Programa Minha Casa Minha Vida terá prédios mais altos

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38 | ECONOMIA
DOMINGO, 22 DE JANEIRO DE 2017
MUDANÇAS
Programa Minha Casa Minha
Vida terá prédios mais altos
Governo quer que
condomínios sejam
construídos próximo
ao centro das cidades
BRASÍLIA
O governo decidiu acabar com a política de construção de grandes conjuntos habitacionais do programa Minha Casa Minha
Vida (MCMV) para as famílias de renda mais baixa.
A orientação para novos
empreendimentos é levantar prédios mais altos em
áreas já urbanizadas e próximasaocentrodascidades.
Essa é uma guinada na condução de um dos principais
programas sociais do país. E
é uma resposta a críticas de
especialistas em urbanismo
feitas ao longo dos anos.
O programa vitrine do
governo petista criou guetos de pobreza por todo o
país. Os moradores com
menor renda eram retirados de habitações precárias
e transferidos para grandes
conjuntos construídos em
áreas fora das cidades.
Segundo os especialistas, a qualidade de vida
caíaporque,apesardacasa
própria, a distância para o
trabalho aumentava, a escola dos filhos era pior, e os
centrosdesaúdepassavam
a ficar mais distantes.
Agora, o governo chegou
à conclusão de que os urbanistas tinham razão. Os técnicos constataram que as
prefeituras não cumpriram
os compromissos de criar
escolas, postos de saúde e
infraestrutura.
Estas
contrapartidas
custam caro para os municípios, que estão com as finançasdesorganizadaspela crise dos últimos anos.
“Nãodáparacontarcom
os prefeitos. Temos de fazer
projetos em que já haja infraestrutura”, argumentou
uma fonte do governo.
Esses grandes conjuntos
habitacionais eram criados
para a população mais pobre, a chamada “faixa 1” do
MCMV. Famílias com renda
mensal bruta de até
R$ 1.800 compram unidaREPRODUÇÃO/CANAL ABERTO BRASIL
Setor da construção civil receberá novos estímulos
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MARCELO PREST - 24/08/2016
Empreendimentos do programa já construídos têm torres mais baixas
descomsubsídioquasetotal
do governo, que paga até
90% do imóvel.
Mas essa população era
a mais prejudicada ao se
afastar das cidades. Agora, o governo quer manter
essas pessoas nas regiões
mais centrais.
O fato de construir os
imóveis em terrenos mais
CUSTO
90%
de subsídio
O governo é quem paga
quase todo o valor do imóvel da faixa 1 do MCMV.
valorizados – por serem
próximos aos centros –
não necessariamente aumentará o valor do subsídio dado às famílias. Isso
porque serão produzidas
mais unidades em uma
área muito menor, já que a
ideia é erguer espigões.
Atualmente, os grandes
conjuntos habitacionais
são feitos de prédios baixos e em áreas espaçosas,
para abrigar toda a infraestrutura necessária.
Porcausadessamudança de concepção, todo o
arcabouço do programa
será repensado. Na hora
de fechar os acordos com
cada cidade, o governo federal fará outro tipo de
exigência de contrapartidas aos prefeitos.
MANUTENÇÃO
Ostécnicosdoprograma
já entraram em contato,
por exemplo, com o novo
prefeito de São Paulo, João
Doria Junior, com o governador do estado, Geraldo
Alckmin, para que eles garantam a manutenção dos
elevadores que devem ser
instalados nos prédios destinados à baixa renda por
pelo menos dez anos.
“Não dá para contar com
o pagamento de taxa de
condomínio para garantir a
manutenção de elevadores”, ponderou uma fonte a
par das tratativas. (AG)
Governo lançará mais unidades populares
O governo acerta ainda os
últimos detalhes para
anunciar um aumento do
programa habitacional.
Destinar mais recursos é
uma estratégia para usar o
Minha Casa Minha Vida
como um dos motores que
podem fazer a economia
do país reagir e voltar a
crescer em 2017.
Numa reunião realizada na semana passada, os
técnicos debateram um
conjunto de medidas, que
deve ser lançado nos próximos dias, de estímulo ao
setor da construção civil.
Ele inclui, por exemplo, o
aumento do teto do valor
dos imóveis que podem
ser enquadrados no programa habitacional.
Deve haver, ainda, uma
correção dos limites de renda das famílias que serão
enquadradas nas faixas do
Minha Casa Minha Vida.
Os ministérios do Planejamento e das Cidades,
juntamente com a Caixa
Econômica Federal, decidiram ainda que deve ser
criada uma multa para o
caso de desistência pelo
comprador do imóvel.
Os técnicos têm conversado diretamente com os
empresários do setor sobre o assunto.
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