processo de enfermagem realizado com um usuário de

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PROCESSO DE ENFERMAGEM REALIZADO COM UM USUÁRIO DE
DROGAS EM UM CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL - CAPS DE
UM MUNICÍPIO DO RIO GRANDE DO SUL.
BRAITENBACH, Priscila Emanuele¹; ABREU, Mariana Amaral²; OLIVEIRA, Kelly Moura de³.
Palavras-chave: Abuso. Usuário. Drogas.
INTRODUÇÃO
O abuso de substâncias, tanto lícitas, quanto ilícitas vem se tornando um problema de
saúde pública e segurança para o país. Há cada dia vem-se aumentando o número de usuários,
que utilizam de substâncias pesadas que viciam desde a primeira vez. Com isso o crescimento
da violência está intimamente ligado ao uso de drogas, já que se compra e se vende em
qualquer lugar.
A dependência química nos dias de hoje corresponde a um assunto muito discutido,
que deve ser tratado com um conjunto de ações que possam possibilitar a melhora no
tratamento quanto em termos de promoção e prevenção ao uso de drogas (PRATTA E
SANTOS, 2009).
Este estudo foi realizado com um usuário de múltiplas drogas, em fase de reabilitação
há mais ou menos 11 anos, frequentador do CAPS desde 2007 devido ordem judicial. É um
paciente calmo, situado em tempo e espaço e que entende de suas doenças, já que é acometido
por hepatite e HIV/AIDS.
METODOLOGIA
Este estudo foi realizado com um paciente cadastrado em um Centro de Atenção
Psicossocial (CAPS) no município de Cruz Alta. Trata-se de uma pesquisa qualitativa tipo
estudo de caso, que segundo Leopardi (2001), tenta-se compreender o problema de
perspectiva dos sujeitos que os vivenciam atentando-se ao contexto social qual o evento
ocorre.
_________________________
¹Acadêmica do Curso de Enfermagem - UNICRUZ. [email protected]
²Acadêmica do Curso de Enfermagem – UNICRUZ. [email protected]
³Docente do Curso de Enfermagem - UNICRUZ. [email protected]
O sujeito do estudo foi escolhido conforme prontuário médico e convidado a participar
do estudo, respeitando os preceitos éticos da Resolução 196/96. Para a coleta de dados, foi
realizado anamnese e exame físico do paciente, e a partir deste planejou-se os cuidados de
enfermagem através da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), segundo a
Teoria das Necessidades Humanas Básicas de Wanda A. Horta.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
F.R.G.P, branco, divorciado, católico, 2° grau incompleto, reside em Cruz Alta, é
aposentado por invalidez. É um paciente soro positivo desde 1993, teve confirmação do
diagnóstico em 1996. Segundo Brasil (2008), a síndrome da imunodeficiência adquirida se
manifesta após a infecção do organismo humano pelo vírus do HIV. Quando o portador do
vírus HIV começa a ficar com as células de defesa muito baixas eles ficam vulneráveis a
infecções e doenças oportunistas, que são chamadas assim por que surgem quando o
indivíduo está com o sistema imunológico enfraquecido.
O paciente também adquiriu Hepatite C, confirmada em 2002, sendo a hepatite
segundo Rosseti, Silva e Rodrigues (2006), uma doença causada por um vírus (HCV), que
pode levar ao desenvolvimento de cirrose, hepatite crônica e câncer hepático.
O paciente encontra-se em tratamento há mais ou menos 11 anos. Segundo seu relato,
cocaína não usa há anos, o álcool não consome há uns 2 meses e meio, mas ainda faz uso de
maconha e crack ‘às vezes’. Segundo ele, resolveu se tratar porque estava vendo que se não
parasse ia morrer, já que sua saúde estava ficando cada dia mais deteriorada.
Iniciou sua vida nas drogas com 12 anos usando álcool e comprimidos para emagrecer.
Mais tarde passou a fumar, cheirar e injetar. Em 2002 foi internado pela primeira vez para
desintoxicação por apenas sete dias e também no mesmo ano ficou internado em outra clínica
de reabilitação por quatro meses. Ambas as internações foram compulsórias, a pedido do pai e
do irmão. O paciente conhece bem sobre suas doenças e sua atual situação, e acredita que isso
têm relação ao seu estilo de vida
De acordo com Campos (2004), o problema com álcool pode ser definido como um
estado de dependência, que vai impedir o alcoolista de escolher entre beber e não beber. O
indivíduo alcoólico não é responsável pela sua doença alcoólica, mas ao contrário, acaba a
remetendo ao terreno da fatalidade e da aleatoriedade. A doença é inata e independe tanto da
vontade do indivíduo como da quantidade do álcool ingerida, portanto ela não pode ser
considerada apenas um problema orgânico e mental, mas também como uma doença
articulada à dimensão moral do indivíduo, que acaba constrangendo sua vontade e impedindoo de agir de modo responsável.
A dependência química nos dias de hoje corresponde a um assunto muito discutido, já
que o uso abusivo de substâncias tornou-se um problema de saúde pública, sendo necessário
realizar uma reflexão sobre esse fenômeno no âmbito das concepções de saúde e doença
(PRATTA e SANTOS, 2009).
Segundo os autores, para trabalhar com esse assunto exige um conjunto de ações
específicas para a melhora no tratamento em si, no caso da dependência já instalada, quanto
em termos de promoção e prevenção ao uso de drogas. A condução de um programa de apoio
aos usuários vai depender de uma avaliação individual, uma vez que não existe um modelo
que possa ser adequado a todos os pacientes. Atualmente, diversos tipos de tratamento estão
sendo implantados para o trabalho com a dependência química, tais como tratamento médico,
comportamental, psicoterápico, psiquiátrico e ajuda mútua, como participação de grupos de
apoio.
Ainda segundo os autores, as estratégias utilizadas para trabalhar com os usuários
devem visar a transformação das situações de desigualdade, além de instrumentalizar o
indivíduo com informações, transformando-o na parte importante do tratamento, dando
condições para que ele possa ter uma vida saudável. Esses elementos são fundamentais e
proporcionam condições que fazem o usuário avaliar e decidir sobre a droga, podendo assim
evitar seu uso.
CONCLUSÃO
Muitos são os obstáculos que se deparam um usuário de drogas, sendo o principal
deles, o acesso fácil a esse tipo de substância. A pessoa deve aderir a um tratamento
multiprofissional, com psiquiatra, psicólogo, assistente social, enfermeiro, o que oferece o
CAPS, para ajudar no tratamento, mas o principal fator para sucesso na recuperação é a
adesão ao tratamento.
De acordo com Pratta e Santos (2009), para trabalhar com a dependência exige um
conjunto de ações específicas para a melhora no tratamento em si. A condução de um
programa de apoio aos usuários vai depender de uma avaliação individual, uma vez que não
existe um modelo que possa ser adequado a todos os pacientes. Atualmente, diversos tipos de
tratamento estão sendo implantados para o trabalho com a dependência química, tais como
tratamento médico, comportamental, psicoterápico, psiquiátrico e ajuda mútua, como
participação de grupos de apoio.
O paciente necessita estar ciente que é doente e que precisa de ajuda para se livrar do
problema, já que o dependente químico necessita fisiologicamente da substância. O usuário
tem atitudes que resultam na perda do respeito dentro do lar e perante a sociedade, e o
sofrimento afeta profundamente a família que acaba se tornando doente na sua totalidade
(FILZOLA et al, 2009).
As recaídas estão presentes nesse caso, já que o paciente se encontra em fase de
reabilitação há 11 anos, sendo necessário a utilização de medicações que ajudem no controle
da ansiedade e depressão, e mais ainda nesse caso a terapia antirretroviral pelo paciente ser
soro positivo, o paciente deve também evitar o uso de álcool, que vem a cortar o efeitos dos
medicamentos que faz uso para melhor eficácia no seu tratamento, e principalmente esse
usuário deve continuar freqüentando o CAPS, os grupos de apoio e fazer consultas regulares
com psicólogo e psiquiatra para auxiliar no tratamento.
REFERÊNCIAS
BRASIL, Ministério da Saúde. Resolução 196/96. Brasília: 1996.
BRASIL, Ministério da Saúde. Manual de Adesão ao Tratamento para Pessoas Vivendo
com HIV/AIDS. Brasília, 2008.
CAMPOS, E. A. As representações sobre o alcoolismo em uma associação de ex-bebedores:
os Alcoólicos Anônimos. Rio de Janeiro: Caderno de Saúde Pública. 2004.
FILZOLA, C. L. A.; TAGLIAFERRO, P.; ANDRADE, A. S.; PAVARINI, S. C. I.;
FERREIRA, N. M. L. A. Alcoolismo e família: a vivência de mulheres participantes do grupo
de autoajuda Al-Anon. Rio de Janeiro: Jornal Brasileiro de Psiquiatria, 2009.
LEOPARDI, M. T. Metodologia da pesquisa na saúde. Santa Maria: Palotti, 2001.
PRATA, E. M. M.; SANTOS, M. A. O processo saúde-doença e a dependência química:
interfaces e evolução. Brasília: Revista de Psicologia: Teoria e Pesquisa, 2009.
ROSSETI, M. L.; SILVA, C. M. D.; RODRIGUES, J. J. S. Doenças InfecciosasDiagnóstico Molecular. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.
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