A obra de arte. Ensaio sobre a ontologia das obras Michel Haar A técnica moderna colocou as obras mais perto de nós. Revistas, CD’s e Dvd’s substituiram os museus e concertos – mas não são + familiares. Singularidade da obra unidade orgânica reveladora. Faz ver de modo novo o universo cotidiano. Fídias Possui um a dupla propriedade: • imanência = corpo material • transcendência = mostra um mundo Van Gogh Um par de botas Monet A obra não cria um mundo fictício, mas revela e intensifica o nosso próprio mundo. Para refletir sobre a obra é preciso olhá-la com atenção, auscultá-la, esperar que ela nos fale. Faz-se necessário: 1º Abandonar os sentidos pré-estabelecidos; 2º Descrevê-la de maneira precisa, recorrendo a técnica (jogo de cores, escola, método...) 3º Tentar estabelecer o clima que dela emana, avaliação subjetiva; 4 º Utilizar os conhecimento fornecidos pela História da Arte (contexto histórico, biografia do artista...) Mas essa reflexão pertence a própria História da Arte, qual seria o enfoque verdadeiramente filosófico? São questões anteriores: pode a arte dizer a verdade? o que é que ela quer dizer? Ontologia da obras ou Filosofia da arte demora para surgir, isso ocorre por 2 motivos: 1º Platão coloca a arte num nível mais baixo na hierarquia das Idéias ( o artista é visto mais como ingênuo que mal intencionado) permitindo uma antipatia entre Filosofia e arte. 2º Paradoxalmente a própria criação da Estética que coloca a reflexão no sujeito, Belo e Sublime são sentimentos que estão em nós não nas coisas. Ora, por que refletir sobre as obras de arte se a natureza mesma (céu estrelado, tempestade...) nos inspiram o sentimento do sublime? A beleza natural tem primazia sobre a artística. Além disso para ser artista é preciso um dom de natureza gênio. A reflexão das obras só ganha autonomia com a fenomenologia em Heidegger e Merleau-Ponty A Filosofia aprende a respeitar a autonomia da arte e não legislar sobre ela.