Nova Escola, 09 de março de 2016. Prezados Pais, É de

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Nova Escola, 09 de março de 2016.
Prezados Pais,
É de conhecimento geral que as trocas sociais impulsionam a aprendizagem, promovem a cooperação e o
conhecimento da diversidade, tornando as pessoas mais propensas a compreenderem o outro em suas
peculiaridades e a se constituírem como seres solidários e capazes de serem bem sucedidas na
coletividade.
No entanto, há uma expectativa por parte dos pais e uma prática nas escolas que consiste em manter uma
mesma organização de grupos que pode durar muito tempo, chegando a 13 ou 14 anos. A emergência
desse tópico como um problema foi passível de avaliação na formação das turmas ano letivo 2016, na Nova
Escola, merecendo algumas considerações.
A configuração estática das classes é, na maioria das vezes, uma exigência dos pais. Muitos acreditam que
seus filhos devem permanecer com os mesmos colegas ao longo de toda a escolaridade, vislumbrando
assim, a possibilidade do estabelecimento de amizades duradouras e fixas. Essa forma de pensar não é
ruim, pelo contrário, revela a necessidade de diminuir a fluidez nas relações e transmite às famílias certa
segurança e conforto. No entanto, observações cotidianas e de longo prazo revelaram que, a manutenção
de grupos inteiros ao longo de todas as séries tem produzido comportamentos de intolerância com a
diversidade, formação de conduta de repulsa ao novo e constituição de grupamentos pouco abertos a
novas inserções. Ademais, as crianças aprendem uma forma única de se relacionar e de se portar diante
dos desafios e situações, em razão do estabelecimento de vínculos afetivos pouco variáveis, com os
mesmos colegas, ano após ano.
Outro aspecto importante está relacionado à inclusão. Todos sabem que a Nova Escola é uma instituição de
ensino inclusiva, que respeita as crianças em suas peculiaridades e as atende com profissionalismo,
considerando que todos são plenos do direito de aprender e conviver em grupo, não fazendo qualquer
distinção entre seus estudantes, mas reconhece que muitos necessitam de cuidados mais que especiais. A
cada ano, a demanda por atendimento educacional especializado cresce substancialmente e desafia os
profissionais da educação a se qualificar e buscar alternativas que contemplem as expectativas de
desenvolvimento que todo ser humano tem. Assim, essa necessidade também subsidia a defesa da
mesclagem de turmas, pois modificar os grupos trará resultados positivos ao trabalho pedagógico no
tocante à inclusão. Lembramos que esse trabalho requer múltiplos olhares e a colaboração de toda a
sociedade: pais, mães e familiares de todas as crianças (das que demandam atendimento especializado em
inclusão ou não), estudantes, professores, gestores e de todos os demais segmentos.
Não estamos defendendo, sob nenhuma hipótese, que o estabelecimento de vínculos contíguos e fixos seja
nocivo à vida das pessoas, pelo contrário, esses vínculos são comprovadamente benéficos. Estamos apenas
justificando as razões que levaram a Nova Escola a dividir algumas turmas e solicitando que os senhores
apoiem novas configurações na organização dos grupos, ressaltando, porém, que a escola teve o cuidado
de garantir a permanência de alguns de membros, observando a proximidade afetiva. Realizamos essas
mudanças, sem traumas e algumas trocas posteriores à formação inicial apresentada pela escola foram
atendidas, respeitando o número de vagas por sala, o equilíbrio por gênero e número, observando os
alunos de inclusão. A equipe da Nova Escola tem capacidade técnica para reorganizar as turmas, ano após
ano, na intenção de que haja a oportunidade de todos se beneficiarem de novas trocas afetivas, da
diversidade e de vivenciar novos desafios para construção de atitudes e de identidade que colabore para a
estimulação de um comportamento mais plástico e tolerante, facilitando o trabalho de inclusão e o
convívio em meio à riqueza do ser humano.
Sabemos em que terreno pisamos e acreditamos sempre na parceria com os senhores em prol de uma
educação de qualidade, alinhada com os preceitos mais nobres da convivência social e do respeito mútuo.
Oportunamente agradecemos.
Atenciosamente,
Mônica Fernandes
Diretora
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