A Genética.

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Reflexão pessoal- A Genética
Na abordagem do tema “A Genética”, inicialmente começo
por rever alguns dos conceitos básicos já abordados na
disciplina de Biologia, tais como:
 Hereditariedade: conjunto de processos biológicos que
presidem à transmissão das características dos pais à sua
descendência.
 Genética: estudo da variabilidade dos caracteres
individuais e a sua transmissão a geração seguinte.
A transmissão genética de geração para geração é da
responsabilidade de vários agentes, tais como:
 Células germinais: O óvulo e o espermatozoide são células
germinais/reprodutoras originárias, respetivamente, da
mãe e do pai. São o veículo das características recebidas
dos nossos ascendentes.
 Ovo: Primeira célula do indivíduo, resultante da
fecundação do óvulo, efetuada por um espermatozoide.
 Cromossomas: Elementos integrantes do núcleo de cada
célula, transportadores de genes, que são as unidades
básicas da hereditariedade.
 Genes: Estão alojados nos cromossomas e são as unidades
básicas da hereditariedade. Têm a função de
armazenamento do património genético, bem como a sua
transmissão. Contêm a informação responsável pela
constituição orgânica do ser vivo.
 ADN (ácido desoxirribonucleico): molécula complexa
formada por subestruturas de fosfatos, bases e açúcares,
cuja sequência determina toda a informação genética
transmitida pelos cromossomas.
 Genoma humano: código genético de cada um de nós, isto
é, a informação que os genes disponibilizam para a
construção e funcionamento do nosso organismo. Esta
informação consiste no ADN.
Feita esta abordagem inicial à matéria podemos concluir que
o ADN é algo totalmente particular, visto que cada ser vivo
contem uma composição de ADN diferente. Cada um de nós é
um ser único, enquanto resultante de um programa próprio
estabelecido pela sua informação genética, assemelhando-se,
simultaneamente, aos outros seres humanos, pelos caracteres
próprios da espécie. Assim, há dois tipos de características que
se transmitem geneticamente de pais para filhos: umas, comuns
a toda a espécie, manifestam-se em todos os indivíduos; outras,
mais originais, são próprias de cada um deles. Daí se poder falar
em hereditariedade específica e individual. Desta forma
definimos hereditariedade específica como a transmissão à
geração seguinte das características comuns aos indivíduos de
uma espécie e que os diferencia de todas as outras espécies; e
hereditariedade individual como o conjunto único de
características herdadas por um individuo e que o distingue de
todos os que integram a sua espécie. Esta coexistência nos seres
vivos de uma hereditariedade especifica e de uma individual
garante que a espécie se perpetue com as suas características
próprias, e, ao mesmo tempo, que se diversifique numa
pluralidade de indivíduos.
A transmissão de caracteres de pais a filhos exige que se
estabeleça uma distinção entre genes dominantes e genes
recessivos, como é o caso da cor dos olhos, tom pele, altura,
etc…
Gene dominante- aquele que produz efeito mesmo que esteja
presente em apenas um dos cromossomas do par.
Gene recessivo- aquele que só produz efeito quando está
presente nos dois cromossomas do par.
A par da transmissão da herança genética temos dois
conceitos chave:
 Genótipo- conjunto de genes que constituem o património
hereditário de cada indivíduo.
 Fenótipo- conjunto de características fisiológicas,
psicológicas e comportamentais que se manifestam como
resultado do genótipo em interação como o meio
ambiente.
Chegamos assim à conclusão que os fatores genéticos têm
um importante papel na nossa vida, mas serão eles
responsáveis por todas as características e capacidades
desenvolvidas ao longo da vida? Para a resposta a esta
questão há duas teses:
 O preformismo é uma teoria que sustenta a ideia de que no
ovo já estão presentes todas as características futuras do
individuo, independentemente do meio em que decorra o
seu desenvolvimento. Assume uma posição determinista
do desenvolvimento, não admitindo que haja lugar para o
aparecimento de características resultantes da ação do
meio. Trata-se e uma teoria que admite, pois, que o ser
humano se constitui em obediência a um programa
geneticamente preestabelecido, não passando o seu
desenvolvimento de uma atualização de estruturas
hereditárias existentes no genótipo.
 A epigénese assume uma posição construtiva do
desenvolvimento, considerando-o como resultante da
combinação integrada de fatores genéticos e ambientais.
Trata-se de uma tese que sustenta que os genes não são
exclusivos na determinação das características do ser
humano. A atuação do código genético processa-se sempre
num ambiente em que os genes se expõem à ação
condicionadora de fatores interferentes de ordem externa.
Desta forma a tese mais amplamente aceite é a epigénese,
sustentando ideias que se opõem frontalmente ao preformismo.
Os fatores ambientais interferem, pois, expressão dos
caracteres que nos são hereditariamente transmitidos. Os
resultados dessas interferências podem fazer-se sentir
diretamente nos indivíduos que se lhes expõem ou, em certos
caos, podem fazer-se sentir apenas no futuro, afetando a sua
descendência. No primeiro caso, fala-se de variação. No
segundo, de mutação.
Muito daquilo que nos constitui resulta da interação de
fatores hereditários com fatores ambientais, nos quais se
incluem as aprendizagens que fazemos em contacto com o meio.
A influência que os fatores ambientais exercem na expressão
das potencialidades geneticamente programadas fazem-se
sentir mesmo antes do nascimento do individuo, continuando a
exercer-se ao longo da sua vida.
Meio pré-natal- ainda na vida intrauterina, muitos fatores
ambientais se fazem sentir sobre o embrião. Em muitos casos, o
tabaco provoca partos prematuros e hipertrofia do feto. Outros
fatores, como a toxicodependência, as más condições de
higiene, a precária saúde da mãe, a deficiente alimentação ou
perturbações emocionais, também ameaçam o ser em formação.
Meio pós-natal- existe um potencial genético para a estatura,
para o peso, para a inteligência e, de uma maneira geral, para
todas as características fisiológicas e psicológicas. Porem, estes
fatores só adquirem expressão de um individuo com a
intervenção de elementos epigenéticos. Exp: “Em meios
economicamente pobres e intelectualmente pouco estimulantes,
as pessoas têm, em média, um QI mais baixo.”
O homem é uma estrutura complexa. A cerebralização foise processando e a complexidade instalando, traduzindo-se em
modos de organização fisiológica e psicológica. Os seres
humanos não seguem todos a mesma direção como se
estivessem programados a percorrer um caminho único na vida.
Sabendo da individualização dos seres vivos, devemos ter em
conta os seguintes conceitos:
 Filogénese- conjunto de processos de evolução dos seres
vivos desde os mais elementares aos mais complexos; é o
conjunto dos processos biológicos de transformação que
explicam o aparecimento das espécies e a sua diferenciação.
A filogénese é a história evolutiva de uma espécie, de um
grupo específico de organismos.
 Ontogénese- designa o desenvolvimento do individuo desde a
fecundação até à velhice (desenvolvimento individual).
 Seleção natural- eliminação de seres vivos que carecem de
qualidade para se adaptar. Transmitidas às gerações futuras,
as capacidades adaptativas dos residentes permitem a
continuidade da espécie.
 Programa
fechadosequência
organizada
de
comportamentos rígidos, predefinidos no património
genético da espécie e apenas atualizados por mecanismos
inaptos.
 Programa aberto- sequência de comportamentos a definir
pelo homem na interação do património genético com o meio
ambiente e com aquilo que aprendeu.
 Neotenia- atraso no desenvolvimento que determina que as
características juvenis se mantenham na idade adulta.
Escolhi como assunto a explorar na minha reflexão sobre a
genética, a clonagem reprodutiva humana, começo assim por
definir o termo clonagem como sendo um processo de
reprodução assexuada de clones ou de cópias geneticamente
idênticas ao ser vivo que se pretende reproduzir.
Passo a explicar cada um dos tipos de clonagem:
 A clonagem reprodutiva tem sido usada na multiplicação de
animais. Além da Dolly, muitos mamíferos têm sido
clonados, como ratos, vacas e uma gata de estimação a que
foi dado o nome de Cc. Esta técnica reprodutiva consegue-se
pela transferência da informação genética do núcleo de uma
célula somática pertencente ao ser vivo a clonar para uma
célula recipiente a que se extraiu o núcleo. O objetivo desta
clonagem é a multiplicação de seres vivos.
 A clonagem embrionária diz respeito a um processo
semelhante ao da geração de gémeos monozigóticos. Por
razões ainda não devidamente esclarecidas, o óvulo
fecundado clona-se a si próprio, constituindo-se então dois
ovos separados, que estão na origem de dois embriões
independentes. Trata-se, pois, de um meio de reprodução
que permite multiplicar o embrião de um ser vivo para se
produzirem gémeos, trigémeos, quadrigémeos, etc. Há anos
que se usa esta forma de clonagem no reino animal, tendo
sido muito pouco experimentada com seres humanos.
 Clonagem terapêutica caracteriza-se por dispensar a estadia
do embrião num útero com a finalidade de se tornar num
novo ser. O que se pretende é a produção de células-tronco
embrionárias com as quais se constroem tecidos e órgãos
para transplantes.
 Diferentemente das células-tronco adultas, as células-tronco
embrionárias têm a capacidade de evoluir para diversos tipos
de células somáticas, prestando-se tanto ao restauro de um
órgão ou tecido, como à substituição de células perdidas por
doença ou com disfunções associadas a deficiências
genéticas. Assim, as células-tronco embrionárias podem
desempenhar papel significativo no tratamento de pessoas
em casos de diabetes, deficiências sanguíneas e doenças
neurológicas como a de Parkinson, a de Alzheimer e a
síndroma de Rett.
 A clonagem é uma das novidades científicas mais
revolucionárias e controversas do nosso tempo. Praticada já
há muitos anos no reino vegetal, começa a ser ensaiada em
animais inferiores, para, mais recentemente, se aplicar a
seres complexos como, os mamíferos. A grande ambição de
muitos cientistas seria a sua concretização em relação ao
próprio ser humano.

Foi nesta ordem de ideias que uma equipa de cientistas
liderada pelo pesquisador italiano Severino Antinori e por
Panayiotis Zavos, ex-professor da universidade de Kentucky,
anunciou a pretensão de fazer a clonagem de um ser
humano, o que até à data não foi concretizada por motivos
que vão desde as inerentes dificuldades tecnológicas até
profundas questões de cariz ético-legal.
A clonagem é uma técnica científica revolucionária que
começa a ser utilizada nos vegetais e depois nos animais
inferiores. Atualmente discute-se a questão da clonagem
reprodutiva humana ser ou não um método a utilizar. Passo
agora a explicar os benefícios desta técnica caso seja
concretizada:
 Reconciliação de muitos casais com a vida, ao ser-lhes
devolvida a esperança de virem a ter filhos, depois de
terem passado pelo sofrimento psíquico e emocional do
complexo da infertilidade.
 Redução das hipóteses de aparecimento de certas doenças
genéticas, uma vez que se acredita ser possível contornar
sofrimento físico e o mal-estar de pessoas com disfunções
ou deficiências nos genes, causadoras de diabetes,
leucemia, alguns tipos de cancro, fibrose cística, etc.
 Diminuição das vítimas de ataques cardíacos,
substituindo-lhes as células danificadas do coração por
células clonadas das partes saudáveis.
 Extinção de problemas de cirurgia plástica e estéticos
associados ao implante de materiais incompatíveis, sendo
possível, pela clonagem, obter tecidos especializados para
reconstituir segmentos corporais danificados em
acidentes, bem como restaurar e transplantar rins, fígado
e outros órgãos, sem grandes danos para a saúde.
 Nestes casos de reconstrução de partes do corpo, uma vez
que os tecidos para substituição podem ser produzidos
com células-tronco do próprio paciente, ficam
ultrapassados os riscos de rejeição do transplante.
 Possibilidade de tornar saudáveis muitos tetraplégicos, se
conseguir fazer crescer os nervos ou parte da espinalmedula acidentada.
 Rejuvenescimento do organismo, invertendo a curva que
faz pender para a velhice.
No entanto, a clonagem reprodutiva humana também tem as
suas desvantagens:
 O processo de clonagem é ainda incipiente, o que faz com
que a sua prática seja vista por muitos como um atentado
à vida.
Com efeito, para que a Dolly fosse clonada, foram
necessárias 276 tentativas, assim como a recente clonagem
da gata Cc só ocorreu depois de 86 experiências sem
resultado. A estatística mostra que mais de 95% das
tentativas de clonagem são infrutíferas, seja porque os
embriões não se adequam à implantação no útero, seja
porque os fetos sucumbem durante a gestação. Outro facto
é que muitos clones nascem defeituosos, falecendo pouco
depois do nascimento. Assim, é colocada a questão: Até
que a clonagem se torne eficiente, será legítimo dispor da
vida de tão elevado número de embriões e de recémnascidos para a realização de tantas experiências?
 As experiências realizadas mostram que os seres clonados
não são suficientemente saudáveis nem têm uma longa
esperança de vida. É frequente surgirem anomalias, como
problemas cardíacos, lesões hepáticas, tumores, diminutas
taxas de imunidade, etc., que fazem com que estes novos
seres não resistam muito tempo depois do nascimento.
Um exemplo bem-sucedido ao inicio, a ovelha Dolly, mas
que com o decorrer do tempo os cientistas lhe detetaram
nas células sintomas de degenerescência. A partir dos
cinco anos, manifestaram-se males próprios da velhice,
designadamente, artrite no quadril esquerdo. A Dolly
morreu aos seis anos e meio, quando a maioria das ovelhas
consegue durar até aos onze/doze anos de vida. Se o
processo de clonagem acelera o desenvolvimento,
precipitando a velhice e a morte dos seres vivos, será
legítimo condenar os clones humanos a este sofrimento,
ainda que em prol do aperfeiçoamento da engenharia
genética?
 A formatação genética conseguida pela clonagem conduz à
uniformização ou massificação das características dos
seres clonados, comprometendo drasticamente a sua
individualidade e não lhes permitindo grande margem de
variabilidade. A construção que cada um faz de si próprio
assenta numa base de caracteres biologicamente
hereditários, fruto de combinações "ocasionais" e
"imprevisíveis" de genes dos progenitores. A riqueza
interior de cada ser humano advém da sua singularidade,
isto é, daquilo que o diferencia de todos os demais. Ora,
esta individuação não é promovida pela clonagem. Ela
aposta no fabrico em série de seres iguais, uns copiando
geneticamente os outros.
 A clonagem pode causar nas pessoas problemas
emocionais e psicológicos relacionados com a crise de
identidade. Para além da uniformização de caracteres, um
outro problema se coloca, sentido especialmente pelos
clones de pessoas falecidas: as novas crianças correm o
risco de não verem reconhecida a sua individualidade,
sendo socialmente tidas como mera continuação de vidas
passadas. Os problemas psíquico-emocionais são
suscetíveis de agravamento, em virtude da discriminação
preconceituosa por parte das pessoas que tendem a ver a
manipulação genética como algo de aberrante e de
ilegítimo, especialmente quando aplicada aos seres
humanos.
 Poderá, eventualmente, ocorrer o aparecimento de um
mercado ilegal de doadores de células, que rapidamente
entrariam em esquemas especulativos, considerando-se
ideais a todos os níveis: robustos e saudáveis sob o ponto
de vista físico, excelentes sob o ponto de vista intelectual,
génios sob o ponto de vista artístico, particularmente
talentosos sob o ponto de vista desportivo.
Expostas as vantagens e desvantagens da clonagem humana,
posso expor a minha opinião em relação a esta questão. Na
minha opinião a clonagem reprodutiva de seres humanos não
deverá ser um método a utilizar. Concordo com o facto de esta
ter grandes vantagens, como é o caso da redução de certas
doenças genéticas, no entanto acho que as desvantagens
acabam por ter mais valor que as próprias vantagens. O Homem
é um ser que procura incansavelmente a perfeição, cada um de
nós fá-lo em determinado aspeto. Desta forma poderíamos
correr o risco do apuramento de certas raças, a planificação
racional das gerações e a seleção dos bebes consoante os
caracteres preconcebidos e assim o Homem iria ser comparado
a um objeto, a algo manipulável, o que não acontece por
natureza. Termino assim afirmando que o Homem deve aceitar
as leis da natureza e tentar viver da melhor forma come estas,
procurando sempre uma solução aos problemas mas nunca
desvalorizando-se a Ele próprio.
Bibliografia
http://www.vatican.va/roman_curia/pontifical_academies/acdlife/documents/rc_pa_
acdlife_doc_30091997_clon_po.html#PROBLEMAS ÉTICOS LIGADOS COM A
CLONAGEM HUMANA
Manual do aluno, Volume 1, Psicologia B 12º Abrunhosa Maria Antónia,
Leitão Miguel
Carolina Barbosa nº4 12ºA
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