PERFIL SANITÁRIO DO ACARAJÉ, ABARÁ E ACOMPANHAMENTOS COMERCIALIZADOS EM TABULEIROS E PONTOS FIXOS NA CIDADE DE SANTO ANTÔNIO DE JESUS - BAHIA HEALTH PROFILE OF ACARAJÉ, ABARE AND SOLD IN TRAYS DISHES AND FIXED POINTS IN THE CITY OF SANTO ANTONIO DE JESUS - BAHIA Isabela Machado da Silva1, Erival Amorim Gomes Júnior1, Laize Andrade Fiúza Dias1, Wandemberg Pereira Santos1, Ana Lúcia Moreno Amor2, Isabella de Matos Mendes da Silva2 ¹Estudante de Graduação em Nutrição – Centro de Ciências da Saúde / Universidade Federal do Recôncavo da Bahia - CCS / UFRB 2 Docente –– CCS / UFRB Palavras-chave: microbiologia, parasitologia, acarajé Introdução O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) instituiu o ofício das baianas como bem cultural em agosto de 2000, haja vista a importância da comida de tabuleiro, como o acarajé e seus acompanhamentos (BARROCO, 2008). Assim, objetivou-se verificar a ocorrência de contaminação microbiológica e parasitológica do abará, acarajé e seus acompanhamentos (salada, camarão e vatapá) comercializados na cidade de Santo Antônio de Jesus, Bahia. Material e Métodos O presente trabalho foi realizado em Santo Antonio de Jesus (Bahia) no período de janeiro 2011. As coletas foram feitas em 06 pontos de venda de acarajés e abarás, sendo três tabuleiros e três pontos fixos. Coletou-se uma amostra do material a ser analisado (acarajé, abará e os acompanhamentos vatapá, salada de tomate e camarão seco), em cada ponto de venda. As amostras foram coletadas em sacos plásticos de primeiro uso, tiveram as temperaturas aferidas, sendo imediatamente acondicionadas em sacola térmica contendo gelo químico e transportadas para o laboratório de Microbiologia e Parasitologia, sendo imediatamente executadas as análises. Pesquisou-se os microrganismos indicadores coliformes a 45ºC (termotolerantes) por meio de metodologia tradicional utilizando o método do Número Mais Provável (NMP) recomendado pelo Standard Methods (SILVA et al., 2007) em abará, acarajé, vatapá, salada de tomate e camarão seco de cada ponto de venda pesquisado. Para a análise parasitológica, foram utilizadas técnicas para exames de fezes (sedimentação espontânea, Faust e Rugai) adaptadas para pesquisa de enteroparasitos ou outros contaminantes em salada de tomate e camarão seco de cada ponto de venda pesquisado. Os dados foram analisados de acordo com as variáveis pré-estabelecidas no questionário e com os resultados das amostras no programa Office Excel / 2007. Resultados e Discussão As bactérias a 45ºC (termotolerantes) presentes no acarajé, abará e acompanhamentos e os parasitos encontrados (salada de tomate / porção de camarão) salientam a possível função destes alimentos como vetores destes agentes, que provavelmente estão associados às precárias condições higienicossanitárias desses produtos, em conjunto com a falta de estrutura física e formação dos manipuladores. Das 30 amostras analisadas microbiologicamente 96.6 % estavam próprias para o consumo segundo a Resolução - RDC 12/2001 (BRASIL, 2011), o que corresponde 20 % das amostras de salada analisadas. Os exames parasitológicos realizados com 12 amostras (camarão/salada) revelaram que 33.3% e 16.6 % das amostras de salada de tomate e camarão seco, respectivamente estavam contaminadas, estando impróprias para o consumo. Dentre os parasitos foram encontrados 50 % de Endolimax nana, 33.3 % de Entamoeba coli e 16.6 % de Giardia lamblia. Apesar do encontro destes agentes, grande parte das amostras estava própria para o consumo (Figura 1). Figura 1 – Padrão microbiológico e parasitológico das amostras analisadas quanto ao consumo (próprio e impróprio). Conclusões A maioria das amostras de abará, acarajé e seus acompanhamentos (salada, camarão e vatapá) estavam dentro dos padrões microbiológicos recomendados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, entretanto não há legislação quanto aos padrões parasitológicos. Sugerimos maior acompanhamento na venda destes alimentos como rotina de trabalho dos órgãos competentes. Referências Bibliográficas BARROCO,L. A importância da gastronomia como patrimônio cultural, no turismo baiano. Vol 1, Nº 2 (marzo / março 2008. Disponível em www.obsturpr.ufpr.br/artigos/alimbeb1.pdf acesso em: 17 de janeiro de 2011. BRASIL. Ministério da Saúde. Resolução – RDC No. 12, de 02 de janeiro de 2001. Regulamento técnico sobre padrões microbiológicos para alimentos. Disponível em http://www.anvisa.gov.br/legis/resol/12_01rdc.htm. Acesso em 14 de janeiro de 2011. SILVA N. et al. Manual de Métodos de Análise Microbiológica de Alimentos. 3.ed. São Paulo: Varela, 2007. Autor a ser contactado: Isabella de Matos Mendes da Silva – Centro de Ciências da Saúde – Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – Santo Antônio de Jesus - Bahia – e-mail: [email protected]