A Genética (221554)

Propaganda
Reflexão pessoal- A Genética
Na abordagem do tema “A Genética”, inicialmente começo
por rever alguns dos conceitos básicos já abordados na disciplina,
tais como:
 Hereditariedade: conjunto de processos biológicos que
presidem à transmissão das características dos pais à sua
descendência.
 Genética: estudo da variabilidade dos caracteres individuais
e a sua transmissão a geração seguinte.
A transmissão genética de geração para geração é da
responsabilidade de vários agentes, tais como:
 Células germinais: O óvulo e o espermatozoide são células
germinais/reprodutoras originárias, respetivamente, da mãe
e do pai. São o veículo das características recebidas dos
nossos ascendentes.
 Ovo: Primeira célula do indivíduo, resultante da fecundação
do óvulo, efetuada por um espermatozoide.
 Cromossomas: Elementos integrantes do núcleo de cada
célula, transportadores de genes, que são as unidades básicas
da hereditariedade.
 Genes: Estão alojados nos cromossomas e são as unidades
básicas da hereditariedade. Têm a função de
armazenamento do património genético, bem como a sua
transmissão. Contêm a informação responsável pela
constituição orgânica do ser vivo.
 ADN (ácido desoxirribonucleico): molécula complexa
formada por subestruturas de fosfatos, bases e açúcares, cuja
sequência determina toda a informação genética transmitida
pelos cromossomas.
 Genoma humano: código genético de cada um de nós, isto
é, a informação que os genes disponibilizam para a
construção e funcionamento do nosso organismo. Esta
informação consiste no ADN.
Feita esta abordagem inicial à matéria podemos concluir que o
ADN é algo totalmente particular, visto que cada ser vivo contem
uma composição de ADN diferente. Cada um de nós é um ser
único, enquanto resultante de um programa próprio estabelecido
pela sua informação genética, assemelhando-se, simultaneamente,
aos outros seres humanos, pelos caracteres próprios da espécie.
Assim, há dois tipos de características que se transmitem
geneticamente de pais para filhos: umas, comuns a toda a espécie,
manifestam-se em todos os indivíduos; outras, mais originais, são
próprias de cada um deles. Daí se poder falar em hereditariedade
específica e individual. Desta forma definimos hereditariedade
específica como a transmissão à geração seguinte das
características comuns aos indivíduos de uma espécie e que os
diferencia de todas as outras espécies; e hereditariedade individual
como o conjunto único de características herdadas por um
individuo e que o distingue de todos os que integram a sua
espécie. Esta coexistência nos seres vivos de uma hereditariedade
especifica e de uma individual garante que a espécie se perpetue
com as suas características próprias, e, ao mesmo tempo, que se
diversifique numa pluralidade de indivíduos.
A transmissão de caracteres de pais a filhos exige que se
estabeleça uma distinção entre genes dominantes e genes
recessivos, como é o caso da cor dos olhos, tom pele, altura, etc…
Gene dominante- aquele que produz efeito mesmo que esteja
presente em apenas um dos cromossomas do par.
Gene recessivo- aquele que só produz efeito quando está presente
nos dois cromossomas do par.
A par da transmissão da herança genética temos dois conceitos
chave:
 Genótipo- conjunto de genes que constituem o património
hereditário de cada indivíduo.
 Fenótipoconjunto de características fisiológicas,
psicológicas e comportamentais que se manifestam como
resultado do genótipo em interação como o meio ambiente.
Chegamos assim à conclusão que os fatores genéticos têm
um importante papel na nossa vida, mas serão eles
responsáveis por todas as características e capacidades
desenvolvidas ao longo da vida? Para a resposta a esta questão
há duas teses:
 O preformismo é uma teoria que sustenta a ideia de que no
ovo já estão presentes todas as características futuras do
individuo, independentemente do meio em que decorra o
seu desenvolvimento. Assume uma posição determinista do
desenvolvimento, não admitindo que haja lugar para o
aparecimento de características resultantes da ação do meio.
Trata-se e uma teoria que admite, pois, que o ser humano se
constitui em obediência a um programa geneticamente
preestabelecido, não passando o seu desenvolvimento de
uma atualização de estruturas hereditárias existentes no
genótipo.
 A epigénese assume uma posição construtiva do
desenvolvimento, considerando-o como resultante da
combinação integrada de fatores genéticos e ambientais.
Trata-se de uma tese que sustenta que os genes não são
exclusivos na determinação das características do ser
humano. A atuação do código genético processa-se sempre
num ambiente em que os genes se expõem à ação
condicionadora de fatores interferentes de ordem externa.
Desta forma a tese mais amplamente aceite é a epigénese,
sustentando ideias que se opõem frontalmente ao preformismo.
Os fatores ambientais interferem, pois, expressão dos caracteres
que nos são hereditariamente transmitidos. Os resultados dessas
interferências podem fazer-se sentir diretamente nos indivíduos
que se lhes expõem ou, em certos caos, podem fazer-se sentir
apenas no futuro, afetando a sua descendência. No primeiro caso,
fala-se de variação. No segundo, de mutação.
Muito daquilo que nos constitui resulta da interação de fatores
hereditários com fatores ambientais, nos quais se incluem as
aprendizagens que fazemos em contacto com o meio. A influência
que os fatores ambientais exercem na expressão das
potencialidades geneticamente programadas fazem-se sentir
mesmo antes do nascimento do individuo, continuando a exercerse ao longo da sua vida.
Meio pré-natal- ainda na vida intrauterina, muitos fatores
ambientais se fazem sentir sobre o embrião. Em muitos casos, o
tabaco provoca partos prematuros e hipertrofia do feto. Outros
fatores, como a toxicodependência, as más condições de higiene,
a precária saúde da mãe, a deficiente alimentação ou perturbações
emocionais, também ameaçam o ser em formação.
Meio pós-natal- existe um potencial genético para a estatura, para
o peso, para a inteligência e, de uma maneira geral, para todas as
características fisiológicas e psicológicas. Porem, estes fatores só
adquirem expressão de um individuo com a intervenção de
elementos epigenéticos. Exp: “Em meios economicamente pobres
e intelectualmente pouco estimulantes, as pessoas têm, em média,
um QI mais baixo.”
O homem é uma estrutura complexa. A cerebralização foise processando e a complexidade instalando, traduzindo-se em
modos de organização fisiológica e psicológica. Os seres humanos
não seguem todos a mesma direção como se estivessem
programados a percorrer um caminho único na vida. Sabendo da
individualização dos seres vivos, devemos ter em conta os
seguintes conceitos:
 Filogénese- conjunto de processos de evolução dos seres vivos
desde os mais elementares aos mais complexos; é o conjunto
dos processos biológicos de transformação que explicam o
aparecimento das espécies e a sua diferenciação. A filogénese é
a história evolutiva de uma espécie, de um grupo específico de
organismos.
 Ontogénese- designa o desenvolvimento do individuo desde a
fecundação até à velhice (desenvolvimento individual).
 Seleção natural- eliminação de seres vivos que carecem de
qualidade para se adaptar. Transmitidas às gerações futuras, as
capacidades adaptativas dos residentes permitem a
continuidade da espécie.
 Programa fechado- sequência organizada de comportamentos
rígidos, predefinidos no património genético da espécie e
apenas atualizados por mecanismos inaptos.
 Programa aberto- sequência de comportamentos a definir pelo
homem na interação do património genético com o meio
ambiente e com aquilo que aprendeu.
 Neotenia- atraso no desenvolvimento que determina que as
características juvenis se mantenham na idade adulta.
Escolhi como assunto a explorar na minha reflexão sobre a
genética, a clonagem reprodutiva humana, começo assim por
definir o termo clonagem como sendo um processo de
reprodução assexuada de clones ou de cópias geneticamente
idênticas ao ser vivo que se pretende reproduzir.
Passo a explicar cada um dos tipos de clonagem:
 A clonagem reprodutiva tem sido usada na multiplicação de
animais. Além da Dolly, muitos mamíferos têm sido clonados,
como ratos, vacas e uma gata de estimação a que foi dado o
nome de Cc. Esta técnica reprodutiva consegue-se pela
transferência da informação genética do núcleo de uma célula
somática pertencente ao ser vivo a clonar para uma célula
recipiente a que se extraiu o núcleo. O objetivo desta clonagem
é a multiplicação de seres vivos.
 A clonagem embrionária diz respeito a um processo
semelhante ao da geração de gémeos monozigóticos. Por
razões ainda não devidamente esclarecidas, o óvulo fecundado
clona-se a si próprio, constituindo-se então dois ovos
separados, que estão na origem de dois embriões
independentes. Trata-se, pois, de um meio de reprodução que
permite multiplicar o embrião de um ser vivo para se
produzirem gémeos, trigémeos, quadrigémeos, etc. Há anos
que se usa esta forma de clonagem no reino animal, tendo sido
muito pouco experimentada com seres humanos.
 Clonagem terapêutica caracteriza-se por dispensar a estadia do
embrião num útero com a finalidade de se tornar num novo
ser. O que se pretende é a produção de células-tronco
embrionárias com as quais se constroem tecidos e órgãos para
transplantes.
 Diferentemente das células-tronco adultas, as células-tronco
embrionárias têm a capacidade de evoluir para diversos tipos
de células somáticas, prestando-se tanto ao restauro de um
órgão ou tecido, como à substituição de células perdidas por
doença ou com disfunções associadas a deficiências genéticas.
Assim, as células-tronco embrionárias podem desempenhar
papel significativo no tratamento de pessoas em casos de
diabetes, deficiências sanguíneas e doenças neurológicas como
a de Parkinson, a de Alzheimer e a síndroma de Rett.
 A clonagem é uma das novidades científicas mais
revolucionárias e controversas do nosso tempo. Praticada já há
muitos anos no reino vegetal, começa a ser ensaiada em
animais inferiores, para, mais recentemente, se aplicar a seres
complexos como, os mamíferos. A grande ambição de muitos
cientistas seria a sua concretização em relação ao próprio ser
humano.

Foi nesta ordem de ideias que uma equipa de cientistas
liderada pelo pesquisador italiano Severino Antinori e por
Panayiotis Zavos, ex-professor da universidade de Kentucky,
anunciou a pretensão de fazer a clonagem de um ser humano,
o que até à data não foi concretizada por motivos que vão
desde as inerentes dificuldades tecnológicas até profundas
questões de cariz ético-legal.
A clonagem é uma técnica científica revolucionária que começa
a ser utilizada nos vegetais e depois nos animais inferiores.
Atualmente discute-se a questão da clonagem reprodutiva
humana ser ou não um método a utilizar. Passo agora a explicar
os benefícios desta técnica caso seja concretizada:
 Reconciliação de muitos casais com a vida, ao ser-lhes
devolvida a esperança de virem a ter filhos, depois de terem
passado pelo sofrimento psíquico e emocional do complexo
da infertilidade.
 Redução das hipóteses de aparecimento de certas doenças
genéticas, uma vez que se acredita ser possível contornar
sofrimento físico e o mal-estar de pessoas com disfunções ou
deficiências nos genes, causadoras de diabetes, leucemia,
alguns tipos de cancro, fibrose cística, etc.
 Diminuição das vítimas de ataques cardíacos, substituindolhes as células danificadas do coração por células clonadas
das partes saudáveis.
 Extinção de problemas de cirurgia plástica e estéticos
associados ao implante de materiais incompatíveis, sendo
possível, pela clonagem, obter tecidos especializados para
reconstituir segmentos corporais danificados em acidentes,
bem como restaurar e transplantar rins, fígado e outros
órgãos, sem grandes danos para a saúde.
 Nestes casos de reconstrução de partes do corpo, uma vez
que os tecidos para substituição podem ser produzidos com
células-tronco do próprio paciente, ficam ultrapassados os
riscos de rejeição do transplante.
 Possibilidade de tornar saudáveis muitos tetraplégicos, se
conseguir fazer crescer os nervos ou parte da espinal-medula
acidentada.
 Rejuvenescimento do organismo, invertendo a curva que
faz pender para a velhice.
No entanto, a clonagem reprodutiva humana também tem as suas
desvantagens:
 O processo de clonagem é ainda incipiente, o que faz com
que a sua prática seja vista por muitos como um atentado à
vida.
Com efeito, para que a Dolly fosse clonada, foram
necessárias 276 tentativas, assim como a recente clonagem
da gata Cc só ocorreu depois de 86 experiências sem
resultado. A estatística mostra que mais de 95% das
tentativas de clonagem são infrutíferas, seja porque os
embriões não se adequam à implantação no útero, seja
porque os fetos sucumbem durante a gestação. Outro facto
é que muitos clones nascem defeituosos, falecendo pouco
depois do nascimento. Assim, é colocada a questão: Até que
a clonagem se torne eficiente, será legítimo dispor da vida
de tão elevado número de embriões e de recém-nascidos
para a realização de tantas experiências?
 As experiências realizadas mostram que os seres clonados
não são suficientemente saudáveis nem têm uma longa
esperança de vida. É frequente surgirem anomalias, como
problemas cardíacos, lesões hepáticas, tumores, diminutas
taxas de imunidade, etc., que fazem com que estes novos
seres não resistam muito tempo depois do nascimento. Um
exemplo bem-sucedido ao inicio, a ovelha Dolly, mas que
com o decorrer do tempo os cientistas lhe detetaram nas
células sintomas de degenerescência. A partir dos cinco anos,
manifestaram-se males próprios da velhice, designadamente,
artrite no quadril esquerdo. A Dolly morreu aos seis anos e
meio, quando a maioria das ovelhas consegue durar até aos
onze/doze anos de vida. Se o processo de clonagem acelera
o desenvolvimento, precipitando a velhice e a morte dos
seres vivos, será legítimo condenar os clones humanos a este
sofrimento, ainda que em prol do aperfeiçoamento da
engenharia genética?
 A formatação genética conseguida pela clonagem conduz à
uniformização ou massificação das características dos seres
clonados,
comprometendo
drasticamente
a
sua
individualidade e não lhes permitindo grande margem de
variabilidade. A construção que cada um faz de si próprio
assenta numa base de caracteres biologicamente
hereditários, fruto de combinações "ocasionais" e
"imprevisíveis" de genes dos progenitores. A riqueza interior
de cada ser humano advém da sua singularidade, isto é,
daquilo que o diferencia de todos os demais. Ora, esta
individuação não é promovida pela clonagem. Ela aposta
no fabrico em série de seres iguais, uns copiando
geneticamente os outros.

A clonagem pode causar nas pessoas problemas emocionais
e psicológicos relacionados com a crise de identidade. Para
além da uniformização de caracteres, um outro problema se
coloca, sentido especialmente pelos clones de pessoas
falecidas: as novas crianças correm o risco de não verem
reconhecida a sua individualidade, sendo socialmente tidas
como mera continuação de vidas passadas. Os problemas
psíquico-emocionais são suscetíveis de agravamento, em
virtude da discriminação preconceituosa por parte das
pessoas que tendem a ver a manipulação genética como algo
de aberrante e de ilegítimo, especialmente quando aplicada
aos seres humanos.
 Poderá, eventualmente, ocorrer o aparecimento de um
mercado ilegal de doadores de células, que rapidamente
entrariam em esquemas especulativos, considerando-se
ideais a todos os níveis: robustos e saudáveis sob o ponto de
vista físico, excelentes sob o ponto de vista intelectual,
génios sob o ponto de vista artístico, particularmente
talentosos sob o ponto de vista desportivo.
Expostas as vantagens e desvantagens da clonagem humana,
posso expor a minha opinião em relação a esta questão. Na minha
opinião a clonagem reprodutiva de seres humanos não deverá ser
um método a utilizar. Concordo com o facto de esta ter grandes
vantagens, como é o caso da redução de certas doenças genéticas,
no entanto acho que as desvantagens acabam por ter mais valor
que as próprias vantagens. O Homem é um ser que procura
incansavelmente a perfeição, cada um de nós fá-lo em
determinado aspeto. Desta forma poderíamos correr o risco do
apuramento de certas raças, a planificação racional das gerações e
a seleção dos bebes consoante os caracteres preconcebidos e assim
o Homem iria ser comparado a um objeto, a algo manipulável, o
que não acontece por natureza.
Termino assim afirmando que o Homem deve aceitar as leis da
natureza e tentar viver da melhor forma come estas, procurando
sempre uma solução aos problemas mas nunca desvalorizando-se
a Ele próprio.
Bibliografia
http://www.vatican.va/roman_curia/pontifical_academies/acdlife/documents/rc_pa_
acdlife_doc_30091997_clon_po.html#PROBLEMAS ÉTICOS LIGADOS COM A
CLONAGEM HUMANA
Manual do aluno, Volume 1, Psicologia B 12º Abrunhosa Maria Antónia,
Leitão Miguel
Gonçalo Paulos nº4 12ºB
Download