Acromegalia secundária a macroadenoma de hipófise − Relato de caso ARAUJO, Camila S.; SILVEIRA, Maysa T.¹; OLMOS, Zuan P.C.; BAUMANN-PINTO, Gustavo A.; MAMONE, Maria C.O.C. ¹E-mail: [email protected] HOSPITAL HELIÓPOLIS ─ SERVIÇO DE CLÍNICA MÉDICA, SÃO PAULO (SP). Introdução: Acromegalia é uma desordem crônica e rara. Em mais de 95% dos casos é decorrente do adenoma hipofisário secretor de GH e tem grande importância pois, caso não tratada, acarreta uma mortalidade cerca de duas vezes superior à da população geral¹. Objetivos: Objetivo: Relatar caso de acromegalia secundária à macroadenoma hipofisário secretor de GH. Delineamento e Métodos: Relato de caso Descrição do Caso: Relato de Caso: I.M.S.S., feminina, 47 anos, negra. Antecedente patológico de esquistossomose há 12 anos e varizes de esôfago. Iniciou três anos antes da avaliação médica quadro de parestesia e alodinia em região palmar, acompanhados de aumento de extremidades. Também notou macroglossia durante a realização de endoscopia digestiva alta(EDA). Na investigação inicial observou-se glicemia 128mg/dL; HbA1c 7,3%, TSH 0,31µUI/L; T4livre 0,80ng/dL; prolactina 8,2ng/mL; ACTH 45pg/mL; GH 12,31ng/mL e Igf-1 626,5ng/mL(VR:94-252ng/mL); a ressonância nuclear magnética(RNM) de sela túrcica evidenciou lesão expansiva com componente selar e supra-selar, com 22x20x19mm, desviando haste para esquerda, envolvendo seio cavernoso direito e carótida interna na sua porção cavernosa, sem envolvimento do quiasma óptico, sugestivo de macroadenoma hipófisário. Seguiu-se propedêutica com colonoscopia, ecocardiograma, avaliação oftalmológica e ultrassonografia de tireóide, sem alterações significativas. EDA demonstrou variz de esôfago e pólipo gástrico de 0,8cm, negativo para neoplasia. Então optou-se pela terapêutica medicamentosa com octreotide de ação lenta 20mg/mês. Após três meses de tratamento, paciente referia melhora do quadro, atualmente assintomática. Exames de controle apresentaram GH 1,38ng/mL e Igf-1 267,0ng/mL. A D B C Figuras A e B: Alterações em face caracterizando a acromegalia. Figura C: Aumento das extremidades (mãos). E F Figuras D, E e F: Imagens de Ressonância Magnética Computadorizada de sela túrcica com exposição do macroadenoma de hipófise. Acromegalia secundária a macroadenoma de hipófise − Relato de caso Considerações Finais: Diagnóstico e terapêutica precoce são fundamentais para melhor prognóstico e qualidade de vida dos pacientes 1. Abordagem cirúrgica é o tratamento de escolha. Contudo, 60 a 70% dos portadores de macroadenoma possuem extensão para seio cavernoso e espaço supra-selar ao diagnóstico, a maioria está propensa a não ser curada com cirurgia 2. Recidiva da elevação dos níveis de GH após seguimento de 8 a 10 anos varia de 8 a 10%. Por tais razões, terapia primária medicamentosa vem sendo empregada como alternativa terapêutica em tumores com baixa probabilidade de ressecção cirúrgica completa, exceto na presença de compressão de nervo óptico, indicação absoluta para cirurgia. Dentre opções de terapia medicamentosa, análogos da somatostatina têm sido considerado opção de escolha por sua maior eficácia global1,3,4. Palavras-chave: Acromegalia, Macroadenoma hipófisário, Análogo da somatostatina, Octreotide. Referências: ¹ VILAR, Lucio. Endocrinologia clínica. Guanabara Koogan - Ed. 5º. 2013. ² EVRAN, Mehtap; SERT, Murat; TETIKER, Tamer. Clinical experiences and success rates of acromegaly treatment: the single center results of 62 patients. BMC Endocrine Disorders. V. 14. 2014. 3 FOUGNER, S.L. et al. Preoperative octreotide treatment of acromegaly: long-term results of a randomised controlled trial. European Journal of Endocrinology. 2014. 4 PITA-GUTIERREZ, Francisco et al. Place of Preoperative Treatment of Acromegaly with Somatostatin Analog on Surgical Outcome: A Systematic Review and Meta-Analysis. PLoS ONE. 2013.