Elétrons & Efeito Fotoelétrico 1 No final do século XIX... A hipótese atômica estava sendo intensamente estudada (Química!), e a natureza eletromagnética da luz estava firmemente estabelecida. Grandes avanços experimentais em química e eletricidade (bombas de vácuo, bobinas de indução, eletroímãs,...). Experimentos de descargas elétricas em gases rarefeitos levaram ao descobrimento do elétron (1897), dos raios X (1895) e da radioatividade (1896). De repente, ficava claro que átomos tinham estrutura. 2 Eletricidade na matéria Faraday: observa que na eletrólise a mesma quantidade de eletricidade (corrente) deposita a mesma quantidade de íons monovalentes (mesma carga para um íon-grama) de diferentes espécies. Define 1 Faraday como 96487 C (você reconhece esse número?) Como o número de íons em um íon-grama é o mesmo, significa que todos os íons portam a mesma carga, batizada e. Stoney propõe o nome elétron para essa unidade natural de carga (1891). 3 Em um raciocínio completamente independente, Lorenz (não o Lorentz!) faz um modelo para explicar a dispersão da luz em meios refrativos. Em 1880, ele sugere que na matéria há cargas elétricas que podem vibrar com uma frequência natural 0 em torno de uma posição de equilíbrio. Assumindo a existência de várias frequências, era possível explicar classicamente o fenômeno da dispersão. Mas não havia nenhuma indicação sobre a magnitude das cargas ou mesmo o seu sinal. 4 Efeito termoiônico Em meados do século XIX, descobriu-se que o ar nas proximidades de corpos quentes era um condutor de eletricidade. Ainda em 1880, Elster e Geitel mostraram que um corpo carregado quando aquecido perdia sua carga. Em 1883, Edison ao desenvolver os filamentos para as suas lâmpadas incandescentes, percebeu que filamentos incandescentes de carbono, quando conectados com um eletrodo no exterior, deixavam passar corrente se o eletrodo estivesse positivo em relação ao filamento, mas não passava se estivesse negativo. Assim Edison descobriu o efeito termoiônico vários anos antes de se conhecer o elétron. 5 O efeito fotoelétrico 6 A descoberta e os estudos do efeito Heinrich Hertz Hallwachs Stoletow Elster e Geitel Lenard Zeeman Evidências de uma carga q/m = 1,6 x 1011 C/kg 7 Finalmente, a descoberta do elétron... J. J. Thomson (1897) mede q/m =1,7 x 1011 C/kg, independente do material de que eram feitos os eletrodos. Esse valor é praticamente idêntico ao encontrado por Zeeman para as partículas responsáveis pela emissão de luz nos espectros atômicos. R. Millikan (1909) mede a carga na famosa experiência da gota de óleo. 8 O experimento de Hertz (1885-1889) (Descoberta das ondas de rádio e também do efeito fotoelétrico) 9 A confirmação experimental veio com Heinrich Hertz 1887 2. Faísca produz ondas eletromagnéticas 3. Ondas eletromagnéticas criam corrente elétrica em um outro circuito, produzindo pequenas faíscas entre suas pontas 1. Bobina de indução produz alta voltagem 10 O experimento A diferença de potencial V pode ser variada continuamente, e também invertida invertendo a chave. Se A e B feitos do mesmo metal, V OK. Se não, deve-se corrigir a ddp adicionando o potencial de contato. 11 O experimento 12 O efeito fotoelétrico •Observado por Heinrich Hertz (1887), Wilhelm Hallwachs (1888) e outros. Luz Emissor Coletor i ( ) 0 • Ocorre a emissão de elétrons de uma placa metálica, quando iluminada por radiação eletromagnética. Os fotoelétrons emitidos, e a corrente por eles gerada, só existem acima de um limiar de frequência 0 , que independe da intensidade da radiação. 13 Dificuldades para explicar com Física Clássica A teoria ondulatória nos diz que quanto maior a intensidade de um feixe de radiação, maior é a amplitude do vetor campo elétrico da onda eletromagnética. Como a força exercida sobre um elétron é e E, esperamos que a energia cinética de fotoelétrons aumentasse quando a intensidade do feixe fosse aumentada. 14 Os resultados experimentais ddp aplicada 15 Dificuldades para explicar com Física Clássica De acordo com a teoria ondulatória, o efeito fotoelétrico deveria ocorrer para qualquer frequência da luz incidente, desde que a luz fosse suficientemente intensa para fornecer a energia necessária para arrancar elétrons do metal. Mas não é isso que acontece: para cada superfície existe uma frequência de corte característica 0. Para luz de frequências menores do que 0 , o efeito fotoelétrico não ocorre, independentemente da intensidade da luz incidente. 16 Os resultados experimentais Potencial freiador para várias frequências da luz incidente sobre uma placa de sódio. Os pontos experimentais foram obtidos por Millikan. A frequência de corte é 5,6 1014 Hz. 17 Por que a corrente de saturação é igual ? Se variarmos a frequência e mantivermos a intensidade constante: 18 A dependência com intensidade e frequência 19 Dificuldades para explicar com Física Clássica Se a energia adquirida por um fotoelétron é absorvida da onda que incide sobre a placa metálica, a seção de choque do elétron é diminuta, e provavelmente não seja maior do que um círculo de raio da ordem do que o do átomo. Na teoria clássica a energia está distribuída uniformemente na frente de onda. Se a luz for pouco intensa, deveria haver um intervalo de tempo mensurável entre a chegada da frente de onda e o instante em que os elétrons acumularam energia suficiente para serem ejetados. Entretanto, nenhum intervalo de tempo desse tipo foi medido! Esta discordância é particularmente grave no caso de a substância ser um gás: não há possibilidade de ocorrerem efeitos coletivos e a energia deve certamente ter sido absorvida por um único átomo ou molécula. 20 Como resolver todas as dificuldades de uma só vez? A hipótese de Einstein (Premio Nobel 1921) Einstein assumiu que a energia vinha em pacotes localizados em um pequeno volume no espaço, e que permanecia localizada conforme se movia desde a fonte com velocidade c. Ele supôs ainda que a energia do pacote estava relacionada com a frequência da luz através da equação E h Einstein assumiu ainda que no efeito fotoelétrico o pacote de energia era completamente absorvido pelo elétron ejetado do fotocátodo. A absorção completa de um fóton apenas é possível por um elétron ligado. 21 No processo de arrancar elétrons... A energia cinética do elétron ejetado seria dada por Ecin h w Assim, os elétrons que são ejetados do metal com a energia cinética máxima são aqueles mais fracamente ligados: Ecin máx h w0 22 Frequência de corte Como a energia cinética é maior ou igual a zero, existe uma energia mínima do fóton e portanto uma frequência mínima tal que elétrons possam ser efetivamente ejetados: Ecin máx 0 h 0 w0 23 Resolvemos todas as dificuldades?? A energia cinética dos elétrons não depende da intensidade da luz incidente Há uma frequência mínima de corte para ocorrer o efeito fotoelétrico Não há nenhum atraso na ejeção dos elétrons 24 As propriedades do efeito fotoelétrico A corrente fotoelétrica é diretamente proporcional à intensidade da luz incidente sobre a superfície emissora. Experimentos de Elster e Geitel (1916) confirmam a proporcionalidade sobre 7 ordens de grandeza de intensidade. Para uma única frequência incidente, o número de fotoelétrons emitido é proporcional ao número de fótons incidentes na superfície. Não há atraso de tempo após a incidência da luz: medidas feitas em 1927 por Lawrence e Beams deram um limite para o atraso; é menor do que 310-9 s. A energia cinética máxima dos elétrons ejetados por um feixe monocromático aumenta com a frequência da luz incidente. Confirmação experimental: Millikan 1916. 25 As propriedades do efeito fotoelétrico A maior parte dos elétrons ejetados tem energia cinética menor do que a máxima. Confirmação experimental por Richardson e Compton em 1912. A variação da temperatura tem pouca ou praticamente nenhuma influência sobre a corrente fotoelétrica, desde que a temperatura não exceda algumas centenas de graus Celsius e desde que não ocorra mudança na estrutura do sólido. Se a luz incidente for polarizada, ocorrem diferenças de acordo com o plano de polarização da radiação incidente. Para sólidos alcalinos, há um efeito seletivo: o efeito fotoelétrico é maior quando o vetor campo elétrico da luz tem componente perpendicular à superfície em comparação à componente paralela. Em alguns casos de ligas sódio-potássio, a razão entre as correntes pode variar de 10:1 a 20:1. 26 O espectro eletromagnético 27 Os fótons existem em todo o espectro eletromagnético, não apenas na faixa do visível.