Análise Espacial da Ocorrência de Esquistossomose

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE - UFS
NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA
Análise Espacial da Ocorrência de Esquistossomose em Lagarto-SE
utilizando o Geoprocessamento
Linha de Pesquisa: Dinâmica Ambiental
Adelson de Santana Borges
Prof. Orientador: Prof. Dr. José Antônio Pacheco de Almeida
SÃO CRISTOVÃO-SE
2009
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
Borges, Adelson de Santana
B732a
Análise espacial da ocorrência de esquistossomose em
Lagarto-SE utilizando o geoprocessamento / Adelson de Santana
Borges. – São Cristóvão, 2009.
167 f. : il.
Dissertação (Mestrado em Geografia) – Núcleo de PósGraduação em Geografia, Pró-Reitoria de Pós-Graduação e
Pesquisa, Universidade Federal de Sergipe, 2009.
Orientador: Prof. Dr. José Antônio Pacheco de Almeida.
1. Lagarto (SE) – Aspectos geográficos. 2. Lagarto (SE) –
Aspectos sócio - ambientais. 3. Esquistossomose – Lagarto (SE).
4. Saneamento básico – Lagarto (SE). I. Título.
CDU 911:616.993.122 (813.7Lagarto)
1
ADELSON DE SANTANA BORGES
ANÁLISE ESPACIAL DA OCORRÊNCIA DE
ESQUISTOSSOMOSE EM LAGARTO-SE UTILIZANDO
O GEOPROCESSAMENTO
Dissertação apresentada a Coordenação de
Ensino Superior da Universidade Federal de
Sergipe como exigência para obtenção do
título de Mestre em Geografia.
Prof. Orientador: Prof. Dr. José Antônio Pacheco de Almeida
SÃO CRISTOVÃO-SE
2009
2
RESUMO
O presente estudo analisa o quadro atual da ocorrência de esquistossomose no município de
Lagarto-SE, mediante a modelagem dos dados epidemiológicos de 1999 a 2008 combinados
com dados atuais fisiográficos, sociais, culturais e de cobertura do saneamento básico em 41
localidades. O principal objetivo deste é fazer um zoneamento dos principais focos de
esquistossomose no município de Lagarto com base em critério de vulnerabilidade construído
a partir da análise de dados epidemiológicos, ambientais e socioculturais. Inicialmente foi
realizado um levantamento e espacialização dos dados operacionais das atividades de
vigilância do Programa de controle da Esquistossomose (PCE), obtidos na Secretaria
Municipal da Saúde do município, a qual permitiu a geração dos mapas representativos das
áreas de ocorrência da doença no período de 1999 a 2008, Dados obtidos em pesquisa de
campo obtidos através de questionários foram tabulados e distribuídos de acordo com 8
unidades de planejamento estabelecidas no município pela SRH. O artifício utilizado permitiu
a redução do conjunto, homogeneizando os resultados de forma a facilitar o tratamento
estatístico dos dados. Em seguida foram procedidas as manipulações e análises das variáveis
que permitiram a determinação das vulnerabilidades das unidades de planejamento do
município de Lagarto/Se. Para tanto, foi utilizado o Sistema de Informações Geográficas
―SPRING‖, desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) em conjunto
com o soft de análise estatística Statistical Package for the Social Sciences - SPSS. Na
comparação dos resultados representados nos mapas temáticos entre as unidades de
planejamento foi possível identificar os fatores (similares ou não) que concorrem para tornarlas endêmicas, que combinados resultou no mapa síntese das áreas mais vulneráveis à
ocorrência da doença, fato este confirmado principalmente nas localidades pertencentes a
Unidade de Planejamento Jacaré que apresenta historicamente um dos maiores registros de
casos de esquistossomose em Lagarto no período estudado (43,47%). Admitindo-se
satisfatório o enquadramento alcançado e a metodologia aplicada, concluiu-se que o
zoneamento proposto a partir do modelo matemático gerado comportou-se de forma
satisfatória na análise de fatores considerados de risco para a aquisição da doença,
constituindo-se de uma ferramenta adequada para o auxilio das estratégias de controle da
doença no município de Lagarto/SE.
Palavras-chave: dinâmica ambiental, geoprocessamento, esquistossomose.
3
ABSTRACT
The present study analysed the modeling of occurrence of the human Shistosomosis in
Lagarto City, State of Sergipe from 1999 to 2008 in combination with physiographic, social,
cultural and sanitation data from 41 municipalities. The main objective of this study is to
develop a map with the main potential areas of the risk for the occurrence of Shistosomosis
in Lagarto,SE. Bassing a anterior of vulnerability built with epidemiological environmental
and sociocultural data. Firstly, we perfomed a spacelation of the operational data of activities
of vigilance of the Schistosomiasis Control
Program obtained at the secretariat of
municipalities health and permited the generation of maps containg the areas of occurrence of
the disease in the period from 1999 to 2008. The methodology followed first analysis of
epidemiological official data from the Shistosomosis Control Program (PCE) from the State
of Sergipe. Secondly, an epidemiological survey was performed using a questionnaire to
evaluate several social, cultural and sanitation data in 1893 houses. These data were tabulated
and distributed in 8 Health Units from the City of Lagarto. The analysis of these combined
data in SPRING, developed by National Institute of Space Research (NISP) and Statistical
Package for Social Science - SPSS identified some more specific measurements that can be
used as risk factors for the occurrence of Shistosomosis in Lagarto. The analyses of these
combinated data using Geographic information system in a Synthesis map made possible to
identify the health unit of Jacaré as the area with higher levels of occurrence of
Shistosomosis in Lagarto (43,47% of the studied sample). In conclusion, the applied
methodoly was able to create a mathematical modeling for mapping risk areas of occurrence
of Shistosomosis that will be important to guide the epidemiological control measures in
Shistosomiasis.
Key-words: dynamic environment, geoprocessing, schistosomiasis.
4
ADELSON DE SANTANA BORGES
ANÁLISE ESPACIAL DA OCORRÊNCIA DE
ESQUISTOSSOMOSE EM LAGARTO-SE UTILIZANDO
O GEOPROCESSAMENTO
Dissertação apresentada a Coordenação de Ensino Superior da Universidade
Federal de Sergipe como exigência para obtenção do título de Mestre em Geografia.
.
BANCA EXAMINADORA
________________________________________________________________
1°Examinador
________________________________________________________________
2°Examinador
________________________________________________________________
3°Examinador
5
AGRADECIMENTOS
Ao Amigo Prof. Dr. José Antônio Pacheco de Almeida que orientou o trabalho com
paciência e simpatia. Por meio dos seus ensinamentos, entusiasmo e simplicidade que
incentivou-me no aprofundamento dos conhecimentos em geotecnologias, culminando com o
meu ingresso no mestrado em Geografia/UFS.
A Estimada Profa. Dra. Vera França que contribuiu, em especial, no meu
amadurecimento no pensamento geográfico, durante as aulas por ela ministradas e que foi
imprescindível para a conclusão do estudo.
Ao Amigo Aroldo de Melo Santos, Coordenador do Setor de Auditoria/ Programa de
Convênios da Secretaria Municipal de Saúde de Lagarto pela viabilização da aplicação dos
questionários, mobilizando todo o efetivo de agentes de saúde do município, sem os quais
seria impossível continuar a pesquisa.
Ao Sr Luis Jorge Pinheiro de Araujo, Divisão Técnica da Esquistossomose /
Secretaria Municipal de Saúde do Município de Lagarto, um profundo conhecedor da
esquistossomose no campo da malacologia, com reconhecimento dos pesquisadores da
Fiocruz.
A minha esposa Cristiani, Enfermeira Sanitarista, pela sua colaboração e motivação.
Enfim, a todo corpo docente do Curso de Pós-Graduação em Geografia pela
dedicação e competência com que me transmitiu os conhecimentos necessários ao
desenvolvimento da pesquisa.
6
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: População por Situação de Domicílio de Lagarto-SE, em 1991 e 2000
42
Tabela 2: População Total do Município de Lagarto-SE, em 1996 e 2007
43
Tabela 3: Habitação - Acesso a Serviços Básicos de Lagarto-SE, em 1991 e 2000
43
Tabela 4: Nível Educacional da População de Lagarto-SE, em 1991 e 2000
43
Tabela 5: Distribuição Amostral das Localidades Estudadas
55
Tabela 6: Dados de Temperatura em Lagarto
62
Tabela 7: Dados de Precipitação em Lagarto
63
Tabela 9: Unidade de Planejamento - Hidrografia
67
Tabela 10: Infraestrutura Local nas Unidades de Planejamento
– Abastecimento de Água
78
Tabela 11: Infraestrutura Local nas Unidades de Planejamento
– Esgotamento Sanitário
80
Tabela 12: Perfil Sócioeconômica e Cultural nas Unidades de Planejamento
– Membro(s) da Família que Trabalha com Lavoura Irrigada
82
Tabela 13: Perfil Sócioeconômica e Cultural nas Unidades de Planejamento
– Distância do Domicílio ao Manancial
84
7
Tabela 14: Perfil Sócioeconômica e Cultural nas Unidades de Planejamento
– Nível de Escolaridade dos Pais
86
Tabela 15: Perfil Sócioeconômica e Cultural nas Unidades de Planejamento
– Existência de Membro da Família Trabalhando
87
Tabela 16: Perfil Sócioeconômica e Cultural nas Unidades de Planejamento
– Formas de Contato com os Mananciais
89
Tabela 17: Perfil Sócioeconômica e Cultural nas Unidades de Planejamento
– Distância do Domicílio ao Manancial
92
8
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Unidade de Planejamento – Meso-Clima no Município de Lagarto
60
Quadro 2: Casos de Esquistossomose por Unidade de Planejamento
70
Quadro 3: Escala de Valoração / Potencialidade das Características Fisiográficas
92
Quadro 4: Escala de Valoração / Potencialidade das Características da Infraestrutura
93
Quadro 5: Escala de Valoração / Potencialidade das Características Sócioeconômicas
94
Quadro 6: Índice de Vulnerabilidade do Município de Lagarto
97
9
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Áreas de Vulnerabilidade Municipal em Sergipe
18
Figura 2: Esquematização da Pesquisa
25
Figura 3: Localização da Área de Estudo
40
Figura 4: Biomphalária Glabata
44
Figura 5: Corpo d‘água infestado de caramujos B. Glabata
no Bairro Estação – Sede do Município
45
Figura 6: Capacitação dos agentes de saúde
48
Figura 7: Coleta de dados para o georreferenciamento da imagem de satélite
49
Figura 8: GPS (GEOTREX e JUNO ST -TRIMBLE) utilizados no
georreferenciamento e coleta de dados
50
Figura 9: Fluxograma para determinação das áreas de vulnerabilidade
54
Figura 10: Carta – Imagem das Localidades Estudadas
58
Figura 11: Unidade de Planejamento – Meso-Clima
61
Figura 12: Curvas Ombrotérmicas do Município de Lagarto - Período:1999 a 2008
65
Figura 13: Hidrogeologia no Município de Lagarto
66
10
Figura 14: Unidade de Planejamento – Hidrografia
68
Figura 15: Dinâmica dos Casos de Esquistossomoses - Período:1999 a 2008
76
Figura 16: Ausência de saneamento básico no Bairro Ademar de Carvalho
- Sede do Município de Lagarto-SE
79
Figura 17: Lagoa nas proximidades da periferia - Sede do Município
de Lagarto-SE
83
Figura 18: Lavadeiras no povoado Brejo pertencente à UP Jacaré
90
Figura 19: Local de recreação da população do Assentamento Nossa Senhora
da Piedade pertencente à UP Jacaré
Figura 20: Áreas de Vulnerabilidade no Município de Lagarto
90
98
11
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1: Forma de abastecimento de água nas unidades de planejamento
do município de Lagarto-SE
78
Gráfico 2: Forma de destinação do esgoto sanitário nas unidades de planejamento
do município de Lagarto-SE
80
Gráfico 3: Membros da família que trabalha com lavoura irrigada nas
unidades de planejamento do município de Lagarto-SE
82
Gráfico 4: Distância do domicílio ao manancial nas unidades de
planejamento do município de Lagarto-SE
84
Gráfico 5: Nível de escolaridade dos pais nas unidades de
planejamento do município de Lagarto-SE
86
Gráfico 6: Local de trabalho do membro(s) da família nas unidades de
planejamento do município de Lagarto-SE
87
Gráfico 7: Formas de contato com os mananciais nas unidades de
planejamento do município de Lagarto-SE
88
Gráfico 8: Frequência de contato com os mananciais nas unidades de
planejamento do município de Lagarto-SE
91
12
“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia
qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as
presentes e futuras gerações.”
Art. 225 Constituição Federal
13
SUMÁRIO
1.
INTRODUÇÃO
16
1.1
Justificativa
20
1.2
Objetivo Geral
21
1.3
Objetivos Específicos
21
2.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
22
2.1
Dimensão Física
26
2.1.1 Aspectos Fisiográficos
28
2.1.2 Infraestrutura
31
2.2
Dimensão Saúde
32
2.3
Dimensão Socioeconômica e Cultural
34
2.4
Geoprocessamento em Saúde
36
2.5
Tratamento Estatístico
38
3.
METODOLOGIA
39
3.1
Diagnóstico Sócio-Ambiental do Município de Lagarto
39
3.1.1 Localização
39
3.1.2 Clima
39
3.1.3 Geomorfologia e Pedologia
39
3.1.4 Vegetação
41
3.1.5 Hidrologia
41
3.1.6 Perfil Populacional do Município de Lagarto
41
3.1.7 Fauna de Interesse Epidemiológico
44
3.2
45
Descrição do Desenho do Estudo
3.2.1 Metodologia do Objetivo 1
46
14
3.2.2 Metodologia do Objetivo 2
46
3.2.3 Metodologia do Objetivo 3
47
3.2.4 Metodologia do Objetivo 4
50
3.2.5 Metodologia do Objetivo 5
52
4.
RESULTADOS
55
4.1
Dimensão Física
59
4.1.1 Condicionantes Climáticos
60
4.1.2 Condicionantes Hidrográficos
66
4.2
69
Dimensão Saúde
4.2.1 Epidemiologia
69
4.3
Infraestrurura
77
4.4
Dimensão Sócioeconômica e Cultural
81
5.
DISCUSSÃO
99
6.
CONCLUSÃO
104
7.
BIBLIOGRAFIA
105
APÊNDICES
113
15
1. INTRODUÇÃO
O Shistossoma mansoni é o parasita causador da esquistossomose, uma das
doenças de maior ocorrência no mundo. Segundo Amaral e Porto (1994), estima-se que o total
de casos da doença esteja entre dez e doze milhões no Brasil. De acordo com a World Health
Organization (WHO, 1985), a esquistossomose ocorre em 76 países, atingindo 200 milhões de
pessoas, ocupando o segundo lugar em ocorrência no mundo, sendo superada apenas pela
malária. É uma das doenças de maior prevalência entre aquelas veiculadas pela água e, nos
países em desenvolvimento, representa um dos principais riscos para as populações rurais.
Embora a maioria dos pacientes infectados apresentam formas clínicas menos graves da
doença, formas intestinal e hepatoinstestinal, cerca de 5% a 10% dos infectados apresentam
formas mais graves da doença, forma hepatoesplênica, com formação de granulomas
hepáticos e oclusão dos vasos periportais e hipertensão portal a qual resulta em formação de
varizes potencialmente sangrantes no esôfago e fundo gástrico. Em fases mais avançadas da
forma hepatoesplênica pode haver acumulo de líquido peritoneal, sendo a doença conhecida
popularmente como ―barriga d‘água‖1. O Shistosoma Mansoni, para ser transmitido,
necessita, obrigatoriamente, sair do hospedeiro definitivo (homem), passar por ciclo
complementar no interior de um hospedeiro intermediário (algumas espécies de caramujos
que habitam ambientes aquáticos), para que então se torne novamente infectante para o
homem. Quanto se tem como meta o controle da transmissão da doença, o estudo do
“habitat” natural desses planorbídeos, bem como seu comportamento frente às alterações
climáticas, reveste-se de especial importância, visto que ambientes que abrigam populações
de caramujos de importância epidemiológica ou suscetíveis ao Shistosoma mansoni
constituem áreas receptivas ao processo de transmissão de esquistossomose (FUNASA,
1998).
1
A gravidade da doença depende de diversos fatores, a exemplo da carga de infecção, da resposta imunológica ao ovo do parasita depositado
nos tecidos, assim como da genética do hospedeiro.
16
A esquistossomose mansônica se estabeleceu na antiguidade e o seu crescimento
está associado com o desenvolvimento da agricultura irrigada sendo que as transformações
ambientais determinaram as condições para tornar essas áreas endêmicas.
O conhecimento sobre a doença e seus mecanismos de transmissão avançou
significativamente desde a sua descoberta pelo médico e cientista Pirajá da Silva2,
possibilitando reconhecer que as variações espaciais e ou temporais observadas no padrão de
transmissão da endemia são também condicionadas por modificações ambientais, climáticas,
sócio-econômicas, culturais, individuais e outras.
O presente trabalho visa analisar a evolução nos últimos dez anos da ocorrência de
esquistossomose no Município de Lagarto-SE, mediante a modelagem dos dados
epidemiológicos, fisiográficos, socioeconômicos e culturais e de infraestrutura no Município,
de forma a possibilitar o zoneamento, segundo o critério de vulnerabilidade para a ocorrência
da doença. Consiste também no aprofundamento de um estudo realizado pelo autor e que
permitiu identificar áreas no Estado Sergipe com registros elevados de casos de
esquistossomose e enquadrar segundo o índice de vulnerabilidade3 construído para o Estado o
município de Lagarto, dentre outros 23 municípios numa área de alta vulnerabilidade (Figura
01). Outro ponto levado em consideração na escolha do município é o grande volume de
dados disponíveis no Serviço de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde
o que permitiu uma análise temporal e espacial da evolução da doença, mediante a
comparação dos dados obtidos nas localidades, trabalhados e distribuídos de acordo com as 8
Unidades de Planejamento.
2
Médico e cientista pioneiro no estudo da esquistossomose no Brasil, sendo responsável no ano de 1908 pela publicação de trabalhos que
mostravam a existência da doença no Brasil, suas manifestações clínicas e seu diagnóstico (ANDRADE, 2002).
3
Índice de vulnerabilidade obtido pela média aritmética: IV = [1.00 x Clima + 1.00 x Hidrografia (Potencialidade dos Aspectos
Fisiográficos) + 1.50 x IDH-M + 1.50 x Taxa de Alfabetização + 1.50 x Taxa bruta de Freqüência Escolar (Potencialidade dos Dados SócioEconômicos) + 2.50 x Cobertura do SAA + 2.50 x Cobertura do SES (Potencialidade do Saneamento)] / 11.50.
17
L EGEN DA
Alta
Média
Ba ixa
Simão Dias
Lagarto
Riachão do Dantas
Campo do Brito
Itaporanga D‘Ajuda
Boquim
Figura 08: Índice de Vulnerabilidade Municipal no Spring.
Figura 1: Áreas de Vulnerabilidade Municipal em Sergipe
Fonte: Autor, 2007
Para simplificar a metodologia, 41 localidades estudadas do município passaram a
ser representadas por 8 Unidades de Planejamento delimitadas pela Secretaria de Recursos
Hídricos – SRH, de acordo com as bacias hidrográficas do município, assim nomeadas: Vaza
Barris, Eixo Vaza Barris, Jacaré, Lomba, Belém, Médio Superior Piauí, Piauitinga e Alto
Piauí.
Desta forma, para o estudo que pretende explicar a ocorrência de uma endemia,
teve que amparar-se nas análises conjuntas, escolhendo indicadores e parâmetros que
eliminem ao máximo a subjetividade, e que permitam estabelecer associações entre os
indicadores e as condições sócioeconômicas da população. A atividade profissional e o
comportamento da população em relação às coleções hídricas, que as utiliza como áreas de
lazer mesmo quando contaminadas, devem ser investigadas. A exemplo dos indicadores:
tomar banho nos córregos que segundo Lima e Costa (1994) ―implica em exposição de grande
área do corpo à penetração de cercárias e, por ser uma necessidade, em maior intensidade na
exposição4. Esse contato resultaria, portanto, em maior intensidade da infecção‖, somando-se
4
Kiet e Col demonstraram uma relação entre o tempo de contato com a água e a intensidade da infecção, medida pelo aumento de ovos/g de
fezes pelo método parasitológico de Kato-Katz.
18
ao estilo de vida. ―Fatores de exposição podem depender dos modos que os indivíduos
interagem com o ambiente como eles movimentam-se pelo espaço, que propriamente depende
do alcance diário das atividades, tipo e local de residência, local de trabalho, viagens e
padrões de migração, hábitos, comportamentos‖ (ELLIOTT & WARTENBERG, 2004).
Para tanto, a pesquisa foi estruturada objetivando primeiramente fazer o
diagnóstico sócio-ambiental do Município de Lagarto, considerando os aspectos
socioeconômicos, fisiográficos e geológicos. A fundamentação teórico-metodológica trata de
uma revisão histórica do pensamento filosófico que norteou os estudos na epidemiologia e dos
aportes dos conceitos geográficos para explicar a ocorrência e distribuição da
esquistossomose no município, trabalhados sob três dimensões (física, saúde, sócioeconômico e cultural) e os mecanismos de controles estabelecidos. Para o trabalho da coleta
das informações principalmente junto à vigilância epidemiológica do Município de Lagarto,
foi realizado trabalho de campo, através da realização de inquérito sanitário devidamente
georreferenciado, englobando a aplicação de questionários, tratamento dos dados mediante a
utilização dos procedimentos estatísticos de análise no Statistical Package for the Social
Sciences – SPSS e posterior modelagem no Sistema de Informações Geográficas (SPRING).
Tal procedimento possibilitará a associação dos casos da doença levantados no município às
informações de cobertura do saneamento básico e comportamentais da população de 41
povoados de Lagarto, nas quais estão inseridos bairros da sede do município.
As
comparações entre as unidades de planejamento serão realizadas mediante o tratamento dos
dados por métodos estatísticos de análise uni e multivariada dos dados e a realização da
análise por regressão linear, na tentativa de compreender o fenômeno no município; nos
últimos capítulos são apresentados os resultados alcançados por essa pesquisa para, em
seguida, serem expostas as conclusões.
Ao final, o estudo será capaz de responder quais os fatores que concorrem para
tornar o município historicamente endêmico e se são reproduzidos de forma homogênea entre
as Unidades de Planejamento, estabelecendo zonas de ocorrência da doença que indicam as
áreas mais vulneráveis para promover medidas de controle epidemiológico.
19
1.1 Justificativa
Em pesquisa desenvolvida a nível de Estado foi possível identificar segundo o
enquadramento obtido, 24 dos municípios de Sergipe, dentre os quais Lagarto encontra-se
inserido, em nível de vulnerabilidade alto e 18 municípios em nível médio o que coloca em
risco um elevado contingente de habitantes. Tais índices no referido estudo foram atribuídos
às questões relacionadas principalmente a baixa cobertura do sistema de esgotamento
sanitário. Contudo, as satisfatórias taxas brutas de freqüência escolar nos municípios
propiciam um ambiente favorável à realização de ações educativas que contribuam para o
aumento da conscientização da população sobre riscos da doença e da necessidade de
modificar hábitos e costumes.
Os registros epidemiológicos no Estado de Sergipe demonstram um quadro
crônico de ocorrência da esquistossomose no município de Lagarto, com 3.239 notificações
no período de 1999 a 2008, cuja maior prevalência no ano de 2002 foi 13,56%, permanecendo
na faixa entre 5% e 25%. Fato que demonstra controle dos níveis de prevalência, entendidos
como aceitáveis pelo Ministério da Saúde, nos últimos anos.
Do ponto de vista da Saúde Pública que necessita conter o avanço da doença é
importante a adequada destinação dos recursos financeiros para manter a sua prevalência em
níveis aceitáveis.
Para a ciência geográfica representa uma contribuição para o entendimento dos
fenômenos naturais e sociais que tornam o município historicamente endêmico e que poderão
orientar as estratégias das políticas públicas direcionadas a vigilância e controle da doença,
beneficiando especialmente as populações carentes do meio rural. Assim como, identificar
quais os fatores que concorrem para tornar o município de Lagarto historicamente endêmico
em esquistossomose e se são reproduzidos de forma homogênea entre as localidades
(Povoados) agrupadas em Unidades de Planejamento. A possibilidade de zoneamento de áreas
com maior risco de ocorrência de doença poderá ser utilizada inclusive para outras áreas
potencialmente endêmicas no estado, tornando-se mais efetivas as estratégicas de prevenção,
20
as quais atualmente são dispendiosas por serem baseadas principalmente em diagnóstico e
tratamento de casos.
1.2 Objetivo Geral
Realizar um zoneamento dos principais focos de esquistossomose no município de
Lagarto-SE com base em um critério de vulnerabilidade construído a partir da análise da
evolução da ocorrência da esquistossomose no período de 1999 a 2008 e de fatores
geoambientais e sócioculturais.
1.3 Objetivos Específicos
1.
Pesquisar dados históricos dos casos de esquistosomose notificados no município
de Lagarto;
2.
Realizar a caracterização geoambiental (clima, temperatura e hidrografia) do
município de Lagarto;
3.
Efetuar inquérito epidemiológico e sanitário georreferenciado das comunidades
utilizando-se um receptor de navegação GPS (Global Positioning System), analisar e
correlacionar dados sociais (hábitos e costumes associadas à doença), educacionais
(nível de escolaridade), de acesso aos serviços básicos de saneamento (cobertura do
abastecimento de água e esgoto) e fisiográficos (clima e hidrografia) com a
ocorrência da doença;
4.
Determinar áreas de risco de ocorrência da doença a partir das localidades
estudadas que compõem o município de Lagarto;
5. Estabelecer um índice de vulnerabilidade com a finalidade de determinar um
zoneamento de áreas de riscos da ocorrência de esquistossomose no município de
Lagarto.
21
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O processo de análise da ocorrência das endemias, em especial das doenças
negligenciadas, deve partir da reconstrução do sistema de relações que gira entorno do objeto
em estudo. A doença sob essa perspectiva apresenta-se mais apropriada, pois analisa como a
totalidade cria condições para a ocorrência das mesmas.
Dentro da perspectiva oferecida pela geografia, inverte-se o processo usual de
análise em epidemiologia: ao invés de partir da doença e analisar como esta se insere
no contexto, parte-se da totalidade, analisando como esta criou as condições de
ocorrência da doença. (SILVA, 1997)
Nesse sentido vem a importância do pensamento hipocrático e a necessidade de
seu resgate no estudo das doenças de interesse coletivo, diante de um mundo complexo.
A postura racional, presente no comportamento filosófico na antiga Grécia,
tratava a doença como fenômeno da própria natureza, concebendo-a como pontos de
desequilíbrios, de forma a representar a característica mais marcante da medicina hipocrática.
Na concepção hipocrática, o corpo humano e tudo aquilo que o circunda — que, em
conjunto, constituem a physis — eram pensados por meio da composição dos
elementos ar, terra, água e fogo, e pelas qualidades de frio, quente, seco e úmido.
Corpo e espaço eram compreendidos a partir desses elementos e qualidades. A
constituição do corpo se alteraria de modo integrado às mudanças que ocorrem na
constituição da natureza (CZERESNIA, 2001).
Para Czeresnia (op. cit):
a idéia de constituição epidêmica concebida como fenômeno de desequilíbrio da
harmonia da natureza, perante a complexidade das relações na atualidade, impõe a
necessidade de uma proposta que adote a pluralidade disciplinar e metodológica, de
forma a potencializar a capacidade de resolver as questões.
Assim sendo, ―os conceitos geográficos propostos por Milton Santos, por
exemplo, constituíram importante referência para compreender a complexidade das relações
entre espaço e produção de doenças (CZERESNIA et al., 2000)‖ e que conforme Costa (1999,
apud. Santos, 1992) ―o processo de ocupação do espaço desde seu início (passado) até o
22
momento (presente) se refletirá no futuro e é parte inerente dos determinantes da condição de
vida‖.
Essa idéia de constituição epidêmica, inicialmente proposta como conjunto de
circunstâncias (geográficas, históricas, antropológicas, sociológicas) que condicionam o
surgimento das epidemias foi resgatado frente a incapacidade de encontrar respostas diante
das complexas interações estabelecidas no mundo moderno, passando a existir uma
revalorização do saber contemplativo, que não se baseia na separação e na fragmentação do
conhecimento.
Nesse contexto, surgem novos conceitos que podem ser interpretados como análogos
não só à idéia de ‗constituição‘ como à também antiga noção de ‗predisposição‘.
Conceitos como vulnerabilidade e empowerment orientam-se na procura de definir
as tramas de uma rede complexa, constituída por aspectos que compõem diferentes
níveis de integração da realidade e que favorecem, ou não, predispõem, ou não, a
emergência do processo do adoecer (CZERESNIA, 2001).
É importante salientar que:
A medicina, em especial, o ramo que procura entender os fenômenos das doenças
(coletivas) sempre recorreu ao conceito de espaço da geografia, e que em um
determinado momento (com o desenvolvimento da microbiologia) houve um
afastamento, colocando em segundo plano o espaço. (COSTA, 1999)
A aproximação e o resgate da lógica do pensamento Hipocrático, conforme
Czeresina et al (2000) ―está presente também nas sucessivas formulações teóricas —
especialmente as da vertente chamada geografia médica — que preservaram a intenção de
atingir uma abordagem integrada e globalizante‖. Contudo, tal abordagem tem exigido a
utilização cada vez mais de técnicas modernas no tratamento (manipulação) dos dados, no
sentido de obter maior precisão nos resultados.
23
Para possibilitar o alcance do objetivo geral, estruturou-se e procedeu-se o início
das fases das análises da pesquisa sob a visão das dimensões: física, saúde e sócioeconônmica
e cultural (Figura 2), finalizando com a construção do mapa síntese que representa o
zoneamento, segundo o critério de vulnerabilidade para a ocorrência da doença.
24
25
2.1. Dimensão Física
A antiga civilização grega já apresentava conceitos para explicar a sua visão de
mundo considerando as relações consistentes e explicativas entre o clima e a sociedade, ou
entre climas e comportamento humano. O reconhecimento de que tais elementos exerciam e
passavam a determinar as condições de vida do homem e sua organização no espaço
influenciou correntes do pensamento e diversas áreas do conhecimento humano. Essa visão
holística esta presente na teoria do geossistemas ―também designados como sistemas
ambientais físicos, representam a organização espacial resultante da interação dos elementos
físicos e biológicos da natureza (clima, topografia, geologia, águas, vegetação, animais,
solos)‖ (CHRISTOFOLETTI, 1999). Nessa linha ―a geografia física, é capaz de analisar a
dinâmica natural, possibilitando a compreensão dos fenômenos naturais e seu rebatimento
sobre o sistema antrópico‖ (ALMEIDA, 2002).
É importante entender o espaço não só como conjunto de determinantes naturais
que favorecem o surgimento da doença. Mas sim, como local onde há interações entre a
sociedade e a natureza. Diferentemente, segundo o entendimento de Silva (1997), da
conceituação clássica da epidemiologia em que ―o espaço é apenas o substrato que exerce sua
influência através de fenômenos naturais, como o clima‖.
Para Silva (1997), o espaço é o cenário onde se desenvolvem as interações entre
os diferentes segmentos das sociedades humanas e entre estas e a natureza. As doenças
surgem ou, pelo menos, são modificadas por estas interações. Afirmando ainda que ―para a
epidemiologia, a compreensão do processo de organização do espaço permite entender o
papel do natural na gênese e distribuição das doenças‖. Daí a contribuição da geografia como
ciência capaz de explicar tal processo, através da identificação dos fatores que isoladamente
ou em conjunto potencializam a manifestação doença.
Na base desse processo de investigação, a identificação dos aspectos fisiográficos
que influenciam diretamente os reservatórios do agente infeccioso (S. Mansoni) da
esquistossomose: o homem (hospedeiro principal) e o caramujo (hospedeiro intermediário).
26
Conforme Mcmichael e Githeko (2001) apud. Appleton e Stiles, (1976); Appleton, 1977), ― as
condições precisas dentro dos corpos da água que determinam a transmissão dependem de um
conjunto de fatores ambientais, incluindo a geologia e topografia local, a hidrologia geral da
região, a presença ou a ausência da vegetação aquática, e a agricultura local‖. Acrescido o
componente ―Clima‖ que segundo Crsitofoletti (1999), embora não ser um componente
materializável, ―é fator fundamental para o geossistema pois constitui o fornecedor de energia,
cuja incidência repercute na quantidade disponível de calor e água. O clima surge como o
controlador dos processos e da dinâmica do geossistema‖.
As epidemias são muitas vezes dependentes do clima, tanto em termos de condições
climáticas locais favoráveis a seu crescimento e desenvolvimento como em termos
de ventos predominantes, que ajudam a transportar os germes ou os esporos para
outras áreas. Também outros vírus causadores de doenças são transmitidos ou
difundidos pelos insetos, de modo que as condições climáticas favoráveis a
propagação desses vetores são as que facilitam a transmissão de tais doenças
(AYOADE, 1998).
Um exemplo de aumento de transmissão de Shistosomas mansoni foi verificado
por Barbosa (2001) na praia de Porto Galinhas-Pe, o surto de esquistossomose aguda decorreu
da enchente do rio Ipojuca que invadiu as residências depositando caramujos infectados nas
áreas peridomicíliares da localidade fazendo com que as tivesse exposição diária até que as
águas baixassem.
Todas as três espécies de caramujos (Bulinus, Biomphalaria, e Oncomelania) podem
tolerar uma escala de temperatura larga. Em temperaturas baixas, os caramujos são
latentes e a fecundidade é virtualmente zero, mas a sobrevivência é boa. Em altas
temperaturas, os nascimentos (produção do ovo) aumentam, bem como a
mortalidade. Entretanto, os caramujos são móveis e podem mover-se para evitar
temperaturas extremas dentro de seus habitats; a água pode agir como um isolador
eficiente. (MCMICHAEL; GITHEKO (2001) apud HAIRSTON, 1973; GILLETT,
1974; SCHIFF ET AL., 1979)
O fenômeno descrito é também observado em outras espécies, haja vista afetarem
suas funções físicas normais. Segundo Ayoade:
27
Para os animais sobreviverem em determinada zona climática, eles devem estar
fisiologicamente ajustados àquele ambiente climático. Todos os animais e em
particular todas as raças animais, têm suas exigências climáticas ótimas para
assegurar um crescimento e um desenvolvimento máximo. Quando os animais são
transportados para ambientes climáticos aos quais não estejam acostumados,
geralmente seus níveis de produção econômica caem abaixo do mínimo, embora
possam não morrer, como acontece com as plantas (AYOADE, 1998 apud..
CRITCHFIELD, 1974).
2.1.1. Aspectos Fisiográficos
Conforme Ayoade (op. cit.) descreve:
A temperatura pode ser definida em termos do movimento de moléculas, de modo
que quanto mais rápido o deslocamento mais elevado será a temperatura. Mais
comumente, ela é definida em termos relativos tomando-se por base o grau de calor
que um corpo possui.
Sofrendo influência do relevo que tem o efeito atenuador, diminuindo com o
aumento da altitude, nos trópicos representam importante fator devido à uniformidade térmica
existente. A presença de corpos hídricos também provoca variações na temperatura. Fato
explicado pela diferença nas características térmicas das superfícies continentais e hídricas.
Por sua vez:
A altura é importante fator que influencia a temperatura nos trópicos. A relativa
uniformidade térmica que predomina nos trópicos é distorcida principalmente pelos
efeitos da altura. As grandes diferenças de temperatura entre as distâncias curtas nos
trópicos são usualmente devidas aos efeitos da variação da altitude. (AYOADE
ibid.)
―A temperatura experimentada por um organismo vivo, incluindo o homem,
depende da temperatura do ar bem como da taxa de perda de calor proveniente daquele
organismo. Esta temperatura é denominada temperatura fisiológica e varia com os indivíduos‖
(AYOADE ibid.), estudos indicam que as espécies de caramujos que transmitem a
esquistossomose, adaptam-se melhor quando a temperatura está entre 20º e 25º C).
28
O vapor d‘água presente na atmosfera corresponde a baixos percentuais (2% da
massa total) é a origem de todas as formas de condensação e precipitação, sua ocorrência
exerce influencia direta sobre os seres vivos. Outro ponto importante:
―Pelo fato das temperaturas mostrarem muita uniformidade nos trópicos, as
subdivisões dos climas tropicais são usualmente baseadas no volume e na distribuição da
precipitação‖ (AYOADE, 1998), acrescentando ainda que ―a quantidade de vapor d‘água no
ar é importante fator que influencia a taxa de evapotranspiração‖.
―A atmosfera recebe umidade da superfície terrestre, através da evaporação da água
do solo nu, das superfícies aquáticas e através da transpiração das plantas‖ (AYOADE, 1998).
O processo combinado é definido como evapotranspiração, resultando na disponibilidade de
umidade da atmosfera, tendo como importante fator a quantidade de vapor d‘água no ar,
dentre outros fatores: como radiação solar, temperatura e velocidade do vento.
Considerando que o hospedeiro intermediário (B. glabrata) vive somente em
valas, canais de irrigação, tanques, represas, água estagnada com vegetação, margens de rios e
lagoas, evitando as correntezas, é possível afirmar que o processo de evapotranspiração
interfere diretamente no ―habitat‖ do caramujo.
As coleções hídricas representam aspectos fisiográficos importantes na
determinação do potencial de transmissão da doença, constituindo-se possíveis criadouros dos
moluscos. Regiões que apresentam disponibilidade de canais de escoamento de água atraem a
atenção das equipes de vigilância epidemiológica.
Os moluscos hospedeiros podem colonizar uma grande variedade de habitats tanto
lóticos (desde rios até pequenas valas) quanto lênticos (de lagoas a pequenas poças).
Já os focos de transmissão propriamente ditos geralmente têm características
ecológicas semelhantes, sendo localizados no peridomicílio de comunidades urbanas
ou rurais desprovidas de água encanada ou saneamento. Mesmo nas áreas sujeitas a
secas sazonais, esses criadouros podem albergar populações permanentes de
moluscos hospedeiros, alimentados por nascedouros ou água doméstica servida‖
(BRASIL,2008).
29
Neste contexto, se insere as variáveis, densidade de drenagem e densidade
hidrográfica, revelando-se bastante apropriadas no estudo da doença em uma unidade de
análise.
A densidade de drenagem, nas análises morfométricas de bacias de drenagem,
tem o objetivo de expressar o comprimento total dos canais fluviais pela área da bacia em
estudo e que segundo Cristofoletti (ibid.), ―valores baixos de densidade de drenagem estão,
quase sempre, associados a regiões de rochas permeáveis e de regime fluviométrico
caracterizado por chuvas de baixa intensidade‖.
A densidade hidrográfica: expressa a relação existente entre o número de rios e a
área da bacia hidrográfica, sendo ―importantes por representarem o comportamento
hidrológico de determinada área, fundamentalmente em relação à capacidade de gerar novos
cursos d‘água‖ (ibid. apud. CHRISTOFOLETTI, 1983).
A compreensão dos mecanismos de disseminação de muitas enfermidades e como
os aspectos físicos descritos potencializam ou não a manifestação da doença, possibilita a
adoção de medidas capazes de contê-las. A exemplo das doenças de veiculação hídrica, como
a esquistossomose, acrescentam-se as obras de engenharia que tanto podem criar um ambiente
favorável a infecção (implantação de barragens, canais de irrigação), como proteção das
populações, à medida que se implementem obras de saneamento.
Pesquisa realizada por Martins (2003) demonstra que em áreas onde há
implantação de projetos de irrigação em grande extensão não houve aumento de
esquistossomose, enquanto em pequenas áreas ou com técnicas mais rudimentares houve
aumento da prevalência da doença.
30
2.1.2. Infraestrutura
Conforme Cristofoletti (op. cit.):
Por meio da ocupação e estabelecimento das suas atividades, os seres humanos vão
usufruindo desse potencial e modificando os aspectos do meio ambiente, inserindose como agente que influencia nas características visuais e nos fluxos de matéria e
energia, modificando o ‗equilíbrio natural‘ dos ecossistemas e geossistemas.
Assim sendo, ações de saneamento ambiental: abastecimento de água e destinação
adequada dos dejetos, presentes desde a antiguidade atestam o reconhecimento da interrelação entre o controle de endemias e a implantação de infra-estrutura básica. Constituem-se
medidas eficientes no controle das mesmas e indiscutivelmente exercem enorme impacto
sobre a qualidade de vida das populações urbanas e rurais em especial as ações que têm como
meta o fornecimento de água para atender as necessidades básicas de sobrevivência, de
proteção da saúde e de promoção do desenvolvimento econômico de uma região.
Por definição um sistema de abastecimento público de água:
[...] constitui-se no conjunto de obras, instalações e serviços, destinados a produzir e
distribuir água a uma comunidade, em quantidade e qualidade compatíveis com as
necessidades da população, para fins de consumo doméstico, serviços públicos,
consumo industrial e outros usos. (FUNASA, 2004)
Por outro lado, após atendida essas demandas, a água deve retornar ao meio
dentro de padrões que não comprometam o ambiente e a saúde da população. Assim sendo,
passa ser necessário a implementação de sistemas de destinação adequada dos esgotos
produzidos nos domicílios, as quais incluem-se as Melhorias Sanitárias Domiciliares:
soluções individuais nos domicílios pertencentes à zona rural, cujo principal objetivos é dotar
os mesmos de instalações hidrossanitárias, principalmente a destinação adequada dos dejetos,
utilizando para tanto a solução de fossa séptica e sumidouro e as redes coletivas de
esgotamento sanitário: soluções de engenharias mais complexas, as quais são constituídas de
ligações domiciliares para a coleta, o transporte em tubulações, tratamento em estações, antes
31
do lançamento no meio ambiente e representam as soluções mais adequadas (técnica e
econômica) para as áreas de concentração de população.
2.2. Dimensão da Saúde
A epidemiologia sempre lançou mão do conceito de espaço da geografia,
inicialmente como palco para a circulação do agente infeccioso que em condições específicas
(a exemplo da temperatura) deflagra uma doença. Na atualidade este passa a ser considerado
fruto da dinâmica de uma complexa organização e de interações, onde se incluem todos os
elementos, inclusive o físico, conforme defendido pela geografia crítica.
Para Costa (1999), sob a luz do pensamento positivista define-se como objeto da
geografia a relação homem-natureza, entendendo o primeiro como um ser ativo que sofre a
influência e ao mesmo tempo atua sobre o meio, de forma a apresentar uma ―inter-relação
existente entre o homem, o agente biológico, seus vetores e o ambiente‖, conceituada de
habitat‖ (ibid op.cit. Sorre, 1955).
Conforme dito, para se entender os fenômenos da saúde coletiva em um mundo
complexo de interações entre o homem e a natureza, é necessária uma visão sistêmica para
que se possa explicar o estabelecimento de uma endemia, tão associada ao processo continuo
de reorganização do espaço. Assim sendo, é possível afirmar que a disseminação das doenças
nas escalas ―local‖ e ―mundial‖ possui uma forte correlação com os fluxos populacionais e
que nas regiões subdesenvolvidas estas são potencializadas por determinantes ambientais,
bem como por aspectos sociais que possibilitaram o estabelecimento de áreas historicamente
endêmicas.
O espaço, objeto da geografia, como uma categoria de estudo privilegiada para a
investigação do processo saúde-doença nas populações (XAVIER, 2005), no qual:
As diversas formas de organização social em uma sociedade (biótopos associados ao
modo de vida, lazer, cultura, trabalho, etc.) interagem numa rede de influências que
32
definem o perfil epidemiológico da esquistossomose. (COURA-FILHO et. al., 1995,
apud. BARBOSA, 1968; WHO, 1985).
A condição sócioeconômica desfavorecida, a falta de outras oportunidades de
trabalho e lazer, bem como, o aspecto cultural constituem fatores determinantes para a
exposição ao Shistossoma mansoni, que acabam interferindo principalmente no nível de
saúde das populações das margens das coleções hídricas.
O desafio de tentar conter o estabelecimento de quadro endêmico da
esquistossomose, cuja complexidade envolve principalmente aspectos comportamentais e de
infra-estrutura básica, ressalta a importância de implementação de ações de educação em
saúde e saneamento básico como medidas eficazes no combate da doença, levantando
questionamentos sobre as medidas de controle que utiliza das práticas de aplicação de
moluscicida. Para Coura-Filho (op. cit.), ―devem ser considerados também os altos custos
desses produtos, os danos provocados por freqüentes aplicações à biota aquática, além da
questionável eficácia para reduzir de forma duradoura o número de molusco‖.
O Ministério da Saúde / Fundação Nacional de Saúde (MS/FUNASA) em 1998
produziu um manual contendo as diretrizes técnicas necessárias ao planejamento,
operacionalização, controle e avaliação das ações do programa de controle da
esquistossomose, de forma a oferecer um balizamento mínimo que garantisse a
homogeneidade das ações de controle, suficiente para o acompanhamento, a análise e
avaliação dos resultados em bases seguras e que até hoje constitui a referência de trabalho no
estado de Sergipe. Segundo este documento, para a implementação de um programa, faz-se
necessário um conjunto de providências anteriores à deflagração das operações de controle
propriamente ditas: reconhecimento geográfico e inquérito coproscópico mediante a
realização de exames laboratoriais amostrais, ressaltando, que variações espaciais e ou
temporais observadas no padrão de transmissão da endemia são também condicionadas por
modificações ambientais, climáticas, sócio-econômicas, culturais e outras. Araújo et al (2007)
acrescenta que o padrão de distribuição espacial desses focos indica que a dinâmica de
transmissão não pode ser analisada apenas a partir da distribuição dos vetores ressaltando a
importância da produção social do espaço onde a transmissão se materializa.
33
Os objetivos gerais do programa de controle da esquistossomose, (op.cit.
MS/FUNASA, 1998) segundo a área de trabalho, podem ser assim resumidos:
Em áreas endêmicas: 1- Prevenir a ocorrência de formas graves de esquistossomose,
reduzindo nas localidades da área, a morbimortalidade a ela associada; 2 – Reduzir à níveis
inferiores a 25%, a positividade nas localidades abrangidas pelo programa; 3 – Evitar a
dispersão da endemia;
Em áreas de foco: Conter a expansão do foco inicial e interromper a transmissão da doença;
Em áreas vulneráveis: Mediante as ações de Vigilância Epidemiológica, monitorar as
modificações ambientais ou sócio-econômicas, acompanhando os movimentos
populacionais a elas associados, de modo a inviabilizar a o estabelecimento da transmissão;
Em áreas indenes: Manter a integração com os serviços locais de saúde para tornar a
vigilância epidemiológica (notificação, investigação e tratamento de casos), eficientes e
eficazes, impedindo o estabelecimento da transmissão da esquistossomose.
2.3. Dimensão Socioeconômica e Cultural
O espaço humano é necessariamente produto de uma série de decisões que orientam
sua organização, segundo os critérios hegemônicos em uma dada formação
econômica e social, seja pela movimentação do capital, seja pela ação organizada e
planejada da sociedade pelo Estado, sendo um processo cheio de densidade
histórica. (COSTA. 1999)
As raízes do estabelecimento da esquistossomose no Brasil remontam o processo
de internacionalização iniciado a partir do século XVI, período dos grandes descobrimentos.
Esse fenômeno inicialmente discreto, pelas limitações tecnológicas de transporte e
comunicação, se intensificou estabelecendo grandes fluxos populacionais. No Brasil, com o
início do ―Ciclo da Cana de Açucar‖, grandes levas de escravos originados da áfrica para as
lavouras de cana de açúcar na região nordeste, possibilitaram a disseminação da doença a
partir dos Estados da Bahia, Sergipe, Alagoas e Pernambuco, cujos efeitos ainda se
manifestam na atualidade.
De acordo com Dolfus:
É fundamental reconhecer sempre que, paralelamente aos circuitos que vinculam
local e global num ―sistema-mundo‖ há toda uma massa de excluídos, a qual
denominamos ‗aglomerados humanos de exclusão‘ que sem condições mínimas de
saneamento favorecem a disseminação de doenças, a ponto de conferir
34
desigualdades no padrão de vida das populações‖ (HAESBAERT 1997 apud.
DOLFUS1993)
E que segundo a Organização Mundial da Saúde são ditas como doenças
negligenciadas (a exemplo da esquistossomose, doença de chagas e leishimaniose).
Nas diversas partes do mundo, em especial em países subdesenvolvidos, os efeitos
dessas externalidades são capazes de promover mudanças rápidas nos meios físicos e
antrópicos. Decisões para a destruição de ambientes naturais e implantação de ambientes
artificiais, a exemplo de lagos e canais para irrigações, criam ambientes favoráveis à
proliferação dos vetores biológicos de transmissão de doenças de veiculação hídrica, muitas
vezes estão fora do local. Nos centros de políticas ou seguindo a ordem mundial do mercado
globalizado, as decisões são tomadas sem, no entanto considerar as danosas conseqüências e
os ―desdobramentos‖ que possam advir ao meio ambiente. Frente a estes fluxos, a
compreensão das respostas para as questões epidemiológicas, decisivas em uma pesquisa,
extrapola quase sempre os limites das unidades de análise (área de estudo).
Para Costa op. cit. apud. Breilh (1991):
O perfil epidemiológico dos diferentes espaços é criado pela interação das relações
sociais que caracterizam a sua organização, e modifica-se através do tempo
conforme o momento histórico em que se encontre o estágio de desenvolvimento das
forças produtivas e das relações sociais, as quais são fatores definidores da
organização do espaço.
E segundo Haesbaert (ibid.) deve ser ―considerada como determinante da
variabilidade espacial da saúde-doença‖.
Conforme o entendimento de Paim (1997), descrito por Costa (1999):
A produção, a distribuição da doença e a constituição do espaço têm os mesmos
determinantes, este último, enquanto expressão das condições de vida dos segmentos
que o ocupam, representa a mediação passível de informar certas relações entre a
sociedade e a saúde.
Admitindo que as discussões acerca dos conceitos de territoriedade e de espaço
nas investigações epidemiológicas sejam limitadas, o pensamento geográfico é capaz de
35
contribuir de forma significativa nos estudos que têm como objetivo compreender os
fenômenos de manifestação das doenças que acometem as populações de um determinado
local, dando destaque a geografia crítica, cujo ―espaço passa então a ser considerado fruto da
dinâmica de sua complexa organização e interações, incluindo todos os elementos, inclusive o
físico (COSTA op. cit. apud. Santos, 1980; Carmo et al., 1995). Nesta perspectiva ―os
conceitos geográficos propostos por Milton Santos, por exemplo, constituíram importante
referência para compreender a complexidade das relações entre espaço e produção de
doenças.‖ (CZERESNIA et al., 2000).
2.4. Geoprocessamento em Saúde
Tradicionalmente a epidemiologia procura associar as ocorrências das doenças às
condições fisiográficas do local. Na atualidade devido aos avanços tecnológicos foi possível o
desenvolvimento de ferramentas (soft´s), capazes de trabalhar um grande volume de
informações, podendo as mesmas ser precisamente localizadas tornando-as imprescindíveis
nas análises das endemias.
Divididas em três áreas principais: mapeamento de doenças, estudo de correlação
geográfica, aglomerados de doença e vigilância, as investigações epidemiológicas
podem obter resultados diferentes, cabendo ao pesquisador escolher o tipo a
depender dos propósitos do estudo. (ELLIOTT & WARTENBERG, 2004).
As ferramentas computacionais para Geoprocessamento, chamadas de Sistemas de
Informação Geográfica (SIG), permitem realizar análises complexas, ao integrar
dados do mundo real, obtidos de diversas fontes em diferentes formatos, criando
bancos de dados georreferenciados (bancos de dados geográficos). Tornam ainda
possível automatizar a produção de documentos cartográficos. (MEDEIROS, 1999).
Um SIG agrupa, unifica e integra a informação. Tornando-a disponível sob uma
forma que ninguém teve acesso anteriormente, e coloca informação antiga num novo
contexto. Muitas vezes, permite unificar informações que estavam dispersas ou
organizadas de forma incompatível. (MEDEIROS, 1999 apud DANGERMOND,
1988).
Para as investigações da manifestação epidêmicas, a utilização das ferramentas
SIG‘s associada aos aperfeiçoados métodos estatísticos possibilitam realizar análises
complexas de um volume cada vez maior, de dados. Contudo para que se tenha um resultado
36
confiável é importante a escolha correta das metodologias, o correto manuseio dos dados e da
ferramenta para que não incorra em erros significativos. Tomando-se como exemplo a
produção de mapas de doenças que embora:
Tenham tanto atração visual e intuitiva, a precaução é exigida na interpretação,
como padrões aparentes podem ser criados ou perdidos artificialmente que depende
de como a variável mapeada é pintada (por exemplo, o número e limites das
categorias) e a escala ou resolução geográfica. (ELLIOTT & WARTENBERG op.
cit.).
Ou seja, é importante entender que nos estudos com mapeamento de doenças a
mudança de escala contribui para resultados diferentes, especialmente visuais. Outro ponto
interessante é o nível de detalhamento e de precisão em nível individual possível de se obter.
Fato que tem levantado o questionamento sobre as medidas de proteção dos dados, de forma a
assegurar a confidência das informações dos cidadãos.
Contrapondo a todas essas vantagens, demonstra-se que os avanços nos SIG‘s, nos
métodos estatísticos e a grande disponibilidade de informações, que têm possibilitado a
realização de análises epidemiológicas complexas, trazem novos desafios no tratamento dos
dados, em particular, nas análises em pequenas comunidades.
A alta resolução dos dados geograficamente referenciados em saúde, por meio de
avanços nos SIG‘s e na metodologia estatística, mediante a realização de análises uni e
multivariádas proveu sem precedentes novas oportunidades para investigar o meio ambiente,
os fatores sociais, e fatores de contágios sob variações geográficas subjacentes nos índices de
doença em escalas de pequenas áreas, o que possibilitará estudos da epidemiologia espacial
mais difundidos, criando novos horizontes. Conforme afirma Elliott & Wartenberg (op. cit.)
―no futuro, desenvolvimentos em modelagem de exposição e mapeamento, projetos de estudo
realçado, e novos métodos de vigilância de bancos de dados de saúde prometem grandes
melhoras em nossa habilidade de entender as relações complexas entre o ambiente e a saúde.‖
37
2.5. Tratamento Estatístico
De um modo geral os métodos estatísticos envolvem a análise e a interpretação
dos dados observados em um fenômeno. No referido estudo, inicialmente lançou-se mão da
estática descritiva, no sentido de organizar e apresentar um resumo dos dados coletados e
tabulados, para em seguida proceder à análise e interpretação numéricas e gráficas das
localidades contidas nas unidades de planejamento, permitindo realizar comparações entre o
perfil da população e estrutura existente nas localidades.
38
3. METODOLOGIA
3.1. Diagnóstico Sócio-Ambiental do Município de Lagarto
3.1.1. Localização
O município de Lagarto está localizado na região sudoeste do Estado de Sergipe,
limitando-se ao norte com os municípios de Simão Dias e Macambira, ao leste com
Itaporanga da D‘Ajuda e Campo do Brito, ao sul com Riachão do Dantas e Boquim e ao oeste
com Simão Dias, ocupando uma área de 962,5 km2.
A sede municipal tem uma altitude média de 160 metros e coordenadas
geográficas de 10°55‘00‖ de latitude sul e 37°40'15" de longitude oeste (Figura 3). O acesso a
partir de Aracaju,capital do Estado é feito através das rodovias BR-235, BR-101 e SE-216,
num percurso de aproximadamente 75km.
3.1.2. Clima
O município está inserido no Polígono das Secas, com um mesoclima do tipo
megatérmico seco e sub-úmido, temperatura média anual de 24,5
o
C, precipitação
pluviométrica média no ano de 1.032,1 mm e período chuvoso de março a julho.
3.1.3 Geomorfologia e Pedologia
O relevo modelado e dissecado é parte integrante do pediplano sertanejo, com
aprofundamento de drenagem muito fraca a mediana (SERGIPE.SEPLANTEC/SUPES;
CPRM,1997/2002).
39
LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
Equador
Trop. Capricórnio
SERGIPE
LAGARTO
Figura 3: Localização da Área de Estudo
Fonte: SRH, 2003
40
A geologia do município abrange predominantemente, o domínio Neo a
Mesoproterozóico da Faixa de Dobramentos Sergipana, além dos sedimentos cenozóicos das
Formações Superficiais Continentais e dos terrenos arqueanos a paleoproterozóicos do
Embasamento Gnáissico. Na porção centro-norte, predominam metassiltitos, metarenitos,
metargilitos, metarritimitos, filitos, metarenitos, conglomerados, calcários, dolomitos,
metapelitos e metacherts das Formações Jacaré e Frei Paulo (Grupo Vaza-Barris) e Acauã
(Grupo Estância). Na região centro-sul ocorrem extensas zonas de grauvacas, arenitos
feldspáticos e conglomerados da Formação Palmares e argilitos, siltitos, arenitos e
conglomerados da Formação Lagarto. No extremo sul, afloram litologias dos Complexos
Granulítico e Gnáissico Migmatítico, representados por ortognaisses, kinzigitos, rochas
calcossilicáticas, metanoritos, anfibolitos, migmatitos e gnaisses bandados. A leste e sudeste
observam-se as areias finas e grossas, com níveis argilosos e conglomeráticos, representativas
do Grupo Barreiras. Os solos são Planosol, Litólicos eutróficos, Podzólico Vermelho Amarelo
e Latosol (SERGIPE.SEPLANTEC/SUPES; CPRM, ibid.).
3.1.4. Vegetação
No município são encontradas as vegetações: Campos Limpos, Campos Sujos,
Capoeira e Caatinga (SERGIPE.SEPLANTEC/SUPES; CPRM, ibid.).
3.1.5. Hidrologia
O município está inserido em duas bacias hidrográficas, a do rio Vaza-Barris e a
do rio Piauí. Constituem a drenagem principal, além do rio Vaza-Barris e do Piauí, os rios,
Jacaré, Piauitinga, Caboclo, do Machado (SERGIPE.SEPLANTEC/SUPES; CPRM, ibid).
3.1.6. Perfil populacional do Município de Lagarto
No período 1991-2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM)5 de Lagarto cresceu 13,28%, passando de 0,542 em 1991 para 0,614 em 2000. Quanto ao
5
Obtido pela média aritmética de três subíndices referentes às dimensões longevidade (IDHM – Logenvidade), educação (IDHM –
Educação) e renda (IDHM – Renda) (IPEA, 2000).
41
Índice Gini (coeficiente que mede a desigualdade na distribuição de renda) demonstrou que a
desigualdade cresceu: o Índice de Gini passou de 0,51 em 1991 para 0,56 em 2000.
No período 1991-2000, a população de Lagarto teve uma taxa média de
crescimento anual de 1.68%, passando de 72.144 em 1991 para 83.334 em 2000. A taxa de
urbanização cresceu 7.83%, passando de 45.10% em 1991 para 48.63% em 2000 (Tabela 1)
representando 0.05% da população do País e 4,67% da população do Estado. Na última
contagem total da população realizada pelo IBGE, a população total do município atingiu
88.989 habitantes, representando um acréscimo de 13.673 habitantes em relação à população
de 1996 (Tabela 2). A taxa de analfabetismo da População Jovem apresentou redução em
todas as faixas etárias, sendo mais expressiva entre 10 e 14 anos atingindo 14.10% (Tabela 4)
contra 12,20% observados no Estado, para a população adulta a redução foi 15.0% com média
de 3,40 anos de estudo (Tabela 4), número inferior quando comparados com a média do
Estado de 4,70 anos (IPEA, 2003), houve também aumento na acessibilidade aos serviços básicos de abastecimento de água, energia elétrica e coleta de lixo no período de 1991 a 2000
(Tabela 3) que por sua vez reproduz a mesma tendência em relação ao Estado, onde observouse percentuais de 71,50% de água encanada, 89,70% de coleta de lixo e 91,80% de
energiaelétrica (IPEA ibid.), neste caso, uma cobertura superior ao do estado.
Tabela 1: População por Situação de Domicílio de Lagarto-SE, em 1991 e 2000
População Total
Urbana
Rural
Taxa de Urbanização
1991
2000
72.144
32.538
39.606
45,10%
83.334
40.527
42.807
48,63%
Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano (IPEA, 2003).
42
Tabela 2: População Total do Município de Lagarto-SE, em 1996 e 2007
1991
População Total
Variação da população
2000
75.316
--
88.989
13.673 (18,14%)
Fonte: IBGE, 2007.
Tabela 3: Habitação - Acesso a Serviços Básicos de Lagarto-SE, em 1991 e 2000
Acesso a Serviços Básicos
1991
2000
Água Encanada
Energia Elétrica
Coleta de Lixo*
44,6
77,9
77,0
61,4
93,0
88,5
Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano (IPEA, 2003).
* Somente domicílios urbanos
Tabela 4: Nível Educacional da População de Lagarto-SE, em 1991 e 2000
Faixa etária
(anos)
1991
7 a 14
10 a 14
15 a 17
18 a 24
> 25
51,8
40,6
28,4
30,0
52,0
Taxa de
analfabetismo
% com menos de 4 % com menos de 8 % frequentando
anos de estudo
anos de estudo
a escola
2000
1991
2000
1991
2000
24,8
14,1
15,0
16,1
37,0
87,9
55,8
47,8
70,1
69,0
39,5
35,0
59,9
93,6
81,7
89,0
84,8
73,9
83,6
1991
71,1
71,4
44,1
-
2000
92,1
92,4
64,6
-
Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano – Adaptado (IPEA, 2003).
- = Não se aplica
43
3.1.7. Fauna de Interesse Epidemiológico
A presença do hospedeiro intermediário constitui condição necessária e
indispensável para que se desenvolva o ciclo do parasita. Atualmente, existem dez espécies e
uma subespécie do gênero Biomphalaria (Figura 4) e, destas, três são hospedeiras
intermediárias naturais (B. glabrata, B. tenagophila e B. straminea) e duas (B. amazonica e B.
peregrina) são hospedeiras intermediárias potenciais, uma vez que só se infectam
Jorge-
Foto: Say, 1818 – trat.digital por Luiss
experimentalmente (BRASIL, 2008).
Figura 4: Biomphalaria glabata
Segundo informações do Programa de Controle da Esquistossomose, as pesquisas
de campo que incluem levantamento malacológico realizadas nos últimos 10 anos revelaram
que a espécie B. Glabata predomina no Município de lagarto (Figura 5), sendo o hospedeiro
intermediário responsável pela transmissão do Schistosoma mansoni.
44
Figura 5: Corpo d‘água infestado de caramujos B. Glabata no Bairro Estação – Sede
do Município
3.2. Descrição do Desenho do Estudo
A pesquisa adotou os modelos conceitual bibliográfico e documental,
desenvolvida a partir da consulta em livros e publicações periódicas, no sentido de alcançar o
objetivo geral, bem como a realização de pesquisa de campo, mediante o inquérito sanitário
georreferenciado das localidades do município de Lagarto. Nos questionários aplicados
constaram questões voltadas ao perfil da população (indivíduos) e aos domicílios
(equipamentos sanitários), de forma a permitir a construção de gráficos, matrizes e tabelas a
partir do cruzamento das informações sobre a qualidade de vida, educação, cobertura dos
serviços de saneamento básico, uso e ocupação do solo e qualidade do meio ambiente.
Analisando ainda os hábitos e costumes dessa população que estejam associados aos
processos de infecção da doença. A partir dessas informações, serão construídos
representações cartográficas, mapas temáticos e mapa síntese com zoneamento das áreas de
vulnerabilidade.
45
3.2.1. Metodologia do Objetivo 1
“Pesquisar dados históricos dos casos de esquistosomose notificados no
município de Lagarto”
Hipótese: o município de Lagarto-SE por está inserido na área historicamente
endêmica possui frequência de notificações de casos de esquistossomose.
Este objetivo foi desenvolvido através de um levantamento de dados do Programa
de Controle da Esquistossomose (PCE), a partir de 1999 a 2008, obtido em banco de dados
oficiais da Vigilância Epidemiológica (Secretaria de Saúde do Município de Lagarto /
DATASUS). Os dados foram distribuídos de acordo com as unidades de planejamentos e
organizados sequencialmente, passando a fazer parte do quadro ―Casos de Esquistossomose
por Unidade de Planejamento‖.
3.2.2. Metodologia do Objetivo 2
“Realizar a caracterização geoambiental (clima, temperatura, precipitação e
hidrografia) do município de Lagarto”
Hipótese: os aspectos fisiográficos do município favorecem a reprodução dos
caramujos (hospedeiros intermediários potenciais) e o contato com a água,
aumentando o risco da ocorrência da doença.
Este objetivo foi desenvolvido através de Pesquisa em fontes secundárias: os
dados de temperatura e precipitação foram obtidos da COHIDRO (Companhia de
Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe) e permitiu a construção de
diagramas ombrotérmicos, capazes de determinar os períodos chuvosos e secos no recorte
temporal proposto, comparando-os com os números de registros de casos da doença. Nos
bancos de dados do SRH (Secretaria de Recursos Hídricos) foram obtidas as bacias
hidrográficas e a divisão climática do município de Lagarto, digitalizados em arquivo no
formato ―shapefile‖ que permitiram proceder às análises no SPRING (“soft” desenvolvido
pelo INPE- Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais).
46
3.2.3. Metodologia do Objetivo 3
“Efetuar inquérito epidemiológico e sanitário georreferenciado das comunidades
utilizando-se um receptor de navegação GPS (Global Positioning System),
analisar e correlacionar dados sociais (hábitos e costumes associadas à doença),
educacionais (nível de escolaridade), de acesso aos serviços básicos de
saneamento (cobertura do abastecimento de água e esgoto) e fisiográficos (clima
e hidrografia)”
Hipótese: O perfil socioeconômico e educacional da população e as condições de
infraestutura das localidades estudadas são capazes de explicar a ocorrência da
doença no município.
Inicialmente foi elaborado um questionário objetivando obter informações do
perfil da população (hábitos e costumes associados à doença), informações sanitárias dos
domicílios, seguida de Visita preliminar objetivando o reconhecimento da área; reunião com
os agentes e colaboradores do município (secretários, agentes de saúde, técnicos); realização
de entrevistas juntos aos profissionais de saúde; treinamento dos agentes responsáveis pela
aplicação dos questionários e aplicação dos questionários.
Os questionários foram repassados durante uma reunião de treinamento aos
agentes colaboradores. Nesse contato foram esclarecidas dúvidas no preenchimento e demais
informações necessárias a obtenção de dados com qualidade (Figura 6).
47
Foto: Aroldo MeloFigura 6: Capacitação dos agentes de saúde
Em função da estrutura operacional da secretaria de saúde do município, ficou
estabelecido que as localidades a serem estudadas limitar-se-iam as áreas de atuação dos
agentes de saúde do Programa de Agentes Comunitários de Saúde – PACS / Programa de
Saúde Familiar – PSF, implicando em concentração de dados em algumas áreas e escassez de
dados em outras. Mas que viabilizou a aplicação de 1893 questionários, distribuídos entre 41
localidades.
O tamanho das amostras preferencialmente foram superiores a 20%. Para
assegurar maior heterogeneidade foi orientado evitar a contigüidade na aplicação dos
questionários de forma a se obter um perfil mais realista da infraestrutura das localidades,
assim como do perfil de sua população, principalmente quanto aos hábitos e costumes
associados à doença.
48
A partir das imagens de satélite SPOT cedidas pela SRH, importadas para o
SPRING, iniciaram-se o georreferenciamento a partir dos pontos de controles obtidos no
campo, constituindo de procedimento preliminar para a sua utilização na presente pesquisa. O
geoprocessamento teve como objetivo assegurar a correta localização geográfica das
localidades a serem estudadas e inicia-se com a escolha na própria imagem de pontos notáveis
(interseções de estradas, cabeceiras de pontes, etc), os quais devem ser georreferenciados em
campo, mediante a utilização de um GPS com precisão ≤ 2,50 m (Figura 8). A qualidade do
georreferenciamento da imagem está condicionada aos números de pontos coletados no
campo e sua distribuição. No presente trabalho foram utilizados 10 pontos (Figura7) que
trabalhados em ferramenta do SPRING permitiu que a imagem assumisse o formato adequado
-
para o trabalho (Geotif).
Figura 7: Coleta de dados para o georreferenciamento da imagem de satélite. Pontos
notáveis (praças, interseção de estradas, rios, cabeceiras de pontes) são escolhidos na
imagem.
49
Figura 8: GPS (GEOTREX e JUNO ST -TRIMBLE)
georreferenciamento e coleta de dados com precisão ≤ 2,50 m
utilizado
no
3.2.4. Metodologia do Objetivo 4
“Determinar áreas de risco de ocorrência da doença a partir das localidades
estudadas que compõem o município de Lagarto”
Hipótese: as áreas de risco de ocorrência da doença no município de Lagarto
surgem a partir da combinação de fatores pertencentes às dimensões: física; saúde
e socioeconômica e cultural.
Neste objetivo foi realizado o tratamento estatísticos dos dados coletados através
da utilização da ferramenta Statistical Package for the Social Sciences – SPSS, na qual os
questionários aplicados no campo foram tabulados para em seguida fazerem parte do banco de
dados do SPRING. Tal procedimento possibilitou a modelagem dos dados epidemiológicos
(número de casos registrados), fisiográficos (clima, temperatura, precipitação e hidrografia),
socioeconômicos e culturais (uso e ocupação do solo, qualidade de vida, hábitos e costumes,
escolaridade) e de infra-estrutura (abastecimento de água e esgoto) do Município.
50
A metodologia empregada na investigação alicerçou-se em uma pesquisa de
campo (que estatisticamente constitui uma amostra), além dos registros de casos de
ocorrência da doença nas localidades pesquisadas, contém suas características e atributos
(variáveis explicativas) que conjuntamente contribuem para o surgimento dos casos de
esquistossomose.
No estudo optou-se em analisar separadamente as características do clima e
hidrografia, os dados socioeconômicos e de infraestrutura, através da construção de gráficos
de barras que permitiram estabelecer comparações entre as unidades de planejamentos.
A base cartográfica municipal com as principais localidades estudadas se juntaram
à base de dados da SRH na escala de 1:25.000 no SPRING, passando a constituir os planos de
informação:
Dimensão
Física
(Clima,
Temperatura,
Precipitação,
Hidrografia
e
Infraestrutura); Dimensão da Saúde (registro da ocorrência da esquistossomose no
município); Dimensão Socioeconômica e cultural (hábitos e costumes da população
associados à doença e Perfil demográfico da população).
Com os dados operacionais das atividades de vigilância e controle da
esquistossomose, “Resumo das Atividades de Coproscopia e Tratamento por Localidade –
1999 a 2008”, do Programa de Controle da Esquistossomose (PCE), obtido na Vigilância
Epidemiológica de Lagarto, vinculados à SVS/MS (Secretaria de Vigilância em Saúde do
Ministério da Saúde) foi possível gerar mapas. Para tanto, foi utilizado o estimador de
intensidade ―Kernel Estimation‖ para a variável, número de casos de esquistossomose
registrados em cada localidade. Tal procedimento teve como meta identificar os focos de
maiores incidências de casos. Em seguida foram realizadas análises espaciais das variáveis e
geração de mapas temáticos, identificando no município ao longo dos dez anos estudados as
áreas acometidas pela doença, possibilitando visualizar a sua dinâmica. A sede do município
de Lagarto foi investigada, apenas nos bairros onde foi constatada a existência de casos da
doença.
51
3.2.5. Metodologia do Objetivo 5
“Estabelecer um índice de vulnerabilidade com a finalidade de determinar um
zoneamento de áreas de risco da ocorrência de esquistossomose no município de
Lagarto”
Hipótese: a vulnerabilidade ao risco de ocorrência de esquistossomose de uma área
é produto da combinação dos aspectos que compõem as dimensões, associadas à
potencialidade que cada aspecto individualmente possui.
Objetivo principal que a partir da investigação da forma e o grau das relações
entre as observações colhidas para construir um modelo estatístico. Para tanto, utilizou-se do
processo de inferência para obter um modelo de regressão linear das variáveis, de forma a
explicar a prevalência da ocorrência de casos de esquistossomose nas localidades que
compõem o conjunto de dados coletados. Tal processo prevê o valor de um parâmetro
desconhecido (explicado pela teoria das probabilidades que permite fazer inferências,
mediante testes de hipóteses e intervalos de confiança). Assim, a forma e o grau das relações
são investigados por observação da própria amostra e a partir delas, a fim de obter um nível
de rigor capaz de reduzir a subjetividade, permitindo calcular estimativas não tendenciosas da
variável a ser explicada.
Inicialmente, recorreu-se a metodologia quantitativa desenvolvida por Batelle nos
Laboratórios de Columbus / EUA na avaliação dos impactos ambientais, a qual apresenta
vantagem em relação às demais pelo baixo custo de aplicação, mesmo contendo certo grau de
subjetividade nos pesos atribuídos as variáveis (MARIANO,2007). O método também
conhecido como “Environmental Evaluation System (EES)”, trata-se de uma lista de
verificação de escala ponderada, também vista na metodologia aplicada por Almeida (2001),
na qual são atribuídos graus de importância aos parâmetros em relação aos demais e que ao
serem multiplicados aos índices de qualidade ambiental obtém-se os valores de cada impacto
ambiental. Assim sendo, atribui-se pesos: 1 (baixa), 2 (baixa-média), 4 (média- alta) e 8 (alta)
potencialidade para a ocorrência da doença que combinados formam o índice de
vulnerabilidade municipal. A contabilização final para a obtenção do índice de
52
vulnerabilidade foi feita através do cálculo da potencialidade local, mediante a média
ponderada dos produtos de cada potencialidade dos atributos pelos seus percentuais tabulados
a partir das respostas obtidas nos questionários aplicados em cada localidade.
As amostras coletadas entre as localidades passaram a fazer parte de um único
banco de dados, configurando uma amostra mais heterogênea, da qual os aspectos observados
em conjunto permitiram a predição da ocorrência dos casos da doença, mediante uma função
estatística. É importante observar que trata-se de uma função de regressão estimada, haja visto
o reconhecimento de um erro implícito ajustado pela técnica dos mínimos quadrados. As
potencialidades locais (variável explicativa) foram associadas a coeficientes (angular e
interceptor) obtidos a partir da regressão linear que refletiram a importância na prevalência da
doença (variável a ser explicada) o que permitiu reduzir a subjetividade.
Na construção deste modelo que objetivou calcular o índice de vulnerabilidade
nas localidades foram utilizadas 2 variáveis fisiográficas: densidade de drenagem e clima do
Banco de dados da SRH; 6 variáveis sócioeconômicas e culturais; 2 variáveis de infraestrutura
e 1 variável espacial, todas obtidas no questionário aplicado. Foram utilizadas 15 localidades
estudas na construção do modelo estatístico e validação do modelo de regressão linear por
possuírem registros de ocorrência da doença.
O cálculo do índice de vulnerabilidade de cada localidade foi realizado no sistema
de planilha eletrônica ―Excel‖, mediante as operações aritméticas entre as variáveis, sendo
incorporados aos planos de informações criados no SPRING, de forma a possibilitar a geração
do mapa síntese.
Os procedimentos realizados desde a etapa de pesquisa de campo, tratamento
estatístico e elaboração do mapa síntese no SPRING estão apresentadas no fluxograma para
determinação da vulnerabilidade (Figura 9).
53
54
4. RESULTADOS
Para a realização da pesquisa de campo foram aplicados 1893 questionários com a
população e entrevistas com os profissionais de saúde que atuam nas localidades, as amostras
foram representativas da população geral, seguindo critérios estatísticos (Tabela 5).
Tabela 5: Distribuição Amostral das Localidades Estudadas
UNID.
PLANEJ.
Vaza Barris
LOCALIDADE
Piabas (1)
Assent. Comandante (2)
Eixo Vaza
Barris
Quipé (3)
Retiro (4)
Ademar de Carvalho (5)
Alto da Boa Vista (6)
Assent. 22 de Nov. (7)
Assent. N. S. Piedade (8)
Boeiro (9)
Brejo(10)
Britinho (11)
Cavaleira (12)
Jacaré
Criolo (13)
Campo Criolo (14)
Estação (15)
Mariquita (16)
Oiteiros (17)
Rio Fundo (18)
Saco da Palma (19)
Saco da Cova (20)
Candeal (21)
IDENTIFICAÇÃO
AMOSTRAS
NO SPSS
No
PRÉDIOS
AMOSTRAS
%
YE01 A YE20
20
95
21,05%
TOTAL
YG01 A YG02
Y001 A
Y030
YL01 A
YL02
TOTAL
U001 A
U085
S001 A S057
A001 A
A049
YQ01 A YQ06
YD01 A YD42
Z001 A Z124
J033 A J062
D067 A
D087
YR01 A
YR08
YA01 A YA42
WE01 A WE25
20
2
95
53
21,05%
3,77%
30
111
27,03%
2
34
70
234
2,86%
14,53%
85
81
650
854
13,08%
9,48%
54
6
42
124
20
64
35
100
236
61
84,38%
17,14%
42,00%
52,54%
32,79%
24
72
33,33%
8
42
25
258
115
650
3,10%
36,52%
3,85%
58
227
25,55%
18
42
93
210
19,35%
20,00%
13
6
8
656
18
6
132
3781
72,22%
100,00%
6,06%
17,35%
YF01 A YF30 / YN01
A YN14
WA01 A WA18
F001 A F042
B050 A
B059
E088 A E091
YM01 A YM08
TOTAL
55
Continuação
Brasília (22)
Lomba
Genipapo (23)
Varzea do Espinho (24)
Araça (25)
Belém
Araça II (26)
Estancinho (27)
Quirino (28)
Borda da Mata (29)
Laje (30)
Alto Piauí (a)
Pindoba (31)
Saco do Tigre (32)
O001A O154/ R001 A
R089/ Q001 A Q087/
M042 A M065/ N001
A 053/ P001 A P102
T001 A
T0191
YB01 A
YB10 / WH01 A
WH12
TOTAL
YC04 A
YC18
W001 A W061
/ YC01 A YC03
WI01 A
WI15
WZ01 A WZ22
TOTAL
WD01 A WD10
WC01 A WC03
YP01 A
YP11
YO01 A YO04
597
925
64,54%
191
655
29,16%
22
70
31,43%
810
1650
49,09%
17
130
13,08%
64
64
100,00%
15
22
118
10
3
142
48
384
24
39
10,56%
45,83%
30,73%
41,67%
7,69%
11
4
96
78
11,46%
5,13%
28
237
11,81%
55
3
366
333
15,03%!
0,90%
9
54
16,67%
26
49
53,06%
59
7
52
7
218
166
53
106
131
1258
35,54%
13,21%
49,06%
5,34%
17,33%
9
9
9
9
100,00%
100,00%
1893
7.648
24,75%
Alto Piauí (b)
Açu Velho (33)
Caraíba (34)
Currais (35)
Médio Piauí
Superior
Cova da Onça (36)
Gameleiro (37)
Laranjeiras (38)
Pé de Serra do Quí (39)
Urubu Grande (40)
Forges (41)
TOTAL
X001 A
X055
WG01 A WG03
C060 A
C066
H010 A
H059
V001 A
V059
WF01 A WF07
I011 A I086
L001 A L067
TOTAL
G001 A
G009
TOTAL
TOTAL GERAL
Fonte: Autor
56
Na carta-imagem elaborada estão indicadas as localidades pesquisadas (Figura
10), assim como aquelas que ao longo do recorte temporal foram verificadas notificações de
casos da doença. É possível visualizar a existência de uma concentração de localidades no
entorno da sede do município, estendendo-se ao longo da SE-216, principal via de acesso a
sede, que corta o município no sentido Este/Oeste. O município apresenta uma malha
rodoviária mais densa na região Nordeste, englobando a UP Belém e UP Piauitinga,
contrapondo com a UP Eixo Vaza Barris, em que as estradas pavimentadas são escassas. No
mais, o município apresenta uma malha rodoviária com estradas pavimentadas satisfatória,
complementadas com estradas em revestimento primário que facilita a mobilidade da
população dentro do município.
57
Rod. Estadual
Limite Unid. Planej.
Sede Município

Localidades
Figura 10: Carta – Imagem das Localidades Estudadas
Fonte: SRH, 2003
58
4.1. Dimensão Física
Diante da escassez dos dados de registro de casos da doença nas localidades em
que foram aplicados os questionários usou-se como estratégia a realização das comparações
entre as Unidades de Planejamento (UP) proposta pela SRH. Tal procedimento uniformizou
os resultados tabulados das localidades, simplificando o conjunto. De certo, tal procedimento
acabou limitando a investigação em nível de localidade. Em contrapartida, solucionou o
problema das lacunas de dados anuais das notificações dos casos da doença nas localidades,
conseqüência da estrutura de monitoramento do programa de controle da esquistossomose
implantado no município. O tratamento estatístico no nível de unidades de planejamento para
a análise da dinâmica da doença por ano até contemplar o período de 10 anos viabilizou o
estabelecimento das comparações do perfil socioeconômico e cultural e dos aspectos
fisiográficos de cada unidade (partes) até alcançar o município (todo).
As diversas propostas de se agregar informações sócio-espaciais visam subsidiar a
gestão e o planejamento parte da necessidade de se elaborar indicadores capazes de fornecer
parâmetros na tomada de decisão. Assim sendo, a escolha de unidades de planejamento a
partir da delimitação de microbacias hidrográficas demonstram-se apropriada no estudo das
questões ambientais. Desta forma para o presente estudo que pretende realizar análises da
ocorrência da esquistossomose, possibilitando associação aos aspectos fisiográficos, a
realização de comparações entre as unidades de planejamento (UP) demonstra-se adequada.
59
4.1.1. Condicionantes Climáticos
Voltando os olhares para a questão climática (Quadro 1) é possivel verificar que
as unidades: Jacaré e Alto Piauí estão inseridas na área cuja predominância do meso-clima é o
semi-árido, marcado pelos prolongados períodos de estiagem com baixas médias
pluviométricas, que alcança, em média, 750 mm por ano. Sabendo-se que nas regiões semiáridas as coleções hídricas são afetadas provocando escassez de água e diminuição dos
ambientes aquáticos, chama a atenção o número de casos notificados na UP Jacaré, levando a
crer a existência de sistemas de irrigação rudimentar ou existência de fontes hídricas presentes
mesmos em períodos de estiagem. Grande área do município está sobre a influência do mesoclima agreste, perfazendo um percentual 60 % da área (Figura 11). É importante também
observar que os dados de temperatura (Tabela 6) apresentam médias anuais variando de 20,68
o
C (ano 2007) a 24,28 oC (ano 2008) enquanto a precipitação (Tabela 7) apresentaram médias
anuais variando de 1.065,50 mm (ano 2005) a 2.663,51 mm (ano 1999). Na construção do
modelo foram utilizados os valores do ano de 2008 obtidas das estações agrometereológicas
que por sua vez extrapolados para todo o município.
Quadro 1: Unidade de Planejamento – Meso-Clima no Município de Lagarto
UNID. DE PLANEJAMENTO
IDENTIFICAÇÃO
MESO-CLIMA
1
Rio Vaza Barris
Agreste
2
Eixo no Vaza Barris
Agreste
3
4
Rio Jacaré
Semi-Árido
Rio Lomba
Agreste
5
Belém
Agreste
6
Médio Piauí Superior
Agreste
7
Alto Piauí (a)
Semi-Árido
8
Alto Piauí (b)
Agreste
Rio Piauitinga
9
Fonte: Secretaria de Recursos Hídricos - SRH, 2003
Agreste
60
Figura 11: Unidade de Planejamento – Meso-Clima
Fonte: SRH, 2003
61
Tabela 6: Dados de Temperatura em Lagarto
MÊS
TEMPERATURA ( oC )
1999 (a)
2000 (a)
2001 (a)
2002(a)
2003 (a)
2004
2005
2006
2007
2008 (b)
JANEIRO
26,24
26,23
26,22
26,21
26,21
26,40
27,40
25,90
23,80
25,73
FEVEVEIRO
25,11
25,07
25,04
25,01
24,98
24,40
24,30
19,90
23,50
26,26
MARÇO
26,06
26,05
26,04
26,03
26,02
26,00
28,00
26,50
22,70
25,75
ABRIL
25,09
25,06
25,03
25,00
24,97
25,90
24,10
24,00
21,60
25,25
MAIO
23,02
22,98
22,93
22,89
22,85
21,70
22,90
18,00
21,00
23,65
JUNHO
22,16
22,12
22,08
22,03
21,99
23,60
19,50
20,10
18,50
22,62
JULHO
21,90
21,87
21,84
21,81
21,78
23,50
25,10
18,30
18,30
21,58
AGOSTO
21,18
21,16
21,13
21,10
21,07
23,50
19,70
18,40
18,40
21,93
SETEMBRO
21,74
21,69
21,65
21,60
21,55
21,50
23,00
16,70
15,90
22,59
OUTUBRO
22,75
22,72
22,68
22,65
22,61
18,80
20,60
21,50
21,50
24,09
NOVEMBRO
24,78
24,75
24,72
24,70
24,67
22,50
25,80
22,50
22,50
25,78
DEZEMBRO
25,07
25,04
25,01
24,98
24,95
26,70
26,70
20,50
20,50
26,12
285,10
284,74
284,37
284,01
283,65
284,50
287,10
252,30
248,20
291,35
MÉDIA ANUAL
23,76
23,73
23,70
23,67
23,64
Fonte dos dados: INPE/CPTEC/Plataforma de dados e COHIDRO - adaptado pelo autor
23,71
23,93
21,03
20,68
24,28
TOTAL
(a) - Temperatura média obtida pelo método dos mínimos quadrados (memória de cálculo – apêndice)
(b)- Temperatura média obtida mediante as observações da estação agrometeorológica do Município de Riachão do Dantas
62
Tabela 7: Dados de Precipitação em Lagarto
PRECIPITAÇÃO ( mm )
MÊS
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
JANEIRO
15,75
54,58
25,50
212,23
22,08
185,50
71,20
11,00
32,70
15,19
FEVEVEIRO
45,09
210,87
27,77
70,08
88,58
165,80
59,00
3,00
131,90
50,88
MARÇO
11,72
58,68
68,49
55,28
67,11
153,10
34,70
64,10
152,50
211,35
ABRIL
74,67
248,63
57,95
59,90
58,10
31,40
169,50
166,80
139,70
112,15
MAIO
291,18
88,01
68,43
234,11
224,52
112,20
140,20
221,50
278,90
290,71
JUNHO
JULHO
194,86
140,87
197,82
81,68
219,35
176,38
217,96
96,95
135,14
168,08
115,50
147,40
147,60
206,10
296,20
97,50
130,30
97,20
120,02
92,17
AGOSTO
187,04
125,00
145,92
76,54
103,56
126,30
154,10
133,70
133,70
76,49
SETEMBRO
65,20
135,89
105,85
45,08
65,11
77,40
16,60
75,40
74,60
78,59
OUTUBRO
149,66
5,45
137,31
7,29
105,02
3,80
7,00
25,80
25,80
40,70
NOVEMBRO
128,70
68,66
49,58
19,72
106,48
13,80
12,90
9,20
8,60
6,14
DEZEMBRO
34,89
93,69
55,56
18,54
18,69
0,00
46,60
39,70
39,70
37,21
2663,51
2683,34
2250,68
2015,13
2302,86
1132,20
1065,50
1143,90
1245,60
2248,01
MÉDIA ANUAL
221,96
223,61
187,56
167,93
Fonte dos dados: INPE/PROCLIMA e COHIDRO – adaptado pelo autor
191,91
94,35
88,79
95,33
103,80
187,33
TOTAL
63
63
Recorrendo aos estudos de Gaussen (1953), baseada na pesquisa do clima
biológico que permitiu um conhecimento mais minucioso das reais condições climáticas
existentes nas mais diferentes áreas do território nacional, mostrando uma perfeita correlação
das diferentes modalidades com os diferentes tipos de vegetação (GALVÃO, 1967), foi
possível construir diagramas capazes de identificar os períodos secos e chuvosos do
Município de Lagarto. O método baseia-se nas médias mensais da temperatura e das
precipitações durante o ano que influenciam diretamente o estado da vegetação, bem como
dos seres vivos, consiste inicialmente no estabelecimento graficamente da estação seca,
denominado de diagrama ombrotérmico no qual a precipitação (em mm) P ≤ 2T, temperatura
(em oC), e em seguida acrescida do índice xerotérnico a partir da umidade atmosférica.
No escopo do estudo apresentado, limitou-se na determinação da estação seca no
recorte temporal proposto, no sentido de verificar a correlação entre os números de registros
de casos, que por sua vez está relacionado com a dinâmica populacional dos hospedeiros
intermediários (caramujos) nos ambientes aquáticos.
Os diagramas ombrotermicos do município durante o período estudado
apresentaram longa estação chuvosa com média de 9 meses (Figura 12). No decorrer do
período de 10 anos, é possível verificar que no município os períodos secos predominam no
intervalo de Setembro a Dezembro. Observa-se que no ano de 2003, marcado por período de
chuva em todo o ano, seus índices pluviométricos atingiram 224,52 mm no mês de maio,
índices superiores a 200 mm, conforme visto em todo o período estudado, exceto no ano de
2004 (Tabela 7). Quando comparados com as notificações dos casos da doença (Quadro 2), o
ano de 2000 apresentou 439, o ano de 2001 apresentou 438 e no ano 2006 com 513 casos, ano
em que se registraram os maiores índices pluviométricos e com pico de 296,20 mm no mês de
Julho.
64
Ano de 1999
Ano de 2002
Ano de 2000
Ano de 2001
Ano de 2003
Ano de 2004
Ano de 2006
Ano de 2007
Ano de 2005
Ano de 2008
Curvas Ombrotérmicas do Município de Lagarto
Período:1999 a 2008
Período chuvoso
Período seco
Figura 12: Curvas Ombrotérmicas do Município de Lagarto - Período:1999 a 2008
Fonte: Autor
65
4.1.2. Condicionantes Hidrográficos
As Unidades de Planejamento (UP) do município de Lagarto apresentam
densidade de drenagem variando de 0,99 m /Km 2 na Bacia do Rio Piauitinga a 2,70 na Bacia
do Rio Vaza Barris (Tabela 9). Em números relativos esta amplitude não parece ser
significativa contudo levando-se em consideração a área ocupada por cada UP é possível
verificar qua as bacias do Rio Jacaré e Médio Piauí Superior representam em números
absolutos as maiores extensões de rios (o que aumenta a possibilidade de contato), bem como
as maiores concentrações de localidades
(Figura 14) que por sua vez apresentam
respectivamente os maiores registros de casos da doença com 1408 na UP do Rio Jacaré e
1120 na UP do Médio Piauí Superior. Nos seus domínios hidrogeológicos predominam o
grupo Estância, presente em uma grande extensão do município, as Formações Supurficiais
Cenozóicas, ao leste do município e com incidencia na sede do município e o domínio
Metassedimentar / Metavulcânica (Figura 13).
DOMÍNIOS HIDROGEOLÓGICOS
Formações Superf. Cenozóicas
Grupo Estância
Metacarbonatos
Metassedimentar / Metavulcânica
Cristalino
Figura 13: Hidrogeologia em Lagarto
Fonte: CPRM – Serviço Geológico do Brasil, 1997
66
Tabela 9: Unidade de Planejamento – Hidrografia
UNID. DE
PLANEJAMENTO
IDENTIFICAÇÃO
01
Rio Vaza Barris
02
ÁREA
2
(Km )
PERÍMETRO DOS RIOS
DENS. DE DRENAGEM
(m)
(m/Km2)
21.889,05
59.122,16
2,70
Eixo no Vaza Barris
132.689,91
278.271,95
2,10
03
Rio Jacaré
339.227,27
406.907,75
1,20
04
Rio Lomba
48.973,84
83.465,23
1,70
05
Belém
27.006,45
32.831,27
1,22
06
Médio Piauí Superior
183.216,80
382.898,77
2,09
07
Alto Piauí (a)
60.100,65
95.736,40
1,59
08
Alto Piauí (b)
13.630,69
26.713,27
1,96
09
Rio Piauitinga
70.692,86
70.076,59
0,99
Fonte dos dados: Secretaria de Recursos Hídricos - SRH, 2003 – adaptado pelo autor
67
Limite Unid. Planej.
HIdrografia
Figura 14: Unidade de Planejamento – Hidrografia
Fonte: SRH, 2003
68
68
4.2. Dimensão Saúde
4.2.1. Epidemiologia
A delimitação epidemiológica das áreas endêmicas no Brasil foi realizada a partir
do ano de 1975 pelo Programa Especial de Controle da Esquistossomose e vem sendo
mantido mediante a alimentação dos sistemas por parte dos municípios, e que constitui a base
de dados das áreas endêmicas e focais que determinam o direcionamento das ações da
vigilância epidemiológica. Segundo Palácios et al (2004) o setor possui alguns sistemas de
informações em operações: Sistemas de informações hospitalares e ambulatoriais, SIH-SUS e
SAI-SUS, disponibilizados pelo DATASUS; Sistema Nacional de Agravos e Notificação
(SINAN), disponibilizado pelo antigo Centro Nacional de Epidemiologia (CENEPI), atual
Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS/MS).
Os dados operacionais das atividades de vigilância e controle da esquistossomose,
“Resumo das Atividades de Coproscopia e Tratamento por Localidade – 1999 a 2008”, do
Programa de Controle da Esquistossomose (PCE), obtidos na Divisão Técnica da
Esquistossomose / Secretaria Municipal de Saúde do Município de Lagarto, foram
redistribuídos e totalizados de acordo com as unidades de planejamento, de forma a permitir
uma melhor visualização dos casos dentro do município (Quadro 2). Essas informações
passaram a fazer parte do banco de dados do SPRING que associadas às coordenadas
geográficas das localidades, possibilitaram a geração de mapas contendo os focos de doenças,
mediante a utilização da ferramenta ―Kernel Estimation‖ para a variável, número de casos de
esquistossomose registrados em cada localidade (Figura 15).
.
69
Quadro 2: Casos de Esquistossomose por Unidade de Planejamento
UNID.
PLANEJ.
IDENTIFICAÇÃO
1
Rio Vaza Barris
LOCALIDADES
Olhos D‘água
Total de Casos
REGISTROS DOS CASOS DE ESQUISTOSSOMOSES
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
15
15
0
0
0
0
0
Quirino
2
Eixo Vaza Barris Gameleiro
Pombo
Limoeiro
Total de Casos
3
Rio Jacaré
0
18
0
0
Quipé
0
0
0
Moita Redonda
0
28
0
0
28
46
0
25
71
0
2
0
0
0
2
0
7
10
0
0
5
0
12
11
21
Saco da Palma
Candeal 2
15
0
Mariquita
Bonfim
15
0
0
18
25
25
0
TOTAL
0
Mussurepe do Senhor
0
Miranda
24
24
21
Miranda de Cima
14
14
14
4
4
4
4
8
0
8
69
7
49
70
UNID.
PLANEJ.
IDENTIFICAÇÃO
LOCALIDADES
Moita
Santo Antônio
REGISTROS DOS CASOS DE ESQUISTOSSOMOSES
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
49
0
0
32
20
62
Serrinha
13
50
20
4
0
Taperinha
11
Taperinha I
2
Nobre
0
0
92
0
0
15
98
8
Tanque
Rio Jacaré
30
0
Oiteiros
3
12
0
0
5
16
2
4
0
Alto da Boa Vista
0
0
Ademar de Carvalho *
181
27
144
Prata
Laranjeiras
Caraiba
1
1
19
0
Quilombo
4
8
26
53
4
76
405
0
27
27
2
16
35
28
Brejo
Campo Criolo
81
20
Pururuca
Boeiro
TOTAL
45
69
28
0
114
18
18
71
71
UNID.
PLANEJ.
IDENTIFICAÇÃO
LOCALIDADES
Tabuleiro
REGISTROS DOS CASOS DE ESQUISTOSSOMOSES
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
21
15
0
12
16
Carro Quebrado
Várzea dos Cágados
3
Rio Jacaré
19
1
13
4
28
Serrinha
28
2
5
Belém
22
78
2
9
0
0
7
134
253
165
87
349
119
98
4
0
11
16
20
130
53
0
29
29
1408
176
0
122
122
14
0
0
92
0
92
190
43
14
0
0
136
Araça II
Total de Casos
0
176
Araça do Luizão
Total de Casos
1
17
8
Jardim Campo Novo
Sobrado
0
0
3
Brasília
Lomba
37
0
0
Varzea do Quilombo
4
0
0
Assent. Faz. Comandante
Total de Casos
0
18
Assentamento 22 de Nov.
Flecha
64
0
Carro Quebrado
Morcego
TOTAL
106
0
0
447
11
0
0
0
0
0
0
0
0
11
11
0
11
72
72
UNID.
PLANEJ.
IDENTIFICAÇÃO
LOCALIDADES
Urubutinga
REGISTROS DOS CASOS DE ESQUISTOSSOMOSES
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
12
17
Urubu Grande
Tamburil
6
Médio Piauí
Superior
Massapê
Saco Grande
Gaveão
Mariquita
Carcará
Marilope
Pindoba
Cipó
Cajazeiras
Porteira
29
11
11
1
0
1
2
2
9
2
33
5
6
37
96
1
38
47
31
3
4
1
7
14
6
16
25
1
10
0
0
0
0
19
5
0
0
26
28
29
0
0
11
0
21
34
0
0
0
18
0
22
Barroca Funda
0
1
Boticário
1
Rio da Vaca
0
28
5
15
Canto
43
14
Genipapo
107
Candeal/Tapera dos Mod.
Curralinho
TOTAL
16
2
0
0
18
11
357
25
464
0
34
10
12
73
73
UNID.
PLANEJ.
IDENTIFICAÇÃO
LOCALIDADES
Fazenda Grande
REGISTROS DOS CASOS DE ESQUISTOSSOMOSES
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
18
25
0
Pé de Serra do Quí
Boa Vista I
6
Médio Piauí
Superior
26
Assú Velho
25
Areias
10
32
25
Total de Casos
58
8
4
0
103
161
1
0
15
54
107
129
59
96
16
39
0
44
5
Várzea
Alto Piauí (A+B)
33
25
4
Borda da Mata
7/8
43
10
Luiz Freire
Rio Fundo
TOTAL
2
0
5
19
357
0
54
1120
38
142
0
2
Pindoba
0
Papagaio
15
15
Tanque
0
Brasagão
Total de Casos
9
0
0
1
4
17
43
0
3
0
47
22
0
0
0
8
38
167
0
Piauitinga
Total de Casos
Total de Casos em Lagarto
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
281
439
438
361
417
271
233
513
141
145
3239
Fonte dos dados: Programa de Controle da Esquistossomose - SMS/ vigilância Epidemiológica – adaptado pelo autor
74
74
A sequência das imagens produzidas pelas notificações dos casos de
esquistossomose aponta áreas ―quentes‖ com concentrações de notificações, como também é
possível verificar que nas áreas centrais do município, em especial as contidas na UP Médio
Piauí Superior e na UP Rio Jacaré no ano de 2008 houve um aumento da área focal (Figura
15).
75
Figura 15: Dinâmica dos Casos de Esquistossomoses - Período:1999 a 2008
Fonte: Autor
4.3. Infraestrutura
Os efeitos na saúde da população causados pela baixa cobertura dos sistemas de
abastecimento de água e esgotamento sanitário geralmente são traduzidos nos elevados custos
ambulatoriais e hospitalares no sistema de saúde pública e acabam paralelamente
influenciando nos hábitos da população que se veem obrigados a encontrar alternativas para o
acesso a água, não obstante fora dos padrões de potabilidade, para poderem atender as suas
necessidades básicas. Somando-se a essa realidade, a destinação inadequada dos seus dejetos
(esgoto a céu aberto) cria o cenário favoravel a proliferação de várias doenças de veiculação
hidrica (Figura 16), das quais se destaca a esquitossomose. É possivel perceber que no
Município de Lagarto as condições mais propícias (suprimento de água diretamente das
coleções hídricas) para o surgimento dos casos da doença no município de Lagarto, encontrase nas unidades de planejamento Vaza Barris (65,00 %), Alto Piauí (20,00%) e Jacaré
(16,50%) (Gráfico 1 e Tabela 10). Contrapondo essa situação com baixas coberturas da Rede
Pública observadas nas UP‘s Vaza Barris e Alto Piauí, a UP Jacaré (37,10%), UP Lomba
(74,20%) e UP Belém (85,20%) apresentam uma situação de cobertura melhor (Tabela 10 e
Gráfico 1). Fato que se deve por eglobar a sede do município, locais que apresentam
tradicionalmente as maiores taxas de cobertura do sistema de abastecimento de água de um
município, bem como o maior contingente de pessoas com acesso a água tratada.
77
Gráfico 1: Forma de abastecimento de água nas unidades de planejamento do município de
Lagarto-SE. As informações foram coletadas através de questionários aplicados.
Tabela 10: Infraestrutura Local nas Unidades de Planejamento – Abastecimento de Água
Vaza
Barris
Eixo V.
Barris
Rede Pública
0,00%
2,90%
37,10%
74,20%
85,20%
22,30%
0,00%
22,20%
Cisternas
20,00%
2,90%
18,70%
24,90%
14,80%
33,90%
13,30%
77,80%
Chafaris Coletivo
15,00%
82,40%
27,70%
0,90%
0,00%
39,10%
66,70%
0,00%
Água Natural
(córregos, rios, etc)
65,00%
11,80%
16,50%
0,00%
0,00%
4,70%
20,00%
0,00%
Infraestrutura
Jacaré
Lomba
Belém
Médio S.
Piauí
Alto
Piauí
Piauitinga
Abastecimento de
Água
Fonte: Questionários aplicados pelo autor em 1893 famílias
A quase inexistencia de rede pública de esgotamento sanitário tem levado a
população a utilizar fossas sépticas ou absorventes para dispor seus dejetos, tais medidas
ainda que representem baixa eficiência no tratamento do esgoto, são adequadas quando se
pretende interromper o ciclo da doença, evitando que fezes infectadas com o Shistossoma
78
mansoni cheguem as coleções hídricas. Na UP Belém verificou-se elevado percentual de
domicílios com lançamento dos esgotos a ceu aberto (23,50 %) (Gráfico 02) quando
comparados com as demais unidades, cujos valores encontram-se limitados em 11,10 %
conforme visto na UP Piauitinga (Tabela 11). Do ponto de vista biológico a presença de
esgotos lançados a cèu aberto que:
-
Em condições anaeróbicas, bactérias desnitrificantes reduzem nitratos para nitritos,
enquanto outras se encarregam de reduzir nitritos para amônia. O efeito prejudicial
da amônia tem sido assunto de grande interesse nos campos da investigação
biológica e médica. As águas que percorrem terrenos cultivados podem ser
particularmente enriquecidas com nitratos e também fosfatos, estes essenciais ao
desenvolvimento do plâncton, que servirá de alimento aos caramujos.
Conseqüentemente, em valas de irrigação e esgotos domésticos, a fauna planorbídica
é particularmente abundante. As características físico-químicas da maioria das
coleções de água encontradas nos peridomicílios estão dentro dos limites de
tolerância dos moluscos hospedeiros. A espécie B. glabrata, por exemplo, pode
tolerar faixas relativamente amplas de condutividade, íons de cálcio, sódio e
potássio, cloretos, dióxido de carbono, nitrogênio (amônia), oxigênio dissolvido,
turbidez, temperatura e pH (BRASIL,2008).
Figura 16: Ausência de saneamento básico no Bairro Ademar de Carvalho - Sede do
município de Lagarto-SE. As informações foram coletadas através de questionários
aplicados.
79
Gráfico 2: Forma de destinação do esgoto sanitário nas unidades de planejamento do
município de Lagarto-SE.
Tabela 11: Infraestrutura Local nas Unidades de Planejamento – Esgotamento Sanitário
Vaza
Barris
Eixo V.
Barris
Jacaré
Lomba
Belém
Rede Pública
0,00%
0,00%
9,00%
0,70%
2,50%
0,00%
0,00%
0,00%
Fossa (séptica /
absorvente)
95,00%
91,20%
81,00%
98,70%
74,00%
91,80%
93,30%
88,90%
A céu aberto
5,00%
8,80%
10,00%
0,60%
23,50%
8,20%
6.7%
11,10%
Infraestrutura
Médio S.
Piauí
Piauitinga
Alto Piauí
Esgotamento
Sanitário
Fonte: Questionários aplicados pelo autor em 1893 famílias
80
Em termos de infraestrutura de saneamento básico, observa-se que nos domicílios
pesquisados do município de Lagarto apresenta uma cobertura da rede pública de
abastecimento de água (Gráfico 1) significativa quando comparadas com a rede pública de
esgotamento sanitário (Gráfico 2) revelando o desafio para a municipalidade em termos de
investimentos para reverter esse quadro.
4.4. Dimensão Sócioeconômica e Cultural
O perfil sócioeconômico e cultural entre as unidades de planejamento do
Município de Lagarto revelou que os hábitos e costumes da população que de alguma forma
possibilitam ou levam a um maior contato com as coleções hídricas possivelmente infectadas
se destaca em sete variáveis a seguir comentadas.
Avaliando a variável existência de
membros da família que trabalha com lavoura irrigada (Gráfico 3), foi observado que a
atividade agrícola não corresponde a uma motivação importante para o contato com as
coleções. Em termos percentuais é possivel verificar que a taxa variou de 3,40% na UP Vaza
Barris a 22,20% na UP Piauitinga, com uma média de 8,11% ± 6,08% (Desvio Padrão) de
famílias com entes trabalhando com lavoura irrigada nas UPs (Tabela 12). É possível supor
que a localização mais próximas do meso-clima litoral úmido e a disponibilidade de água na
UP Piauitinga podem ter criado condições favoráveis a presença de lavouras irrigadas, que
por sua vez seriam favorecidas pela malha viária observada lhe permiriam o escoamento da
produção.
81
Gráfico 3: Membros da família que trabalha com lavoura irrigada nas unidades de
planejamento do município de Lagarto-SE.
Tabela 12: Perfil Sócioeconômico e Cultural nas Unidades de Planejamento - Membro(s) da
Família que Trabalha com Lavoura Irrigada
Perfil da
População
Vaza
Barris
Eixo V.
Barris
Jacaré
Lomba
Sim
5,00%
3,40%
7,30%
5,90%
10,10%
3,90%
7,10%
22,20%
Não
95,00%
96,60%
92,70%
94,10%
89,90%
96,10%
92,90%
77,80%
Belém
Médio S.
Piauí
Piauitinga
Alto Piauí
Trabalha com
lavoura irrigada
Fonte: Questionários aplicados pelo autor em 1893 famílias
82
Em termos espaciais, a existência de mananciais nas proximidades dos domicílios
aparece com um fator motivador para o contato com as águas naturais, bem como, para o
aumento da sua frequencia de contato. Nesse aspecto, qusetionada a proximidade do
domicílio dentro da percepção da população (Gráfico 4), foi possível verifcar que com
excessão da UP Lomba (69,50%) e Médio Superior Piauí (45,80%) que encontram-se com
distância acima de 1000 m, as demais unidades de planejamento apresentam-se bastante
próximas de manaciais, com 95% dos domicílios da UP Vaza Barris, 100% da UP Piauitinga,
100% na UP Alto Piauí, 96,80% na UP Eixo Vaza Barrais, 94,80% na UP Belém e 65,60% na
UP Jacaré abaixo de 1.000 m (Tabela 13). Uma situação também observada em bairros
periféricos da sede do município (Figura 17) e que constituem áreas de risco para a população
local.
Figura 17: Lagoa nas proximidades da periferia - Sede do município de Lagarto-SE.
83
Gráfico 4: Distância do domicílio ao manancial nas unidades de planejamento do município
de Lagarto-SE.
Tabela 13: Perfil Sócioeconômico e Cultural nas Unidades de Planejamento - Distância do
Domicílio ao Manancial
Perfil da
População
Vaza
Barris
Eixo V.
Barris
Jacaré
Lomba
Belém
Médio S.
Piauí
Piauitinga
Alto Piauí
Dist. do domicílio ao
manancial
< 100 m
15,80%
12,90%
28,20%
3,50%
45,50%
16,80%
23,10%
0,00%
≥100 m e < 1000m
84,20%
83,90%
37,40%
27,00%
49,40%
37,40%
76,90%
100,00%
≥ 1000 m
0,00%
3,20%
34,40%
69,50%
5,20%
45,80%
0,00%
0,00%
Fonte: Questionários aplicados pelo autor em 1893 famílias
84
O nível de escolaridades dos chefes de famílias (Pai / Mãe) é baixo (Gráfico 5),
traduzidos em poucos, quando nenhum anos de estudo em todas as unidades de planejamento.
Quando comparados o nível de escolaridade entre os chefes de família, é possível verificar um
significativo aumento tanto em termos de percentuais, quanto em número de anos de estudo
das mães em relação aos pais, chegando a atingir 3,90% de nível superior das mães da UP
Belém, enquanto o máximo alcançado para os pais foi de 1,00% na UP Lomba (Tabela 14).
Em termos gerais a UP Belém apresentou uma melhor distribuição nos níveis de escolaridade
dos chefes das famílias. A UP Alto Piauí registrou as piores taxas, chegando a 100% dos pais
e 86,70% das mães dos domicílios entrevistados sem nenhum grau de escolaridade.
85
Gráfico 5: Nível de escolaridade dos pais nas unidades de planejamento do município de
Lagarto-SE.
Tabela 14: Perfil Sócioeconômico e Cultural nas Unidades de Planejamento - Nível de
Escolaridade dos Pais
Perfil da
População
Vaza
Barris
Eixo V.
Barris
Jacaré
Lomba
Belém
Médio S.
Piauí
Alto Piauí
Piauitinga
Nível de
escolaridade do pai
Nenhuma
44,40%
60,70%
44,20%
36,90%
34,50%
48,50%
100,00%
0,00%
Fundamental
55,60%
39,30%
52,00%
57,10%
56,40%
48,00%
0,00%
100,00%
Médio
0,00%
0,00%
3,80%
5,00%
9,10%
3,00%
0,00%
0,00%
Superior
0,00%
0,00%
0,00%
1,00%
0,00%
0,50%
0,00%
0,00%
Nenhuma
22,20%
34,50%
36,80%
34,70%
40,30%
37,50%
86,70%
12,50%
Fundamental
72,20%
65,50%
55,80%
56,90%
50,60%
54,20%
13,30%
87,50%
Médio
5,60%
0,00%
6,40%
6,30%
5,20%
6,00%
0,00%
0,00%
Superior
0,00%
0,00%
1,00%
2,10%
3,90%
2,30%
0,00%
0,00%
Nível de
escolaridade da mãe
Fonte: Questionários aplicados pelo autor em 1893 famílias
86
A mobilidade da população para fora do município é baixa, destacando-se a UP
Jacaré, na qual a Sede do município está inserida, que registrou a taxa de 8,90%, ao passo que
observou-se uma tendência natural do desenvolvimento das atividades laborais nas próprias
localidades, exceto na UP Vaza Barris ( 80,00%) e na UP Alto Piauí (60,00%) com presença
de membros da família trabalhando em outras localidades do município (Gráfico 6 e Tabela
15). Daí residir uma grande dificuldade no combate da doença, haja vista a possibilidade de
ocorrer a infecção em outra localidade.
Gráfico 6: Local de trabalho do membro(s) da família nas unidades de planejamento do
município de Lagarto-SE.
Tabela 15: Perfil Sócioeconômico e Cultural nas Unidades de Planejamento – Existência de
Membro(s) da Família Trabalhando
Perfil da
População
Vaza
Barris
Eixo V.
Barris
Jacaré
Lomba
Belém
Médio S.
Piauí
Piauitinga
Alto Piauí
Exist. membro(s) da
família trabalhando
Na localidade
20,00%
97,10%
67,20%
92,50%
80,80%
87,30%
20,00%
85,70%
Fora da Localid. e
dentro do município
80,00%
2,90%
20,60%
5,50%
19,20%
9,10%
60,00%
14,30%
Fora da localidade e
do município
0,00%
0,00%
8,90%
1,80%
0,00%
0,90%
20,00%
0,00%
Fonte: Questionários aplicados pelo autor em 1893 famílias
87
Em todas as unidades de planejamento do Município de Lagarto a forma de
contato com a água contaminada mais observada foi atarvés da lavagem de roupas (Figura
18), com exceção da da UP Bélem que apresentou 64,60% dos contatos pelo hábito de pescar
(Figura 19). As unidades de planejamento em que a população apresentou maior
conscientização, afirmando não ter nenhum contato com as coleções hídricas foi a UP Jacaré
(34,70%), UP Lomba (48,30%) e Médio Superior Piauí (30,20%) (Gráfico 7 e Tabela 16).
Conforme observado, a presença de lavadeiras de roupas remetem a questão
cultural, haja vista o acesso a água tratada apresentam cobertura stisfátória na maioria das
localidades pesquisadas.
Gráfico 7: Formas de contato com os mananciais nas unidades de planejamento do município
de Lagarto-SE.
88
Tabela 16: Perfil Sócioeconômico e Cultural nas Unidades de Planejamento - Formas de
Contato com os Mananciais
Perfil da
População
Vaza
Barris
Eixo V.
Barris
Jacaré
Lomba
Belém
Médio S.
Piauí
Alto Piauí
Piauitinga
Formas de contato
com os mananciais
0,00%
Lavar roupa
79,40%
38,80%
16,70%
12,20%
43,70%
100,00%
44,40%
3,00%
7,60%
16,90%
4,90%
4,50%
0,00%
0,00%
2,90%
0,40%
0,10%
0,00%
0,00%
0,00%
0,00%
0,00%
10,10%
2,30%
3,60%
12,20%
0,00%
11,20%
0,00%
5,80%
11,90%
64,60%
5,40%
0,00%
11,10%
0,00%
0,90%
0,00%
0,00%
1,30%
0,00%
0,00%
0,00%
Tomar banho
0,00%
Lavar vasilhames
0,00%
Nadar
0,00%
Pescar
0,00%
Atravessar córregos
Explorar areia
0,00%
0,00%
0,00%
0,00%
0,00%
0,00%
0,00%
0,00%
Abastecer a casa
0,00%
0,00%
0,50%
3,00%
0,00%
0,00%
0,00%
0,00%
Lavar veículos ou
animais
33,30%
0,00%
1,10%
0,80%
0,00%
2,70%
0,00%
22,20%
Nenhum contato
66,70%
14,70%
34,70%
48,30%
14,60%
30,20%
0,00%
11,10%
Fonte: Questionários aplicados pelo autor em 1893 famílias
89
Figura 18: Lavadeiras no povoado Brejo pertencente à UP Jacaré.
Figura 19: Local de pesca e recreação da população do Assentamento Nossa Senhora
da Piedade pertencente à UP Jacaré.
90
A frequência de contato com as águas naturais (corregos, rios, tanques, lagoa)
aumenta bastante a possibilidade de infecção, sendo a exposição diária a situação mais
potencializadora para se contrair a esquistossomose. Dentre as unidades de planejamento,
chama a atenção as elevadas taxas de frequência de contato da UP Alto Piauí, em que 93,30%
afirmaram ter contato diário, seguidas da UP Vaza Barris com 46,30% (Gráfico 8 e Tabela
17). Situação oposta verificada na UP Lomba que apresentaram as menores taxas de contato
com 67,80% afirmando não ter nenhum contato, acrescidas a 8,60% de contato diário. Fato
que distancia-se bastante da média das demais unidades de planejamento qua apresenta
elevada frequência diária e semanal.
Gráfico 8: Frequência de contato com os mananciais nas unidades de planejamento do
município de Lagarto-SE.
91
Tabela 17: Perfil Sócioeconômico e Cultural nas Unidades de Planejamento – Freqüência de
Contato com os Mananciais
Perfil da
População
Vaza
Barris
Eixo V.
Barris
Jacaré
Lomba
Belém
Médio S.
Piauí
Piauitinga
Alto Piauí
Freqüência de
contato
Diária
46,20%
27,60%
20,50%
8,60%
0,00%
15,00%
93,30%
12,50%
Semanal
53,80%
3,40%
39,50%
12,90%
50,00%
35,90%
6,70%
62,50%
Quinzenal
0,00%
62,10%
12,70%
10,70%
0,00%
8,50%
0,00%
12,50%
Mensal
0,00%
0,00%
27,40%
67,80%
50,00%
40,50%
0,00%
12,50%
Fonte: Questionários aplicados pelo autor em 1893 famílias
No estudo optou-se em analisar separadamente as características do clima e
hidrografia (Quadro 3), os dados socioeconômicos (Quadro 5) e de infraestrutura (Quadro 4),
seguindo a metodologia de Batelle (1972), atribui-se pesos: 1 (baixa), 2 (baixa-média), 4
(média- alta) e 8 (alta) potencialidade para a ocorrência da doença que combinados formam o
índice de vulnerabilidade municipal.
Quadro 3: Escala de Valoração / Potencialidade das Características Fisiográficas
DENSIDADE DE DRENAGEM
2
(M/km )
POTENCIALIDADE
ESCALA DE
VALORAÇÃO
OBSERVAÇÕES
0,99 ≤ X < 1,42
BAIXA
1
O intervalo das densidades
1,42 ≤ X < 1,85
BAIXA-MÉDIA
2
de drenagem foi dividido
em 4 partes, permitindo a
associação da escala de
1,85 ≤ X < 2,27
2,27 ≤ X < 2,70
MÉDIA-ALTA
4
ALTA
8
valoração proposta
92
CLIMA
POTENCIALIDADE
ESCALA DE
VALORAÇÃO
OBSERVAÇÕES
No Semi-Árido: as elevadas
Semi-Árido
BAIXA
1
temperaturas interferem na
população dos caramujos;
Agreste
MÉDIA-ALTA
4
redução do ―habit‖ dos
caramujos.
Fonte: Autor
Quadro 4: Escala de Valoração / Potencialidade das Características da Infraestrutura
INFRAESTRUTURA
POTENCIALIDADE
ESCALA DE
VALORAÇÃO
OBSERVAÇÕES
ABASTECIMENTO DE ÁGUA
Rede Pública
BAIXA
1
Chafaris Coletivo
BAIXA
1
Cisterna
BAIXA
1
O acesso a água potável,
mediante sistema de abast.
inibem o contato com as
coleções hídricas por parte
da população.
ALTA
8
Rede Pública
BAIXA
1
Fossa (séptica/ absorv.)
BAIXA
1
A céu aberto
ALTA
8
Água Natural
ESGOTAMENTO SANITÁRIO
A disposição adequada dos
esgotos evita a
contaminação das coleções
hídricas por população
infectada.
Fonte: Autor
93
Quadro 5: Escala de Valoração / Potencialidade das Características Sócioeconômica e
Cultural
PERFIL SÓCIOECONÔNICO E
CULTURAL
POTENCIALIDADE
ESCALA DE
VALORAÇÃO
OBSERVAÇÕES
Membro(s) da família que
tabalha com lavoura irrigada
Sim
ALTA
8
Não
BAIXA
1
Nenhuma
ALTA
8
Fundamental
MÉDIA-ALTA
4
Médio
BAIXA-MÉDIA
2
Superior
BAIXA
1
Nenhuma
ALTA
8
Fundamental
MÉDIA-ALTA
4
Médio
BAIXA-MÉDIA
2
Superior
BAIXA
1
Nenhum contato
BAIXA
1
Abastecer a casa
BAIXA
1
A atividade impõe o contato
direto com as águas naturais
Nível de escolaridade do pai
Os anos de estudo exercem
influência no acesso a
informação quantos aos riscos
da doença
Nível de escolaridade do Mãe
Os anos de estudo exercem
influência no acesso a
informação quantos aos riscos
da doença
Formas de contato com os
mananciais
As formas de contatos que
colocam o corpo num maior
Lavar vasilhames
BAIXA-MÉDIA
2
tempo de exposição às águas
94
Continuação
Atravessar córregos
BAIXA-MÉDIA
2
naturais aumentam os riscos
de infecção
Lavar veículos ou animais
BAIXA-MÉDIA
2
Lavar roupa
MÉDIA-ALTA
4
Pescar
MÉDIA-ALTA
4
Tomar banho
ALTA
8
Nadar
ALTA
8
Explorar areia
ALTA
8
Freqüência de contato
POTENCIALIDADE
ESCALA DE
VALORAÇÃO
Mensal
BAIXA
1
Quinzenal
BAIXA-MÉDIA
2
Semanal
MÉDIA-ALTA
4
Diária
ALTA
8
OBSERVAÇÕES
O aumento da freqüência
de contato com as águas
Distância do domicílio ao
POTENCIALIDADE
manancial
ESCALA DE
VALORAÇÃO
≥ 1000 m
BAIXA
1
≥100 m e < 1000m
BAIXA-MÉDIA
2
MÉDIA-ALTA
4
naturais aumenta a
probabilidade de infecção
OBSERVAÇÕES
Pequenas distâncias as
coleções hídricas motivam
< 100 m
a população entrar em
contato com as águas
naturais
Fonte: Autor
Para o estabelecimento das áreas de vulnerabilidade foram associados os resultados
obtidos nas localidades estudadas, associando-as a escala de valoração da potencialidade que
refletem a importância da variável na ocorrência da doença, que por sua vez associadas às
constantes obtidas mediante a regressão linear permitiram construir o índice de
vulnerabilidade, na função estatística seguir expressa:
95
IV = A1 x (Plocal / 800) + A2
Onde:
IV = Índice de Vulnerabilidade
Plocal = Potencialidade local
A1 = Coeficiente angular
A2 = Coeficiente linear (interceptor)
IV = 0,094 x (Plocal / 800) – 0,002
É importante salientar que o índice de vulnerabilidade proposto parte da premissa
da existência do hospedeiro intermediário (caramujo) e definitivo (homem infectado).
O cálculo do índice de vulnerabilidade de cada localidade foi realizado no sistema
de planilha eletrônica ―Excel‖, mediante as operações aritméticas de multiplicação das
potencialidades de cada variável aos resultados obtidos na tabulação das respostas nas
localidades, associadas ao coeficiente angular (A1) e adicionados ao coeficiente linear (A2).
Por fim, o fatiamento dos valores (Quadro 6) e geração do mapa síntese de
vulnerabilidade do Município de Lagarto (Figura 20) O estabelecimento de uma escala
relativa de valores para a vulnerabilidade para a ocorrência da esquistossomose procurou
seguir as considerações de Becker e Elger (1996) para a determinação das áreas produtivas
(de consolidação e expansão) e áreas críticas (de preservação e recuperação).
96
Quadro 6: Índice de Vulnerabilidade (IV) do Município de Lagarto
VALORAÇÃO DO ÍNDICE
MAGNITUDE DO ÍNDICE
0,425 a 0,724
Baixa Vulnerabilidade
0,725 a 1,023
Média Vulnerabilidade
1,024 a 1,322
Média-Alta Vulnerabilidade
Acima de 1,322
Alta Vulnerabilidade
TOPOLOGIA
Na geração do mapa síntese da vulnerabilidade optou-se pela ferramenta de
análise por valor único da variável do SPRING, de forma a apresentar uma topologia gradual
de intensidade da cor vermelha.
97
ALTA
MÉDIA-ALTA
MÉDIA
BAIXA
Figura 20: Áreas de Vulnerabilidade no Município de Lagarto
Fonte: Autor
98
5. DISCUSSÃO
Ribeiro et AL (2002) revela que a Esquistosomose é um sério problema de saúde
pública que apresenta o maior índice de casos na região Nordeste. A partir do que foi
coletado durante a pesquisa realizada, comprova a prevalência de casos de Esquistossomose
em grandes extensões de áreas do município, inclusive na Sede de Lagarto, localizada no
estado de Sergipe, na região Nordeste do país. Mister aqui ressaltar que a unidade de maior
índice de incidência (1.408 casos) nesse município foi a UP jacaré, localizada numa região de
meso-clima semi-árido, seguida da UP Médio Superior Piauí, localizada na região agreste do
município com 1.120 casos notificados de esquistossomose nos últimos 10 anos.
Somando-se a este fato, há também que se considerar a situação sócio-econômica
desta população que, mesmo estando inserida num contexto de um município de extrema
importância para a economia do estado, os maiores índices da doença se manifestaram nas
localidades nas quais o nível de escolaridade da população era muito baixo e vinculados à
atividade agrícola, além de estarem em zonas em que o saneamento básico e infra-estrutura se
saneamento praticamente inexistia.
Para corroborar esta relação, Mendonça (2002) diz que é preciso notar que há
uma interação direta entre os impactos e fenômenos de ordem natural e as condições
sócioeconômicas-tecnológicas das diversas sociedades humanas; aquelas com menor poder
aquisitivo encontram-se mais expostas aos riscos. Desta forma, estão mais vulneráveis em
relação às que tem melhores condições.
No estudo aqui realizado, observou-se que o município apresentou períodos de
chuvosos superiores aos de estiagem, registrando volume de chuvas anuais variando de
2.663,51 mm (ano de 2000) e 1.065,50 mm (ano de 2005), de forma a favorecer a manutenção
dos ambientes aquáticos dos caramujos, e que nas UP do Rio Jacaré e do Médio Piauí
Superior onde se encontra maior concentração populacional, acaba por contribuir para os
elevados índices da doença nessas áreas. No mais, não foi possível identificar uma correlação
direta entre a variação do número de casos notificados e os períodos de chuvas e estiagem.
99
Em relação à questão de maior extensão de bacia hidrográfica promover uma
maior incidência da doença, verificou-se que na UP do Rio Jacaré, cujo perímetro do rio é de
406.907,75m, sendo a maior em relação às demais. Conceição (1976) também encontra, em
seus estudos, que em Capitão Andrade (Minas Gerais), 98% dos pacientes hepatoestêmicos
relatavam ter contatos mais freqüentes com águas naturais.
Em se tratando de principal atividade econômica das localidades cujo índice da
doença é mais alto, Coura –Filho et all (1994) revelam que, em seus estudos, a atividade
agrícola peridomiciliar com risco atribuível populacional (RAP) de 29,93%, a distância
(<10m) da residência à fonte da água natural (RAP=25,93%) e pescar semanalmente
(RAP=17,21%) como sendo responsáveis por infecções na área rural. Já na urbana, os
mesmos autores revelam que foi nadar semanalmente (RAP=20,71%), exercer atividade
agrícola peridomiciliar diariamente (RAP=4,07%) e não ter água potável intradomiciliar
(RAP=4,29%) foram responsáveis por infecções.
Outro fato de extrema relevância citado por este mesmo autor (1995) é que existe
uma maior tendência dos indivíduos de áreas rurais terem em torno de 70% dos contatos com
águas naturais em atividades profissionais (agricultura e domésticas); na área urbana este
percentual é observado por motivo de lazer.
Associado a este fator está também o fato de que, quando as localidades estão
mais distantes da área urbana, uma questão de forte predominância da doença é por estas
comunidades não serem abastecidas com água tratada, não terem um saneamento básico
adequado, visto que, por falta deste o escoamento dos resíduos vai todo para as bacias
hidrográficas e, assim, infectando os rios locais.
Neste estudo, as UPs do Vaza Barris e Belém é que estão menos afetadas pela
doença, no entanto, apresentam as piores taxas de cobertura no saneamento básico,
observando-se uma discrepância entre esgotamento sanitário e de abastecimento de água
tratada. Enquanto 65% a população UP Vaza Barris não dispõem de água tratada, 100% da
100
população da UP Belém possui, ao passo que 23,50% da mesma faz a destinação a céu aberto
do esgoto domestico, diferentemente da UP Vaza Barris em que 5% da população fazem a
destinação inadequada dos seus esgotos.
Entretanto, o nosso estudo evidencia que a UP de Jacaré, por englobar a sede do
município, tem uma boa cobertura da Rede Pública, com saneamento básico adequado, mas
tem um índice de prevalência da doença bem maior que as demais UPs. É importante observar
os bairros nos quais se registraram casos da doença encontram-se em áreas periféricas da sede
do município, onde fica visível a falta de saneamento básico e presença de rios e lagoas.
Assim sendo, demonstrando a existências de focos dentro da Sede do município.
Coura-Filho et al (1995) em seus estudos, revelaram que na localidade de
Lavapés, na cidade de Minas Gerais, ocorreu os maiores riscos de infecção por falta de
saneamento, maior proximidade das casas a córregos infestados por cercarias de S.mansoni, o
que facilita a infecção das donas-de-casa em atividades domésticas e dos homens na prática
de extração de areia.
Também Rozemberg (1994), em seus estudos, revela que a maior incidência das
doenças se dar em homens (95,6%) e mulheres (97,8%) lavradores, sendo que estas últimas
são também donas de casa.
Coura-Filho et all (1995) ao citarem Barbosa (1968) revelam que as diversas
formas de organização social de uma sociedade (biótipos associados ao modo de vida, lazer,
cultura, trabalho etc) interagem numa rede de influências que definem o perfil epidemiológico
da esquistossomose.
No nosso estudo, a maior incidência se dá em pessoas que pescam e tomam
banho e das mulheres que utilizam a água dos rios para seus afazeres domésticos e, quase
sempre, necessitam se deslocar para os estuários dos mesmos para o hábito diário de lavar
roupas. Nesse momento, seguem acompanhadas de seus filhos que ali também têm contato
com a água dos rios já infestada.
101
Um fato interessante que aqui deve ser ressaltado é com relação à UP Jacaré que,
como já visto anteriormente, sempre se contrapõe aos resultados encontrados, voltando a
reafirmar ao fato por ser onde está a sede do município. Mais uma vez, este contraponto se
enfatiza pelo fato de a população lá está mais conscientizada com relação à doença e sua
prevenção, mas, paradoxalmente, apresenta elevados índices de incidência da mesma.
Outro fato que merece destaque é com relação à alta freqüência de contato com as
bacias hidrográficas, promovendo, assim o maior contato com a doença. Este fato se dá,
dentre outras motivações por estarem os mananciais bem próximos dos domicílios (abaixo de
1.000 m), o que motiva um contato mais freqüente.
Diante do que aqui foi exposto, é de fundamental importância que seja feito um
trabalho efetivo por parte do Setor Público no sentido de conscientizar a população ainda mais
dos perigos que a esquistossomose tem para a saúde do indivíduo e para a saúde coletiva.
Nesse sentido, é de fundamental importância ser feito um trabalho educativo a fim de
evidenciar os malefícios da doença para a vida do indivíduo.
Além do mais, a prevenção deve ser focalizada no sentido de evitar a proliferação
da mesma. Para tanto, deve-se investir ainda mais no saneamento básico e no fornecimento de
água tratada à população, principalmente nas zonas periféricas, para que se possa reverter o
atual quadro em que se encontra o município em relação a esta doença.
Apesar da questão cultural que deve ser levada em consideração, justamente pelo
fato de a população se utilizar dos elementos naturais (rios) para seus hábitos diários, é de
fundamental importância se trabalhar a preservação ambiental, desde os rios, pois, quando
utilizados de forma ineficiente e poluídos pelos esgotos, terminam por não mais servirem
beneficamente à população, tornando-se focos de muitas doenças, principalmente da
Esquistossomose.
102
Fonseca et Al (2007), em estudo realizado no Estado de Minas Gerais
correlacionou 43 variáveis com a variável prevalência de casos de esquistossomose, a partir
de uma análise de regressão multivariada selecionada das variáveis que melhor explicava a
prevalência. O presente trabalho se distância do supracitado, haja vista a análise e regressão
linear utilizada correlaciona uma variável (potencialidade local) com o objetivo de estabelecer
uma relação entre o índice de vulnerabilidade proposto e a prevalência de casos de
esquistossomose observado nas localidades, seguida da construção de uma grade de
interpolação gerada pelo estimador ―Kernel‖ para a elaboração de um mapa síntese das áreas
de vulnerabilidade a partir do fatiamento dos valores espacializados. O resultado final foi
satisfatório, possibilitando identificar zonas que mesmo sem notificações ao longo do período
de 10 anos, apresentam fatores que combinados podem favorecer o surgimento de novos
focos. Alem disso, essa proposta também poderá ser testada em outras áreas do Estado de
Sergipe e Brasil como possibilidade de serem utilizadas como preditoras de áreas de risco de
ocorrência da Esquistossomose.
É de fundamental importância, depois de produzir um mapa síntese do
zoneamento das áreas vulneráveis, promover uma investigação nas localidades em que se
revelaram mais vulneráveis, de forma que possa implementar medidas emergenciais para a
reversão do atual quadro local, bem como das áreas com potencial de surgimento de novos
focos.
103
6. CONCLUSÕES
Com a análise geoambiental construída a partir de dados representativos obtidos
dos registros dos casos da doença de Esquistossomose ocorridos num intervalo de tempo,
associados às informações obtidas apartir da aplicação dos questionários foi possivel propor
um zoneamento das áreas dentro do município onde a população encontra-se mais vulnerável.
1. Os dados físiográficos, das ações de saneamento ambiental, epidemiológica,
socioeconômicos e culturais das localidades, tratados mediante métodos estatísticos
foram capazes de apontar quais fatores que combinados potencializam a
manifestação da doença, dando pistas para responder as causas que tornaram o
município de Lagarto uma área historicamente endêmica. De acordo com está
análise o presente estudo verificou que as variáveis: contato com fontes hídricas
naturais, frequência de contato, distância do manancial hídrico e ausência de
abastecimento de água são importantes para determinar a vulnerabilidade do
município e mapear as áreas de maior risco de ocorrência de esquistossomose
2. Ao analisarmos cada variável, separadamente, após o georreferenciamento
(coordenadas geográficas das localidades), demonstramos que é possível elaborar
mapas temáticos e matrizes capazes de prever a ocorrência da doença entre as
diversas localidades do município, de forma a direcionar as ações da saúde pública
para obter melhores resultados no controle da esquistossomose no Município de
Lagarto.
104
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112
APÊNDICES
113
No DE IDENTIFICAÇÃO
QUESTIONÁRIO DE PESQUISA
LOCALIZAÇÃO DO DOMICÍLIO
LOCALIZAÇÃO DOS CORPOS HÍDRICOS
POVOADO
DISTÂNCIA DO DOMICÍLIO AO CÓRREGO
RUA / N o
≥100 m e < 1000m
< 100 m
Coordenadas
Datum SAD 69
X
X
Y
Y
≥ 1000 m
REFERÊNCIA LOCAL
CARACTERISTICA DA POPULAÇÃO
1. Total de residentes no domicílio
_______ habitantes
2. Membro(s) da família que Trabalha com lavoura irrigada
3.
Sim
Não
Nível de Escolaridade dos residentes ( 1-Nenhuma, 2- Fundamental, 3 - Média, 4- Superior)
Pai
Mãe
Filho7
Filho1
Filho8
Filho9
Filho2
Filho3
Filho10
Filho4
Outro Parente
Filho5
Outro Parente
Filho6
Outro Parente
4. Existência de membro(s) da família trabalhando
Na localidade
Fora da Localidade e dentro do município
Fora da localid. e do município
5. Formas de contato com os mananciais
Lavar roupa
Tomar banho
Explorar areia
Lavar vasilhames
Abastecer a casa
Nadar
Pescar
Atravessar córregos
Lavar veículos ou animais
Nenhum contato
6. Freqüência de contato
Diária
Semanal
Quinzenal
7. Algum residente já foi tratado de esquistossomose
Mensal
Sim
Não
8. Faixa etária e quantos residentes infectados
0 – 4 / __
5 - 9 / ___
10 - 14/ ___
15 – 19 / __
20 – 29 / ___
30 – 49 /___
≥ 50 /___
9. Como descobriu que estava com a doença
Exame clínico
Através de sintomas
CARCTERISTICA DO DOMICÍLIO
10. Forma de abastecimento de água no domicílio
Rede pública
Cisternas
Chafariz coletivo
Água natural (córregos, rios, lagoa)
11. Forma de destinação dos dejetos no domicílio
Rede pública
Fossa (séptica / absorvente)
A céu aberto
114
MUNICÍPIO DE LAGARTO
Frequency Table
Distância do domicílio ao córrego
Frequency
Valid
Valid Percent
Cumulative
Percent
abaixo de 100 metros
258
14,3
18,6
entre 100 e 1.000 metros
505
28,1
36,4
55,0
acima de 1.000 metros
624
34,7
45,0
100,0
1387
77,1
100,0
411
22,9
1798
100,0
Total
Missing
Percent
System
Total
18,6
Total de residentes no domicílio
Frequency
Valid
Valid Percent
Cumulative
Percent
1
138
7,7
8,0
8,0
2
303
16,9
17,5
25,5
3
409
22,7
23,6
49,1
4
364
20,2
21,0
70,1
5
254
14,1
14,7
84,8
6
117
6,5
6,8
91,6
7
67
3,7
3,9
95,4
8
41
2,3
2,4
97,8
9
23
1,3
1,3
99,1
10
9
,5
,5
99,7
11
5
,3
,3
99,9
19
1
,1
,1
100,0
1731
96,3
100,0
67
3,7
1798
100,0
Total
Missing
Percent
System
Total
Membro(s) da família que trabalha com lavoura irrigada
Valid
Sim
Frequency
101
Percent
5,6
Valid Percent
6,3
Cumulative
Percent
6,3
Não
1492
83,0
93,5
99,9
100,0
2
Total
Missing
Total
System
2
,1
,1
1595
88,7
100,0
203
11,3
1798
100,0
115
Nível de escolaridade - Pai
Frequency
Valid
Valid Percent
Cumulative
Percent
Nenhuma
589
32,8
43,5
43,5
Fundamental
704
39,2
52,0
95,6
54
3,0
4,0
99,6
100,0
Média
Superior
Total
Missing
Percent
System
Total
6
,3
,4
1353
75,3
100,0
445
24,7
1798
100,0
Nível de escolaridade - Mãe
Frequency
Valid
Valid Percent
Cumulative
Percent
Nenhuma
594
33,0
37,0
37,0
Fundamental
92,5
891
49,6
55,5
Média
94
5,2
5,9
98,3
Superior
27
1,5
1,7
100,0
1606
89,3
100,0
192
10,7
1798
100,0
Total
Missing
Percent
System
Total
Nível de escolaridade - Filho1
Valid
Frequency
242
Percent
13,5
Valid Percent
18,3
Cumulative
Percent
18,3
Fundamental
882
49,1
66,6
84,8
Média
186
10,3
14,0
98,9
15
,8
1,1
100,0
1325
73,7
100,0
Nenhuma
Superior
Total
Missing
System
Total
473
26,3
1798
100,0
Nível de escolaridade - Filho2
Valid
Nenhuma
Fundamental
Média
Superior
Total
Missing
Total
System
Frequency
159
Percent
8,8
Valid Percent
17,5
Cumulative
Percent
17,5
643
35,8
71,0
88,5
98
5,5
10,8
99,3
100,0
6
,3
,7
906
50,4
100,0
892
49,6
1798
100,0
116
Nível de escolaridade - Filho3
Frequency
Valid
Valid Percent
Cumulative
Percent
Nenhuma
126
7,0
24,7
24,7
Fundamental
342
19,0
67,1
91,8
40
2,2
7,8
99,6
100,0
Média
Superior
Total
Missing
Percent
System
Total
2
,1
,4
510
28,4
100,0
1288
71,6
1798
100,0
Nível de escolaridade - Filho4
Valid
Nenhuma
Fundamental
Média
Superior
Total
Missing
System
Total
Frequency
69
Percent
3,8
Valid Percent
27,9
Cumulative
Percent
27,9
165
9,2
66,8
94,7
12
,7
4,9
99,6
1
,1
,4
100,0
100,0
247
13,7
1551
86,3
1798
100,0
Nível de escolaridade - Filho5
Valid
Nenhuma
Fundamental
Média
Total
Missing
System
Total
Cumulative
Percent
29,7
Frequency
38
Percent
2,1
Valid Percent
29,7
84
4,7
65,6
95,3
6
,3
4,7
100,0
100,0
128
7,1
1670
92,9
1798
100,0
Nível de escolaridade - Filho6
Valid
Nenhuma
Fundamental
Missing
Total
Frequency
22
Percent
1,2
Valid Percent
32,8
Cumulative
Percent
32,8
42
2,3
62,7
95,5
100,0
Média
3
,2
4,5
Total
67
3,7
100,0
System
1731
96,3
1798
100,0
117
Nível de escolaridade - Filho7
Frequency
Valid
Valid Percent
Cumulative
Percent
Nenhuma
10
,6
37,0
Fundamental
13
,7
48,1
85,2
4
,2
14,8
100,0
100,0
Média
Total
Missing
Percent
System
Total
27
1,5
1771
98,5
1798
100,0
37,0
Nível de escolaridade - Filho8
Frequency
Valid
Valid Percent
Cumulative
Percent
Nenhuma
4
,2
40,0
Fundamental
5
,3
50,0
90,0
Média
1
,1
10,0
100,0
100,0
Total
Missing
Percent
System
Total
10
,6
1788
99,4
1798
100,0
40,0
Nível de escolaridade - Filho9
Frequency
Valid
Valid Percent
Cumulative
Percent
Nenhuma
1
,1
25,0
25,0
Fundamental
3
,2
75,0
100,0
100,0
Total
Missing
Percent
System
Total
4
,2
1794
99,8
1798
100,0
Nível de escolaridade - Filho10
Frequency
Valid
Total
Valid Percent
Cumulative
Percent
Nenhuma
1
,1
16,7
Fundamental
3
,2
50,0
66,7
Média
2
,1
33,3
100,0
100,0
Total
Missing
Percent
System
6
,3
1792
99,7
1798
100,0
16,7
118
Nível de escolaridade - Outro Parente1
Frequency
Valid
Valid Percent
Cumulative
Percent
Nenhuma
45
2,5
33,8
Fundamental
79
4,4
59,4
93,2
9
,5
6,8
100,0
100,0
Média
Total
Missing
Percent
System
Total
133
7,4
1665
92,6
1798
100,0
33,8
Nível de escolaridade - Outro Parente2
Frequency
Valid
Valid Percent
Cumulative
Percent
Nenhuma
16
,9
36,4
36,4
Fundamental
28
1,6
63,6
100,0
100,0
Total
Missing
Percent
System
Total
44
2,4
1754
97,6
1798
100,0
Nível de escolaridade - Outro Parente3
Valid
Percent
,2
Valid Percent
26,7
Fundamental
9
,5
60,0
86,7
Média
2
,1
13,3
100,0
100,0
Nenhuma
Total
Missing
Cumulative
Percent
26,7
Frequency
4
System
Total
15
,8
1783
99,2
1798
100,0
Existência de Membro(s) da família trabalhando
Valid
Não informado
Na localidade
Total
Percent
2,1
Valid Percent
2,3
Cumulative
Percent
2,3
1283
71,4
81,3
83,6
Fora da localidade e
dentro do município
198
11,0
12,5
96,1
Fora da localidade e
do município
61
3,4
3,9
100,0
1579
87,8
100,0
Total
Missing
Frequency
37
System
219
12,2
1798
100,0
119
Formas de contato com os mananciais
Valid
Lavar roupa
Tomar banho
Lavar vasilhames
Percent
29,3
Valid Percent
32,0
Cumulative
Percent
32,0
172
9,6
10,4
42,4
4
,2
,2
42,6
Nadar
101
5,6
6,1
48,8
Pescar
181
10,1
11,0
59,8
Atravessar córregos
Abastecer a casa
Lavar veículos
animais
ou
Nenhum contato
Total
Missing
Frequency
526
System
Total
8
,4
,5
60,3
24
1,3
1,5
61,7
21
1,2
1,3
63,0
609
33,9
37,0
100,0
1646
91,5
100,0
152
8,5
1798
100,0
Formas de contato com os mananciais
Frequency
Valid
Lavar roupa
Cumulative
Percent
,2
,7
,7
314
17,5
57,5
58,2
7
,4
1,3
59,5
Nadar
47
2,6
8,6
68,1
Pescar
138
7,7
25,3
93,4
13
,7
2,4
95,8
7
,4
1,3
97,1
15
,8
2,7
99,8
100,0
Lavar vasilhames
Atravessar córregos
Abastecer a casa
Lavar veículos
animais
Nenhum contato
Total
Total
Valid Percent
4
Tomar banho
Missing
Percent
System
ou
1
,1
,2
546
30,4
100,0
1252
69,6
1798
100,0
120
Formas de contato com os mananciais
Frequency
Valid
Tomar banho
Valid Percent
Cumulative
Percent
1
,1
,3
,3
115
6,4
36,4
36,7
Nadar
63
3,5
19,9
56,6
Pescar
56
3,1
17,7
74,4
Atravessar córregos
20
1,1
6,3
80,7
Abastecer a casa
32
1,8
10,1
90,8
29
1,6
9,2
100,0
316
17,6
100,0
Lavar vasilhames
Lavar veículos
animais
ou
Total
Missing
Percent
System
Total
1482
82,4
1798
100,0
Formas de contato com os mananciais
Valid
Nadar
Frequency
29
Percent
1,6
Valid Percent
14,9
Cumulative
Percent
14,9
45
2,5
23,1
37,9
7
,4
3,6
41,5
92
5,1
47,2
88,7
22
1,2
11,3
100,0
195
10,8
100,0
Pescar
Atravessar córregos
Abastecer a casa
Lavar veículos
animais
ou
Total
Missing
System
Total
1603
89,2
1798
100,0
Frequência de contato com os mananciais
Frequency
Valid
Missing
Total
Percent
Valid Percent
Cumulative
Percent
Diária
187
10,4
19,8
19,8
Semanal
261
14,5
27,6
47,4
Quinzenal
101
5,6
10,7
58,0
Mensal
397
22,1
42,0
100,0
Total
946
52,6
100,0
System
852
47,4
1798
100,0
121
Algum residente já foi tratado de esquistossomose
Valid
Missing
Valid Percent
27,7
Cumulative
Percent
27,7
65,7
72,3
100,0
90,8
100,0
Sim
Frequency
452
Percent
25,1
Não
1181
Total
1633
165
9,2
1798
100,0
System
Total
Residentes na Faixa etária de 0 a 4 anos infectados
Valid
1
Frequency
50
Percent
2,8
Valid Percent
98,0
Cumulative
Percent
98,0
2
1
,1
2,0
100,0
100,0
Total
Missing
System
Total
51
2,8
1747
97,2
1798
100,0
Residentes na Faixa etária de 5 a 9 anos infectados
Frequency
Valid
1
Missing
System
4
Total
Percent
,2
1794
99,8
1798
100,0
Valid Percent
Cumulative
Percent
100,0
100,0
Residentes na Faixa etária de 10 a 14 anos infectados
Frequency
Valid
1
18
2
Total
Missing
System
Total
Percent
1,0
Valid Percent
94,7
94,7
100,0
1
,1
5,3
19
1,1
100,0
1779
98,9
1798
100,0
Cumulative
Percent
Residentes na Faixa etária de 15 a 19 anos infectados
Frequency
Valid
1
Missing
System
Total
38
Percent
2,1
1760
97,9
1798
100,0
Valid Percent
100,0
Cumulative
Percent
100,0
122
Residentes na Faixa etária de 20 a 29 anos infectados
Frequency
Valid
1
78
2
Total
Missing
System
Total
Percent
Valid Percent
4,3
94,0
94,0
100,0
5
,3
6,0
83
4,6
100,0
1715
95,4
1798
100,0
Cumulative
Percent
Residentes na Faixa etária de 30 a 49 anos infectados
Frequency
Valid
1
163
2
Total
Missing
System
Total
Percent
Valid Percent
9,1
Cumulative
Percent
93,7
93,7
100,0
11
,6
6,3
174
9,7
100,0
1624
90,3
1798
100,0
Residentes na Faixa etária acima de 50 anos infectados
Frequency
Valid
1
99
2
Total
Missing
System
Total
Percent
Valid Percent
5,5
Cumulative
Percent
97,1
97,1
100,0
3
,2
2,9
102
5,7
100,0
1696
94,3
1798
100,0
Como descobriu que estava com a doença
Valid
Exame clínico
Através dos sintomas
Total
Missing
Total
System
Frequency
388
Percent
21,6
Valid Percent
98,0
Cumulative
Percent
98,0
100,0
8
,4
2,0
396
22,0
100,0
1402
78,0
1798
100,0
123
Formas de abastecimento de água no domicílio
Valid
Frequency
870
Percent
48,4
Valid Percent
50,4
Cumulative
Percent
50,4
Cisternas
408
22,7
23,7
74,1
Chafariz coletivo
296
16,5
17,2
91,2
Água natural (córregos,
rios , lagoa)
151
8,4
8,8
100,0
1725
95,9
100,0
73
4,1
1798
100,0
Rede Pública
Total
Missing
System
Total
Formas de abastecimento de água no domicílio
Valid
Cisternas
Frequency
78
Percent
4,3
Valid Percent
30,7
Cumulative
Percent
30,7
Chafariz coletivo
Missing
23
1,3
9,1
39,8
Água natural (córregos,
rios , lagoa)
153
8,5
60,2
100,0
Total
254
14,1
100,0
System
Total
1544
85,9
1798
100,0
Formas de destinação dos dejetos no domicílio
Frequency
Valid
Rede pública
Fossa (séptica /
absorvente)
A céu aberto
Total
Missing
Total
System
Percent
Valid Percent
Cumulative
Percent
58
3,2
3,4
3,4
1539
85,6
89,5
92,8
100,0
123
6,8
7,2
1720
95,7
100,0
78
4,3
1798
100,0
124
UNIDADE DE PLANEJAMENTO: VAZA BARRIS
Frequency Table
Distância do domicílio ao córrego
Valid
Frequency
3
Percent
15,0
Valid Percent
15,8
Cumulative
Percent
15,8
entre 100 e 1.000 metros
16
80,0
84,2
100,0
Total
19
95,0
100,0
1
5,0
20
100,0
abaixo de 100 metros
Missing
System
Total
Total de residentes no domicílio
Valid
1
Frequency
1
Percent
5,0
Valid Percent
5,0
Cumulative
Percent
5,0
3
8
40,0
40,0
45,0
4
6
30,0
30,0
75,0
5
3
15,0
15,0
90,0
7
1
5,0
5,0
95,0
100,0
10
Total
1
5,0
5,0
20
100,0
100,0
Membro(s) da família que trabalha com lavoura irrigada
Valid
Percent
5,0
Valid Percent
5,0
Cumulative
Percent
5,0
100,0
Sim
Frequency
1
Não
19
95,0
95,0
Total
20
100,0
100,0
Nível de escolaridade - Pai
Frequency
Valid
Missing
Total
Nenhuma
Percent
8
40,0
Fundamental
10
Total
18
System
Valid Percent
Cumulative
Percent
44,4
44,4
50,0
55,6
100,0
90,0
100,0
2
10,0
20
100,0
125
Nível de escolaridade - Mãe
Valid
Nenhuma
Frequency
4
Percent
20,0
Valid Percent
22,2
Cumulative
Percent
22,2
13
65,0
72,2
94,4
100,0
Fundamental
Missing
Média
1
5,0
5,6
Total
18
90,0
100,0
2
10,0
20
100,0
System
Total
Existência de Membro(s) da família trabalhando
Valid
Frequency
4
Percent
20,0
Valid Percent
20,0
Cumulative
Percent
20,0
Fora da localidade e
dentro do município
16
80,0
80,0
100,0
Total
20
100,0
100,0
Na localidade
Formas de contato com os mananciais
Frequency
Valid
Valid Percent
Cumulative
Percent
Lavar veículos ou
animais
1
5,0
33,3
33,3
Nenhum contato
2
10,0
66,7
100,0
100,0
Total
Missing
Percent
System
Total
3
15,0
17
85,0
20
100,0
Frequência de contato com os mananciais
Frequency
Valid
Total
Valid Percent
Cumulative
Percent
Diária
6
30,0
46,2
46,2
Semanal
7
35,0
53,8
100,0
13
65,0
100,0
Total
Missing
Percent
System
7
35,0
20
100,0
126
Formas de abastecimento de água no domicílio
Valid
Cisternas
Frequency
4
Percent
20,0
Valid Percent
20,0
Cumulative
Percent
20,0
Chafariz coletivo
3
15,0
15,0
35,0
Água natural (córregos,
rios , lagoa)
13
65,0
65,0
100,0
Total
20
100,0
100,0
Formas de destinação dos dejetos no domicílio
Frequency
Valid
Fossa (séptica /
absorvente)
A céu aberto
Total
19
Percent
95,0
Valid Percent
Cumulative
Percent
95,0
95,0
100,0
1
5,0
5,0
20
100,0
100,0
127
UNIDADE DE PLANEJAMENTO: EIXO VAZA BARRIS
Frequency Table
Distância do domicílio ao córrego
Frequency
Valid
abaixo de 100 metros
entre 100 e 1.000 metros
acima de 1.000 metros
Total
Missing
System
Total
Percent
Valid Percent
Cumulative
Percent
4
11,8
12,9
26
76,5
83,9
12,9
96,8
1
2,9
3,2
100,0
31
91,2
100,0
3
8,8
34
100,0
Total de residentes no domicílio
Frequency
Valid
Percent
Valid Percent
Cumulative
Percent
1
5
14,7
14,7
14,7
2
4
11,8
11,8
26,5
3
9
26,5
26,5
52,9
4
3
8,8
8,8
61,8
5
6
17,6
17,6
79,4
6
5
14,7
14,7
94,1
7
1
2,9
2,9
97,1
10
1
2,9
2,9
100,0
34
100,0
100,0
Total
Membro(s) da família que trabalha com lavoura irrigada
Valid
Missing
Total
Valid Percent
3,4
Cumulative
Percent
3,4
82,4
96,6
100,0
85,3
100,0
Sim
Frequency
1
Percent
2,9
Não
28
Total
29
System
5
14,7
34
100,0
128
Nível de escolaridade - Pai
Valid
Missing
Frequency
17
Percent
50,0
Valid Percent
60,7
Cumulative
Percent
60,7
Fundamental
11
32,4
39,3
100,0
Total
28
82,4
100,0
6
17,6
34
100,0
Nenhuma
System
Total
Nível de escolaridade - Mãe
Valid
Missing
Frequency
10
Percent
29,4
Valid Percent
34,5
Cumulative
Percent
34,5
Fundamental
19
55,9
65,5
100,0
Total
29
85,3
100,0
5
14,7
34
100,0
Nenhuma
System
Total
Existência de Membro(s) da família trabalhando
Frequency
Valid
Na localidade
Fora da localidade e
dentro do município
Total
Percent
Valid Percent
Cumulative
Percent
33
97,1
97,1
97,1
1
2,9
2,9
100,0
34
100,0
100,0
Formas de contato com os mananciais
Valid
Frequency
27
Percent
79,4
Valid Percent
79,4
Cumulative
Percent
79,4
Tomar banho
1
2,9
2,9
82,4
Lavar vasilhames
1
2,9
2,9
85,3
Nenhum contato
5
14,7
14,7
100,0
34
100,0
100,0
Lavar roupa
Total
129
Frequência de contato com os mananciais
Frequency
Valid
Cumulative
Percent
Valid Percent
Diária
8
23,5
27,6
27,6
Semanal
1
2,9
3,4
31,0
Quinzenal
Missing
Percent
9
26,5
31,0
62,1
Mensal
11
32,4
37,9
100,0
Total
29
85,3
100,0
5
14,7
34
100,0
System
Total
Formas de abastecimento de água no domicílio
Valid
Frequency
1
Rede Pública
Cisternas
Chafariz coletivo
Água natural (córregos,
rios , lagoa)
Total
Percent
2,9
Valid Percent
2,9
Cumulative
Percent
2,9
1
2,9
2,9
5,9
28
82,4
82,4
88,2
4
11,8
11,8
100,0
34
100,0
100,0
Formas de destinação dos dejetos no domicílio
Frequency
Valid
Fossa (séptica /
absorvente)
A céu aberto
Total
31
Percent
91,2
Valid Percent
Cumulative
Percent
91,2
91,2
100,0
3
8,8
8,8
34
100,0
100,0
130
UNIDADE DE PLANEJAMENTO: JACARE
Frequency Table
Distância do domicílio ao córrego
Frequency
Valid
Missing
Percent
Valid Percent
Cumulative
Percent
abaixo de 100 metros
131
22,7
28,2
entre 100 e 1.000 metros
174
30,2
37,4
65,6
acima de 1.000 metros
160
27,7
34,4
100,0
Total
465
80,6
100,0
System
112
19,4
577
100,0
Total
28,2
Total de residentes no domicílio
Frequency
Valid
Valid Percent
Cumulative
Percent
1
36
6,2
6,3
6,3
2
102
17,7
17,8
24,0
3
129
22,4
22,5
46,5
4
136
23,6
23,7
70,2
5
86
14,9
15,0
85,2
6
35
6,1
6,1
91,3
7
19
3,3
3,3
94,6
8
16
2,8
2,8
97,4
9
5
,9
,9
98,3
10
6
1,0
1,0
99,3
100,0
11
Total
Missing
Percent
System
Total
4
,7
,7
574
99,5
100,0
3
,5
577
100,0
Membro(s) da família que trabalha com lavoura irrigada
Frequency
Valid
Missing
Total
Percent
Valid Percent
Cumulative
Percent
Sim
40
6,9
7,3
7,3
Não
508
88,0
92,7
100,0
Total
548
95,0
100,0
29
5,0
577
100,0
System
131
Nível de escolaridade - Pai
Valid
Nenhuma
Frequency
198
Percent
34,3
Valid Percent
44,2
Cumulative
Percent
44,2
233
40,4
52,0
96,2
100,0
Fundamental
Missing
Média
17
2,9
3,8
Total
448
77,6
100,0
System
129
22,4
577
100,0
Total
Nível de escolaridade - Mãe
Valid
Nenhuma
Frequency
193
Percent
33,4
Valid Percent
36,8
Cumulative
Percent
36,8
293
50,8
55,8
92,6
34
5,9
6,5
99,0
5
,9
1,0
100,0
525
91,0
100,0
52
9,0
577
100,0
Fundamental
Média
Superior
Total
Missing
System
Total
Existência de Membro(s) da família trabalhando
Valid
Frequency
16
Percent
2,8
Valid Percent
3,3
Cumulative
Percent
3,3
Na localidade
326
56,5
67,2
70,5
Fora da localidade e
dentro do município
100
17,3
20,6
91,1
Fora da localidade e
do município
43
7,5
8,9
100,0
485
84,1
100,0
92
15,9
577
100,0
Não informado
Total
Missing
Total
System
132
Formas de contato com os mananciais
Valid
Lavar roupa
Frequency
212
Percent
36,7
Valid Percent
38,8
Cumulative
Percent
38,8
42
7,3
7,7
46,4
Tomar banho
Lavar vasilhames
2
,3
,4
46,8
Nadar
55
9,5
10,1
56,9
Pescar
32
5,5
5,9
62,7
Atravessar córregos
5
,9
,9
63,6
Abastecer a casa
3
,5
,5
64,2
6
1,0
1,1
65,3
Nenhum contato
190
32,9
34,7
100,0
Total
547
94,8
100,0
Lavar veículos
animais
Missing
ou
System
Total
30
5,2
577
100,0
Frequência de contato com os mananciais
Valid
Frequency
68
Percent
11,8
Valid Percent
20,5
Cumulative
Percent
20,5
Semanal
131
22,7
39,5
59,9
Quinzenal
42
7,3
12,7
72,6
100,0
Diária
Mensal
Missing
91
15,8
27,4
Total
332
57,5
100,0
System
245
42,5
577
100,0
Total
Formas de abastecimento de água no domicílio
Frequency
Valid
Cumulative
Percent
212
36,7
37,1
37,1
Cisternas
107
18,5
18,7
55,9
Chafariz coletivo
158
27,4
27,7
83,5
94
16,3
16,5
100,0
571
99,0
100,0
6
1,0
577
100,0
Total
Total
Valid Percent
Rede Pública
Água natural (córregos,
rios , lagoa)
Missing
Percent
System
133
Formas de destinação dos dejetos no domicílio
Valid
Rede pública
Fossa (séptica /
absorvente)
A céu aberto
Total
Missing
Total
System
Frequency
51
Percent
8,8
Valid Percent
9,0
Cumulative
Percent
9,0
459
79,5
81,0
89,9
57
9,9
10,1
100,0
567
98,3
100,0
10
1,7
577
100,0
134
UNIDADE DE PLANEJAMENTO: BELÉM
Frequency Table
Distância do domicílio ao córrego
Frequency
Valid
Valid Percent
Cumulative
Percent
abaixo de 100 metros
35
42,7
45,5
entre 100 e 1.000 metros
38
46,3
49,4
94,8
4
4,9
5,2
100,0
77
93,9
100,0
acima de 1.000 metros
Total
Missing
Percent
System
Total
5
6,1
82
100,0
45,5
Total de residentes no domicílio
Frequency
Valid
Percent
Valid Percent
Cumulative
Percent
1
9
11,0
11,0
11,0
2
10
12,2
12,2
23,2
3
22
26,8
26,8
50,0
4
21
25,6
25,6
75,6
5
8
9,8
9,8
85,4
6
7
8,5
8,5
93,9
7
2
2,4
2,4
96,3
8
1
1,2
1,2
97,6
100,0
9
Total
2
2,4
2,4
82
100,0
100,0
Membro(s) da família que trabalha com lavoura irrigada
Frequency
Valid
Missing
Total
Percent
Sim
8
9,8
Não
71
Total
79
System
Valid Percent
Cumulative
Percent
10,1
10,1
86,6
89,9
100,0
96,3
100,0
3
3,7
82
100,0
135
Nível de escolaridade - Pai
Frequency
Valid
Missing
Percent
Valid Percent
Nenhuma
19
23,2
34,5
Fundamental
Cumulative
Percent
34,5
31
37,8
56,4
90,9
Média
5
6,1
9,1
100,0
Total
55
67,1
100,0
System
27
32,9
82
100,0
Total
Nível de escolaridade - Mãe
Frequency
Valid
Valid Percent
Cumulative
Percent
Nenhuma
31
37,8
40,3
40,3
Fundamental
39
47,6
50,6
90,9
4
4,9
5,2
96,1
100,0
Média
Superior
Total
Missing
Percent
System
Total
3
3,7
3,9
77
93,9
100,0
5
6,1
82
100,0
Existência de Membro(s) da família trabalhando
Valid
Missing
Frequency
59
Percent
72,0
Valid Percent
80,8
Cumulative
Percent
80,8
Fora da localidade e
dentro do município
14
17,1
19,2
100,0
Total
73
89,0
100,0
9
11,0
82
100,0
Na localidade
System
Total
Formas de contato com os mananciais
Frequency
Valid
Lavar roupa
Tomar banho
Percent
Valid Percent
Cumulative
Percent
10
12,2
12,2
12,2
4
4,9
4,9
17,1
Nadar
3
3,7
3,7
20,7
Pescar
53
64,6
64,6
85,4
Nenhum contato
12
14,6
14,6
100,0
Total
82
100,0
100,0
136
Frequência de contato com os mananciais
Frequency
Valid
Missing
Percent
Valid Percent
Cumulative
Percent
Semanal
6
7,3
50,0
50,0
Mensal
6
7,3
50,0
100,0
Total
12
14,6
100,0
System
70
85,4
82
100,0
Total
Formas de abastecimento de água no domicílio
Valid
Missing
Frequency
69
Percent
84,1
Valid Percent
85,2
Cumulative
Percent
85,2
Cisternas
12
14,6
14,8
100,0
Total
81
98,8
100,0
1
1,2
82
100,0
Rede Pública
System
Total
Formas de destinação dos dejetos no domicílio
Valid
Missing
Total
Frequency
2
Percent
2,4
Valid Percent
2,5
Cumulative
Percent
2,5
Fossa (séptica /
absorvente)
60
73,2
74,1
76,5
A céu aberto
19
23,2
23,5
100,0
Total
81
98,8
100,0
1
1,2
82
100,0
Rede pública
System
137
UNIDADE DE PLANEJAMENTO: LOMBA
Frequency Table
Distância do domicílio ao córrego
Frequency
Valid
Missing
abaixo de 100 metros
Percent
Valid Percent
Cumulative
Percent
17
2,5
3,5
3,5
entre 100 e 1.000 metros
133
19,2
27,1
30,5
acima de 1.000 metros
341
49,2
69,5
100,0
Total
491
70,9
100,0
System
202
29,1
693
100,0
Total
Total de residentes no domicílio
Frequency
Valid
Valid Percent
Cumulative
Percent
1
63
9,1
9,1
9,1
2
140
20,2
20,2
29,3
3
163
23,5
23,6
52,9
4
126
18,2
18,2
71,1
5
102
14,7
14,7
85,8
6
43
6,2
6,2
92,1
7
27
3,9
3,9
96,0
8
17
2,5
2,5
98,4
9
9
1,3
1,3
99,7
10
1
,1
,1
99,9
11
1
,1
,1
100,0
692
99,9
100,0
Total
Missing
Percent
System
Total
1
,1
693
100,0
Membro(s) da família que trabalha com lavoura irrigada
Frequency
Valid
Cumulative
Percent
37
5,3
5,9
Não
587
84,7
93,8
99,7
2
,3
,3
100,0
626
90,3
100,0
67
9,7
693
100,0
Total
Total
Valid Percent
Sim
2
Missing
Percent
System
5,9
138
Nível de escolaridade - Pai
Frequency
Valid
Valid Percent
Cumulative
Percent
Nenhuma
192
27,7
36,9
36,9
Fundamental
297
42,9
57,1
94,0
26
3,8
5,0
99,0
100,0
Média
Superior
Missing
Percent
5
,7
1,0
Total
520
75,0
100,0
System
173
25,0
693
100,0
Total
Nível de escolaridade - Mãe
Valid
Nenhuma
Frequency
227
Percent
32,8
Valid Percent
34,7
Cumulative
Percent
34,7
91,6
Fundamental
372
53,7
56,9
Média
41
5,9
6,3
97,9
Superior
14
2,0
2,1
100,0
654
94,4
100,0
39
5,6
693
100,0
Total
Missing
System
Total
Existência de Membro(s) da família trabalhando
Valid
Não informado
Na localidade
Total
Percent
,1
Valid Percent
,2
Cumulative
Percent
,2
606
87,4
92,5
92,7
Fora da localidade e
dentro do município
36
5,2
5,5
98,2
Fora da localidade e
do município
12
1,7
1,8
100,0
655
94,5
100,0
38
5,5
693
100,0
Total
Missing
Frequency
1
System
139
Formas de contato com os mananciais
Valid
Lavar roupa
Frequency
111
Percent
16,0
Valid Percent
16,7
Cumulative
Percent
16,7
112
16,2
16,9
33,6
1
,1
,2
33,7
Tomar banho
Lavar vasilhames
Nadar
15
2,2
2,3
36,0
Pescar
79
11,4
11,9
47,9
Abastecer a casa
20
2,9
3,0
50,9
5
,7
,8
51,7
Nenhum contato
321
46,3
48,3
100,0
Total
664
95,8
100,0
29
4,2
693
100,0
Lavar veículos ou
animais
Missing
System
Total
Frequência de contato com os mananciais
Valid
Missing
Frequency
28
Percent
4,0
Valid Percent
8,6
Cumulative
Percent
8,6
Semanal
42
6,1
12,9
21,5
Quinzenal
35
5,1
10,7
32,2
Mensal
221
31,9
67,8
100,0
Total
326
47,0
100,0
System
367
53,0
693
100,0
Diária
Total
Formas de abastecimento de água no domicílio
Frequency
Valid
Cumulative
Percent
513
74,0
74,2
Cisternas
172
24,8
24,9
99,1
6
,9
,9
100,0
691
99,7
100,0
2
,3
693
100,0
Total
Total
Valid Percent
Rede Pública
Chafariz coletivo
Missing
Percent
System
74,2
140
Formas de destinação dos dejetos no domicílio
Frequency
Valid
Rede pública
Fossa (séptica /
absorvente)
A céu aberto
Total
Missing
Total
System
Percent
Valid Percent
Cumulative
Percent
5
,7
,7
,7
681
98,3
98,7
99,4
100,0
4
,6
,6
690
99,6
100,0
3
,4
693
100,0
141
UNIDADE DE PLANEJAMENTO: MÉDIO SUPERIOR PIAUÍ
Frequency Table
Distância do domicílio ao córrego
Frequency
Valid
Valid Percent
Cumulative
Percent
abaixo de 100 metros
36
15,4
16,8
entre 100 e 1.000 metros
80
34,2
37,4
54,2
acima de 1.000 metros
98
41,9
45,8
100,0
214
91,5
100,0
20
8,5
234
100,0
Total
Missing
Percent
System
Total
16,8
Total de residentes no domicílio
Frequency
Valid
Percent
Valid Percent
Cumulative
Percent
1
19
8,1
8,1
8,1
2
31
13,2
13,2
21,4
3
61
26,1
26,1
47,4
4
56
23,9
23,9
71,4
5
35
15,0
15,0
86,3
6
17
7,3
7,3
93,6
7
10
4,3
4,3
97,9
8
4
1,7
1,7
99,6
9
1
,4
,4
100,0
234
100,0
100,0
Total
Membro(s) da família que trabalha com lavoura irrigada
Frequency
Valid
Missing
Total
Percent
Valid Percent
Cumulative
Percent
Sim
8
3,4
3,9
3,9
Não
199
85,0
96,1
100,0
Total
207
88,5
100,0
27
11,5
234
100,0
System
142
Nível de escolaridade - Pai
Frequency
Valid
Valid Percent
Cumulative
Percent
Nenhuma
97
41,5
48,5
48,5
Fundamental
96
41,0
48,0
96,5
6
2,6
3,0
99,5
100,0
Média
Superior
Total
Missing
Percent
System
Total
1
,4
,5
200
85,5
100,0
34
14,5
234
100,0
Nível de escolaridade - Mãe
Valid
Nenhuma
Frequency
81
Percent
34,6
Valid Percent
37,5
Cumulative
Percent
37,5
117
50,0
54,2
91,7
13
5,6
6,0
97,7
100,0
Fundamental
Média
Superior
Total
Missing
System
Total
5
2,1
2,3
216
92,3
100,0
18
7,7
234
100,0
Existência de Membro(s) da família trabalhando
Valid
Não informado
Na localidade
Total
Percent
2,6
Valid Percent
2,7
Cumulative
Percent
2,7
192
82,1
87,3
90,0
Fora da localidade e
dentro do município
20
8,5
9,1
99,1
Fora da localidade e
do município
2
,9
,9
100,0
220
94,0
100,0
Total
Missing
Frequency
6
System
14
6,0
234
100,0
143
Formas de contato com os mananciais
Valid
Frequency
97
Lavar roupa
Valid Percent
43,7
Cumulative
Percent
43,7
Tomar banho
10
4,3
4,5
48,2
Nadar
27
11,5
12,2
60,4
Pescar
12
5,1
5,4
65,8
Atravessar córregos
3
1,3
1,4
67,1
Lavar veículos
animais
6
2,6
2,7
69,8
67
28,6
30,2
100,0
222
94,9
100,0
ou
Nenhum contato
Total
Missing
Percent
41,5
System
Total
12
5,1
234
100,0
Frequência de contato com os mananciais
Valid
Frequency
23
Percent
9,8
Valid Percent
15,0
Cumulative
Percent
15,0
Semanal
55
23,5
35,9
51,0
Quinzenal
13
5,6
8,5
59,5
Mensal
62
26,5
40,5
100,0
153
65,4
100,0
81
34,6
234
100,0
Diária
Total
Missing
System
Total
Formas de abastecimento de água no domicílio
Valid
Frequency
52
Percent
22,2
Valid Percent
22,3
Cumulative
Percent
22,3
Cisternas
79
33,8
33,9
56,2
Chafariz coletivo
91
38,9
39,1
95,3
Água natural (córregos,
rios , lagoa)
11
4,7
4,7
100,0
233
99,6
100,0
Rede Pública
Total
Missing
Total
System
1
,4
234
100,0
144
Formas de destinação dos dejetos no domicílio
Frequency
Valid
Fossa (séptica /
absorvente)
A céu aberto
Total
Missing
Total
System
Percent
Valid Percent
Cumulative
Percent
214
91,5
91,8
91,8
19
8,1
8,2
100,0
233
99,6
100,0
1
,4
234
100,0
145
UNIDADE DE PLANEJAMENTO: ALTO PIAUÍ
Frequency Table
Distância do domicílio ao córrego
Frequency
Valid
Missing
abaixo de 100 metros
Percent
3
18,8
entre 100 e 1.000 metros
10
Total
13
3
18,8
16
100,0
System
Total
Valid Percent
Cumulative
Percent
23,1
23,1
62,5
76,9
100,0
81,3
100,0
Total de residentes no domicílio
Frequency
Valid
Valid Percent
Cumulative
Percent
3
1
6,3
6,7
6,7
4
3
18,8
20,0
26,7
5
3
18,8
20,0
46,7
6
2
12,5
13,3
60,0
7
2
12,5
13,3
73,3
8
2
12,5
13,3
86,7
9
2
12,5
13,3
100,0
15
93,8
100,0
1
6,3
16
100,0
Total
Missing
Percent
System
Total
Membro(s) da família que trabalha com lavoura irrigada
Frequency
Valid
Missing
Percent
Valid Percent
Cumulative
Percent
Sim
1
6,3
7,1
7,1
Não
13
81,3
92,9
100,0
Total
14
87,5
100,0
2
12,5
16
100,0
System
Total
Nível de escolaridade - Pai
Valid
Nenhuma
Missing
System
Total
Frequency
12
Percent
75,0
4
25,0
16
100,0
Valid Percent
100,0
Cumulative
Percent
100,0
146
Nível de escolaridade - Mãe
Valid
Nenhuma
Frequency
13
Percent
81,3
Valid Percent
86,7
Cumulative
Percent
86,7
2
12,5
13,3
100,0
15
93,8
100,0
1
6,3
16
100,0
Fundamental
Total
Missing
System
Total
Existência de Membro(s) da família trabalhando
Frequency
Valid
Valid Percent
Cumulative
Percent
Na localidade
3
18,8
20,0
20,0
Fora da localidade e
dentro do município
9
56,3
60,0
80,0
Fora da localidade e
do município
3
18,8
20,0
100,0
15
93,8
100,0
1
6,3
16
100,0
Total
Missing
Percent
System
Total
Formas de contato com os mananciais
Valid
Lavar roupa
Missing
System
Frequency
15
Total
Percent
93,8
1
6,3
16
100,0
Valid Percent
100,0
Cumulative
Percent
100,0
Formas de contato com os mananciais
Frequency
Valid
Missing
Total
Atravessar córregos
Percent
Valid Percent
Cumulative
Percent
1
6,3
6,7
6,7
Abastecer a casa
14
87,5
93,3
100,0
Total
15
93,8
100,0
System
1
6,3
16
100,0
147
Formas de abastecimento de água no domicílio
Valid
Cisternas
Frequency
2
Percent
12,5
Valid Percent
13,3
Cumulative
Percent
13,3
10
62,5
66,7
80,0
3
18,8
20,0
100,0
15
93,8
100,0
1
6,3
16
100,0
Chafariz coletivo
Água natural (córregos,
rios , lagoa)
Total
Missing
System
Total
Formas de destinação dos dejetos no domicílio
Frequency
Valid
Fossa (séptica /
absorvente)
A céu aberto
Total
Missing
Total
System
Percent
Valid Percent
Cumulative
Percent
14
87,5
93,3
93,3
1
6,3
6,7
100,0
15
93,8
100,0
1
6,3
16
100,0
148
UNIDADE DE PLANEJAMENTO: PIAUITINGA
Frequency Table
Distância do domicílio ao córrego
Frequency
Valid
entre 100 e 1.000 metros
Percent
9
Valid Percent
100,0
Cumulative
Percent
100,0
100,0
Total de residentes no domicílio
Valid
1
Frequency
1
Percent
11,1
Valid Percent
11,1
Cumulative
Percent
11,1
2
1
11,1
11,1
22,2
3
1
11,1
11,1
33,3
4
2
22,2
22,2
55,6
5
1
11,1
11,1
66,7
6
1
11,1
11,1
77,8
7
2
22,2
22,2
100,0
Total
9
100,0
100,0
Membro(s) da família que trabalha com lavoura irrigada
Frequency
Valid
Percent
Valid Percent
Cumulative
Percent
Sim
2
22,2
22,2
22,2
Não
7
77,8
77,8
100,0
Total
9
100,0
100,0
Nível de escolaridade - Pai
Frequency
Percent
Valid
Fundamental
7
77,8
Missing
System
2
22,2
9
100,0
Total
Valid Percent
100,0
Cumulative
Percent
100,0
149
Nível de escolaridade - Mãe
Valid
Missing
Valid Percent
12,5
Cumulative
Percent
12,5
77,8
87,5
100,0
88,9
100,0
Frequency
1
Percent
11,1
Fundamental
7
Total
8
System
1
11,1
9
100,0
Nenhuma
Total
Existência de Membro(s) da família trabalhando
Frequency
Valid
Missing
Percent
Cumulative
Percent
Valid Percent
Na localidade
6
66,7
85,7
85,7
Fora da localidade e
dentro do município
1
11,1
14,3
100,0
Total
7
77,8
100,0
System
2
22,2
9
100,0
Total
Formas de contato com os mananciais
Valid
Frequency
4
Percent
44,4
Valid Percent
44,4
Cumulative
Percent
44,4
Nadar
1
11,1
11,1
55,6
Pescar
1
11,1
11,1
66,7
Lavar veículos ou
animais
2
22,2
22,2
88,9
Nenhum contato
1
11,1
11,1
100,0
Total
9
100,0
100,0
Lavar roupa
Frequência de contato com os mananciais
Frequency
Valid
Missing
Total
Percent
Valid Percent
Cumulative
Percent
Diária
1
11,1
12,5
12,5
Semanal
5
55,6
62,5
75,0
Quinzenal
1
11,1
12,5
87,5
Mensal
1
11,1
12,5
100,0
Total
8
88,9
100,0
System
1
11,1
9
100,0
150
Formas de abastecimento de água no domicílio
Valid
Rede Pública
Frequency
2
Percent
22,2
Valid Percent
22,2
Cumulative
Percent
22,2
100,0
Cisternas
7
77,8
77,8
Total
9
100,0
100,0
Formas de destinação dos dejetos no domicílio
Frequency
Valid
Fossa (séptica /
absorvente)
8
A céu aberto
1
Total
9
Percent
88,9
Valid Percent
Cumulative
Percent
88,9
88,9
11,1
11,1
100,0
100,0
100,0
151
Regression
Descriptive Statistics
Mean
Casos_de_
esquistossomose
Pot_local
Std. Deviation
N
,077767
,0450622
15
8,9460
4,64255
15
Correlations
Pearson Correlation
Sig. (1-tailed)
N
Casos_de_
esquistoss
omose
Pot_local
1,000
-,184
-,184
1,000
.
,256
,256
.
15
15
15
15
Casos_de_
esquistossomose
Pot_local
Casos_de_
esquistossomose
Pot_local
Casos_de_
esquistossomose
Pot_local
b
Variables Entered/Removed
Model
1
Variables
Entered
Pot_locala
Variables
Removed
.
Method
Enter
a. All requested variables entered.
b. Dependent Variable: Casos_de_esquistossomose
Model Summaryb
Change Statistics
Model
1
R
,184a
R Square
,034
Adjusted
R Square
-,041
Std. Error of
the Estimate
,0459660
R Square
Change
,034
F Change
,455
df1
df2
1
13
Sig. F Change
,512
DurbinWatson
2,440
a. Predictors: (Constant), Pot_local
b. Dependent Variable: Casos_de_esquistossomose
ANOVAb
Model
1
Regression
Residual
Total
Sum of
Squares
,001
,027
,028
df
1
13
14
Mean Square
,001
,002
F
,455
Sig.
,512a
a. Predictors: (Constant), Pot_local
b. Dependent Variable: Casos_de_esquistossomose
152
Coefficientsa
Model
1
Unstandardized
Coefficients
B
Std. Error
,094
,026
-,002
,003
(Constant)
Pot_local
Standardized
Coefficients
Beta
t
3,540
-,674
-,184
Sig.
,004
,512
95% Confidence Interval for B
Lower Bound Upper Bound
,037
,151
-,008
,004
Zero-order
Correlations
Partial
-,184
-,184
Part
-,184
Collinearity Statistics
Tolerance
VIF
1,000
1,000
a. Dependent Variable: Casos_de_esquistossomose
Coefficient Correlationsa
Model
1
Correlations
Covariances
Pot_local
Pot_local
Pot_local
1,000
7,00E-006
a. Dependent Variable: Casos_de_esquistossomose
Collinearity Diagnosticsa
Model
1
Dimension
1
2
Eigenvalue
1,894
,106
Condition
Index
1,000
4,226
Variance Proportions
(Constant) Pot_local
,05
,05
,95
,95
a. Dependent Variable: Casos_de_esquistossomose
Residuals Statisticsa
Minimum
Predicted Value
,062572
Std. Predicted Value
-1,834
Standard Error of
,012
Predicted Value
Adjusted Predicted Value
,048155
Residual
-,0645160
Std. Residual
-1,404
Stud. Residual
-1,496
Deleted Residual
-,0733012
Stud. Deleted Residual
-1,580
Mahal. Distance
,037
Cook's Distance
,000
Centered Leverage Value
,003
Maximum
,084934
,865
Mean
Std. Deviation
,077767
,0082854
,000
1,000
,025
N
15
15
,016
,004
15
,093701
,078444
,0697872 ,0000000
1,518
,000
1,703
-,007
,0878453 -,0006774
1,857
,006
3,363
,933
,375
,080
,240
,067
,0108452
,0442939
,964
1,035
,0512397
1,086
,920
,102
,066
15
15
15
15
15
15
15
15
15
a. Dependent Variable: Casos_de_esquistossomose
153
154
155
MEMÓRIA DE CÁLCULO
Preenchimento das lacunas dos dados das temperaturas mensais no período de 1999 a 2003
pelo método dos mínimos quadrados
Ano
temp_jan
x
x2
xy
1990
26,20
0
0
0,00
1991
25,10
1
1
25,10
1992
26,20
2
4
52,40
1993
26,90
3
9
80,70
1994
27,70
4
16
110,80
1995
27,70
5
25
138,50
2004
26,40
6
36
158,40
2005
27,40
7
49
191,80
2006
25,90
8
64
207,20
2007
23,80
9
81
214,20
2008
25,73
10
100
257,30
289,03
55,00
385,00
1.436,40
y (temp) = bx(anos) + a
b=
-0,08
a=
26,67
996
5,11
26,27
1997
5,22
26,26
1998
5,33
26,25
1999
5,44
26,24
2000
5,55
26,23
2001
5,66
26,22
2002
5,77
26,21
2003
5,88
26,21
156
Ano
temp_Fev
x
x2
xy
1990
26,50
0
0
0,00
1991
25,70
1
1
25,70
1992
24,70
2
4
49,40
1993
26,00
3
9
78,00
1994
28,20
4
16
112,80
1995
28,10
5
25
140,50
2004
24,40
6
36
146,40
2005
24,30
7
49
170,10
2006
19,90
8
64
159,20
2007
23,50
9
81
211,50
2008
26,26
10
100
262,60
277,56
55,00
385,00
1.356,20
y (temp) = bx(anos) + a
b=
-0,29
a=
26,67
1996
5,11
25,20
1997
5,22
25,17
1998
5,33
25,14
1999
5,44
25,11
2000
5,55
25,07
2001
5,66
25,04
2002
5,77
25,01
2003
5,88
24,98
157
Ano
temp_Mar
x
x2
xy
1990
27,00
0
0
0,00
1991
25,40
1
1
25,40
1992
24,90
2
4
49,80
1993
26,10
3
9
78,30
1994
26,90
4
16
107,60
1995
27,80
5
25
139,00
2004
26,00
6
36
156,00
2005
28,00
7
49
196,00
2006
26,50
8
64
212,00
2007
22,70
9
81
204,30
2008
25,75
10
100
257,50
287,05
55,00
385,00
1.425,90
y (temp) = bx(anos) + a
b=
-0,08
a=
26,52
1996
5,11
26,09
1997
5,22
26,08
1998
5,33
26,07
1999
5,44
26,06
2000
5,55
26,05
2001
5,66
26,04
2002
5,77
26,03
2003
5,88
26,02
158
Ano
temp_Abr
x
x2
xy
1990
26,20
0
0
0,00
1991
25,80
1
1
25,80
1992
25,20
2
4
50,40
1993
26,00
3
9
78,00
1994
27,00
4
16
108,00
1995
26,30
5
25
131,50
2004
25,90
6
36
155,40
2005
24,10
7
49
168,70
2006
24,00
8
64
192,00
2007
21,60
9
81
194,40
2008
25,25
10
100
252,50
277,35
55,00
385,00
1.356,70
y (temp) = bx(anos) + a
b=
-0,27
a=
26,58
1996
5,11
25,18
1997
5,22
25,15
1998
5,33
25,12
1999
5,44
25,09
2000
5,55
25,06
2001
5,66
25,03
2002
5,77
25,00
2003
5,88
24,97
159
Ano temp_Maio
x
x2
xy
1990
24,90
0
0
0,00
1991
24,00
1
1
24,00
1992
24,30
2
4
48,60
1993
24,30
3
9
72,90
1994
25,30
4
16
101,20
1995
25,10
5
25
125,50
2004
21,70
6
36
130,20
2005
22,90
7
49
160,30
2006
18,00
8
64
144,00
2007
21,00
9
81
189,00
2008
23,65
10
100
236,50
255,15
55,00
385,00
1.232,20
y (temp) = bx(anos) + a
b=
-0,40
a=
25,18
1996
5,11
23,15
1997
5,22
23,11
1998
5,33
23,06
1999
5,44
23,02
2000
5,55
22,98
2001
5,66
22,93
2002
5,77
22,89
2003
5,88
22,85
160
Ano
temp_jun
x
x2
xy
1990
24,00
0
0
0,00
1991
23,50
1
1
23,50
1992
23,20
2
4
46,40
1993
22,50
3
9
67,50
1994
24,80
4
16
99,20
1995
23,40
5
25
117,00
2004
23,60
6
36
141,60
2005
19,50
7
49
136,50
2006
20,10
8
64
160,80
2007
18,50
9
81
166,50
2008
22,62
10
100
226,20
245,72
55,00
385,00
1.185,20
y (temp) = bx(anos) + a
b=
-0,39
a=
24,31
1996
5,11
22,29
1997
5,22
22,25
1998
5,33
22,21
1999
5,44
22,16
2000
5,55
22,12
2001
5,66
22,08
2002
5,77
22,03
2003
5,88
21,99
161
Ano
temp_Jul
x
x2
xy
1990
23,80
0
0
0,00
1991
22,50
1
1
22,50
1992
21,30
2
4
42,60
1993
22,10
3
9
66,30
1994
23,30
4
16
93,20
1995
22,50
5
25
112,50
2004
23,50
6
36
141,00
2005
25,10
7
49
175,70
2006
18,30
8
64
146,40
2007
18,30
9
81
164,70
2008
21,58
10
100
215,80
242,28
55,00
385,00
1.180,70
y (temp) = bx(anos) + a
b=
-0,28
a=
23,42
1996
5,11
21,99
1997
5,22
21,96
1998
5,33
21,93
1999
5,44
21,90
2000
5,55
21,87
2001
5,66
21,84
2002
5,77
21,81
2003
5,88
21,78
162
Ano
temp_Ago
x
x2
xy
1990
22,80
0
0
0,00
1991
21,10
1
1
21,10
1992
21,30
2
4
42,60
1993
22,00
3
9
66,00
1994
22,70
4
16
90,80
1995
22,40
5
25
112,00
2004
23,50
6
36
141,00
2005
19,70
7
49
137,90
2006
18,40
8
64
147,20
2007
18,40
9
81
165,60
2008
21,93
10
100
219,30
234,23
55,00
385,00
1.143,50
y (temp) = bx(anos) + a
b=
-0,25
a=
22,55
1996
5,11
21,27
1997
5,22
21,24
1998
5,33
21,21
1999
5,44
21,18
2000
5,55
21,16
2001
5,66
21,13
2002
5,77
21,10
2003
5,88
21,07
163
Ano
temp_Set
x
x2
xy
1990
23,00
0
0
0,00
1991
23,00
1
1
23,00
1992
23,70
2
4
47,40
1993
23,60
3
9
70,80
1994
23,00
4
16
92,00
1995
23,40
5
25
117,00
2004
21,50
6
36
129,00
2005
23,00
7
49
161,00
2006
16,70
8
64
133,60
2007
18,40
9
81
165,60
2008
21,93
10
100
219,30
241,23
55,00
385,00
1.158,70
y (temp) = bx(anos) + a
b=
-0,43
a=
24,09
1996
5,11
21,88
1997
5,22
21,84
1998
5,33
21,79
1999
5,44
21,74
2000
5,55
21,69
2001
5,66
21,65
2002
5,77
21,60
2003
5,88
21,55
164
Ano
temp_Out
x
x2
xy
1990
24,70
0
0
0,00
1991
24,50
1
1
24,50
1992
23,90
2
4
47,80
1993
23,90
3
9
71,70
1994
24,90
4
16
99,60
1995
23,40
5
25
117,00
2004
18,80
6
36
112,80
2005
20,60
7
49
144,20
2006
21,50
8
64
172,00
2007
21,50
9
81
193,50
2008
24,09
10
100
240,90
251,79
55,00
385,00
1.224,00
y (temp) = bx(anos) + a
b=
-0,32
a=
24,48
1996
5,11
22,86
1997
5,22
22,82
1998
5,33
22,79
1999
5,44
22,75
2000
5,55
22,72
2001
5,66
22,68
2002
5,77
22,65
2003
5,88
22,61
165
Ano
temp_Nov
x
x2
xy
1990
26,10
0
0
0,00
1991
26,60
1
1
26,60
1992
24,80
2
4
49,60
1993
25,00
3
9
75,00
1994
26,60
4
16
106,40
1995
25,60
5
25
128,00
2004
22,50
6
36
135,00
2005
25,80
7
49
180,60
2006
22,50
8
64
180,00
2007
22,50
9
81
202,50
2008
25,78
10
100
257,80
273,78
55,00
385,00
1.341,50
y (temp) = bx(anos) + a
b=
-0,25
a=
26,13
1996
5,11
24,86
1997
5,22
24,83
1998
5,33
24,81
1999
5,44
24,78
2000
5,55
24,75
2001
5,66
24,72
2002
5,77
24,70
2003
5,88
24,67
166
Ano
temp_Dez
x
x2
xy
1990
24,60
0
0
0,00
1991
26,90
1
1
26,90
1992
24,80
2
4
49,60
1993
26,30
3
9
78,90
1994
27,00
4
16
108,00
1995
27,00
5
25
135,00
2004
26,70
6
36
160,20
2005
26,70
7
49
186,90
2006
20,50
8
64
164,00
2007
20,50
9
81
184,50
2008
26,12
10
100
261,20
277,12
55,00
385,00
1.355,20
y (temp) = bx(anos) + a
b=
-0,28
a=
26,57
1996
5,11
25,16
1997
5,22
25,13
1998
5,33
25,10
1999
5,44
25,07
2000
5,55
25,04
2001
5,66
25,01
2002
5,77
24,98
2003
5,88
24,95
167
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