1 Uma Contribuição para a Detecção de Faltas Fase-Terra de Alta Impedância Daniela O. Farina, B.Sc, UFU(*), José C. Oliveira Ph.D, UFU; José W. Resende, PhD, UFU (*): UFU: Universidade Federal de Uberlândia Resumo – Este trabalho trata da proteção de redes de distribuição de energia elétrica contra faltas de alta impedância (FAI). È proposto uma metodologia para a detecção de FAI através da detecção do gráu de desequilíbrio das redes elétricas e da implementação da técnica em religadores e chaves secionalizadoras. Palavras-chave – Faltas de alta impedância, proteção, sistemas de distribuição, detecção de FAI. I. INTRODUÇÃO A s faltas de alta impedância (FAI) são definidas na literatura como aquelas que geram níveis de corrente insuficientes para sensibilizar os equipamentos convencionais de proteção de sobrecorrente. Dentro do contexto das (FAI), encontram-se vários subtipos, em superfícies variadas. Por exemplo, o condutor pode romper e entrar em contato com superfícies como concreto, grama, areia e asfalto. Ele também pode ficar à deriva, pendurado, tendo como meio dielétrico o ar. No caso de redes de distribuição aéreas, as (FAI) ainda podem causar acidentes graves com pessoas e animais, ou ainda provocar incêndios (por causa do fenômeno de arco-voltaico, segundo o que consta em [1]), principalmente nas situações que envolvem rompimento e posterior queda de condutores energizados de circuitos com níveis de tensão altos em relação aos que um ser humano suportaria. Assim, o presente artigo tenta contribuir para o aumento da taxa de detecção confiável, deste tipo de falta, Metodologia Aplicada A. Teoria dos Desequilíbrios de Corrente Sabe-se que o desequilíbrio de corrente é caracterizado por qualquer diferença nas amplitudes ou nas defasagens entre as três correntes de um sistema trifásico, porque o ideal é que um sistema apresente as três correntes iguais em módulo e defasadas de 120° uma das outras (sistema equilibrado). Assim, segundo Forstecue, um sistema desequilibrado de correntes (ou de tensões) pode ser decomposto em três sistemas equilibrados, a saber: 1. Sistema de sequência positiva (fundamental): consiste em três fasores iguais em módulo, defasados de 120 o, e tendo a mesma sequência que os fasores originais; 2. Sistema de sequência negativa: consiste em três fasores iguais em módulo, defasados de 120o, e tendo a sequência da fase oposta a dos fasores originais; 3. Sistema de sequência zero: constituído de três fasores iguais em módulo com defasagem de 0o entre si. Assim, se um sistema possui a sequência de fases “ABC”, as sequências de fases dos componentes de sequência positiva e negativa, serão respectivamente “ABC” e “ACB”. A decomposição de 3 correntes de linha, Ia, Ib e Ic em componentes simétricas pode ser obtida pela equação (1): (1) Nesta equação, Ia0, Ia1 e Ia2 são, respectivamente, as correntes de sequência zero, positiva e negativa da fase A, e a é o operador que causa uma rotação de 120 o no sentido antihorário ao fasor que for aplicado. A equação (1) foi largamente utilizada no desenvolvimento do medidor de desequilíbrios de corrente proposto neste trabalho, juntamente com as equações (2) e (3) abaixo. Estas equações introduzem os indicadores de desequilíbrio α0 e α2, (sendo o primeiro relativo à presença de componentes de sequência zero em relação à sequência positiva e o segundo relativo à presença de componentes de sequência negativa em relação à sequência positiva). (2) (3) No presente artigo, propõe-se que os dois indicadores acima sejam implementados, via hardware, na logística de detecção de FAI, de religadores (equipamentos fartamente usados na Distribuição de energia elétrica). B. Desenvolvimento do Medidor de Desequilíbrios de Corrente O medidor de desequilíbrio de corrente foi desenvolvido no programa digital ATP, através da rotina TACS ((Transient Analysis of Control Systems), a qual foi originalmente desenvolvida para a simulação das interações dinâmicas entre sistemas de controle e os componentes das redes elétricas). Uma vez proposta a técnica de detecção de desequilíbrios de corrente como fator decisivo para a determinação de uma FAI, surge uma importante indagação: quais devem ser os percentuais de ajuste para os dois indicadores (equações (2) e 2 (3)? Esta pergunta é muito importante porque estes ajustes não devem ser feito aleatoriamente, pois isso pode levar a aberturas indevidas do circuito, já que, como se sabe, as redes de distribuição não são perfeitamente equilibradas. Para responder a esta pergunta crucial, inúmeras condições de operações típicas de um alimentador tiveram que ser simuladas, conforme descrito na próxima seção. (desequilíbrio nulo) e em outras 3 condições de desequilíbrios entre as fases. Nos estudos, quando se tiver, por exemplo, um desequilíbrio de 20%, então ter-se-á ΔZ = 0,2 pu. Isso significará que, em uma fase (fase a), a impedância da carga, Z, será de 1,0 pu. Na segunda fase, Z=0,8 pu (fase c) e, na terceira fase, Z=1,2 pu (fase b). A Tabela I mostra os resultados para os índices de desequilíbrio de sequência zero e negativa, para as 4 condições de carga estudadas. II. SIMULAÇÃO DE FAI FASE-TERRA Para efetuar as simulações que permitirão avaliar os graus de desequilíbrios encontrados nas redes, adotou-se um alimentador típico, descrito em [7], e ali denominado de NEO01N4. Abaixo, na Fig. 1, representar-se-á um resumo do diagrama unifilar original do NEO01N4, a fim de se entender a representação feita no programa ATP. E G a b c M F H Fig. 1. Esquematização do sistema escolhido. Fig. 2. Caso A. O que se fez nesse trabalho, através de simulações no ATP, foi a aplicação de defeitos no sistema acima apresentado, simultaneamente, ora com cargas equilibradas, ora com cargas desequilibradas. Em cada caso, mediu-se sempre os dois índices de desequilíbrio α0 (índice de desequilíbrio de sequência zero) e α2 (índice de desequilíbrio de sequência negativa). Assim, soube-se como este dispositivo se comportaria diante dos defeitos ora estudados, bem como diante de condições em que o sistema esteja em condição de operação normal, porém com certas condições de desequilíbrios, que poderiam ser confundidas com uma FAI. No presente artigo selecionar-se-ão algumas das simulações realizadas, a fim de mostrar as mais importantes. São elas: Caso A – Caso ideal, sem defeitos na rede; Caso B – Caso em que o condutor se rompe e entra em contato com uma impedância de falta apenas do lado fonte; Caso C – Caso em que o condutor se rompe e entra em contato com uma impedância de falta apenas do lado carga; Caso D – Caso em que o condutor se rompe e entra em contato com uma impedância de falta dos dois lados (fonte e carga); Caso E – Caso em que o condutor apenas se rompe, não entrando em contato com nenhuma impedância de falta. Todos os casos dar-se-ão para uma configuração de cargas do sistema ligadas em delta, para fins de simulação no ambiente ATP. Todas as barras do sistema da Fig. 2, exceto a Barra A, tiveram cargas conectadas. A. Resultados Caso A (Caso ideal, sem defeitos na rede) A Fig. 2 mostra o diagrama trifilar para o caso A. Neste caso, as cargas foram analisadas em uma condição ideal A configuração de todas as cargas é delta pois, na prática, os transformadores rebaixadores (13,8kV/220V), dos alimentadores de distribuição, são conectados em delta, no nível de tensão de 13,8 kV. Em outras palavras, as cargas, vistas do lado de 13,8 kV, não possuem aterramento. Assim, à medida que o desequilíbrio da carga vai aumentado, surgirão correntes de sequência zero e negativa diferentes entre si em módulo. E mais, como não há caminho, neste transformador, para as correntes de sequência zero circularem do lado estrela aterrado para o lado delta, então, do lado estrela aterrado, essas correntes serão nulas e o índice de desequilíbrio α0 será também igual a zero. Daí, na Tabela I, os resultados, para α0, serão nulos. Já as correntes de sequência negativa circulam. Logo, os valores dos índices de desequilíbrio α2 são diferentes de zero (e crescentes com o desequilíbrio da carga). TABELA I ÍNDICES DE DESEQUILÍBRIO EM FUNÇÃO DO GRAU DE DESEQUILÍBRIO DO SISTEMA – CASO A ΔZ [pu] 0,0 0,1 0,2 0,3 α0 [%] 0 0 0 0 α2 [%] 0 5,39 10,91 16,75 Em seguida serão apresentados os estudos para os casos em que ocorreu uma FAI. Os resultados estão nas Figuras 4 a 13. Nestas figuras, os desequilíbrios aplicados à carga, (ΔZ), estão mostrados nas ordenadas. Nas abcissas estão os valores das impedâncias de falta, Zf. 3 Cabe ainda observar que, em todas estas figuras há uma reta, traçada para o índice de desequilíbrio de 15%. O motivo disso é que, após todos os estudos realizados, chegou-se à conclusão que, para este alimentador em particular, poder-seia ajustar o pick-up do detector, para ordenar trip para α0 ou α2, igual a 15%. B. Resultados para o Caso B (o condutor se rompe e entra em contato com uma impedância de falta do lado fonte) A fase que sofrerá o defeito ora proposto será a fase a do sistema. A Fig. 4, representada a seguir, mostra o diagrama trifilar para o caso B. Os resultados, para este caso, estão nas Figuras 4,5, 6 e 7. Observa-se que, conforme já determinado anteriormente, os pontos abaixo da curva de 15% (pontos da curva azul – α0 – nas figuras 4, 5, 6 e 7) merecem atenção, mas não implicam em ausência de detecção pelo dispositivo, uma vez que a detecção também depende do valor do outro índice (α2). E os resultados obtidos para este índice são valores bem aceitáveis (acima de 15%), de acordo com os resultados mostrados nas figuras 4, 5, 6 e 7. E Fig. 4. Comportamento dos índices de desequilíbrios α0 e α2 em função da impedância de falta (Zf) em OHMS, estando as cargas do sistema totalmente equilibradas (ΔZ=0,0 pu). Fig. 5. Comportamento dos índices de desequilíbrios α0 e α2 em função da impedância de falta (Zf) em OHMS, estando as cargas do sistema com 10% de desequilíbrio (ΔZ=0,1 pu). G a Fig. 6. Comportamento dos índices de desequilíbrios α0 e α2 em função da impedância de falta (Zf) estando as cargas do sistema com 20% de desequilíbrio (ΔZ=0,2 pu). b c F M H Zf Fig. 3 Caso B. Nestas figuras também pode ser observado que, diferentemente do caso A, à medida que as cargas aumentam seus graus de desequilíbrio (isto é, conforme se muda de figura), os índices α0 e α2 variam muito pouco, permanecendo praticamente constantes. Isso significa que os índices de desequilíbrios são muito mais sensíveis à variação da impedância de falta (Zf) em OHMS, do que à variação dos desequilíbrios das cargas. Fig. 7. Comportamento dos índices de desequilíbrios α0 e α2 em função da impedância de falta (Zf) em OHMS, estando as cargas do sistema com 30% de desequilíbrio (ΔZ=0,3 pu). C. Resultados para o Caso C (o condutor se rompe e entra em contato com uma impedância de falta do lado da carga) A Fig. 8, representada a seguir, mostra o diagrama trifilar para o caso C. 4 G E a b c F M M H Fig. 11. Comportamento dos índices de desequilíbrios α0 e α2 em função da impedância de falta (Zf) em OHMS, estando as cargas do sistema com 20% de desequilíbrio (ΔZ=0,2 pu). Zf Fig. 8. Caso C. Para a situação de falta fase-terra na fase a, têm-se os resultados nos gráficos das figuras 9, 10, 11 e 12. A partir da análise dos gráficos, nota-se que, praticamente, todos os valores para αo estão abaixo do limite de 15%. No entanto, como o sistema detector depende também da outra variável, α2, e os valores desta estão bem acima deste limite, então a FAI poderá ser detectada. Fig. 12. Comportamento dos índices de desequilíbrios α0 e α2 em função da impedância de falta (Zf) em OHMS, estando as cargas do sistema com 30% de desequilíbrio (ΔZ=0,3 pu). D. Resultados Caso D (o condutor se rompe e entra em contato com uma impedância de falta dos dois lados (fonte e carga) A Fig. 13, representada a seguir, mostra o diagrama trifilar para o caso D. E a Fig. 9. Comportamento dos índices de desequilíbrios α0 e α2 em função da impedância de falta (Zf) em OHMS, estando as cargas do sistema totalmente equilibradas (ΔZ=0,0 pu). G b c F M M H Zf Fig. 10. Comportamento dos índices de desequilíbrios α0 e α2 em função da impedância de falta (Zf) em OHMS, estando as cargas do sistema 10% de desequilíbrio (ΔZ=0,1 pu). Zf Fig. 13. Caso D. Nos gráficos das Fig. 14, 15, 16 e 17 encontram-se os resultados para a falta fase terra, ou seja, quando o defeito ocorre na fase A do sistema. A fase escolhida foi, como um padrão para todos os casos, a fase a. Faz-se necessário aqui observar algo curioso: à medida que se aumenta o grau de desequilíbrio do sistema para uma mesma impedância de falta, o índice de desequilíbrio α0 diminui, enquanto o índice α2 aumenta (o esperado é sempre 5 aumentar, uma vez que se está acrescentando desequilíbrio à rede). Isso ocorre para todos os valores de impedâncias de falta, exceto para a impedância igual a zero. Da mesma forma que nos casos anteriores, os pontos abaixo da reta limite não necessitam do dispêndio de grande atenção, já que o dispositivo proposto para detectar as FAI se utilizará dos dois índices para a detecção do defeito e, em qualquer das figuras abaixo, relacionadas com este sub-caso, sempre um dos dois índices estará acima de 15%. Fig. 14. Comportamento dos índices de desequilíbrios α0 e α2 em função da impedância de falta (Zf) em OHMS, estando as cargas do sistema totalmente equilibradas (ΔZ=0,0 pu). Fig. 17. Comportamento dos índices de desequilíbrios α0 e α2 em função da impedância de falta (Zf) em OHMS, estando as cargas do sistema com 30% de desequilíbrio (ΔZ=0,3 pu). E. Resultados Caso E (o condutor apenas se rompe, não entrando em contato com nenhuma impedância de falta) A Fig. 18, representada a seguir, mostra o diagrama trifilar para o caso E. Ressalta-se que, neste caso, a fase a do sistema sofrerá o defeito, sendo aberta indevidamente, ou sofrendo um rompimento sem contato dos condutores com uma impedância de falta. As outras duas fases permanecerão em pleno funcionamento. Segundo a tabela II, é comum, também a este caso, a ausência de maiores complicações no que se refere à detecção do defeito. Pela tabela II nota-se que o índice α0 não é capaz de detectar o defeito (conforme já explicado antes, os valores nulos para α0 se devem ao fato de não existir caminho para as correntes de sequência zero, anulando-se também os indicadores de desequilíbrio). Porém, o índice α2 certamente fará a detecção da falta, pois os resultados encontrados foram bem acima do limite estipulado. Assim, o dispositivo baseado nesses dois índices detectaria, ainda com folga, esse tipo de defeito indesejado presente em alguns sistemas. E a G b c Fig. 15. Comportamento dos índices de desequilíbrios α0 e α2 em função da impedância de falta (Zf) em OHMS, estando as cargas do sistema com 10% de desequilíbrio (ΔZ=0,1 pu). M F H Fig. 18. Caso D. Fig. 16. Comportamento dos índices de desequilíbrios α0 e α2 em função da impedância de falta (Zf) em OHMS, estando as cargas do sistema com 20% de desequilíbrio (ΔZ=0,2 pu). TABELA II ÍNDICES DE DESEQUILÍBRIO EM FUNÇÃO DO GRAU DE DESEQUILÍBRIO DO SISTEMA –CASO E ΔZ [pu] I [A] α0 [%] α2 [%] 0,0 12,29 0,0 83,0 0,1 12,45 0,0 83,0 0,2 12,92 0,0 82,6 0,3 13,73 0,0 81,9 Diante de todos os estudos realizados, chegou-se à conclusão que, para este alimentador em particular, poder-se-á ajustar o pick-up do detector, para ordenar trip sempre que α0 ou α2, sejam iguais ou superiores a 15%. III. COMENTÁRIOS E CONCLUSÕES Partindo-se do fato de que acidentes continuam a ocorrer 6 nas concessionárias de distribuição de energia elétrica, o objetivo primeiro deste trabalho, assim como de qualquer outro relacionado aos métodos de detecção de faltas de alta impedância, é contribuir para a mitigação, ainda que parcial, desses problemas. O limiar de atuação, dos indicadores de desequilíbrio α0 e α2, propostos para o alimentador analisado neste artigo para 15%, não devem ser encarados como definitivos. Par maior confiabilidade, sugere-se que, para cada alimentador, seja feita uma análise prévia sobre seu gráu de desequilíbrio apenas com cargas. Desta forma, espera-se que, para alimentadores urbanos, o limiar de atuação possa até ser maior do que 15%, enquanto que, para alimentadores rurais, onde maiores desequilíbrios de carga possam existir, este limiar provavelmente deverá ser maior do que 15%. A necessidade de se analisar o gráu de desequilíbrio devido a prováveis cargas desequilibradas não deve ser encarada como um ponto negativo da metodologia. Mesmo os tradicionais métodos de detecção de faltas, através de relés, fusíveis ou religadores requerem que um estudo de curto-circuito personalizado para cada alimentador seja feito. Com relação aos indicadores de detecção de desequilíbrios adotados, α0 e α2, apesar de, na maioria dos casos analisados, apenas α2 ter sido capaz de detectar a FAI, deve-se afirmar aqui que ambos são confiáveis e indispensáveis, pois na maioria dos casos analisados, para Zf em torno de 100 OHMS, foi apenas o indicador α0 que se mostrou acima de 15% Além de aumentar as chances de proteção contra faltas de alta impedância, a técnica ora apresentada tem como grande vantagem o fato de ser facilmente possível de ser implementada, inclusive, em dispositivos menos dispendiosos, como religadores. Assim, como esses dispositivos estão presentes em grande número na rede elétrica e, consequentemente, estarão mais próximos das FAI, o monitoramento fica baseado em muito mais pontos do que se realizado somente por relés e com muito mais sensibilidade para a detecção das FAI do que estes (que somente são alocados no início dos alimentadores, nas Subestações). Finalmente, a técnica apresentada pode parecer, para alguns, disprovida de confiabilidade e de sensibilidade adequada para a atuação dos dispositivos de proteção em casos de FAI. Porém, quando se compara esta alternativa com o que se tem disponível para a detecção de curtos fase-terra na área de Distribuição de Energia (fusíveis e relés ajustados para enxergarem apenas grandes sobrecorrentes e nunca FAI) há que se perguntar: devemos deixar como está atualmente ou deveríamos introduzir um detector que possa salvar pelo menos uma vida (mesmo que, eventualmente, este detector ordene a abertura de um religador e, de fato, não haja uma FAI mas, sim, um grande desequilibrio da rede)? Pode-se enumerar pelo menos cinco vantagens da presente proposta: 1) Redução de riscos causados pela ocorrência das faltas ora estudadas; 2) Técnica de detecção relativamente simples; 3) Consequente aumento do monitoramento da rede para esse determinado tipo de falta; 4) Custo financeiro relativamente mais baixo; 5) Ganho em segurança populacional com manutenção dos níveis mínimos de eficiência do sistema de energia requeridos pelos usuários do mesmo. IV. REFERENCES [1] [2] [3] [4] [5] [6] [7] Aucoin, M., Status of High Impedance Fault Detection, IEEE Transactions on Power Apparatus and Systems, col. PAS-104, nº. 3, Março 1985. E. E. Baker, A utility perspective of high impedance fault detectors, IEEE Transactions Antennas Propagation, Setembro 1996. B. Don Russel, Balancing security versus sensitivity – The challenge for high impedance fault detection technology, Texas A&M University, Setembro 1996. Ebron, S., Lubkeman, D. 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BIOGRAPHIES Daniela de Oliveira Farina é formada (em 2009) pela Faculdade de Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Uberlândia (MG). Em agosto de 2009 ingressou no Programa de PósGraduação da Faculdade de Engenharia Elétrica da UFU, tendo obtido o título de Mestre em Ciências, em março de 2012. Dr. José Wilson Resende (Ph.D), é graduado em Engenharia Elétrica em 1975) pela Faculdade de Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Uberlândia (MG). Em 1979 concluiu o curso de mestrado pela Universidade Federal de Itajubá (MG). Sua dissertação de mestrado (sob orientação do Prof. Rubens D. Fuchs) trata de compensação reativa série e em derivação em linhas de transmissão. Em 1986 recebeu o título de Ph.D. pela University of Aberdeen, Escócia. Sua tese de doutorado (sob a orientação do Prof. Robert Yacamini) é sobre análise harmônica de reatores controlados a tiristores em condições não ideais. É contratado como professor da Faculdade de Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Uberlândia desde 1976, sendo professor titular desde 1986. Nesta universidade, ele trabalha também como pesquisador pertencente ao Núcleo de Qualidade e Racionalização de Energia. Suas principais áreas de interesse são: Análise harmônica de redes elétricas, Compensação reativa de sistemas elétricos e Proteção de sistemas elétricos.