água de um município, bem como o maior contingente de pessoas com acesso a água tratada. 77 Gráfico 1: Forma de abastecimento de água nas unidades de planejamento do município de Lagarto-SE. As informações foram coletadas através de questionários aplicados. Tabela 10: Infraestrutura Local nas Unidades de Planejamento – Abastecimento de Água Vaza Barris Eixo V. Barris Rede Pública 0,00% 2,90% 37,10% 74,20% 85,20% 22,30% 0,00% 22,20% Cisternas 20,00% 2,90% 18,70% 24,90% 14,80% 33,90% 13,30% 77,80% Chafaris Coletivo 15,00% 82,40% 27,70% 0,90% 0,00% 39,10% 66,70% 0,00% Água Natural (córregos, rios, etc) 65,00% 11,80% 16,50% 0,00% 0,00% 4,70% 20,00% 0,00% Infraestrutura Jacaré Lomba Belém Médio S. Piauí Alto Piauí Piauitinga Abastecimento de Água Fonte: Questionários aplicados pelo autor em 1893 famílias A quase inexistencia de rede pública de esgotamento sanitário tem levado a população a utilizar fossas sépticas ou absorventes para dispor seus dejetos, tais medidas ainda que representem baixa eficiência no tratamento do esgoto, são adequadas quando se pretende interromper o ciclo da doença, evitando que fezes infectadas com o Shistossoma 78 mansoni cheguem as coleções hídricas. Na UP Belém verificou-se elevado percentual de domicílios com lançamento dos esgotos a ceu aberto (23,50 %) (Gráfico 02) quando comparados com as demais unidades, cujos valores encontram-se limitados em 11,10 % conforme visto na UP Piauitinga (Tabela 11). Do ponto de vista biológico a presença de esgotos lançados a cèu aberto que: - Em condições anaeróbicas, bactérias desnitrificantes reduzem nitratos para nitritos, enquanto outras se encarregam de reduzir nitritos para amônia. O efeito prejudicial da amônia tem sido assunto de grande interesse nos campos da investigação biológica e médica. As águas que percorrem terrenos cultivados podem ser particularmente enriquecidas com nitratos e também fosfatos, estes essenciais ao desenvolvimento do plâncton, que servirá de alimento aos caramujos. Conseqüentemente, em valas de irrigação e esgotos domésticos, a fauna planorbídica é particularmente abundante. As características físico-químicas da maioria das coleções de água encontradas nos peridomicílios estão dentro dos limites de tolerância dos moluscos hospedeiros. A espécie B. glabrata, por exemplo, pode tolerar faixas relativamente amplas de condutividade, íons de cálcio, sódio e potássio, cloretos, dióxido de carbono, nitrogênio (amônia), oxigênio dissolvido, turbidez, temperatura e pH (BRASIL,2008). Figura 16: Ausência de saneamento básico no Bairro Ademar de Carvalho - Sede do município de Lagarto-SE. As informações foram coletadas através de questionários aplicados. 79 Gráfico 2: Forma de destinação do esgoto sanitário nas unidades de planejamento do município de Lagarto-SE. Tabela 11: Infraestrutura Local nas Unidades de Planejamento – Esgotamento Sanitário Vaza Barris Eixo V. Barris Jacaré Lomba Belém Rede Pública 0,00% 0,00% 9,00% 0,70% 2,50% 0,00% 0,00% 0,00% Fossa (séptica / absorvente) 95,00% 91,20% 81,00% 98,70% 74,00% 91,80% 93,30% 88,90% A céu aberto 5,00% 8,80% 10,00% 0,60% 23,50% 8,20% 6.7% 11,10% Infraestrutura Médio S. Piauí Piauitinga Alto Piauí Esgotamento Sanitário Fonte: Questionários aplicados pelo autor em 1893 famílias 80 Em termos de infraestrutura de saneamento básico, observa-se que nos domicílios pesquisados do município de Lagarto apresenta uma cobertura da rede pública de abastecimento de água (Gráfico 1) significativa quando comparadas com a rede pública de esgotamento sanitário (Gráfico 2) revelando o desafio para a municipalidade em termos de investimentos para reverter esse quadro. 4.4. Dimensão Sócioeconômica e Cultural O perfil sócioeconômico e cultural entre as unidades de planejamento do Município de Lagarto revelou que os hábitos e costumes da população que de alguma forma possibilitam ou levam a um maior contato com as coleções hídricas possivelmente infectadas se destaca em sete variáveis a seguir comentadas. Avaliando a variável existência de membros da família que trabalha com lavoura irrigada (Gráfico 3), foi observado que a atividade agrícola não corresponde a uma motivação importante para o contato com as coleções. Em termos percentuais é possivel verificar que a taxa variou de 3,40% na UP Vaza Barris a 22,20% na UP Piauitinga, com uma média de 8,11% ± 6,08% (Desvio Padrão) de famílias com entes trabalhando com lavoura irrigada nas UPs (Tabela 12). É possível supor que a localização mais próximas do meso-clima litoral úmido e a disponibilidade de água na UP Piauitinga podem ter criado condições favoráveis a presença de lavouras irrigadas, que por sua vez seriam favorecidas pela malha viária observada lhe permiriam o escoamento da produção. 81 Gráfico 3: Membros da família que trabalha com lavoura irrigada nas unidades de planejamento do município de Lagarto-SE. Tabela 12: Perfil Sócioeconômico e Cultural nas Unidades de Planejamento - Membro(s) da Família que Trabalha com Lavoura Irrigada Perfil da População Vaza Barris Eixo V. Barris Jacaré Lomba Sim 5,00% 3,40% 7,30% 5,90% 10,10% 3,90% 7,10% 22,20% Não 95,00% 96,60% 92,70% 94,10% 89,90% 96,10% 92,90% 77,80% Belém Médio S. Piauí Piauitinga Alto Piauí Trabalha com lavoura irrigada Fonte: Questionários aplicados pelo autor em 1893 famílias 82 Em termos espaciais, a existência de mananciais nas proximidades dos domicílios aparece com um fator motivador para o contato com as águas naturais, bem como, para o aumento da sua frequencia de contato. Nesse aspecto, qusetionada a proximidade do domicílio dentro da percepção da população (Gráfico 4), foi possível verifcar que com excessão da UP Lomba (69,50%) e Médio Superior Piauí (45,80%) que encontram-se com distância acima de 1000 m, as demais unidades de planejamento apresentam-se bastante próximas de manaciais, com 95% dos domicílios da UP Vaza Barris, 100% da UP Piauitinga, 100% na UP Alto Piauí, 96,80% na UP Eixo Vaza Barrais, 94,80% na UP Belém e 65,60% na UP Jacaré abaixo de 1.000 m (Tabela 13). Uma situação também observada em bairros periféricos da sede do município (Figura 17) e que constituem áreas de risco para a população local. Figura 17: Lagoa nas proximidades da periferia - Sede do município de Lagarto-SE. 83 Gráfico 4: Distância do domicílio ao manancial nas unidades de planejamento do município de Lagarto-SE. Tabela 13: Perfil Sócioeconômico e Cultural nas Unidades de Planejamento - Distância do Domicílio ao Manancial Perfil da População Vaza Barris Eixo V. Barris Jacaré Lomba Belém Médio S. Piauí Piauitinga Alto Piauí Dist. do domicílio ao manancial < 100 m 15,80% 12,90% 28,20% 3,50% 45,50% 16,80% 23,10% 0,00% ≥100 m e < 1000m 84,20% 83,90% 37,40% 27,00% 49,40% 37,40% 76,90% 100,00% ≥ 1000 m 0,00% 3,20% 34,40% 69,50% 5,20% 45,80% 0,00% 0,00% Fonte: Questionários aplicados pelo autor em 1893 famílias 84 O nível de escolaridades dos chefes de famílias (Pai / Mãe) é baixo (Gráfico 5), traduzidos em poucos, quando nenhum anos de estudo em todas as unidades de planejamento. Quando comparados o nível de escolaridade entre os chefes de família, é possível verificar um significativo aumento tanto em termos de percentuais, quanto em número de anos de estudo das mães em relação aos pais, chegando a atingir 3,90% de nível superior das mães da UP Belém, enquanto o máximo alcançado para os pais foi de 1,00% na UP Lomba (Tabela 14). Em termos gerais a UP Belém apresentou uma melhor distribuição nos níveis de escolaridade dos chefes das famílias. A UP Alto Piauí registrou as piores taxas, chegando a 100% dos pais e 86,70% das mães dos domicílios entrevistados sem nenhum grau de escolaridade. 85 Gráfico 5: Nível de escolaridade dos pais nas unidades de planejamento do município de Lagarto-SE. Tabela 14: Perfil Sócioeconômico e Cultural nas Unidades de Planejamento - Nível de Escolaridade dos Pais Perfil da População Vaza Barris Eixo V. Barris Jacaré Lomba Belém Médio S. Piauí Alto Piauí Piauitinga Nível de escolaridade do pai Nenhuma 44,40% 60,70% 44,20% 36,90% 34,50% 48,50% 100,00% 0,00% Fundamental 55,60% 39,30% 52,00% 57,10% 56,40% 48,00% 0,00% 100,00% Médio 0,00% 0,00% 3,80% 5,00% 9,10% 3,00% 0,00% 0,00% Superior 0,00% 0,00% 0,00% 1,00% 0,00% 0,50% 0,00% 0,00% Nenhuma 22,20% 34,50% 36,80% 34,70% 40,30% 37,50% 86,70% 12,50% Fundamental 72,20% 65,50% 55,80% 56,90% 50,60% 54,20% 13,30% 87,50% Médio 5,60% 0,00% 6,40% 6,30% 5,20% 6,00% 0,00% 0,00% Superior 0,00% 0,00% 1,00% 2,10% 3,90% 2,30% 0,00% 0,00% Nível de escolaridade da mãe Fonte: Questionários aplicados pelo autor em 1893 famílias 86 A mobilidade da população para fora do município é baixa, destacando-se a UP Jacaré, na qual a Sede do município está inserida, que registrou a taxa de 8,90%, ao passo que observou-se uma tendência natural do desenvolvimento das atividades laborais nas próprias localidades, exceto na UP Vaza Barris ( 80,00%) e na UP Alto Piauí (60,00%) com presença de membros da família trabalhando em outras localidades do município (Gráfico 6 e Tabela 15). Daí residir uma grande dificuldade no combate da doença, haja vista a possibilidade de ocorrer a infecção em outra localidade. Gráfico 6: Local de trabalho do membro(s) da família nas unidades de planejamento do município de Lagarto-SE. Tabela 15: Perfil Sócioeconômico e Cultural nas Unidades de Planejamento – Existência de Membro(s) da Família Trabalhando Perfil da População Vaza Barris Eixo V. Barris Jacaré Lomba Belém Médio S. Piauí Piauitinga Alto Piauí Exist. membro(s) da família trabalhando Na localidade 20,00% 97,10% 67,20% 92,50% 80,80% 87,30% 20,00% 85,70% Fora da Localid. e dentro do município 80,00% 2,90% 20,60% 5,50% 19,20% 9,10% 60,00% 14,30% Fora da localidade e do município 0,00% 0,00% 8,90% 1,80% 0,00% 0,90% 20,00% 0,00% Fonte: Questionários aplicados pelo autor em 1893 famílias 87 Em todas as unidades de planejamento do Município de Lagarto a forma de contato com a água contaminada mais observada foi atarvés da lavagem de roupas (Figura 18), com exceção da da UP Bélem que apresentou 64,60% dos contatos pelo hábito de pescar (Figura 19). As unidades de planejamento em que a população apresentou maior conscientização, afirmando não ter nenhum contato com as coleções hídricas foi a UP Jacaré (34,70%), UP Lomba (48,30%) e Médio Superior Piauí (30,20%) (Gráfico 7 e Tabela 16). Conforme observado, a presença de lavadeiras de roupas remetem a questão cultural, haja vista o acesso a água tratada apresentam cobertura stisfátória na maioria das localidades pesquisadas. Gráfico 7: Formas de contato com os mananciais nas unidades de planejamento do município de Lagarto-SE. 88 Tabela 16: Perfil Sócioeconômico e Cultural nas Unidades de Planejamento - Formas de Contato com os Mananciais Perfil da População Vaza Barris Eixo V. Barris Jacaré Lomba Belém Médio S. Piauí Alto Piauí Piauitinga Formas de contato com os mananciais 0,00% Lavar roupa 79,40% 38,80% 16,70% 12,20% 43,70% 100,00% 44,40% 3,00% 7,60% 16,90% 4,90% 4,50% 0,00% 0,00% 2,90% 0,40% 0,10% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 10,10% 2,30% 3,60% 12,20% 0,00% 11,20% 0,00% 5,80% 11,90% 64,60% 5,40% 0,00% 11,10% 0,00% 0,90% 0,00% 0,00% 1,30% 0,00% 0,00% 0,00% Tomar banho 0,00% Lavar vasilhames 0,00% Nadar 0,00% Pescar 0,00% Atravessar córregos Explorar areia 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% Abastecer a casa 0,00% 0,00% 0,50% 3,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% Lavar veículos ou animais 33,30% 0,00% 1,10% 0,80% 0,00% 2,70% 0,00% 22,20% Nenhum contato 66,70% 14,70% 34,70% 48,30% 14,60% 30,20% 0,00% 11,10% Fonte: Questionários aplicados pelo autor em 1893 famílias 89 Figura 18: Lavadeiras no povoado Brejo pertencente à UP Jacaré. Figura 19: Local de pesca e recreação da população do Assentamento Nossa Senhora da Piedade pertencente à UP Jacaré. 90 A frequência de contato com as águas naturais (corregos, rios, tanques, lagoa) aumenta bastante a possibilidade de infecção, sendo a exposição diária a situação mais potencializadora para se contrair a esquistossomose. Dentre as unidades de planejamento, chama a atenção as elevadas taxas de frequência de contato da UP Alto Piauí, em que 93,30% afirmaram ter contato diário, seguidas da UP Vaza Barris com 46,30% (Gráfico 8 e Tabela 17). Situação oposta verificada na UP Lomba que apresentaram as menores taxas de contato com 67,80% afirmando não ter nenhum contato, acrescidas a 8,60% de contato diário. Fato que distancia-se bastante da média das demais unidades de planejamento qua apresenta elevada frequência diária e semanal. Gráfico 8: Frequência de contato com os mananciais nas unidades de planejamento do município de Lagarto-SE. 91 Tabela 17: Perfil Sócioeconômico e Cultural nas Unidades de Planejamento – Freqüência de Contato com os Mananciais Perfil da População Vaza Barris Eixo V. Barris Jacaré Lomba Belém Médio S. Piauí Piauitinga Alto Piauí Freqüência de contato Diária 46,20% 27,60% 20,50% 8,60% 0,00% 15,00% 93,30% 12,50% Semanal 53,80% 3,40% 39,50% 12,90% 50,00% 35,90% 6,70% 62,50% Quinzenal 0,00% 62,10% 12,70% 10,70% 0,00% 8,50% 0,00% 12,50% Mensal 0,00% 0,00% 27,40% 67,80% 50,00% 40,50% 0,00% 12,50% Fonte: Questionários aplicados pelo autor em 1893 famílias No estudo optou-se em analisar separadamente as características do clima e hidrografia (Quadro 3), os dados socioeconômicos (Quadro 5) e de infraestrutura (Quadro 4), seguindo a metodologia de Batelle (1972), atribui-se pesos: 1 (baixa), 2 (baixa-média), 4 (média- alta) e 8 (alta) potencialidade para a ocorrência da doença que combinados formam o índice de vulnerabilidade municipal. Quadro 3: Escala de Valoração / Potencialidade das Características Fisiográficas DENSIDADE DE DRENAGEM 2 (M/km ) POTENCIALIDADE ESCALA DE VALORAÇÃO OBSERVAÇÕES 0,99 ≤ X < 1,42 BAIXA 1 O intervalo das densidades 1,42 ≤ X < 1,85 BAIXA-MÉDIA 2 de drenagem foi dividido em 4 partes, permitindo a associação da escala de 1,85 ≤ X < 2,27 2,27 ≤ X < 2,70 MÉDIA-ALTA 4 ALTA 8 valoração proposta 92 CLIMA POTENCIALIDADE ESCALA DE VALORAÇÃO OBSERVAÇÕES No Semi-Árido: as elevadas Semi-Árido BAIXA 1 temperaturas interferem na população dos caramujos; Agreste MÉDIA-ALTA 4 redução do ―habit‖ dos caramujos. Fonte: Autor Quadro 4: Escala de Valoração / Potencialidade das Características da Infraestrutura INFRAESTRUTURA POTENCIALIDADE ESCALA DE VALORAÇÃO OBSERVAÇÕES ABASTECIMENTO DE ÁGUA Rede Pública BAIXA 1 Chafaris Coletivo BAIXA 1 Cisterna BAIXA 1 O acesso a água potável, mediante sistema de abast. inibem o contato com as coleções hídricas por parte da população. ALTA 8 Rede Pública BAIXA 1 Fossa (séptica/ absorv.) BAIXA 1 A céu aberto ALTA 8 Água Natural ESGOTAMENTO SANITÁRIO A disposição adequada dos esgotos evita a contaminação das coleções hídricas por população infectada. Fonte: Autor 93 Quadro 5: Escala de Valoração / Potencialidade das Características Sócioeconômica e Cultural PERFIL SÓCIOECONÔNICO E CULTURAL POTENCIALIDADE ESCALA DE VALORAÇÃO OBSERVAÇÕES Membro(s) da família que tabalha com lavoura irrigada Sim ALTA 8 Não BAIXA 1 Nenhuma ALTA 8 Fundamental MÉDIA-ALTA 4 Médio BAIXA-MÉDIA 2 Superior BAIXA 1 Nenhuma ALTA 8 Fundamental MÉDIA-ALTA 4 Médio BAIXA-MÉDIA 2 Superior BAIXA 1 Nenhum contato BAIXA 1 Abastecer a casa BAIXA 1 A atividade impõe o contato direto com as águas naturais Nível de escolaridade do pai Os anos de estudo exercem influência no acesso a informação quantos aos riscos da doença Nível de escolaridade do Mãe Os anos de estudo exercem influência no acesso a informação quantos aos riscos da doença Formas de contato com os mananciais As formas de contatos que colocam o corpo num maior Lavar vasilhames BAIXA-MÉDIA 2 tempo de exposição às águas 94 Continuação Atravessar córregos BAIXA-MÉDIA 2 naturais aumentam os riscos de infecção Lavar veículos ou animais BAIXA-MÉDIA 2 Lavar roupa MÉDIA-ALTA 4 Pescar MÉDIA-ALTA 4 Tomar banho ALTA 8 Nadar ALTA 8 Explorar areia ALTA 8 Freqüência de contato POTENCIALIDADE ESCALA DE VALORAÇÃO Mensal BAIXA 1 Quinzenal BAIXA-MÉDIA 2 Semanal MÉDIA-ALTA 4 Diária ALTA 8 OBSERVAÇÕES O aumento da freqüência de contato com as águas Distância do domicílio ao POTENCIALIDADE manancial ESCALA DE VALORAÇÃO ≥ 1000 m BAIXA 1 ≥100 m e < 1000m BAIXA-MÉDIA 2 MÉDIA-ALTA 4 naturais aumenta a probabilidade de infecção OBSERVAÇÕES Pequenas distâncias as coleções hídricas motivam < 100 m a população entrar em contato com as águas naturais Fonte: Autor Para o estabelecimento das áreas de vulnerabilidade foram associados os resultados obtidos nas localidades estudadas, associando-as a escala de valoração da potencialidade que refletem a importância da variável na ocorrência da doença, que por sua vez associadas às constantes obtidas mediante a regressão linear permitiram construir o índice de vulnerabilidade, na função estatística seguir expressa: 95 IV = A1 x (Plocal / 800) + A2 Onde: IV = Índice de Vulnerabilidade Plocal = Potencialidade local A1 = Coeficiente angular A2 = Coeficiente linear (interceptor) IV = 0,094 x (Plocal / 800) – 0,002 É importante salientar que o índice de vulnerabilidade proposto parte da premissa da existência do hospedeiro intermediário (caramujo) e definitivo (homem infectado). O cálculo do índice de vulnerabilidade de cada localidade foi realizado no sistema de planilha eletrônica ―Excel‖, mediante as operações aritméticas de multiplicação das potencialidades de cada variável aos resultados obtidos na tabulação das respostas nas localidades, associadas ao coeficiente angular (A1) e adicionados ao coeficiente linear (A2). Por fim, o fatiamento dos valores (Quadro 6) e geração do mapa síntese de vulnerabilidade do Município de Lagarto (Figura 20) O estabelecimento de uma escala relativa de valores para a vulnerabilidade para a ocorrência da esquistossomose procurou seguir as considerações de Becker e Elger (1996) para a determinação das áreas produtivas (de consolidação e expansão) e áreas críticas (de preservação e recuperação). 96 Quadro 6: Índice de Vulnerabilidade (IV) do Município de Lagarto VALORAÇÃO DO ÍNDICE MAGNITUDE DO ÍNDICE 0,425 a 0,724 Baixa Vulnerabilidade 0,725 a 1,023 Média Vulnerabilidade 1,024 a 1,322 Média-Alta Vulnerabilidade Acima de 1,322 Alta Vulnerabilidade TOPOLOGIA Na geração do mapa síntese da vulnerabilidade optou-se pela ferramenta de análise por valor único da variável do SPRING, de forma a apresentar uma topologia gradual de intensidade da cor vermelha. 97 ALTA MÉDIA-ALTA MÉDIA BAIXA Figura 20: Áreas de Vulnerabilidade no Município de Lagarto Fonte: Autor 98 5. DISCUSSÃO Ribeiro et AL (2002) revela que a Esquistosomose é um sério problema de saúde pública que apresenta o maior índice de casos na região Nordeste. A partir do que foi coletado durante a pesquisa realizada, comprova a prevalência de casos de Esquistossomose em grandes extensões de áreas do município, inclusive na Sede de Lagarto, localizada no estado de Sergipe, na região Nordeste do país. Mister aqui ressaltar que a unidade de maior índice de incidência (1.408 casos) nesse município foi a UP jacaré, localizada numa região de meso-clima semi-árido, seguida da UP Médio Superior Piauí, localizada na região agreste do município com 1.120 casos notificados de esquistossomose nos últimos 10 anos. Somando-se a este fato, há também que se considerar a situação sócio-econômica desta população que, mesmo estando inserida num contexto de um município de extrema importância para a economia do estado, os maiores índices da doença se manifestaram nas localidades nas quais o nível de escolaridade da população era muito baixo e vinculados à atividade agrícola, além de estarem em zonas em que o saneamento básico e infra-estrutura se saneamento praticamente inexistia. Para corroborar esta relação, Mendonça (2002) diz que é preciso notar que há uma interação direta entre os impactos e fenômenos de ordem natural e as condições sócioeconômicas-tecnológicas das diversas sociedades humanas; aquelas com menor poder aquisitivo encontram-se mais expostas aos riscos. Desta forma, estão mais vulneráveis em relação às que tem melhores condições. No estudo aqui realizado, observou-se que o município apresentou períodos de chuvosos superiores aos de estiagem, registrando volume de chuvas anuais variando de 2.663,51 mm (ano de 2000) e 1.065,50 mm (ano de 2005), de forma a favorecer a manutenção dos ambientes aquáticos dos caramujos, e que nas UP do Rio Jacaré e do Médio Piauí Superior onde se encontra maior concentração populacional, acaba por contribuir para os elevados índices da doença nessas áreas. No mais, não foi possível identificar uma correlação direta entre a variação do número de casos notificados e os períodos de chuvas e estiagem. 99 Em relação à questão de maior extensão de bacia hidrográfica promover uma maior incidência da doença, verificou-se que na UP do Rio Jacaré, cujo perímetro do rio é de 406.907,75m, sendo a maior em relação às demais. Conceição (1976) também encontra, em seus estudos, que em Capitão Andrade (Minas Gerais), 98% dos pacientes hepatoestêmicos relatavam ter contatos mais freqüentes com águas naturais. Em se tratando de principal atividade econômica das localidades cujo índice da doença é mais alto, Coura –Filho et all (1994) revelam que, em seus estudos, a atividade agrícola peridomiciliar com risco atribuível populacional (RAP) de 29,93%, a distância (<10m) da residência à fonte da água natural (RAP=25,93%) e pescar semanalmente (RAP=17,21%) como sendo responsáveis por infecções na área rural. Já na urbana, os mesmos autores revelam que foi nadar semanalmente (RAP=20,71%), exercer atividade agrícola peridomiciliar diariamente (RAP=4,07%) e não ter água potável intradomiciliar (RAP=4,29%) foram responsáveis por infecções. Outro fato de extrema relevância citado por este mesmo autor (1995) é que existe uma maior tendência dos indivíduos de áreas rurais terem em torno de 70% dos contatos com águas naturais em atividades profissionais (agricultura e domésticas); na área urbana este percentual é observado por motivo de lazer. Associado a este fator está também o fato de que, quando as localidades estão mais distantes da área urbana, uma questão de forte predominância da doença é por estas comunidades não serem abastecidas com água tratada, não terem um saneamento básico adequado, visto que, por falta deste o escoamento dos resíduos vai todo para as bacias hidrográficas e, assim, infectando os rios locais. Neste estudo, as UPs do Vaza Barris e Belém é que estão menos afetadas pela doença, no entanto, apresentam as piores taxas de cobertura no saneamento básico, observando-se uma discrepância entre esgotamento sanitário e de abastecimento de água tratada. Enquanto 65% a população UP Vaza Barris não dispõem de água tratada, 100% da 100 população da UP Belém possui, ao passo que 23,50% da mesma faz a destinação a céu aberto do esgoto domestico, diferentemente da UP Vaza Barris em que 5% da população fazem a destinação inadequada dos seus esgotos. Entretanto, o nosso estudo evidencia que a UP de Jacaré, por englobar a sede do município, tem uma boa cobertura da Rede Pública, com saneamento básico adequado, mas tem um índice de prevalência da doença bem maior que as demais UPs. É importante observar os bairros nos quais se registraram casos da doença encontram-se em áreas periféricas da sede do município, onde fica visível a falta de saneamento básico e presença de rios e lagoas. Assim sendo, demonstrando a existências de focos dentro da Sede do município. Coura-Filho et al (1995) em seus estudos, revelaram que na localidade de Lavapés, na cidade de Minas Gerais, ocorreu os maiores riscos de infecção por falta de saneamento, maior proximidade das casas a córregos infestados por cercarias de S.mansoni, o que facilita a infecção das donas-de-casa em atividades domésticas e dos homens na prática de extração de areia. Também Rozemberg (1994), em seus estudos, revela que a maior incidência das doenças se dar em homens (95,6%) e mulheres (97,8%) lavradores, sendo que estas últimas são também donas de casa. Coura-Filho et all (1995) ao citarem Barbosa (1968) revelam que as diversas formas de organização social de uma sociedade (biótipos associados ao modo de vida, lazer, cultura, trabalho etc) interagem numa rede de influências que definem o perfil epidemiológico da esquistossomose. No nosso estudo, a maior incidência se dá em pessoas que pescam e tomam banho e das mulheres que utilizam a água dos rios para seus afazeres domésticos e, quase sempre, necessitam se deslocar para os estuários dos mesmos para o hábito diário de lavar roupas. Nesse momento, seguem acompanhadas de seus filhos que ali também têm contato com a água dos rios já infestada. 101 Um fato interessante que aqui deve ser ressaltado é com relação à UP Jacaré que, como já visto anteriormente, sempre se contrapõe aos resultados encontrados, voltando a reafirmar ao fato por ser onde está a sede do município. Mais uma vez, este contraponto se enfatiza pelo fato de a população lá está mais conscientizada com relação à doença e sua prevenção, mas, paradoxalmente, apresenta elevados índices de incidência da mesma. Outro fato que merece destaque é com relação à alta freqüência de contato com as bacias hidrográficas, promovendo, assim o maior contato com a doença. Este fato se dá, dentre outras motivações por estarem os mananciais bem próximos dos domicílios (abaixo de 1.000 m), o que motiva um contato mais freqüente. Diante do que aqui foi exposto, é de fundamental importância que seja feito um trabalho efetivo por parte do Setor Público no sentido de conscientizar a população ainda mais dos perigos que a esquistossomose tem para a saúde do indivíduo e para a saúde coletiva. Nesse sentido, é de fundamental importância ser feito um trabalho educativo a fim de evidenciar os malefícios da doença para a vida do indivíduo. Além do mais, a prevenção deve ser focalizada no sentido de evitar a proliferação da mesma. Para tanto, deve-se investir ainda mais no saneamento básico e no fornecimento de água tratada à população, principalmente nas zonas periféricas, para que se possa reverter o atual quadro em que se encontra o município em relação a esta doença. Apesar da questão cultural que deve ser levada em consideração, justamente pelo fato de a população se utilizar dos elementos naturais (rios) para seus hábitos diários, é de fundamental importância se trabalhar a preservação ambiental, desde os rios, pois, quando utilizados de forma ineficiente e poluídos pelos esgotos, terminam por não mais servirem beneficamente à população, tornando-se focos de muitas doenças, principalmente da Esquistossomose. 102 Fonseca et Al (2007), em estudo realizado no Estado de Minas Gerais correlacionou 43 variáveis com a variável prevalência de casos de esquistossomose, a partir de uma análise de regressão multivariada selecionada das variáveis que melhor explicava a prevalência. O presente trabalho se distância do supracitado, haja vista a análise e regressão linear utilizada correlaciona uma variável (potencialidade local) com o objetivo de estabelecer uma relação entre o índice de vulnerabilidade proposto e a prevalência de casos de esquistossomose observado nas localidades, seguida da construção de uma grade de interpolação gerada pelo estimador ―Kernel‖ para a elaboração de um mapa síntese das áreas de vulnerabilidade a partir do fatiamento dos valores espacializados. O resultado final foi satisfatório, possibilitando identificar zonas que mesmo sem notificações ao longo do período de 10 anos, apresentam fatores que combinados podem favorecer o surgimento de novos focos. Alem disso, essa proposta também poderá ser testada em outras áreas do Estado de Sergipe e Brasil como possibilidade de serem utilizadas como preditoras de áreas de risco de ocorrência da Esquistossomose. É de fundamental importância, depois de produzir um mapa síntese do zoneamento das áreas vulneráveis, promover uma investigação nas localidades em que se revelaram mais vulneráveis, de forma que possa implementar medidas emergenciais para a reversão do atual quadro local, bem como das áreas com potencial de surgimento de novos focos. 103 6. CONCLUSÕES Com a análise geoambiental construída a partir de dados representativos obtidos dos registros dos casos da doença de Esquistossomose ocorridos num intervalo de tempo, associados às informações obtidas apartir da aplicação dos questionários foi possivel propor um zoneamento das áreas dentro do município onde a população encontra-se mais vulnerável. 1. Os dados físiográficos, das ações de saneamento ambiental, epidemiológica, socioeconômicos e culturais das localidades, tratados mediante métodos estatísticos foram capazes de apontar quais fatores que combinados potencializam a manifestação da doença, dando pistas para responder as causas que tornaram o município de Lagarto uma área historicamente endêmica. De acordo com está análise o presente estudo verificou que as variáveis: contato com fontes hídricas naturais, frequência de contato, distância do manancial hídrico e ausência de abastecimento de água são importantes para determinar a vulnerabilidade do município e mapear as áreas de maior risco de ocorrência de esquistossomose 2. Ao analisarmos cada variável, separadamente, após o georreferenciamento (coordenadas geográficas das localidades), demonstramos que é possível elaborar mapas temáticos e matrizes capazes de prever a ocorrência da doença entre as diversas localidades do município, de forma a direcionar as ações da saúde pública para obter melhores resultados no controle da esquistossomose no Município de Lagarto. 104 7. BIBLIOGRAFIA: ALMEIDA, Nadjacleia Vilar. Proposta de Zoneamento Ecológico Econômico para a área de Proteção Ambiental (APA) Estadual de Tambaba – Paraíba. João Pessoa: PRODEMA/UFPB, 2006. ALMEIDA, Flávio Gomes de. O ordenamento territorial e a geografia física no processo de gestão ambiental. In: Território, Territórios. Niterói:AGB/UFF (Programa de Pós-Graduação em Geografia), 2002. P. 333-352 (3ª Ed. Lamparina, 1997). AYOADE, J. O. 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Sim Não Nível de Escolaridade dos residentes ( 1-Nenhuma, 2- Fundamental, 3 - Média, 4- Superior) Pai Mãe Filho7 Filho1 Filho8 Filho9 Filho2 Filho3 Filho10 Filho4 Outro Parente Filho5 Outro Parente Filho6 Outro Parente 4. Existência de membro(s) da família trabalhando Na localidade Fora da Localidade e dentro do município Fora da localid. e do município 5. Formas de contato com os mananciais Lavar roupa Tomar banho Explorar areia Lavar vasilhames Abastecer a casa Nadar Pescar Atravessar córregos Lavar veículos ou animais Nenhum contato 6. Freqüência de contato Diária Semanal Quinzenal 7. Algum residente já foi tratado de esquistossomose Mensal Sim Não 8. Faixa etária e quantos residentes infectados 0 – 4 / __ 5 - 9 / ___ 10 - 14/ ___ 15 – 19 / __ 20 – 29 / ___ 30 – 49 /___ ≥ 50 /___ 9. Como descobriu que estava com a doença Exame clínico Através de sintomas CARCTERISTICA DO DOMICÍLIO 10. Forma de abastecimento de água no domicílio Rede pública Cisternas Chafariz coletivo Água natural (córregos, rios, lagoa) 11. Forma de destinação dos dejetos no domicílio Rede pública Fossa (séptica / absorvente) A céu aberto 114 MUNICÍPIO DE LAGARTO Frequency Table Distância do domicílio ao córrego Frequency Valid Valid Percent Cumulative Percent abaixo de 100 metros 258 14,3 18,6 entre 100 e 1.000 metros 505 28,1 36,4 55,0 acima de 1.000 metros 624 34,7 45,0 100,0 1387 77,1 100,0 411 22,9 1798 100,0 Total Missing Percent System Total 18,6 Total de residentes no domicílio Frequency Valid Valid Percent Cumulative Percent 1 138 7,7 8,0 8,0 2 303 16,9 17,5 25,5 3 409 22,7 23,6 49,1 4 364 20,2 21,0 70,1 5 254 14,1 14,7 84,8 6 117 6,5 6,8 91,6 7 67 3,7 3,9 95,4 8 41 2,3 2,4 97,8 9 23 1,3 1,3 99,1 10 9 ,5 ,5 99,7 11 5 ,3 ,3 99,9 19 1 ,1 ,1 100,0 1731 96,3 100,0 67 3,7 1798 100,0 Total Missing Percent System Total Membro(s) da família que trabalha com lavoura irrigada Valid Sim Frequency 101 Percent 5,6 Valid Percent 6,3 Cumulative Percent 6,3 Não 1492 83,0 93,5 99,9 100,0 2 Total Missing Total System 2 ,1 ,1 1595 88,7 100,0 203 11,3 1798 100,0 115 Nível de escolaridade - Pai Frequency Valid Valid Percent Cumulative Percent Nenhuma 589 32,8 43,5 43,5 Fundamental 704 39,2 52,0 95,6 54 3,0 4,0 99,6 100,0 Média Superior Total Missing Percent System Total 6 ,3 ,4 1353 75,3 100,0 445 24,7 1798 100,0 Nível de escolaridade - Mãe Frequency Valid Valid Percent Cumulative Percent Nenhuma 594 33,0 37,0 37,0 Fundamental 92,5 891 49,6 55,5 Média 94 5,2 5,9 98,3 Superior 27 1,5 1,7 100,0 1606 89,3 100,0 192 10,7 1798 100,0 Total Missing Percent System Total Nível de escolaridade - Filho1 Valid Frequency 242 Percent 13,5 Valid Percent 18,3 Cumulative Percent 18,3 Fundamental 882 49,1 66,6 84,8 Média 186 10,3 14,0 98,9 15 ,8 1,1 100,0 1325 73,7 100,0 Nenhuma Superior Total Missing System Total 473 26,3 1798 100,0 Nível de escolaridade - Filho2 Valid Nenhuma Fundamental Média Superior Total Missing Total System Frequency 159 Percent 8,8 Valid Percent 17,5 Cumulative Percent 17,5 643 35,8 71,0 88,5 98 5,5 10,8 99,3 100,0 6 ,3 ,7 906 50,4 100,0 892 49,6 1798 100,0 116 Nível de escolaridade - Filho3 Frequency Valid Valid Percent Cumulative Percent Nenhuma 126 7,0 24,7 24,7 Fundamental 342 19,0 67,1 91,8 40 2,2 7,8 99,6 100,0 Média Superior Total Missing Percent System Total 2 ,1 ,4 510 28,4 100,0 1288 71,6 1798 100,0 Nível de escolaridade - Filho4 Valid Nenhuma Fundamental Média Superior Total Missing System Total Frequency 69 Percent 3,8 Valid Percent 27,9 Cumulative Percent 27,9 165 9,2 66,8 94,7 12 ,7 4,9 99,6 1 ,1 ,4 100,0 100,0 247 13,7 1551 86,3 1798 100,0 Nível de escolaridade - Filho5 Valid Nenhuma Fundamental Média Total Missing System Total Cumulative Percent 29,7 Frequency 38 Percent 2,1 Valid Percent 29,7 84 4,7 65,6 95,3 6 ,3 4,7 100,0 100,0 128 7,1 1670 92,9 1798 100,0 Nível de escolaridade - Filho6 Valid Nenhuma Fundamental Missing Total Frequency 22 Percent 1,2 Valid Percent 32,8 Cumulative Percent 32,8 42 2,3 62,7 95,5 100,0 Média 3 ,2 4,5 Total 67 3,7 100,0 System 1731 96,3 1798 100,0 117 Nível de escolaridade - Filho7 Frequency Valid Valid Percent Cumulative Percent Nenhuma 10 ,6 37,0 Fundamental 13 ,7 48,1 85,2 4 ,2 14,8 100,0 100,0 Média Total Missing Percent System Total 27 1,5 1771 98,5 1798 100,0 37,0 Nível de escolaridade - Filho8 Frequency Valid Valid Percent Cumulative Percent Nenhuma 4 ,2 40,0 Fundamental 5 ,3 50,0 90,0 Média 1 ,1 10,0 100,0 100,0 Total Missing Percent System Total 10 ,6 1788 99,4 1798 100,0 40,0 Nível de escolaridade - Filho9 Frequency Valid Valid Percent Cumulative Percent Nenhuma 1 ,1 25,0 25,0 Fundamental 3 ,2 75,0 100,0 100,0 Total Missing Percent System Total 4 ,2 1794 99,8 1798 100,0 Nível de escolaridade - Filho10 Frequency Valid Total Valid Percent Cumulative Percent Nenhuma 1 ,1 16,7 Fundamental 3 ,2 50,0 66,7 Média 2 ,1 33,3 100,0 100,0 Total Missing Percent System 6 ,3 1792 99,7 1798 100,0 16,7 118 Nível de escolaridade - Outro Parente1 Frequency Valid Valid Percent Cumulative Percent Nenhuma 45 2,5 33,8 Fundamental 79 4,4 59,4 93,2 9 ,5 6,8 100,0 100,0 Média Total Missing Percent System Total 133 7,4 1665 92,6 1798 100,0 33,8 Nível de escolaridade - Outro Parente2 Frequency Valid Valid Percent Cumulative Percent Nenhuma 16 ,9 36,4 36,4 Fundamental 28 1,6 63,6 100,0 100,0 Total Missing Percent System Total 44 2,4 1754 97,6 1798 100,0 Nível de escolaridade - Outro Parente3 Valid Percent ,2 Valid Percent 26,7 Fundamental 9 ,5 60,0 86,7 Média 2 ,1 13,3 100,0 100,0 Nenhuma Total Missing Cumulative Percent 26,7 Frequency 4 System Total 15 ,8 1783 99,2 1798 100,0 Existência de Membro(s) da família trabalhando Valid Não informado Na localidade Total Percent 2,1 Valid Percent 2,3 Cumulative Percent 2,3 1283 71,4 81,3 83,6 Fora da localidade e dentro do município 198 11,0 12,5 96,1 Fora da localidade e do município 61 3,4 3,9 100,0 1579 87,8 100,0 Total Missing Frequency 37 System 219 12,2 1798 100,0 119 Formas de contato com os mananciais Valid Lavar roupa Tomar banho Lavar vasilhames Percent 29,3 Valid Percent 32,0 Cumulative Percent 32,0 172 9,6 10,4 42,4 4 ,2 ,2 42,6 Nadar 101 5,6 6,1 48,8 Pescar 181 10,1 11,0 59,8 Atravessar córregos Abastecer a casa Lavar veículos animais ou Nenhum contato Total Missing Frequency 526 System Total 8 ,4 ,5 60,3 24 1,3 1,5 61,7 21 1,2 1,3 63,0 609 33,9 37,0 100,0 1646 91,5 100,0 152 8,5 1798 100,0 Formas de contato com os mananciais Frequency Valid Lavar roupa Cumulative Percent ,2 ,7 ,7 314 17,5 57,5 58,2 7 ,4 1,3 59,5 Nadar 47 2,6 8,6 68,1 Pescar 138 7,7 25,3 93,4 13 ,7 2,4 95,8 7 ,4 1,3 97,1 15 ,8 2,7 99,8 100,0 Lavar vasilhames Atravessar córregos Abastecer a casa Lavar veículos animais Nenhum contato Total Total Valid Percent 4 Tomar banho Missing Percent System ou 1 ,1 ,2 546 30,4 100,0 1252 69,6 1798 100,0 120 Formas de contato com os mananciais Frequency Valid Tomar banho Valid Percent Cumulative Percent 1 ,1 ,3 ,3 115 6,4 36,4 36,7 Nadar 63 3,5 19,9 56,6 Pescar 56 3,1 17,7 74,4 Atravessar córregos 20 1,1 6,3 80,7 Abastecer a casa 32 1,8 10,1 90,8 29 1,6 9,2 100,0 316 17,6 100,0 Lavar vasilhames Lavar veículos animais ou Total Missing Percent System Total 1482 82,4 1798 100,0 Formas de contato com os mananciais Valid Nadar Frequency 29 Percent 1,6 Valid Percent 14,9 Cumulative Percent 14,9 45 2,5 23,1 37,9 7 ,4 3,6 41,5 92 5,1 47,2 88,7 22 1,2 11,3 100,0 195 10,8 100,0 Pescar Atravessar córregos Abastecer a casa Lavar veículos animais ou Total Missing System Total 1603 89,2 1798 100,0 Frequência de contato com os mananciais Frequency Valid Missing Total Percent Valid Percent Cumulative Percent Diária 187 10,4 19,8 19,8 Semanal 261 14,5 27,6 47,4 Quinzenal 101 5,6 10,7 58,0 Mensal 397 22,1 42,0 100,0 Total 946 52,6 100,0 System 852 47,4 1798 100,0 121 Algum residente já foi tratado de esquistossomose Valid Missing Valid Percent 27,7 Cumulative Percent 27,7 65,7 72,3 100,0 90,8 100,0 Sim Frequency 452 Percent 25,1 Não 1181 Total 1633 165 9,2 1798 100,0 System Total Residentes na Faixa etária de 0 a 4 anos infectados Valid 1 Frequency 50 Percent 2,8 Valid Percent 98,0 Cumulative Percent 98,0 2 1 ,1 2,0 100,0 100,0 Total Missing System Total 51 2,8 1747 97,2 1798 100,0 Residentes na Faixa etária de 5 a 9 anos infectados Frequency Valid 1 Missing System 4 Total Percent ,2 1794 99,8 1798 100,0 Valid Percent Cumulative Percent 100,0 100,0 Residentes na Faixa etária de 10 a 14 anos infectados Frequency Valid 1 18 2 Total Missing System Total Percent 1,0 Valid Percent 94,7 94,7 100,0 1 ,1 5,3 19 1,1 100,0 1779 98,9 1798 100,0 Cumulative Percent Residentes na Faixa etária de 15 a 19 anos infectados Frequency Valid 1 Missing System Total 38 Percent 2,1 1760 97,9 1798 100,0 Valid Percent 100,0 Cumulative Percent 100,0 122 Residentes na Faixa etária de 20 a 29 anos infectados Frequency Valid 1 78 2 Total Missing System Total Percent Valid Percent 4,3 94,0 94,0 100,0 5 ,3 6,0 83 4,6 100,0 1715 95,4 1798 100,0 Cumulative Percent Residentes na Faixa etária de 30 a 49 anos infectados Frequency Valid 1 163 2 Total Missing System Total Percent Valid Percent 9,1 Cumulative Percent 93,7 93,7 100,0 11 ,6 6,3 174 9,7 100,0 1624 90,3 1798 100,0 Residentes na Faixa etária acima de 50 anos infectados Frequency Valid 1 99 2 Total Missing System Total Percent Valid Percent 5,5 Cumulative Percent 97,1 97,1 100,0 3 ,2 2,9 102 5,7 100,0 1696 94,3 1798 100,0 Como descobriu que estava com a doença Valid Exame clínico Através dos sintomas Total Missing Total System Frequency 388 Percent 21,6 Valid Percent 98,0 Cumulative Percent 98,0 100,0 8 ,4 2,0 396 22,0 100,0 1402 78,0 1798 100,0 123 Formas de abastecimento de água no domicílio Valid Frequency 870 Percent 48,4 Valid Percent 50,4 Cumulative Percent 50,4 Cisternas 408 22,7 23,7 74,1 Chafariz coletivo 296 16,5 17,2 91,2 Água natural (córregos, rios , lagoa) 151 8,4 8,8 100,0 1725 95,9 100,0 73 4,1 1798 100,0 Rede Pública Total Missing System Total Formas de abastecimento de água no domicílio Valid Cisternas Frequency 78 Percent 4,3 Valid Percent 30,7 Cumulative Percent 30,7 Chafariz coletivo Missing 23 1,3 9,1 39,8 Água natural (córregos, rios , lagoa) 153 8,5 60,2 100,0 Total 254 14,1 100,0 System Total 1544 85,9 1798 100,0 Formas de destinação dos dejetos no domicílio Frequency Valid Rede pública Fossa (séptica / absorvente) A céu aberto Total Missing Total System Percent Valid Percent Cumulative Percent 58 3,2 3,4 3,4 1539 85,6 89,5 92,8 100,0 123 6,8 7,2 1720 95,7 100,0 78 4,3 1798 100,0 124 UNIDADE DE PLANEJAMENTO: VAZA BARRIS Frequency Table Distância do domicílio ao córrego Valid Frequency 3 Percent 15,0 Valid Percent 15,8 Cumulative Percent 15,8 entre 100 e 1.000 metros 16 80,0 84,2 100,0 Total 19 95,0 100,0 1 5,0 20 100,0 abaixo de 100 metros Missing System Total Total de residentes no domicílio Valid 1 Frequency 1 Percent 5,0 Valid Percent 5,0 Cumulative Percent 5,0 3 8 40,0 40,0 45,0 4 6 30,0 30,0 75,0 5 3 15,0 15,0 90,0 7 1 5,0 5,0 95,0 100,0 10 Total 1 5,0 5,0 20 100,0 100,0 Membro(s) da família que trabalha com lavoura irrigada Valid Percent 5,0 Valid Percent 5,0 Cumulative Percent 5,0 100,0 Sim Frequency 1 Não 19 95,0 95,0 Total 20 100,0 100,0 Nível de escolaridade - Pai Frequency Valid Missing Total Nenhuma Percent 8 40,0 Fundamental 10 Total 18 System Valid Percent Cumulative Percent 44,4 44,4 50,0 55,6 100,0 90,0 100,0 2 10,0 20 100,0 125 Nível de escolaridade - Mãe Valid Nenhuma Frequency 4 Percent 20,0 Valid Percent 22,2 Cumulative Percent 22,2 13 65,0 72,2 94,4 100,0 Fundamental Missing Média 1 5,0 5,6 Total 18 90,0 100,0 2 10,0 20 100,0 System Total Existência de Membro(s) da família trabalhando Valid Frequency 4 Percent 20,0 Valid Percent 20,0 Cumulative Percent 20,0 Fora da localidade e dentro do município 16 80,0 80,0 100,0 Total 20 100,0 100,0 Na localidade Formas de contato com os mananciais Frequency Valid Valid Percent Cumulative Percent Lavar veículos ou animais 1 5,0 33,3 33,3 Nenhum contato 2 10,0 66,7 100,0 100,0 Total Missing Percent System Total 3 15,0 17 85,0 20 100,0 Frequência de contato com os mananciais Frequency Valid Total Valid Percent Cumulative Percent Diária 6 30,0 46,2 46,2 Semanal 7 35,0 53,8 100,0 13 65,0 100,0 Total Missing Percent System 7 35,0 20 100,0 126 Formas de abastecimento de água no domicílio Valid Cisternas Frequency 4 Percent 20,0 Valid Percent 20,0 Cumulative Percent 20,0 Chafariz coletivo 3 15,0 15,0 35,0 Água natural (córregos, rios , lagoa) 13 65,0 65,0 100,0 Total 20 100,0 100,0 Formas de destinação dos dejetos no domicílio Frequency Valid Fossa (séptica / absorvente) A céu aberto Total 19 Percent 95,0 Valid Percent Cumulative Percent 95,0 95,0 100,0 1 5,0 5,0 20 100,0 100,0 127 UNIDADE DE PLANEJAMENTO: EIXO VAZA BARRIS Frequency Table Distância do domicílio ao córrego Frequency Valid abaixo de 100 metros entre 100 e 1.000 metros acima de 1.000 metros Total Missing System Total Percent Valid Percent Cumulative Percent 4 11,8 12,9 26 76,5 83,9 12,9 96,8 1 2,9 3,2 100,0 31 91,2 100,0 3 8,8 34 100,0 Total de residentes no domicílio Frequency Valid Percent Valid Percent Cumulative Percent 1 5 14,7 14,7 14,7 2 4 11,8 11,8 26,5 3 9 26,5 26,5 52,9 4 3 8,8 8,8 61,8 5 6 17,6 17,6 79,4 6 5 14,7 14,7 94,1 7 1 2,9 2,9 97,1 10 1 2,9 2,9 100,0 34 100,0 100,0 Total Membro(s) da família que trabalha com lavoura irrigada Valid Missing Total Valid Percent 3,4 Cumulative Percent 3,4 82,4 96,6 100,0 85,3 100,0 Sim Frequency 1 Percent 2,9 Não 28 Total 29 System 5 14,7 34 100,0 128 Nível de escolaridade - Pai Valid Missing Frequency 17 Percent 50,0 Valid Percent 60,7 Cumulative Percent 60,7 Fundamental 11 32,4 39,3 100,0 Total 28 82,4 100,0 6 17,6 34 100,0 Nenhuma System Total Nível de escolaridade - Mãe Valid Missing Frequency 10 Percent 29,4 Valid Percent 34,5 Cumulative Percent 34,5 Fundamental 19 55,9 65,5 100,0 Total 29 85,3 100,0 5 14,7 34 100,0 Nenhuma System Total Existência de Membro(s) da família trabalhando Frequency Valid Na localidade Fora da localidade e dentro do município Total Percent Valid Percent Cumulative Percent 33 97,1 97,1 97,1 1 2,9 2,9 100,0 34 100,0 100,0 Formas de contato com os mananciais Valid Frequency 27 Percent 79,4 Valid Percent 79,4 Cumulative Percent 79,4 Tomar banho 1 2,9 2,9 82,4 Lavar vasilhames 1 2,9 2,9 85,3 Nenhum contato 5 14,7 14,7 100,0 34 100,0 100,0 Lavar roupa Total 129 Frequência de contato com os mananciais Frequency Valid Cumulative Percent Valid Percent Diária 8 23,5 27,6 27,6 Semanal 1 2,9 3,4 31,0 Quinzenal Missing Percent 9 26,5 31,0 62,1 Mensal 11 32,4 37,9 100,0 Total 29 85,3 100,0 5 14,7 34 100,0 System Total Formas de abastecimento de água no domicílio Valid Frequency 1 Rede Pública Cisternas Chafariz coletivo Água natural (córregos, rios , lagoa) Total Percent 2,9 Valid Percent 2,9 Cumulative Percent 2,9 1 2,9 2,9 5,9 28 82,4 82,4 88,2 4 11,8 11,8 100,0 34 100,0 100,0 Formas de destinação dos dejetos no domicílio Frequency Valid Fossa (séptica / absorvente) A céu aberto Total 31 Percent 91,2 Valid Percent Cumulative Percent 91,2 91,2 100,0 3 8,8 8,8 34 100,0 100,0 130 UNIDADE DE PLANEJAMENTO: JACARE Frequency Table Distância do domicílio ao córrego Frequency Valid Missing Percent Valid Percent Cumulative Percent abaixo de 100 metros 131 22,7 28,2 entre 100 e 1.000 metros 174 30,2 37,4 65,6 acima de 1.000 metros 160 27,7 34,4 100,0 Total 465 80,6 100,0 System 112 19,4 577 100,0 Total 28,2 Total de residentes no domicílio Frequency Valid Valid Percent Cumulative Percent 1 36 6,2 6,3 6,3 2 102 17,7 17,8 24,0 3 129 22,4 22,5 46,5 4 136 23,6 23,7 70,2 5 86 14,9 15,0 85,2 6 35 6,1 6,1 91,3 7 19 3,3 3,3 94,6 8 16 2,8 2,8 97,4 9 5 ,9 ,9 98,3 10 6 1,0 1,0 99,3 100,0 11 Total Missing Percent System Total 4 ,7 ,7 574 99,5 100,0 3 ,5 577 100,0 Membro(s) da família que trabalha com lavoura irrigada Frequency Valid Missing Total Percent Valid Percent Cumulative Percent Sim 40 6,9 7,3 7,3 Não 508 88,0 92,7 100,0 Total 548 95,0 100,0 29 5,0 577 100,0 System 131 Nível de escolaridade - Pai Valid Nenhuma Frequency 198 Percent 34,3 Valid Percent 44,2 Cumulative Percent 44,2 233 40,4 52,0 96,2 100,0 Fundamental Missing Média 17 2,9 3,8 Total 448 77,6 100,0 System 129 22,4 577 100,0 Total Nível de escolaridade - Mãe Valid Nenhuma Frequency 193 Percent 33,4 Valid Percent 36,8 Cumulative Percent 36,8 293 50,8 55,8 92,6 34 5,9 6,5 99,0 5 ,9 1,0 100,0 525 91,0 100,0 52 9,0 577 100,0 Fundamental Média Superior Total Missing System Total Existência de Membro(s) da família trabalhando Valid Frequency 16 Percent 2,8 Valid Percent 3,3 Cumulative Percent 3,3 Na localidade 326 56,5 67,2 70,5 Fora da localidade e dentro do município 100 17,3 20,6 91,1 Fora da localidade e do município 43 7,5 8,9 100,0 485 84,1 100,0 92 15,9 577 100,0 Não informado Total Missing Total System 132 Formas de contato com os mananciais Valid Lavar roupa Frequency 212 Percent 36,7 Valid Percent 38,8 Cumulative Percent 38,8 42 7,3 7,7 46,4 Tomar banho Lavar vasilhames 2 ,3 ,4 46,8 Nadar 55 9,5 10,1 56,9 Pescar 32 5,5 5,9 62,7 Atravessar córregos 5 ,9 ,9 63,6 Abastecer a casa 3 ,5 ,5 64,2 6 1,0 1,1 65,3 Nenhum contato 190 32,9 34,7 100,0 Total 547 94,8 100,0 Lavar veículos animais Missing ou System Total 30 5,2 577 100,0 Frequência de contato com os mananciais Valid Frequency 68 Percent 11,8 Valid Percent 20,5 Cumulative Percent 20,5 Semanal 131 22,7 39,5 59,9 Quinzenal 42 7,3 12,7 72,6 100,0 Diária Mensal Missing 91 15,8 27,4 Total 332 57,5 100,0 System 245 42,5 577 100,0 Total Formas de abastecimento de água no domicílio Frequency Valid Cumulative Percent 212 36,7 37,1 37,1 Cisternas 107 18,5 18,7 55,9 Chafariz coletivo 158 27,4 27,7 83,5 94 16,3 16,5 100,0 571 99,0 100,0 6 1,0 577 100,0 Total Total Valid Percent Rede Pública Água natural (córregos, rios , lagoa) Missing Percent System 133 Formas de destinação dos dejetos no domicílio Valid Rede pública Fossa (séptica / absorvente) A céu aberto Total Missing Total System Frequency 51 Percent 8,8 Valid Percent 9,0 Cumulative Percent 9,0 459 79,5 81,0 89,9 57 9,9 10,1 100,0 567 98,3 100,0 10 1,7 577 100,0 134 UNIDADE DE PLANEJAMENTO: BELÉM Frequency Table Distância do domicílio ao córrego Frequency Valid Valid Percent Cumulative Percent abaixo de 100 metros 35 42,7 45,5 entre 100 e 1.000 metros 38 46,3 49,4 94,8 4 4,9 5,2 100,0 77 93,9 100,0 acima de 1.000 metros Total Missing Percent System Total 5 6,1 82 100,0 45,5 Total de residentes no domicílio Frequency Valid Percent Valid Percent Cumulative Percent 1 9 11,0 11,0 11,0 2 10 12,2 12,2 23,2 3 22 26,8 26,8 50,0 4 21 25,6 25,6 75,6 5 8 9,8 9,8 85,4 6 7 8,5 8,5 93,9 7 2 2,4 2,4 96,3 8 1 1,2 1,2 97,6 100,0 9 Total 2 2,4 2,4 82 100,0 100,0 Membro(s) da família que trabalha com lavoura irrigada Frequency Valid Missing Total Percent Sim 8 9,8 Não 71 Total 79 System Valid Percent Cumulative Percent 10,1 10,1 86,6 89,9 100,0 96,3 100,0 3 3,7 82 100,0 135 Nível de escolaridade - Pai Frequency Valid Missing Percent Valid Percent Nenhuma 19 23,2 34,5 Fundamental Cumulative Percent 34,5 31 37,8 56,4 90,9 Média 5 6,1 9,1 100,0 Total 55 67,1 100,0 System 27 32,9 82 100,0 Total Nível de escolaridade - Mãe Frequency Valid Valid Percent Cumulative Percent Nenhuma 31 37,8 40,3 40,3 Fundamental 39 47,6 50,6 90,9 4 4,9 5,2 96,1 100,0 Média Superior Total Missing Percent System Total 3 3,7 3,9 77 93,9 100,0 5 6,1 82 100,0 Existência de Membro(s) da família trabalhando Valid Missing Frequency 59 Percent 72,0 Valid Percent 80,8 Cumulative Percent 80,8 Fora da localidade e dentro do município 14 17,1 19,2 100,0 Total 73 89,0 100,0 9 11,0 82 100,0 Na localidade System Total Formas de contato com os mananciais Frequency Valid Lavar roupa Tomar banho Percent Valid Percent Cumulative Percent 10 12,2 12,2 12,2 4 4,9 4,9 17,1 Nadar 3 3,7 3,7 20,7 Pescar 53 64,6 64,6 85,4 Nenhum contato 12 14,6 14,6 100,0 Total 82 100,0 100,0 136 Frequência de contato com os mananciais Frequency Valid Missing Percent Valid Percent Cumulative Percent Semanal 6 7,3 50,0 50,0 Mensal 6 7,3 50,0 100,0 Total 12 14,6 100,0 System 70 85,4 82 100,0 Total Formas de abastecimento de água no domicílio Valid Missing Frequency 69 Percent 84,1 Valid Percent 85,2 Cumulative Percent 85,2 Cisternas 12 14,6 14,8 100,0 Total 81 98,8 100,0 1 1,2 82 100,0 Rede Pública System Total Formas de destinação dos dejetos no domicílio Valid Missing Total Frequency 2 Percent 2,4 Valid Percent 2,5 Cumulative Percent 2,5 Fossa (séptica / absorvente) 60 73,2 74,1 76,5 A céu aberto 19 23,2 23,5 100,0 Total 81 98,8 100,0 1 1,2 82 100,0 Rede pública System 137 UNIDADE DE PLANEJAMENTO: LOMBA Frequency Table Distância do domicílio ao córrego Frequency Valid Missing abaixo de 100 metros Percent Valid Percent Cumulative Percent 17 2,5 3,5 3,5 entre 100 e 1.000 metros 133 19,2 27,1 30,5 acima de 1.000 metros 341 49,2 69,5 100,0 Total 491 70,9 100,0 System 202 29,1 693 100,0 Total Total de residentes no domicílio Frequency Valid Valid Percent Cumulative Percent 1 63 9,1 9,1 9,1 2 140 20,2 20,2 29,3 3 163 23,5 23,6 52,9 4 126 18,2 18,2 71,1 5 102 14,7 14,7 85,8 6 43 6,2 6,2 92,1 7 27 3,9 3,9 96,0 8 17 2,5 2,5 98,4 9 9 1,3 1,3 99,7 10 1 ,1 ,1 99,9 11 1 ,1 ,1 100,0 692 99,9 100,0 Total Missing Percent System Total 1 ,1 693 100,0 Membro(s) da família que trabalha com lavoura irrigada Frequency Valid Cumulative Percent 37 5,3 5,9 Não 587 84,7 93,8 99,7 2 ,3 ,3 100,0 626 90,3 100,0 67 9,7 693 100,0 Total Total Valid Percent Sim 2 Missing Percent System 5,9 138 Nível de escolaridade - Pai Frequency Valid Valid Percent Cumulative Percent Nenhuma 192 27,7 36,9 36,9 Fundamental 297 42,9 57,1 94,0 26 3,8 5,0 99,0 100,0 Média Superior Missing Percent 5 ,7 1,0 Total 520 75,0 100,0 System 173 25,0 693 100,0 Total Nível de escolaridade - Mãe Valid Nenhuma Frequency 227 Percent 32,8 Valid Percent 34,7 Cumulative Percent 34,7 91,6 Fundamental 372 53,7 56,9 Média 41 5,9 6,3 97,9 Superior 14 2,0 2,1 100,0 654 94,4 100,0 39 5,6 693 100,0 Total Missing System Total Existência de Membro(s) da família trabalhando Valid Não informado Na localidade Total Percent ,1 Valid Percent ,2 Cumulative Percent ,2 606 87,4 92,5 92,7 Fora da localidade e dentro do município 36 5,2 5,5 98,2 Fora da localidade e do município 12 1,7 1,8 100,0 655 94,5 100,0 38 5,5 693 100,0 Total Missing Frequency 1 System 139 Formas de contato com os mananciais Valid Lavar roupa Frequency 111 Percent 16,0 Valid Percent 16,7 Cumulative Percent 16,7 112 16,2 16,9 33,6 1 ,1 ,2 33,7 Tomar banho Lavar vasilhames Nadar 15 2,2 2,3 36,0 Pescar 79 11,4 11,9 47,9 Abastecer a casa 20 2,9 3,0 50,9 5 ,7 ,8 51,7 Nenhum contato 321 46,3 48,3 100,0 Total 664 95,8 100,0 29 4,2 693 100,0 Lavar veículos ou animais Missing System Total Frequência de contato com os mananciais Valid Missing Frequency 28 Percent 4,0 Valid Percent 8,6 Cumulative Percent 8,6 Semanal 42 6,1 12,9 21,5 Quinzenal 35 5,1 10,7 32,2 Mensal 221 31,9 67,8 100,0 Total 326 47,0 100,0 System 367 53,0 693 100,0 Diária Total Formas de abastecimento de água no domicílio Frequency Valid Cumulative Percent 513 74,0 74,2 Cisternas 172 24,8 24,9 99,1 6 ,9 ,9 100,0 691 99,7 100,0 2 ,3 693 100,0 Total Total Valid Percent Rede Pública Chafariz coletivo Missing Percent System 74,2 140 Formas de destinação dos dejetos no domicílio Frequency Valid Rede pública Fossa (séptica / absorvente) A céu aberto Total Missing Total System Percent Valid Percent Cumulative Percent 5 ,7 ,7 ,7 681 98,3 98,7 99,4 100,0 4 ,6 ,6 690 99,6 100,0 3 ,4 693 100,0 141 UNIDADE DE PLANEJAMENTO: MÉDIO SUPERIOR PIAUÍ Frequency Table Distância do domicílio ao córrego Frequency Valid Valid Percent Cumulative Percent abaixo de 100 metros 36 15,4 16,8 entre 100 e 1.000 metros 80 34,2 37,4 54,2 acima de 1.000 metros 98 41,9 45,8 100,0 214 91,5 100,0 20 8,5 234 100,0 Total Missing Percent System Total 16,8 Total de residentes no domicílio Frequency Valid Percent Valid Percent Cumulative Percent 1 19 8,1 8,1 8,1 2 31 13,2 13,2 21,4 3 61 26,1 26,1 47,4 4 56 23,9 23,9 71,4 5 35 15,0 15,0 86,3 6 17 7,3 7,3 93,6 7 10 4,3 4,3 97,9 8 4 1,7 1,7 99,6 9 1 ,4 ,4 100,0 234 100,0 100,0 Total Membro(s) da família que trabalha com lavoura irrigada Frequency Valid Missing Total Percent Valid Percent Cumulative Percent Sim 8 3,4 3,9 3,9 Não 199 85,0 96,1 100,0 Total 207 88,5 100,0 27 11,5 234 100,0 System 142 Nível de escolaridade - Pai Frequency Valid Valid Percent Cumulative Percent Nenhuma 97 41,5 48,5 48,5 Fundamental 96 41,0 48,0 96,5 6 2,6 3,0 99,5 100,0 Média Superior Total Missing Percent System Total 1 ,4 ,5 200 85,5 100,0 34 14,5 234 100,0 Nível de escolaridade - Mãe Valid Nenhuma Frequency 81 Percent 34,6 Valid Percent 37,5 Cumulative Percent 37,5 117 50,0 54,2 91,7 13 5,6 6,0 97,7 100,0 Fundamental Média Superior Total Missing System Total 5 2,1 2,3 216 92,3 100,0 18 7,7 234 100,0 Existência de Membro(s) da família trabalhando Valid Não informado Na localidade Total Percent 2,6 Valid Percent 2,7 Cumulative Percent 2,7 192 82,1 87,3 90,0 Fora da localidade e dentro do município 20 8,5 9,1 99,1 Fora da localidade e do município 2 ,9 ,9 100,0 220 94,0 100,0 Total Missing Frequency 6 System 14 6,0 234 100,0 143 Formas de contato com os mananciais Valid Frequency 97 Lavar roupa Valid Percent 43,7 Cumulative Percent 43,7 Tomar banho 10 4,3 4,5 48,2 Nadar 27 11,5 12,2 60,4 Pescar 12 5,1 5,4 65,8 Atravessar córregos 3 1,3 1,4 67,1 Lavar veículos animais 6 2,6 2,7 69,8 67 28,6 30,2 100,0 222 94,9 100,0 ou Nenhum contato Total Missing Percent 41,5 System Total 12 5,1 234 100,0 Frequência de contato com os mananciais Valid Frequency 23 Percent 9,8 Valid Percent 15,0 Cumulative Percent 15,0 Semanal 55 23,5 35,9 51,0 Quinzenal 13 5,6 8,5 59,5 Mensal 62 26,5 40,5 100,0 153 65,4 100,0 81 34,6 234 100,0 Diária Total Missing System Total Formas de abastecimento de água no domicílio Valid Frequency 52 Percent 22,2 Valid Percent 22,3 Cumulative Percent 22,3 Cisternas 79 33,8 33,9 56,2 Chafariz coletivo 91 38,9 39,1 95,3 Água natural (córregos, rios , lagoa) 11 4,7 4,7 100,0 233 99,6 100,0 Rede Pública Total Missing Total System 1 ,4 234 100,0 144 Formas de destinação dos dejetos no domicílio Frequency Valid Fossa (séptica / absorvente) A céu aberto Total Missing Total System Percent Valid Percent Cumulative Percent 214 91,5 91,8 91,8 19 8,1 8,2 100,0 233 99,6 100,0 1 ,4 234 100,0 145 UNIDADE DE PLANEJAMENTO: ALTO PIAUÍ Frequency Table Distância do domicílio ao córrego Frequency Valid Missing abaixo de 100 metros Percent 3 18,8 entre 100 e 1.000 metros 10 Total 13 3 18,8 16 100,0 System Total Valid Percent Cumulative Percent 23,1 23,1 62,5 76,9 100,0 81,3 100,0 Total de residentes no domicílio Frequency Valid Valid Percent Cumulative Percent 3 1 6,3 6,7 6,7 4 3 18,8 20,0 26,7 5 3 18,8 20,0 46,7 6 2 12,5 13,3 60,0 7 2 12,5 13,3 73,3 8 2 12,5 13,3 86,7 9 2 12,5 13,3 100,0 15 93,8 100,0 1 6,3 16 100,0 Total Missing Percent System Total Membro(s) da família que trabalha com lavoura irrigada Frequency Valid Missing Percent Valid Percent Cumulative Percent Sim 1 6,3 7,1 7,1 Não 13 81,3 92,9 100,0 Total 14 87,5 100,0 2 12,5 16 100,0 System Total Nível de escolaridade - Pai Valid Nenhuma Missing System Total Frequency 12 Percent 75,0 4 25,0 16 100,0 Valid Percent 100,0 Cumulative Percent 100,0 146 Nível de escolaridade - Mãe Valid Nenhuma Frequency 13 Percent 81,3 Valid Percent 86,7 Cumulative Percent 86,7 2 12,5 13,3 100,0 15 93,8 100,0 1 6,3 16 100,0 Fundamental Total Missing System Total Existência de Membro(s) da família trabalhando Frequency Valid Valid Percent Cumulative Percent Na localidade 3 18,8 20,0 20,0 Fora da localidade e dentro do município 9 56,3 60,0 80,0 Fora da localidade e do município 3 18,8 20,0 100,0 15 93,8 100,0 1 6,3 16 100,0 Total Missing Percent System Total Formas de contato com os mananciais Valid Lavar roupa Missing System Frequency 15 Total Percent 93,8 1 6,3 16 100,0 Valid Percent 100,0 Cumulative Percent 100,0 Formas de contato com os mananciais Frequency Valid Missing Total Atravessar córregos Percent Valid Percent Cumulative Percent 1 6,3 6,7 6,7 Abastecer a casa 14 87,5 93,3 100,0 Total 15 93,8 100,0 System 1 6,3 16 100,0 147 Formas de abastecimento de água no domicílio Valid Cisternas Frequency 2 Percent 12,5 Valid Percent 13,3 Cumulative Percent 13,3 10 62,5 66,7 80,0 3 18,8 20,0 100,0 15 93,8 100,0 1 6,3 16 100,0 Chafariz coletivo Água natural (córregos, rios , lagoa) Total Missing System Total Formas de destinação dos dejetos no domicílio Frequency Valid Fossa (séptica / absorvente) A céu aberto Total Missing Total System Percent Valid Percent Cumulative Percent 14 87,5 93,3 93,3 1 6,3 6,7 100,0 15 93,8 100,0 1 6,3 16 100,0 148 UNIDADE DE PLANEJAMENTO: PIAUITINGA Frequency Table Distância do domicílio ao córrego Frequency Valid entre 100 e 1.000 metros Percent 9 Valid Percent 100,0 Cumulative Percent 100,0 100,0 Total de residentes no domicílio Valid 1 Frequency 1 Percent 11,1 Valid Percent 11,1 Cumulative Percent 11,1 2 1 11,1 11,1 22,2 3 1 11,1 11,1 33,3 4 2 22,2 22,2 55,6 5 1 11,1 11,1 66,7 6 1 11,1 11,1 77,8 7 2 22,2 22,2 100,0 Total 9 100,0 100,0 Membro(s) da família que trabalha com lavoura irrigada Frequency Valid Percent Valid Percent Cumulative Percent Sim 2 22,2 22,2 22,2 Não 7 77,8 77,8 100,0 Total 9 100,0 100,0 Nível de escolaridade - Pai Frequency Percent Valid Fundamental 7 77,8 Missing System 2 22,2 9 100,0 Total Valid Percent 100,0 Cumulative Percent 100,0 149 Nível de escolaridade - Mãe Valid Missing Valid Percent 12,5 Cumulative Percent 12,5 77,8 87,5 100,0 88,9 100,0 Frequency 1 Percent 11,1 Fundamental 7 Total 8 System 1 11,1 9 100,0 Nenhuma Total Existência de Membro(s) da família trabalhando Frequency Valid Missing Percent Cumulative Percent Valid Percent Na localidade 6 66,7 85,7 85,7 Fora da localidade e dentro do município 1 11,1 14,3 100,0 Total 7 77,8 100,0 System 2 22,2 9 100,0 Total Formas de contato com os mananciais Valid Frequency 4 Percent 44,4 Valid Percent 44,4 Cumulative Percent 44,4 Nadar 1 11,1 11,1 55,6 Pescar 1 11,1 11,1 66,7 Lavar veículos ou animais 2 22,2 22,2 88,9 Nenhum contato 1 11,1 11,1 100,0 Total 9 100,0 100,0 Lavar roupa Frequência de contato com os mananciais Frequency Valid Missing Total Percent Valid Percent Cumulative Percent Diária 1 11,1 12,5 12,5 Semanal 5 55,6 62,5 75,0 Quinzenal 1 11,1 12,5 87,5 Mensal 1 11,1 12,5 100,0 Total 8 88,9 100,0 System 1 11,1 9 100,0 150 Formas de abastecimento de água no domicílio Valid Rede Pública Frequency 2 Percent 22,2 Valid Percent 22,2 Cumulative Percent 22,2 100,0 Cisternas 7 77,8 77,8 Total 9 100,0 100,0 Formas de destinação dos dejetos no domicílio Frequency Valid Fossa (séptica / absorvente) 8 A céu aberto 1 Total 9 Percent 88,9 Valid Percent Cumulative Percent 88,9 88,9 11,1 11,1 100,0 100,0 100,0 151 Regression Descriptive Statistics Mean Casos_de_ esquistossomose Pot_local Std. Deviation N ,077767 ,0450622 15 8,9460 4,64255 15 Correlations Pearson Correlation Sig. (1-tailed) N Casos_de_ esquistoss omose Pot_local 1,000 -,184 -,184 1,000 . ,256 ,256 . 15 15 15 15 Casos_de_ esquistossomose Pot_local Casos_de_ esquistossomose Pot_local Casos_de_ esquistossomose Pot_local b Variables Entered/Removed Model 1 Variables Entered Pot_locala Variables Removed . Method Enter a. All requested variables entered. b. Dependent Variable: Casos_de_esquistossomose Model Summaryb Change Statistics Model 1 R ,184a R Square ,034 Adjusted R Square -,041 Std. Error of the Estimate ,0459660 R Square Change ,034 F Change ,455 df1 df2 1 13 Sig. F Change ,512 DurbinWatson 2,440 a. Predictors: (Constant), Pot_local b. Dependent Variable: Casos_de_esquistossomose ANOVAb Model 1 Regression Residual Total Sum of Squares ,001 ,027 ,028 df 1 13 14 Mean Square ,001 ,002 F ,455 Sig. ,512a a. Predictors: (Constant), Pot_local b. Dependent Variable: Casos_de_esquistossomose 152 Coefficientsa Model 1 Unstandardized Coefficients B Std. Error ,094 ,026 -,002 ,003 (Constant) Pot_local Standardized Coefficients Beta t 3,540 -,674 -,184 Sig. ,004 ,512 95% Confidence Interval for B Lower Bound Upper Bound ,037 ,151 -,008 ,004 Zero-order Correlations Partial -,184 -,184 Part -,184 Collinearity Statistics Tolerance VIF 1,000 1,000 a. Dependent Variable: Casos_de_esquistossomose Coefficient Correlationsa Model 1 Correlations Covariances Pot_local Pot_local Pot_local 1,000 7,00E-006 a. Dependent Variable: Casos_de_esquistossomose Collinearity Diagnosticsa Model 1 Dimension 1 2 Eigenvalue 1,894 ,106 Condition Index 1,000 4,226 Variance Proportions (Constant) Pot_local ,05 ,05 ,95 ,95 a. Dependent Variable: Casos_de_esquistossomose Residuals Statisticsa Minimum Predicted Value ,062572 Std. Predicted Value -1,834 Standard Error of ,012 Predicted Value Adjusted Predicted Value ,048155 Residual -,0645160 Std. Residual -1,404 Stud. Residual -1,496 Deleted Residual -,0733012 Stud. Deleted Residual -1,580 Mahal. Distance ,037 Cook's Distance ,000 Centered Leverage Value ,003 Maximum ,084934 ,865 Mean Std. Deviation ,077767 ,0082854 ,000 1,000 ,025 N 15 15 ,016 ,004 15 ,093701 ,078444 ,0697872 ,0000000 1,518 ,000 1,703 -,007 ,0878453 -,0006774 1,857 ,006 3,363 ,933 ,375 ,080 ,240 ,067 ,0108452 ,0442939 ,964 1,035 ,0512397 1,086 ,920 ,102 ,066 15 15 15 15 15 15 15 15 15 a. Dependent Variable: Casos_de_esquistossomose 153 154 155 MEMÓRIA DE CÁLCULO Preenchimento das lacunas dos dados das temperaturas mensais no período de 1999 a 2003 pelo método dos mínimos quadrados Ano temp_jan x x2 xy 1990 26,20 0 0 0,00 1991 25,10 1 1 25,10 1992 26,20 2 4 52,40 1993 26,90 3 9 80,70 1994 27,70 4 16 110,80 1995 27,70 5 25 138,50 2004 26,40 6 36 158,40 2005 27,40 7 49 191,80 2006 25,90 8 64 207,20 2007 23,80 9 81 214,20 2008 25,73 10 100 257,30 289,03 55,00 385,00 1.436,40 y (temp) = bx(anos) + a b= -0,08 a= 26,67 996 5,11 26,27 1997 5,22 26,26 1998 5,33 26,25 1999 5,44 26,24 2000 5,55 26,23 2001 5,66 26,22 2002 5,77 26,21 2003 5,88 26,21 156 Ano temp_Fev x x2 xy 1990 26,50 0 0 0,00 1991 25,70 1 1 25,70 1992 24,70 2 4 49,40 1993 26,00 3 9 78,00 1994 28,20 4 16 112,80 1995 28,10 5 25 140,50 2004 24,40 6 36 146,40 2005 24,30 7 49 170,10 2006 19,90 8 64 159,20 2007 23,50 9 81 211,50 2008 26,26 10 100 262,60 277,56 55,00 385,00 1.356,20 y (temp) = bx(anos) + a b= -0,29 a= 26,67 1996 5,11 25,20 1997 5,22 25,17 1998 5,33 25,14 1999 5,44 25,11 2000 5,55 25,07 2001 5,66 25,04 2002 5,77 25,01 2003 5,88 24,98 157 Ano temp_Mar x x2 xy 1990 27,00 0 0 0,00 1991 25,40 1 1 25,40 1992 24,90 2 4 49,80 1993 26,10 3 9 78,30 1994 26,90 4 16 107,60 1995 27,80 5 25 139,00 2004 26,00 6 36 156,00 2005 28,00 7 49 196,00 2006 26,50 8 64 212,00 2007 22,70 9 81 204,30 2008 25,75 10 100 257,50 287,05 55,00 385,00 1.425,90 y (temp) = bx(anos) + a b= -0,08 a= 26,52 1996 5,11 26,09 1997 5,22 26,08 1998 5,33 26,07 1999 5,44 26,06 2000 5,55 26,05 2001 5,66 26,04 2002 5,77 26,03 2003 5,88 26,02 158 Ano temp_Abr x x2 xy 1990 26,20 0 0 0,00 1991 25,80 1 1 25,80 1992 25,20 2 4 50,40 1993 26,00 3 9 78,00 1994 27,00 4 16 108,00 1995 26,30 5 25 131,50 2004 25,90 6 36 155,40 2005 24,10 7 49 168,70 2006 24,00 8 64 192,00 2007 21,60 9 81 194,40 2008 25,25 10 100 252,50 277,35 55,00 385,00 1.356,70 y (temp) = bx(anos) + a b= -0,27 a= 26,58 1996 5,11 25,18 1997 5,22 25,15 1998 5,33 25,12 1999 5,44 25,09 2000 5,55 25,06 2001 5,66 25,03 2002 5,77 25,00 2003 5,88 24,97 159 Ano temp_Maio x x2 xy 1990 24,90 0 0 0,00 1991 24,00 1 1 24,00 1992 24,30 2 4 48,60 1993 24,30 3 9 72,90 1994 25,30 4 16 101,20 1995 25,10 5 25 125,50 2004 21,70 6 36 130,20 2005 22,90 7 49 160,30 2006 18,00 8 64 144,00 2007 21,00 9 81 189,00 2008 23,65 10 100 236,50 255,15 55,00 385,00 1.232,20 y (temp) = bx(anos) + a b= -0,40 a= 25,18 1996 5,11 23,15 1997 5,22 23,11 1998 5,33 23,06 1999 5,44 23,02 2000 5,55 22,98 2001 5,66 22,93 2002 5,77 22,89 2003 5,88 22,85 160 Ano temp_jun x x2 xy 1990 24,00 0 0 0,00 1991 23,50 1 1 23,50 1992 23,20 2 4 46,40 1993 22,50 3 9 67,50 1994 24,80 4 16 99,20 1995 23,40 5 25 117,00 2004 23,60 6 36 141,60 2005 19,50 7 49 136,50 2006 20,10 8 64 160,80 2007 18,50 9 81 166,50 2008 22,62 10 100 226,20 245,72 55,00 385,00 1.185,20 y (temp) = bx(anos) + a b= -0,39 a= 24,31 1996 5,11 22,29 1997 5,22 22,25 1998 5,33 22,21 1999 5,44 22,16 2000 5,55 22,12 2001 5,66 22,08 2002 5,77 22,03 2003 5,88 21,99 161 Ano temp_Jul x x2 xy 1990 23,80 0 0 0,00 1991 22,50 1 1 22,50 1992 21,30 2 4 42,60 1993 22,10 3 9 66,30 1994 23,30 4 16 93,20 1995 22,50 5 25 112,50 2004 23,50 6 36 141,00 2005 25,10 7 49 175,70 2006 18,30 8 64 146,40 2007 18,30 9 81 164,70 2008 21,58 10 100 215,80 242,28 55,00 385,00 1.180,70 y (temp) = bx(anos) + a b= -0,28 a= 23,42 1996 5,11 21,99 1997 5,22 21,96 1998 5,33 21,93 1999 5,44 21,90 2000 5,55 21,87 2001 5,66 21,84 2002 5,77 21,81 2003 5,88 21,78 162 Ano temp_Ago x x2 xy 1990 22,80 0 0 0,00 1991 21,10 1 1 21,10 1992 21,30 2 4 42,60 1993 22,00 3 9 66,00 1994 22,70 4 16 90,80 1995 22,40 5 25 112,00 2004 23,50 6 36 141,00 2005 19,70 7 49 137,90 2006 18,40 8 64 147,20 2007 18,40 9 81 165,60 2008 21,93 10 100 219,30 234,23 55,00 385,00 1.143,50 y (temp) = bx(anos) + a b= -0,25 a= 22,55 1996 5,11 21,27 1997 5,22 21,24 1998 5,33 21,21 1999 5,44 21,18 2000 5,55 21,16 2001 5,66 21,13 2002 5,77 21,10 2003 5,88 21,07 163 Ano temp_Set x x2 xy 1990 23,00 0 0 0,00 1991 23,00 1 1 23,00 1992 23,70 2 4 47,40 1993 23,60 3 9 70,80 1994 23,00 4 16 92,00 1995 23,40 5 25 117,00 2004 21,50 6 36 129,00 2005 23,00 7 49 161,00 2006 16,70 8 64 133,60 2007 18,40 9 81 165,60 2008 21,93 10 100 219,30 241,23 55,00 385,00 1.158,70 y (temp) = bx(anos) + a b= -0,43 a= 24,09 1996 5,11 21,88 1997 5,22 21,84 1998 5,33 21,79 1999 5,44 21,74 2000 5,55 21,69 2001 5,66 21,65 2002 5,77 21,60 2003 5,88 21,55 164 Ano temp_Out x x2 xy 1990 24,70 0 0 0,00 1991 24,50 1 1 24,50 1992 23,90 2 4 47,80 1993 23,90 3 9 71,70 1994 24,90 4 16 99,60 1995 23,40 5 25 117,00 2004 18,80 6 36 112,80 2005 20,60 7 49 144,20 2006 21,50 8 64 172,00 2007 21,50 9 81 193,50 2008 24,09 10 100 240,90 251,79 55,00 385,00 1.224,00 y (temp) = bx(anos) + a b= -0,32 a= 24,48 1996 5,11 22,86 1997 5,22 22,82 1998 5,33 22,79 1999 5,44 22,75 2000 5,55 22,72 2001 5,66 22,68 2002 5,77 22,65 2003 5,88 22,61 165 Ano temp_Nov x x2 xy 1990 26,10 0 0 0,00 1991 26,60 1 1 26,60 1992 24,80 2 4 49,60 1993 25,00 3 9 75,00 1994 26,60 4 16 106,40 1995 25,60 5 25 128,00 2004 22,50 6 36 135,00 2005 25,80 7 49 180,60 2006 22,50 8 64 180,00 2007 22,50 9 81 202,50 2008 25,78 10 100 257,80 273,78 55,00 385,00 1.341,50 y (temp) = bx(anos) + a b= -0,25 a= 26,13 1996 5,11 24,86 1997 5,22 24,83 1998 5,33 24,81 1999 5,44 24,78 2000 5,55 24,75 2001 5,66 24,72 2002 5,77 24,70 2003 5,88 24,67 166 Ano temp_Dez x x2 xy 1990 24,60 0 0 0,00 1991 26,90 1 1 26,90 1992 24,80 2 4 49,60 1993 26,30 3 9 78,90 1994 27,00 4 16 108,00 1995 27,00 5 25 135,00 2004 26,70 6 36 160,20 2005 26,70 7 49 186,90 2006 20,50 8 64 164,00 2007 20,50 9 81 184,50 2008 26,12 10 100 261,20 277,12 55,00 385,00 1.355,20 y (temp) = bx(anos) + a b= -0,28 a= 26,57 1996 5,11 25,16 1997 5,22 25,13 1998 5,33 25,10 1999 5,44 25,07 2000 5,55 25,04 2001 5,66 25,01 2002 5,77 24,98 2003 5,88 24,95 167