ESTRATÉGIAS LOGÍSTICAS Transformando a cultura Com investimentos em tecnologia, Ambev implementa mudanças em sua unidade fabril e muda a forma de trabalho O sistema WMS (“Warehouse management system”, sistema de gerenciamento de armazém) surgiu da necessidade de melhorar o fluxo de dados e de materiais dentro da cadeia logística. Implementá-lo, algumas vezes, não é garantia de eficiência em uma operação, pois é necessário fazer a gestão prévia das informações, além de oferecer treinamento a todos os envolvidos. 16 case otimis.indd 16 A Ambev produz seus próprios insumos para cada item que fabrica, como refrigerantes, cervejas, bebidas alcoólicas e não carbonatadas. Por isso, mantém 32 fábricas apenas no Brasil. Devido a necessidade de aperfeiçoar a logística da fabricação, a companhia escolheu o WMS Highjump, representado pela Otimis, para um projeto em sua fábrica em Jacareí (SP), cujo modelo de operação é híbrido (próprio e terceirizado). “Em 2009, fizemos um levanta- mento de infraestrutura para escolher a planta mais adequada. Escolhemos Jacareí devido ao seu índice de SKU (“Stock keeping unit”, unidade distinta mantida em estoque). Queríamos uma implementação com sistema 25% customizado, já que nosso fluxo de logística reversa é grande e temos operações terceirizadas para movimentação”, explicou Fernanda Mazzi, gerente de projetos logísticos da Ambev. A companhia não trabalha com maio 2014 22/04/2014 13:12:03 RFID (radiofrequência), pois essa tecnologia não funciona adequadamente para líquidos. “Os códigos de barras e outras ferramentas manuais são utilizados nos produtos, já o hardware é fornecido pela Intermec. Já o WMS, é intuitivo e customizável”, comentou a gerente. Como a implementação foi traumática inicialmente, a companhia voltou a trabalhar em 2011 com o projeto. Por isso, um levantamento sobre o quadro de colaboradores foi feito para traçar um perfil. O resultado da pesquisa indicou que, a maioria, tinha entre 20 e 35 anos, estava há cerca de dois anos na empresa e tinha formação em Nível Médio. Tais dados, após a fase de implementações, facilitou a criação de um programa de treinamentos mais adequado a realidade e que oferecia certificação aos colaboradores. “Quem faz o sistema dar certo é a equipe operacional, que trabalha diretamente com ele. A tecnologia é a case otimis.indd 17 melhor opção, mesmo que haja falta de mão de obra qualificada, já que em boa parte das empresas os colaboradores não estão devidamente qualificados. Em contrapartida, não podemos ignorar que as empresas líderes são justamente aquelas que investem em tecnologia”, disse a gerente. Após implementar o WMS na unidade de Jacareí, o tempo de atendimento foi reduzido em 26%; redução na disponibilidade logística de 38%; nenhuma ocorrência de inversão de carregamento desde 2012; rastreabilidade total dos produtos; 40% de aumento na produtividade de estocagem; acuracidade e diminuição de perdas e eliminação da necessidade de interromper o carregamento para fazer inventário. No total foram investidos R$ 3 milhões e ouve retorno de R$ 900 mil em 2013. Depois da implantação, a maior dificuldade foi a estabilização Fernanda Mazzi: “A mudança no modelo operacional diminuiu perdas” do sistema. “Enfrentamos problemas de adaptação das pessoas que utilizavam sistemas e sete meses após a implementação já haviam gaps (diferenças). No início optamos por um modelo mais aberto para tomada de decisão. Ainda não temos previsão de implementar o sistema em nossos centros de distribuição, pois isso dependerá do desempenho ao longo de 2014”, afirmou Mazzi. 22/04/2014 13:11:47