UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL, ARQUITETURA E URBANISMO DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E CONSTRUÇÃO Análise de parâmetros de implantação de conjuntos habitacionais de interesse social: ênfase nos aspectos de sustentabilidade ambiental e da qualidade de vida Relatório final de projeto de pesquisa FINEP Processo: 2412/00 Programa de Tecnologia de Habitação/HABITARE, referente ao período de 19/04/04 – 19/11/04. Doris C.C.K. Kowaltowski (coordenadora, [email protected], (19) 3788 2390), Lucila C. Labaki, Silvia A. Mikami G. Pina, Stelamaris Rolla Bertoli, Regina C. Ruschel, Edison Favero, Lauro L. Francisco Filho, Vanessa Gomes da Silva e Daniel de Carvalho Moreira Campinas –2004 SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS iii LISTA DE TABELAS iii RESUMO iv 1 INTRODUÇÃO........................................................................................................... 4 2 ETAPAS CUMPRIDAS .............................................................................................. 5 2.1 Avaliação pós-ocupação dos conjuntos habitacionais de iniciativa pública ...................................................................................................................... 5 2.2 Observações e resultados dos questionários ....................................................... 6 2.3 Análise dos resultados dos questionários........................................................... 16 2.4 Qualidade de vida em conjuntos habitacionais: análise da percepção ambiental ................................................................................................................ 22 2.5 Diretrizes de implantação e indicadores conhecidos.......................................... 24 2.6 Organização das diretrizes de implantação de conjuntos habitacionais........... 32 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................... 39 4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 40 LISTA DE FIGURAS FIG 1. EXEMPLOS DE CASAS UNI-FAMILIARES DOS CONJUNTOS HABITACIONAIS DA CDHU NO ESTADO DE SÃO PAULO. ...................................................................................................10 FIG 2. CONJUNTOS HABITACIONAIS MULTI-FAMILIARES DA CDHU NO ESTADO DE SÃO PAULO. ....................................................................................................................................................15 FIG 3. CRIANÇAS, MORADORES DOS CONJUNTOS HABITACIONAIS DA REGIÃO DE CAMPINAS AVALIAM A SUA MORADIA E DESENHO MAPAS COGNITIVAS DAS ÁREAS RESIDENCIAIS........................................................................................................................................24 LISTA DE TABELAS TABELA 1 - DIRETRIZES DE IMPLANTAÇÃO PARA ÁREAS RESIDENCIAIS....................................25 TABELA 2 - MATRIZ DE INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE PARA ASSENTAMENTOS E VIZINHANÇAS .....................................................................................................................................29 TABELA 3 - CLASSIFICAÇÃO DOS ESPAÇOS NAS IMEDIAÇÕES DE CONJUNTOS HABITACIONAIS .....................................................................................................................................33 TABELA 4 - RELAÇÃO DAS EXIGÊNCIAS PARA OS ESPAÇOS DE CONJUNTOS HABITACIONAIS .....................................................................................................................................34 TABELA 5 - ESTRUTURA DAS DIRETRIZES ........................................................................................35 TABELA 6 - EXEMPLO DA ORGANIZAÇÃO DAS DIRETRIZES PARA CONJUNTOS HABITACIONAIS, SEGUNDO EXIGÊNCIAS DE CONFORTO ACÚSTICO ..........................................36 ANEXO 1 - DESCRIÇÃO DO PROJETO DE PESQUISA ANEXO 2 – QUESTIONÁRIOS APLICADOS ANEXO 3 – DESENHOS DAS IMPLANTAÇÕES DOS CONJUNTOS HABITACIONAIS AVALIADOS ANEXO 4 – GRÁFICOS DOS RESULTADOS DA PESQUISA DE CAMPO ANEXO 5 – DESENHOS DAS CRIANÇAS ANEXO 6 – MATRIZ DE INDICADORES ANEXO 7 – EXEMPLO DA APLICAÇÃO DO MODELO AXIOMÁTICO NA DEFINIÇÃO DA IMPLANTAÇÃO E PROJETO DE ÁREAS HABITACIONAIS. RESUMO O objetivo desse projeto de pesquisa foi estabelecer diretrizes de implantação de conjuntos habitacionais de interesse social construídos pelo CDHU, Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo. Foi desenvolvida a avaliação pós-ocupação de cinco conjuntos habitacionais, segundo as tipologias dos edifícios. O conjunto habitacional típico tem uma densidade razoavelmente baixa, onde os espaços abertos são mal utilizados e não contribuem para a qualidade da vizinhança. O modelo de APO considerou cinco por cento das unidades residenciais em cada conjunto habitacional. A escolha destas unidades foi baseada na distribuição uniforme em cada implantação e na inclusão de uma residência familiar por apartamentos em diferentes andares. Tópicos relacionados à qualidade espacial, morfológica, contextual, visual, perceptiva, social e funcional orientaram a avaliação pós-ocupação. O estudo resultou em indicadores de qualidade de vida e estabeleceu diretrizes de implantação, organizadas segundo os níveis e domínios definidos pelo método de projeto axiomático proposto por SUH (1990). Palavras-chave: conjuntos habitacionais implantação, avaliação pós ocupação. de interesse social, diretrizes de Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB 1 4 INTRODUÇÃO No primeiro período deste projeto de pesquisa (apresentado no Anexo 1) foram desenvolvidas investigações bibliográficas sobre os vários parâmetros e conceitos que formam o conteúdo da metodologia de avaliação de projetos de conjuntos habitacionais. Foram pesquisados os conceitos de sustentabilidade e de qualidade de vida relacionados especialmente ao ambiente residencial, objeto deste trabalho. Conceitos e aspectos da implantação de áreas residenciais também foram levantados, inclusive o parcelamento do solo. As áreas de metodologia de projeto e a avaliação de projetos foram estudadas. Especial atenção foi dada ao método axiomático de tomada de decisões desenvolvido por SUH (1998), pela possibilidade de constituir uma base científica de apoio para a criação da metodologia de avaliação deste projeto de pesquisa. A aplicação desta metodologia exige definições claras de necessidades do usuário e parâmetros de projeto. A partir da revisão bibliográfica apresentada no primeiro relatório parcial, foi compilada uma lista de indicadores de sustentabilidade e de diretrizes de implantação de conjuntos habitacionais. No segundo relatório a revisão bibliográfica foi ampliada e aprofundada, incluindo aspectos de psicologia ambiental, morfologia de conjuntos habitacionais, edifícios verdes e arquitetura bioclimática. Os instrumentos da pesquisa de campo foram apresentados e os resultados do pré-teste dessa investigação. Diretrizes de implantação para conjuntos habitacionais foram pesquisadas na bibliografia. A estrutura do banco de dados da pesquisa de campo deste projeto também foi apresentada. No terceiro relatório foram apresentados os resultados preliminares da pesquisa de campo. Foram apresentados diretrizes de implantação baseadas em indicadores conhecidos e estabelecidos diretrizes para as condições locais. Neste relatório são apresentados observações finais, os dados da pesquisa de campo e a sua avaliação, bem como a estrutura de uma metodologia de projeto e avaliação de conjuntos habitacionais. São introduzidos indicadores de qualidade de vida e de sustentabilidade e diretrizes dessa metodologia. Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB 2 5 ETAPAS CUMPRIDAS Essa pesquisa avaliou projetos de conjuntos habitacionais de interesse social no estado de São Paulo, almejando aprimorar projetos futuros. O principal objetivo deste estudo foi estabelecer diretrizes para uma metodologia de desenvolvimento do projeto de novos conjuntos e sua avaliação. Este método deve permitir ao projetista antever e desencadear as discussões sobre a qualidade dos projetos residenciais. A qualidade do projeto de conjuntos habitacionais é visto aqui como tendo duas frentes: o impacto físico-ambiental dos grandes projetos de construção e a qualidade de vida que este desenvolvimento habitacional pode oferecer aos seus usuários. Tanto os indicadores de sustentabilidade quanto os indicadores de qualidade de vida devem permear os métodos de desenvolvimento de projeto. A hipótese em que se baseia esta pesquisa foi que, já no estágio de implantação, um grande número de fatores ambiental é definido de tal forma que podem interferir na qualidade de vida dos futuros usuários, além de ter impactos nos aspectos de sustentabilidade. A meta principal deste estudo foi criar uma sistematização para avaliar os projetos habitacionais no estado de São Paulo, especialmente na região da cidade de Campinas, com um milhão de habitantes e distante cerca de 80 km da área metropolitana da cidade de São Paulo, que conta hoje com mais de 10 milhões de habitantes. Através da avaliação sistemática, foram determinados conceitos de qualidade de projeto baseados nesta pesquisa, e que foram inseridos em diretrizes de processo projetivo, influenciando a qualidade de produção dos novos conjuntos habitacionais. 2.1 Avaliação pós-ocupação dos conjuntos habitacionais de iniciativa pública O projeto de pesquisa teve início com o estudo de Avaliação Pós-Ocupação (APO) de projetos da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU). Esta companhia tem sido o maior empreendedor de habitações públicas no Estado de São Paulo desde 1986, quando o Brasil interrompeu seu programa nacional de habitação. Os projetos da CDHU são baseados em princípios projetivos semelhantes para uma mesma estratificação populacional. Muitos projetos são localizados em pequenas cidades e, deste modo, não são influenciados por uma grande conglomeração urbana como a da cidade de São Paulo. Foram aplicados 107 questionários (apresentados no Anexo 2) em cinco áreas habitacionais promovidas pelo CDHU, num período de 4 meses, no final de 2003. Todo os projetos estão localizados na região de Campinas. Os desenhos das implantações dos Conjuntos habitacionais dessa pesquisa de campo são apresentados no Anexo 3. Foram entrevistadas 27 famílias na cidade de Campinas, 7 em Atibaia, 14 em Valinhos, 9 em Itatiba e 48 famílias em Santa Bárbara D’Oeste. A ocupação do conjunto de Campinas data de 2003 e as outras 4 áreas foram ocupadas em 1996. Dois projetos (Campinas e Atibaia) seguem o padrão de edifícios com quatro apartamentos por andar e dois outros projetos (Valinhos e Santa Barbara) são divididos em duas tipologias distintas, com edifícios de apartamento e unidades uni-familiares em lotes individuais. O conjunto habitacional de Atibaia é pequeno, com apenas residências uni-familiares em lotes individuais. O número de questionários aplicados representa cinco por cento das unidades habitacionais de cada projeto. A seleção das residências foi baseada numa distribuição uniforme de cada conjunto. A escolha das unidades residenciais ainda procurou uma representação variada de orientações solares e localização em diferentes andares nos prédios de apartamentos. A equipe de pesquisadores também desenvolveu avaliações técnicas das implantações dos conjuntos através de observações em cada vizinhança. Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB 6 Os moradores entrevistados foram identificados pela idade, profissão, local de nascimento e escolaridade. Foi questionada a renda mensal da família e foram descritos, nas entrevistas, quais eram os gastos relacionados à moradia. O questionário permitiu levantar referências da área urbana, índice de satisfação em relação à área residencial e à vizinhança próxima. Os parques e instituições locais também foram avaliados (escolas, sistema de transporte, delegacia de polícia, hospitais ou clínicas e administração do conjunto habitacional). As entrevistas com famílias que vivem em apartamento procuravam identificar os problemas com áreas comuns (estacionamentos, entradas, calçadas, caixas de escada, depósitos de lixo, botijões de gás, áreas verdes, cercas e grades). Todas as famílias foram questionadas quanto à identificação dos pontos positivos e negativos das áreas comuns, serviços e equipamentos. Foi criada uma lista de respostas com itens positivos e negativos mencionados espontaneamente pela população dessa pesquisa de campo. Também foi questionado aos moradores sobre a existência de um espírito comunitário, qual tipo de atividades eram organizadas no centro comunitário local e qual a participação delas nestas atividades. Todas as famílias descreveram quais suas idéias de um lar ideal e avaliaram as qualidades de suas casas e vizinhanças. Também indicaram o período que elas vivem na casa atual e descreveram quais as alterações introduzidas na residência (ampliações, modificações, adaptações e acréscimos independentes da casa original para abrigar outros membros da família). Foi solicitada uma definição da “casa dos sonhos” dos entrevistados, que foi descrita em termos de tipo, tamanho, local e detalhes. Foram levantados os hábitos em relação às atividades domésticas comuns e o local onde eram realizadas. O conceito de sustentabilidade foi relacionado aos hábitos de preservação de energia elétrica, economia de água e parcimônia no uso do carro. Foram avaliados pelos usuários aspectos quanto à valorização e conservação da vegetação. Foi indagado sobre o conceito de qualidade de vida e as questões de conforto ambiental e psicológico (segurança, proteção física, infiltrações da água da chuva, térmico, acústico, visual, funcionalidade do espaço físico, problemas com fumaça e odores, assim como infestação de insetos e animais). Foi solicitado aos entrevistados que enumerassem os valores estéticos das suas casas e da vizinhança e que descrevessem os detalhes que contribuíam para o embelezamento urbano. Em relação à companhia habitacional, pediuse que os usuários identificassem problemas com a administração, regras e regulamentações locais. Finalmente, foram feitas perguntas sobre a implantação dos conjuntos e sua relação com a densidade habitacional, distância entre as construções, padrão das ruas e ajustes topográficos. 2.2 Observações e resultados dos questionários O critério de projeto que prevalece nos modelos da CDHU é baseado na repetição e na simetria. Poucos dos conceitos qualitativos associados à humanização da arquitetura, como descrito na literatura dos últimos quarenta anos, foram incorporados na maioria dos conjuntos habitacionais brasileiros (LYNCH, 1960; JACOBS, 1961; ALEXANDER et al., 1977; KOWALTOWSKI, 1980). Descrições dos conjuntos habitacionais típicos, encontrados no Brasil e em especial nas grandes áreas metropolitanas, incluem elementos de uma arquitetura desumanizada. Estes elementos são: a monumentalidade, a alta densidade de ocupação, a falta de um paisagismo e de acuidade estética no uso excessivo de objetos artificiais e preocupação desmedida com a segurança em oposição Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB 7 à proteção. A monotonia do espaço, das cores e dos detalhes são também elementos arquitetônicos comuns. Prevalece a falta de manutenção dos edifícios e terrenos. A implantação dos conjuntos habitacionais estudados é apresentada nos desenhos esquemáticos do Anexo 3. As observações sobre os projetos habitacionais analisados neste estudo são melhor exemplificadas pelas imagens apresentadas nas Figuras 1 e 2. Estas imagens ilustram os projetos de casas unifamiliares em lotes individuais (Figura 1) e conjuntos com edifícios de apartamentos (Figura 2). A concepção do projeto não foi alterada nos últimos 10 anos. O único progresso que pode ser observado é que o projeto mais recente foi inaugurado com um nível mais alto de infra-estrutura urbana. Atentando para a tipologia residencial unifamiliar, a condição de propriedade do lote dá início a um processo de rápida transformação da unidade habitacional. Áreas funcionais específicas são aumentadas, garagens são construídas e o lote é murado, de tal forma que a construção resultante lembra muito pouco a residência original. Estas transformações quebram a monótona repetição típica das unidades padronizadas, mas também representam um desperdício do investimento público. A transformação das habitações em projetos públicos foi amplamente estudada através da Avaliação PósOcupação (APO), tendo sido demonstrado que os principais motivos destas alterações estão relacionados à insuficiente funcionalidade dos espaços e aos projetos baseados em programas arquitetônicos falhos (KOWALTOWSKI & PINA, 1995; TRIPPLE, 2000). Normalmente, os conjuntos habitacionais no interior do Estado de São Paulo apresentam uma densidade relativamente baixa, mas não inclui uma infra-estrutura urbana completa, como calçadas e paisagismo urbano. Os moradores agem por conta própria para providenciar cercas, garagens e outros elementos necessários à criação de uma definição de bairro. Alguns dos exemplos da Figura 2 mostram estas iniciativas. Porém, mesmo com estas iniciativas, um aspecto geral de abandono prevalece, particularmente nas áreas públicas que podem ser vistas como áreas de ninguém ou áreas que ficaram para trás. Com exceção dos projetos mais recentes, nenhum paisagismo foi incluído na implantação dos conjuntos e nenhuma área de lazer foi providenciada, esperando que os moradores tomem uma iniciativa por eles mesmos e introduzam estes itens. É também difícil a manutenção das áreas públicas e espaços livres uma vez que nenhuma infra-estrutura é oferecida. Os moradores ligam mangueiras d'água, algumas vezes a partir do quarto andar, para lavar áreas coletivas do edifício e limpar as escadas. A vegetação (árvores), quando introduzida, é freqüentemente disposta no meio das calçadas estreitas, dificultando a circulação do pedestre. São observados problemas de implantação no arranjo das vias, arbitrariamente dispostas sem que seja observada a orientação solar ou a direção predominante do vento. Em terrenos íngremes a disposição dos edifícios causa deficiências nas integrações dos espaços. Os platôs horizontais são minimamente dimensionados segundo o perímetro de cada edifício, sem que haja uma reserva adicional de espaço livre circundante. Esta condição de implantação apresenta taludes íngremes e perigosos entre as construções, sendo acrescentadas, sem qualquer planejamento, várias cercas feitas pelos moradores. Apenas recentemente, foram incluídas cercas e áreas pavimentadas para o estacionamento de carros na concepção dos projetos de implantação de conjuntos habitacionais. No entanto, as soluções podem ser consideradas primitivas. Não existe qualquer separação entre os acessos de carros e pedestres e também nenhuma comunicação entre as unidades residenciais e os portões dispostos nas entradas junto a Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB 8 rua. Esta situação faz com que o acesso de visitantes dependa da chance de encontrar um morador que possa abrir uma destas entradas. A privacidade é vista como um outro problema. Os apartamentos no nível térreo são expostos ao movimento existente em volta dos edifícios, às brincadeiras das crianças e ao vandalismo e roubo através das janelas abertas. As janelas das salas de estar dos apartamentos defrontam-se umas com as outras, numa distância de aproximadamente quatro metros, e o lance da escada coletiva chega diretamente sobre a porta de entrada do apartamento. Esta caixa de escadas aberta é algumas vezes usada como uma espécie de terraço, principalmente nos andares mais altos, uma vez que os edifícios de apartamento não oferecem sacadas, varandas ou jardineiras. 1.1 Casa uni-familiar típica dos conjuntos habitacionais (Atibaia). 1.2 Outra tipologia de casa unifamiliar (sta. Bárbara d´Oeste). 1.3 Transformações das casas - reformas e ampliações (Atibaia). 1.4 Transformação substancial (Atibaia). Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB 1.5 Casa totalmente destruída (Valinhos). 1.6 Usufruto da sombra da arborização das ruas (Valinhos). 1.7 Mesmo em conjuntos mais antigos (Valinhos) o tratamento das áreas livres é precário. 1.8 Valinhos – drásticas alterações das unidades residenciais (estrutura e acabamento). 1.9 Conjunto Habitacional de Santa Bárbara d`Oeste – Sem tratamento dos espaços públicos. 1.10 Sem tratamento dos espaços públicos (Valinhos). 9 Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB 1.11 Área pública sem projeto (Valinhos). 1.12 Excesso de pavimentação e pouco tratamento paisagístico nas áreas públicas (Valinhos). Fig 1. Exemplos de casas uni-familiares dos conjuntos habitacionais da CDHU no Estado de São Paulo. 10 Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB 2.1 Implantação com tipologias de prédios iguais criando monotonia em terreno plano (Santa Bárbara d`Oeste). 2.2 Repetição da tipologia dos demais conjuntos em terreno íngreme (Valinhos). 2.3 Introdução de muros e cercas pelos moradores (Santa Bárbara d`Oeste) 2.4 Implantação com grandes desníveis e platôs mínimos (Itatiba). 2.5 Implantação sem projeto de paisagem (Santa Bárbara d’Oeste). 2.6 Individualização de construções para abrigo de carros (St. Bárbara d´Oeste). 11 Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB 2.7 Individualização das cercas e entradas (Itatiba) 2.8 Implantação com infra-estrutura de estacionamento pavimentado e cercas (Campinas “E”). 2.9 Introdução de construções avulsas para abrigo de carro e depósitos (Santa Bárbara d’Oeste) 2.10 Terreno íngreme dificulta a articulação dos espaços livres (Itatiba). 2.11 Implantação com lixeiras comuns sem responsabilidade da manutenção (Campinas “E”) 2.12 Lixo e entulho do CH em áreas não urbanizadas (Campinas “E”). 12 Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB 2.13 CH sem projeto de infra-estrutura urbana com áreas improvisadas para o lixo (Santa Bárbara d’Oeste). 2.14 Falta de limpeza urbana e projeto de calçada (Santa Bárbara d’Oeste). 2.15 Introdução de improvisações em áreas livres (Santa Bárbara d’Oeste) 2.16 Calçada com arborização interferindo na circulação de pedestres (Campinas “E”). 2.17 Introdução de guia rebaixada para acesso de portadores dificuldades locomotores (Campinas “E”). 2.18 Calçadas sem manutenção e em locais não apropriados (Campinas “E”). 13 Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB 2.19 Grandes espaços não articulados e sem vegetação (Campinas “E”). 2.20 Implantação de parque infantil sem o tratamento adequado (Campinas “E”). 2.21 Centro comunitário com base em projeto inadequado (Campinas “E”). 2.22 Falta de depósitos obrigam os moradores a guardar objetos grande longe do espaço do seu uso (Campinas “E”). 2.23 Como conseqüência de um projeto inadequado, o lazer infantil acontece nos pequenos espaços, como as casas de gás. (Campinas “E”). 2.24 Na ausência de equipamentos urbanos adequados, as escadas funcionam como áreas de lazer e convívio. (Campinas “E”). 14 Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB 2.25 Áreas cercadas e sem uso específico, remanescentes da delimitação dos perímetros dos edifícios (Campinas “E”). 2.26 Falta de comércio local aumenta improviso de serviços entre a população residente (Campinas “E”). 2.27 Ausência de infra-estrutura para a manutenção das áreas comuns (Campinas “E”). 2.28. Introdução de abrigo de carro pelos moradores e oficinas improvisadas (Valinhos). 2.29 Delimitação das áreas dos edifícios com alambrados, soluções precárias para as necessidades e características dos acessos de veículos e pedestres (Campinas “E”). 2.30 Quando existe, o tratamento paisagístico é decorrente da iniciativa particular dos moradores (Valinhos). Fig 2. Conjuntos habitacionais multi-familiares da CDHU no Estado de São Paulo. 15 Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB 16 2.3 Análise dos resultados dos questionários Os dados da pesquisa de campo são apresentados nos gráficos do Anexo 4 desse relatório. Observa-se (gráficos 1.1.1, 1.1.2 e 1.1.7) que a maior parte dos entrevistados é do sexo feminino (78%), com idades entre 29 e 48 anos (50%) e com o primeiro grau completo (57%). Cabe lembrar que a escolha dos entrevistados foi realizada de maneira aleatória, sendo que a amostra representa 5% das unidades residenciais. No caso dos prédios foram entrevistados, no mínimo, moradores de um apartamento de cada edifício, dos 05 conjuntos habitacionais. A renda familiar apresenta-se dividida entre duas categorias. 43% das famílias indicam uma renda entre R$101 e 500,00 e a segunda categoria apresenta 40% dos entrevistados com renda entre R$501 e 1000,00. Há, portanto, dois grupos distintos cujas opiniões poderão ser avaliadas separadamente no futuro, já que a renda familiar é um fator importante na avaliação da satisfação dessa população. A renda também deve ser ponderada em função do número de pessoas que são dependentes desta renda. A renda do primeiro grupo é considerada baixa, uma vez que a maior parte das famílias informou ter dificuldades em pagar todos os seus impostos e outras contas e ainda oferecer o mínimo necessário à sobrevivência de seus membros. Notou-se que havia diferenças significativas entre as famílias moradoras dos conjuntos observadas também nas características da própria moradia. As transformações das moradias representam melhorias de acabamento e ampliações da área útil alem da introdução de construções para abrigar parentes. Nos apartamentos a diferenciação econômica é visível nas trocas de material de acabamento como pisos e azulejos e na introdução de cortinas. Dentro de um contexto de dificuldade e economia, é evidente que algumas famílias pareciam ter conseguido melhores condições de habitação e de vida, do que outras de um mesmo conjunto. As perguntas que se referiam à qualidade e à avaliação dos bairros, propunha o levantamento de marcos e referências dos moradores com relação ao local onde eles vivem. Observa-se, através do gráfico 1.1.4, que 45% dos entrevistados avaliou o bairro como bom, e outros 31% o classificaram como satisfatório. Percebe-se que a satisfação com o bairro não é relacionada com a localização dos CHs, pois a maior parte dos conjuntos visitados encontra-se em locais distantes do centro, sendo o acesso relativamente dificultado. O serviço de transporte, presente nos bairros, foi muito bem avaliado pelos moradores: 57% consideram o transporte bom e 9% muito bom (gráfico 1.4.2). Já a ausência de infraestrutura urbana foi uma questão levantada constantemente pelos moradores, quando questionados sobre o que falta no bairro para que ele fosse melhor. Um grande número de entrevistados reivindicavam escolas de melhor qualidade e postos de saúde mais próximos, além da presença de mais comércio nas imediações, devido às dificuldades enfrentadas pelos moradores que não possuíam carro para realizar as compras necessárias. Ainda com relação ao bairro, em termos de beleza (gráfico 1.1.5), 37% dos entrevistados avalia como satisfatório o local onde vive e 31% como bom. Neste item houve um equilíbrio maior entre as possibilidades de resposta, provavelmente devido ao fato de que a avaliação da “beleza” passa por critérios muito pessoais e subjetivos. Com relação à existência de espírito comunitário no conjunto habitacional, as opiniões mostram-se praticamente divididas (gráfico 1.1.6). 49% das pessoas declaram presenciar um espirito comunitário e 46% ignoram a existência desse espírito. Observamos que muitas vezes o espaço construído dos conjuntos não favorece a criação de um espírito comunitário. Na maior parte das soluções de implantação, a interação sócio-cultural entre os moradores Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB 17 não favorece o sentimento de territorialidade. È importante o sentimento de espírito comunitário para que os moradores tenham o desejo de melhorar e de conservar o espaço em que vivem. O que vemos nos conjuntos são áreas comuns sem nenhum equipamento de lazer que venha a favorecer a sociabilidade das pessoas. As áreas livres são vistas como “sobras” entre as áreas construídas, dificultando integração efetiva. A observação em campo dos conjuntos habitacionais indica que as áreas comuns, embora avaliadas como boas por 27% e satisfatórias por 19% da população (gráfico 1.2.1), ainda carece de equipamentos. O equipamento freqüentemente mencionado como necessário é de lazer das crianças. Não foram raras as vezes que encontramos crianças brincando em locais sem as mínimas condições, inclusive de segurança, pois brincavam nas próprias ruas e sobre os abrigos de gás. A supervisão das crianças é precária, já que não há creches ou escolas próximas. 70% das pessoas não avaliou as entradas do condomínio (gráfico 1.2.3). Observamos que na maioria dos CHs. não havia um projeto de acessos e circulação de veículos e pedestres. Outras vezes os próprios moradores introduziram cercas e portões que eram motivo de orgulho. No Conjunto Habitacional de Santa Bárbara d´Oeste, por exemplo, alguns prédios possuíam melhores entradas, com acabamentos diferenciados no muro, o que, segundo os moradores, havia sido possível devido à boa organização deles próprios. As escadas (gráficos 1.2.4 e 1.2.5) também não foram avaliadas por muitas pessoas. Apenas 25% dos entrevistados considerou as escadas boas e 17% satisfatórias. A responsabilidade pela limpeza das escadas é dos moradores em 37% dos casos e em 48% dos prédios dos apartamentos os síndicos cuidam da limpeza das áreas comuns. Segundo as observações técnicas, muitas escadas encontravam-se muito mal conservadas, oferecendo risco aos usuários. Muitos corrimãos são mal fixados e a área das escadas é utilizada para guardar materiais de dimensões grandes, que dificulta a circulação, em especial em caso de emergência. O Centro Comunitário, local que poderia tornar-se um centro de profissionalização e de integração dos moradores, em muitos casos é pouco explorado. A grande maioria respondeu saber da existência do centro (72%), mas declarou não utilizá-lo (gráficos 1.2.6 e 1.2.7). Apenas 27% das pessoas declarou que o utiliza. O baixo índice de utilização deve ter relação com a administração desses centros. A questão de avaliação das áreas verdes foi respondida por 59% das pessoas (gráficos 1.3.1, 1.3.2, 1.3.3, 1.3.4). 36% dos entrevistados constatam da existência de áreas verdes, enquanto 35% disseram que essas não existem. Apenas 17% das pessoas avaliaram as áreas verdes como boas e 23% como ruim. 13% ainda consideram as áreas muito ruim. A existência de vegetação nas áreas verdes foi afirmada por 34% da população, mas 47% das pessoas não responderam a pergunta sobre vegetação. Em muitos conjuntos habitacionais a área verde não existe, ou limita-se a uma grande área árida. Há também situações onde o plantio e a escolha de espécies de vegetação é feito de maneira inadequada. Há destruição das calçadas devido às raízes, ou ainda dificuldade de circulação nestas vias devido ao plantio de árvores ou arbustos no meio da passagem. O projeto de paisagismo tem de fazer parte do projeto como um todo (KOWALTOWSKI et al, 2002) e deve levar em conta a vegetação existente e o clima da região. Sabe-se também que boas áreas livres e verdes também favorecem a interação das pessoas e melhoram a qualidade do ar das cidades. Em relação ao uso das áreas verdes apenas 12% das respostas foram positivas e 63% da população não opinou sobre esse uso. Devem ser observadas as questões relativas ao equilíbrio entre a quantidade Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB 18 de área construída e a de área verde do empreendimento. Segundo 37% dos moradores (gráfico 1.3.5), esta relação é ruim ou para 8% das pessoas muito ruim. Outros 30% dos entrevistados não responderam. A maioria dos conjuntos habitacionais pesquisados foi entregue aos moradores com pouca infra-estrutura urbano. No projeto de implantação consta apenas a localização das edificações. Faltam calçadas, estacionamentos e tratamento dos limites das quadras. O fechamento dos conjuntos ou dos lotes é portanto realizado pelos próprios moradores, mesmo no caso das residências uni-familiares. Na maior parte dos prédios, os próprios moradores se organizavam para realizar o fechamento, em alambrado ou muros e portões. Já nas residências uni-familiares e lotes individuais, quase a totalidade optou pela construção de muros, também com portões. Com estas condições 48% da população não opinou sobre o fechamento dos conjuntos ou lotes e apenas 24% das pessoas entrevistadas consideraram o fechamento como bom e 13% como ruim (gráfico 1.4.1). Procurou-se conhecer através do questionário, as características da moradia anterior ao apartamento ou casa adquirido nos conjuntos habitacionais estudados, para entender quais eram as referências que os usuários possuem de habitação. As condições anteriores podem explicar solicitações ou reclamações referentes à nova moradia (apartamento ou casa) especialmente com relação à sua tipologia. Como pode-se observar no gráfico 1.5.1, 73% das pessoas declararam que anteriormente residiam em habitações térreas. Este pode ser um dos fatores que explicam muitas dificuldades da população de habitar um espaço coletivo (prédio de apartamento), uma vez que suas referências de territorialidade e de privacidade eram muito diferentes na situação anterior. A maioria (78%) das pessoas não possuía imóvel próprio antes de mudar-se para um conjunto habitacional. A moradia anterior é avaliada como muito boa por 22% das pessoas e boa por 34% (gráfico 1.5.8). Em comparação, a moradia atual é considerada boa por 55% da população, com 18% afirmando a nova casa ser muito boa e 22% ruim (gráfico 1.6.3). A satisfação está relacionada com o fato da casa ser própria. A avaliação também inclui que a população entende que tudo que pudesse ser feito para melhorá-la seria sempre para seu próprio benefício e de sua família. A obtenção da casa própria representa segurança para as famílias. A residência anterior (gráficos 1.5.3 até 1.5.8) era, na maior parte das vezes, composta por 1 ou 2 dormitórios, cozinha, banheiro e sala. 41% dessas casas tinha 2 dormitórios, Apenas 7% dessas moradias tinha copa, 90% cozinha, 82% sala e 89% banheiro dentro da casa. Culturalmente, a sala é um espaço que aglutina uma série de atividades. Essas atividades incluem as questões relativas ao descanso, ao lazer (assistir televisão, jogar videogame), às relações sociais (é o espaço onde se recebe visita), entre outras. Nas moradias dos conjuntos habitacionais, isso muitas vezes faz com que o espaço seja excessivamente pequeno, para a quantidade de móveis que as pessoas nele colocam. Assim, pode-se observar um espaço de circulação muito reduzido, e disposição dos móveis nem sempre satisfatório para as suas funções. A boa avaliação da moradia anterior está relacionada com a sua localização que era considerada melhor do que o conjunto habitacional onde se mora hoje. Foi destacada a infra-estrutura disponível nas imediações da casa anterior em bairros mais próximos ao centro da cidade. Em relação à alteração da moradia atual, 75% das pessoas afirmou que realizou modificações na casa ou apartamento e 65% da população pretende ainda realizar novas Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB 19 reformas (gráficos 1.5.9 e 1.5.10). Estas observações apontam o desejo de personalização do espaço, ainda que não seja possível alterar ou ampliar os apartamentos. As modificações são principalmente voltadas para a melhoria dos revestimentos, através da colocação de pisos cerâmicos e azulejos nas áreas molhadas. Também se observa a divisão com parede inteira dos cômodos da cozinha e da sala, quando os apartamentos iniciais propunham divisões em meia parede. As moradias são ocupadas por pessoas da mesma família em 92% dos casos (até 6 pessoas). Entretanto, existem exceções onde moravam mais de 10 pessoas, que portanto possuíam muito pouca privacidade dentro da própria habitação (gráficos 1.6.1). 11% das moradias são ocupadas por famílias pequenas, de apenas duas pessoas. 20% das famílias têm três membros e 25% são famílias com 4 pessoas. Em termos de sustentabilidade, pode-se constatar que 42% da população realiza reciclagem de lixo, 79% procura economizar o consumo de energia elétrica e 81% faz esforços para reduzir o gasto de água (gráficos 1.7.2 e 1.7.6). Em relação ao lixo destacase que a população procura reciclar as latas de alumínio para conseguir alguma renda adicional (gráfico 1.7.1), levando em conta que a coleta nestes locais ainda não é realizada seletivamente. Os próprios moradores fazem a Coleta Seletiva. Em alguns condomínios os recursos são empregados em benefício comum para a aquisição de equipamentos de lazer ou serviços. A pesquisa portanto mostra que a população está propensa a colaborar com campanhas de redução de desperdícios que poderão tornar os empreendimentos mais sustentáveis. Quando se trata das questões de poluição e hábitos da população, constata-se que apenas 35% das pessoas usam a bicicleta e que este uso está relacionado ao lazer e não como meio de locomoção normal. Isso se deve as grandes distâncias e também a nossa cultura que não favorece este tipo de transporte. Nenhuma das cidades da região visitada oferece ciclovias, nem reais possibilidades de utilização das bicicletas, uma vez que temos um tráfego de automóveis e outros veículos motorizados muito intenso e perigoso. Desse modo, a poluição do ar aumenta, pois parte das pessoas que possuem carro os utilizam diariamente, e a outra parte utiliza os meios de transporte públicos, que também contribuem à poluição (gráficos 1.7.4 e 1.7.5). 27% das famílias nos conjuntos habitacionais já possui carro próprio. Quando perguntava-se sobre o número de vagas nos estacionamentos ficou claro que o carro é ainda um bem almejado pela grande maioria da população. De outro lado a população tem claro o valor da vegetação em relação à qualidade do ar. 67% das pessoas acreditam no benefício da vegetação em relação á qualidade de vida em áreas urbanas. A segurança física é um aspecto muito importante em cidades com índices de criminalidade elevados. Enquanto que 61% dos usuários entrevistados declararam sentirem-se seguros dentro de suas unidades residenciais, 65% declaram se sentirem inseguros acerca dos bairros onde os conjuntos estão localizados (gráficos 1.7.7 e 1.7.8). Quase sempre nesta questão mencionava-se a problemática do tráfico de drogas como presente no cotidiano destes cidadãos. È claro que a segurança física e psicológica dos moradores de um conjunto habitacional depende de muitos fatores: do detalhamento do projeto e do uso adequado de espaços e equipamentos (KOWALTOWSKI et al,2002). Em relação a fatores de implantação, sabemos que a segurança equaciona-se, em primeiro lugar, pelo controle de acesso ao lote. Observamos grandes problemas neste aspecto, uma vez que, teoricamente apenas os moradores teriam as chaves dos portões e os abririam apenas para pessoas conhecidas. Entretanto, devido à falta de um sistema de comunicação entre o interior e o exterior dos edifícios, muitas vezes os portões eram Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB 20 deixados encostados ou eram abertos a pessoas desconhecidas, sem a necessidade de identificação. O controle visual pelos moradores de áreas públicas e semi públicas são importantes para aumentar a segurança. Nas bibliografias internacionais que discutem a implantação dos projetos arquitetônicos, o fator segurança merece destaque e sugere-se que deve assumir um caráter defensivo. Recomenda-se que os próprios usuários tenham a capacidade de controlar o seu ambiente, através da visualização plena de toda a área (NEWMANN, 1972). A visibilidade da área externa do apartamento ou da rua das casas foi considerado importante por apenas 29% das pessoas e 51% consideraram boa a visibilidade da sua moradia específica (gráfico 1.710 e 1.711). Culturalmente existe mais confiança no muros altos do que o pleno controle pela própria população do seu espaço. A iluminação das áreas externas é outro fator que auxilia contra roubos e vandalismo. Assim, 64% dos moradores dos conjuntos habitacionais pesquisados acreditam que a boa iluminação pública e em áreas comuns nos prédios contribui para melhorar a segurança dos moradores (gráfico 1.7.9). Alguns moradores mencionaram que as lâmpadas são com freqüência destruídas, o que seria de interesse dos que praticam a violência (gráfico 1.7.9). As características do conforto térmico das moradias foram avaliadas pelos moradores para as estações de verão e inverno. No verão 48% das pessoas avaliam como desconfortável suas moradias, por serem excessivamente quentes e mal ventiladas, e no inverno 64% declaram como confortáveis (gráficos 1.8.1 e 1.8.2). Pouco se conhece sobre possibilidades naturais e simples de melhoria no conforto térmico, especialmente nos dias mais quentes que ocorrem com maior freqüência em nosso país. Quando questionadas sobre qual seriam soluções possíveis para melhorias térmicas, poucas souberam responder ou mencionavam alternativas mecânicas, como ar condicionado ou ventilador. A orientação adequada das habitações, o espaço entre os volumes edificados, o projeto paisagístico e o adequado projeto das aberturas são alternativas que poderiam contribuir para a melhora das moradias do ponto de vista térmico. A maior parte (52%) das moradias não enfrentam problemas com a chuva (goteiras, vedação das janelas), como se pode notar no gráfico 1.8.3. Os problemas existentes são relativos ao destelhamento ou a entrada de água pelas aberturas, com chuvas de vento muito forte. Por outro lado, muitos (70%) tem problemas com os insetos e outros animais, devido a proximidade com terrenos baldios ou esgotos a céu aberto (gráfico 1.8.4). A medida adotada para se proteger desse incomodo é o fechamento das aberturas em detrimento ás condições ideais de ventilação no calor. Problemas com a instalação das redes de esgoto também trazem mal cheiro para 52% da população (gráfico 1.9.1). Há também problemas com a implantação dos conjuntos habitacionais próxima a indústrias como de fabricação de sabão. Em outro caso a proximidade de plantações de cana de açúcar foi indicada como a causa de grande desconforto em relação a cheiros. Deve-se lembrar também que a região dessa pesquisa pertence ao clima tropical onde a proliferação de insetos é comum e a literatura recomenda a colocação de telas nas aberturas, especialmente para o aproveitamento do resfriamento noturno e das brisas naturais. O barulho representa um incômodo para 53% dos entrevistados. Principalmente sons emitidos por vizinhos causam constrangimento e desconforto acústico (gráfico 1.9.2). O aspecto da privacidade dos moradores passa a ser invadida pelo barulho da vizinhança, através de música alta ou mesmo da brincadeira das crianças na área comum. Este é um problema bastante recorrente nos apartamentos do andar térreo, que poderia ser solucionado através da elevação dos mesmos com projeto de implantação em desnível. Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB 21 A poeira também incomoda os moradores (gráfico 1.9.3). 59% das pessoas reclamam desse incômodo. As causas mais freqüentemente citadas são queima de cana nos arredores ou terra suspensa no ar das ruas não asfaltadas. Como medida preventiva, os moradores declararam que fecham os cômodos da casa, o que compromete o conforto térmico, já mencionado anteriormente. Indagando a população sobre detalhes de implantação de conjuntos habitacionais levantou-se que a beleza externa da moradia foi considerada importante para 81% dos entrevistados. A beleza do bairro foi considerada importante por 89% das pessoas. A beleza pode apresentar um aspecto de dignidade ao local para os visitantes (gráficos 1.10.1 e 1.10.2). Como forma de melhorar a aparência externa da moradia, mencionamse a qualidade e o tipo de revestimento aplicado, assim como a existência de jardins. Em termos urbanos, mencionou-se a existência de praças e ruas mais arborizadas e limpas nas imediações dos conjuntos habitacionais. Os aspectos de implantação tiveram um alto índice de questões não respondidas, (algumas questões com índices de mais de 50%). Da parcela que respondeu, 27% considerou boa a localização do bairro e 31% boa a localização da sua moradia no conjunto. A distribuição das ruas no conjunto foi considerada boa por 22% da população mas 55% das pessoas não opinou sobre este aspecto (gráfico 1.12.3). No entanto, as observações técnicas levantaram sistemas de ruas bastante confusos e sem propiciar orientação para os visitantes. Talvez por já conhecerem bem as ruas dos conjuntos, os entrevistados avaliem como adequada a distribuição realizada e orientem-se pelo hábito (gráficos 1.12.2 a 1.12.4). A distância entre os prédios foi considerada satisfatória por 38% das pessoas, embora, em alguns casos, a observação considerou que esta distância não alcançou uma medida recomendada que visa a privacidade das unidades residenciais. (gráfico 1.12.7). A densidade foi avaliada como muito boa por 30% dos entrevistados e satisfatória por outros 30% (gráfico 1.12.5). A topografia do bairro também foi classificada como satisfatória por 58% das pessoas na maioria dos conjuntos habitacionais. O caso crítico era o conjunto habitacional de Itatiba, projetado com desníveis muito grandes e com taludes perigosos. Quando questionado sobre o tipo de disposição das ruas e dos níveis de densidade habitacional, muitas famílias acreditam que os responsáveis pelos conjuntos deveriam ter planejado melhor a disposição da área de tal forma que se pudesse incluir um número maior de residências. Assim, um maior número de famílias poderia se beneficiar dos projetos habitacionais públicos. Esta opinião é contrastante com a falta de um espírito comunitário, identificado por este estudo de APO. Os moradores foram questionados também para opinar sobre detalhes da administração dos conjuntos habitacionais. 49% não opinaram sobre este aspecto e 42% das pessoas declararam que existem normas, ainda que nem sempre elas sejam cumpridas. É importante levantar que para que as normas sejam efetivas, elas precisam ser construídas pela comunidade que irá utilizá-las, através de um sistema bastante democrático. Do contrário, elas tornam-se inúteis pois são raramente obedecidas (gráfico 1.12.1). A qualidade de vida propriamente dita está associada, para esta população entrevistada, às questões de caráter social, ou seja, ao emprego, à saúde da família e à propriedade particular de uma habitação. Apesar disso, 39% da população avaliou como boa a sua própria qualidade de vida e outros 46% como satisfatória (gráfico 1.11.1). Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB 22 Em resumo a avaliação dos conjuntos habitacionais não aponta para detalhes específicos de problemas e apresenta um quadro geral de satisfação dos moradores. De outro lado, as observações técnicas demonstram uma qualidade arquitetônica e urbana abaixo do desejado. Há problemas com a implantação dos conjuntos habitacionais que prejudicam as questões da sustentabilidade e da qualidade de vida. A população associa os indicadores de sustentabilidade principalmente aos custos, como as contas de água e eletricidade. A poluição não é considerada um problema, sendo almejado um carro particular. A qualidade de vida depende da segurança econômica e física. As impressões de segurança na vizinhança são ofuscadas por problemas de drogas e taxas de criminalidade. A população percebe um pequeno número de problemas na implantação dos conjuntos. A delimitação do território através de cercas e portões trancados é mencionada por muitas famílias como sendo requisitos importantes, bem como boas escolas e serviços de saúde. A vegetação é considerada um item importante, mas poucas famílias plantam árvores em frente às suas casas ou no terreno público. Um número pequeno intervém de alguma forma nestes espaços públicos. Com isso, não existem calçadas ou parques em muitos conjuntos. 2.4 Qualidade de vida em conjuntos habitacionais: análise da percepção ambiental Para o melhor entendimento e análise dos aspectos da psicologia ambiental foi desenvolvido um trabalho com as crianças, moradoras dos conjuntos habitacionais avaliados acima. Através de desenhos, apresentados no ANEXO 5, as crianças puderam expressar suas sensações e percepções sobre o ambiente que habitam. A atividade foi desenvolvida com crianças do conjunto habitacional Campinas E, imagens dessa experiências podem ser vistas na Figura 3. Os desenhos, chamados mapas mentais ou cognitivas na literatura da psicologia ambiental, foram utilizados para o melhor entendimento das influências dos aspectos da psicologia ambiental na vida dos moradores de conjuntos habitacionais de Interesse social. Os mapas mentais constituem um processo para descrição das transformações psicológicas referentes às percepções individuais, códigos, informações sobre os lugares e atributos do meio ambiente que faz parte do cotidiano de cada pessoa. O mapa mental ou mapa cognitivo não é necessariamente um “mapa”, mas sim uma “análise funcional” do ambiente. Estes mapas envolvem informações sobre o fenômeno espacial do qual a pessoa faz parte. Downs e Stea (1977) referem-se a mapas cognitivos como sendo registros de processos mentais por meio dos quais pode-se aprimorar e compreender o mundo ao redor e também como uma representação pessoal organizada do meio físico. Os mapas cognitivos foram utilizados nesta pesquisa para que fosse possível uma análise mais detalhada sobre a influência dos aspectos da psicologia ambiental no cotidiano dos moradores. É importante considerar as expectativas e a satisfação dos usuários de um conjunto habitacional, pois é através desses sentimentos que se configura a realização do morador enquanto usuário. A introdução de melhorias nos conjuntos habitacionais também depende da contribuição e do engajamento ativo por parte dos moradores no controle e gestão do condomínio e no diagnóstico de aspectos positivos e negativos. Deve-se considerar que aspectos de segurança física e psicológica estão intimamente ligados às sensações de bem-estar de moradores. Atitudes de vandalismo, criminalidade e alcoolismo devem ser controlados. A individualidade de expressão também faz parte do bem-estar psicológico. As condições de privacidade devem ser consideradas aspectos importantes na qualidade de vida de moradores. Os aspectos psicológicos são relacionados a fatores físicos, como distâncias entre volumes construtivos e a relação de aberturas de moradias vizinha. A territorialidade tem a ver com o espírito comunitário e o sentimento de pertencer ao lugar. O caráter estético e Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB 23 a extensão de um conjunto habitacional são fatores que influenciam estes sentimentos. As condições de interação sociocultural com a vizinhança também contribuem para criar o espírito comunitário. O engajamento em questões ambientais tem se mostrado de grande importância para a criação destas interações. Para criar os mapas cognitivos dessa pesquisa pediu-se para que as crianças representassem a sua moradia e, ao terminar este exercício, foi pedido para que elas representassem o caminho que fazem para irem de suas casas até a escola. Deste segundo exercício surgiu o “mapa” propriamente dito com descrições visuais dos percursos e da vizinhança. Este trabalho foi desenvolvido com crianças devido à dificuldade que o adulto possui em representar livremente as sensações que o ambiente lhe proporciona. “Crianças lidam, e com grande prazer, com mapas, que são representações gráficas do mundo que as cerca. Infelizmente, o mesmo não se dá com os adultos, que freqüentemente recorrem a uma expressão bastante comum: Desculpe, mas eu não consigo ler mapas” citaram Downs e Stea (1977). Várias pesquisas já utilizaram o desenho para a avaliação de conceitos e comportamentos de crianças. Através da análise destes desenhos pode-se chegar a conclusões sobre questões como territorialidade, privacidade, percepção da paisagem e conforto. Analisando os desenhos das crianças dessa pesquisa de campo é interessante notar que aparecem freqüentemente desejos momentâneos e fortes das crianças. Assim, podemos constatar que, quando questionadas sobre sua moradia, as crianças na maioria dos casos representam o telhado de maneira irreal e ilusória. 3.1 Crianças desenhando usam o dreno como mobiliário urbano 3.2:Crianças desenhando usam a laje do deposito de gás como (mesa e banco) mesa e suporte para brincadeiras. 3.3. Crianças desenha os mapas cognitivos 3.4. Uso pelas crianças das áreas livres no Conjunto Habitacional Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB 3.5 Participação nos desenhos de mapas cognitivos 24 3.6 Crianças sentadas nos drenos durante as atividades. Fig 3. Crianças, moradores dos Conjuntos Habitacionais da região de Campinas avaliam a sua moradia e desenho mapas cognitivas das áreas residenciais Percebe-se então que o símbolo da casa com o telhado de duas ou quatro águas é muito forte para essas crianças. Essa representação simbólica da casa ocorre, na maioria das vezes, nos desenhos das crianças mais novas. Por outro lado, as crianças mais velhas, já representam detalhes reais da sua moradia. A colocação das antenas no alto dos prédios é muito presente e demonstra uma representação mais critica do ambiente. Também é marcante a freqüência do desenho de árvores que não existem na realidade. Assim como foi constatado nos questionários, podemos identificar nos desenhos o desejo das crianças em possuir maiores áreas de vegetação. É importante ressaltar que, como observado nos questionários, as crianças também acreditam ser importante a beleza do bairro e da moradia. Pode-se constatar isto através das flores, animais, árvores, cores diferentes das originais, cortinas e outros complementos que são adicionados no desenho da moradia. É simples notar que há o interesse por parte da criança de que a sua moradia seja bonita. 2.5 Diretrizes de implantação e indicadores conhecidos Diretrizes de implantação podem ser encontradas na literatura (MARCUS e SARKISSIAN, 1986; MARCUS e FRANCIS, 1998; CROWE, 1991; WEKERLE e WHITZMAN, 1995; ALTERMAN e CHURCHMAN, 1998). Muitas cidades publicam suas próprias recomendações e convertem estas diretrizes em leis (REED, 1997 e ADRAC, 2003). A literatura procura estabelecer diretrizes de implantação para as situações de habitações de interesse social, abordando inicialmente indicadores de sustentabilidade e de qualidade de vida, foi definida uma lista de indicadores de sustentabilidade. Esta relação foi baseada na definição, como descrita pela BRUNDTLAND COMMISSION (1987), de que os projetistas devem estabelecer condições ambientais que respondam às necessidades presentes sem comprometer a habilidade das gerações futuras de atender às suas próprias necessidades. Dados como etapas de desenvolvimento, densidade das construções, taxas de impermeabilidade e conservação das matérias primas e do solo deveriam ser consideradas. A disposição urbana, micro-climas e sistemas de tráfego são outros indicadores de sustentabilidade, na medida em que afetam o consumo de energia elétrica, os níveis de poluição e os sistemas de infraestrutura (THOMAS, 2003). A definição dos indicadores adequados de qualidade de vida, relacionados com o ambiente construído, tem sido objeto de muitas discussões e estudos (FELCE e PERRY, Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB 25 1995; FINDLAY et. al., 1988; GOODE, 1993). É grande a variedade de indicadores que devem ser considerados na relação de decisões tomadas em projetos de arquitetura e de urbanismo. A satisfação do usuário está ligada aos indicadores de conforto ambiental (térmico, visual, acústico, aspectos de funcionalidade do espaço e qualidade do ar). O índice de satisfação também depende das atitudes do indivíduo em relação ao ambiente, seu conforto psicológico e sua sensação de segurança e proteção (NEWMAN, 1972). Os indicadores de psicologia ambiental dependem da percepção do espaço enquanto território por parte do usuário (GIFFORD, 1997). Os sentimentos de posse, de privacidade e de grupo também são importantes. Os habitantes determinam o todo através da propriedade individualizada (CARMONA, 2001; PUNTER e CARMONA, 1997; THOMAS, 2003). Uma variedade de tópicos direcionou uma lista preliminar de indicadores gerais de qualidade de vida e sustentabilidade para projetos habitacionais públicos. Muitas diretrizes reconhecidas e encontradas na literatura recente podem ser enumeradas e divididas de acordo com os tópicos: comunidade e segurança; ruas e sistema viário; Implantação; Estacionamento; Espaços abertos públicos; Espaços abertos privados; Paisagismo e Arquitetura (LGC, 2003). Diretrizes para as condições locais devem levar em conta as recomendações gerais. Existem muitos parâmetros detalhados de projeto para orientar a definição de conjuntos habitacionais. Embora muitas destas diretrizes não tenham origem em situações locais brasileiras, elas são aplicáveis. Afinal, as pessoas têm necessidades básicas e desejos semelhantes ao redor do mundo. Logicamente, o clima é diferenciado, além da cultura e a matéria prima disponível, mas estes não deveriam ser motivos para repetir formas inadequadas de oferecer habitações para uma população específica. Para dar início ao desenvolvimento de um método de projeto e avaliação para os conjuntos habitacionais, devem ser estabelecidas diretrizes locais. Uma lista preliminar de diretrizes deveria ser baseada nos tópicos seguintes: Para dar início ao desenvolvimento de um método de projeto e avaliação para conjuntos habitacionais, devem ser estabelecidas diretrizes locais. Uma lista de diretrizes é apresentada na tabela 1, levando em conta as peculiaridades locais. Tabela 1 - Diretrizes de implantação para áreas residenciais Diretrizes gerais Diretrizes locais Comunidade e segurança Determinar dimensões e dispor moradias, mercados, Numa sociedade com altas taxas de criminalidade, escritórios, escolas, parques e serviços públicos criar uma sensação de segurança. È desejada que a próximos uns dos outros, de tal forma que possam comunidade/vizinhança esteja confinada ou murada ser percorridos a pé; Oferecer uma diversidade de para controlar o acesso das pessoas. Mesmo muito tipologias residenciais, permitindo que grupos de criticado, viver em comunidades muradas é desejo situações econômicas variadas e de idades comum entre os brasileiros de classe média. A diferentes possam conviver dentro de seus limites; particularidade dos limites territoriais deve evitar a Dispor uma área central que ofereça serviços imagem negativa de confinamento e de isolamento comerciais, públicos e culturais; Encorajar o uso de em relação à vida na cidade, e deve considerar o todas as áreas – quadras, parques e praças – nos acesso dos visitantes. períodos diurnos e noturnos através de espaços agradáveis e iluminados; Criar divisões com limites bem definidos, como cinturões agrícolas, permanentemente protegidos do desenvolvimento e avanço das outras áreas; Ruas, calçadas e ciclovias constituindo um sistema interconectado e de rotas Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB 26 alternativas e convidativas para todos os lugares; Os terrenos originais, drenagens naturais e vegetações das áreas comunitárias devem ser preservados em conformidade com exemplos observados nas áreas principais de parques e cinturões verdes; Conservar os recursos naturais e minimizar o desperdício; Promover o uso adequado da água através de drenagens naturais, permeabilidade do solo e reciclagem; Orientações das ruas, disposição dos edifícios e o aproveitamento de sombras visando um uso adequado de energia elétrica; Planejamento de uso do solo, integrado com uma rede maior de transporte e sistema viário; Implantar instituições regionais e serviços públicos (governamentais, estádios, museus, etc) no núcleo urbano; Desenvolver um caráter local e uma identidade comunitária através do uso de materiais regionais e técnicas construtivas específicos. Ruas e sistema viário Estabelecer através de um sistema onde as ruas Dar atenção especial à orientação. O vento sudoeste tenham um pequeno volume de tráfego, baixa predominante deveria ser aproveitado. As calçadas velocidade e pouco barulho; prever as alterações de devem ser concluídas na fase de construção. Dispor mobilidade da população de idade mais avançada boas sombras de árvores sem atrapalhar a com um projeto apropriado das calçadas; Prever circulação dos pedestres, cadeiras de roda, carrinhos caminhos e bons acessos aos espaços livres e de bebê, etc. A rede de circulação de pedestres deve abertos; Avaliar a separação e/ou integração de estar integrada com entradas controladas, sendo possível a comunicação com as unidades a partir do zonas diversas para reduzir o uso do carro. portão. Implantação Relacionar o edifício com a rua e, existindo, com as Definir os serviços comuns com a população. Por áreas adjacentes. Além de reforçar as fachadas junto exemplo, no Brasil as lavanderias não funcionam à rua; Dispor, sempre que possível, de níveis como serviço comum e devem ser, no mínimo, privativos de entrada para a unidade individual; incorporadas dentro de cada unidade residencial. Assegurar-se de que as entradas dos edifícios são Oferecer áreas para varais ao sol, longe do demarcadas e visíveis; Oferecer para cada unidade movimento dos pedestres e das áreas de recreação sua própria identificação visual e endereçamento das crianças. Espaços comuns deveriam incluir individual sempre que possível; Manter padrões de áreas onde as famílias pudessem organizar recuo; Prover o acesso do pedestre aos serviços churrascos ou festas locais típicas. Estas áreas adjacentes através de passeios, portões, calçadas, devem dispor de um espaço amplo, plano e aberto, travessas, etc.; Dispor de serviços comuns em áreas além de serviços simples como uma cozinha e centrais e ligá-las a espaços abertos comuns; banheiro. Localizar os edifícios e o paisagismo de tal forma que maximize a exposição solar durante os meses frios e controlem esta exposição nos meses quentes; Aproveitar a ventilação natural, a luz do sol e as vistas em cada unidade; Localizar o projeto próximo ao comércio e escolas e dentro de uma distância de 400 a 500 metros de paradas de trem ou ônibus sempre que possível. Estacionamento Dispor áreas de estacionamento nos fundos ou ao Oferecer um espaço para o carro (que é um item lado do terreno para possibilitar que a maioria das desejado) para cada unidade residencial. Os unidades residencial fique de frente para a rua; estacionamentos de automóveis devem ser cercados Construir vários bolsões de estacionamento em vez por questões de segurança e ter o acesso controlado de uma grande área para estacionar; Plantar árvores e separado das entradas de pedestres. Evitar a e arbustos para suavizar o impacto das áreas de iniciativa de dispor abrigos individuais para carros, o estacionamento e para oferecer sombra e redução que causa uma ocupação ineficiente da vaga de do ruído; Evitar muros de frente para rua em edifícios estacionamento, além de ter uma má aparência. com áreas de garagem; Se os muros forem Introduzir vegetação para sombrear áreas de inevitáveis, decorá-los com imagens, expositores, estacionamento (as pessoas preferem andar uma trepadeiras e materiais de boa qualidade e duráveis; pequena distância quando a vaga para estacionar Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB 27 Localizar os lotes de estacionamento nas dispõe de uma sombra). proximidades das unidades residenciais, favorecendo a vigilância casual; Separar os caminhos de pedestres e de bicicletas do tráfego de veículos; Estabelecer áreas livres de trânsito de veículos para proteção e lazer dos pedestres e de ciclistas. Espaços abertos públicos Projetar espaços livres abertos, como se fossem Evitar sobras de pequenos espaços onde não podem “cômodos abertos”, e evitar deixá-los iguais aos ser ocupados por um campo plano de futebol ou um espaços vazios; Prover espaços abertos públicos jardim de recreação com equipamentos simples balanços, etc). Introduzir onde possam ser realizados jogos, recreação e (escorregadores, atividades sociais e culturais; Localizar espaços equipamentos e paisagismos na concepção do abertos públicos de tal forma que possam ser vistos projeto. Sombrear estas áreas é de extrema das unidades residenciais individuais e, de importância em climas quentes. Facilitar a preferência, da cozinha, da sala de estar e da sala manutenção. de jantar; Dispor as áreas de brincadeiras infantis de forma centralizada, permitindo a supervisão dos adultos nas unidades residenciais e/ou de um serviço central; Oferecer um sistema de iluminação econômico e de uma variedade de fontes, em intensidades e qualidades apropriadas para a proteção. Espaços abertos privados Prover cada domicílio com algum tipo de espaço Evitar que o espaço seja visto como uma aberto privado útil e acessível, como um pátio, oportunidade para mais construções. Prover as varanda, deck, terraço, quintal ou uma fração de habitações multifamiliares com uma pequena área varanda de entrada ou terraços; Cercar com grades aberta e privativa, com um espaço sombreado, com as sacadas para permitir privacidade e definir limites, floreiras, e de onde se possa acompanhar as evitando paredes sólidas que impeçam que as atividades das crianças e se refugiar do calor dos espaços fechados. Desencorajar a incorporação crianças pequenas possam olhar para fora. desta área aos espaços fechados através do projeto ou da localização. Paisagismo Projetar o paisagismo para valorizar a arquitetura e Escolher a vegetação adequada para obter sombra e definir espaços públicos e privados úteis; Utilizar evitar danos à construção através de uma área espécies de plantas nativas e resistentes, fáceis de suficiente e reservada para vegetação. Prover uma aguar e manter; Áreas pavimentadas sombreadas; boa cobertura do terreno para evitar erosão e Oferecer opções para sentar e ficar nas áreas problemas com lama. Dispor de um leve nivelamento ajardinadas; Incluir caminhos para receber crianças, das áreas abertas. Oferecer uma boa visibilidade adultos, bicicletas, skates, carrinhos de compra, das áreas abertas e dos arredores dos edifícios por caminhadas, animais de estimação, etc.; Prover questões de segurança. A vegetação deve ser de iluminação apropriada. fácil manutenção. Calcular o crescimento da vegetação e as dimensões das árvores adultas no esquema paisagístico original. Prover faixas de vegetação e terreno naturais nos padrões das ruas. Arquitetura Projetar os edifícios do conjunto habitacional sem Usar projetos padrão de forma inteligente através de repetir soluções-padrão; A altura geral das estruturas um projeto cuidadoso e que receba acréscimos em deveria ser próxima daquelas dos edifícios das termos de implantação, paisagismo e uso da cor. redondezas; Dispor o primeiro piso do edifício em Elevar o nível térreo/primeiro piso meio andar ou relação à rua de tal forma que esteja sutilmente através de pilotis para favorecer a privacidade e a elevado para manter a privacidade; Relacionar o segurança. Prover acesso aos deficientes físicos tamanho e a volumetria do projeto de acordo com os através de elevadores, rampas com inclinações adequações das calçadas e edifícios da vizinhança; Eliminar formas de caixote apropriadas, com a definição de frentes amplas; Tornar a pavimentações sem obstruções. O depósito de lixo construção agradável visualmente e que incentive a reciclagem deve ser um critério de arquitetonicamente; Valorizar as vistas e tornar os projeto. Introduzir a participação do usuário no Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB espaços amplos através de grande número de janelas; Quebrar a fachada dos edifícios horizontais em pequenos componentes através do uso de estruturas verticais adjacentes; Certificar-se que o ritmo, tamanho e proporção das aberturas são semelhantes aos dos edifícios de boa qualidade na vizinhança; Utilizar varandas, escadas, balaustradas, faixas e cortes para valorizar as características do edifício; Selecionar os materiais e cores do edifício de tal forma que sejam complementares à área circundante e tenham um alto nível de conteúdo reciclável, sempre que possível. 28 processo de projeto para reduzir as alterações posteriores. As particularidades dos espaços devem estar de acordo com as atividades domésticas (prover uma área para mesa e cadeiras na cozinha ou na sala onde a família possa fazer as refeições e onde as crianças possam fazer seus deveres de casa). A matriz de indicadores de sustentabilidade de assentamentos e vizinhanças foi definida com base nas diretrizes da tabela 1 e em recomendações de organização, mensuração e indicadores feitasem diversos trabalhos anteriores, entre eles BEQUEST, 2000; DETR/HSU 2000; EGBF, 2001e SHARMA, 2003. A matriz vincular cada categoria e sub-categoria de sustentabilidade a: escala espacial do impacto, etapa do ciclo de via em que devem ser considerados, medidas de desempenho apropriadas e nível de desempenho mínimo aceitável. As medidas de desempenho ora constituem a verificação da adoção de diretrizes de projeto (qualitativas), ora oferecem possibilidades para quantificação da intensidade desta adoção. Não são estabelecidos pesos entre os diferentes indicadores/diretrizes. O objetivo é, antes, facilitar que os participantes no processo identifiquem os pontos em que podem intervir e estabeleçam, conforme cada contexto, uma estratégia de priorização e um plano de ação correspondente. Devido à extensão da matriz completa, apresentada no Anexo 6, a tabela 2 sintetiza as categorias consideradas, mas detalha apenas os itens Uso do Solo e Aspectos comunitários (marcados em cinza). Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB Tabela 2 - Matriz de Indicadores de sustentabilidade para assentamentos e vizinhanças Neste trabalho, não foram considerados aspectos de tamanho e layout, conforto e acessibilidade dentro das unidades n/a = não aplicável Categorias/sub-categorias Escala espacial Etapa ciclo vida Medida de desempenho Energia n/a análise implantação Materiais n/a análise implantação Nível de desempenho Vizinhança Planejamento, projeto footprint projeto /área terreno no unidades/hectare 80%, em dois pavimentos (habitação) > 60 unidades/hectare Edifício Planejamento, projeto m2/ocupante 2.5m 2/ocupante 2 pessoas por quarto • Reuso/recuperação do sítio Vizinhança Planejamento, projeto % contaminado % redesenvolvimento 60% • Uso misto Vizinhança Planejamento, projeto, gestão do patrimônio Proporção de usos (residencial, comercial, varejista, lazer, comunitário) Conforme necessidade da comunidade, desde que seja uso misto. • Integração do sítio ao entorno Vizinhança Planejamento, projeto • Cobertura do solo Vizinhança Projeto Solo • Intensidade de uso do solo • Área de solo consumida footprint dos edifícios pela Área total / área construída Área construída / área verde • Ecologia Vizinhança Projeto Água n/a – ref aos edifícios Cargas ambientais na esfera global n/a análise implantação Cargas ambientais na esfera local Edifício, propriedade, vizinhança, cidade, região Aspectos ambientais na esfera do edifício n/a – ref aos edifícios • Qualidade do ar interno n/a – ref aos edifícios No espécies/ha Para melhoria radical: x Para aumento significativo do valor ecológico local: y 29 Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB • Saúde no ambiente interno n/a – ref aos edifícios • Conforto interno n/a – ref aos edifícios Aspectos ambientais na esfera da propriedade/sítio • Conforto áreas externas Aspectos comunitários • Redução crime de oportunidades de • Envolvimento comunitário • Espaços qualidade públicos de Vizinhança Planejamento, projeto, desenv. empreendimento Vizinhança Planejamento, projeto, construção, desenv. empreendimento No reuniões públicas No participações reuniões realizadas No pessoas envolvidas Vizinhança Planejamento, projeto % área pública sistema de gestão implementado No de tipologias de edificações (e % de cada um) No de usos diferentes (e % de cada um) boa Aplicação de princípios de projeto para segurança (controle visual, iluminação etc) • Diversidade Edifício, vizinhança Planejamento, projeto • Adaptabilidade Edifício, vizinhança Planejamento, projeto, operação • Segurança em áreas externas Vizinhança Planejamento No de atividades de risco na área (ex. postos de gasolina...) • Facilidade de movimentação Vizinhança Projeto, planejamento % de ruas interconectadas % de cul-de-sacs Edifício, vizinhança Planejamento, projeto, operação Km calçadas/Km vias Km ciclovia/Km vias Km ciclovia/footprint duchas/ocupante armazenamento de bicicletas segregação de vias Vizinhança, cidade Planejamento, desenv. empreendimento • Facilidade pedestres para ciclistas • Nível do serviço público e Comprimento calçadas (largura adequada) = 2x comprimento total das vias Comprimento ciclovia (90 cm) = 2x comprimento total das vias 1 vaga protegida de chuva para ao menos 80% dos residentes 30 Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB Mínimo • Vitalidade urbana Vizinhança, cidade % propriedades desocupadas Planejamento, projeto, nível de criminalidade desenv. empreendimento usos mistos acessibilidade (vias interconectadas) • Mobilidade integrada Vizinhança, cidade Planejamento, projeto, desenv. empreendimento • Política de transporte Vizinhança, cidade Desenv. empreendimento Custos Acessibilidade econômica (custo no ciclo de vida x poder de compra do usuário) (oportunidades de) Negócios – propiciadas pelos usos mistos Política de transporte disponível 31 Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB 32 2.6 Organização das diretrizes de implantação de conjuntos habitacionais Uma vez reunidos os indicadores de qualidade de vida e as diretrizes de implantação de conjuntos habitacionais, é necessário estruturar estas informações para que possam ser utilizadas adequadamente no desenvolvimento e análise de projetos. Cada fonte apresenta seu conjunto de diretrizes estruturado de forma particular. Estas estruturas, ao adotarem linguagens diferentes, dificultam a aplicação, compreensão e recuperação das informações quando usadas concomitantemente. Para cada conjunto é necessário compreender a lógica da estrutura adotada e as definições que articulam os dados envolvidos. No entanto, vários pontos comuns são repetidos nas diferentes organizações de diretrizes, o que permite estabelecer uma estrutura básica que reúne os indicadores, diretrizes e exemplos de diversas fontes e bibliografias. É importante estabelecer uma estrutura deste tipo para permitir a coleta e recuperação das informações pertinentes ao projeto de implantação de conjuntos habitacionais. Além de tornar os dados acessíveis, uma estrutura para organização de diretrizes é fundamental para desenvolver qualquer ferramenta de auxílio ao projeto. A estrutura aqui apresentada procura oferecer uma forma simples de organização de dados, e identifica objetivamente os fatores envolvidos na descrição das diretrizes. Com isso, pretende-se uma sintaxe onde toda diretriz possa ser descrita – através da mesma estrutura – e que permita reunir os dados e o acesso direto aos mesmos. Várias recomendações e métodos de projeto apresentam uma hierarquia dos espaços (urbano e arquitetônico) para ordenar os problemas envolvidos. A estrutura de indicadores, aqui descrita, considera uma ordem dos espaços, chamado de “níveis físicos” (PEDRO, 2001) ou de “seqüência” de espaços (ALEXANDER, 1977), que vai das áreas coletivas e públicas até as áreas privadas e individuais. O projeto de implantação de conjuntos está entre o espaço mais amplo do bairro e da cidade (onde é inserido) e os espaços mais definidos e particulares dos edifícios e unidades de habitação que contém. Exemplo da classificação dos espaços segundo o programa habitacional da vizinhança próxima são apresentados na tabela 3 (PEDRO, 2001, p. 8): Para todos estes níveis de espaços existe uma relação de exigências que se repete. Estas exigências organizam as necessidades do usuário em requisitos objetivos aos quais os espaços projetados devem responder. Cada espaço atende a um usuário diferente, conforme o nível físico a que pertence: num momento o usuário é a população de uma cidade, num outro uma comunidade, moradores de um edifício, uma família, um indivíduo. Ainda assim, para estes diferentes usuários as exigências são as mesmas: o conforto, a segurança, a adequação, etc. Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB 33 Tabela 3 - Classificação dos espaços nas imediações de conjuntos habitacionais Lotes Habitacionais Equipamentos coletivos Indústria Educação Culto Proteção civil Cultura Desporto Comércio e serviços de apoio à habitação Turismo e restauração Transportes e comunicações Atividades financeiras Administração pública Saúde e ação social Outras atividades Pequena indústria Sistema viário Vias principais Comércio e serviço Espaços de circulação Habitações Espaços comuns Usos não habitacionais Lazer Parque infantil Área de jogos Espaços verdes de enquadramento Jardim público Vias distribuidoras Vias distribuidoras locais Vias de acesso local Acessos de pedestres Passeios Caminhos Estacionamento Via pública Parque público Infraestrutura Água Distribuição Drenagem Energia Resíduos sólidos Depósito Recolha Exemplo da relação de exigências descritas no programa habitacional da vizinhança próxima são apresentados na tabela 4 (PEDRO, 2001, p. 19). Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB 34 Tabela 4 - Relação das exigências para os espaços de conjuntos habitacionais Conforto Acústico Visual Qualidade do ar Higro-térmico Segurança Uso normal Contra incêndio Contra agressão e roubo Viária Adequação Espaços Área Dimensão Funcionalidade Articulação Privacidade Acesso Personalização Apropriação Adaptação Economia Construção Exploração Manutenção Completando a estrutura de organização das diretrizes, também são considerados os fatores que condicionam as decisões do projetista para satisfazer as exigências de um determinado espaço. É o conjunto dos fatores que interferem diretamente no projeto dos conjuntos habitacionais. Estes fatores não podem ser modificados pelo projetista e tampouco ignorados, uma vez que influem diretamente nas condições do projeto, em qualquer nível físico e sob diferentes exigências. Devem ser observados continuamente no decorrer do processo de projeto. Alguns exemplos de condicionantes: meio ambiente, características do usuário, ambiente urbano e legislação. Finalmente, uma vez definido o arcabouço principal, as diretrizes podem ser dispostas. Para isso, são determinados os tipos de diretriz e a maneira como são descritas. As diretrizes podem ser de dois tipos: o primeiro tipo descreve como o espaço cumpre uma determinada necessidade do usuário e o segundo tipo especifica como o espaço se associa com outro espaço e com um conjunto de elementos arquitetônicos e urbanos. O primeiro tipo de diretriz é chamado aqui de “descritiva” e o segundo tipo é a “física”. Estes dois tipos são divididos em sub-grupos. A diretriz descritiva pode ser de recomendação ou de diagnóstico. Já a diretriz física é divida em diretriz física de dimensionamento ou de arranjo: a) Diretriz Descritiva de Diagnóstico: descreve um problema ou conceito que precisa ser solucionado; b) Diretriz Descritiva de Recomendação: descreve um procedimento, uma ação ou uma solução de projeto; c) Diretriz Física de Dimensionamento: apresenta descrições gráficas e quantitativas para descrição espacial da diretriz; d) Diretriz Física de Arranjo: descreve associações de elementos para composição do espaço ou de outros elementos arquitetônicos. Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB 35 A diretriz de dimensionamento é apresentada de forma gráfica ou indicando as dimensões adequadas para os elementos que compõem o espaço a ser projetado segundo sua aplicação. As demais diretrizes podem ser descritas em uma estrutura de três partes. De forma geral, a primeira parte indica o que deve ser feito, a segunda parte indica qual o espaço ou elemento arquitetônico envolvido e a terceira parte descreve em que condição esta diretriz deve ser considerada ou aplicada. Cada tipo de diretriz responde a estas três partes da estrutura de maneira diferente, conforme descrito na tabela 5. Tabela 5 - Estrutura das diretrizes AÇÃO Diretriz descritiva de recomendação AGENTE Diretriz descritiva de diagnóstico Diretriz física de arranjo O que deve ser feito? Com o que? CONDIÇÃO Como? SITUAÇÃO O que considerar? AGENTE Qual a causa? CONDIÇÃO Como causa? FUNÇÃO Qual o objetivo do arranjo? AGENTE Qual o espaço gerado? CONDIÇÃO Como arranjar? Também é possível armazenar exemplos de aplicações das diretrizes, que vão apresentar uma condição de arranjo espacial. A função e o agente não aparecem no caso do “exemplo”, mas podem ser identificados na diretriz original (aquela que gerou o exemplo). Observando o espaço urbano ou arquitetônico descrito, a exigência para este espaço, o tipo de diretriz e a condicionante para sua aplicação é possível descrever uma particularidade do espaço e orientar a tomada de decisão em projeto. Com isso, o processo diminui a ambigüidade, a incerteza e erros de interpretação, valorizando a clareza, a objetividade e os indicadores de qualidade de vida e sustentabilidade implícitos nas diretrizes. Na tabela e apresentada uma aplicação da estrutura de organização descrita, onde foram reunidas as exigências de projeto para programas habitacionais em Portugal (PEDRO, 2001, p. 20 e 21). Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB 36 Tabela 6 - Exemplo da organização das diretrizes para conjuntos habitacionais, segundo exigências de conforto acústico Tipo Diretriz Texto original Isolar e afastar As vizinhanças próximas devem ser concebidas de modo a proporcionarem um Recomendação Conjunto habitacional adequado isolamento e afastamento 1 Das fontes de ruído exteriores e sem fontes relativamente a fontes de ruído exteriores e de ruído internas. a ausência de fontes de ruído internas. Fonte de ruído Geralmente a principal fonte de ruído existente nas vizinhanças próximas é o Vias de transito de automóvel trânsito automóvel, devendo atender-se a Tipo de tráfego (ligeiros ou pesados), que o nível de ruído produzido pode ser Diagnóstico velocidade de circulação, intensidade do influenciado pelo tipo de tráfego (ligeiros ou 2 tráfego e as características técnicas da via pesados), a velocidade de circulação, a (traçado, inclinação e tipo de pavimento) intensidade do tráfego e as características técnicas da via (traçado, inclinação e tipo de pavimento). Diagnóstico 3 Fonte de ruído Espaços de lazer Utilizados por jovens e crianças Conceber Conjunto habitacional Recomendação 4 Com as fontes de ruído mantidas no seu perímetro Uma segunda fonte de ruído, existente nas vizinhanças próximas, são os espaços de jogo e recreio, em particular os utilizados por jovens. As vizinhanças próximas devem satisfazer as seguintes exigências de conforto acústico (Statens Planverk 1972; Prinz 1980; WHO 1988): 1) devem ser concebidas de modo a, tanto quanto possível, manter as fontes de ruído no seu perímetro; 2) os edifícios de habitação e os espaços Afastar Recomendação Edifícios de habitação e espaços exteriores exteriores de estar/reunir devem estar afastados das principais fontes de ruído; 5 Das principais fontes de ruídos 3) nos casos em que a distância entre os edifícios e as fontes de ruído é insuficinete Barreiras acústicas: arborização densa, para garantir o conforto, devem existir elevações do terreno (taludes), muros, localização do edifício num plno superior à barreiras acústicas, tais como: arborização densa; elevações do terreno (taludes); Recomendação fonte de ruído (semi-enterrar as vias) e muros ou outro tipo de barreiras acústicas; interposição de edifícios cortina 6 (especialmente concebidos para isolarem o localização do edifício num plano superior à fonte de ruído (semi-enterrar as vias); e ruído) interposição de edifícios cortina. Nos casos em que a distância entre os edifícios e as fontes de ruído é insuficiente para garantir o conforto. Isolamento acústico 4) caso sejam utilizados edifícios cortina podem ser ponderadas as seguintes Edifício cortina estratégias para isolamento do ruído: Arranjo Edifícios com atividades pouco sensíveis ao - os edifícios podem destinar-se a 7 ruído (garagens, comércio, etc) actividades pouco sensíveis ao ruído (por exemplo, garagens, arrecadações, ou espaços de comércio) - os edifícios podem fazer confrontar com as Isolamento acústico fontes de ruído compartimentos das Edifício cortina Arranjo habitações pouco sensíveis ao ruído (por Edifícios que confrontam os compartimentos exemplo, vestíbulo, instalações sanitárias, 8 pouco sensíveis ao ruído (vetíbulos, arrumos, ou cozinha) sanitários, etc) com as fontes de barulho Definir Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB 37 Continuação da tabela 6 Isolamento acústico Arranjo 9 Arranjo 10 Arranjo 11 EXEMPLO 11 Arranjo 12 Arranjo 13 EXEMPLO 13 Edifício cortina Com a envolvente virada para a fonte de ruído, o que reduz o ruído exterior no interior do edifício Isolamento acústico Edifício cortina - envolvente virada para a fonte de ruído pode ser tecnicamente capaz de reduzir o ruído exterior para níveis sonoros aceitáveis no interior do edifício - o corpo do edifício não deve ser interrompido Corpo do edifício não interrompido. Reduzir a exposição ao ruído Edifícios Concentrando as fontes de ruído 5) as fontes de ruído devem estar concentradas de modo a reduzir as superfícies atingidas Reunir as principais vias de circulação, (por exemplo, conjugar as principais vias de percursos de transportes públicos e edifícios circulação, os percursos de transportes não habitacionais. públicos e os edifícios não habitacionais com usos geradores de ruído) Evitar penetração do ruído Edifícios Dispondo adequadamente Evitar reflexão do som Fachadas dos edifícios 6) a configuração dos edifícios deve evitar a penetração do ruído nas vizinhanças próximas, ... ... e evitar a reflexão do som nas fachadas dos edifícios que formem recintos fechados Não formar recintos fechados Evitar pátios abertos para uma rua (um exemplo negativo é a existência de pátios abertos para uma rua) Uma vez reunidas as diretrizes de implantação visando a sustentabilidade ambiental e a qualidade de vida em conjunto habitacionais e os indicadores correspondentes, é necessário estruturar estas informações para que possam ser utilizadas adequadamente no desenvolvimento e análise de projetos. Para constituir um método de avaliação de projeto para conjuntos habitacionais de interesse social, o estudo de métodos de projeto nos levou até o chamado “Método Axiomático” (Axiomatic Design). Este método foi desenvolvido por SUH (1990) para organizar o processo de projeto em engenharia mecânica. O método é baseado no seguinte princípio: “tornar o projetista mais criativo, reduzir o processo de pesquisa, minimizar as tentativas sucessivas e os erros de processo, além de determinar o melhor projeto entre aqueles propostos”. A teoria desenvolvida por Suh utiliza uma decomposição do processo de projeto, onde as necessidades dos usuários, CNs (“Customer Needs”), ou clientes, geram requisitos funcionais, FRs (“Function Requirements”), que são determinantes dos parâmetros de projeto DPs (“Design Parameters”), estes por sua vez geram variáveis do processo, PVs (“Process Variables”). O método axiomático é visto como uma importante contribuição para a inclusão de dados qualitativos e para estruturar uma grande quantidade de informações para enriquecer o processo. O procedimento lógico, onde os projetistas avançam passo a passo na tomada de decisões, também deveria acrescentar coerência ao processo. Enquanto o processo mental em projeto não é seqüencial, a prática de pensar de maneira estruturada pode levar a uma maior criatividade (BROADBENT, 1973). A documentação do processo de decisão dá transparência ao processo de projeto e permite o registro da informação, evitando conflitos e insatisfações entre os usuários do produto final. Apesar do fato de que Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB 38 a subjetividade é inerente ao processo de projeto, um procedimento metodológico é importante para aumentar as bases científicas do projeto. A inclusão detalhada dos conceitos dos usuários sobre qualidade no processo projetivo pode gerar uma ligação direta entre os critérios de projeto e os desejos do usuário, mesmo se não forem baseados numa definição clara, um a um. (GIFFORD, 1997). O Anexo 7 apresenta uma aplicação do modelo axiomático na definição da implantação e projeto de áreas habitacionais este exemplo teve como base o trabalho desenvolvido por Alexander et. al. (1969) para um projeto de conjunto habitacional no Peru. As questões principais da implantação de conjunto habitacional foram adaptadas às realidades locais da região de Campinas para uma aplicação efetiva em novos projetos. Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB 3 39 CONSIDERAÇÕES FINAIS A introdução sistemática de aspectos diversificados, complexos e multidisciplinares dos fatores de projeto é ainda uma questão difícil no projeto de residências e deveria ser estudado através de bases metodológicas. Através de extensivos estudos de APO deveria se esperar que fossem oferecidas respostas efetivas para os novos projetos, diminuindo a repetição dos erros. Uma grande companhia habitacional, com uma boa equipe de projetistas, deveria ser capaz de oferecer qualidades ambientais em seus novos projetos. Mas este não é o caso na região de Campinas. Nosso estudo de APO mostrou que completar o processo de projeto e implantação de residências, desenvolvido por uma agência habitacional do governo como a CDHU no Brasil, não é uma tarefa fácil. As descrições e os resultados dos questionários acima e as transformações em grande escala das casas indicam que é necessário repensar o processo de projeto destes empreendimentos. São necessárias mudanças em três frentes: política, conceitual e programas de acompanhamento: primeiro, é necessário uma mudança política clara. Os resultados desta pesquisa acadêmica, assim como os dados dos estudos de APO, devem ser usados para estimular as políticas habitacionais a abandonarem as soluções defasadas e baseadas em quantidade e não na qualidade dos programas habitacionais. Atualmente, a propaganda política enfatiza o número de unidades habitacionais construídas sob uma administração particular. Este tipo de mudança é vista como sendo de grande dificuldade, uma vez que em países em desenvolvimento a pressão pública é pequena quando a questão é a alteração da qualidade. Os protestos acontecem apenas em momentos de catástrofes, como no caso da condenação de um edifício. Não obstante, existe pouca informação disponível que demonstre o custo-benefício de melhores programas habitacionais, o que perpetua a maneira ultrapassada de fazer as coisas. Em segundo lugar, a fase de projeto requer uma nova abordagem e uma análise sistemática para evitar a repetição de modelos inapropriados. Métodos de avaliação habitacional deveriam ser desenvolvidos. Estes métodos deveriam enfatizar os indicadores de sustentabilidade e de qualidade de vida. A análise de projeto deve ser baseada em definições de parâmetros projetivos e na atribuição de pesos destes conceitos. Contudo, a seleção dos parâmetros não é fixada ou regulada, dependendo apenas das escolhas pessoais do projetista. Também não é eficaz dar maior atenção a um ou outro parâmetro de projeto através de um sistema de pesos, uma vez que as variáveis são freqüentemente de mesma importância ou não comparáveis. Além disso, métodos matemáticos que poderiam ser aplicados nesta situação consomem tempo e não são muito proveitosos em áreas de incerteza (JONES, 1980). Como terceiro e último passo, os projetos habitacionais requerem um envolvimento ativo da população. Deveriam ser delineados programas onde a população pudesse participar do processo de tomada de decisão dos projetistas e programas de acompanhamento para ajustes das configurações físicas. O método tipo “livro de atividades” para a participação do usuário, desenvolvido por HORELLI (2002), e amplamente utilizado nos países escandinavos, deveria ser experimentado em um projeto residencial local para avaliar sua aplicabilidade e eficácia na introdução de melhorias nos conjuntos habitacionais existentes na região de Campinas. Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB 4 40 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABIKO, Alex K.; ORNSTEIN, Sheila W., Inserção Urbana e Avaliação Pós-Ocupação (APO) da Habitação de Interesse Social, Coletânea Habitare/Finep – Volume 1, São Paulo, 2002. ACIOLY, C. e Davidson, F. Densidade Urbana: Um Instrumento de Planejamento e Gestão Urbana, Mauad Consultoria e Planejamento Editorial LTDA., Rio de Janeiro, 1998. 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Labaki, Silvia A. Mikami G. Pina, Regina C. Ruschel, Edison Favero, Lauro L. Francisco Filho e Vanessa Gomes da Silva. Campinas - 2002 Resumo As decisões tomadas na implantação de um Conjunto Habitacional de interesse social determinam, muitas vezes de maneira irreversível, a qualidade potencial do projeto. As etapas de produção de empreendimentos habitacionais, desde a concepção das unidades até a seleção das tecnologias construtivas, podem ter impactos significativos sobre a sustentabilidade e qualidade global do projeto. Os parâmetros considerados no estudo de implantação de novos projetos estabelecem a morfologia urbana que determinará a qualidade de vida dos moradores e a sustentabilidade da região. A implantação de um novo Conjunto Habitacional pode direta e indiretamente trazer conseqüências sócioeconômicas e criar efeitos ambientais não desejados. A análise dos parâmetros intervenientes na implantação de um novo projeto pode estabelecer indicadores de qualidade de projetos e de sustentabilidade de empreendimentos. Esta pesquisa pretende demonstrar que já na planta de implantação é possível levantar informações indicadoras da qualidade potencial de um projeto. A análise da implantação de Conjuntos Habitacionais na região de Campinas deverá subsidiar o levantamento de tais indicadores, para o delineamento de diretrizes de projeto de novos empreendimentos. Os indicadores serão ainda verificados junto à população de um Conjunto Habitacional com tipologias residenciais específicas diversas. Introdução Cresce o interesse pelas discussões sobre a sustentabilidade do desenvolvimento urbano. O conceito de desenvolvimento sustentável é definido por aspectos sociais, econômicos e ambientais que necessariamente devem fazer parte das decisões de novos projetos arquitetônicos e urbanos. As decisões tomadas na implantação de um Conjunto Habitacional de interesse social determinam, muitas vezes de maneira irreversível, a qualidade potencial do projeto. Na prática usual, a qualidade do empreendimento é medida por sua “eficiência econômica”, pautadas exclusivamente pela maximização do número de lotes e minimização de arruamentos. No entanto, trata-se de uma visão segmentada do problema, que prioriza parâmetros não necessariamente adequados para garantir a qualidade dos empreendimentos. O resultado negativo torna-se notável pela monotonia, precariedade de conforto e repercussões de impacto ambiental que caracterizam as expansões urbanas que vêm sendo criadas desta maneira. A expansão territorial ocupa antigas áreas rurais incorporando assentamentos humanos preexistentes. A consideração da sustentabilidade do desenvolvimento urbano questiona a estabilidade, vulnerabilidade e resistência do relacionamento entre componentes físicos, ecológicos, produtivos e sócio-culturais (Tudela, 1997). As etapas de produção de empreendimentos habitacionais, desde a concepção das unidades até a seleção das Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB 45 tecnologias construtivas, podem ter impactos significativos sobre a sustentabilidade e qualidade global do projeto. Naturalmente, quanto antes forem considerados parâmetros específicos de sustentabilidade, maior a facilidade de incorporação de conceitos positivos e a probabilidade de sucesso. Os parâmetros considerados no estudo de implantação de novos projetos estabelecem a morfologia urbana que determinará a qualidade de vida dos moradores e a sustentabilidade ambiental da região. O ordenamento do espaço define a relação entre área edificada, livre e arborizada, os padrões de circulação, as densidades, os domínios públicos e privados e determina a acessibilidade, o movimento do ar e a drenagem de uma região. O Conjunto Habitacional enquanto obra arquitetônica destina-se ao usuário que lhe atribui significados condicionados às suas necessidades físicas, psicológicas, sociais, econômicas e culturais. Assim, este significado está vinculado ao uso e desenvolvimento de atividades cotidianas e nas transformações sucessivas do espaço a fim de adequá-lo às suas necessidades, e personalizando-o. A morfologia do espaço está vinculada às formas de apropriação, condicionadas à percepção do usuário e desenvolvida nas relações entre o homem, seu espaço, seu habitar e seu meio ambiente (Pina e Kowaltowski, 2000). A bibliografia para o planejamento de áreas residenciais apresenta metodologias de projeto que recomendam procedimentos para a implantação de conjuntos habitacionais (Coelho e Cabrito, 1992). Procedimentos metodológicos são importantes para assegurar a inclusão de conceitos que garantem a qualidade de vida dos futuros moradores e para minimizar os impactos ambientais de novos empreendimentos com as suas cadeias produtivas. Podem ser citados os procedimentos metodológicos de levantamento e diagnóstico: da área de projeto, do contexto e das possibilidades reais de implantação de um novo conjunto habitacional. São recomendadas entrevistas com moradores potenciais e/ou representativos (del Rio, 1990 e Hamdi, 1991). Devem ser investigados temas importantes como: demandas, uso do solo, padrões de circulação, drenagem e ventilação, e problemas ambientais existentes. È necessário estabelecer a percepção da população em relação à morfologia urbana, paisagem visual, e tipologias e referências construtivas. Sentimentos em relação às questões psicológicas também devem ser apurados, tais como: segurança, comportamento, memória, territorialidade, privacidade, público-privado, coletivo-individual e espírito comunitário. A preparação do projeto de implantação inclui ainda questões técnicas: condições legais, formato e dimensão da gleba, uso do solo da vizinhança, legislação vigente, topografia, clima, solo, mananciais e vegetação da região, acessos veiculares e de pedestres, orientação solar (potencialidade do uso de energia solar, eficiência energética e de iluminação natural), ventos predominantes, vistas, infraestrutura (sistema viário, rede e tratamento de água e esgoto sanitário, sistema de drenagem, eletricidade, telefone, gás encanado, etc..), controle de ruído urbano e de incêndios, bem como segurança (penetrabilidade, territorialidade, supervisibilidade, conflitos) (De Chiara, 1984, Fernandez, 1998). A maioria dos projetos de Conjuntos Habitacionais é concebida sem qualquer forma de participação prévia do futuro usuário. Este por sua vez, não tem tido outra alternativa senão aceitar a imposição do projeto e através do uso do espaço criar mecanismos de superação de suas reais necessidades, revertendo os significados dos espaços e criando com dificuldade ordens próprios. Uma leitura dos espaços públicos e privados de Conjuntos Habitacionais, implantações e transformações realizadas constituem o veículo principal para desvendar os significados de uma apropriação do espaço que encontra no projeto arquitetônico da unidade residencial o primeiro obstáculo a ser transposto, dada as necessidades específicas do usuário. Esta confrontação entre apropriação e concepção do espaço lança possibilidades de percepções distintas entre usuário e projetista. As noções de lugar, são mecanismos utilizados pelos usuários na busca da adequação dos espaços, das formas de uso e Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB 46 maneira pela qual o usuário interfere na morfologia espacial através de valores sócioeconômicos culturais (Kowaltowski et al. 1995 e Kowaltowski e Pina, 1996). Enquanto a população transforma o ambiente de acordo com os desejos e necessidades, nos limites que o projeto permite, existe a evidência de que a implantação de um novo Conjunto Habitacional pode direta e indiretamente criar efeitos ambientais não desejados, como induzir erosão, bloquear linhas de drenagem naturais, altera a estratificação do solo, afetar o equilíbrio de ecossistemas locais, poluir o ar, a água e o solo e devastar a cobertura vegetal. O novo projeto também pode trazer conseqüências sócio-econômicas como desapropriações, desvalorização imobiliária, introdução da violência, sobrecarga da infra-estrutura urbana existente, redução da tranqüilidade e da beleza da paisagem como exemplos (Lynch, 1972). A análise dos parâmetros intervenientes na implantação de um novo projeto pode por tanto estabelecer indicadores de qualidade de projetos e de sustentabilidade de empreendimentos. Conjuntos Habitacionais de interesse social na região de Campinas na sua maioria são compostas de residências unifamiliares e unidades multifamiliares em blocos de apartamentos de até cinco andares. A disponibilidade de equipamentos urbanos segue estritamente o estabelecido na legislação federal aplicável, incluindo na maioria das vezes centro comunitário, creche e posto de saúde. Na maioria dos conjuntos habitacionais faltam áreas reservadas para as atividades comerciais e produtivas da população. A implantação segue o padrão de desenho urbano baseado na malha viária ortogonal e na simples repetição de unidades idênticas, resultando na monotonia e impersonalidade atribuída a muitos conjuntos habitacionais. O projeto coerente de Conjuntos Habitacionais deve considerar uma série mínima de fatores que configuram a sustentabilidade e parâmetros que influenciam a qualidade de vida dos moradores. Em linhas gerais, os fatores da sustentabilidade relacionam-se à extensão da área de intervenção, à relação entre área livre e edificada e proporção de área impermeável, à orientação e distância entre as edificações, a relação largura e comprimento dos prédios, a área de vegetação, a modificação da topografia original e das linhas de drenagem natural. A cadeia produtiva da obra é um fator importante na avaliação total da sustentabilidade de um empreendimento imobiliário. Os parâmetros de qualidade de vida relacionam-se a psicologia ambiental e ao grau de criação de um sentido de lugar. Este sentido, por sua vez, depende de atributos físicos, da interpretação pessoal da imagem do ambiente urbano e do uso do espaço. A qualidade de vida em relação a psicologia ambiental depende principalmente do sentimento de segurança, da privacidade, da individualização do espaço, e da percepção da densidade do Conjunto Habitacional (Acioly e Davidson, 1998, Chermaneff e Alexander, 1963, Kaplan et al, 1998, Newman, 1972, Nasar et. al., 1996 e Tuan, 1977). Esta pesquisa pretende demonstrar que já na planta de implantação é possível levantar informações indicadoras da qualidade potencial de um projeto. A análise de Conjuntos Habitacionais na região de Campinas deverá subsidiar o levantamento de tais indicadores, para o delineamento de diretrizes de projeto de novos empreendimentos. Objetivos O objetivo geral consiste na análise da implantação de conjuntos habitacionais de interesse social na região de Campinas, SP. A análise concentra-se nos parâmetros que influenciam a qualidade de vida e da sustentabilidade ambiental dos projetos. Objetivos Específicos • Pesquisar indicadores de sustentabilidade e de qualidade de vida em relação à implantação de Conjuntos Habitacionais de Interesse social Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB 47 • Criar instrumentos de análise de projetos de implantação de Conjuntos Habitacionais • Analisar projetos de implantação de Conjuntos Habitacionais • Categorizar os indicadores em relação a sua importância dada pela população alvo. • Criar um instrumento de avaliação com diretrizes e indicadores de implantação de projetos de Conjuntos Habitacionais. Metodologia O objetivo desta pesquisa consiste na criação de um instrumento de avaliação com diretrizes e indicadores de implantação de projetos de Conjuntos Habitacionais na região de Campinas de interesse social principalmente em relação a sua sustentabilidade e qualidade de vida proporcionado à população alvo. Para atingir este objetivo geral serão desenvolvidas as seguintes atividades: Pesquisa Bibliográfica Estabelecimento inicial de indicadores de sustentabilidade referentes à implantação de conjuntos habitacionais de interesse social e levantamento de parâmetros de qualidade de vida provenientes do desenho urbano desses. Instrumentos de Análise Elaboração de procedimentos metodológicos para a aplicação específico dos indicadores de sustentabilidade nas plantas de implantação de Conjuntos Habitacionais. Desenvolvimento de medidas para os fatores de qualidade de vida dado o desenho urbano dos conjuntos. Elaboração de questionários para a verificação dos indicadores e parâmetros de análise junto a população alvo. Dimensionamento estatístico e da amostra da análise A representatividade e análise dos dados a serem coletadas estará relacionados à dimensão e seleção da amostra proposta. O dimensionamento da amostra está relacionado ao número de Conjuntos Habitacionais de Interesse Social implantados na região de Campinas e a sua estratificação em relação a tipologias de unidades residenciais presentes e tamanho total do empreendimento. Serão utilizados dados das Companhias de Habitação mais atuantes da região (COHAB-Bandeirantes, COHAB-Campinas, CDHU etc..) Pré Teste dos Instrumentos e Ajustes Pré teste através de análise de Conjunto Habitacional. Análise das Implantações Inclusão de fatores: dimensão e formato da gleba, uso do solo na gleba e entorno, taxa de ocupação, topografia original e modificada, linhas de drenagem, clima local, sistema viário e relação com vizinhança, linhas de transporte público, proximidades a vias movimentadas, áreas livres, cobertura vegetal, praças e paisagismo, vistas, área impermeabilizadas, ocupação quantitativa, densidades, distâncias entre elementos construtivos e acessos, orientação, tipologias e formato das construções, tipo e quantidade e distribuição de equipamento e mobiliário urbano, serviços urbanos. Apara esta análise serão realizadas as atividades: Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB 48 • Padronização de plantas e implantação de conjuntos habitacionais escolhidos, em CAD e GIS com registro de dados físico-ambientais. • Registro de imagens dos Conjuntos utilizando câmara digital e scanner. • Visitas técnicas aos conjuntos com observações das condições físicas e ambientais. • Análise dos registros e observações. Aplicação de Questionário Em conjuntos habitacionais, escolhidos de acordo com a base estatística, será aplicado um questionário com o intuito de avaliar os conceitos de qualidade de vida da população e seu conhecimento sobre o projeto sustentável. Os temas dos questionários incluem: satisfação; transformações, conforto ambiental (térmico, acústico, iluminação e funcionalidade), estética, símbolos e marcos visuais, paisagem, área públicas, privadas e semi-públicas, privacidade, territorialidade, densidades, individualização, vandalismo e violência, segurança, atividades nos espaços livres, acessos e percursos, conflitos, serviços públicos, infra-estrutura, comércio e transporte público. Tratamento e análise dos dados Os dados das duas análises (implantação e questionários) serão inseridos em um banco de dados e tratados estatisticamente para configurar resultados como indicadores de projeto. Desenvolvimento de Indicadores e Diretrizes Através do desenvolvimento de diretrizes e indicadores será criado um procedimento para minimizar os impactos ambientais, reduzir custos e aumentar a sustentabilidade dos futuros empreendimentos. Conceitos da psicologia do ambiente construído para assegurar uma qualidade de vida desejada em áreas residenciais serão apresentados em forma de diretrizes projetuais práticas. Relatório de impacto e qualidade dos Conjuntos avaliados Para cada conjunto analisado um relatório será desenvolvido, demonstrando o estágio atual do projeto, o grau de sustentabilidade e qualidade de vida presente, bem como de possíveis intervenções e melhorias. Divulgação e Resultados Desenvolvimento de manual de Projeto de conjuntos Habitacionais de Interesse social, sua sustentabilidade e qualidade de vida. Apresentação de trabalhos científicos e realização de workshops. Relatório final. Resultados Esperados pelo Projeto • Redução de Impactos ambientais de futuros projetos de Conjuntos Habitacionais. • Lista consistente de indicadores de sustentabilidade de projetos de Conjuntos Habitacionais de Interesse Social. • Metodologia de projeto para aumento de qualidade de vida em conjuntos habitacionais. • Procedimentos metodológicos para a incorporação de indicadores no processo projetual. Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB 49 • Redução de custo energético ao longo do ciclo de vida do empreendimento. • Aumento de qualidade de vida e qualidade global dos empreendimentos habitacionais. • Otimização do uso e redução de transformação dos projetos. Mecanismos gerenciais de execução multi-institucional O projeto será desenvolvido em conjunto com as Companhias Habitacionais que atuam no interior do Estado de São Paulo, tais como CDHU e COHAB-Bandeirantes. O grupo de pesquisadores já vem trabalhando também junto a prefeituras na oferta de apoio técnico na área da habitação de interesse social que se ampliaria com este projeto. Junto ao setor privado o grupo de pesquisa está trabalhando com o Sindicato de Indústrias de Cerâmicas Vermelhas no Estado de São Paulo e com o Instituto GM. Estas parcerias serão estendidas e ampliadas com novos contatos. Impactos Previstos Pelo Projeto: Impacto Científico: • Desenvolvimento da capacidade analítica dos profissionais envolvidos com a implantação de conjuntos voltados para a habitação. • Incentivo a pesquisa e desenvolvimento de novas formas e/ou metodologias de implantação de conjuntos habitacionais e seu relacionamento com o meio ambiente. Impacto Tecnológico: • Desenvolvimento de novos materiais e formas de uso mais adequado à realidade atual. • Estabelecimento da melhoria nas condições de vida da população através da equalização dos parâmetros envolvidos na implantação de um conjunto habitacional. • Priorizar aspectos do projeto bioclimatizado na tipologia construtiva. Impacto Econômico: • Racionalização dos custos de implantação, com reversão dos benefícios à melhor qualidade de vida dos moradores. • Diminuição do impacto ambiental negativo, com conseqüente ganho dos investimentos, tanto no aspecto econômico, quanto no aspecto da imagem dos agentes envolvidos. • Diminuição de custos energéticos e na cadeia de produção da obra e do uso de conjuntos habitacionais. Impacto Social: • Melhor qualidade de vida da comunidade através da criação de um ambiente mais salubre. • Diminuição dos vetores responsáveis pela degradação da saúde da comunidade, tais como doenças endêmicas causadas pela má qualidade do ambiente. • Melhoria dos elementos ambientais necessários a uma melhor qualidade de vida, tais como solos, mananciais, vegetação etc. Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB • 50 Criar um espírito de comunidade e de satisfação psicológica com a moradia. Impacto Ambiental: • Uso eficiente de recursos naturais. • Previsão de aspectos, geradores de degradação ambientais e de risco. • Diminuição de gastos energéticos na cadeia produtiva da obra e no ciclo de vida do empreendimento. • Conservação de elementos ambientais (solo, mananciais e vegetação). Mecanismos de transferência de resultados Manuais, Relatórios, Trabalhos científicos, Convênios com Companhias de Habitação e Prefeituras, Cursos e Workshops. Atividades previstas e realizadas Cronograma físico ATIVIDADES previsto DURAÇÃO PREVISTA realizado 24 meses (1/1/01 a 31/12/02) 1. Pesquisa Bibliográfica 3 meses (1/1/01 a 31/3/01) 1.1. Levantamentos na área de sustentabilidade e projetos habitacionais 1.2. Levantamentos na área de psicologia ambiental 1.3.Levantamentos na área de avaliações de Conjuntos Habitacionais de Interesse Social (APO) 1.4. Levantamento na área de implantação e desenho urbano de áreas residenciais 2. Desenvolvimento de Instrumentos de Análise 3 meses (01/03/01 a 30/05/01) 2.1. Lista de indicadores e de fatores de observação na pesquisa de campo (visita técnica) 2.2.Procedimento de aplicação e medição dos indicadores nas Implantações de CH 2.3.Desenvolvimento de Questionário 3. Dimensionamento estatístico da amostra 3 meses (01/06/01 a 30/08/01) 3.1. Estratificação de CH na região de Campinas 3.2. Escolha dos CH por método de escolha estatística 3.3. Escolha de CH para aplicação de questionários 3.4. Dimensionamento da aplicação dos questionários 3.5. Procedimento de aplicação estatística dos questionários 4. Pré-testes e ajustes 3 meses (01/09/01 a 30/11/01) Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB 51 4.1. Análise preliminar de implantação de CH 4.2.Ajustes na lista de indicadores e procedimentos de aplicação 4.3. Pré-teste de pesquisa de Campo (visita técnica e aplicação de questionário) 4.4. Ajustes nos Instrumentos 5. Análise das implantações 3 meses (01/12/01 a 28/02/02) 5.1 Padronização de plantas (CAD e GIS) 5.2 Registro de imagens de Conj. Hab. 5.3 Visitas técnicas e observações 5.4 Análise dos registros e observações 6. Aplicação de questionário 2 meses (1/3/02 a 30/4/02) 7. Tratamento e análise de dados 3 meses (1/5/02 a 30/7/02 8. Desenvolvimento de Indicadores e Diretrizes 3 meses (1/8/02 a 30/10/02) 9. Relatório de impacto e qualidade de CH avaliados 3 meses (1/10/02 a 30/12/02) 10. Divulgação de resultados e relatório final 3 meses (1/10/02 a 30/12/02) Referências Bibliográficas ABNT ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS., Acessibilidade de pessoas portadoras de deficiências a edificações, espaço, mobiliário e equipamentos urbanos. NBR 9050 / 1994. Rio de Janeiro, 1994. ACIOLY, C. e Davidson, F. Densidade Urbana: Um Instrumento de Planejamento e Gestão Urbana, Mauad Consultoria e Planejamento Editorial LTDA., Rio de Janeiro, 1998. ALEXANDER, C., The timeless way of building. Oxford University Press, Nova York, 1979. ALEXANDER, C.; ISHIKAWA, S.; SILVERSTEIN, M., A Pattern language. Oxford University Press, Nova York, 1977. ALUCCI, M., P., CARNEIRO, C. de M. E BARING, J., G., de A., Implantação de Conjuntos Habitacionais: Recomendações para adequação climática e acústica, IPT, Secretaria da Indústria, Comércio, Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo, São Paulo, 1986. BAKKES, J. A.; van den Born, G.J.; Helder, J.C.; Swart, R.J.; Hope, C.W.; Parker, J.D.E. 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Tempo -Região: Até R$101 De R$100 a 501De R$500 a 1001 Acima de R$1001Outros Prestação Condomínio Taxas Luz/Telefone Outros R$ R$ R$ R$ R$ No. Esquema: Endereço: 4.1 Rua: Nome: 4.2 Prédio, nº de rua: 4.3 Localização: Quadra: Bloco: Andar: 4.4 Apartamento nº: 5. Bairro/Entorno/Vizinhança: 5.1 Referências do bairro: Nome: 5.2 Classificação do bairro: Muito Bom Bom Satisfatório Indicação de referência: Ruim Muito Ruim 5.3 Beleza do bairro: Muito Bonito Bonito Satisfatório Feio Muito Feio Ruim Muito Ruim 5.4 Acha que existe espírito comunitário? Sim Não 5.5 O que se destaca de positivo (bom) no bairro? 5.6 Existe algo que falte ou atrapalhe neste bairro? O quê? 5.7 O que existe de positivo nos bairros vizinhos? 5.8 O que existe de negativo nos bairros vizinhos? 6. Áreas comuns (AC) do Conj. Hab: 6.1 O que acha das AC? (avaliação) Muito Boa Boa Satisfatória 6.2 De quem é a responsabilidade das Síndico: AC? (moradores)Rodízio: Ninguém: 6.3 Fale sobre as Áreas Comuns do CH aspectos positivos: em relação a: problemas: O que falta: 6.4 Como é a Entrada de pedestre? Portão especial: É visível do apto: Controle: 6.5 Como é a Entrada de veículos? Separado: Controle: 6.6 O que acha condomínio? das entradas do Muito Boa Boa Satisfatória Ruim Muito Ruim Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB 6.7 Como é o Estacionamento? Nº De Vagas: Cobertura: 61 Sombra: De modo geral, o que acha do 6.8 estacionamento? 6.9 O que acha das escadas? Muito Boa 6.10Como é a Limpeza da escada? Responsabilidade: 6.11 Você sente Segurança quanto a: Boa 6.13Existe Centro Comunitário no CH? Muito Ruim Estar vulnerável (exposto): Boa Sim: (se tiver) Vocês usam o centro 6.14 comunitário? Sim: Ruim Periocidade: na escada Medidas degrau: 6.12 De modo geral, o que acha das escadas daqui? Muito Boa Satisfatória Satisfatória Ruim Não: Tem planos: Frequência: Muito Ruim Não Usa: (se usar) De modo geral, o que acha 6.15 do Centro Comunitário? 6.16Como é a Casa de gás? Segurança: Acesso: Problemas: Acessos (rampas): à noite: Limpeza: Frequência: Respons: Sim: Não: Comentários: Satisfatória Ruim 6.17 Fale sobre as áreas pavimentadas de Segurança: acesso ao CH em relação a: 7. Áreas Verdes (AV) e de Lazer: 7.1 Este prédio tem a sua AV? 7.2 O que acha das áreas verdes daqui? Muito Boa Boa 7.3 Fale sobre a vegetação das Avs Há: (árvores, arbustos): 7.4 Vocês usam as áreas verdes? Tipo Uso: 7.5 O que existe para cuidar das AVs? Torneiras: Tipo: Muito Ruim Manutenção: Não usa: Sistema irigação: de 7.6 Qual é o seu comentário geral sobre as Áreas Verdes do CH? 7.7 Este prédio tem a sua área de Lazer? Sim: O que acha da quantidade de Áreas Muito Boa Não: Comentários: Suficiente Satisfatória Insuficiente Muito Ruim Bom Satisfatório Ruim Muito Ruim Bom Satisfatório Ruim Muito Ruim Bom Satisfatório Ruim Muito Ruim 7.8 Verdes em relação à Área construída? 8. Limites do CH: 8.1 O que acha Condomínio? do fechamento do Muito Bom 8.2 Descrever o tipo de fechamento: 8.3 O que acha do Fechamento em Muito Bom relação à Segurança ? 9. Transporte público: 9.1 Como é a Qualidade do transporte? 9.2 Qual é o intervalo entre os ônibus? Quantas linhas de ônibus passam 9.3 aqui? Quais são? 9.4 Quanto tempo leva de ônibus até o centro? 10. Quanto tempo mora neste apto? Muito Bom Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB 62 11. Moradia anterior: 11.1Onde era sua moradia anterior? Cidade/Bairro: Estado: 11.2Rural: Fazenda Urbana: Outros Casa térrea Sobrado Sítio Apartamento Barraco Chácara Casa de fundo Casa partilhada 11.3Esta moradia anterior era própria? Sim Não Outros 1 dorm. 2 dorm. 3dorm. Outros 11.4Que cômodos tinha? 11.5O que achava daquela moradia Mais de 3 dorm Sala Copa Coazinha Banheiro Muito Boa Boa Satisfatória Ruim Outros Muito Ruim anterior? 11.6Fale sobre os aspectos positivos daquele local: 11.7Fale sobre os aspectos negativos negativos daquele local: 11.8Por que mudou de casa? 12. Moradia atual: 12.2Fez modificações ou reformas? Sim Não 12.3(se fez)Quais? Tipo: Por que: Tipo: Por que: Tipo: Por que: 12.4Pretende fazer Reformas? Sim 12.5(se sim) Quais? Tipo: Por que: Não Tipo: Por que: Tipo: Por que: 13. Composição familiar: 13.1Quantas pessoas moram: No apartamento: 13.2São da mesma família? Sim: Não: Composição: Muito Bom Bom Satisfatório Ruim Tipo: Local: Dimensões: Detalhes: Local Atividade 14. Classificação da moradia: 14.1O que acha desse apartamento? Muito Ruim Quais são os aspectos positivos do 14.2 apartamento.? 14.3O que falta nesta moradia? 14.4Qual é o seu sonho de moradia? 15. Hábitos 15.1Onde são realizadas: Atividade Filhos brincam Receber visita Filhos ficam mais tempo Secar roupa Companheiro(a) gosta de ficar Descansar Manutenção do carro Estudar Guardar objetos que usa pouco (ferramentas, bicicletas) Ouvir musica Serviço / trabalho extra Ficar só Local Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB Outras atividades importantes: 63 Local: 15.2 Para que são usados os espaços externos do apto (quintal, garagem)? 16. Sustentabilidade: 16.1Faz Reciclagem de lixo: Sim Não Como: 16.2Faz Economia de energia: Sim Não Como: (se tiver vegetação) Acha que a Por que? 16.3 vegetação ajuda no bem estar? Não há 16.4Usa bicicleta como transporte? Sim 16.5Limitao uso de carro? Não tem Sim Não Não 16.6Faz Economia de água? Sim Não Como: Sim Porquê? Não Porquê? Sim Porquê? Não Porquê? Como: 17. Segurança: 17.1Você se sente seguro na sua casa? 17.2Você se sente seguro no seu bairro (nas ruas)? Não sabe 17.3 O que acha necessário fazer para ter segurança? 17.4Acha que a iluminação das ruas oferece segurança? Sim Não Comentário: 17.5Consegue ter boa visão para vigiar a Sim área externa? Não Comentário: 17.6 Considera isto importante para sua Sim: segurança? Não Comentário: 17.7Considera as janelas seguras em Criminalidade: relação a : Quedas (crianças): 18. Conforto Térmico: 18.1Esta moradia é confortável no calor? Sim Não Porquê? Porquê? 18.2O que faz uma casa ficar mais confortável no calor? 18.3Esta moradia é confortável no frio? Não sabe Sim Não Porquê? Porquê? 18.4O que faz uma casa ficar mais confortável no frio? Não sabe 19. Proteção contra chuva: 19.1Existem problemas com chuvas nesta moradia? Sim Não Qual? Providências: 20. Proteção contra insetos: 20.1Existem problemas com Sim Não insetos / bichos Porquê? Porquê? neste bairro? O que faz para se proteger? 21. Cheiro / fumança no CH: 21.1Existem problemas com cheiro no bairro: 22. Proteção contra barulho: Sim Não Comentário (tipo): Outros Outros Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB 22.1Existem problemas com barulho? Sim Não Porquê? Porquê? 64 O que faz para se proteger? 23. Proteção contra poeira: 23.1Existem problemas com poeira neste bairro? Sim Não Porquê? 23.2O que faz para se Não sabe proteger da poeira? 24. Beleza: 24.1A beleza externa da moradia é importante? Sim Não Porquê? Porquê? Sim Não Porquê? Porquê? 24.2Na sua opinião, o que deixa a moradia mais bonita? 24.3A beleza geral do bairro é importante? 24.4Na sua opinião, o que deixa um bairro mais bonito? 25. Qualidade de vida 25.1Como você qualifica sua Muito Boa Boa Satisfatória Ruim Muito Ruim qualidade de vida? 25.2Do que depende a qualidade de vida? 25.3O que você acha que ajuda as pessoas a terem qualidade de vida? 26. Administração: 26.1Em relação à Positivo: Negativo: Sim: Não: Internas: Área ext. administração do C.H o que se destaca? 26.2Existem Normas aqui no CH? Quais são? (comentário geral) Não sabe: 27. Implantação 27.1O que acha da localização do bairro? Muito Boa Boa Satisfatória Ruim Muito Ruim 27.2O que acha da distribuição das ruas Muito Boa Boa Satisfatória Ruim Muito Ruim 27.3O que acha da localização da sua Muito Boa moradia no bairro? Comentar: Boa Satisfatória Ruim Muito Ruim 27.4O que acha da quantidade de gente Pouca gente Satisfatória Indiferente Não sabe 27.5O que acha dos desníveis do bairro? Muito aclive Aclive Plano Declive Muito declive 27.6Você acha que os prédios são Próximos Satisfatório Afastados Muito afastados do bairro? Comentar: Muita gente que mora no CH? pertos uns dos outros? Muito próximos Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB Anexo 3: Desenhos de Implantação dos Conjuntos Habitacionais avaliados. 65 Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB 66 Conjunto Habitacional Atibaia TI 13 A– Residência Unifamiliar Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB Conjunto Habitacional – Campinas E VL 22 A MULTIFAMILAR RESIDÊNCIA 67 Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB Conjunto habitacional – Itatiba VL 22B RESIDÊNCIA MULTIFAMILIAR 68 Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB Conjunto Habitacional – Valinhos VL 22 A – RESIDENCIA MULTIFAMILIAR 69 Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB 70 Conjunto habitacional – Santa Bárbara do Oeste 96 95 94 92 93 90 condominio VI 91 VI EL 89 88 RU A 17 97 80 82 sis te laz ma d er 4 e A 02 Área instituc iona ola creche pré-esc 87 condominio V 79 81 20 86 RU A 84 85 83 RU A 99 R5 AREA DE LAZE 76 78 16 75 77 98 cond ominio V 64 66 3 AREA DE LAZER 20 05 RU A 31 05 29 30 31 20 20 18 22 23 24 2 1 17 15 04 RU A RU A condominio IV 28 7 14 16 17 24 7 13 5 19 14 4 20 22 11 6 18 2 23 12 F 15 16 3 21 RUA 01 9 8 02 E r1 sistema de laze 17 22 18 1 condominio II 21 RUA 13 12 10 20 14 11 09 13 16 19 15 02 04 01 35 condominio III VL 22 B RESIDÊNCIA MULTIFAMILIAR 11 10 A 4 RU A 14 15 2 33 A 03 12 13 6 36 31 25 9 8 5 34 29 26 11 10 43 3 condominio II l Área instituciona E.E.P.G. 32 44 32 30 27 40 41 42 37 39 10 RU RUA 12 39 38 40 30 31 32 RU A 38 1 41 08 36 37 2 24 43 35 3 42 44 34 4 23 53 RUA 01 33 6 54 condominio IV r2 Sistema de laze 28 10 B 9 8 5 45 47 29 11 7 07 al 3 CC-44 Área instit ucion 27 13 12 46 48 24 25 26 14 29 1 23 16 25 26 27 28 RU A 22 19 21 A 32 21 19 5 4 28 1 17 03 15 16 27 2 09 18 6 3 26 RU A 10 9 8 RU A RU A 14 11 7 24 25 3 RU A 22 23 C 4 12 106 7 6 5 32 55 57 21 8 04 RU A 1 56 58 20 9 28 29 30 06 19 Ár ea co m er Ár ci al cr ea e c in h e st i / p tu ré cio es na co l la condominio VII 3 2 59 condominio IV 18 11 10 27 49 51 17 12 25 26 4 107 13 RU A 50 52 14 D 24 6 13 15 22 23 8 5 104 16 21 9 105 61 19 11 10 7 60 62 17 18 12 102 03 16 15 14 13 103 RU A 63 71 73 100 65 RU 101 72 74 06 03 condominio I 18 08 05 07 17 Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB Anexo 4: Gráficos dos resultados da pesquisa de campo 71 Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB 72 1.1 Informações Gerais 1.1.1 Idade dos Entrevistados 1.1.2 Sexo dos Entrevistados 2% 1% Total 18 -28 10% 17% Total 29 -48 20% 22% Total Feminino Total 49 - 58 Total 59-68 Total Masculino Total Acima de 68 50% 78% Total SemResposta 1.1.3 Renda Familiar 1.1.4 Classificação do Bairro Total Até R$100,00 3% 13% Total De R$ 101a 500 1% 43% 10% 40% Bom Satisfatório Total De R$ 501a 1000 Acima de R$1001 Muito Bom 5% 5% 4% 45% 31% Muito Ruim Sem Resposta Sem resposta 1.1.5 Beleza do Bairro 5% 4% 2% 31% 21% 1.1.6 Existência de Espírito Comunitário 5% Muito Bom Bom 49% Satisfatório Ruim Muito Ruim 37% Ruim Sem Resposta 46% Há Não Há Sem resposta Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB 1.1.7 Escolaridade 2% 10% 2% To tal 1º Grau To tal 2º Grau To tal Superio r 29% 57% To tal Não To tal Sem Respo sta 73 Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB 74 1.2 Áreas Comuns 1.2.1 Avaliação das áreas comuns 2% Muito Boa 27% 36% 1.2.2 Responsabilidade pelas áreas comuns Boa Moradores 20% 47% Síndico Satisfatória Ninguém 18% Ruim Sem Resposta 15% Muito Ruim 2% 19% 14% Sem Resposta 1.2.3 Avaliação das Entradas 1.2.4 Avaliação das Escadas Muito Boa 1% 9% 16% Boa Satisfatória 70% 4% Ruim 0% Muito Ruim 25% Boa Satisfatória 44% Ruim 17% 4% 10% Muito Ruim Sem Resposta Sem Resposta 1.2.5 Responsabilidade - Limpeza das Escadas 1.2.6 Existência do Centro Comunitário Moradores 37% 48% Síndico faxineira 2% 3% Ninguém 20% 72% 1.2.7 Utilização do Centro Comunitário 27% Sim Não Semresposta 42% Não Há Sem Resposta 10% 31% Há 8% Semresposta Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB 75 1.3 Áreas Verdes 1.3.1 Existem áreas verdes? 1.3.2 Avaliação das áreas verdes 1% 29% 36% Sim 17% Muito Bom 41% 5% Satisfatório Sem resposta Ruim 35% 23% 13% 1.3.3 Existe vegetação? 34% 47% Bom Não 1.3.4 Utiliza as áreas verdes? Sim 12% Não 25% Sem resposta 19% 63% S im Não S em resposta 1.3.5 Como avalia a relação entre áreas verdes e área construída do conjunto? 1% 12% 30% Muito Boa 12% Boa Satisfatória Ruim Muito Ruim 8% 37% Sem Resposta Muito Ruim SemResposta Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB 76 1.4 Limites e Transporte 1.4.1 Avaliação do fechamento do conjunto 1.4.2 Avaliação da qualidade do transporte público Muito Bom 3% Bom 24% Satisfatório 48% Ruim 9% 3% 3% 9% 10% Muito Bom 9% Bom Satisfatório Muito Ruim 13% Sem Resposta Ruim 12% Muito Ruim 57% Sem Resposta 1.5 Moradia Anterior e Moradia Atual 1.5.1 Tipo de moradia anterior ao apartamento do conjunto habitacional Casa Térrea 2% 3% 1.5.2 A moradia anterior era própria? 12% Barraco 8% Sim 9% 13% Não Casa Fundo 2% Apartamento 73% Casa Partilhada Sem resposta 78% Sem Resposta 1.5.3 Quantidade de Dormitórios na moradia anterior 1.5.4 Cozinha na moradia anterior 1 Dormitório 2% 13% 02 Dormitórios 8% 7% 3% 36% Há Cozinha Não Há Cozinha Sem resposta 03 Dormitórios M ais de 03 dormitórios 41% Sem Resposta 90% Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB 1.5.5 Copa na moradia anterior 7% 1.5.6 Sala na moradia anterior 14% Há Copa 38% 55% Não Há Copa Há Sala 4% Sem resposta Não Há sala Sem resposta 82% 1.5.7 Banheiros na moradia anterior 2% 1.5.8 Avaliação geral da moradia anterior 9% 7% Há Banheiros Não Há Banheiros 8% Muito Boa 22% 17% Boa Satisfatória Sem resposta 89% 77 Ruim 12% 34% Muito Ruim Sem Resposta 1.5.9 Modificações no apartamento original 1.5.10 Novas modificações e reformas Pretende realizar outras reformas Há Modificações 8% 17% Não Há Modificações 75% Sem resposta 11% 24% 65% Não pretende realizar outras reformas Semresposta Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB 78 1.6 Moradia e Família 1.6.1 Quantidade de moradores 1.6.2 Moradores pertencem à mesma família? 1 pessoa 2 pessoas 8% 3% 3% 11% 7% 3 pessoas 12% 20% 4 pessoas 1% Sim Não 5 pessoas 18% Sem resposta 6 pessoas 92% 25% Mais de 6 pessoas Sem resposta 1.6.3 Avaliação geral do apartamento do conjunto habitacional 1% 1% 3% 18% 22% Muito Bom Bom Satisfatório Ruim Muito Ruim 55% Sem Resposta Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB 79 1.7 Sustentabilidade e Segurança 1.7.1 Realização de reciclagem de lixo 3% 1.7.2 Realização de economia de energia 3% 18% 42% 55% Realiza Realiza Não realiza Não Realiza Sem resposta Sem resposta 79% 1.7.3 Benefício da vegetação 1.7.4 Utilização da bicicleta como meio de transporte. 10% 7% 23% Sim 35% Não Sim Sem resposta Não 67% Sem respost a 58% 1.7.5 Propriedade de carros 12% 27% 1.7.6 Realização de economia de água 15% 4% Sim Realiza Não Não realiza Sem resposta 61% 1.7.7 Segurança na moradia 81% Sem resposta 1.7.8 Segurança no bairro Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB Sente-se seguro em casa 4% 35% 8 61% 5% Não sente-se seguro em casa Sente-se seguro no bairro 30% Não sente-se seguro no bairro Sem resposta 65% 1.7.9 Iluminação X Segurança Sem resposta 1.7.10 Visibilidade da área externa do apartamento 20% 23% Oferece Boa visibilidade Não oferece 16% 64% 51% Sem resposta 26% Má visibilidade Sem resposta 1.7.11 Importância da visibilidade para a segurança 29% É importante Não é importante 67% 4% Sem resposta 1.8 Conforto térmico, Chuva e Insetos 1.8.1 Avaliação da moradia no verão 80 1.8.2 Avaliação da moradia no inverno Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB É confortável 8% 44% 48% 7% É confortável Não é confortável Sem resposta 29% 64% Não é confortável Sem resposta 81 Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB 1.8.3 Existência de Problemas com a chuva 13% 35% 1.8.4 Existência de Problemas com insetos e outros bichos Já teve problemas Tem problemas 6% 24% Não teve problemas Não tem problemas Sem resposta 52% 82 70% Sem resposta 1.9 Fumaça, Cheiro e Barulho 1.9.1 Existência de mal cheiro no bairro 1.9.2 Existência de problemas com barulho 7% 10% Existem Existe 38% Não existe 52% 40% Sem resposta 1.9.3 Existência de problemas com poeira 6% Existem 35% Não existem 59% Sem resposta 53% Não existem Sem resposta Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB 83 1.10 Beleza 1.10.1 Avaliação da importância da beleza do conjunto habitacional 1.10.2 Avaliação da importância da beleza do bairro 7% 4% 14% É importante 5% É importante Não é importante Não é importante Sem resposta 89% Sem resposta 81% 1.11 Qualidade de Vida 1.11.1 Avaliação dos moradores com relação a sua própria qualidade de vida 7% 3% 5% Muito Boa 39% Boa Satisfatória Ruim 46% Muito Ruim 1.12 Implantação e Administração 1.12.1 Normas 1.12.2 Avaliação da localização do bairro Muito Boa Existem normas 42% 49% 9% 4% Não existem normas 27% 53% 8% Sem resposta 7% 1% Boa Satisfatória Ruim Muito Ruim Sem Resposta Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB 84 Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB 1.12.3 Avaliação da Distribuição das Ruas no Bairro 1.12.4 Avaliação da Localização da Moradia no Bairro Muito Boa 4% Muito Boa 4% Boa 22% Satisfatória 55% 31% 48% 2% 6% 9% Muito Ruim 9% 1.12.5 Avaliação da densidade populacional 30% Bom 23% Boa Satisfatória 6% 7% 30% 6% Muito Ruim Sem Resposta 1.12.7 Avaliação das distâncias entre os prédios Muito Boa 23% 24% Boa 2% Satisfatória 3% 10% Ruim Muito Ruim 38% 9% Satisfatório Ruim 4% Ruim 2% Muito Ruim 1.12.6 Avaliação dos desníveis do bairro Muito Boa 25% Satisfatória Sem Resposta Sem Resposta 1% Boa Ruim Ruim 9% 85 Sem Resposta 58% Muito Ruim Sem Resposta Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB Anexo 5: Desenhos das crianças. 86 Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB Desenho1: Representação da escola e da Ronda Escolar Desenho2: Representação dos prédios em vista e das “casinhas” de gás vistas em planta. Também há a representação da canaleta e da grelha. 87 Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB Desenho3: Representação do caminho até a escola e da caixa de água. É importante notar que o ritmo das janelas aparece em vários desenhos. O portão da escola também é um síbolo importante para a maioria das crianças. Desenho 4: Representação da moradia com a escada externa e a caixa de água. 88 Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB Deseho5: Representação da moradia. Prédios do CDHU com antenas e flores superdimensionadas. Desenho6: Representação da moradia com telhado. Importância do ordenamento das janelas. Presença de pássaros. 89 Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB Desenho7: Representação da moradia com telhado e janelas em destaque. Desenho8: Representação do prédio com telhado, chaminé e antena. Representação do campinho de grama em planta. 90 Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB Desenho9: Representação da moradia. Nota-se neste desenho que há certa semelhança com o desenho anterior. Telhado, chaminé e campinho visto em planta. A presença da árvore também é relevante. Desenho10: Representação do caminho da moradia até a escola. Monotonia e impessoalidade demonstrada através da similaridade dos prédios que são encontrados no caminho. 91 Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB Desenho11: Este desenho também demonstra a impessoalidade e a similaridade dos prédios. No entanto, existe a adequação do projeto à simbologia da criança, pois foram desenhados telhados sobre os prédios. Desenho12: Na tentativa de representar sua moradia a criança acabou misturando características do seu prédio com uma casa. Percebe-se o desenho do telhado no canto esquerdo da moradia e o aumento da altura da “casa” no lado direito. 92 Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB 93 Anexo 6: Matriz de Indicadores de sustentabilidade para assentamentos e vizinhanças Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB 94 A Matriz de Indicadores de Sustentabilidade aqui apresentada foi derivada da revisão e crítica de vários métodos de avaliação e fortemente influenciada pela framework construída pela rede BEQUEST. A BEQUEST visava coordenar as diversas iniciativas européias para definir uma abordagem conjunta para o desenvolvimento sustentável, com base em dois conceitos-chave para descrever o nível de construção/impacto: “escala espacial” e “atividade”. A Matriz de indicadores proposta nesta pesquisa modifica esta organização e resgata os conceitos de tipos de capital (ambiental, social e econômico), e os utiliza para organizar as diversas categorias de indicadores. Capital ambiental • Estado do ambiente • Uso de recursos • Cargas ambientais Capital Social • Saúde • Eqüidade • Segurança em áreas externas • Educação • Capacitação • Conexão institucional • Envolvimento comunitário • Qualidade das áreas externas • Qualidade dos serviços e Localização • Impacto visual e layout • Qualidade do ambiente interno Capital Econômico • Qualidade das unidades habitacionais o Vulnerabilidade a desastres naturais e incêndios o Condições físicas da UHs o Super-população das UHs o Manutenção de valor entre gerações • Diversidade • Adaptabilidade • Durabilidade • Satisfação dos usuários • Controlabilidade • Comissionamento • Manutenção • Capacidade infra-estrutura o Iluminação externa o Abastecimento de água o Sistema de esgoto o Drenagem de água de chuva • Conectividade e transporte o Mobilidade integrada o Vias e deslocamentos no sítio • Custos o Investimento total o Custos no ciclo de vida x capacidade de compra • Benefícios o Benefícios líquidos totais • (oportunidades de) Negócios o Emprego o Treinamento o Aumento de oportunidades de negócios Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB Notas: 1. Neste trabalho, não foram considerados aspectos de tamanho e layout, conforto e acessibilidade dentro das unidades habitacionais (UHs) 2. Trechos em cinza = avaliação não é possível exclusivamente com base nos instrumentos analíticos empregados nesta pesquisa (análise da implantação + observação in situ) 95 Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB Categorias/sub-categorias Escala espacial Etapa ciclo vida Medida de desempenho 96 Nível de desempenho Capital ambiental – estado do ambiente - n/a análise implantação + observação in situ Qualidade/toxicidade do ar sítio, vizinhança, cidade Planejamento, projeto, construção, operação desenv. empreendimento Dias de nevoeiro/ano Concentração de poluentes Emissão pelo transporte público Qualidade/toxicidade da água sítio, vizinhança, cidade Planejamento, projeto, de superfície construção, operação desenv. empreendimento --• • • • • • PM10 ppm CO2 ppm CO ppm NOx ppm SOx ppm VOCs concentração de poluentes: • oxigênio dissolvido • demanda biológica de oxigênio (= eutroficação) • amônia • cádmio, mercúrio, DDT características da água (turbidez, alcalinidade, DO e pH) Qualidade/toxicidade da água sítio, vizinhança, cidade Planejamento, projeto, no lençol freático construção, operação desenv. empreendimento concentração de poluentes Contaminação do solo sítio, vizinhança, cidade Planejamento, projeto, construção, operação desenv. empreendimento concentração de poluentes (metais pesados, matéria orgânica) Ruído ambiente sítio, vizinhança, cidade nível de ruído, em dB Vento Vizinhança Planejamento, projeto m/s Odores Vizinhança Planejamento, projeto, construção, operação No de reclamações Capital ambiental – uso de recursos Energia Freqüência de velocidade do vento entre 5.5 e 7.9 m/s < 10% Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB Sub-categoria Escala espacial Etapa ciclo vida Medida de desempenho 2 Desempenho energético em uso Edifício, sítio, vizinhança Projeto, operação kWh/m Uso de energia renovável Edifício, sítio, nacional kWh renovável/m2 % renovável/consumo total de energia Planejamento, projeto, operação no. coletores solares/família residente Gestão de uso de energia Edifício, sítio Operação Política de uso de energia Auditoria de uso de energia Monitoramento+definição metas Investimento conscientização 97 Nível de desempenho 5 kWh/m2 --10% energia total é de fonte renovável --Política de uso de energia implementada Auditoria de uso de energia ao menos a cada 3 anos Monitoramento consumo / Definição de metas usando dados históricos Informação trimestral a usuários/operadores Esgotamento de combustíveis Nacional, global fósseis Projeto, operação, construção kJ/PIB Energia incorporada nos materiais Global Projeto, construção KJ/m3 Vizinhança Projeto No espécies/ha, para promover aumento significativo do valor --ecológico local Construção leve: 4.0 GJ/m2 média a pesada: 5.0 GJ/m2 pesada: 6.0 GJ/m2 Solo Valor ecológico local Intensidade de uso e ocupação do solo Vizinhança Planejamento, projeto No espécies/ha, para promover melhoria radical --- footprint projeto /área terreno (footprint inclui áreas verdes e vias) <80%, em dois pavimentos (habitação) no unidades/hectare > 60 unidades/hectare Área de solo consumida pela footprint dos edifícios Edifício Planejamento, projeto m2/ocupante 2.5m2/ocupante Reuso/recuperação do sítio Vizinhança Planejamento, projeto % do sítio anteriormente construído ou com uso industrial ou aterro sanitário > 50%é anteriormente construído ou com uso industrial ou aterro sanitário Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB 98 60% contaminado 60% redesenvolvimento Indução de mix de usos Vizinhança Planejamento, projeto, gestão do patrimônio Integração do sítio ao entorno Vizinhança Planejamento, projeto Proporção de usos (residencial, comercial, varejista, lazer, comunitário Conforme necessidade da comunidade, desde que seja uso misto. --- Materiais - n/a análise implantação Sub-categoria Escala espacial Extração de produtos minerais Região, nacional Atividade Medida de desempenho Nível de desempenho Planejamento, projeto, construção Ton de minerais extraídos Ton de minerais utilizados --- Ton/PIB Ton/pessoa*ano ------- Uso de materiais locais Região, nacional Projeto, construção % materiais locais Km/ton de material conceito logístico de transporte de carga > 80% Maioria de fornecedores/distribuidores regionais Reuso de materiais Edifício, vizinhança Projeto, construção % materiais reutilizados > 95% Reuso de edifícios Cidade, vizinhança Planejamento, projeto % reutilização (em volume) > 50% da fachada > 80% da estrutura principal Madeira proveniente de Edifício, região manejo sustentável usada nos elementos construtivos básicos (certificado FSC ou cultivada com manejo sustentável localmente) Projeto, construção % madeira “sustentável” > 80% Uso de materiais com baixo impacto ambiental Projeto, construção % materiais com baixo impacto ambiental > 80% Edifício, sítio OU Ao menos 3 dos 5 elementos seguintes foram especificados segundo o desempenho ambiental Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB 99 dos materiais e componentes: cobertura, paredes externas, paredes internas, pesos e janelas Água - n/a análise implantação Sub-categoria Escala espacial Atividade Medida de desempenho 3 3 Nível de desempenho Extração Região Projeto, construção m extração anual/m precipitação anual < 70% Conservação de água (reuso de águas residuais e aproveitamento de água pluvial) Edifício, sítio Projeto, operação m3 água/m 2 *ano litros ou m3/pessoa*ano litros ou m3/horas de ocupação*ano <25% of benchmark Paisagismo eficiente (consumo de água) Edifício, sítio Projeto m3 água /m2 jardim*ano < 0,1 m3/m2*ano Drenagem de água superficial Edifício, sítio, vizinhança Projeto % superfície permeável > 60% 100% % pavimento permeável/área paisagismo (não inclui projeção edificada) < 25 m3/pessoa*ano --- / < 30l/pessoa*dia Cargas ambientais - n/a análise implantação Sub-categoria Escala espacial Emissões de C02 Atividade Medida de desempenho Nível de desempenho Edifício, nacional, global Projeto, construção, operação Kg CO2/m2 0 (durante a operação) Gases causadores de efeito estufa Nacional, global Projeto, construção, operação Kg CO2 equiv/m2 < 25% do benchmark Substâncias danosas à camada de ozônio (ODS) Nacional, global Projeto, operação / <5kg Não uso de ODS em ao menos 2 dos 4 elementos seguintes: cobertura (inc. ático), paredes (inc. portas), piso (inclui fundações) e tanque de água quente (caldeiras/boilers) que emita < 125 mg NOx/kWh OU Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB 100 100% isolamento com zero ODP 100% refrigerantes com zero ODP Mudança climática e aquecimento global Nacional, Global Projeto, construção, operação (comparação à média de 100 anos) temperatura média precipitação média No incidentes meteorológicos severos velocidade máx vento 2oC acima dos níveis pré-industriais (Kyoto) ------- Emissões de NOx Edifício, cidade, global, Projeto, construção, operação Mg de NOx/kWh NOx ppm <40mg NOx /kWh energia consumida Acidificação Nacional, global Projeto, construção, operação Kg SO2 equiv/m2 < 25% do benchmark Nevoeiro de verão Cidade Projeto, construção, operação Dias/ano 0 Poluição eletro-magnética Edifício, vizinhança, cidade Projeto, operação Não interferência de instalações vizinhas Edifício, sítio Cidade Projeto, Construção Resíduos de construção Reciclagem de materiais Reconhecimento de problemas não relacionados a resistência eletrônica Edifício, sítio, vizinhança Projeto Resíduos sólidos Cidade Projeto, construção, operação Compostagem Edifício, sítio, vizinhança Construção, operação cidade Ton/pessoa*ano Ton/m2 footprint < 6 ton/pessoa*ano --- % desperdício de material <15% % material reciclado em volume % material reciclado em massa --- m2 área alocada para reciclagem/UH 0.5m2 /UH Área/facilidades compartilhadas --- Ton/pessoa*ano --- % material compostável efetivamente encaminhada 100% Área de facilidades para compostagem/UH ----- Área de facilidades para compostagem compartilhadas > 70% em massa Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB 101 Efluentes Cidade, região Construção, operação Ton/ano m3/ano Runoff superficial de água Edifício, região Projeto, construção, operação m3/s/m2 0 redução do runoff para < 50% benchmark Impactos no sítio Sítio, vizinhança Construção Alteração de temperatura do lençol freático --- Alteração de temperatura do ar --- Redução de (velocidade de) ventilação --- Sombreamento indesejado de propriedades vizinhas --- Nível de desempenho Aspectos comunitários (capital social) Saúde Sub-categoria Escala espacial Atividade Medida de desempenho Mortes/ferimentos de trânsito Sítio, vizinhança Construção, operação Fatalidades/1000*ano ferimentos graves/1000*ano Ferimentos relatados/1000*ano Exposição a particulados, NOx, CO, ruído Sítio, vizinhança, cidade Planejamento, construção, Ver item “Localização; Exposição a particulados, NOx, CO, operação ruído” Campos eletro-magnéticos (EMF) Sítio, vizinhança Planejamento, projeto Amps/m Volts/m No de reclamações Problemas nas articulações Distúrbios de sono Edifício Projeto, construção, operação No de reclamações Alergias Edifício, vizinhança Projeto, construção, operação % pessoas com alergias, asma etc Sub-categoria Escala espacial Atividade Medida de desempenho Segregação Vizinhança Planejamento, projeto Eqüidade Nível de desempenho Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB Vitalidade urbana e segurança Vizinhança patrimonial 102 % UHs desocupadas --Planejamento, projeto, desenv. Empreendimento, % terrenos abandonados e sem tratamento --operação Incidência de crime (número de incidentes por UH ou por ano) • incidência de arrombamentos por UH ou por ano incidentes/ano • incidência de vandalismo por UH ou por ano • incidência de assaltos por UH ou por ano incidentes/ano incidentes/ano usos mistos --acessibilidade --Redução de oportunidades de crime Segurança em áreas externas Vizinhança Planejamento • No de atividades de risco na área (ex. postos de gasolina...) Educação • nível de educação Capacitação • Taxa de desemprego • Presença de instituições em uma vizinhança ativamente envolvida em sua melhoria Conexão institucional Envolvimento comunitário Aplicação de princípios de projeto para segurança (controle visual, iluminação etc) Vizinhança Planejamento, projeto, construção, desenv. empreendimento Relacionamento entre residentes • No reuniões públicas/ano • No participações nas reuniões realizadas • No pessoas envolvidas Relacionamento residente-comunidade • participação em programas comunitários Qualidade das áreas externas Sub-categoria Espaços públicos de boa qualidade Escala espacial Vizinhança Atividade Planejamento, projeto Medida de desempenho • % área pública • área de parques e recreação/habitante • sistema de gestão implementado Nível de desempenho ----- acres/1000ha --- Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB Nível de ruído externo Sítio, vizinhança Temperatura e sombreamento Sítio, vizinhança de áreas externas operação dB Projeto Uso de técnicas de baixo impacto (telhados verdes, pavimentos permeáveis, superfícies impermeáveis com alta refletância albedo, cool roofs etc) 103 ----- %áreas permeáveis/área total sítio (ver item “Água;Drenagem --de água superficial”) --refletância áreas impermeáveis --% áreas impermeáveis sombreadas Qualidade dos serviços e Localização Sub-categoria Escala espacial Amenidades (serviços de Vizinhança apoio, compras, escola, lazer, transporte público) Atividade Medida de desempenho Planejamento, projeto, desenv. empreendimento Existência de: • Instituição de saúde • Centro comunitário • Local de serviço religioso • Posto de correios Nível de desempenho <1 km <1 km <1 km Muito bom: < 500 m bom: 500 m > d < 1 km • Supermercado ou equivalente • Telefone público • Banco ou equivalente • Centro comercial • Creche/pré-escola • Escola fundamental • Ensino médio < 500 m < 500 m < 500 m < 2 km Muito bom: < 500 m bom: 500 m > d < 1 km Muito bom: > 1 km bom: 1 km > d < 2 km • Áreas de lazer em geral adjacentes e com acesso visual a partir de grupos de unidades Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB • Áreas de lazer para crianças entre 5 e 12 anos 104 Muito bom: > 500 m bom: 500 m > d < 1 km • Áreas de lazer para crianças acima de 12 anos Muito bom: > 500 m bom: 500 m > d < 1 km • Parque ou espaço aberto público • Praça de esportes/ginásio Responsabilidades / riscos (sítios contaminados, odores, poluição de água, linhas de transmissão, áreas alagáveis) Proximidade ou existência de: • sítios contaminados, atividade industrial perigosa ou que libere odores, sítios abandonados (insdustriais/institucionais), linhas de transmissão, cursos d’água poluídos • sítio em área potencialmente alagável < 1 km < 1 km < 500 m < 3 m acima da maior cheia No de pontos que excedem limites de poluentes específicos Exposição a particulados, NOx, CO, ruído Proximidade a: • ruas principais ou com tráfego de ônibus • Rodovias • Ferrovias Muito bom: < 20% das unidades entre 20 e 50m de ruas principais ou com tráfego de ônibus bom: < 20% das unidades a menos de 20m de ruas principais ou com tráfego de ônibus > 80% das unidades a >50m de rodovia > 80% das unidades a >150m de ferrovia • Aeroportos Leq < 69 dB • Atividades geradoras de ruído (indústrias e área de lazer > 80% das unidades a > 150m ruidosa) Impacto visual e layout Sub-categoria Escala espacial Atividade Medida de desempenho Impacto visual Vizinhança Planejamento, projeto Impacto visual Nível de desempenho > 80% das unidades atendem os critérios Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB • A escala e o conceito do sítio adequam-se bem ao entorno? • Os edifícios integram-se ao contexto dos edifícios locais, padrões de ruas (forma, massa, detalhamento e materiais)? 105 estabelecidos (quando o ambiente local é de qualidade visual pobre, responda n/a para as duas questões anteriores) • Os edifícios melhoram o ambiente local? • Há elementos associados ao sítio como um todo (iluminação, mobiliário urbano, placas de ruas e de direção, guias, bancos/assentos etc) bem detalhados, coordenados entre si e cuidadosamente localizados? • Há elementos externos associados às unidades (paredes e cercas, garagens, latas de lixo, quadros de medidores de energia, tubos de drenagem, corrimãos etc) bem detalhados e coordenados? • Existem elementos importantes (naturais ou construídos) protegidos, para dar maturidade ao sítio? • Existe algum elemento que possam conferir uma identidade especial ao sítio sendo utilizados para esse fim? • A entrada e movimentação no sítio são de fácil compreensão? Layout – relação entre edificações, áreas abertas e sítio Vizinhança Planejamento, projeto Layout > 80% das unidades atendem os critérios estabelecidos • Evitou-se super-exposição de cômodos habitáveis em >50% das unidades, com pelo menos 10m de distância até outros edifícios ou espaços públicos, incluindo rotas de pedestres? • Os edifícios (casas, garagens, blocos de serviço etc) foram arranjados de forma a proteger os residentes contra ruídos externos? • As unidades foram agrupadas para tirar vantagem da topografia local? • Foram observadas estratégias de projeto passivo (resfriamento/iluminação) no projeto das áreas externas e das unidades habitacionais? • Existem vistas distantes ou diversificadas a partir das áreas públicas? • 5 ou menos unidades sempre compartilham acesso (ex: em casas: acesso de veículos/pátio frontal; apartamentos: patamares/corredores? • 15 ou menos unidades sempre compartilham acesso a partir de um cul-de-sac, ou acesso vertical (em um bloco de apartamentos)? • O espaço aberto privado/compartilhado é contido nos Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB 106 limites da unidade, com forma, dimensões e localização bem projetadas? • Diferentes áreas públicas possuem caracteres específicos também diferenciados? • Há áreas de armazenamento de lixo/resíduos convenientes? • A área de armazenamento de lixo/resíduos é servida por torneira e drenagem para limpeza? Paisagismo (excluindo Vizinhança espaços abertos privados) Planejamento, projeto Paisagismo • Há superfícies impermeáveis ou paisagismo no projeto? (se não, pular para a próxima sessão) • Há variação de espécies plantadas (alturas, cores e texturas), para criar interesse visual em diferentes estações? • O plantio foi relacionado às condições climáticas para prover proteção contra vento e/ou sombreamento? • Há árvores nas ruas e áreas abertas públicas? • As áreas plantadas/gramadas suficientemente grandes para serem viáveis (aproximadamente a área de projeção de uma unidade)? • As superfícies impermeáveis variaram para se adequarem à relação com edifícios ou identificar áreas maiores, com diferentes usos? • O paisagismo pode ser mantido de modo fácil e economicamente viável • Elementos de água (ex: piscinas, fontes, corpos-d’água etc) foram incorporados no sítio e adequadamente protegidos? > 80% das unidades atendem os critérios estabelecidos Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB Espaços abertos públicos e Vizinhança compartilhados – segurança e lazer infantil Planejamento, projeto Segurança do sítio • Os espaços entre edifícios foram planejados para usos específicos? • Os limites entre espaços públicos e privados são claros? (Como são tratados os espaços semi-públicos, se houver?) • Os espaços compartilhados entre residentes (mas não pelo público externo) são claramente definidos? • A intrusão casual por não-residentes para além de áreas públicas claramente definidas são desencorajadas pelo uso de, por exemplo, barreiras, portões, porteiros ou sistemas de segurança? • A rede viária do sítio foi projetada de modo a desencorajar estranhos e dificultar fugas? • Foram aproveitadas as oportunidades para criação de espaço aberto privado? • As envoltórias das unidades consistem em paredes suficientemente resistentes ou elementos equivalentes, de modo a deter intrusão e vandalismo? • A entrada principal é claramente visível e, nas proximidades de portas de entrada e rotas de pedestres, são evitados possíveis esconderijos? • O agrupamento de edifícios e a posição de janelas permitem monitoramento de visitantes inesperados? • O agrupamento de edifícios e a posição de janelas permitem monitoramento de áreas abertas e de lazer? • Os pontos vulneráveis em edifícios são visíveis para outros residentes e transeuntes? 107 > 80% das unidades atendem os critérios estabelecidos Áreas compartilhadas (edifícios apartamentos) > 80% das unidades atendem os critérios estabelecidos • Há apartamentos com áreas compartilhadas? (se não, pular para a próxima sessão) • Os halls e corredores em blocos de apartamentos bem iluminados (artificial e naturalmente)? • Foram utilizados vidros, dispositivos, pinturas e acabamentos anti-vandalismo em alturas inferiores a 2m do nível do chão? • Há interfone ou outro sistema de segurança nas entradas principais dos blocos de apartamentos? • Há >9 m2 disponíveis para portaria na entrada principal de blocos com mais de 20 apartamentos? Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB Espaços abertos Vizinhança privados/compartilhados Planejamento, projeto 108 Lazer infantil • A unidade foi projetada para famílias com crianças? (se não, pular para o próximo item) • Existem áreas de lazer para crianças entre 2 e 5 anos de idade, sob controle visual, para 100% das unidades? • Existem áreas de lazer para crianças entre 5 e 12 anos de idade, ao menos na relação de 1 para cada 40 unidades? • As áreas de lazer são equipadas com equipamentos para lazer do grupo etário em questão? • As áreas de lazer oferecem a possibilidade de brincadeiras energéticas (ex: playground de aventura, ciclovias etc)? • As áreas de lazer e espaços públicos são localizados para evitar perturbação (acústica) aos vizinhos? > 80% das unidades atendem os critérios estabelecidos Espaços abertos privados (primários) • Unidades sem espaço aberto privado principal • Espaço aberto privado principal (normalmente nos fundos) < 8m2 • Espaço aberto privado principal (normalmente nos fundos) entre 8m2 e 20m2 • Espaço aberto privado principal (normalmente nos fundos) entre 21m2 e 50m2 • Espaço aberto privado principal (normalmente nos fundos) entre 51m2 e 200m 2 • Espaço aberto privado >200m2 > 80% das unidades atendem os critérios estabelecidos Espaços abertos compartilhados ou secundários • Unidades sem espaço aberto privado secundário ou espaço aberto compartilhado • Espaço aberto privado secundário ou espaço aberto compartilhado com < 8m2 por unidade • Espaço aberto privado secundário ou espaço aberto compartilhado com > 8m2 por unidade > 80% das unidades atendem os critérios estabelecidos Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB Características de jardins/ espaços abertos privados e/ou compartilhados • Espaço aberto privado principal (normalmente nos fundos) com cercas/muros com > 1.2 m (laterais) e > 1.8 m (fundos) • Espaço aberto privado secundário ou espaço aberto compartilhado com cercas > 700 mm de altura • Tela/cortina para conferir privacidade, com 1.8 m de altura, distante até 2m da parede • Portões (trancafiáveis) para os espaços abertos da mesma altura que os limites do lote • Armários ou local externo para armazenamento portões (trancafiáveis) para itens maiores (ex: bicicletas) • Facilidades para reciclagem de água para uso em irrigação dos espaços abertos • Torneira externa com drenagem apropriada • Ponto externo de energia • Acesso seguro da testada ao espaço aberto nos fundos sem entrada na unidade • Facilidade para secagem de roupas com caminho de acesso sem mudança de nível Estacionamento Vizinhança Planejamento, projeto Quantidade de estacionamento oferecido • % área estacionamento/outro uso do solo (exclui UHs) • no. de vagas/UH 109 > 80% das unidades atendem os critérios estabelecidos ----- Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB Tipo de estacionamento oferecido às unidades • Inexistente, num raio de 100m da porta de entrada • Áreas pavimentadas disponíveis apenas nas vias públicas – 30 a 100m além da porta de entrada • Áreas pavimentadas disponíveis apenas nas vias públicas – num raio de 30m • Áreas pavimentadas agrupadas a mais de 30m da unidade ou bloco de apartamentos ou garagens subterrâneas acessíveis apenas pelos residentes • Áreas pavimentadas ou garagens agrupadas a menos de 30m da unidade ou bloco de apartamentos • Área pavimentada fora da projeção da unidade/edifício mas claramente relacionada a eles OU área pavimentada, estacionamento ou garagem dentro da projeção da unidade/edifício 110 0% <10% <10% <10% <10% >60% > 80% das unidades atendem os critérios Qualidade do estacionamento oferecido • Uma vaga de garagem grande foi prevista (3.3m x 4.8m)? estabelecidos • A vaga está afastada mais de 2m da janela de dormitórios? • A vaga é segura? • A vaga dá acesso fácil e direto ao jardim, sem passar através da unidade? • A vaga não domina a fachada das unidades (ex: <1/2 da largura da fachada)? • Vagas de estacionamento agrupadas são claramente identificadas com as unidades a que pertencem? Estacionamento distribuído para visitantes • Há pequena quantidade (<1vaga/ 3unidades) de vagas de estacionamento para visitantes claramente visíveis? • Há uma quantidade razoável (>1vaga/ 3 unidades) de vagas de estacionamento para visitantes claramente visíveis? > 80% das unidades atendem os critérios estabelecidos Medida de desempenho Nível de desempenho Qualidade do ambiente interno - n/a análise implantação Sub-categoria Escala espacial Atividade Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB Iluminação natural e vistas para o exterior Edifício Projeto, operação idistância de planos de trabalho à janela (cozinhas, salas e dormitórios) fator de luz diurna % área envidraçada/área de piso horas de luz do sol direta na posição do sol ângulo de céu obstruído por propriedades adjacentes distância entre UHs • lateral (paralela às testadas) • frontal (perpendicular às testadas) Conforto térmico Edifício Projeto, operação 111 --2% para cozinhas, 1,5 % para demais cômodos muito bom: D>2%, a 4m da janela bom: 2%>D>0.5% >20% > 2h <20o > 3m > 13m controle pelo usuário , ver item “Qualidade das unidades habitacionais; controlabilidade” No de reclamações ToC ambiente Max (e horário de ocorrência) UR ambiente Velocidade do ar Iluminação artificial Edifício Projeto, operação Iluminamento Lux controle pelo usuário , ver item “Qualidade das unidades habitacionais; controlabilidade” No de reclamações Conforto acústico Edifício Projeto, operação Nível de ruído interno, dB No de reclamações No de pessoas severamente prejudicadas por ruído Qualidade do ar interno - n/a análise implantação Sub-categoria Escala espacial Atividade Medida de desempenho Nível de desempenho Emissão de compostos orgânicos voláteis (VOCs) Edifício Projeto, operação Concentração total de compostos orgânicos voláteis (TVOC) Depois de 4 semanas da liberação para ocupação : • muito bom: TVOC< 0.2 mg/m3 • bom:TVOC <0.3mg/m3 • mínimo aceitável: TVOC < 0.6 mg/m3 Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB Política em relação a tabagismo Edifício Operação Banimento de fumo no interior dos edifícios ou solução adequada Monitoramento de C02 Edifício Operação % CO2 (quando monitorado) Esporos de fungos Edifício Operação Cfu/m3 ar interno (cfu=colony-forming units) Eficiência e efetividade de ventilação Edifício Projeto, operação % renovações de ar/hora 112 100% Muito bom: <50 cfu/m3 Saúde no ambiente interno - n/a – ref aos edifícios Sub-categoria Escala espacial Atividade Medida de desempenho Síndrome de edifício doente Edifício Projeto, operação No de reclamações x média nacional Atividade Medida de desempenho Nível de desempenho Capital econômico Qualidade das unidades habitacionais Sub-categoria Escala espacial Nível de desempenho No. UHs que atendem a normas/legislação de vento e inundações Vulnerabilidade a desastres naturais e incêndios No. UHs que atendem a normas/legislação de incêndio Condições físicas da UHs % unidades em boas condições Super-população das UHs % unidades super-populadas (no. pessoas por UH/ no. quartos <2 = não configura super-população por UH) Manutenção de valor entre gerações % proprietários com dívidas de impostos Diversidade Edifício, vizinhança Planejamento, projeto Adaptabilidade Edifício Projeto, operação • No de tipologias de edificações (e % de cada um) • No de usos diferentes (e % de cada um) Análise de projeto Observação in situ > 80% das unidades (em) que: • Foram projetadas para facilmente permitirem expansão futura • Foram projetadas para facilmente permitirem alterações de layout interno • Um quarto no nível da entrada pode ser criado Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB 113 (espaço suficiente em local adequado) • Instalação de elevadores é fácil (abertura de 1450x1100mm é possível sem modificação estrutural) • Apoios podem ser adicionados (ex. em banheiros – barras de apoio adequadas nas paredes) • Provisão de ducha no nível de entrada ou de instalações e espaço para permitir sua instalação futura • Provisão de WCs ou de instalações e espaço para permitir sua adição futura • Espaços abertos compartilhados (em tipologia edifícios de apartamentos) podem ser replanejados para serem associados a unidades individuais e vice versa • Foram projetadas em planta aberta, sem definição rígida de entre áreas de vivência e circulação • Atendem requisitos de diversidade étnica Durabilidade Análise do processo > 80% das unidades (em) que: Análise do projeto • Análise de custos no ciclo de vida forma considerados na especificação dos componentes • Foram utilizados componentes com garantia do fornecedor • Especificação por desempenho de portas e janelas (vida útil de 25 anos) • Especificação por desempenho de ferragens e cozinha (vida útil de 15 anos) • Uso de produtos confomes com a ABNT, quando existentes • Dimensionamento generoso de cabos e conduítes e acessibilidade para manutenção/atualização/renovação • Registros acessíveis, isolando todas as tubulações • Partes e componentes de fácil compra e substituição Satisfação dos usuários Avaliação pós-ocupação: pesquisa de satisfação e observação in-situ > 80% das unidades (em) que: Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB 114 • Será realizada pesquisa de satisfação em relação à unidade/sítio após a entrega do empreendimento? • Existe um mecanismo implementado para retroalimentação regular ou pesquisa de mercado? • Em caso de resposta positiva a quaisquer das duas questões anteriores: a pesquisa/retroalimentação será realizada por um especialista independente? • Existe um processo implementado para atuar para a solução dos problemas apontados nos comentários dos usuários e observações de pesquisa? Controlabilidade Edifício Projeto, operação % pessoas com controle individual (para conforto térmico, iluminação e ventilação) 100% Comissionamento Edifício Projeto, operação Provisão dos cronogramas de manutenção Sim/não Manutenção Edifício Projeto, operação Provisão dos cronogramas de manutenção Sim/não Sub-categoria Escala espacial Atividade Medida de desempenho Nível de desempenho Iluminação externa Vizinhança Planejamento, projeto, % ruas sem iluminação desenv. Empreendimento, operação Capacidade infraestrutura Abastecimento de água no de eventos (falta dágua)/ano Sistema de esgoto atende norma? Drenagem de água de chuva atende norma? Conectividade e transporte Sub-categoria Escala espacial Atividade Medida de desempenho Nível de desempenho Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB Mobilidade integrada Edifício, sítio, vizinhança, cidade Planejamento, projeto, desenv. empreendimento Distância a nós de transporte público 115 <400 m Muito bom: <500 m bom: 500 m > d < 1 km Freqüência de serviço de transporte (ao centro, amenidades) Facilidade para ciclistas • Km ciclovia/Km vias • Km ciclovia/footprint 4x/hora Comprimento ciclovia (90 cm) = 2x comprimento total das vias --- • armazenamento de bicicletas 1 vaga protegida de chuva para ao menos 80% dos residentes Pedestres • comprimento calçadas(com largura e piso apropriados)/2x comprimento vias > 80% de atendimento dos critérios estabelecidos • Espaços públicos estão conectados por vias desobstruídas, bem-iluminadas e de superfície rígida? • A iluminação está apropriadamente relacionada aos edifícios e é de fácil manutenção? • A posição das luminárias evita áreas escuras onde pessoas andem tanto no exterior quanto em partes comuns dos apartamentos? • As calçadas/meio-fios são rebaixados onde os caminhos de pedestres cruzam vias? Política de transporte disponível Política, incluindo mensuração, monitoramento, metas, plano de ação e estratégia de implementação Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB Vias e deslocamentos no sítio Vizinhança Planejamento, projeto 116 Facilidade de movimentação • As vias conectam-se às vizinhanças adjacentes (ex: são evitados cul-de-sacs de acesso a mais de 25 unidades)? [9, 12] • A hierarquia de vias é clara? • Os nomes de vias, locais e edifícios e os números das unidades são legíveis e localizados apropriadamente em relação aos edifícios? • As vias aproveitam as vistas/marcos dentro ou em torno do sitio? > 80% das unidades atendem os critérios estabelecidos Veículos • Existem medidas apropriadas de traffic calming usadas para controlar a velocidade do tráfego de veículos? • A segregação de veículos é possível para aumentar a segurança dos caminhos de pedestres? • Veículos grandes, de emergência ou serviço podem chegar a 30m da entrada principal de todas as unidades? • Existem espaços para veículos de coleta de lixo e serviço/entrega possam parar sem obstruir vias? • Há segregação de vias , isto é: As vias facilitam e encorajam uso de bicicletas (ciclovias, barreiras para automóveis, mas permitem passagem de ciclistas) ? > 80% das unidades atendem os critérios estabelecidos Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB Acesso às unidades (sítio em geral) • Rotas de pedestres e caminhos de jardim • firmes, nivelados, acabamento antiderrapante, textura e cores que os diferenciem • largura mínima de 900 mm • Inclinação de rampas essenciais • 1:12, para comprimento máximo de 5m • 1:15, para comprimento máximo de 10m • Onde rampas são utilizadas, há degraus/escadas alternativos com corrimãos/guarda-corpos? • Corrimãos para escadas essenciais, com altura de espelho máxima de 150mm e piso min de 280mm • Mudanças de nível são protegidas por corrimãos/guardacorpos para desníveis acima de 380mm? • Calçadas/meio-fios rebaixados para caminhos de pedestres principais e acessos às unidades Recomendado • Caminhos com inclinação inferior a 1:12 • Caminhos com largura mínima de 1000mm 117 > 80% das unidades atendem os critérios estabelecidos Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB Área de entrada das unidades • Caminho de acesso com largura mínima de 850mm e sem degraus • Vaga de estacionamento conveniente e acessível para usuários de cadeiras de rodas a menos de 30m da entrada principal de 10% das unidades • Qualquer rampa para portas externas com inclinação suave com plataforma de entrada (1200x1200mm) fora do giro da porta • Varanda sobre a entrada com luzes • Soleiras externas planos, com desnível de no max. 15mm • porta de entrada principal com largura livre de 800mm • Outras portas externas: largura livre de 750 mm • Elevadores para unidades com entradas acima de 3m do térreo para cadeiras de rodas mais acompanhante, viajando a velocidade adequada > 80% das unidades atendem os critérios estabelecidos Recomendado • Trecho de aproximação a todas as portas externas nivelados • Vaga de estacionamento conveniente e acessível para usuários de cadeiras de rodas a menos de 30m da entrada principal de 100% das unidades • Elevadores para todas as unidades acima do nível térreo • Todas as unidades com entrada privada no nível térreo • Entradas com 300mm de largura além dos 800mm de largura da porta) Custos Sub-categoria Escala espacial Atividade Medida de desempenho Nível de desempenho Investimento total Edifício, sítio Projeto, construção $ construção/m 2 --- $ tratamento áreas livres/m2 --- $ urbanização/m2 --- Custos no ciclo de vida x capacidade de compra Edifício Projeto, construção, operação $ operação anual/$ construção $ manutenção anual/$ construção $ operação+manutenção anual/$ ciclo de vida projetado $ operação+manutenção pgto mensal pela UH/renda familiar 118 <30% Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB Benefícios Sub-categoria Escala espacial Atividade Medida de desempenho Benefícios líquidos totais Edifício Planejamento, projeto, construção, operação --- Nível de desempenho (oportunidades de) Negócios Sub-categoria Escala espacial Atividade Medida de desempenho Emprego Vizinhança, cidade Planejamento, projeto, desenv. empreendimento Desemprego/emprego (em % da população) Treinamento Edifício, vizinhança, cidade desenv. empreendimento, Dias de treinamento/pessoa*ano construção, operação Aumento de oportunidades de Vizinhança, cidade negócios Planejamento, projeto, desenv. empreendimento Nível de desempenho 119 Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB 120 Referências consultada CONSTRUCTION RESEARCH AND INNOVATION AND STRATEGY PANEL. 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Site internet www.cribx1.u-bordeaux.fr/ub1/ecocampus/fiches/fich06 Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB 121 Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB 122 Anexo 7: Exemplo da aplicação do modelo axiomático na definição da implantação e projeto de áreas habitacionais. Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB FR1 Projetos de casas que ajudem no desenvolvimento de uma comunidade (peruana) local. FR1.1 Oferecer um lugar onde as pessoas compartilhem uma mesma forma de vida e reforce o sentimento de grupo. FR1.1.1 Considerar as características pessoais fundamentais como: introvertido /extrovertido (ou privacidade e relação comunitária). 123 DP1 Projeto baseado nos culturais e sociais locais. hábitos DP1.1 Criar células residenciais de interesse particular, separadas por áreas abertas ou serviços comunitários ou áreas públicas. DP1.1.1 Dividir as células residenciais em áreas pacatas ou movimentadas, sendo que estas casas terão diferentes níveis de exposição à circulação de pedestres em áreas de atividades públicas. Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB FR1.1.1.1 Garantir o acesso à comida fresca. 124 DP1.1.1.1 Projetar um mercado central para o conjunto habitacional. FR1.1.1.1.1 Garantir o acesso a pé, das casas nas células residenciais até o mercado. DP1.1.1.1.1 Localizar o mercado numa artéria de tráfego central com um acesso direto aos caminhos de pedestres. FR1.1.1.1.2 Garantir o acesso de carros para entregas. DP1.1.1.1.2 Localizar o mercado numa via arterial de grande tráfego. DP1.1.1.2 Criar centros noturnos com restaurantes, bares, cinemas, sorveterias, central de polícia, postos de gasolina, paradas de ônibus (dar as pessoas lugares agradáveis onde ir a noite). Garantir o acesso aos serviços públicos durante a noite. FR1.1.1.2 Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB FR1.1.1.2.1 FR1.1.1.3 FR1.1.1.4 Garantir que as pessoas se sintam seguras. Garantir o acesso desempedido à educação. Garantir a integração entre escola e comunidade. A educação superior não deveria ser separada da maioria dos processos sociais comuns. Garantir acesso a educação préescolar. 125 DP1.1.1.2.1 Reunir pelo menos seis atividades (as pessoas se sentem seguras em grupo). DP1.1.1.3 Implantar a escola de forma que os caminhos públicos de pedestres atravessem as cercanias. Espaços públicos como playgrounds, auditórios e lojas encontram os caminhos públicos, para que possam ser compartilhados pela comunidade. DP1.1.1.4 Distribuir, nas células residenciais, pequenos jardins infantis com acesso direto dos pedestres Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB 126 Prover visibilidade das atividades pré-escolares. FR1.1.1.4.1 FR1.1.2 Servir qualquer área residencial através de vias locais. Evitar ruídos e tráfego perigoso. DP1.1.1.4.1 Dispor as áreas de atividades infantis num nível mais baixo em relação aos caminhos de pedestres, de tal forma que os passantes possam observar as crianças e estas possam ser observadas. DP1.1.2 Localizar o sistema de circulação da vizinhança em ruas contínuas, estreitas e de sentido único. DP1.1.2.1 Em qualquer ponto da rede viária onde duas ruas se encontram, sem semáforos, elas devem formar um “T” em ângulos retos, numa distância mínima de 50m entre os pontos de conexão. Evitar cruzamento de duas ruas. FR1.1.2.1 Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB 127 Dar conforto ao pedestre nas vias locais. FR1.1.2.2 FR1.1.3 Oferecer áreas de estacionamento distribuídas próximas dos serviços públicos, escolas, etc. DP1.1.2.2 Em ruas com fluxo contínuo de carros dispor as vias de automóveis 50cm abaixo dos caminhos de pedestres (dar ao pedestre um ar melhor para respirar e uma vista para o outro lado da rua). DP1.1.3 Criar pequenas quebras de estacionamento para 5 ou 9 carros no máximo, evitando grandes áreas pavimentadas ou a síndrome do mar de carros. Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB FR1.1.4 Dar as pessoas a possibilidade de passear entre os serviços públicos e nos parques. 128 DP1.1.4 Separar o tráfego de carros dos caminhos de pedestres. Criar sistemas de caminhos públicas que não distem mais de 50m dos edifícios e serviços públicos ou 100m de qualquer casa. DP1.1.4.1 Ao longo do caminho de pedestre criar pequenos bolsões de atividades através do aumento da passagem, como um espaço aberto. Dispor lojas e serviços nestes bolsões. DP1.1.5 Criar dois sistemas ortogonais separados de tráfego (carro e pedestre) que se cruzam (com cruzamentos a cada 100m de distância e pequenas áreas de estacionamentos, próximos aos cruzamentos, onde pedestres e carros possam se encontrar). Localizar atividades para criar relacionamentos comunitários. FR1.1.4.1 FR1.1.5 Criar sistemas separados de tráfego, tanto para carros como para pedestres, que se cruzem freqüentemente. Relatório científico final – Projeto FINEP/ASIHAB FR1.1.5.1 Sinalizar os cruzamentos entre pedestres e carros de forma clara. 129 DP1.1.5.1 Criar articulações nos cruzamentos dos dois sistemas ortogonais (carros e pedestres) para identificálos claramente.