Índice Remissivo Sobre o livro 3 Direitos Autorais 4 Prefácio 5 Sobre o Autor 6 Capítulo 1 7 Capítulo 2 12 Capítulo 3 16 Capítulo 4 23 Epílogo 32 2 Sobre o livro O que está por Trás da Capa de cada álbum de música lançado? Como fazem os artistas e as bandas para deixarem a garagem e atuarem como cabeça de cartaz? O que é necessário fazer para chegar ao topo da tabela dos singles mais ouvidos a nível internacional? Neste livro, são apresentados todos os passos que o artista de garagem deve seguir para conseguir brilhar no mundo da música. 3 Copirraite Autor Inês Fraga Copirraite © 2013 Inês Fraga Este livro pode ser adquirido por educação, negócios, vendas ou uso promocional. Edição on-line também está disponível para este título. Para mais informações, contacte o nosso departamento de vendas corporativas / institucionais: [email protected] Embora toda precaução tenha sido tomada na preparação deste livro, a editora e os autores não assumem nenhuma responsabilidade por erros ou omissões, ou por danos resultantes da utilização das informações aqui contidas. 4 Prefácio O que está Por Trás da Capa de cada álbum de música lançado? Como fazem os artistas e as bandas para deixarem a garagem e atuarem como cabeça de cartaz? O que é necessário fazer para chegar ao topo da tabela dos singles mais ouvidos a nível internacional? Neste livro será apresentado todo o trabalho desenvolvido pelos músicos, desde as gravações até à publicidade e expansão da sua imagem, bem como todos os fatores externos que contribuem para a sua evolução. Serão exibidas todas as etapas que um artista tem de seguir para conseguir brilhar no palco e viver da música. Este livro assume-se, então, como uma compilação dos artigos publicados no blog, criado no âmbito da disciplina Tecnologias dos Media. 5 Sobre o Autor Inês Fraga é uma estudante da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, inscrita no curso Ciências da Comunicação: Jornalismo, Assessoria e Multimédia. Durante o primeiro semestre do seu primeiro ano, foi-lhe pedido que criasse um blog, o qual seria atualizado duas vezes por semana. Assim, este livro apresenta-se como um sumário de todas as publicações realizadas no seu blog. 6 Capítulo 1 Este primeiro capítulo servirá de contextualização histórica ao tema abordado, isto é, não relatará ainda o trabalho dos músicos, bem como o caminho que têm de percorrer para o sucesso, mas falará sim de "Um pouco de história" da música - como se processavam as gravações de músicas e de que forma evoluiram estas técnicas. No final, apresentará uma breve discussão que confrontará os dois formatos de gravação mais competitivos (CD e vinil), sendo debatidas as suas vantagens e desvantagens. 1.1) Um Pouco de História... (artigo #7) Tudo começa com a invenção do fonógrafo, que consistia num cilindro com sulcos cobertos por uma folha de estanho, em 1887, por Thomas Edison. A introdução deste novo aparelho foi o ponto culminante de uma série de invenções que já procuravam gravar as vibrações sonoras, mas que ainda só conseguiam realizar representações gráficas e não a gravação do som. Posteriormente, em 1888, surge o gramofone (por Emile Berliner) que usa um disco em vez de um cilindro como meio de gravação. Thomas Edison No início do século XX, o desenvolvimento dos materiais e técnicas tanto do disco como do cilindro dão às gravações um som mais claro, forte e 7 dinâmico e, assim, começam a surgir questões quanto à violação de direitos de autor – o Supremo Tribunal acaba, então, por formular uma lei que permite a gravação de música mediante o pagamento de determinada quantia ao seu compositor. Já na década de 30, a indústria da música sofre um grande golpe durante a Grande Depressão: os discos em vinil tornam-se bens de luxo e as vendas descem abruptamente. Os cartuchos de fita são desenvolvidos durante esta década, mas permanecem nos armazéns por inviabilidade de lucro. Em 1933, Edwin Armstrong apresenta pela primeira vez a Rádio de modulação de frequência (FM). Ao contrário da rádio de amplificação modulada (AM), aquela oferece maior fidelidade e menos estática no som e requere uma menor potência de transmissão. No entanto, a inovação de Armstrong, que na década trabalhava para a RCA (Radio Corporation of America), ameaçava a segurança da empresa que se apoiava no mercado da rádio AM. Após várias tentativas, a RCA conseguiu suprimir a rádio FM, declarou a patente de Edwin inválida e levou-o à banca-rota, o que culminou no seu suicídio. Edwin Armstrong Na década de 80, o vinil, que já havia sido ameaçado pelas cassetes nos anos 60 (mais práticas e baratas), entra em desuso, quando as empresas Philips e Sony anunciam os seus planos para trabalharem juntas e elaborarem um formato uniforme de disco compacto (CD – Compact 8 Disc). Em 1982, surge o primeiro CD no Japão (52nd Street de Billy Joel) e a partir daí assiste-se ao maior “boom” de venda de música gravada em toda a história: em 3 anos de chegada dos CD’s ao mercado, a indústrias eletrónicas atingem 1 milhão de vendas de leitores de CD. Nos dias de hoje, com a diversidade de leitores de música (como o iPod) e a facilidade de venda de música online (através do iTunes, por exemplo), nunca foi tão simples aceder a todo o tipo de gravações de alta qualidade. Para melhor compreensão do assunto tratado, deixo aqui um cronograma que apresenta de forma simplificada esta evolução acompanhado por um vídeo, em que se pode ouvir as mudanças do som gravado ao longo das décadas. 1.2) CD vs Vinil (artigo #21) Qual é o melhor formato para se ouvir música? CD ou Vinil? Apesar de vivermos numa época rica em tecnologia, para os grandes apreciadores de música, a discussão sobre qual o melhor formato perdura ainda nos dias de hoje. Claro que, em termos de qualidade sonora, o CD supera o Vinil. Então, por que motivo continuam as pessoas a ouvir vinis? A beleza do vinil está na nostalgia – o vinil recorda os velhos tempos, os anos em que começaram a surgir as gravações, em que uma música tinha sempre um significado e não se limitava a ser só mais uma na coleção. 9 Vinil No vinil, as gravações e as ondas sonoras são analógicas; isto significa que não há grande perda de som entre a gravação e a reprodução. Por este motivo, muitas pessoas alegam que o som do vinil é mais encorpado e detalhado. Além disso, a equalização tem mais graves, logo torna-se naturalmente mais atraente. Contudo, este formato apresenta algumas limitações. Em primeiro lugar, o seu alcance dinâmico é muito limitado. Em segundo lugar, a frequência de gravação não é universal, é variável. Assim, a sonoridade soa melhor em músicas com tons mais graves – se as notas das músicas forem muito altas a agulha tem dificuldade em reproduzir o som, o que contribui para que hajam distorções significativas na sonoridade. (Por exemplo, tente ouvir letras, cujas consoantes “s”, “z”, etc. sejam cantadas de forma aguda: a distorção será nítida.) Ora, comparativamente ao vinil, o CD apresenta uma desvantagem nítida: a codificação do áudio precisa de ser captada de várias formas e pontos diferentes; no vinil, esta captação consegue-se a partir de um só ponto. Assim, o CD nunca conseguirá apresentar o groove do vinil. 10 CD (Compact Disc) Por outro lado, o CD apresenta um volume de amostragem suficiente para soar claro e definido ao ouvido humano. O volume de amostragem do CD é de 44,1, o que significa que as gravações de CD podem ser captadas até 44.100 vezes por segundo, e podem captar também frequências de 20 KHZ – esta é a máxima frequência que o ouvido humano pode ouvir. Em suma, como podemos ver, em teoria, o CD supera o vinil, indiscutivelmente. O que se poderá discutir é a qualidade dos artistas dos dias de hoje comparativamente aos do passado. Se Led Zeppelin gravassem o seus álbuns hoje, de forma digital, seriam ainda melhores no que respeita à qualidade sonora. Da mesma forma que se o Justin Bieber gravasse qualquer álbum no passado, de forma analógica, seria ainda pior. Apesar de tudo, o vinil tem um certo sentimentalismo inerente à sua reprodução que o coloca quase ao nível do CD. Logo, qual é o melhor formato para se ouvir música? CD ou Vinil? A resposta fica ao critério de cada um, de acordo com os seus gostos – e gostos não se discutem. 11 Capítulo 2 Um músico é, por definição, um indivíduo diretamente ligado à música, que exerce alguma função nesta área, tal como tocar um instrumento, cantar ou compor. Contudo, um músico não trabalha sozinho. Na sua carreira profissional, será sempre acompanhado por vários profissionais que contribuem para a sua evolução e expansão, estando, assim, dependentes de um boa gestão de recursos e de grandes investimentos em publicidade e marketing. Desta forma, antes de avançarmos para o trabalho próprio dos músicos, convém apontar e realçar também a contribuição dos responsáveis pela sua exposição e publicitação. Este capítulo irá incidir, então, sobre as editoras discográficas. 2.1) Discografia (artigo #13) Há que ter em conta que as empresas discográficas são corporações gigantes que detêm uma variedade de discografias (por exemplo, a Warner Brothers Records é detentora da Reprise Records e da Maverick Records). Logo, as grandes empresas discográficas são, por norma, amplos aglomerados que possuem uma variedade de discografias subsidiárias. A maioria destas empresas está localizada em Nova Iorque, Los Angeles e Nashville. 12 Comecemos pelo início: no topo da hierarquia de uma empresa discográfica está o CEO (Chief Executive Officer), responsável pela atividade de toda a empresa. Sob a sua posição, estão os presidentes de cada discografia, isto é, cada discografia tem o seu próprio presidente, que, por sua vez, coordena as atividades dos vice-presidentes, responsáveis por cada departamento. Antes de descrever os departamentos que estão sob a guarda do vicepresidente, comecemos por falar daqueles que pertencem ao controlo do presidente: • Departamento Legal: responsável por todos os contratos realizados entre a empresa e o artista, bem como os contratos entre a discografia e outras empresas. • Negócios Comerciais: controla a área negocial; lida com a contabilidade, pagamentos e as finanças no geral. Passando, então, para os departamentos que pertencem à zona do vicepresidente, começaremos por falar daquele que provavelmente é considerado o mais importante para a sustentabilidade de uma discografia: A&R (Artists and Repertoire). Este departamento é o responsável pela descoberta de novos talentos. Os que aqui trabalham têm a função de acompanhar pessoalmente o artista, isto é, colaboram na seleção das músicas e dos produtores do álbum, decidem onde o álbum será gravado, etc. Assim, acabam por funcionar como ligação entre o artista e todos os outros departamentos da empresa. Para além deste, temos vários outros departamentos, não muito menos importantes para o funcionamento da discografia: • Promoção: o seu principal objetivo é certificar-se de que o artista será ouvido na rádio (além de apresentado em canais de música como a MTV e VH1). • Desenvolvimento do Artista: planeia carreiras dos artistas signatários, promovendo-os ao longo do seu percurso. Contudo, muitas discografias já não têm este departamento ou a sua designação foi alterada para “Desenvolvimento do Produto”, com a justificação de que os artistas devem ser vistos como produtos, logo, devem ser promovidos fortemente no início de carreira e não ao longo da mesma. 13 • Marketing: cria todo o plano de marketing para cada álbum que a empresa lançará; é coordenador dos planos de promoção, vendas e publicidade. • Publicidade: é responsável pelo “passa a palavra”, isto é, dá a conhecer ao mundo o novo artista, através de revistas e jornais, rádio e televisão. • New Media: lida com os mais recentes aspetos da indústria musical, incluindo a produção e promoção de videoclipes dos artista. Além disso, é responsável pela criação e alimentação da imagem do artista na Internet; lida com as novas tecnologias em que o público consegue aceder e fazer downloads de música e vídeos na Internet. 2.2) Maior empresa discográfica do mundo (artigo #16) Uma editora discográfica é uma empresa especializada que trabalha com a produção, desenvolvimento, distribuição e promoção de gravações e videoclipes. Ao mesmo tempo, garante aos artistas os chamados “copyrights”, isto é, impede que outros copiem as gravações e as usem com suas. Algumas editoras trabalham apenas com os artistas de um determinado género musical O departamento de uma editora discográfica que trabalha com os artistas é, como já foi mencionado num artigo anterior, o A&R (Artists & Repertoire). Hoje falarei de uma das maiores editoras discográficas, desde 2002, que partilha o topo com a Universal Music Group e a Sony Music Entertainment. Esta empresa é considerada das melhores do mundo, desde os tempos dos “Big-six” (1988). A Waner Music Group (WMG), sediada atualmente em Nova Iorque, 14 emprega mais de 3500 trabalhadores, operando em mais de 50 países em todo o mundo. Formou-se por volta do ano 1958, como uma divisão entre a Warner Bros. Records e a Warner Bros. Pistures. A Waner Bros. é respondável pelo lançamento de vários artistas de sucesso, tais como: Lynyrd Skynyrd, Linkin Park, Dream Theater e Madonna. [Ver: Warner Music Store] 15 Capítulo 3 Finalizadas estas apresentações temáticas, este capítulo irá retratar então o trabalho dos músicos: a composição, gravação, atuação, bem como a exploração do departamento de publicidade, isto é, de que forma pode uma banda garantir a exibição de uma boa imagem, que, no fundo, funcionará uma marca. A título de exemplo, este capítulo poderá fazer referência a algumas bandas de garagem, cujo trabalho foi por mim presenciado e relatado. Estas informações foram, por conseguinte, recolhidas em primeira mão e descritas de acordo com o consentimento dos respetivos membros. 3.1) Studio One (artigo #14) O processo de gravação envolve três passos principais: numa primeira fase, é importante que a música esteja bem ensaiada; de seguida, avança-se para as gravações em si e, no final, a masterização. A masterização é uma forma de pós-produção de áudio, que consiste em preparar e transferir o áudio gravado de uma fonte que contenha a mistura final para um dispositivo de armazenamento (o master), a partir da qual todas as cópias serão produzidas, através de métodos como prensagem, duplicação e replicação. Contudo, nesta secção, vou dar maior ênfase à segunda fase: as gravações. Para tal, tive o cuidado de estar presente na gravação de uma música dos Ashes & Waves, “Survey”. Segundo Miguel Almeida, o primeiro instrumento a ser gravado é a bateria: dentro da sala de gravação, a bateria é estrategicamente posicionada, assim como todos os seus constituintes (pratos, gongos, etc.). Já fora da sala, as guitarras são ligadas por cabo a um aparelho (Pod HD Pro Line6), tal como acontece com o baixo. Finalmente, grava-se a voz. Todas as faixas de gravação surgem no ecrã do computador, sob a orientação do programa Studio One. 16 Studio One Este programa é um software de estação de trabalho de áudio digital (DAW – Digital Audio Workstation), criado pela PreSonus Software, Ltd para Mac OS X e Microsoft Windows e utilizado para a masterização, gravação e criação de música. Está disponível em três versões: Prime (Grátis), Artist e Professional. A versão Prime dirige-se aos iniciantes; contém um conjunto limitado de propriedades das outras versões. Contudo, inclui contagem ilimitada de pistas e vários plugins de processadores de áudio. A versão Artist está direcionada para músicos que precisam de elementos básicos de gravação. Finalmente, a versão Professional tem como objetivo, como o próprio nome indica, uma produção profissional. Inclui playback e sincronização de vídeo, áudio com várias pistas, gravação de MIDI (Musical Instrument Digital Interface) e masterização. Além disso, tem ainda um conjunto integrado de efeitos de áudio: 17 dinâmica, delay (adiamento/atraso), guitar amp modeling (modelação de amplificador de guitarra), efeitos de masterização, equalizador, modulação, metrónomo e diagnóstico; bem como quatro instrumentos virtuais: Impacto, Mojito, Presença e Sample One. O Studio One está entre os 10 melhores programas de gravação de áudio. 3.2) Lullabye (artigo #10) Ashes & Waves lançam o single Lullabye. A essência da história é bastante simples: uma rapariga, aparentemente pacífica, vive num constante conflito interior e tenta livrar-se desta prisão. Para que se concretizasse esta ideia, deslocamo-nos até ao Rio Bestança, em Cinfães, acompanhados pelo génio por trás da câmara: César Ramos. Para a edição do videoclip, César usou o programa Sony Vegas. O Sony Vegas é considerado um dos melhores programas de edição, ao lado do Adobe Premiere. Mais conhecido por Vegas, é um software de edição não linear da Sony que combina edição de vídeo em tempo real de alta qualidade e fidelidade com manipulação de áudio. Na interface do programa estão distribuídos dezenas de botões para edição, captura e execução de vídeo. Este software trabalha com arquivos de áudio e vídeo separadamente (representados nas timelines da parte inferior). Quando efetuamos uma edição, este faz com que apenas uma das faixas seja modificada e conserva o restante como no original. Além disso, possui os principais complementos para extrair faixas de áudio de CDs, recortar vídeos, importá-los, capturá-los, etc. 18 Sony Vegas - Plataforma de Edição Para facilitar o trabalho com arquivos maiores e mais pesados, o Vegas oferece uma função automática que gera cópias em menores resoluções, cópias estas que podem ser pré-visualizadas rapidamente e alteradas sempre que necessário. O Sony Vegas traz agora uma novidade: é compatível com o Vegas Pro Connect, um aplicativo para iOS. Antes de mais, é necessário que a aplicação esteja instalada num dispositivo da Apple; seguidamente, é possível estabelecer a comunicação entre este dispositivo e o Vegas Pro, a partir da rede local. Assim, torna-se exequível utilizar o aparelho móvel como um controlo remoto e usar gestos e comandos na tela do dispositivo touch. Aqui deixo um vídeo explicativo do funcionamento básico do programa. 3.3) Bandcamp (artigo #15) Bandcamp é uma plataforma de divulgação para músicos independentes, criada em 2007, por Ethan Diamond e Shawn Grunberger, juntamente com os programadores Joe Holt e Neal Tucke. Os utilizadores têm a possibilidade de usufruir de um micro site personalizável, onde podem partilhar a sua música e permitir que as mesmas sejam compradas pelos fãs. Esta plataforma está disponível tanto para os artistas, como também para fãs e marcas. É considerado o melhor site para música de bandas! 19 Os utilizadores podem usufruir de um microsite personalizável, onde podem partilhar a sua música e permitir que as mesmas sejam compradas pelos fãs. Esta plataforma está disponível tanto para os artistas, como também para fãs e marcas. Como funciona? 1) Inscrito como fã: acedendo ao site de determinada banda, temos acesso a toda a discografia disponibilizada, bem como as listas de música e notas dos artistas referentes ao álbum. Clicando no “play”, inicia-se a reprodução do álbum. O artista tem a possibilidade de disponibilizar a música de várias formas: – música gratuita em qualquer formato; – música disponível consoante o pagamento obrigatório em qualquer formato; – música gratuita em apenas alguns formatos (geralmente, os de menor qualidade) e de pagamento obrigatório nos outros. No entanto, é importante referir que este pagamento obrigatório pode não passar de uma doação do fã, como reconhecimento do valor do artista, isto é, naqueles formatos em que o download não é gratuito, é visível a opção “name your price”, no qual inseriremos o valor que estamos dispostos a pagar pela música/álbum. 20 Opção "Name your price" 2) Inscrito como Artista: no topo da página do artista apresentam-se as opções “Plays”, “Buzz” e “Downloads”, disponibilizadas em diferentes períodos de tempo. – na opção “Plays”, o artista tem acesso à quantidade de vezes que as músicas que foram ouvidas de forma integral, parcial ou “aos saltos” (passando à frente certas partes da música), o que lhes permite averiguar quais as músicas que os fãs gostam mais. – na opção “Buzz”, o artista tem acesso a todos os lugares na Internet, em que a sua música está a ser partilhada. Por exemplo, se publicar neste blog uma música de determinada banda inscrita no site, esse registo aparecerá no “buzz”. – na opção “downloads”, o artista tem acesso à quantidade de downloads de cada música que têm sido realizados pelos fãs. 21 Opção "Plays" - Inscrito como Artista 22 Capítulo 4 Neste último capítulo serão apresentadas algumas fontes de disseminação da música, que devem ser usufruídas pelos artistas que procuram atingir um público mais vasto. Estas fontes de disseminação entendem-se como meios de influência capazes de publicitar a imagem e/ou música do artista/banda que procura expandir-se e entrar no mercado altamente competitivo da música. Serão então aqui mencionados meios de comunicação como as revistas, a rádio e as redes sociais, bem como concursos de televisão ligados ao tema presente. 4.1) Rolling Stone (artigo #8) A indústria musical é tão vasta que se torna difícil cobrir aprofundadamente todas as suas áreas de interesse. Porém, no que toca ao jornalismo musical, duas palavras resumem tudo o que é preciso saber: Rolling Stone. Ao contrário do que é naturalmente assumido pela maioria, o nome “Rolling Stone” não provém da banda liderada por Mick Jagger, Rolling Stones, mas é sim um tributo à canção de 1950 de Muddy Waters, “Rollin’ Stone”. CURIOSIDADE: De acordo com a revista, no ranking das 500 Melhores Canções de Todos os Tempos, a canção que ocupa a primeira posição chama-se “Like a Rolling Stone” de Bob Dylan. A Rolling Stone é uma revista quinzenal, fundada em San Francisco, no dia 9 de Novembro de 1967, por Jann Wenner (que ainda hoje é o editor da revista) e pelo crítico musical Ralph J. Gleason. Inicialmente, a revista dedicava-se a todos os aspetos da cultura popular, dando maior ênfase à contracultura musical. 23 Capa da 1ª Publicação - John Lennon Por volta dos anos 70, a Rolling Stone ganha fama crescente com as publicações de um jornalista norte-americano e porta-voz do movimento de contracultura nos EUA, Hunter S. Thompson. O seu artigo de estreia falava sobre a sua campanha de eleição como xerife da cidade de Aspen, no Colorado: aliando-se ao partido “Freak Party”, o jornalista propunha a descriminalização do uso de drogas e a transformação de todas as ruas em ciclo-vias, tendo perdido as eleições por poucos votos. Assim, com toda esta publicidade, no final desta década a Rolling Stone é considerada a grande revista de música. No entanto, por volta dos anos 90, a revista altera a sua ideologia inicial para se dirigir um público jovem interessado em programas de televisão, atores de cinema e música popular. Esta mudança gerou uma onda de crítica, que afirmava que esta sobrevalorizava o “estilo” em detrimento da “substância”. Nos dias de hoje, a revista já se define abertamente pelo seu conteúdo diverso, incluindo, para além das áreas já referidas, reportagens políticas. Além das publicações na revista, a Rolling Stone também é autora do livro The Rolling Stone Album Guide, que contém críticas profissionais às músicas populares. Editado por Dave Marsh, que escreveu a maioria das críticas, e John Swenson, este livro está divido em secções por géneros musicais e, dentro deste géneros, está uma lista de artistas organizada alfabeticamente, com os respetivos álbuns. 24 Atualmente, a revista (e todos os seus suplementos), é considerada a grande “avaliadora” de tudo o que é criado na indústria musical (álbuns, singles, etc.), utilizando para o efeito um sistema de avaliação baseado numa escala de 5 estrelas: 5/5 stars – Indispensável: um álbum que tem de ser incluído em qualquer coleção razoável. 4/5 stars – Excelente: um álbum de mérito substancial, apesar de imperfeito num sentido essencial. 3/5 stars – Bom: um álbum de valor médio, mas que pode ter um interesse considerável para fãs de um determinado estilo. 2/5 stars – Medíocre: um álbum que é artisticamente fraco, apesar de não ser completamente miserável. 1/5 stars – Pobre: um ábum, em que até competências técnicas são colocadas em questão ou extraordinariamente mal-concebido. 0/5 stars – Inútil: um álbum que nunca deveria ter sido criado. 25 Capa da edição mais recente 4.2) Simbiose (artigo #12) Simbiose, com Miguel Alcobia (direi ta) e João Correia (esquerda) A Simbiose é um programa de rádio semanal, fundado a 18 de 26 Novembro de 2011 e dirigido por Miguel Alcobia. O seu objetivo é valorizar e reconhecer o talento português, dando a conhecer às suas audiências sons 100% nacionais. Para tal, o programa serve-se da Rádio Zero, da Ultra FM e da Antena 3 Rock. Para ficarmos a conhecer um pouco melhor toda a esta cadeia de meios radiofónicos, tomei a liberdade de fazer uma pesquisa breve sobre cada uma das rádios citadas: 1. A Rádio Zero é uma secção autónoma da Associação dos Estudantes do Instituto Superior Técnico (AEIST), sem fins lucrativos e de duração ilimitada, fundada em 2002. Fazendo uso de uma força de trabalho de apenas 100 pessoas, a rádio emite mais de 40 programas de autor (24 horas por dia/7 dias por semana) e apoia os mais diversos eventos culturais, quer em iniciativas dos seus membros, quer em parceria com outras instituições. Para além disso, é membro fundador da Radia, uma rede internacional de rádios experimentais/rádios de arte. 2. A Antena 3 Rock é uma estação de rádio pertencente à RTP e fundada a 21 de Outubro de 2010, que transmite durante 24 horas por dia. 3. A Ultra FM ( 88.2 FM ) é sediada em Vila Franca De Xira e gerenciada por Luís Miguel Jacinto Dos Santos. Apresenta-se como uma estação generalista, que visa abordar vários assuntos. Todas estas rádios funcionam como promotoras de pequenas bandas e pequenos músicos, através do patrocínio ou associação a programas de rádio como a Simbiose. Este, em específico, dá oportunidade a várias bandas, como Ashes & Waves (130ª edição) e Galgo (132ª edição) de se expandir e se exporem aos apreciadores de rádio. 27 Cartaz da 130ª Edição [Contacto Simbiose: [email protected]] Ouvir Simbiose em: • http://www.rtp.pt/radios/online/antena3rock/ Antena 3 Rock: Sábados às 14:00 Antena 3 Rock: Domingos às 14:00 Antena 3 Rock: Terças-feiras à 1:00 Antena 3 Rock: Sextas-feiras às 22:00 • www.radiozero.pt Rádio Zero: Quintas-feiras às 17:03 Rádio Zero: Quartas-feiras às 10:00 • www.ultrafm.pt ou 88.20 FM (zona de Lisboa) Ultra FM: Sábados às 20:00 4.3) A Grande Descoberta do Youtube (artigo #6) 28 4.3) A Grande Descoberta do Youtube (artigo #6) Ana Free Ana Gomes Ferreira, cujo nome artístico é Ana Free, de 28 anos, é uma cantora e compositora portuguesa, que foi crescendo e ganhando fama a partir do Youtube. Ana desde sempre mostrou ser apaixonada por música: aos 8 anos, começa a aprender a tocar guitarra com o seu pai e aos 10 anos inicia o seu percurso como compositora – durante os últimos 16 anos, acumulou um total de 300 composições originais. Para além da guitarra, Ana teve aulas de piano no início da adolescência, tendo desistido após 4 anos de aprendizagem. Em Janeiro de 2007, Ana lança o seu primeiro vídeo de Youtube cantando “Are you strong enough to be my man” de Sheryl Crow, quando a rede ainda se encontrava em expansão, por encorajamento de uma amiga sua com quem discutiu sobre qual seria o seu nome artístico. Segundo a cantora, “nunca soube o que esperar em termos de reação do público; foi algo que fiz em parte por divertimento, mas nunca excluí a ideia de que poderia dar resultado”. A partir daqui, as visualizações do seu canal de Youtube começaram a crescer gradualmente e foi no Verão de 2007 que Henrique Amaro (realizador e locutor de rádio) descobriu a cantora na rede MySpace, enquanto preparava o disco “Novos Talentos Fnac 2007”. Teve a sua primeira atuação ao vivo na TVI, no programa “As Tardes de Júlia”, nesse mesmo Verão, onde cantou a sua música original “Crazy”. Atualmente, Ana tem um EP “Radian“, lançado no Outono de 2009 e um álbum “To.Get.Her” de 2013 e está frequentemente em digressão por 29 Portugal, Londres e Nova Iorque, tendo já realizado diversas aberturas para cantores como James Morrison, Shakira e Joe Brooks. No meu caso em concreto, descobri esta cantora entre 2007 e 2008 na rede social mais frequentemente usada antes do surgimento do Facebook, o Hi5, a partir de uma partilha das suas músicas originais “It’s Time”. Durante muitos anos, tive Ana Free como um ídolo para mim e ainda hoje continuo a seguir a sua atividade pelo seu canal de Youtube. 4.4) PROCURA-SE (artigo #5) Lembram-se dele? Filipe Pinto, de 27 anos, é um cantor e compositor português de S. Mamede Infesta, que iniciou a sua carreira no concurso da SIC, Ídolos. Depois de ter conquistado o 1º lugar na terceira edição do programa, Filipe parte para Londres, onde fica a estudar durante 6 meses na London Music School. Quando termina o curso, com distinção, regressa a Portugal e inicia uma digressão “Band in a Van”, percorrendo o país a cantar em ruas e praças de algumas cidades. Filipe Pinto apresenta-se ao público com o seu primeiro tema original “Insónia” do seu álbum “Cerne” e em Outubro de 2013 vence o MTV Europe Music Award para Best Portuguese Act de 2013. 30 Ao seu lado, Diana Piedade (30 anos), que terminou o concurso em 2º lugar, atrás de Filipe, ganhou notoriedade entre o público português, sendo considerada em 2010 como uma das vozes revelação de Portugal. Pouco depois do fim do concurso, Diana muda-se para Brooklyn, Nova Iorque , e inicia a sua nova carreira musical, sendo convidada por Gary Lucas para atuar na Knitting Factory Brooklyn, num tributo a Jeff Buckley. Atualmente, encontra-se em estúdios de gravação entre os EUA e Portugal. 31 Epílogo Como podemos verificar, o caminho que um artista tem de percorrer até chegar aos grandes palcos e às tournés internacionais é longo, penoso e cheio de insucessos. A possibilidade de sucesso no mundo da música está completamente dependente do público - é necessário conhecer o que o público gosta de ouvir, a tendência do momento, as inovações que poderão ou não ser aceites, etc. Muitas vezes, uma banda não vence pela música, mas sim pela imagem. Na sociedade dos dias de hoje, a imagem simboliza a banda e é partir dela que se cria o sucesso - a publicidade é então a grande condicionante que faz chegar determinada banda ao conhecimento do público e este, por sua vez, mediante a tendência atual, determinará o sucesso ou insucesso do grupo. Em suma, o mundo da música é instável e arriscado. Para aqueles que pretendam seguir este caminho, é necessário um grande empenho e determinação, assim como muita preparação para o fracasso. No entanto, todas estas condições acabam por se moldar conjuntamente, contruindo, assim, a beleza da música. 32